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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
THIAGO ALVES LIMA
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO EM
UMA ENTIDADE HOSPITALAR BENEFICENTE NO MUNICÍPIO DE
URUSSANGA/SC
CRICIÚMA
2015
THIAGO ALVES LIMA
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO EM
UMA ENTIDADE HOSPITALAR BENEFICENTE NO MUNICÍPIO DE
URUSSANGA/SC
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.
Orientador: Prof. Manoel Vilsonei Menegali
CRICIÚMA
2015
THIAGO ALVES LIMA
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO EM
UMA ENTIDADE HOSPITALAR BENEFICENTE NO MUNICÍPIO DE
URUSSANGA/SC
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Contabilidade de Custos.
Criciúma, 30 de junho de 2015
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Manoel Vilsonei Menegali – Esp. - (UNESC) - Orientador
_____________________________________________________
Prof. Andréia Cittadin – Ma. - (UNESC) - Examinadora
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter possibilitado alcançar meus sonhos,
estando sempre ao meu lado em todas as situações. Dando-me força e sabedoria
para conduzir-me nesta caminhada que se encerra.
A minha família, por ter me apoiado e incentivado, percebo a alegria
compartilhada com meus familiares que são também merecedores desta conquista.
Aos meus colegas de trabalho que durante toda a caminhada acadêmica
muito me motivaram nos estudos, auxiliando no meu crescimento profissional.
Espero continuar honrando-os com a profissão que escolhi, da qual acredito já fazer
parte, defendendo-a e contribuindo para o seu desenvolvimento.
A UNESC, ao Curso de Ciências Contábeis e aos queridos Professores
que, com muita paciência e sabedoria ensinaram muito além de registrar atos e fatos
contábeis, nos ensinaram como fazer parte da intitulada e verdadeira família
contábeis. Com eles aprendi valores e lições que levarei sempre comigo.
Em especial ao Orientador, Professor Manoel Vilsonei Menegali, que foi
um grande amigo acreditando e contribuindo com este trabalho. Com toda a certeza
será de enorme valia para minha carreira.
Aos amigos que fiz durante o curso, muitos estiveram e estão comigo
desde o primeiro dia de aula, devido a estes foi possível alcançar meus objetivos.
Levo comigo as recordações dos momentos incríveis que passei ao lado deles que
sem receio de dizer são muito mais que amigos, são irmãos.
“O sucesso nasce do querer, da
determinação e persistência em se chegar a
um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo,
quem busca e vence obstáculos, no mínimo
fará coisas admiráveis.”
José de Alencar
RESUMO
LIMA, Thiago Alves. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO EM UMA ENTIDADE BENEFICENTE NO MUNICÍPIO DE URUSSANGA/SC. 2015, 54 p. Orientador: Manoel Vilsonei Menegali. Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis. Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC. Criciúma-SC
A contabilidade aplicada na mensuração do valor dos estoques e dos produtos remonta a revolução industrial do século XVIII. Em relação aos dias de hoje, a forma de apuração dos custos não sofreram grandes alterações. Entretanto, esta facilidade conceitual não representa a simplicidade da abordagem e aplicação do tema. Os novos arranjos organizacionais trouxeram diversas dúvidas quanto ao tratamento e mensuração dos custos. Sociedades com finalidades lucrativas dedicam-se fortemente na obtenção do valor do custo de suas atividades e produtos. Na contramão estão às entidades beneficentes tidas como não lucrativas que devido às dificuldades financeiras e gerencias acabam por desconhecer do assunto ou a tratá-lo de forma irrelevante para gestão da organização. Dessa forma, este estudo tem como objetivo identificar e propor uma metodologia de custos voltada a uma entidade beneficente com atuação no ramo hospitalar. Para isto, tornou-se necessário confrontar a teoria e prática na busca da compreensão de como os recursos são consumidos nos processos da organização e como devem ser classificados e catalogados na formação do custo do serviço prestado. Na consecução do estudo foi realizado levantamento bibliográfico seguido de um estudo de caso. Por meio do estudo desenvolvido foi possível compreender a importância dos custos como suporte a tomada de decisão e ferramenta de controle e organização de custos para todo e qualquer tipo de entidade. Por fim, acredita-se que este estudo possa ser o precursor para o aprofundamento das discussões sobre a aplicabilidade da contabilidade de custos na prestação de serviços em saúde. Possibilitando avaliar e melhorar a qualidade dos hospitais brasileiros.
Palavras-chave: Gestão de Custos. Entidade Hospitalar. Custeio por Absorção.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Classificação dos Custos ....................................................................... 18
Quadro 2 – Esquema Básico Completo de Custos ................................................... 23
Quadro 3 – Especialidades do Hospital e atendimentos em 2014 ............................ 29
Quadro 4 – Unidades de Tratamento da Entidade e Serviços Obtidos ..................... 32
Quadro 5 – Unidades de Apoio da Entidade e serviços prestados ........................... 33
Quadro 6 – Unidades Administrativas ....................................................................... 34
Quadro 7 – Mapa de Centro de Custos Existente ..................................................... 37
Quadro 8 – Divisão dos recursos consumidos pela Instituição ................................. 40
Quadro 9 - Classificação dos Custos utilizados na instituição................................... 41
Quadro 10 – Unidades de Produção dos Centros de Custos .................................... 42
Quadro 11 – Apuração dos Custos das Refeições .................................................... 43
Quadro 12 – Critérios de Rateio dos Custos Indiretos .............................................. 44
Quadro 13 – Rateio dos Custos dos Centros de Custos de Apoio ............................ 45
Quadro 14 – Composição dos Custos da Organização ............................................ 46
Quadro 15 – Modelo de Apuração do Custo Unitário ................................................ 48
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Fluxograma de Atendimento Hospitalar ................................................... 31
Figura 2 – Organograma do Hospital ........................................................................ 38
Figura 3 – Estrutura de Centros de Custos ............................................................... 39
Figura 4 – Distribuição dos Custos entre os Departamentos .................................... 45
Figura 5 – Esquema de Apuração de Custos ............................................................ 49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABC Activity Based Costing (Custeio Baseado em Atividades)
CC Centro de Custos
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
PIB Produto Interno Bruto
SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatística
SUS Serviço Único de Saúde
UD Unidade de Desintoxicação
UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 TEMA E PROBLEMA .......................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15
2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS .......................................................................... 15
2.1.1 Conceito .......................................................................................................... 15
2.1.2 Terminologia ................................................................................................... 16
2.1.3 Classificação do Custo .................................................................................. 17
2.1.3.1 Custos Fixos e Variáveis ............................................................................... 18
2.1.3.2 Custo Direto e Indireto................................................................................... 18
2.1.4 Métodos de Custeio ....................................................................................... 19
2.1.4.1 Custeio por Absorção .................................................................................... 20
2.1.4.2 Custeio Variável ............................................................................................ 21
2.1.4.3 Custeio ABC .................................................................................................. 21
2.1.5 Centros de Custos/ Departamentalização .................................................... 22
2.2 TERCEIRO SETOR ............................................................................................ 24
2.3 CUSTO HOSPITALAR NO BRASIL .................................................................... 24
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 26
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ............................................................. 26
3.2 PROCEDIMENTO PARA COLETA E ANÁLISE DE DADOS .............................. 27
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 28
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO RAMO DE ATUAÇÃO ................................................. 28
4.2 DESCRIÇÃO DA ENTIDADE E SEUS SERVIÇOS ............................................ 30
4.2.1 Unidades da Organização e Serviços Prestados ........................................ 32
4.2.1.1 Unidades de Tratamento ............................................................................... 32
4.2.1.2 Unidades de Apoio ........................................................................................ 33
4.2.1.3 Unidades Administrativas .............................................................................. 34
4.3 MÉTODO DE CUSTEIO ADOTADO ................................................................... 35
4.3.1 Etapas de Implantação do Sistema de Custeio por Absorção ................... 36
4.3.1.1 Segmentação dos Centros de Custos ........................................................... 36
4.3.1.2 Definição e Classificação dos itens de Gastos .............................................. 40
4.3.1.2.1 Itens de Gastos .......................................................................................... 40
4.3.1.2.2 Unidades de Produção do Centro de Custo ............................................... 42
4.3.1.3 Critérios de Rateio ......................................................................................... 44
4.3.1.4 Coleta de Dados ............................................................................................ 46
4.3.1.5 Cálculos, esquema de apuração do custo ..................................................... 49
4.3.1.6 Produção de Relatórios e Análise das Informações ...................................... 50
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 52
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
12
1 INTRODUÇÃO
A ciência contábil representa o espelho de uma organização. Por meio
desta é possível enxergar a situação econômica e financeira de uma empresa,
entidade, órgão ou inclusive de uma nação. Em linhas gerais, ao valer-se da
contabilidade o usuário, seja este interno ou externo, faz jus a uma série de
informações que o possibilita compreender o estado que se encontra a sociedade,
além de servir como ferramenta primordial na determinação dos rumos do negócio.
Considerando a valorização crescente da ciência contábil nos últimos
anos, os profissionais atuais precisam estar preparados para atuarem como
responsáveis pela gestão do que simplesmente meros emissores de relatórios e
documentos.
Dessa forma, acredita-se que o estudo a seguir busca propor soluções
pautadas no desenvolvimento da contabilidade e, no fortalecimento e consolidação
dos controles dos custos em organizações de saúde.
1.1 TEMA E PROBLEMA
A contabilidade, como ciência destinada ao controle patrimonial, tem
como objetivo fornecer informações relevantes, fidedignas e tempestivas. Destaca-
se como um alicerce a tomada de decisão sendo um instrumento capaz de subsidiar
o planejamento e o controle de operações, contribuir com o planejamento
estratégico e promover avaliações de custo benefício.
Assim, a contabilidade de custos representa, no cenário atual, uma ampla
fonte de informação para gestão do negócio.
O grande fluxo de informações, gerado pelas diversas operações
mercantis, levaram as empresas a se preocuparem com uma questão anteriormente
considerada simples: o custo dos produtos. Diante disso, inicia-se um processo
voltado à classificação, compreensão e aplicação da nova abrangência do tema
custos no ambiente empresarial.
A constante evolução do processo produtivo trouxe consigo a
necessidade do controle mais apurado sobre os custos. Por isso, os estudos de
custos passaram a ganhar notoriedade. Evidencia-se que todas as entidades,
13
mesmo as sem fins lucrativos, necessitam conhecer seus custos. Todas,
indistintamente, consomem recursos, seja para produção ou prestação de serviço.
O estudo da ciência contábil para o tema de custos sempre esteve muito
voltado à área produtiva e para as empresas com fins lucrativos, mas, conforme
verificado anteriormente, todas as empresas necessitam de informações da
contabilidade. Desta forma surge o questionamento sobre como se encontram as
organizações que não possuem como função principal a de remunerar o capital.
Diante desses levantamentos o presente estudo tem como objetivo central
responder as questões pontuadas nos parágrafos anteriores tendo como referência
o seguinte problema: quais serão os resultados obtidos com a aplicação de um
método de custeio em uma entidade beneficente localizada no município de
Urussanga/SC?
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
O objetivo geral desta pesquisa é o de evidenciar as consequências da
aplicação de um sistema de apuração de custo em um hospital de médio porte,
sendo este uma entidade sem fins lucrativos, localizado no município de
Urussanga/SC.
Diante do tema, apresentam-se os objetivos específicos:
a) Caracterizar a instituição, conhecer os serviços prestados;
b) Levantar os recursos consumidos e classificá-los de acordo com a
teoria abordada;
c) Definir qual a metodologia de custeio que melhor se aplica a
organização;
d) Apresentar uma proposta de aplicação do custeio por absorção
nessa instituição.
14
1.3 JUSTIFICATIVA
A aplicação da contabilidade de custos representa o passo inicial para
adoção de uma perspectiva gerencial em qualquer empresa. Sem conhecer os
custos não é possível avaliar a qualidade dos processos e conhecer a
representatividade monetária dos produtos e/ ou serviços frente às receitas
(margens), e planejar os rumos da instituição.
Observa-se uma mudança significativa no comportamento dos gestores
nas empresas. Atualmente, estes conjugam seus esforços para minimização dos
custos. Diferente de como ocorria antigamente, quando a preocupação sumária era
somente a de maximizar os lucros. Este movimento está relacionado ao acirramento
na disputa pelo mercado consumidor, que obrigou e tem obrigado as empresas a
inovarem continuamente em um espaço de tempo cada vez menor bem como a
manterem seus preços em níveis constantes ou até mesmo reduzi-los.
Entretanto, tão importante quanto elencar e classificar custos em uma
instituição é transformá-lo em uma ferramenta de informação que possa fornecer aos
usuários da contabilidade de forma clara e objetiva o caminho que a entidade está
seguindo. Possibilitando a formação de um plano operativo, visando o controle e
acompanhamento dos custos, auxiliando a tomada de decisões.
Considerando as diversas aplicações da contabilidade de custos no
cenário empresarial, este trabalho visa demonstrar quais são os resultados do
desenvolvimento e aplicação de um sistema de apuração de custos em um hospital
situado no chamado terceiro setor da economia. Estas instituições são assim
classificadas, pois desempenham um papel social extremamente relevante. Ligadas
à saúde, educação e assistência social.
A adoção de um sistema de custo neste segmento contribuirá
significativamente para construção de uma cultura de gestão e controle de
processos dentro da entidade. Aprimorar-se-á a percepção do impacto dos gastos,
tendo como foco otimizá-los, evitando desperdícios. E se constituirá um modelo de
apuração de custos por departamento, por serviço que permita a avaliação dos
resultados, além de, servir como parâmetro para indicação da capacidade de
produção.
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo tem como objetivo apresentar a base teórica sobre a
contabilidade de custos. Possibilitando a compreensão geral sobre o tema por meio
da abordagem dos conceitos, da terminologia, das classificações e métodos
inerentes aos custos. Em seguida, serão abordadas brevemente as observações
científicas sobre as entidades sem fins lucrativos que se caracterizam como objeto
de estudo desta pesquisa.
2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade de custos configura-se como uma das mais antigas
temáticas da ciência contábil. Martins (2010) conta que esta emergiu da
contabilidade financeira durante a revolução industrial. Momento na história marcado
pelo crescimento das operações produtivas as quais trouxeram consigo a
necessidade da valoração dos estoques nas indústrias.
Atualmente, observa-se que uso conotativo do termo "custos" encontra-
se amplamente difundido na sociedade presente no cotidiano. Utilizado
constantemente sem se perceber e compreender seu real sentido.
2.1.1 Conceito
A diante será exposto o conceito de custo, tendo por propósito a
inicialização da teoria sobre o tema central deste estudo
Nascimento (2001, p.25) afirma que os custos representam "o somatório
de bens e serviços consumidos ou utilizados na produção de novos bens e serviços,
traduzidos em unidades monetárias".
Em uma visão corporativa, Bruni e Famá (2003, p. 22) traçam os objetivos
da contabilidade de custos dizendo que esta é "voltada à análise dos gastos
realizados pela entidade no decorrer de suas operações".
A contabilidade de custos, conforme citado pelos autores acima, está
ligada prioritariamente a movimentação de bens e serviços, que também se
classificam como a base do pensamento contábil.
16
Segundo Santos (2011, p.1) “a contabilidade é um ramo do conhecimento
necessário como eficiente instrumento de controle, planejamento e gestão de um
negócio com ou sem finalidades lucrativas".
A ciência contábil possui como atribuição o dever do registro e do controle
do patrimônio. Da mesma forma que o objetivo do estudo de custos. Sendo que este
também se volta para a compreensão dos impactos da sua geração frente à
evolução patrimonial (NASCIMENTO, 2001).
Leone (2000, p.19-20) aborda claramente as atribuições da contabilidade
de custos dizendo que esta “se destina a produzir informações para os diversos
níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de
desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões".
Observa-se que a contabilidade de custos possui um papel significativo e
de extrema relevância na gestão empresarial. Atualmente, desconhecê-lo ou ignorá-
lo exclui impiedosamente qualquer organização independente do porte do mercado
altamente competitivo (MARTINS, 2010).
2.1.2 Terminologia
No tópico anterior foram abordados os aspectos inerentes ao conceito da
contabilidade de custos, entretanto o tema possui uma terminologia específica que
engloba uma definição diferente para cada tipo de operação.
O conhecimento e a compreensão de cada classificação são de suma
importância conforme cita Dutra (1995, p. 27) “a convivência empírica das pessoas
com os custos ocasiona conflitos conceituais sobre preço, custo, receita, gasto,
desembolso e despesa".
A terminologia comum encontra-se dividida em gasto, desembolso
investimento, custo, despesa e perda. (MARTINS, 2010). Cada uma será abordada
detalhadamente abaixo.
Os gastos conforme Bruni e Famá (2004, p. 25) “consistem no sacrifício
financeiro que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer”
Oliveira e Perez Jr. (2005) alertam que apesar da semelhança o
desembolso não possui o mesmo sentido que o termo gasto. O desembolso
representa a saída de dinheiro da empresa enquanto o gasto, assim como no
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sentido literal da palavra, representa consumo, que neste caso será do bem ou
serviço adquirido. As definições de custo, despesa, perdas ou desperdícios estão
relacionados à aplicação destes gastos.
Os investimentos configuram-se como os gastos aplicados na obtenção
de rendimento futuro (BRUNI; FAMÁ, 2004).
Os custos na terminologia contábil são tratados como dispêndios (gastos)
ocorridos nos setores produtivos de uma empresa. Por outro lado, as despesas são
os dispêndios que ocorrem fora dos setores produtivos, geralmente nos
departamentos administrativos, financeiros e comerciais (OLIVEIRA; PEREZ JR.
2005).
Cita-se como exemplo de custos os recursos consumidos com matéria
prima, mão de obra, seguros e aluguéis da fabrica. Para as despesas tem se como
exemplo os gastos com as vendas e salários dos funcionários que atuam nas alas
administrativas (BRUNI; FAMÁ, 2004).
Por fim, as perdas podem ser conceituadas como o “bem ou serviço
consumido de forma anormal e involuntária” (MARTINS, 2010).
Dutra (1995, p. 29) orienta que “na prática, o importante é o perfeito
entendimento de cada tipo de custo dentro do seu grupo de classificação, tendo em
vista o objetivo a ser alcançado em cada trabalho ou estudo específico".
2.1.3 Classificação do Custo
Os custos de acordo com a terminologia contábil tratada no tópico
anterior, em resumo são os gastos aplicados nos setores produtivos. Esta subdivisão
do gasto apresenta outras classificações. Que são definidas conforme a natureza, a
função, a apuração, a contabilização entre diversos fatores.
É de suma importância que haja uma analise criteriosa destas
classificações para que se possa cumprir corretamente a finalidade de apuração de
custos. Ao fim do processo será possível determinar o custo unitário do produto ou
serviço, ou o custo global da unidade de produção (DUTRA, 2003).
A seguir estão elencadas as classificações de tipos de custo mais comuns
segundo Nascimento (2001, p.26-27):
18
Quadro 1 – Classificação dos Custos
FATOR CLASSIFICAÇÃO
INCIDÊNCIA (IDENTIFICAÇÃO) DIRETO INDIRETO
VOLUME VARIÁVEL FIXO
Fonte: Adaptado de Nascimento (2001, p. 26-27)
Nos próximos tópicos será explanado sobre estas classificações
considerando aquelas mais abordadas na literatura contábil sobre o tema custos.
2.1.3.1 Custos Fixos e Variáveis
São os custos que se relacionam diretamente com o volume das
operações dentro das organizações.
Para Bruni e Fama (2004, p.32) os custos fixos são “os custos que, em
determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não variam,
qualquer que seja o volume de atividade da empresa”.
Megliorini (2007, p. 10) complementa afirmando que os custos fixos são
os “que ocorrem de qualquer maneira, pois sustentam a estrutura operacional da
empresa".
Por outro lado, o custo variável é aquele em que “seu valor altera-se
diretamente em função das atividades da empresa”. (BRUNI E FAMA 2003, p.32).
Neste caso, quanto maior o volume de produção maior será o custo variável
(MARTINS, 2010).
A característica principal para o surgimento dos custos variáveis é que
somente há incidência deste tipo de custo quando ocorre produção de bens ou
serviços (MEGLIORINI, 2007).
2.1.3.2 Custo Direto e Indireto
Este tipo de custo é classificado de acordo com apropriação dos recursos
ao produto ou serviço (MARTINS, 2010), ou seja, relaciona-se com “à forma de
associação dos custos com os produtos fabricados” (BRUNI; FAMÁ, 2004, p. 31).
19
Para Nascimento (2001, p. 28) o “custo direto é o que incide diretamente
sobre a produção ou a venda de um bem ou serviço”. De acordo com Martins (2010),
estes custos são alocados diretamente aos produtos produzidos ou serviço prestado,
cita-se como exemplo a matéria-prima e a mão de obra.
A matéria-prima representa os materiais aplicados na produção para a
obtenção de um produto final. A mão de obra - direta representa aquele que utiliza
das matérias primas no processo produtivo. Neste caso, seu gasto (custo) pode ser
efetivamente mensurado (SANTOS, 2011).
Nascimento (2001, p. 28) afirma que o:
Custo indireto é o que, embora não incida diretamente sobre a produção ou a venda, é parte integrante como resultante da participação das atividades de apoio ou auxiliar ao processo de transformação, produção e comercialização de um bem ou serviço.
Santos (2011, p. 25) expõe que os custos indiretos de produção “[...]
complementam uma atividade e são incorridos de forma indireta ou geral,
beneficiando, dessa maneira, todos os bens ou serviços produzidos ou serviços
prestados”.
Para Megliorini (2007, p. 9), “a regra básica para essa classificação é: se
for possível identificar a quantidade do elemento de custo aplicada no produto, o
custo será direto. Se não for possível identificar essa quantidade, o custo será
indireto".
2.1.4 Métodos de Custeio
Após a compreensão sobre o conceito de custos, sua terminologia e
classificação torna-se possível tratar dos métodos de custeio que representam a
base para formação de um sistema de custos em uma organização.
Para Megliorini (2007, p.2) "os métodos de custeio determinam, a forma
de valoração dos objetos de custeio". Dentre os métodos existentes há aqueles
considerados tradicionais como o sistema de custeio por absorção e o variável além,
daquele que se destaca como método atual sendo chamado de custeio por atividade
ou simplesmente ABC (BERTO; BEULKE, 2006).
20
"O estudo dos custos de produção pode ser feito sob dois enfoques: o
econômico e o contábil. O primeiro diz a respeito aos custos para tomada de
decisões, e o segundo trata dos custos voltados para a apuração do resultado"
(DUTRA, 2003, p. 226)
Nos tópicos a seguir serão abordados os conceitos e os aspectos
relacionados aos principais métodos de custeio.
2.1.4.1 Custeio por Absorção
Configura como um dos principais e mais conhecidos métodos de custeio,
também chamado de custeio pleno ou integral, tem como princípio fundamental, a
apuração do resultado. Destaca-se por repassar o montante de custos de produção
ocorridos aos produtos e serviços produzidos ou prestados (DUTRA, 2003).
Bertó e Beulke (2006, p. 32) afirmam que esta metodologia de custo
“caracteriza-se pela apropriação de todos os custos aos produtos (tanto variáveis
como fixos, ou então tanto diretos como indiretos)."
Configura-se como um dos métodos mais utilizados, pois se encontra de
acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos e atende as exigências da
legislação fiscal em vigor no país (MARTINS, 2010).
Entretanto, esta condição não representa maiores vantagens, pois de
acordo com Santos (2011, p.74):
[...] o sistema por absorção é falho em muitas circunstâncias, como instrumento gerencial de tomada de decisão, porque tem como premissa básica os "rateios" dos chamados custos fixos, que, apesar de aparentarem lógicos, poderão levar a alocações arbitrárias e até enganosa.
Por meio desta abordagem inicial é possível observar a importância e
aplicabilidade dos métodos de custeio nas operações de uma empresa. Sendo
necessário que o pesquisador e/ou o analista de custo reflita amplamente sobre o
objeto de custo que se pretende alcançar.
21
2.1.4.2 Custeio Variável
O custeio variável difere do custeio por absorção por tornar flexível o
processo de apuração, desconsiderando a alocação dos custos fixos aos produtos
(BERTO; BEULKE, 2006).
Conforme Oliveira e Perez Jr. (2005, p.125) “no custeio variável, somente
os custos variáveis de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos [...]”.
Nesta concepção compõem o custo dos produtos estes que se alteram
em função do volume de produção, ou seja, conforme dito anteriormente somente os
custos variáveis. O custo fixo é considerado como despesa para manutenção dos
fatores produtivos, sendo lançado diretamente no resultado (MARTINS, 2010).
Nascimento (2001) aborda as vantagens oferecidas na utilização do
custeio variável, afirmando que por meio de sua aplicação são excluídos os critérios
de rateio dos custos fixos possibilitando a identificação das margens de contribuição
dos produtos.
Esta pode ser conceituada como a diferença entre o total da receita e a
soma dos custos e despesas variáveis, e possui a faculdade de facilitar a percepção
da potencialidade de cada produto (MARTINS, 2010).
É importante frisar que, ao contrário do custeio por absorção, o custeio
variável não atende aos princípios contábeis e as normas fiscais. Neste caso sua
utilidade está voltada para critérios gerenciais e a gestão de processos internos da
empresa (OLIVEIRA; PEREZ JR., 2005).
2.1.4.3 Custeio ABC
O custeio ABC, representa a evolução dos sistemas de apuração vistos
anteriormente. “O ABC foi criado como instrumento para auxiliar na tomada de
decisão, pois segundo os seus criadores os custos das atividades ficariam mais
visíveis e fáceis de serem detectados [...]" (SANTOS, 2011, p. 217).
Segundo Megliorini (2007) o surgimento de novas técnicas de custeio,
ocorreu principalmente devido a ampla elevação dos custos indiretos, igualando-se o
grau de relevância com os custos diretos, sobre os fatores de produção. Diante
disso, as informações prestadas pelos métodos anteriores não atendiam mais as
22
necessidades dos gestores devido à evolução tecnológica e ao aumento da
competitividade no cenário empresarial atual.
O custeio baseado em atividades (ABC - Activity Based Costing) (grifo nosso) é uma metodologia que surgiu como instrumento da análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma empresa (OLIVEIRA; PEREZ JR., 2005, p. 182).
Segundo Bertó e Beulke (2006, p.36) "[...] o conceito fundamental do
sistema ABC é que atividades consomem recursos e produtos consomem
atividades, a classificação inicial dos custos e das despesas é por atividade".
Oliveira e Perez Jr. (2005, p. 186) afirmam que "uma atividade é uma
combinação de recursos humanos, materiais tecnológicos e financeiros, para
produzir bens e serviços".
O uso do custeio ABC está condicionado a etapas, que auxiliam na
obtenção do custo conforme objeto de custo traçado. Martins (2010) expõe essas
etapas, explicando que o primeiro passo para uso do ABC consiste na definição das
atividades relevantes e dos direcionadores de custos de recursos. Depois de
custeada a atividade, realiza-se a transferência para cada produto por meio dos
direcionadores estabelecidos.
O custeio baseado em atividades (ABC) representa um aperfeiçoamento
significativo dos métodos de custeio considerados tradicionais. A adoção deste
método representa a abolição de critérios arbitrários de rateio para os custos
indiretos, mas não exclui completamente os custos fixos na apuração dos custos dos
produtos ou serviços.
2.1.5 Centros de Custos/ Departamentalização
A diversidade de produtos e relações existentes dentro das organizações
traz a necessidade de apuração dos gastos não somente nas operações, mas
também nos locais onde ocorrem. Nestas condições é preciso refletir amplamente
sobre o funcionamento da empresa para que seja possível estabelecer os chamados
centros de custos.
23
Eles representam uma “unidade mínima de acumulação de custos,
embora não seja necessariamente uma unidade administrativa, isto só ocorre
quando ele coincide com o próprio departamento” (RITTA; ALVES, 2013, p. 116).
Martins (2010, p. 44) afirma que se “ diz unidade mínima admistrativa
porque sempre há um responsável para cada Departamento ou, pelo menos deveria
haver”.
A adoção do sistema de centros de custos ou custo departamental,
requer a existência de dois tipos de departamentos. Os conhecidos como
departamentos produtivos, responsáveis pelo processo de produção e fornecimento
de materiais e/ou serviços ao cliente. E os departamentos classificados como de
serviços,apoio, ou auxiliares, que possem a função de prover os departamentos
produtivos (RIBEIRO, 2002).
Um departamento representa um centro de custos e neste concentram-se
os custos indiretos que deverão ser transferidos entre os centros (MARTINS, 2010).
Bornia (2002, p. 101) destaca que “os centros de custos são
determinados considerando-se organograma (cada setor da empresa pode ser um
centro de custos) [...]”.
Desta forma é possível estabelecer o esquema completo da contabilidade
de custos, proposto por Martins (2010) e adaptado no Quadro 2 a seguir.
Quadro 2 – Esquema Básico Completo de Custos
Etapa Descrição
1 Separação dos Custos e Despesas.
2 Apropriação dos Custos Diretos diretamente aos Produtos.
3 Apropriação dos Custos Indiretos que pertencem, visivelmente, aos Departamentos agrupando à parte os comuns.
4 Rateio dos Custos Indiretos comuns aos diversos Departamentos, quer de Produção, quer de Serviços.
5 Escolha da sequência de rateio dos Custos acumulados nos Departamentos de Serviços e sua distribuição aos demais Departamentos.
6 Atribuição dos Custos Indiretos que agora só estão Departamento de Produção aos produtos seguindo critérios fixados.
Fonte: Adaptado de Martins (2010, p. 50-51)
24
2.2 TERCEIRO SETOR
Este trabalho tem como objetivo central tratar sobre a contabilidade de
custos. Entretanto, não direciona seus estudos a organizações que possuem como
interesse principal o de obtenção de lucros, mas sim daquelas voltadas para o
interesse social, consideradas pelas suas características e forma de atuação como:
entidades do terceiro setor. Abaixo serão demonstrados os motivos desta
classificação.
As empresas do terceiro setor são responsáveis pelo fornecimento de
serviços sociais. Machado (2009, p. 30) afirma que o terceiro setor é "uma
dissidência do Estado (público) e do Mercado (privado), ou seja, público, porém
privado; porque se relaciona com ambos".
“O terceiro setor é formado por entidades privadas, cujo objetivo é
fornecer a sociedade o que lhe é de direito, garantido na Constituição Federal”
(MACHADO, 2009, p. 30).
De acordo com o novo código civil, o terceiro setor é composto de
organizações privadas de fins não econômicos que visam o atendimento de
necessidades coletivas da sociedade (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002).
Cabe ressaltar que estas instituições, por não visarem lucro, não
significam que não os obtenham, as entidade de fins não econômicos, por
possuírem caráter privado, estão sujeitas a geração de lucro o qual deve ser
integralmente aplicado na sua atividade-fim, desta forma não é tratado como lucro,
mas como superávit. Caso isto não ocorra, descaracteriza seus aspectos
assistências (MACHADO, 2009).
2.3 CUSTO HOSPITALAR NO BRASIL
Após a compreensão à cerca dos conceitos da contabilidade de custos e
sobre qual perspectiva este será conduzido, torna-se necessário abordar, como se
encontram os estudos de custos no Brasil relacionados à saúde, principalmente aos
hospitais foco deste trabalho.
Os hospitais caracterizam-se como instituições complexas devido a gama
de recursos materiais e tecnológicos consumidos, aliado a necessidade de uma
25
equipe multidisciplinar engajada na prevenção, cura e/ou reabilitação de seus
pacientes. Em relação aos demais estabelecimentos do setor são os que mais
gastam (BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Dessa forma considerando o exposto acima, e de acordo com La Forgia e
Coutollenc (2009, p. 56) :
Como hospitais recebem a maior parcela do gasto com saúde no Brasil, quaisquer conquistas com relação a eficiência e controle de custos poderiam trazer benefícios significativos para todo o setor de saúde, porque liberariam recursos para a expansão de outros serviços ou para melhoria na qualidade de atendimento.
O motivo para adoção do controle e gerenciamento de custo no ambiente
hospitalar é o de conhecer o valor do serviço prestado. Para isto é necessário o uso
de uma metodologia de custeio que, bem aplicada, auxiliará os gestores na
condução do planejamento estratégico da organização.
Observa-se que os estudos de custos em saúde são extremamente
necessários, pois a maioria dos problemas enfrentados pelo setor concentra-se na
falta de informações sobre a qualidade, eficiência sobre os custos na atenção
hospitalar (LA FORGIA e COUTTOLENC, 2009).
26
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capítulo será abordado o enquadramento metodológico da
pesquisa. Posteriormente serão abordados os procedimentos utilizados para coleta
de dados.
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
Em relação aos objetivos, este estudo classifica-se como descritivo, pois,
segundo Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 61) “a pesquisa descritiva, registra, analisa
e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Desta forma, este
estudo descreve as características da estrutura de custos em uma instituição
hospitalar e busca demonstrar os reflexos destes estudos para melhor
acompanhamento e gestão do negócio.
Para a análise dos dados utilizou-se abordagem qualitativa. Segundo
Appolinário (2006) a abordagem qualitativa vale-se da coleta de dados baseada na
relação do pesquisador com o objeto da pesquisa. Assim, os dados obtidos junto à
instituição objeto do estudo foram classificados em quadros e outros relatórios
ressaltando a análise qualitativa do estudo que tem por função demonstrar os
resultados do controle e mensuração de custos.
Os procedimentos de pesquisa decorrentes do presente estudo pautaram-
se na pesquisa bibliográfica, seguido de um estudo de caso. Inicialmente foram
relacionadas e confrontadas as percepções de inúmeros autores sobre a
contabilidade de custos. Conforme orienta Marconi e Lakatos (2008, p. 57) expondo
que “a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema estudado [...]”.
Quanto ao estudo de caso este consiste na obtenção de informações para
formulação de respostas a um problema proposto e em determinados casos pode
apresentar novas soluções ou situações não pontuadas anteriormente (MARCONI;
LAKATOS, 2008).
Assim, apurou-se a forma como os recursos são processados e
consumidos dentro da organização visando à formulação de um plano de custos
para a instituição.
27
3.2 PROCEDIMENTO PARA COLETA E ANÁLISE DE DADOS
Para alcançar os objetivos propostos foi realizado estudo de caso, em
uma instituição beneficente com atuação no ramo hospitalar. Para formulação da
pesquisa foram necessárias averiguação dos softwares de gestão da entidade, de
onde foram extraídos relatórios com dados sobre os custos de acordo com a
pesquisa bibliográfica realizada. Estes relatórios foram submetidos à análise,
posteriormente classificados em quadros para interpretação de dados e produção de
informações que tornasse possível a avaliação da relevância e abrangência dos
custos para a instituição.
Juntamente, procedeu-se levantamento de dados com os profissionais
dos setores de compra, almoxarifado, financeiro e departamentos de atendimento ao
paciente. Esta busca é importante para obtenção de dados que não transitam pelos
sistemas computacionais, mas que são extremamente necessários para
compreensão do processo e para que não ocorram desvios devido à baixa amplitude
de exploração.
Em síntese, as informações para classificação e mensuração valeram-se
do custo histórico do ano de 2014. A coleta dos dados foi realizada nos meses de
março e abril de 2015. E tiveram como base relatório de compras, saídas por centros
de custos, relatórios de consumo e de compras entre outros documentos
departamentais.
28
4 ESTUDO DE CASO
Neste capítulo são abordados de forma aplicada os conceitos tratados
nos tópicos anteriores. Na busca pela interação entre a teoria e a prática, adotou-se
como objeto de estudo, uma instituição hospitalar beneficente localizada no
município de Urussanga/SC. Inicialmente foram verificados os processos internos da
instituição dos meios de controle, produção e disseminação da informação a fim de
analisar o comportamento do consumo de recursos e projetar sua apuração.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO RAMO DE ATUAÇÃO
O objetivo central deste trabalho é contribuir para a expansão dos estudos
sobre os custos na prestação de serviços em saúde. Tendo como foco o ambiente
hospitalar. Para adentrar neste universo faz-se necessário o conhecimento sobre as
características deste setor.
Dados gerais apontam que o setor de saúde movimenta por ano no Brasil
R$ 438 bilhões, representando 9,2% do Produto Interno Bruto - PIB. O setor é
responsável por 1,6 milhões de empregos diretos divididos em 256.688
estabelecimentos (MENDONÇA, 2014).
De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde –
CNES (2015) encontra-se em funcionamento em todo Brasil mais de seis mil
unidades hospitalares subdivididas de acordo com a sua característica de
atendimento em: hospital geral, no qual se enquadra a empresa em estudo; e
hospital especializado.
No primeiro caso os serviços prestados têm por enfoque o atendimento
nas especialidades básicas. O segundo, conforme o próprio nome trata, tem por
função fornecer assistência à saúde em uma única especialidade/área.
A gestão destas unidades encontra-se dividida entre a iniciativa pública,
neste caso sendo de responsabilidade governamental e privada, com finalidade
lucrativa ou não de acordo com sua constituição.
A empresa em estudo atua no ramo hospitalar, inserida no chamado
terceiro setor da economia. Esta designação esta relacionada com seu aspecto
29
jurídico que de acordo com seu estatuto constitui-se de uma Associação Civil,
beneficente e filantrópica.
Caracterizada como uma instituição privada sem fins lucrativos, não
possui vínculo direto ou aspecto de dependência de recursos e/ ou tecnologia de
outras entidades, nem relação direta com órgãos governamentais. No Quadro três
(3) estão relacionados os principais serviços prestados e a quantidade de
atendimentos ao longo do ano de 2014.
Quadro 3 – Especialidades do Hospital e atendimentos em 2014
Especialidades
Atendimentos
2014 (Quantidade)
Sistema Único de Saúde - SUS
Particular e Planos de Saúde
Urgência e Emergência
46 mil atendimentos
38,7 mil atendimentos 84% do total
7,3 mil atendimentos 16% do total
Centro Obstétrico
Centro Cirúrgico
Clínica Psiquiátrica
Clínica Hospitalar Fonte: Adaptado de relatórios da instituição
Em aspectos financeiros a instituição movimentou no exercício de 2014,
cerca de R$ 6,4 milhões. Estes valores advêm da soma dos repasses recebidos pelo
Ministério da Saúde, das operadoras de planos de saúde e das contas particulares
faturadas em virtude dos serviços prestados. Também compõem este total os
valores percebidos sob a forma de subvenções e doações de pessoas físicas e
jurídicas.
A entidade possui uma longa história marcada por dificuldades e
superações. Semelhante a de muitas entidades do setor que enfrentam graves
problemas financeiros, devido, principalmente, ao sub-financiamento do SUS que
gera uma disparidade entre os valores gastos e recebidos na prestação do serviço.
Em consonância a este fator, relaciona-se a dificuldade de investimentos que
impacta diretamente na redução da qualidade do atendimento.
Outro fator de grande relevância são as necessidades gerenciais que
atravessam estas instituições. O desconhecimento de técnicas de gestão e, a não
adoção de critérios de avaliação de resultados fazem com que muitas instituições
30
apliquem medidas baseadas no empirismo. De modo que estas ações acabam não
solucionando os problemas aos quais se destinavam ou tendem a gerar novos.
4.2 DESCRIÇÃO DA ENTIDADE E SEUS SERVIÇOS
O Hospital Nossa Senhora da Conceição, encontra-se em atuação há
mais de 87 anos, foi fundado em 08 de dezembro de 1927. Situa-se na Avenida
Presidente Vargas no Centro de Urussanga/SC. Possui 116 leitos e representa um
importante fornecedor de serviços de saúde para os municípios de Urussanga e
Cocal do Sul além de, complementar a atenção á saúde de nível médio (considerado
aquele com menor índice de gravidade) em toda região sul do estado.
Atualmente sua equipe é composta por cerca de trinta (30) médicos,
quarenta e cinco (45) profissionais de enfermagem, além de um (1) psicólogo, um (1)
farmacêutico, uma (1) nutricionista e um (1) fisioterapeuta, que juntos, atuam no
tratamento das condições físicas e mentais de seus pacientes.
Após a compreensão das características relacionadas à instituição
descreve-se o processo produtivo. Cabe ressaltar, que não faz parte do escopo do
processo produtivo à obtenção de um produto físico, ou seja, material.
Por se tratar de uma prestadora de serviço configura-se como produto
final o atendimento ofertado ao paciente peculiarmente chamado de procedimento.
Comumente a outras organizações do ramo, a principal função da
instituição é a de promover a reabilitação daqueles que de alguma forma encontram-
se em condições patológicas. Para compreensão do serviço prestado é preciso
estratificar o processo de atendimento do paciente, importante para o entendimento
do uso e consumo de recursos nos diversos procedimentos realizados pela
instituição.
Observa-se que o processo (prestação do serviço) inicia-se pela
classificação do tipo de atendimento: urgente ou eletivo. No primeiro caso, o
paciente é recebido na urgência e emergência da instituição onde é realizada a
avaliação da enfermagem seguido da avaliação médica. Após esta etapa, e por
critérios médicos, pode ocorrer à solicitação de novos procedimentos como:
medicação, acompanhamento pela equipe de enfermagem, exames de imagem
31
(raios-x e ultrassom), exames laboratoriais, internação e/ou acompanhamento por
outros profissionais de saúde.
Ocorrendo a solicitação de internação, o paciente é encaminhado a outras
unidades de tratamento como: clínica hospitalar, centro obstétrico, centro cirúrgico
ou clínica psiquiátrica, dependendo do caso. Nestes departamentos os pacientes
permanecem por determinados dias, onde ocorre o acompanhamento de médicos
clínicos e especialistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e,
assim como acontece no pronto atendimento, são solicitados procedimentos
complementares, os quais são prestados diretamente pela instituição, conforme os já
mencionados ou por meio da contratação de terceiros. A Figura um (1) ilustra o fluxo
de atendimento da organização.
Figura 1 – Fluxograma de Atendimento Hospitalar
INICIO
CLASSIFICAÇÃO
DO ATENDIMENTO
ATENDIMENTO
ELETIVO
ATENDIMENTO DE
URGÊNCIA
AVALIAÇÃO DE
ENFERMAGEM
(IMEDIATA)
AVALIAÇÃO
MÉDICA
(IMEDIATA)
NOVOS
PROCEDIMENTOS
ACOMPANHAMENTO
DE ENFERMAGEM
(PERMANETE)
VISTA MÉDICA
(PERMANENTE)
REALIZAÇÃO DE
MEDICAÇÃO
REALIZAÇÃO DE
EXAMES
ANALISE MÉDICA
DOS RESULTADOS
PACIENTE
ESTA BEM?NÃO
SIM
ALTA HOSPITALAR FIM
Fonte: Elaborado pelo autor
32
O atendimento eletivo configura-se pelo atendimento com menor grau de
risco, onde não há necessidade de intervenção imediata. Neste caso o paciente não
é recebido pela unidade de urgência emergência da instituição e sim pela recepção
geral que efetua o encaminhamento as unidades de tratamento ou de diagnóstico
para realização de exames a pedido de outras empresas ou instituições.
4.2.1 Unidades da Organização e Serviços Prestados
Considerando as inúmeras operações realizadas pela entidade, e visando
a compreensão geral sobre as atividades desenvolvidas pela instituição, foram
elaborados quadros sintéticos. Estes estão separados de acordo com a finalidade de
cada unidade, demonstrando os principais serviços prestados pela instituição.
4.2.1.1 Unidades de Tratamento
Representam os setores onde os pacientes são atendidos diretamente,
Devido as suas características ao longo deste trabalho serão consideradas como
unidades produtivas. O Quadro quatro (4) demonstra os departamentos de
tratamento da organização em estudo.
Quadro 4 – Unidades de Tratamento da Entidade e Serviços Obtidos
Unidade Atividades desenvolvidas Serviço (Cont.)
Urgência e
Emergência
Atendimento imediato para
manutenção das condições mínimas
de saúde.
Consulta; Medicação;
Curativo; Sutura;
Gesso; Observação.
Centro Cirúrgico Aplicação de técnicas cirúrgicas
para melhorar condições de saúde.
Consulta;
Cirurgia.
Centro Obstétrico Cuidado à gestante nos instantes
que antecedem o nascimento e após
este. E cuidados ao recém-nascido.
Consulta;
Parto normal;
Parto Cesáreo.
Continua...
33
Conclusão.
Unidade (Cont.) Atividades desenvolvidas Serviço (Cont.)
Unidade
Psiquiátrica
Corresponde a serviços destinados a
orientação, acompanhamento e
tratamento de transtornos causados
pelo consumo de substâncias
químicas.
Consulta;
Medicação.
Clínica Hospitalar Acompanhamento prolongado dos
pacientes visando garantir a plena
recuperação.
Consulta;
Medicação;
Curativo.
Fonte: Elaborado pelo Autor
4.2.1.2 Unidades de Apoio
As atividades desenvolvidas pelas unidades de apoio não caracterizam a
finalidade da instituição e em alguns casos não se relacionam diretamente com o
paciente, porém são essenciais para o funcionamento de toda a instituição. O
Quadro cinco (5) destaca estas unidades.
Quadro 5 – Unidades de Apoio da Entidade e serviços prestados
Unidade Atividades desenvolvidas Serviço
Higienização Compreende os recursos materiais e
de pessoal dispensados na limpeza
de todas as unidades.
Limpeza (Metros)
Lavanderia
Rouparia
Costura
Nesta unidade são processadas
todas as roupas, lençóis, cobertores
e demais artigos têxteis utilizados
nas demais unidades.
Roupa Lavada (Kg);
Costuras (Metros)
Raio -X Representa a unidade destinada à
realização, processamento e
avaliação de exames de imagem.
Laudo de Raio –X;
Laudo de Mamografia
Continua...
34
Conclusão.
Unidade (Cont.) Atividades desenvolvidas (Cont.) Serviço (Cont.)
Nutrição e
Dietética
Responsável pela elaboração e
distribuição de refeições aos
pacientes nas unidades de
tratamento
Consulta/Avaliação
Café da Manhã;
Almoço;
Jantar.
Fonte: Elaborado pelo Autor
4.2.1.3 Unidades Administrativas
As unidades administrativas, como nas demais empresas, não se
relacionam com o processo produtivo, assim como não faz parte de suas atividades
a obtenção de produto ou prestação de serviço ao cliente. Seus esforços
concentram-se na obtenção de receita. O Quadro seis (6) expõe as unidades
administrativas.
Quadro 6 – Unidades Administrativas
Unidade Atividades desenvolvidas
Financeiro Unidade que realiza a gestão financeira da Entidade
(contas a pagar e a receber).
Compras Atua na reposição dos estoques e mantimentos, por meio
do contato com fornecedores.
Farmácia Realiza a distribuição de medicamentos e materiais aos
pacientes.
Almoxarifado Estoca e fornece suprimentos para todas as unidades da
instituição.
Departamento-
Pessoal
Responsável pelos registros de funcionários, cálculos de
salários e outras funções relacionadas à parcela de
recursos humanos.
Faturamento Atua no fechamento de contas de pacientes (prontuário) e
geração de remessas de cobrança.
Continua...
35
Conclusão.
Unidade(Cont.) Atividades desenvolvidas (Cont.)
Captação de
Recursos
Relaciona-se com as fontes de recursos advindas de
financiadores com objetivo especifico, firmadas através de
convênios ou parcerias.
Central Telefônica Atua no atendimento e encaminhamento de telefonemas e
fax.
Recepção de
Internação
Agenda encaminha e presta orientação quanto à internação
e realização de procedimentos eletivos.
Recepção Atua no atendimento aos pacientes em urgência e
emergência.
SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatística - Controla, organiza
e arquiva todos os prontuários de pacientes atendidos.
Contabilidade Responsável pelos controles e registros contábeis.
Fonte: Elaborado pelo Autor
Destaca-se que a setor de farmácia na organização em estudo atua
somente na distribuição de materiais médicos e medicamentos para os outros
departamentos dessa forma encontra-se inserida nas unidades administrativas.
Semelhante aos serviços prestados pela recepção que não são considerados como
auxiliares ao processo de atendimento porque simplesmente servem para
encaminhamento e orientação dos pacientes.
4.3 MÉTODO DE CUSTEIO ADOTADO
De acordo com o hospital em estudo, verifica-se a necessidade da
abordagem de custos na entidade, visando seu acompanhamento e obtenção de
resultados para avaliação da eficácia na sua aplicação. Para isto o primeiro passo
consiste na definição do método de custeio que será o norteador da pesquisa e, da
forma como os gastos deverão ser catalogados e classificados na busca de
encontrar o custo dos serviços prestados pela entidade.
Assim procurando compreender o consumo dos gastos e realizar
projeções para entidade a fim de que se tornem úteis para tomadas de decisão, foi
36
estabelecido que o método de custeio a ser adotado fosse o por absorção, pois, em
suma, representa a inicialização do modelo de controle e aplicação de custo no
ambiente empresarial.
4.3.1 Etapas de Implantação do Sistema de Custeio por Absorção
Foram realizados levantamentos na instituição, com o intuito de averiguar
a forma pela qual as informações inerentes ao custo estariam sendo catalogadas e
disseminadas. Observou-se que são realizados controles de consumo de recursos
por meio de “software” e que há a divisão de centros de custos. Entretanto,
percebeu-se que não há uma metodologia na apuração destes custos. Gerando
diversas dúvidas quanto à validade destas informações.
Desta forma, o presente estudo propõe-se a estabelecer um modelo de
gestão de custos voltado para o cenário hospitalar baseado no método de custeio
por absorção. Para que seja possível alcançar o objetivo proposto o processo
encontra-se segmentado em seis etapas elencadas abaixo:
1. Segmentação dos Centros de Custos;
2. Definição dos itens de gastos e divisão em custos e despesas;
3. Critérios de rateio dos custos indiretos
4. Coleta de dados e modelo de apuração dos custos totais e unitários;
5. Cálculos, esquema de apuração dos custos;
6. Produção de relatórios e análise das informações.
A seguir, serão abordados detalhadamente as etapas supracitadas,
correlacionadas com o cenário atual da empresa pesquisada.
4.3.1.1 Segmentação dos Centros de Custos
Esta primeira etapa consiste na divisão da entidade em unidades de
acordo com as atividades desenvolvidas, considerando o consumo de recursos e os
produtos obtidos em cada uma. Representa uma das fases mais importantes na
37
aplicação de um método de custeio, pois, por meio deste serão concebidas as
análises sobre a forma de alocação e distribuição dos custos.
Os centros de custos são subdivididos de acordo com o seu
relacionamento com os fatores produtivos. Assim, os centros de custos que atuam
diretamente na prestação dos serviços (unidades de tratamento) são classificados
em centros de custos produtivos. Aqueles que complementam a prestação de
serviço e/ou prestam serviços aos centros de custo produtivos serão tratados como
centros de custos de apoio (unidades de apoio). Por fim, os centros de custos
responsáveis pela gestão da entidade, são conhecidos como centros de custos
administrativos.
Atualmente a instituição aplica o conceito de centro de custos, ora de
acordo com os departamentos existentes na instituição, ora de acordo com o tipo de
informação necessária. No Quadro sete (7) apresenta-se o mapa de centros de
custos da entidade.
Quadro 7 – Mapa de Centro de Custos Existente
Cód. Centro de Custo Cód. Centro de Custo
1 Ala São Jorge 28 Mamografia
2 Clinica Psiquiátrica 30 Farmácia
3 Maternidade 31 Nutrição
4 Pediatria 32 Voluntárias
5 Ambulatório 33 Recursos Humanos
6 Santa Tereza 34 Costura
7 Raio - X 35 Material Vencido
8 Almoxarifado 36 Refeitório
9 Enfermaria 40 Limpeza e Higienização (Santa Teresa)
10 Centro Cirúrgico 41 Limpeza e Higienização (Maternidade)
11 Berçário 42 Limpeza e Higienização (Clinica e UD)
12 Cozinha 43 Limpeza e Higienização (Pronto Socorro)
13 Manutenção 46 Internação
14 Pronto Socorro 47 Arquivo
15 Lavanderia 48 Portaria PS
16 Setor de Limpeza 49 UD
17 Perdas (Farmácia) 50 Assistente Social
18 Recepção 51 Ortopedia
19 Setor Pessoal 52 Refeitório
20 Faturamento 53 Telefonista
21 Endoscopia 54 Psicólogo
22 Fisioterapia 55 Obras em andamento
23 Perdas (Almoxarifado) 56 Psiquiatria
24 Administração 59 Compras Fonte: Adaptado de relatórios da Entidade
38
Devido à complexidade da instituição e a ampla variedade de serviços
prestados, acredita-se que a melhor forma de apuração dos custos se dá por meio
da departamentalização. De acordo com a teoria verificada a departamentalização
aplicada na criação de centro de custos utiliza como base a estrutura organizacional
da entidade. Na Figura dois (2), relacionada a seguir, está disposta a hierarquia da
organização.
Figura 2 – Organograma do Hospital
Fonte: Dados da Empresa
39
A grande quantidade de centro de custos existentes dificultava a análise,
comprometendo diretamente a qualidade da informação. Visando simplificar o
processo de apuração, tendo por foco o controle de custos, foram codificados os
departamentos de acordo com o organograma.
Após a avaliação da estrutura organizacional da instituição, elencou-se
como proposta o seguinte mapa de centro de custos segundo a Figura três (3).
Figura 3 – Estrutura de Centros de Custos
10.000
10.10010.200 10.300
10.110
10.120
10.130
10.140
40.000 50.00030.00020.000
20.100
20.110
20.120
20.130
20.140
20.150
20.160
20.170
20.180
20.190
20.200
20.210
20.220
40.100 40.200 40.300 40.400 40.500 40.600
40.110
40.120
40.210
40.220
40.310
40.320
40.330
40.340
40.610
40.620
40.630
40.640
40.650
40.660
40.670
40.680
40.690
60.000
60.100
60.200
60.300
60.400
60.500
60.600
60.700
40.611
Fonte: Adaptado de Organograma da Entidade
40
4.3.1.2 Definição e Classificação dos itens de Gastos
Nesta etapa, os gastos da instituição serão listados e divididos em custos
diretos, indiretos e em despesas. Para que isso seja possível, primeiramente, faz-se
necessário conhecer quais tipos de gastos/recursos são consumidos pela instituição.
4.3.1.2.1 Itens de Gastos
Inicialmente foram elencados os tipos de gastos ocorridos na instituição,
após isto, separados em custos e as despesas conforme Quadro oito (8).
Quadro 8 – Divisão dos recursos consumidos pela Instituição
GASTOS CUSTOS DESPESAS
Água X X
Alimentos X
Depreciação X X
Energia Elétrica X X
Manutenção X X
Mão de Obra X X
Materiais Médicos X
Material de Expediente X X
Material de Higiene e Limpeza X X
Medicamentos X
Seguro X
Serviço de Terceiros X X
Telefones / Internet X X Fonte: Elaborado pelo Autor
Os recursos utilizados nos setores produtivos e aplicados diretamente na
prestação de serviço correspondem a custos diretos, como exemplo cita-se os
medicamentos. Após apurados, estes custos compõem a parcela do custo do
serviço prestado.
Os custos indiretos também irão compor o custo do produto, entretanto,
como não é possível mensurar precisamente o quanto cada serviço consumiu, estes
custos serão tratados primeiramente pelos centros de custos.
41
O Quadro nove (9) apresenta a divisão dos custos de acordo com a
característica de apropriação ao serviço prestado
Quadro 9 - Classificação dos Custos utilizados na instituição
Fonte: Elaborado pelo Autor
Destaca-se que determinados custos indiretos são comuns a todos os
departamentos da instituição, como é o caso da energia elétrica e da água. Outros,
no entanto, possuem relação com seus centros de custos e, neste caso, compõem
diretamente a parcela de custos da unidade.
Os gastos inerentes às atividades administrativas representam despesas
de acordo com a teoria verificada. É importante conhecê-los para que não se
confundam com os custos. Entretanto, para apuração pelo método de custeio por
absorção, este tipo de gasto somente é aplicado na apuração do resultado do
exercício.
Em síntese, as despesas devem ser repassadas aos centros de custos
administrativos. Os custos serão transferidos aos serviços de acordo com a
incidência, ou seja, os custos diretos ingressam o montante de custos de cada
serviço separadamente, os custos indiretos, por não haver como mensurar
CUSTOS APROPRIAÇÃO
Medicamentos Direto
Materiais Médicos Direto
Mão de Obra Direto/Indireto
Material de Expediente Indireto
Material de Higiene e Limpeza Indireto
Alimentos Indireto
Manutenção Indireto
Depreciação Indireto
Telefones / Internet Indireto
Serviço de Terceiros Direto/Indireto
Água Indireto
Energia Elétrica Indireto
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precisamente como os recursos foram consumidos em cada produto ou serviço
serão adotados critérios de rateio.
4.3.1.2.2 Unidades de Produção do Centro de Custo
Considerando que cada centro de custo dentro da instituição representa
analogicamente uma organização individual, responsável pelo fornecimento
“comércio” de produtos e serviços entre os centros custos, deve-se partir do princípio
que cada centro tenha uma unidade de produção.
A unidade de produção representa a nomenclatura que será atribuída ao
produto do centro de custo. Para instituição em estudo este produto pode se
apresentar de forma física ou não. No Quadro dez (10) estão relacionados os
centros de custos propostos anteriormente com suas respectivas unidades de
produção definidas.
Quadro 10 – Unidades de Produção dos Centros de Custos
Centro de Custo Unidades de Produção
Centro Cirúrgico Hora Cirúrgica
Centro Obstétrico Paciente-dia
Clínica Hospitalar Paciente-dia
Clínica Psiquiátrica Paciente-dia
Urgência e Emergência Atendimento
Nutrição e Dietética Refeições
Higienização Área M² Limpa
Lavanderia Quilo Roupa Lavada
Costura Metro de Costura
Raio-X Exames Fonte: Elaborado pelo Autor
Determinadas unidades de produção apresentam a uniformidade nos
serviços ofertados, porém algumas não possuem esta característica porque seus
serviços possuem diferenças qualitativas e quantitativas que são significativas.
Neste caso, faz-se necessário a adoção de uma forma de mensuração das
diferentes unidades produzidas.
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Diante disso, durante as análises realizadas, foi possível constatar que os
produtos fornecidos pelo centro de custo nutrição e dietética são diversificados.
Mesmo tendo como unidade produtiva a refeição, não é possível afirmar que o gasto
para elaboração do café da manhã seja o mesmo dispensado para o almoço ou
jantar.
Para apurar os custos dos diferentes tipos de refeições será adotado
como critério o tempo gasto para produzi-las. Hipoteticamente, imaginou-se que o
tempo total dispensado para fazer as refeições durante um dia seja dez horas e que
o custo total médio por dia esteja em torno de R$ 700,00. De acordo com entrevistas
realizadas com profissionais do referido setor foi possível saber quanto tempo de
fato é consumido para produzir cada refeição. Com base nestas informações é
possível obter o custo unitário dos diferentes tipos de refeições conforme o Quadro
onze (11) abaixo.
Quadro 11 – Apuração dos Custos das Refeições
Tempo Produção Total por dia: 10h (1)
Custo médio total por dia: R$ 700 (2)
Custo Produção Hora: (2) / (1) = R$ 70 (3)
Refeições Tempo
Produção-hora (4)
Custo de Produção
(3)*(4) = (5)
Qtd Média Servida/dia (6)
Custo Unitário (5)/(6)
Café da Manhã 2 R$ 140 45 R$ 3,11
Almoço 3 R$ 210 50 R$ 4,20
Lanche 1 R$ 70 15 R$ 4,67
Jantar 4 R$ 280 45 R$ 6,22 Fonte: Elaborado pelo Autor
Verifica-se a importância de analisar criteriosamente a adoção das
unidades de produção. Aquelas que apresentam uniformidade da carga de custo são
consideradas unidades simples, entretanto aquelas conforme o exemplo anterior,
que diferenciam seus gastos unitários, são chamadas de medidas ponderadas e,
deverão ser tratadas de acordo com suas particularidades.
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4.3.1.3 Critérios de Rateio
Nesta etapa trata-se especificamente sobre os repasses dos custos
indiretos aos departamentos e das transferências dos montantes de custos entre os
centros de custos, a isto é dado o nome de rateio. Posteriormente será possível
conhecer o custo dos serviços prestados.
Como se sabe os custos indiretos não são facilmente atribuídos aos
centros de custos ou produtos, não significa dizer que devido a esta característica
serão desconsiderados. Pelo contrário, a estes custos será dispensada atenção
especial visto que a adoção de critérios de rateio sem rigor pode levar a dados
divergentes da realidade, altamente prejudiciais a gestão empresarial.
No Quadro doze (12) estão relacionados os critérios de rateio para os
custos indiretos comuns da organização abordados anteriormente.
Quadro 12 – Critérios de Rateio dos Custos Indiretos
Custos Indiretos Critério de Rateio
Energia Elétrica Ponto de Tomada e Luz
Manutenção Tempo de Serviço
Serviço de Terceiros Tempo de Serviço
Telefones / Internet Número de Ramais/Pontos de
uso de internet Fonte: Elaborado pelo Autor
Realizado o rateio dos custos indiretos, citados anteriormente, tido como
comuns a todos os departamentos, acrescido da parcela dos custos indiretos
diretamente alocáveis aos departamentos, é possível obter o custo total em cada
centro de custo.
Os custos decorrentes da atividade das unidades de apoio representam
custos indiretos. De modo que ao final da prestação de seus serviços todos seus
custos são repassados aos centros de custos produtivos. No Quadro treze (13)
estão relacionados os critérios de rateio para transferências de custos entre as
unidades de apoio e produtivas
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Quadro 13 – Rateio dos Custos dos Centros de Custos de Apoio
Centro de Custo Critério de Rateio
Raio - X Exames Realizados
Nutrição e Dietética Refeições fornecidas
Higienização Área limpa m²
Lavanderia Quilo de roupa fornecido
Fonte: Elaborado pelo autor
Para realização deste segundo passo será adotado método que consiste
em hierarquizar os departamentos conforme Figura quatro (4).
Figura 4 – Distribuição dos Custos entre os Departamentos
Fonte: Elaborado pelo Autor
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A hierarquização contribui na passagem dos custos indiretos alocados
nos centros de custos, evitando que estes ingressem novamente os custos do
departamento que já tenha tido seus gastos repassados a outra unidade, caso
contrário haveria um círculo vicioso complexo e complicado de ser finalizado.
Mediante as informações apuradas, compreendem o custo total dos
centros de custos produtivos seus custos indiretos devidamente alocados e o
montante de custos indiretos recebidos dos centros de custo que lhe prestaram
serviço.
4.3.1.4 Coleta de Dados
Buscou-se verificar quais os itens que compõe cada grupo de custo e
como estes são alocados e distribuídos para formação do custo da rubrica de
acumulação de custos criada. Com isto foi realizado ampla coleta de dados com
diversos profissionais da entidade visando validar as informações apresentadas a
seguir.
Nos tópicos anteriores foram elencados os recursos utilizados na
instituição para prestação do serviço. Observou-se que em determinados itens há
somente uma unidade de recurso, como exemplo a energia elétrica, a água. Outros,
no entanto, possuem diversas unidades de custo que necessitam ser mensuradas.
Em análise foi constatado que os recursos consumidos com materiais
médicos, mão de obra, material de expediente, materiais de higiene e limpeza,
manutenção e serviços de terceiros representam os custos que não possuem
uniformidade de consumo. O Quadro catorze (14) a seguir apresenta a composição
destes custos.
Quadro 14 – Composição dos Custos da Organização
COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS
Mão de Obra
Salários
Contribuições Férias
13ª Salário
Continua...
47
Conclusão
COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS (Cont.)
Materiais Médicos
Seringas
Agulhas
Outros
Medicamentos
Comprimidos
Soluções
Serviços de Terceiros
Exames externos a pacientes
Manutenção Preventiva
Outros
Materiais de Higiene e Limpeza
Baldes,Vassouras, Rodos
Produtos de Limpeza
Outros
Manutenção
Lâmpadas
Cabos elétricos
Outros
Materiais de Expediente
Papéis
Caneta
Outros
Fonte: Elaborado pelo autor
Para obtenção destas informações foram realizados levantamentos e
entrevistas com os responsáveis pela gestão destes gastos na organização. Assim
foi possível compreender quais são os principais recursos consumidos no processo,
sua representatividade, além de permitir analisar sua participação no montante de
custos de cada conta de custo.
Considerando todas as etapas desenvolvidas anteriormente, com base no
conhecimento obtido, é possível encontrar o custo dos produtos. Para isto, de
acordo com a teoria estudada, são necessários que sejam somados todos os custos
diretos e também os indiretos. O Quadro quinze (15) demonstrará a estrutura para
apuração do custo do serviço prestado. Ao fim será encontrado o custo dos
departamentos e posteriormente dos serviços prestados.
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Quadro 15 – Modelo de Apuração do Custo Unitário
APURAÇÃO DO CUSTO DO SERVIÇO PRESTADO
Custos diretos
alocados aos
serviços
Nº Composição Descrição
1 Medicamentos Medicamentos disponibilizados aos pacientes
2 Materiais Médicos Materiais médicos disponibilizados aos pacientes.
3 Mão de Obra Profissionais que atuam diretamente na prestação do serviço.
4 Serviços de Terceiros Exames e procedimentos realizados por outros prestadores de serviço.
Total Custos Diretos = 1 + 2 + 3 + 4 Custos alocados diretamente ao serviço prestado.
Custos indiretos apurados em cada Centro
de Custos
Medido em Centro de Custos Custo relacionado com o CC não necessita de rateio para alocação
Nº Composição
1 Mão de Obra Profissionais de gerência de CC Produtivos ou que atuam nos CC de Apoio
2 Material de Expediente Materiais requisitados ao almoxarifado por CC
3 Material de Higiene e Limpeza Materiais requisitados ao almoxarifado por CC
4 Alimentos Processados pelo CC Nutrição e Dietética
5 Manutenção Manutenções realizadas no CC
6 Depreciação Perda estimada de valor de bens dos CC
Comuns entre os centros (Com rateio 1) Custos não destacado em CC (rateio para apuração em cada unidade)
Nº Composição
7 Mão de Obra Profissionais que atuam em todos os departamentos
8 Telefone/Internet Gastos com telefone e internet nos CC
9 Água Consumo de água nos CC
10 Energia Elétrica Consumo de Energia Elétrica nos CC
Total Custos Indiretos = 1+2+3+4+5+6+7+8+9+10
Custos dos CC
de Apoio (rateio 2)
1 Custos de Lavanderia Custo Total de CC a transferir a Unidades de Apoio e Produtivas
2 Custo de Higienização Custo Total de CC a transferir a Unidades de Apoio e Produtivas
3 Custos de Exames de Imagem Custo total de CC a transferir a Unidades Produtivas
4 Custos de Nutrição/Alimentação Custo total de CC a transferir a Unidades Produtivas
Repasse dos Custos dos CC de apoio aos CC Produtivos (Rateio 3)
Custo Total CC Produtivo = Total de Custos Indiretos + Custos Indiretos do Rateio 3
Custo unitário indireto = Custo Total CC Produtivo ÷ Unidade de Produção definida
Custo Unitário Total = Custo Direto + Custo Unitário Indireto
Fonte: Adaptado de (BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013)
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A estrutura desenvolvida permite orientar a apuração de custos na
entidade, servindo como instrumento norteador para a organização de processos,
além de fomentar nos gestores da entidade a importância não somente do
conhecimento sobre resultados, mas também dos custos.
4.3.1.5 Cálculos, esquema de apuração do custo
Para que seja possível alcançar o custo do produto final, neste caso do
serviço prestado, torna-se necessário o processamento de cálculos de apropriação
que devem possuir critério metodológico claro e defensável. Assim, conforme as
etapas apresentadas anteriormente foi formulado o esquema geral de apuração dos
custos da organização exposto a seguir na Figura cinco (5).
Figura 5 – Esquema de Apuração de Custos
Rateio
Custo do Serviço Prestado
Gastos
Custos Despesas
Indireto Direto
Serviço X
(Atendimento)
Serviço Y
(Cirurgia)
Comum Alocável no
departamento
Unidade de
Apoio 1
Unidade de
Apoio 2
Unidade de
Produtiva 1
Unidade de
Produtiva 2
R
Resultado
R
R
R R R
Fonte: Adaptado de Martins (2010, p. 74)
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Concluído a passagem de custos entre departamentos, resta transferir os
custos indiretos totais que agora se encontram somente nas unidades produtivas
para os produtos. A forma adotada para esta transferência se dará novamente por
rateio considerando a unidade de produção do centro de custo produtivo definido
anteriormente no Quadro dez (10).
4.3.1.6 Produção de Relatórios e Análise das Informações
A gestão de custos em qualquer organização representa uma base
expressiva de conhecimento sobre o processo produtivo, movimentação e consumo
de recursos. Estes fatores estão intrinsecamente relacionados à tomada de decisões
em boa parte das questões dentro do ambiente empresarial.
A conclusão do trabalho de controle e apuração de custos está
fundamentada na produção de relatórios. Todas as informações obtidas devem ser
processadas de acordo com o desenvolvimento das etapas citadas. Os relatórios
formulados devem levar em consideração exclusivamente as informações pontuadas
para que não haja excesso nem falta de informação.
Após a fase de produção dos relatórios, inicia-se a análise das
informações de custos que auxiliarão traçar os rumos da organização. Por meio da
análise das informações obtidas durante o estudo foi possível conhecer amplamente
a organização, propondo-se um método de custeio que fornecerá respostas a
diversas questões sobre:
Organização do processo;
Consumo de recursos;
Organização dos centros de custos;
Custo de cada centro de custo;
Custo dos produtos;
Visto que a entidade não possui tratamento definido para o controle de
custos acredita-se que o presente estudo caracteriza-se como uma introdução da
contabilidade de custos dentro da instituição. O aperfeiçoamento e a aplicação das
técnicas apresentadas poderão contribuir ainda mais com o desenvolvimento da
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organização. Além de, promover a criação de uma base conceitual de custos voltada
exclusivamente ao ambiente hospitalar.
Salienta-se que a instituição calcula os custos de sua atividade, em
cumprimento as exigências legais, e para isto utiliza os relatórios de consumo da
instituição baseado nos centros de custos existentes que de acordo com o exposto
não possuem regras claras de existência e apuração. Dessa forma verifica-se que o
estudo auxiliará a contabilidade fiscal além de ressaltar sua aplicação gerencial,
propósito deste trabalho.
As instituições hospitalares representam organizações complexas, tanto
pela diversidade de profissionais envolvidos quanto pela variedade de operações
realizadas. Para apuração e controle dos gastos é imprescindível o uso da
tecnologia da informação. Segundo os gestores da organização a entidade busca
aprimorar seus processos e a qualidade das informações tendo por principio a
adoção de recursos computacionais. Observa-se que a atenção dispensada
permitirá a integração com o estudo desenvolvido estimulando a aplicação do
mesmo.
52
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sociedades que objetivam lucro utilizam diversas ferramentas contábeis
para gerenciar o negócio. Dessas ferramentas muitas têm por base o custo ou
voltam-se exclusivamente para os custos ocorridos durante o processo. Nas
instituições sem fins lucrativos acontece o inverso. Poucas ferramentas contábeis
são usadas e relativamente pouco se conhece sobre os custos.
A importância da contabilidade de custos para qualquer empresa não está
condicionada unicamente a função de informar a administração sobre os gastos da
entidade. Antes de servir a gestão, auxiliando a tomada de decisão, a contabilidade
de custos aplicada corresponde a um instrumento de aprendizado, controle e
aprimoramento dos processos produtivos.
Com o uso da contabilidade de custos é possível conhecer amplamente
como os gastos são consumidos nos processos, determinar ineficiências, avaliar
gerências, conhecer como cada recurso compõe o custo do serviço prestado. Cabe
salientar que as informações sobre custos devem ser divulgadas a toda organização
visando o engajamento cada vez maior dos envolvidos no processo.
O trabalho desenvolvido contribui para compreensão dos custos
relacionados à prestação de serviço de uma entidade hospitalar localizada no
município de Urussanga que, por caracterizar-se como instituição filantrópica, carece
de recursos financeiros, materiais e humanos.
Acredita-se que os objetivos traçados pelo presente estudo foram
alcançados de forma satisfatória e que todo conhecimento obtido possibilitou o
aperfeiçoamento acadêmico e profissional. Os métodos e conceitos definidos neste
trabalho serão apresentados à instituição para que, valendo-se deste, possa aplicá-
los e verificar a efetividade dos resultados.
Como sugestão a estudos futuros, recomenda-se aplicação da proposta
prevista neste trabalho com foco no aprofundamento dos estudos de custos em
prestadoras de serviço de saúde, promovendo a consolidação de um sistema de
apuração de custos voltado para hospitais, contribuindo com a melhoria e
desenvolvimento deste ambiente responsável pela perpetuação da vida.
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