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NO PALCO
CELSO BLUESCELSO BLUES
guitarrista, cantor e compositor Celso Blues Boy é um
ícone do blues brasileiro. Com 35 anos de estrada, o
músico começou acompanhando artistas como Sá &
Guarabyra e Renato e seus Blue Caps. Desde o início da
década de 80 que Celso tem uma bem-sucedida carreira
solo, sendo um dos poucos a compor blues em português.
Sua personalidade musical já encantou ninguém menos
que BB. King, talvez o mais importante músico de blues
vivo, que chegou a convidar o artista para fazer carreira
nos EUA e fazer uma
participação especial
em um dos 10 discos
de Celso. O músico
ainda tem uma vasta
carreira internacio-
nal, que inclui apre -
sentações por toda
a Europa, se ja em
shows ind iv idua i s
ou participando de
festivais como o de
Montreux, na Suíça,
onde também tocou
com BB King.
Miguel Sámiguel@backstage.com.br
O
Boy
No palco com
Estrada e palco são o habitat natural de Celso Blues Boy. Até mesmo porisso, a produção do músico procura ser descomplicada, viajando compoucos equipamentos e com bandas distintas montadas para três regiõesdiferentes do país
AGORA EM DVD
Nestes tempos onde som e imagem caminham cada vez mais
juntos, Celso não poderia deixar de lançar o seu primeiro
DVD, “Quem foi que falou que acabou o rock ‘n’ roll”, gravado ao
vivo no Circo Voador, no Rio de Janeiro. O Circo é pratica-
mente um templo para os fãs do músico. O DVD tem os mai-
ores sucessos do guitarrista, como o “Aumenta que isso aí é rock
‘n’ roll” e “Fumando na escuridão”, além de inéditas como “Casa
da luz vermelha” e a música que dá nome ao DVD.
O show de lançamen-
to aconteceu no Ca-
necão, no Rio de Janei-
ro, em show lotado com
muitas participações
especiais, como o gui-
tarrista Big Joe Man-
fra; o gaitista Jeffer-
son Gonçalves; Rena-
to Barros e Ivo Pessoa.
A banda conta com
Marcelinho da Costa
na bateria, Márcio Chi-
cralla no baixo e Gar-
gamel na guitarra ba-
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NO PALCO
se. Esta é a formação que gravou o DVD
e uma das três que Celso tem pelo Bra-
sil. Enquanto ela toca nos shows das re-
giões sudeste e nordeste, as outras, ba-
seadas em Brasília e Florianópolis, to-
cam nas regiões centro-oeste e sul, res-
pectivamente. A produção viaja apenas
com os instrumentos dos músicos.
OS MÚSICOS E SEUSEQUIPAMENTOSO baterista Marcelinho da Costa vive
um momento especial, já que tocar com
Celso Blues Boy foi um dos primeiros
trabalhos do músico como profissional.
“Adoro o Celso, um dos maiores guitar-
ristas com quem já toquei”, diz Mar-
celinho, que costuma usar uma bateria
Yamaha Advanced Stage Custom. O
set de viagem é básico, com caixa,
dois tons, surdo, dois crashs e contra-
tempo já que não há muitas “firulas”
no blues rock de Celso. Os pratos de
Marcelinho são da marca Wuhan, da
qual é endorser.
Há sete anos que Márcio Chicralla toca
baixo com Celso. Ele costumava usar
um Tobias de cinco cordas, mas agora
está com um Fender Jazz Bass “para dar
mais o clima dos anos 70 no som”. No
show do Canecão, Márcio usou um
cabeçote Gallien Krugger e duas caixas,
sendo uma Ampeg com quatro falantes
de 10 polegadas. Entre o instrumento e
o amplificador, o baixista pluga um
Sansamp para ajudar no ganho e um
pedal afinador da Boss.
Desde que era garoto que o guitarrista
Gargamel conhece Celso. Gargamel é o
diretor musical do DVD e dá apoio a
Celso para “arrumar” o som. “Eu e Cel-
so temos uma cumplicidade. Ele confia
muito em mim nessa coisa que vai des-
de arranjo até timbragem da guitarra.
Ele conhece muito bem o público e eu
tento transformar aquele pensamento
dele em um som legal”, explica. O gui-
tarrista gosta de usar a soma dos pedais
Tubescreamer, da Ibanez com o Shred
Master, da Marshal, que ele usa como
um booster nos momentos de solo. O
guitarrista ainda usa um Chorus da
Arion e um Cry Baby multi wha. Sua
guitarra é uma Les Paul, que tem o tim-
bre bem distinto das Fenders de Celso.
Celso Blues Boy tocou no Canecão
com três Fender, sendo duas Strato e
uma Telecaster, incluindo aí a sua fa-
mosa “pretinha”, que ele jura nunca
mais levar em viagens devido aos pe-
rigos que a estrada traz para os instru-
mentos musicais. Celso costuma usar
apenas um overdrive Dunlop entre
suas guitarras e o amplificador Fender
Twin Reverb. O guitarrista costuma
usar o captador do meio junto com o
da ponte para os solos.
O SOMNo PA de Celso está o técnico Mar-
celo Delfim. Ele está há três anos com
o guitarrista e diz que não há muitos
segredos no som. Basta deixar os mú-
sicos tocarem, sem o uso de muitos
efeitos ou processamentos de dinâ-
mica. O técnico de monitor, Magrão,
costuma usar seis vias de monitor
para a banda. “O Celso gosta de
interagir muito com a banda, por isso,
ele gosta de sentir pressão no som que
vem do side”, comenta o técnico. E, é
claro, a guitarra dele fica sempre alta.
Magrão ainda costuma colocar um
reverb bem discreto na voz de Celso.
O PALCO NA ESTRADAO show de Celso pode ser definido
como “plug and play”, sem muito
transporte de equipamentos. Ele de-
pende de boas equipes de sonorização
que tenham os equipamentos pedi-
dos no ride, o que, segundo Magrão,
acontece cada vez mais, principal-
mente por causa das mesas digitais.
No mais, como diria o próprio, “au-
menta que isso aí é rock ‘n’ roll”.
Magrão no monitor Marcelo Delfim Amplificador, Strato vermelha e Telecaster do Celso