Módulo 6 teatro ditadura militar

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

PIBID LETRAS

PROJETO:

CLIC

CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR

PROFESSORES:

GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA

PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES

FLÁVIA KELLYANNE MEDEIROS DA SILVA

MÓDULO 06: TEATRO

ALUNO:_____________________________________ www.projetoclicraul.blogspot.com

MÚSICA ANGÉLICA

(CHICO BUARQUE)

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse estribilho?

Só queria embalar meu filho

Que mora na escuridão do mar

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse lamento?

Só queria lembrar o tormento

Que fez o meu filho suspirar

Quem é essa mulher

Que canta sempre o mesmo arranjo?

Só queria agasalhar meu anjo

E deixar seu corpo descansar

Quem é essa mulher

Que canta como dobra um sino?

Queria cantar por meu menino

Que ele já não pode mais cantar

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse estribilho?

Só queria embalar meu filho

Que mora na escuridão do mar.

CENSURA NO REGIME MILITAR

(ANTÔNIO GASPARETO JÚNIOR)

A censura no regime militar foi um dos elementos mais marcantes da severidade do

regime autoritário que governava o país. O povo brasileiro era controlado pelos órgãos

do governo que tentavam transparecer a paz e a estabilidade social no país tendo como

sustento o desenvolvimento econômico.

Os militares assumiram o poder no país através de um golpe que derrubou o então

presidente João Goulart no ano de 1964. O início do governo militar já seria

acompanhado também pela repressão, os dois elementos eram amigos que caminhavam

juntos a todo momento. Por 21 anos o Brasil seria governado por uma ditadura, que

começou a repressão baseando-se no argumento de defesa contra o perigo comunista.

Os famosos atos institucionais foram às medidas constitucionais tomadas pelo governo

militar que deram as condições necessárias para tornar o Brasil uma ditadura

comandada pelos militares por tantos anos. A medida que os Atos Institucionais se

avançavam também avançava a severidade do regime, marcado por sua característica

despótica, capaz de vetar os direitos que eram garantidos pela constituição brasileira,

estabelecendo a opressão militar e policial e também o silêncio dos opositores. Entre

1968 e 1978 mais de 600 filmes, 500 peças teatrais, vários livros e assuntos escolares

foram proibidos pela censura. Mas no campo da produção cultural quem mais sofreu

com a repressão foi a Música Popular Brasileira, tratada pelo Estado como causadora

de mal à população, ofensiva às leis, à moral e aos costumes. A música tem uma

capacidade própria de tomar o subconsciente das pessoas e propagar ideias, foi

justamente o que causou maior atenção dos censores com os compositores, muitas vezes

as músicas eram barradas apenas pelo título escolhido por seu criador. Muitos autores

foram presos ou expatriados, discos foram vetados ou recolhidos e algumas canções

permaneceram desconhecidas do público.

Um dos mais perseguidos e que encabeça uma grande lista de nomes durante a ditadura

militar foi Chico Buarque. Os compositores utilizavam de recursos de duplo sentido

para propagar suas ideias e conseguir driblar os censores que só se davam conta do

verdadeiro significado depois do sucesso da música, como é o caso de Cálice, composta

por Chico Buarque. O próprio título da música já faz um jogo sonoro com a expressão

“cala-se”.

OS ARQUIVOS DA DITADURA

(EMILIANO JOSÉ)

As ditaduras imaginam, pela voz dos ditadores, que nunca serão punidas por seus

crimes. Não custa lembrar o exemplo do general Ernesto Geisel, que, sem medo dos

julgamentos da História, afirmava que “infelizmente” tinha de continuar a matar, tal e

qual seus antecessores Garrastazu Médici, Costa e Silva e Castelo Branco. Pinochet

certamente também imaginava que não enfrentaria problemas por conta do regime de

terror que implantou no Chile. As ditaduras latino-americanas, com a Operação Condor,

pensaram poder matar, tal e qual uma multinacional da direita terrorista, sem que nada

lhes acontecesse.

Só que a roda gira. Algum dia vem o cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.

Nem sempre com toda a justiça. Às vezes, com muitos dos criminosos já mortos de

causas naturais. Outras vezes – podemos pensar assim com relação a vários países da

América Latina e particularmente se nos referirmos ao Brasil – processos políticos de

transição “por cima” terminam por dificultar a punição dos criminosos. Apesar dessas

observações – quem sabe cuidados histórico-conceituais de quem experimentou os

rigores da ditadura e conseguiu sobreviver –, é inegável que desfrutamos de um

saudável momento de acerto de contas em boa parte da América Latina.

Acerto de contas aqui não carrega o tom de bravata, nem de vingança, até porque

impossível no quadro em que vivemos. O fruto amadurece, vem no tempo. Em anos

bem recentes, as ditaduras latino-americanas têm sido julgadas pelos povos. Tem sido

assim no Chile, na Argentina e no Brasil, para dar três exemplos. Julgadas de modo

mais aberto porque faz muito tempo a população desses países já havia consolidado

opinião sobre o que foram aqueles anos de terror. Agora, as coisas estão sendo ditas,

providências tomadas.

Quem imaginaria um Pinochet levado às barras dos tribunais chilenos? Quem o

imaginaria preso antes na Inglaterra? Quem pensaria a hipótese de militares argentinos

serem presos e julgados, na Argentina ou fora dela? A história ensinou, à larga, que não

há jeito de apagar os vestígios dos crimes políticos. Que, mais cedo ou mais tarde, eles

vêm à tona. Que os povos, cada um a seu modo, acabam por exercer seu direito à

memória. Esse é um momento singular, e nele vamos consolidando a noção de que a

mais imperfeita vida democrática é melhor que qualquer ditadura.

Temos consciência da natureza da transição brasileira. Como em vários outros períodos

essenciais de nossa história, para que a ditadura fosse ultrapassada houve uma

negociação que acabou por anistiar os criminosos, os torturadores. Não cabe o lamento,

por inútil. É provável que a correlação de forças daquele momento não possibilitasse

outra saída. Mas acontece que a roda gira, o mundo não pára. E a Nação quer saber de

tudo, reconhecer-se a si própria, mesmo que ao olhar no espelho reconheça muitos

horrores, como os desse período ainda cheio de nuvens e sombras entre 1964 e 1985.

MÚSICA RODA VIVA (Chico Buarque)

Tem dias que a gente se sente

Como quem partiu ou morreu

A gente estancou de repente

Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa

No nosso destino mandar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente

Até não poder resistir

Na volta do barco é que sente

O quanto deixou de cumprir

Faz tempo que a gente cultiva

A mais linda roseira que há

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata

Não quer mais rodar não senhor

Não posso fazer serenata

A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa

Viola na rua a cantar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira

Que um dia a fogueira queimou

Foi tudo ilusão passageira

Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa

Faz força pro tempo parar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a saudade prá lá

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração.

A MÚSICA E A CENSURA DA DITADURA MILITAR

(JEOCAZ LEE)

Após Geraldo Vandré ser o alvo do regime autoritário da ditadura no Brasil tendo suas

músicas censuradas, e com sua carreira totalmente sufocada, o foco se virou para Chico

Buarque, que foi um dos cantores mais perseguidos pela censura. tanto nas canções de

protesto, quanto nas que feriam os costumes morais da época.

Os problemas de Chico Buarque com a censura começaram junto com a sua carreira.

Em 1966, a música “Tamandaré”, incluída no repertório do show “Meu Refrão”,

com Odete Lara e MPB-4, é proibida após seis meses em cartaz, por conter frases

consideradas ofensivas ao patrono da marinha. Era o começo de um longo namoro entre

a censura e a obra de Chico Buarque.

Exilado na Itália, de 1969 a 1970, Chico Buarque sofreria com a perseguição da censura

após o retorno ao Brasil. Em 1970, recém-chegado do exílio, o compositor enviou a

música “Apesar de Você” para a aprovação da censura, tendo a certeza que a música

seria vetada. Inesperadamente a canção foi aprovada, sendo gravada imediatamente em

compacto, tornando-se um sucesso instantâneo. Já se tinha vendido mais de 100 mil

cópias, quando um jornal comentou que a música referia-se ao presidente Médici.

Revelado o ardil, o exército brasileiro invadiu a fábrica da Philips, apreendendo todos

os discos, destruindo-os. Na confusão, esqueceram-se de destruir a matriz.

Em 1973 Chico Buarque sofreria todas as censuras possíveis. A peça “Calabar, ou o

Elogio à Traição”, escrita em parceria com Ruy Guerra, foi vetada pela censura. As

consequências da proibição viriam no seu álbum, “Calabar”, também daquele ano. A

capa do disco trazia a palavra “Calabar” pichada num muro. Os censores concluíram

que aquela palavra pichada tinha um significado subversivo, o que resultou na proibição

da capa. A resposta de Chico Buarque foi lançar o álbum com uma capa totalmente

branca e sem título. O disco trazia o registro das canções da peça vetada, por isto teve

várias músicas (todas elas em parceria com Ruy Guerra) que amargaram nas malhas da

censura. “Vence na Vida Quem Diz Sim” teve a letra totalmente censurada, sendo

gravada no disco uma versão instrumental; “Ana de Amsterdam” teve vários trechos

censurados.

SURGIMENTO DO TEATRO

O teatro surgiu através das necessidades do homem. O homem primitivo com suas

crenças buscava interagir com deuses através de homenagens, danças e festas. O

homem primitivo era caçador e selvagem, por isso sentia necessidade de dominar a

natureza. Através destas necessidades surgem invenções como o desenho e o teatro na

sua forma mais primitiva. O teatro primitivo era uma espécie de danças dramáticas

coletivas que abordavam as questões do seu dia a dia, uma espécie de ritual de

celebração, agradecimento ou perda. Estas pequenas evoluções deram-se com o passar

de vários anos. Com o tempo o homem passou a realizar rituais sagrados na tentativa de

apaziguar os efeitos da natureza, harmonizando-se com ela. Os mitos começaram a

evoluir, surgem danças miméticas (compostas por mímica e música). O teatro de fato

teve reconhecimento e ascensão na Grécia, pois as festas eram organizadas como uma

homenagem ao deus Dionísio, deus da natureza e do vinho,celebrado com muita dança,

em agradecimento as colheitas.essas danças eram compostas com rituais, passos

marcados, e com tempo depois surgem o dialogo. Primeiro realizava-se nas ruas e em

seguida foi necessário um lugar por despertar tanto interesse na população.

CARACTERÍSTICAS DO TEXTO TEATRAL

O texto teatral é dividido em atos que podem ser subdivididos em cenas, quando a peça

é muito longa. As suas características são: se assemelham ao texto narrativo, possuem

personagens, fatos, história (enredo representado) e não possui narrador pelo fato de ser

representado e não contado. Em uma peça teatral em primeiro lugar o mais importante é

o texto, que se processa através dos diálogos entre atores e constituído por uma

sequência linear representada pela introdução (ou apresentação), complicação, clímax e

desfecho, com a finalidade de alcançar o público com a arte do texto teatral. Em

segundo lugar os atores que assumem um papel de destaque, por meio de um discurso

indireto. Em terceiro lugar os recursos como pausas, mímicas, sonoplastia, gestos e

elementos ligados á postura corporal.

TEATRO NA DITADURA MILITAR NO BRASIL

Em 1964 o teatro brasileiro passou pelos piores momentos

devido a tomada do poder pelos militares, instaurando o

período da ditadura militar no Brasil. Constituída por um

tempo de repressão e censura, um regime autoritário,que

promovia um assassinato cultural,ao ponto de muitos

pensarem que o teatro tinha desaparecido,assim como

tortura,prisões,espancamentos e perseguições de qualquer

pessoa que confronta-se os atos institucionais (AI-5)e aquelas que principalmente

utilizavam a arte para combater e revolucionar. O ponto culminante da repressão

ocorreu em julho de 1968, quando pessoas do partido comunistas, invadiram em São

Paulo, o teatro onde estava sendo encenada a peça “Roda Viva”,de Chico

Buarque.Atores e atrizes foram espancados,cenário e equipamentos destruídos.Marília

Pêra e Rodrigo Santiago,(atores da peça Roda Viva)foram obrigados a irem para rua

despidos,para servir de exemplo e inibir a apresentação da peça em outros lugares. A

censura acaba proibindo o espetáculo. Essa violência e insegurança serviram

para afastar de vez a classe média do teatro. Ainda havia uma forte campanha junto à

opinião pública para tentar colocar o teatro com uma imagem de subversivos,

de violência e de pervertidos. A qualidade dos espetáculos despencou. O teatro não

conseguiu resistir a repressão no Brasil. O público desaprendeu a ir ao teatro, de modo

que o prejuízo foi gravíssimo para todo o teatro” Barbara Heliodora

O QUE É UMA PARÓDIA?

Paródia é uma imitação. Sendo, portanto uma imitação que se utiliza da

ironia, do humor ou deboche. Existem paródias de composições literárias,

filmes e músicas. Na literatura a paródia é um processo de

intertextualização, OU SEJA, DÁ UMA NOVA INTERPRETAÇÃO

AO TEXTO. A paródia é um importante elemento utilizado no

modernismo brasileiro e na poesia marginal.

EXEMPLO DE PARÓDIA LITERÁRIA

"Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossos campos tem, mas flores."

(Canção do exílio - Gonçalves Dias; poeta romântico brasileiro)

A paródia

(Oswald de Andrade; POETA MORDENISTA)

"Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá"