Método Clínico Centrado na...

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Método Clínico Centrado na Pessoa

Daniel Knupp AugustoMédico de Família e ComunidadePresidente SBMFC - gestão 2018/2020

Referências

Por que precisamos de um novo método clínico?

Modelo ontológico: doença como uma abstração

DoençaDoença Doença

Doença

Modelo ontológico: doença como uma abstração

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Pré-verbal Abstração de 2ª ordem

Abstração de 3ª ordem

Abstração de 4ª ordem

Impressões e emoções da pessoa

Queixas, sentimentos e interpretações

verbalizadas

Análise da experiência da

doença: avaliação clínica

Anatomopatológico, ressonância, etc

Experiência da doença

“Experiência da doença” (na

interpretação do profissional)

“Doença” (diagnóstico clínico)

“Doença” (diagnóstico

definitivo)

Insuficiência do Método Clínico convencional

Insuficiência do Método Clínico convencional

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Mudanças sociodemográficas e epidemiológicas

Os Irmãos KaramazovFiódor Dostoiévski, 1880

“Fui a todos os médicos: fazem excelentes diagnósticos, explicam toda a doença na ponta dos dedos, mas curar que é bom, ninguém sabe .... E sempre essa mania de nos encaminhar a especialistas, como quem diz: nós apenas diagnosticamos, agora vá consultar o especialista fulano de tal, que ele o curará. Uma coisa eu te digo: não há nem mais sinal daquele médico de antigamente que tratava de todas as doenças, hoje só há especialistas que fazem propagandas nos jornais. Estás com dor no nariz, te mandam a Paris … Uma vez lá, ele te examina e diz: 'só posso curar a narina direita, porque não curo narinas esquerdas, não é minha especialidade, mas vá a Viena, lá um especialista específico curará sua narina esquerda' ”.

EQUILÍBRIO DE PODER

Método Clínico Centrado na Pessoa

AUTONOMIA

Método Clínico Centrado na Pessoa

Validação de diferentes

perspectivas

Método Clínico Centrado na Pessoa

ESCUTA / COMUNICAÇÃO

Método Clínico Centrado na Pessoa

Componentes do Método Clínico Centrado na Pessoa

Doença Exp. da doença

Saúde

1. Explorando a Saúde, a Doença e a Experiência da Doença

1.2. Entendendo a pessoa

como um todo

Doença Exp. da doença

Saúde

Contexto próximo

Pesso

a

Contexto amplo

ProblemasMetasPapéis

Decisões conjuntas

1.2. Entendendo a pessoa

como um todo3. Elaborando um plano

em comum

1.2. Entendendo a pessoa como um todo3. Elaborando um plano em comum4. Intensificando a relação entre a Pessoa e o Profissional

A DOENÇA E A EXPERIÊNCIA DA DOENÇA

Tidying Up ArtUrsus Wehrli, 2009

Ludwig van Beethoven “Für Elise”

A DOENÇA E A EXPERIÊNCIA DA DOENÇA

The Art of Clean UpUrsus Wehrli, 2013

Doença Experiência

Doença Experiência

Construção teórica (abstração)

Critérios

Objetividade

Busca pela precisão

Investigação (anamnese/testes)

Doença Experiência

Construção teórica (abstração)

Critérios

Objetividade

Busca pela precisão

Investigação (anamnese/testes)

Pessoal

Única

Subjetividade

Concreta

Narrativa

As quatro dimensões da experiência da doença

Sentimentos: medo, irritação, culpa, alívio...

Ideias: o que causou? o que vai acontecer? como deve ser tratado?

Função: o que deixo de fazer devido à doença? Em que me pesa a doença?

Expectativas: quais soluções esperadas? que informações precisa? até que ponto está disposto a ir?

ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO

ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO

ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO

Pessoa

Contexto próximofamília, trabalho, apoio social

Contexto distantecultura, sociedade,

ecossistema

ELABORANDO UM PLANO EM COMUM

ELABORANDO UM PLANO EM COMUM

ELABORANDO UM PLANO EM COMUM

Problemas e prioridades

Metas

Papéis

RELAÇÃO ENTRE PESSOA E PROFISSIONAL

Autoconhecimento

RELAÇÃO ENTRE PESSOA E PROFISSIONAL

Empatia

RELAÇÃO ENTRE PESSOA E PROFISSIONAL

Transferência e contratransferência

Método clínico centrado na pessoa: para além da clínica

Ensino centrado no aluno

Currículo vs necessidade de aprendizado

Entendendo o aluno como um todo

Elaborando um plano comum de ensino e aprendizado

Desenvolvendo a relação professor-aluno

Gestão

1. Políticas de saúde centrada na pessoas

2. Opção por um modelo de atenção baseado em práticas centradas na pessoa

WHO: What is people-centred care?

WHO: What is people-centred care?

WHO Framework on integrated people-centred health services

WHO Framework on integrated people-centred health services

1. Envolver e capacitar pessoas e comunidades

2. Fortalecer a governança e a responsabilidade

3. Reorientar o modelo de atenção

4. Coordenar serviços dentro e entre setores

5. Criando um ambiente favorável

O Estatuto Epistemológico da MedicinaGeorges Canguilhem, 1985

“Ora, a invenção do estetoscópio e a prática da auscultação mediata, codificada pelo Tratado de 1819, provocaram o eclipse do sintoma pelo sinal. O sintoma é apresentado, oferecido, pelo doente. O sinal é procurado e obtido por artifício médico. A partir de então o doente, como portador e frequentemente comentador de sintomas, é colocado entre parênteses. ...Aqui começa uma medicina não platônica. A realidade sobre a qual o médico exerce seu julgamento é reduzida ao conjunto de sinais que ele faz aparecer....Desde o velho estetoscópio até o jovem aparelho com ressonância magnética, passando pela radiografia, pela ecografia, pela escanografia, a cientificidade do ato médico manifesta-se na substituição do gabinete de consulta pelo laboratório de exames.”

Muito obrigado!

knupp.bh@gmail.com(31) 99253-2997