Post on 15-Apr-2020
NOVA FORMA FARMACÊUTICA PARA O ANESTÉSICO LOCAL OXETAZAÍNA, POR COMPLEXAÇÃO COM HIDROXIPROPIL-
BETACICLODEXTRINA
INTRODUÇÃO A oxetazaína (OXZ) é um anestésico local da classe amino-amida que difere dos demais por ser uma molécula simétrica (Figura 1) com 2 grupos amida e dois anéis aromáticos que lhe conferem um caráter de grande lipofilicidade [1]. Ciclodextrinas são oligossacarídeos cíclicos capazes de amenizar as propriedades indesejáveis de fármacos, através da formação de complexos de inclusão. A complexação da ciclodextrina com anestésicos locais resulta em melhora na solubilidade aquosa do composto e aumento do seu efeito terapêutico [2; 3; 4]. Neste trabalho preparamos e caracterizamos o complexo de inclusão da OXZ com hidroxipropil-beta-ciclodextrina (HP-b-CD), com a finalidade de melhorar a solubilidade aquosa da OXZ e diminuir sua toxicidade.
METODOLOGIA
Preparo e caracterização do complexo OXZ:HP-β-CD
RESULTADOS
CONCLUSÃO - Medidas de fluorescência permitiram determinar a cinética (3h) e a estequiometria (1:1) da complexação da OXZ com HP-b-CD; - Difratogramas de raios-X forneceram evidências da complexação, pela perda da estrutura cristalina da OXZ; - Medidas de RMN evidenciaram a complexação (Fig. 4), indicando alta constante de afinidade OXZ:HP-b-CD , coerente com o caráter lipofílico do anestésico; - Testes de diálise evidenciaram liberação sustentada da OXZ complexada com HP-b-CD; - A OXZ em solução mostrou-se bastante citotóxica (EC50 = 25 mM) para as células 3T3, sendo esta toxicidade significativamente diminuída no complexo OXZ:HP-β-CD;
Estes resultados mostram que o complexo OXZ:HP-β-CD constituiu uma forma farmacêutica capaz de melhorar a solubilidade do anestésico, retardar seu tempo de liberação in situ e diminuir sua toxicidade in vitro .
BIBLIOGRAFIA 1 - Strichartz GR et al., Anesth. Analg., 71: 158, 1990; 2 - Araújo DR et al., Eur. J. Pharm. Sci. 33: 60, 2008; 3 - Lima RAF et al., J. Drug Target. 20: 85, 2012; 4 - Carvalho FDGF, Dissertação de mestrado, Unicamp, 2007; 5 - Lyra MAM et al., J Bas. Ap. Pharm. Sci. 31: 117, 2010; 6 - Wimmer R et al., Carbohyd. Res. 337: 841, 2002; 7 - Mosmann T, J Immunol Meth. 65: 55, 1983.
APOIO
Fig. 5 – Viabilidade celular (%) de células 3T3 em cultura tratadas com OXZ livre e complexada com HP-β-CD e medida pelo teste de MTT [7]. Houve diferença estatística entre os grupos entre 1-50 mM (teste T não pareado: * = p < 0,05; ** = p < 0,01, n = 3).
0 2 4 6 8
0
20
40
60
80
100
120
% Li
bera
ção
Tempo (horas)
Complexo
OXZ
Fig. 2 - Liberação cumulativa da OXZ em ensaios de diálise, a partir de uma solução de OXZ em tampão acetato pH 4 ou sistema contendo o complexo (OXZ:HP-β-CD na razão molar 1:1), pH 4 e 25ºC (n=3).
-5 0 5 10 15 20 25 30 35
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
1.8
1.9
2.0
I/I0
Tempo (horas)
I/I0
Fig. 4 – Espectro de DOSY (1H-RMN) do complexo OXZ:HP-b-CD e cálculo da fração complexada, de acordo com [6]. 500 MHz, 25ºC, pD 4.
Fig. 3 - Difratogramas de raios-X para HP-β-CD (a), complexo OXZ:HP-β-CD (b), Oxetazaína (c) e mistura física (d).
0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
850
900
950
1000
1050
1100
Inte
nsi
dad
e d
e F
luo
resc
ên
cia
(I)
Razão molar de OXZ:HP-b-CD
Fig. 1 – Determinação da estequiometria de complexação da OXZ com HP-β-CD pelo método de Job [5] (A) e da cinética de complexação (B), medidas pela variação da fluorescência do fármaco (lexc = 258nm;lem =283nm), T.A., pH 4,0.
Complexo OXZ:HP-b-
CD
Teste de liberação in
vitro Cinética e estequiometria
da Complexação
Citotoxicidade (em cultura de
fibroblastos 3T3)
Raios X
Ressonância Magnética
Nuclear (DOSY)
Representação do sistema para estudo da cinética de liberação de fármacos. A) Compartimento doador (contendo amostra + membrana seletiva - 1000 Da); B) Compartimento receptor (solução tampão); C) Local de retirada das alíquotas; D) Barra magnética para agitação.
A B
Solução Oxetazaína
3mM (Tampão acetato)
Agitação 24h
Liofilização
Solução HP-b-CD 3mM (Tampão acetato)
Andressa Ramos Prado 1 (bolsista PIBIc), Luis Fernando Cabeça2, Margareth K. Franco3, Fabiano Yokaichiya3, Eneida de Paula1
1 Departamento de Bioquímica, Instituto de Biologia – UNICAMP; 2 Univ. Tecnol. Paraná, Londrina; 3 Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/USP)
Palavras chaves: Ciclodextrinas – Oxetazaína – Anestésicos Locais E-mail: andressarprado@gmail.com