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Da Redação
Para prestar contas da gestão iniciada em
Dezembro de 2009 – e que se encerrou no
final de 2011, sob a chancela da então pre-
sidente Cecília Maria Kalil Haddad –, este
editorial traçou um panorama detalhado
sobre a administração em questão.
Nos dois últimos anos, a ABFM registrou a
participação de 445 sócios efetivos e um
aumento de 38% no número de especialis-
tas em relação a 2010, mantendo a média
de aprovação em torno de 70%.
Em outro campo, a associação tornou-se
membro, com direito a voto, do IMPCB
(International Medical Physics Certificati-
on Board), a fim de promover a certifica-
ção internacional, além de ter marcado
presença em importantes congressos,
workshops e eventos que abordaram
temas da física-médica, caso da oficina
“Diagnóstico por Imagem no Brasil: Situa-
ção, Riscos e Perspectivas”, organizada
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
ria (ANVISA).
Na JPR’10, Lorena Pozzo, Carlos Malamut e
Marcia de Carvalho se encarregaram de
coordenar as discussões nas áreas de me-
dicina nuclear e de radiologia voltadas
para os físicos. No ano seguinte, os físicos
foram convidados a ministrar as aulas na
sala dos médicos sobre MRI, CT e PET-CT.
Uma das empreitadas mais significativas
se deu no protocolo do documento sobre a
Residência Multi-
profissional enviado
à Câmara Regulação
do Trabalho em
saúde (CRTS) do
Ministério da Saúde,
supervisionado por
Marcelo Freitas, e
nos trabalhos de
revisão das normas
3.05 e 3.06, ambas
da CNEN.
No XV Congresso
Brasileiro de Física
Médica, realizado
entre os dias 18
e 21 de agosto de 2010, em Aracaju,
Sergipe, contamos com 303 inscritos e
155 trabalhos.
Já no ICMP 2011, que aconteceu em Porto
Alegre, capital gaúcha, quase 500 partici-
pantes conferiram de perto a extensa pro-
gramação, que incluiu seminários, work-
shops e apresentações de painéis.
Na seara política, o projeto de regulamen-
tação da profissão de Físico (Projeto de Lei
No 1.025, de 2011) foi finalmente aprova-
do em 30 de novembro de 2011, na Comis-
são de Trabalho e Serviço Público da Câ-
mara dos Deputados, em Brasília. O pare-
cer foi apresentado pelo Deputado Mauro
Nazif (PSB-RO) e foi aprovado por unani-
midade pelos membros da comissão (veja
no quadro “Destaque”, na página 5).
Para alavancar ações midiáticas, foram
buscados (com êxito) patrocínios junto às
empresas do setor. Resultado satisfatório
que refletiu no caixa da entidade, hoje com
saldo positivo de R$ 160 mil.
Editorial
Presidente: Cecília Maria Kalil Haddad presidente@abfm.org.br; Vice-Presidente: Renato Di Prinzio vice@abfm.org.br; Secretário Geral: Renato Assenci Ros
secretariageral@abfm.org.br; Tesouraria: Vilma Aparecida Ferrari tesouraria@abfm.org.br ; Diretoria de Radioterapia: Edílson Lopes Pe-
losi radioterapia@abfm.org.br; Diretoria de Medicina Nuclear: Lorena Pozzo mednuc@abfm.org.br; Diretoria de Radiodiagnóstico: Marcia de Carvalho Sil-
va radiodiagnostico@abfm.org.br; Secretário regional norte-nordeste: Nilo Antônio Menezes nortenordeste@abfm.org.br; Secretário regional centro-
sudeste: Carlos Malamut centrosudeste@abfm.org.br; Secretário regional sul: Alessandro André Mazzola sul@abfm.org.br NOVA SEDE ABFM. Rua Briga-
deiro Galvão, 262, Barra Funda, São Paulo, SP. CEP: 01151-000. ABFM
2010-2
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Núcleo da Matéria - Número 40, Ano VII - Novembro/ Dezembro de 2011. Publicação Bimensal
Conheça a nova diretoria (2012-2013)
Edmario Antonio Guimarães Costa
(Presidente); Ilo de Souza Baptista (Vice-
Presidente); Luiz Flávio Kalil Telles
(Secretário Geral); Josemilson de Menezes
Bispo (Tesouraria); Francisco Luciano Via-
na (Secretário Região Norte-Nordeste);
Roberto Salomon de Souza (Secretário Re-
gião Centro-Sudeste) e Marcus Vinicius
Bortolloto (Secretário Região Sul).
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Há tempos a comunidade científica não
vive momentos tão agitados, e tudo
isso graças a existência ou não do tal
bóson de Higgs, que, mesmo hipotético,
é fundamental para entender a
construção do universo e é
considerado a parte que falta no
modelo-padrão que descreve a
interação entre partículas e forças.
"Ainda é muito cedo para tirar
conclusões definitivas. Precisamos de
mais dados, mas estabelecemos sólidas
fundações para os meses pela frente",
declarou Fabiola Gianotti, chefe da
experiência Atlas no Grande Colisor de
Hádrons (LHC), em um seminário do
Cern, transmitido via internet. Os
estudos de Peter Higgs foram feitos nos
anos 60, e dão conta da quebra da
simetria na teoria eletrofraca,
justificando assim a origem da massa
das partículas elementares, sobretudo,
dos bósons W e Z. De acordo com
alguns pesquisadores, após o Big Bang
o universo foi resfriado, quando uma
força invisível chamada de Campo de
Higgs formou-se ao lado de partículas
associadas, os bósons de Higgs,
transferindo massa para outras
partículas fundamentais. A mais
procurada partícula da física moderna
pode finalmente ter sido encontrada –
é o que esperam os pesquisadores
envolvidos na “caça ao tesouro” –, já
que dois aceleradores (dos projetos
Atlas e CMS) encontraram resultados
semelhantes ao vasculhar massas que
variam de 124 e 125 giga elétron-volts.
O enigma de Higgs
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Acima, o físico Peter Higgs; abaixo, o quebra-cabeça montado com o suposto bóson de Higgs
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Núcleo da Matéria - Número 40, Ano VII - Novembro/ Dezembro de 2011. Publicação Bimensal
Homenagem ao mestre com carinho
Por Thomaz Ghilardi Netto
No dia 7 de março de 1911, Ernest Rutherford
participando da reunião da Sociedade de Lite-
ratura e Filosofia “Manchester Literary Philo-
sophical Society” anunciou a descoberta do
núcleo atômico descrevendo que ao disparar
partículas α contra lâminas finíssimas de ouro
notou que a maioria dessas partículas seguiam
em linha reta, mas que surpreendentemente,
algumas destas eram refletidas. Segundo
Steven Weinberg, esta foi uma boa escolha,
pois foi com base nos experimentos sob os
quais Rutherford concluiu a existência do nú-
cleo que levaram a Sociedade Americana de
Física tomar esta data, como o inicio de um
século da Física de Partículas Elementares.
Esta introdução retirada de um artigo publica-
do na revista Physics Today, de agosto de 2011,
sob o título “Particle physics, from Rutherford
to the LHC” cujo autor Steven Weinberg, afirma
“Nosso entendimento de partículas fundamen-
tais sofreu desenvolvimentos traçando cami-
nhos que eram imagináveis 100 anos atrás,
quando o núcleo atômico foi inicialmente
vislumbrado” me fez recordar com saudades
os ensinamentos do Professor Thomaz Bitelli
em especial, uma de suas aulas sobre radioati-
vidade natural, quando apresentava os três
postulados capazes de justificar a radioativida-
de e a transmutação espontânea dos elemen-
tos radioativos, estabelecidos pelo grupo de
Manchester, em 1903.
De forma didática, uma de suas peculiaridades,
descreveu que: “Os elementos radioativos
transmutam-se espontaneamente de uma
espécie química para outra diferente; a trans-
mutação ocorre simultaneamente com a emis-
são de radiações penetrantes e que a radioati-
vidade é um processo de caráter subatômico,
com origem no íntimo do átomo”.
Na época fiquei bastante impressionado e con-
victo de que com estas afirmações, os indiví-
duos nascem já predestinados a deixarem um
legado para a evolução da ciência visando o
bem estar da humanidade, pois na época
destas descobertas, o homem praticamente
desconhecia quase tudo a respeito do átomo e
particularmente tudo a respeito do núcleo.
A participação em dois cursos ministrados
pelo Professor Bitelli, um na Universidade
Federal de Goiás e outro no Centro de Medici-
na Nuclear da Universidade de São Paulo em
1967, além de ter sido fundamental para
incentivar a minha trajetória na área de Física
Médica me proporcionou a oportunidade de
conviver com ele e ganhar um grande amigo.
O Professor Bitelli iniciou sua vida profissional
na Divisão Health Physics em 1957, no Institu-
to de Energia Atômica convidado pelo Profes-
sor Rômulo Ribeiro Pieroni, e em setembro
deste mesmo ano fez parte do primeiro grupo
que teve a oportunidade de assistir a primeira
criticalização do reator nuclear IEA-R1, sendo
esta pioneira no Hemisfério Sul.
Em 1959 iniciou suas atividades na Divisão de
Física e Higiene das Radiações do Centro de
Medicina Nuclear da Universidade de São Pau-
lo, na condição de chefe da referida divisão,
onde teve a oportunidade de organizar inúme-
ros cursos, alguns em nível internacional, na
área de Higiene e Dosimetria das Radiações.
Neste mesmo período assumiu a titularidade
das disciplinas Introdução à Física Nuclear e
Dosimetria e Higiene das Radiações no Curso
de Bacharelado em Física da Universidade
Mackenzie, esta última disciplina foi por ele
criada como fonte motivadora para a elabora-
ção de outros cursos ligados a Física Médica.
Os cursos somados à excelente didática, na
qual conseguia transferir à seus alunos uma
energia estimulante, serviram de incentivo
para inúmeros profissionais, alguns de reno-
me, contribuindo imensamente para que
pudessem alcançar destaque na aplicação em
uma área interdisciplinar e nova no Brasil que
é a Física Médica.
Ressalte-se que durante as suas atividades di-
dáticas ele teve a oportunidade de escrever,
inicialmente na forma de apostilas, baseadas
nas necessidades de ensino envolvidas, na
década de 70 do século passado, as quais
serviram de base para a publicação de dois
livros que vem sendo importantes na forma-
ção de profissionais envolvidos com radiações
ionizantes.
O Professor Bitelli foi um dos incentivadores
para a criação de uma Associação que congre-
gasse os físicos atuantes em atividades ligadas
à área da saúde. Assim sendo, além de partici-
par de forma ativa na criação da ABFM foi tam-
bém o seu primeiro Presidente.
Neste momento não poderíamos deixar de res-
saltar o papel dedicado e abnegado de sua
esposa, dona Maria Amélia D' Utra Bitelli, que
lhe concedeu quatro filhos - Maria Helena,
Regina, Ulysses e Carlos -, sendo que os três
últimos seguiram a carreira do pai, o que com-
prova, uma vez mais, o seu instinto motivador.
Em sinal de agradecimento ao mestre Thomaz
Bitelli finalizo dizendo que foi um privilégio,
não só meu, mas de todos aqueles que tiveram
a oportunidade de contar com os seus ensina-
mentos e o de poder participar dos momentos
prazerosos de sua convivência.
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Destaque Por Homero Lavieri
O projeto de regulamentação da profissão de Físico foi aprovado em 30 de novembro de 2011, na
Comissão de Trabalho e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, e agora segue para a Comis-
são de Constituição e Justiça. O parecer foi apresentado pelo Deputado Mauro Nazif (PSB-RO) e
votado por unanimidade pelos membros presentes.
O primeiro Workshop New Trends in Brachy-
therapy, NTB 2011, realizado no dia 3 de no-
vembro, no auditório Rômulo Ribeiro Pieroni,
em São Paulo, apresentou as novas formas da
braquiterapia para o tratamento de câncer. Pes-
quisadores internacionais, como Geoffrey S. Ib-
bott, do MD Anderson Cancer Center, Brian Da-
vis, da Mayo Clinic and Foundation, Larry De-
Werd, da Universidade de Wisconsin, e Anuj
Peddada, do Penrose Cancer Center Inc. partici-
param do encontro. José Augusto, diretor de
Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, e a pes-
quisadora do Centro de Tecnologia das Radia-
ções (CTR), Maria Elisa C. M. Rostelato, do IPEN
e também coordenadora do evento, trataram do
Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e da
produção de fontes para braquiterapia.
Vale acompanhar
O Ministério da Saúde criou a Rede
Nacional de Desenvolvimento e Ino-
vação de Fármacos Anticâncer
(Redefac) a fim de fomentar a pro-
dução brasileira de tecnologias tera-
pêuticas vanguardistas na área,
reduzir a dependência do mercado
externo com que dialoga e aumentar
vigorosamente a competitividade da
indústria nacional. A construção da
Redefac será financiada pelo BNDES
e o Ministério da Saúde com um in-
vestimento inicial de R$ 7,5 milhões.
O INCa fará a gestão da nova rede,
que será formada por grupos de pes-
quisa e desenvolvimento ligados a
instituições públicas brasileiras, tais
como Fiocruz, BNDES, Laboratório
Nacional de Biociências e Finep. A
administração também contará com
o apoio da Fundação Ary Frauzino
para Pesquisa e Controle do Câncer
(FAF), entidade filantrópica privada,
sem fins lucrativos, cujo propósito é
apoiar o INCa na Política Nacional de
Prevenção e Controle do Câncer.
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Informar e conscientizar um público diversificado sobre o
câncer de mama e o autocuidado como forma de prevenção
foi o que moveu a segunda edição da Semana Azul e Rosa,
promovida pela companhia Azul Linhas Aéreas Brasileiras,
ao lado da FEMAMA e da Embraer, com o suporte da Infra-
ero. O evento ocorreu entre os dias 21 e 25 de novembro,
em nove cidades: Goiânia, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio
de Janeiro, Curitiba, Maringá, Campinas, Palmas e Florianó-
polis. Houve distribuição de folhetos nos aeroportos, abor-
dagens feitas por voluntárias da Femama, e, fugindo um
pouco à regra, o pouso da aeronave cor de rosa da Azul
com tripulação 100% feminina. www.voeazul.com.br
Tudo azul?
www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=498350
O atacante do Chelsea, Salomon Kalau, posou
para a ousada campanha da revista Cosmopo-
litan que alerta sobre o câncer de testículo.
Por Patrícia Favalle
Sabe aquela dorzinha de garganta persis-
tente, que remédio algum cura? Pois é, pa-
ra muitas pessoas, isso pode significar o
primeiro indício de uma séria anormalida-
de: o câncer de laringe. Outros sintomas
comuns são a rouquidão excessiva, a difi-
culdade de engolir e de respirar, além da
sensação da presença de um caroço no lo-
cal. Foram por conta desses sinais que o ex
-presidente Lula procurou auxílio médico.
Depois de ser submetido a uma ressonân-
cia magnética, a doença foi confirmada e o
tratamento iniciado rapidamente. Para o
caso em questão, a equipe de
profissionais optou por três
ciclos de quimioterapia e a
posterior reavaliação da ne-
cessidade de operação, devi-
damente descartada ao final
da última aplicação da quimio,
já que o tumor teve diminui-
ção de 75%. O ex-presidente
deve ainda passar por sessões
de radioterapia a partir do
primeiro trimestre de 2012.
Nesse tipo de moléstia, os fatores de risco
mais devastadores estão associados ao ta-
bagismo e a ingestão de álcool. Vale refor-
çar que o diagnóstico precoce é fundamen-
tal para a preservação das cordas vocais e,
consequentemente, da qualidade de vida
do paciente. Em situações mais graves é
preciso passar por uma laringectomia total
(retirada da laringe) e também pela
traqueostomia definitiva.
Para saber mais: www.cancer.org.br
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O bichinho do hã-hã
Núcleo da Matéria - Número 40, Ano VII - Novembro/ Dezembro de 2011. Publicação Bimensal
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No dia 7 de outubro, o IPEN participou do I Simpósio de Imagem Molecular e Radiofarmácia, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Na ocasião, o diretor do Serviço de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP, Carlos Alberto Buchpiguel, salientou a importância de parcerias para o desenvolvimento de novos compostos e o treinamento de
pessoal. Segundo o gestor do IPEN, o investimento na formação de recursos humanos é a maior virtude do instituto, que também é um
dos centros que mais investem no fornecimento de FDG, bem como na pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos e substân-
cias marcadas. Jair Mengatti, diretor de Radiofarmácia do IPEN, destaca que um dos desafios a serem enfrentados pela instituição nos
próximos anos é a entrada de fornecedores privados de radiofármacos para PET. No Brasil, os exames PET têm cobertura da Agência
Nacional de Saúde pelos planos de saúde para os cânceres de pulmão, linfoma e alguns casos estabelecidos em norma. O exame não
tem cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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O Jornal Núcleo da Matéria é uma publicação da Associação Brasileira de Física Médica [ABFM], distribuída gratuitamente entre profissionais e empresas do setor, com
periodicidade bimensal, em formato digital. Site: www.abfm.org.br. Caixa Postal: 72.002. CEP: 05508-970, São Paulo, SP. Expediente - Supervisão: Cecília Haddad e
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Dias, Fran de Oliveira e Sérgio Martins. Estagiária: Luciana Jorge. Fotos: Divulgação. Projeto gráfico: 7ervas. ** Grupo Em Pauta Assessoria de Comunica-
ção Ltda. Tel./Fax: (11) 3031-6033. Fale conosco: e-pauta@e-pauta.com.br
Núcleo da Matéria - Número 40, Ano VII - Novembro/ Dezembro de 2011. Publicação Bimensal
Em nome da ciência
Da Redação
Os 513 deputados federais que compõem a Câmara receberam no dia 24 de outubro uma carta assinada pela Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) solicitando alterações no Projeto de Lei nº 448, sancionado
pelo Senado Federal, no dia 19 de outubro, que discute a partilha dos royalties de petróleo do Pré-Sal. A reivindicação é para que o
texto da lei dedique investimentos específicos para as áreas da Educação, Ciência e Tecnologia. Hoje, parte dos royalties do petróleo
tem como destino o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A SBPC e ABC já haviam encaminhado uma
carta semelhante ao Palácio do Planalto no início de setembro, quando também realizaram, na Câmara dos Deputados, um ato público
defendendo a ideia. "É muito importante demonstrarmos agora essa preocupação, em vez de lamentar mais tarde as decisões que
possam vir a ser tomadas", endossa Celso de Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), organização que reclama
maiores investimentos nas áreas da educação e CT&l. “O Brasil precisa suprir com urgência as graves carências de seu sistema educa-
cional”, diz um dos trechos da carta enviada à Câmara dos Deputados, reforçando a importância do Poder Público em direcionar mais
recursos aos campos da Educação, Ciência e Tecnologia.
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Sem cortes Por Daniel Froes
A cirurgia tradicional de retirada do câncer
de pulmão, com abertura torácica de gran-
de porte e de recuperação nada fácil para o
paciente, parece mesmo estar com os dias
contados. E engana-se quem pensa que esse
prognóstico serve apenas para os pacientes
que se tratam nos hospitais da rede parti-
cular. Pelo contrário, a nova tecnologia de
remoção sem cortes já integra a matriz
cirúrgica do Instituto do Câncer do Estado
de São Paulo (Icesp).
Graças a esse avanço da medicina, os
pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS)
com contraindicação para a cirurgia tradi-
cional poderão fazer a retirada do nódulo
sem problema. A radioterapia estereotáxica
extracrânio (SDRT, na sigla em inglês), de-
nominação do novo procedimento, produz
feixes finos e pontuais de radiação elevada
capazes de provocar a necrose das células
tumorais. Bastam três sessões de pouco
mais de uma hora de duração, aplicadas a
cada dois dias, para se eliminar o tipo de
neoplasia que mais mata no Brasil e no
mundo, segundo o Instituto Nacional de
Câncer (INCa).
Diferente da radioterapia convencional,
que fraciona a radiação e oferece um lapso
de tempo para o tecido saudável se recupe-
rar, a nova técnica destrói o tecido atingido.
Para o médico radioterapeuta Rafael Gadia,
do Icesp, “É como se fosse um tiro de bazu-
ca no tumor”. Um dos pontos negativos
apontados por Gadia nesse novo procedi-
mento é que ele não permite um estudo
detalhado do tumor após a morte de suas
células, afinal, elas são completamente
destruídas.
O princípio da radiocirurgia, contudo, nem
é tão novo assim. A eliminação de tumores
no crânio, por exemplo, é realizada com a
mesma técnica há anos. Sua eficiência, por
sinal, depende da pouca mobilidade do
nódulo, que tende a se deslocar com o
movimento natural do corpo, como o da
respiração. Logo, qualquer erro pode acar-
retar na destruição de tecidos saudáveis e
órgãos vitais próximos ao tumor. Somente
com o recurso de radioterapia guiada por
imagem (IGRT, na sigla em inglês) os médi-
cos são capazes de aplicar a técnica no
pulmão, sob o movimento constante do ar
entrando e saindo.
À medida que a radiocirurgia ganha espaço
no Icesp, a técnica é pouco propagada na
rede particular de saúde de São Paulo. O
procedimento no Hospital Sírio-Libanês,
por exemplo, não conta com a cobertura de
seguradoras de saúde por se tratar de uma
técnica nova. Para o medico Eduardo
Weltman, radio-oncologista do Hospital
Israelita Albert Einstein, que também aplica
a radiocirurgia na remoção do câncer de
pulmão, o “procedimento ainda não é di-
fundido e não existe uma tabela de valo-
res”. Weltman completa afirmando que não
percebe muita diferença na forma com que
a cirurgia convencional e a radiocirurgia
controlam a doença. Para o presidente da
Sociedade Brasileira de Radioterapia, a
grande diferença é que o segundo procedi-
mento é menos invasivo do que o primeiro.
Weltmam ressalta que após ambas as
formas de cirurgia o paciente deve ser sub-
metido a tomografias de controle a cada
três meses no primeiro ano de tratamento.
De todo modo, o importante é que a nova
técnica permitirá às pessoas que sofrem de
câncer no pulmão e que possuem um
histórico de isquemia, angina, enfarte
recente, função cardiopulmonar compro-
metida e idade elevada, situações que as
impossibilitam de fazer a cirurgia conven-
cional, a remover a neoplasia, agora cientes
de que seu processo de recuperação será
bem menos dolorido.
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O que é Notícia
Ponto alto. A detecção do tumor pulmo-
nar ficou mais fácil depois da invenção
da tomografia computadorizada. O diag-
nóstico feito pelo exame possibilita uma
visão em lâminas milimétricas de todas
as regiões do órgão, o que permite cons-
tatar e medir as dimensões de um nódu-
lo, a sua posição e a relação estabelecida
com as estruturas ao redor. A tomografia
também contribui para o tratamento de
tumores em estádio prematuro, ao passo
que funciona como guia de biópsias de
lesões pulmonares, conforme frisou o
radiologista Moacir Moreno Junior, do
Centro de Diagnóstico Brasil (CDB), em
São Paulo. Entretanto, deve-se conside-
rar a quantidade de radiação administra-
da nesses estudos antes da execução
rotineira dos exames de tomografia.
Estação norte. Nos dias 25 e 26 de agos-
to, a capital do Pará, Belém, recebeu a
oficina de capacitação de radialistas
comunitários promovida pelo Instituto
Nacional de Câncer (INCa). O objetivo do
evento foi habilitar profissionais para
que os mesmos passem a informar seus
ouvintes sobre as medidas de prevenção
do câncer de colo. A ideia visa diminuir
as altas taxas de mortalidade do câncer
cervical no norte do País. Segundo a
coordenadora da Divisão de Apoio à
Rede de Atenção Oncológica do INCa,
Ana Ramalho, a maioria das mulheres
não faz o exame por conta da pouca di-
vulgação sobre a doença. Para Adriana
Maria, coordenadora da ONG Criar Brasil,
a importância de investir nos comunica-
dores para esse tipo de ação está no fato
deles possuírem forte apelo junto às
comunidades em que atuam.
O Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAAC) comemorou,
em 23 de novembro, o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil. A instituição é hoje a
principal referência que o País tem no controle da doença, cuja taxa de cura chega aos 70%.
Vale destacar que a organização também prioriza a qualidade de vida dos seus pacientes do
início ao término do tratamento. A excelência dos resultados deve-se, sobretudo, ao
diagnóstico precoce da neoplasia e ao atendimento realizado em centros equipados com
tecnologia de ponta. Saiba mais: www.graac.org.br
Saúde de gente grande
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Ainda sobre o GRAAC, o dia 9 de dezembro foi escolhido para receber a iniciativa contra o
câncer infantil. A instituição fez nessa data, no estádio do Pacaembu, um jogo de fute-
bol com craques de várias equipes brasileiras, como Luís Fabiano (São Paulo) e Renato
Abreu (Flamengo), em adesão à campanha “Sou Fã da Criança”, que tem como meta arreca-
dar recursos, mobilizar e conscientizar a sociedade acerca da relevância do combate da
doença. Outra campanha que tem recebido o apoio dos profissionais do futebol e que está
sendo encabeçada pelo Instituto Arte de Viver Bem é a da luta contra o tumor de mama. Na
partida entre São Paulo e Palmeiras, que aconteceu em 27 de novembro, Dia Nacional de
Combate ao Câncer de Mama, e contou com o apoio da Federação Paulista de Futebol (FPF),
as equipes entraram em campo segurando a seguinte faixa: “Neste jogo, nós estamos no
mesmo time. Apoiamos a luta contra o câncer de mama”. www.artedeviverbem.com.br
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Sob suspeita
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Da Redação
As empresas fabricantes de refrigerantes Ambev, Coca-Cola e Schincariol estabeleceram um
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal em Minas Gerais
para a redução de benzeno - substancia cancerígena - nas bebidas de baixas calorias ou dietéti-
cos cítricos no prazo máximo de cinco anos. O novo acordo prevê que a quantidade máxima da
substância não poderá ultrapassar 5 microgramas por litro. O benzeno foi detectado nos refri-
gerantes pela primeira vez em 2009, através de testes em 24 amostras de diferentes marcas
realizados pela ProTeste, organização de defesa do consumidor. O composto esteve presente
em sete delas: Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Sukita Zero, Sprite Zero, Dolly Guaraná e Dol-
ly Guaraná Diet. Nas amostras de Fanta Laranja Light e Sukita Zero, os níveis de concentração
estavam acima do limite tolerável para a saúde humana. Como as bebidas avaliadas continham
ácido benzóico, já era esperada a presença de benzeno, posto que a substância é resultado de
uma combinação dos ácidos benzóico e ascórbico, também conhecido como vitamina C. Quando
juntas, mediante certas condições de exposição à luz e ao calor, tais substâncias podem reagir e
formar o benzeno. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não estabelece uma
quantidade máxima de benzeno por refrigerante. Sendo assim, a ProTeste considerou em seus
exames o limite para a água potável, que é de 5 microgramas por litro, de acordo com a Portaria
da Anvisa nº 518/04. A quantidade permitida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de
10 ppb (partes por bilhão). Nos Estados Unidos, a taxa cai para 5 ppb, enquanto os países da
União Europeia toleram apenas 1 ppb. Por conta da OMS e das autoridades sanitárias nacionais
e estrangeiras, ainda não terem definido o limite de benzeno para sucos e refrigerantes, o limite
aceitável da substância deve ser o mesmo da água potável. Todas as marcas reprovadas pelas
avaliações da ProTeste estava acima dessa taxa. A Anvisa recebeu uma recomendação do Mi-
nistério Público para que mais testes sejam feitos com o intuito de estabelecer o limite tolerável
de benzeno nos refrigerantes comercializados por aqui.
O Instituto Nacional de Câncer (INCa) estabeleceu medidas novas para a diminuição da mortalidade do
câncer de mama. Segundo a lista de recomendações, o período entre o diagnóstico do tumor e a cirurgi-
a para sua remoção não deve ultrapassar três meses. O INCa também fixou prazo de 60 a 120 dias para
o início das terapias complementares, como a radio e a quimioterapia. Demoras superiores ao período
estabelecido podem comprometer a expectativa de vida do paciente, apontam estudos científicos,
porém, o lugar na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, pode levar até 188 dias,
segundo relatório divulgado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde
da Mama (Femama). Para quem conta com o auxílio de um plano de saúde, a espera reduz para 15 dias.
Mulheres com esse tipo de tumor devem ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar de radio-
terapeuta, oncologista, enfermeiros e psicólogo. O tratamento em ambientes acolhedores, com acesso a
cuidados paliativos, também contribui para a cura.