Nauseas e vomitos

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Dr. Fernando de Oliveira Dutra

Cirurgião do Aparelho Digestivo - CBCD

É o meio pelo qual o tubo gastrintestinal livra-se de seu conteúdo quando o mesmo sofre irritação, distensão ou até mesmo excitação excessiva.

O excesso de distensão ou de irritação do duodeno constitui um dos mais forte estímulo para o vômito.

É o efeito colateral mais frequente das medicações.

20 a 40% dos pacientes apresentam vômitos no pós operatório.

VÔMITO

Náusea – sensação desagradável de um desejo iminente de vomitar.

Vômito – expulsão violenta do conteúdo gástrico pela boca.

Regurgitação – é a volta de alimentos ou secreções do esôfago, estômago ou duodeno á cavidade oral.

Ruminação – é a volta á boca de alimentos deglutidos, remastigação e nova deglutição.

Definições

Centro do Vômito – porção dorsal da formação reticular lateral

Zona quimiorreceptora de gatilho –postrema do assoalho do 4 ventriculo

FISIOPATOLOGIA

Contração retrograda do duodeno.

Contração espasmódica do piloro e dos músculos abdominais suspendendo a respiração e forçando o conteúdo gástrico contra o diafragma.

Relaxamento do EEI do esôfago.

Fechamento da glote, elevação do palato mole, fechamento da cavidade nasal e eliminação do conteúdo pela boca.

FISIOPATOLOGIA

A fase de pré-ejeção ou fase prodrômica é caracterizada por sensação de náusea, juntamente com sinais autonômicos, como salivação, deglutição, palidez e taquicardia.

A fase de ejeção é representada pelo vômito.

A fase de pós-ejeção consiste de respostas autonômicas e viscerais que promovem o retorno do organismo a uma fase de repouso com ou sem náuseas residuais.

FISIOPATOLOGIA

FISIOPATOLOGIA

Infecções

• Infecções do trato gastrointestinal e fora dele por meio de toxinas.

Disturbios gastrointestinais

• Obstrução pilórica.

• Obstrução esofágica, acalasia e divertículos de Zenker

• Obstrução intestinal baixa.

Doenças do SNC

• Aumento da pressão intracraneana.

• Labirintopatias.

• Enxaqueca.

• Doenças psiquiátricas.

CAUSAS

Distúrbios endócrinos e metabólicos

•Gravidez (70% primeiro trimestre)

•Uremia.

•Diabetes.

•Hiper ou hipoparatiroidismo.

•Doença de Addison.

Pós operátorios

•Anestesia geral com incidência de 30%.

•Mulheres 3x mais que nos homens.

• Jovens 2x mais que em idosos.

CAUSAS

Identificar a causa base.

Sinais de desidratação, perda de peso e desnutrição.

Exame neurológico.

Inspeção cavidade oral.

Abdome.

Exame Físico

Orientados pela história clinica.

Exames laboratoriais, EPF e urina.

Radiografias

USG

Tomografias e RNM

Exames Complementares

Requer um tratamento imediato

Não esquecer que as vezes basta suspender um medicamento, tratar uma descompensaçãometabólica ou aliviar uma obstrução, para que seja resolvido o problema.

TRATAMENTO

Antieméticos

• Antagonistas dos receptores 5-HT3 (ondasetron): vômitos induzidos por QxT

• Fenotiazidas (clorpromazina): age antagonizando os receptores dopaminérgicos D2 na área postrema e bloqueando os efeitos muscarínicos M1 e histamínicos H1.

• Butirofenonas (haloperidol): Utilizados mais em doentes terminais com náuseas induzidas por medicamentos.

• Benzamidas (metoclopramida, domperidona): antagonistas dos receptores dopaminergicos com ação predominantemente na ZQ de gatilho e com ação procinética no tubo digestivo.

TRATAMENTO

Antieméticos

•Corticosteróides (dexametasona): associado a metroclopramida ou ondasetron, reduzindo a formação de prostaglandinas.

•Benzodiazepínicos (lorazepan, alprazolan): reduzem a ansiedade, geralmente associados a metroclopramina ou ondasetron.

•Anti-histamínicos (dimedrinato): indicado nos casos de náuseas de movimento ou pós-operatória.

•Procinéticos (metoclopramida, domperidona, macrolídeos, cisaprida): casos de DRGE, Gastroparesia, Íleo pós-operatório, pseudo-obstrução intestinal.

TRATAMENTO

TRATAMENTO

Gastroenterite aguda:

• Doença diarréica de início abrupto, acompanhada ou não de outros sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal e febre.

Diarréia:

• Aumento da frequência ou diminuição da consistência das fezes (>3 evacuações aguosas em 24horas).

Desinteria:

• Diarréia associada com tenesmo ou dor, com presença de muco ou leucócitos nas fezes

IMPORTANCIA

DIARRÉIA

M.C.P., 10 anos, deu entrada no PS as 8:38h

QP – Vômitos 5x, Diarréia 5x

Afebril, abdome doloroso e pouco distendido

Medicada com SF 280ml + Ranitidina + buscopan + Plasil

Alta após melhora...

Retorna as 13:00 nos braços do Pai referindo piora do quadro.

Constatado óbito as 13:10h.

Caso clínico

Fonte: OMSNEWS.MED.BR, 2013. OMS divulga as dez principais causas de morte no mundo de 2000 a 2011. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/367834/oms-divulga-as-dez-

principais-causas-de-morte-no-mundo-de-2000-a-2011.htm

Quanto ao tempo de evolução:

• Aguda: até 2 semanas

• Persistente: entre 2-4 semanas

• Crônica: superior a 4 semanas

Quanto á “origem” no TGI:

• Alta: proveniente do intestino delgado; episódios diarréicos mais volumosos, com perda de peso e anemia.

• Baixa: proveniente do cólon; evacuações em pouca quantidade, mas associadas à tenesmo e urgência fecal.

CLASSIFICAÇÃO

Quanto ao mecanismo fisiopatológico:

• Osmótica: ingestão de clister, sais de magnésio, sorbitol, manitol, deficiência de lactase, excesso de carboidratos, antibióticos.

• Secretória não invasiva: secundária a algum fator, toxina, droga ou substancia neuro-hormonal.

• Invasiva ou inflamatória: decorre da liberação de citoquinase mediadores inflamatórios na mucosa intestinal, os quais possuem efeito secretório e estimulante da motilidade.

• Diarreia + Esteatorréia: típica da síndrome disabssortiva. Doença de Whipple, doença celíaca, e doença de Crohn, são exemplos.

• Diarreia funcional: causada pela hipermotilidade intestinal. (síndrome do intestino irritável).

CLASSIFICAÇÃO

Viagens recentes (ex: países endémicos da amebíase);

O consumo de produtos lácteos não pasteurizados ou de carne e peixe mal cozinhados (ex: gastroenterites por Salmonella ou Campylobacter);

Contactos com pessoas doentes;

Antibioterapia recente (ex: infecção por Clostridium difficile);

Comorbilidades (ex: imunodepressão por infecção HIV);

História sexual (homossexuais com infecção frequente por Giardia Lamblia).

História Clinica

Ajuda no diagnostico diferencial com outras patologias que cursam com diarréia (diverticulite, colecistopatias, pneumonias, apendicite, etc.).

Caracterizar as condições clinicas do paciente.

Exame Fisico

Hemograma, VHS, glicemia, função hepática.

Parasitológico fezes.

Coprologico funcional

• Ex. bioquimico

• Ex. microscópico direto

• Pesq. Semiquantitativa da gordura fecal

Coprocultura.

Eletrólitos.

• GAP osmótico

EXAMES COMPLEMENTARES

Testes funcionais

• D-xilose – caracterizar a diminuição da superfície de absorção intestinal

• Teste Supercrescimento bacteriano

• Teste de função pancreática

• Teste de intolerância a lactose

• Leucócitos fecais

Exames endoscópicos

• Colonoscopia, Retossigmoidoscopia e Biópsia (suspeita de colite pseudomembranosa, colite isquêmica e DII)

• EDA e biópsia (Doença Celíaca)

EXAMES COMPLEMENTARES

Exames radiológicos

•Radiografias simples

•USG abdome

•Tomografias

•CPRE

EXAMES COMPLEMENTARES

Conceito

•Dura menos de 2 semanas, mas quase sempre menos que 72horas.

•Principal causa – infecciosa em 90% casos.

•Geralmente autolimitada.

Diarréia aguda

Infecciosa:

• os agentes mais comuns Rotavirus, E. coli enterotoxigênicae enterohemorrágica (causa SHU), salmonella, shigella e clostridium difficile (diarréia nosocomial).

Não infecciosa:

• a causa mais comum é o álcool e medicamentos como digoxina, AINE, magnésio, antibióticos, laxativos, sorbitol, dieta enteral, colite isquêmica, RCU, alergia alimentar, diarréia osmótica, etc.

CAUSAS

A grande maioria é autolimitada.

Identificar a causa.

Sinais de alarme: diarréia abundante com desidratação, fezes francamente sanguinolentas, febre alta, idosos, imunocomprometidos, uso recente de antibióticos.

Sinais de gravidade: hipotensão, insuficiência respiratória, confusão mental, choque e hemorragia

Reposição hidroeletrolítica Solução para reidratação oral ou endovenosa.

Alimentação de acordo com a aceitação.

MEDIDAS TERAPÊUTICAS

Antidiarréicos: Loperamida 2mg após cada evacuação durante 2 dias.

• Contraindicado nos casos invasivos, febre e diarréia com sangue.

Probióticos

ATB: indicado nos casos invasivos, com febre, fezes com sangue, mais de 8 evacuações diárias, desidratação, diarréia por mais de 7 dias, imunocomprometidos.

MEDIDAS TERAPÊUTICAS

Agora é a hora de arriscar

INTERVALO 30 MINUTOS

Gastroenterologia, Castro-Coelho, 2004

http://pt.slideshare.net/vanessaccs/fisiologia-do-sistema-gastrointestinal-17037303

http://www.manualmerck.net/?id=133&cn=538

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA5sEAL/fisiologia-sistema-digestorio

http://www.clasa-anestesia.org/revistas/brasil/HTML/BraNuseas_E_Vmitos_Em_Anestesia_Fis.htm

http://stat.correioweb.com.br/blogs/SuplementoCP_Nausea_Vomito_Final_A.pdf