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TEREZACRISTINAMELODEBRITOCARVALHO
MODELOPARAGESTÃODETICORIENTADAÀPOLÍTICADE
SUSTENTABILIDADE
TeseapresentadaàEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulocomorequisitoparaobtençãodoTítulodeProfessorLivre--Docente,juntoaoDepartamentodeEngenhariadeComputaçãoeSistemasDigitais
SãoPaulo2012
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TEREZACRISTINAMELODEBRITOCARVALHO
MODELOPARAGESTÃODETICORIENTADAÀPOLÍTICADE
SUSTENTABILIDADE
TeseapresentadaàEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulocomorequisitoparaobtençãodoTítulodeProfessorLivre--Docente,juntoaoDepartamentodeEngenhariadeComputaçãoeSistemasDigitaisÁreadeConcentração:SistemasDigitais
SãoPaulo2012
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FICHA CATALOGRÁFICA
Carvalho, Tereza Cristina Melo de Brito
Modelo para gestão de TIC orientada à política de sustenta- bilidade / T.C.M.B. Carvalho. -- São Paulo, 2012.
272 p.
Tese (Livre-Docência) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais.
1. Gestão da informação 2. Sustentabilidade 3. Governança corporativa 4. Redes de computadores 5. Tecnologia da infor-mação I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Depar-tamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais II. t.
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“OEspíritosopraondequer,etuouvesatuavoz,mas
nãosabesdeondevem,nemparaondevai.Assimétodo
aquelequeénascidodoEspírito.”
João,III,1-12
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AGRADECIMENTOS
Acredito que a livre-docência seja o resultadodeum trabalho emequipe, envolvendo
professores,pesquisadores,alunosdepós-doc,doutorado,mestrado,iniciaçãocientífica,
alémdovaliososuportedaspessoasdaáreaadministrativa...Sendoassim,possodizer
quetenhomuitaspessoasaagradecer.
Emprimeiro lugar,gostariadeagradeceraoProf.WilsonVicenteRuggiero,comquem
trabalho desde 1980. Estivemos juntos em muitos projetos e muitas iniciativas
pioneiras.Delerecebierecebomuito incentivoeapoio, inclusiveparafazeresta livre-
docência.ComeleagradeçoatodaaequipedoLARC,professoresepesquisadores,que
considero“minhaprimeiracasa”dentrodaUSP.
Outros professores que têm estado comigo desde o meu início de carreira são Prof.
AntonioMarcos AguirraMassola, Profa. Edith Ranzini, Prof. MoacyrMartucci Junior,
Profa.SelmaShimizuMelknikofeProf.SidneiColomboMartini,presentesemmomentos
importantes da minha carreira. A eles o meu “obrigada!”.... O meu agradecimento
especial ao Prof. Antonio Helio Guerra, um permanente inspirador de novas ideias e
projetos. E a todos os professores do PCS (Departamento de Computação e Sistemas
Digitais):muitoobrigadapelocompanheirismoeapoiocontínuo.
Maisrecentemente,naáreadesustentabilidade,tiveaoportunidadedeconheceroutros
professores, comoosProfs.MariaCecília Loschiavo, SylmaraLopes e JorgeTenório, e
todososprofessoresdoMBAUSPSustentabilidadeemTIC.Aelesmeuagradecimento
pela presença constante e palavra de contínuo incentivo para esta nova área de
pesquisa,ensinoeextensãoqueseabreemminhacarreira.
Aosmeusalunosdepós-doc,doutorado,mestradoeiniciaçãocientíficacomquemtenho
construído aminha estrada. Nestemomento especial, gostaria de agradecer aMarco
Roja,RonySakuragui eFernandoRedigolo,que tiveramumpapel importantíssimona
liderança do trabalho de montar meu memorial. Meus agradecimentos a todos que
colaboraram, incluindo Marcos Simplício, Lúcia Xavier, Charles Miers, Walter Akio,
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Marco Schwarz, Leonardo Iwaya, Ana Carolina Riekstin, Leandro Malandrin, Nelson
Nimura, PedroEvangelista, Guilherme Januário eEmanueleNeves.Umagradecimento
especial a Carlos Costa, Cristina Dominicini e Marcelo Amaral, por me ajudarem a
desvendarosmistériosdepolíticasderedesealinguagemPonder.
Alémdisso,gostariadeagradeceraoProf.GildaCostaMarquezpelasoportunidadesde
inovar,pelosconstantesdesafioseapoionasminhasatividadesnaCTI(Coordenadoria
deTecnologiadaInformação)equandodiretoradoCCE.Agradeçotambématodosda
CTI.
UmagradecimentoespecialàdiretoriaeaosfuncionáriosdoCCE,quemepossibilitaram
desenvolver um trabalho fantástico, cujos resultados inspiraram o desenvolvimento
destatese.
ÀequipedoCEDIR(CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática),meumuito
obrigada pela constante motivação e seriedade com que tem se dedicado às suas
atividades e divulgação da importância da correta destinação dos resíduos de
informáticaetelecomunicações.
Aos pesquisadores da Ericsson Research, incluindo Mats Näslund, Makan Pouzandi,
CatalinMeirosu, Jan-Erik, Victor Souza, Per Karlson, e da Ericsson do Brasil, Eduardo
OlivaeMariaValériaMarquezini,peloapoiodesempreepelasgrandesoportunidades
depesquisadepontaproporcionadaspelosprojetospatrocinadospelaEricsson,umdos
quaiséobjetodestatese.
Aos professores e pesquisadores da área de redes de computadores externos, em
especial Michael Stanton, Iara Machado, Artur Serra e Luis Lopez, pelo incentivo
constanteeoportunidadescriadasemváriosprojetosnacionaise internacionais,meus
sincerosagradecimentos...
Aos professores e pesquisadores doMIT, incluindoPeterWeill,mentor domodelo de
Governança de TI que adotei nesta tese; Peter Senge, Wanda Orlikowski e Sinead
O'Flanagan, da área de sustentabilidade; Amy Smith, Leo Burd e Libby McDonald,
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grandes parceiros na disseminação de tecnologias apropriadas junto à comunidade
USPiana,meu“muitoobrigada”.
Aosmeus amigos, em especial a Ilse Guimarães, grande incentivadora de projetos de
sustentabilidadeeatodaaequipedaAssintecal.AMariaLuciaDinizeAuliaEsperpelo
fundamentalsuporteemmomentosdecisivos...meusinceroagradecimento!
Tambémsougrataaosamigosefuncionáriosdaáreaadministrativapeloimprescindível
suporte àsminhas iniciativas e, em especial, no levantamento de documentos para o
memorial, como Ana Coracini, Valdete Garcei, Selma Pereira, Ângela Gilisk, Edilaine
Lemos,LéiaSicília,eTâniadaSilva.
À jornalista IsabelRaposo,pelodedicadoe incansável trabalhode revisãodesta tese...
muitoobrigada!
À equipe do LASSU (Laboratório de Sustentabilidade em TIC), professores, alunos do
MBA, parceiros de projeto, meu muito obrigada pelo incentivo, por acreditarem e
apostaremnestenovograndeprojeto.
Porúltimo,aosmeusqueridosmestresdevida,meuspais,omeuagradecimentoeterno
porserematéhojefontecontínuainspiraçãoeincentivo,portudooquedepreciosome
ensinaram...Aminhafamília,meusirmãos,meuscunhados,sobrinhosetias...meusex-
sogros,meu“muitoobrigada”,comenormecarinhoportodosvocês!
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RESUMO
Esta tese apresenta um Modelo de Gestão de TIC orientada à Política de
Sustentabilidade.EsteModeloéorganizadoemcinconíveisdepolítica,asaber:Negócio,
Sistema, Infraestrutura, Dispositivo e Instância. Para cada nível, são especificadas
políticas, metas, ações, indicadores ou métricas de sustentabilidade e desempenho.
Nestemodelo,oSistemadeGovernançadeTICéresponsávelpelaaplicaçãodepolíticas
nos níveis de Negócio e Sistema, enquanto os Sistemas de Gerenciamento de
Infraestrutura de TIC são responsáveis pela aplicação de políticas nos níveis de
Infraestrutura,DispositivoeInstância.
Decorre,então,queumapolíticaestabelecidanoníveldeNegóciopodeterimpactonas
políticas definidas para os demais níveis. Desta forma, é importante que haja
mecanismos de tradução de políticas de um nível para outro. Neste trabalho é
apresentado um exemplo de política de eficiência energética que permeia todos os
níveis.Damesmaforma,éimportantequepolíticasdesustentabilidadecontemplemas
atividadesdesuporteeprimáriasdacadeiadevalordaorganização.Estaabrangência
vertical(níveisdepolítica)ehorizontal(cadeiadevalor)garantequesustentabilidade
seja uma prática da organização, levando-a à vantagem competitiva por redução de
custos,pelainovaçãoinerente,integraçãodasações,pelapercepçãodomercadoepela
possibilidadedeatrairtalentoscadavezmaissensibilizadoscomotema.
Palavras-chaves: Governança de TIC, Gerenciamento de Infraestrutura, Redes de
Comunicação,GerenciamentodeRedesorientadoaPolítica,Sustentabilidade.
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ABSTRACT
This thesis presents a Model for Sustainability Policy-Based ITC Management. This
model is organized into five policy levels, such as: Business, System, Infrastructure,
Device and Instance. For each level, it were specified sustainability and performance
policies,goals,actions,indicatorsormetrics.Inthismodel,theITCGovernanceSystem
isresponsibleforthepolicyenforcementintheBusinessandSystemlevels.Inaddition,
the Infrastructure Management System is responsible for the policy enforcement in
Infrastructure,deviceandinstancelevels.
AsconsequenceapolicysetattheBusinesslevelcanimpactthepoliciesdefinedinother
levels. Thus it is very important to create mechanisms for translating policies from
different levels. In thiswork, it is given an example of a energy efficiency policy that
embracedallthelevels.Similarly,itisimportanttodeploysustainabilitypoliciesinthe
support and primary activities of the organization value chain. This vertical (policy
levels) andhorizontal(valuechain)policycomprehensiveness assurethatsustainability
will reach the whole company, bringing as result: competitive advantage, innovation,
marketperceptionandtalentattractiveness.
KeyWords: ITCGovernance, ITCManagement, CommunicationNetwork, Policy-Based
NetworkManagement,Sustainability.
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LISTADEILUSTRAÇÕES
Figura1.1-EstimativadeEmissãodeCO2segundoprevisãodeGeSI,considerando-se
computadores,equipamentosderede,impressoraseDataCenters.Fonte:(GLOBAL
E-SUSTAINIBILITYINITIATIVE,2010).........................................................................................29
Figura1.2-EstimativadeEmissõesdeCO2(GLOBALE-SUSTAINIBILITYINITIATIVE,
2010)...........................................................................................................................................................30
Figura2.1–ModeloSimplificadodeRegradePolítica...................................................................38
Figura2.2–ExemplodeUsode“papéis”associadosaentidadesderede.............................39
Figura2.3–NíveisdePolíticaaplicáveisàGestãodeTICdeumaOrganização..................41
Figura2.4–ArquiteturaBásicaparaSistemasdeGestãodeTICorientadaaPolíticas....43
Figura3.1–EvoluçãodeGastoseInvestimentosMédiosemTICparaMédiaseGrandes
EmpresasPrivadasNacionais-%FauramentoLíquido[Fonte:(MEIRELLES,2009)]
........................................................................................................................................................................45
Figura3.2–FocodaGovernançadeTIC................................................................................................48
Figura3.3–ModelodeGovernançadoMIT-CISR.............................................................................51
Figura3.4-MatrizdeArranjosdeGovernança..................................................................................53
Figura3.5–DomíniosdeProcessosdoCOBIT...................................................................................56
Figura3.6–RelacionamentoentreosProcessosdoCOBIT[Fonte:(RIEKSTIN,2012)]..57
Figura3.7–ProcessosdoITILv.3............................................................................................................62
Figura3.8–PadrãoBSCTI(GREMBERGEN,2000)(RIEKSTIN,2012)....................................66
Figura3.9–ComponentesdeumSistemadeGerenciamentodeRedes.................................69
Figura6.1–ModelodeGestãodeTICorientadaaPolíticasdeSustentabilidade...............83
Figura6.2–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadenosdiferentesNíveisdoModelo
deGestãodeTICdeumaOrganização..........................................................................................85
Figura6.3–RelaçãoentreosNíveisdePolíticadeSustentabilidadedeTICdeuma
Organização..............................................................................................................................................87
Figura6.4–RelaçãoentrePolíticasdediferentesNíveis...............................................................88
Figura6.5–RepositóriodePolíticasdeSustentabilidadedeTIC..............................................88
Figura6.6–ElementosdoDomíniodePolíticadeInvestimentos.............................................89
Figura6.7–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodePessoas.....................................90
Figura6.8–ElementosdoDomíniodePolíticadeEducaçãonoTrabalho.............................91
Figura6.9–ElementosdoDomíniodePolíticadeSaúdeeSegurançanoTrabalho..........92
Figura6.10–ElementosdoDomíniodePolíticadeInfraestruturadeTIC............................92
11
Figura6.11–ElementosdoDomíniodePolíticadeOrigemdosInsumos.............................93
Figura6.12–ElementosdoDomíniodePolíticadeUsoRacionaldeRecursos...................95
Figura6.13-ElementosdoDomíniodePolíticadeInovaçãoTecnológica............................96
Figura6.14–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodeResíduos................................97
Figura6.15–DomíniosdePolíticasdeSustentabilidadedeSistemaePilaresde
Sustentabilidade.....................................................................................................................................98
Figura6.16-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeRede...................................102
Figura6.17-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeDataCenter......................105
Figura6.18-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeMicroinformática.........106
Figura6.19–DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede...........106
Figura6.20–SubdomíniosdaPolíticadeEquipamentosdeRede.........................................107
Figura6.21–DomíniodaPolíticadeSistemasComputacionais..............................................107
Figura6.22–DomíniodaPolíticadeEnlacesdeRede.................................................................108
Figura6.23–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadeparaServiçosdeRedesdeuma
Organização...........................................................................................................................................109
Figura7.1-VisãoGeraldoMétodoparaoDesenvolvimentodeEstratégiasCorporativas,
deNegócioseFuncionais[Fonte:(HAX,1996)]....................................................................120
Figura7.2–ModelodeCadeiadeValoraplicadoparaEstratégiasorientadasà
Sustentabilidade..................................................................................................................................126
Figura7.3–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode
PolíticadeGestãodePessoas........................................................................................................147
Figura7.4–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode
PolíticadeGestãodeInfraestrutura...........................................................................................152
Figura7.5–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode
PolíticadeInovaçãoTecnológica.................................................................................................157
Figura7.6–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode
PolíticadeGestãodeResíduos......................................................................................................159
Figura7.7–ExemplodePlanodeAçãoparaumCentrodeInformática[Fonte:(Carvalho,
2010)].......................................................................................................................................................162
Figura7.8–ModeloGeraldeGovernançadeTIC...........................................................................164
Figura7.9–EtapasdaFase2deAvaliaçãodeGovernançadeTIC.........................................167
Figura7.10-EtapasdaFase3deReprojetodaGovernançadeTIC......................................169
Figura7.11-EtapasdaFase4deImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC...............171
Figura7.12-EtapasdaFase5deAvaliaçãodosResultadosdaGovernançadeTIC.......172
12
Figura7.13–ModeloGeraldeGovernançadeTIC........................................................................174
Figura8.1-ArquiteturaPropostapeloIETFPFWGparaumPBNM......................................178
Figura8.2-Anatomiadeumapolítica................................................................................................179
Figura8.3-NíveisdeAbstração.............................................................................................................180
Figura8.4-PalavrasReservadasdaLinguagem.............................................................................182
Figura8.5-CaracteresusadoscomoOperadoresdaLinguagem............................................183
Figura8.6-CaracteresusadoscomoOperadoresePontuaçãodaLinguagem.................183
Figura8.7-TiposPré-definidosdaLinguagem...............................................................................183
Figura8.8-DiagramaBasedeClassesdoPonder..........................................................................184
Figura8.9-SintaxedeumaPolíticadeAutorização.....................................................................185
Figura8.10-ExemplodeumaPolíticadeAutorização(STRASSNER,2004).....................185
Figura8.11-SintaxedeumaPolíticadeRestrição........................................................................185
Figura8.12-ExemplodeumaPolíticadeRestrição(STRASSNER,2004)..........................186
Figura8.13-SintaxedeumaPolíticadeDelegação.........................................................................186
Figura8.14-ExemplodeumaPolíticadeDelegação(STRASSNER,2004).........................186
Figura8.15-SintaxedeumaPolíticadeObrigação.......................................................................187
Figura8.16-ExemplodeumaPolíticadeObrigação(STRASSNER,2004).........................187
Figura8.17-ModelodeRegrasdePolíticadoDEN-ng[Fonte:(STRASSNER,2004)]...188
Figura8.18-GerenciamentodeRedesbaseadoemPolítica[RANA2009]..........................189
Figura8.19-TraduçãodeAçãodePolíticaemAltoNívelparaAçãodeConfiguraçãode
Dispositivo.............................................................................................................................................190
Figura8.20-ArquiteturadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticasde
Sustentabilidade..................................................................................................................................193
Figura8.21-GrafodeRedeutilizadopeloPontodeDecisãodoSistemade
GerenciamentoorientadoaPolíticasdeSustentabilidade..............................................197
Figura8.22-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeConsumodeEnergia...................198
Figura8.23-RepositóriodeModelosparaoSistemadeGerenciamentodeRedes
orientadoaPolíticasdeSustentabilidade................................................................................199
Figura8.24-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeCiclodeVida...................................201
Figura8.25-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeDisponibilidade.............................202
Figura8.26-ModelosdeDisponibilidadeemParaleloeStandby..........................................203
Figura8.27-CálculodaDisponibilidadeusandoaCadeiadeMarkov..................................204
Figura9.1–MartrizdeArranjosaplicadaaoEstudodeCaso....................................................233
Figura9.2–ModelodeGovernançadeTIC–MITCISRaplicadaaoEstudodeCaso......236
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Figura9.3-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica1...............241
Figura9.4-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica2...............243
Figura9.5-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica3...............244
Figura9.6-ExemplodepolíticaemníveldedispositivoparadescriçãodasAções1a3
.....................................................................................................................................................................245
Figura9.7-Sintaxedecomandossnmpget.......................................................................................246
Figura9.8-Sintaxedecomandossnmpset.......................................................................................246
Figura9.9-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica1......247
Figura9.10-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica2...247
Figura9.11-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica3...248
Figura10.1-AmudançaparaumaTIsustentávelenvolvediferentesrelacionamentos
emdiferentesambientes(adaptadodeSTOLZEetal,2011)...........................................251
Figura10.2-Relacionamentoentreaspesquisasacimadescritas.........................................253
Figura10.3–“SeloVerde”daUSP...........................................................................................................256
Figura10.4-–EtapasdeOperaçãodoCEDIR..................................................................................258
Figura10.5–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2010..............259
Figura10.6–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2011.............259
Figura10.7–TripédeSustentabilidadedoProgramaPaideia.................................................261
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LISTADETABELAS
Tabela 2.1 – Níveis de Política e Tipos de Regras empregadas - Fonte: (STRASSNER, 2004)
........................................................................................................................................................................41
Tabela 3.1 – Relação de Modelos e Ferramentas de Suporte para Governança de TIC e suas
Funcionalidades Básicas [Fonte: (RIEKSTIN, 2012)]................................................................49Tabela 3.2 – Comparação entre Modelos e Ferramentas de Suporte à Governança de TIC
[Fonte: (RIEKSTIN, 2012)].................................................................................................................50
Tabela 3.3 – Comparação entre Processos do COBIT 4.1 e os Processos de Gerenciamento de
TIC da Empresa do COBIT 5.0...........................................................................................................60
Tabela 3.4 – Publicações e Processos ITIL (CARTLIDGE et al., 2007) Fonte: (RIEKSTIN,
2012).............................................................................................................................................................63Tabela 3.5 – Comparação entre Escopo de Atuação de Gerenciamento e Governança [Fonte:
(MORAES, 2010)]..................................................................................................................................71
Tabela 6.1 - Exemplo de Mapeamento de Política de Sustentabilidade de TIC em Políticas de
Sustentabilidade de Sistema.................................................................................................................86
Tabela 7.1 – Indicadores Econômicos para as Atividades de Suporte da Cadeia de Valor...139
Tabela 7.2 – Indicadores Econômicos para as Atividades Primárias da Cadeia de Valor.....140
Tabela 7.3 – Indicadores Ambientais para as Atividades de Suporte da Cadeia de Valor.....141
Tabela 7.4 – Indicadores Ambientais para as Atividades Primárias da Cadeia de Valor.......142
Tabela 7.5 – Indicadores Sociais para as Atividades de Suporte da Cadeia de Valor.............143
Tabela 7.6 – Indicadores Sociais para as Atividades Primárias da Cadeia de Valor...............144Tabela 7.7 – Visão Geral dos Indicadores organizados segundo os Pilares de Sustentabilidade
.....................................................................................................................................................................145
Tabela 7.8 – Relação entre Domínio de Política de “Investimentos”, Indicadores e Pilares de
Sustentabilidade.....................................................................................................................................146
Tabela 7.9 – Relação entre Domínio de Política de “Gestão de Pessoas” e Indicadores de
Sustentabilidade.....................................................................................................................................148Tabela 7.10 - Relação entre Domínio de Política de “Educação”, Indicadores e Pilares de
Sustentabilidade.....................................................................................................................................150
Tabela 7.11 – Relação entre Domínio de Política de “Saúde e Segurança no Trabalho” e
Indicadores de Sustentabilidade.......................................................................................................151Tabela 7.12 – Relação entre Domínio de Política de “Gestão de Infraestrutura de TIC”,
Indicadores e Pilares de Sustentabilidade....................................................................................153
15
Tabela 7.13 - Relação entre Domínio de Política de “Origem de Insumos”, Indicadores e
Pilares de Sustentabilidade................................................................................................................154
Tabela 7.14 - Relação entre Domínio de Política de “Uso Racional de Recursos”, Indicadores
e Pilares de Sustentabilidade.............................................................................................................156Tabela 7.15 - – Relação entre Domínio de Política de “Inovação Tecnológica”, Indicadores e
Pilares de Sustentabilidade................................................................................................................158
Tabela 7.16 – Relação entre Domínio de Política de “Gestão de Resíduos”, Indicadores e
Pilares de Sustentabilidade................................................................................................................160
Tabela 7.17 – Visão Geral dos Indicadores organizados segundo os Pilares de
Sustentabilidade.....................................................................................................................................161
Tabela 7.18 – Disciplinas de Valor para os Negócios........................................................................165
Tabela 7.19 – Características dos diferentes Tipos de Administração..........................................166Tabela 9.1 – Indicadores de Sustentabilidades referentes à Meta 1 – Uso Racional de Insumos
.....................................................................................................................................................................220
Tabela 9.2 - Indicadores de Sustentabilidades referentes à Meta 3 – Destino Sustentável de
todo o Resíduo Gerado........................................................................................................................224Tabela 9.3 - Indicadores de Sustentabilidades referentes à Meta 7 – Inovação constante dos
Produtos e Serviços Prestados..........................................................................................................228
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LISTADEABREVIATURASESIGLAS
ABS AquisiçãodeBenseServiçosAFR AnualFailureRateAI AcquisitionandImplementationANSI AmericanNationalStandardsInstituteAPO Align,Plan&OrganizeBAI Build,Acquire&ImplementBAU Business-As-UsualBGP BorderGatewayProtocolBSC BalancedScoreCardCEDIR CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformáticaCETESB CompanhiaAmbientaldoEstadodeSãoPauloCGI.br ComitêGestordaInternetnoBrasilCIM CommonInformationModelCIO ChiefInformationOfficerCIPA ComissãoInternadePrevençãodeAcidentesCIT CentrodeInformáticaeTelecomunicaçõesCLI CommonLanguageInfrastructureCMM CapabilityMaturityModelCOBIT ControlObjetivesforInformationCOPS CommonOpenPolicyServiceCSCW ComputerSupportedCooperativeWorkDCiE DataCenterEfficiencyDEN-ng DirectoryEnabledNetwork–nextgenerationDMTF DistributedManagementTaskForceDPR DedicatedPolicyRepositoryDS DeliveryandSupportDSS Delivery,Service&SupportDTE DesenvolvimentoTecnológicoEBNF ExtendedBackus-NaurFormEDM Evaluate,Direct&MonitorEPC EquipamentodeProteçãoColetivaEPI EquipamentodeProteçãoIndividualFCAPS Fault,Configuration,Accounting,PerformanceandSecurityGeSI Globale-SustainabilityInitiativeGRH GestãodeRecursosHumanosGRI GlobalReportInitiativeHDV HighDefinitionVideo
17
IDC InternetDataCenterIETF InternetEngineeringTaskForceIOG InfraestruturadaOrganizaçãoISACA InformationSystemsAuditandControlAssociationISP InternetServiceProviderITGI ITGovernanceInstituteITIL InformationTechnologyInfrastructureLibraryKPI KeyPerformanceIndicatorKSI KeySustainabilityIndicatorLAN LocalAreaNetworkLDAP LightweithDirectoryProtocolLER LesãoporEsforçoRepetitivoLGE LogísticaExternaoudeSaídaLGI LogísticaInternaoudeEntradaLPDP LocalPolicyDecisionPointMAN MetropolitanAreaNeworkME MonitoringandEvaluationMEA Monitor,Evaluate&AssessMEV MarketingEVendaMIB ManagementInformationBaseMPLS MultiProtocolLabelSwitchingMTBF MeanTimeBetweenFailuresNDDI NetworkDevelopmentandDeploymentInitiative NECR NetworkEnergyConsumptionRateNEPI NetworkEnergyProportionalityIndexNIC.br NúcleodeInformaçãoeComunicaçãodoPontoBRNREN NationalResearchandEducationNetwotkONU OrganizaçãodasNaçõesUnidasOPM3 OrganizationalProjectManagementMaturityModelOPR OperaçõesPA PlanodeAçãoPAN PersonalAreaNetworkPBNM Policy-BasedNetworkManagementPDI PlanoDiretordeInformáticaPDP PolicyDecisionPointPEP PoliceEnforcementPointPFWG PolicyFrameworkWorkingGroupPIB PolicyInformationBasePMBoK ProjectManagementBodyofKnowledgePMS PolicyManagementSystemPNRS PolíticaNacionaldeResíduosSólidos
18
PO PlanningandOrganizationPRINCE3 ProjectinControlledEnvironmentsPUE PowerUsageEffectivenessPURA ProgramadeUsoRacionaldeÁguaPURE ProgramadeUsoRacionaldeEnergiaQoS QualityofServiceRACI Responsible,Accountable,ConsultedandInformedRFP RequestforProposalRNP RedeNacionaldePesquisaeEnsinoROA ReturnonAssetsROE ReturnOnEquityROHS RestrictionOfHazardousSubstancesROI ReturnOnInvestmentsSID SharedInformation/DataModelSLA ServiceLevelAgreementSNMP SimpleNetworkManagementProtocolSPV ServiçosPós-VendaSWOT Strength,Weakness,OpportunitiesandThreatsTE TrafficEngineeringTIC TecnologiadaInformaçãoeComunicaçãoTOGAF TheOpenGroupArchitectureFrameworkVLAN VirtualLocalAreaNetworksVPN VirtualPrivateNetworkWAN WideAreaNetworkWEEE WastefromElectricalandElectronicEquipmentXML ExtensibleMarkupLanguage
19
DEFINIÇÕES
DataCenter: Facilidade usada para hospedar sistemas computacionais, redes de
telecomunicações e sistemas de armazenamento de programas e dados. Inclui,
geralmente, fontede alimentação redundante, enlacesdedados redundantes, controle
ambiental(e.g.,ar-condicionado)edispositivosdesegurança(WikiDataCenter).
Métrica:Refere-seaumamedidanuméricadiretaquerepresentaumapartededadodo
negócioemrelaçãoaumaoumaisdimensões.Porexemplo, o totaldevendasemum
mêsrefere-seaovalortotalemR$(Reais)obtidodasvendasrealizadasemummêspor
umaempresa,sendoomêsumadimensão.Se,complementarmente,deseja-sesaberqual
foi o total de vendas num mês e num estado especifico, tem-se uma análise
multidimensional da mesma métrica envolvendo período e local. Fonte: (GONZALEZ
2009).
Indicador de Desempenho: Refere-se àmétrica que está vinculada a umameta. Na
maioriadasvezesosIndicadoresdeDesempenhorepresentamcomoumamétricaestá
acimaouabaixodeumametapré-determinada.Usualmente,adota-secomoindicadora
razão entre o valor medido (métrica) e a meta estabelecida. Como exemplo, pode-se
citarocasodeumaempresaquetemcomometavender1000licençasdesoftwarepor
mês.Nestemês, foramvendidas9000 licenças, logoo indicador teriaovalorde90%.
Fonte:(GONZALEZ2009).
Índice de Proporcionalidade de Consumo Energético da Rede: Informa como o
consumo de energia escala com a carga no dispositivo, por exemplo, demodo linear,
quadrático,exponencialetc.Fonte:(MAHADEVAN,2009).
Downtime:Correspondeao intervaloemqueumsistemaouserviço fica indisponível,
sejapormotivosdemanutençãoouporfalhas.
Uptime:Correspondeaotempoemqueoequipamentooudispositivoseencontraativo,
semnenhumaindisponibilidade.
20
Throughput (vazão): É a taxamédia de sucesso demensagens transmitidas por um
determinadocanaldecomunicação.
Jitter (flutuação): Corresponde ao desvio-padrão nos tempos de chegada de pacotes
(TANENBAUM,1997).
ROHS: Uma das diretivas europeias sobre a restrição de substâncias perigosas
(RestrictionofCertainHazardousSubstances,RoHS).OobjetivodaRoHSéaproximaras
legislações dos países membros (na União Européia) em matéria de restrições à
utilização de substâncias perigosas em equipamentos elétricos e eletrônicos e assim
contribuirparaaproteçãodasaúdehumana,arecuperaçãoambientalmentesaudávele
eliminaçãocorretadessestiposderesíduos(EUR-Lex,2010b).
EPEAT: Órgãos como a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection
Agency,EPA)financiaramprojetosderegulamentaçãodaTIVerdenosEstadosUnidos.
Um deles é o EPEAT (ElectronicProductEnvironmentalAssessmentTool) que também
estádeacordocomasdiretivasWEEeRoHS.OEPEATanalisaprodutoseletrônicosem
relação a 51 critérios ambientais (23 obrigatórios e 28 opcionais), baseando-se no
padrãopúblicodaIEEE1680.ParaqualificarumprodutonaEPEATéprecisoestarem
conformidadecomtodososcritériosobrigatórios.Osprodutosanalisadopodemreceber
selos de nível bronze, prata e ouro conforme sua adequação aos critérios opcionais
(EPEAT,2010).
WEEE: Uma das diretivas europeias sobre a regulamentação de resíduos de
equipamentoselétricoseeletrônicos(WasteElectricalandElectronicEquipment,WEEE).
OobjetivodaWEEEé,prioritariamente,diminuirosresíduosdeequipamentoselétricos
e eletrônicos e, além disso, promover a reutilização, reciclagem e outras formas de
valorização desses resíduos, reduzindo o descarte inadequado. Pretende-se assim
melhorar o desempenho ambiental de todos os envolvidos no ciclo de vida desses
produtos, por exemplo, produtores, distribuidores, consumidores e em particular os
operadoresdiretamenteenvolvidosnotratamentodosresíduos(EUR-Lex,2010a).
GRI: Organização sem fins lucrativos, aGlobalReporting Initiatives (GRI) preocupa-se
comapromoçãodasustentabilidadeeconômica,ambientalesocial.AGRIfornecepara
21
todas as empresas e organizações uma estrutura abrangente de relatórios de
sustentabilidadeamplamentedifundidosaoredordoglobo(GRI2012).
PNRS(PolíticaNacionaldeResíduosSólidos):LeiqueinstituiaPolíticaNacionalde
ResíduosSólidos,dispondosobreseusprincípios,objetivose instrumentos,bemcomo
sobreasdiretrizesrelativasàgestãointegradaeaogerenciamentoderesíduossólidos,
incluídos os perigosos (excetuando-se radioativos, pois têm leis específicas), às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis(PNRS2012).Estaleiseaplicaapessoasfísicasoujurídicas,dedireitopúblico
ouprivado,responsáveis,diretaouindiretamente,pelageraçãoderesíduossólidos,eas
que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de
resíduossólidos(PNRS2012).
PlanodeDados:Éresponsávelpelooencaminhamentodepacotesdoelementoderede
(NE – Network Element), comutando-os. Aqueles identificados como destinados ao
próprioNEnãosãocomutados, logicamente,devendorecebertratamentodiferenciado
peloPlanodeControle.
PlanodeControle:Épartedaarquiteturaderoteamentoresponsávelporconstruiro
mapaderotasdarede.Utilizamensagenssobre informaçõesderota, trocadascomos
outros NE,monta as tabelas de roteamento locais, cujas informações, em última
instância,sãoutilizadaspeloPlanodeDados.
Comutação de Circuitos: A comutação por circuitos exige que as estações
comunicantespossuamumcaminhodedicadoexclusivo.Estemétododecomunicaçãoé
realizado em três passos distintos e específicos: estabelecimento do circuito, troca de
informaçõesedesconexãopontoaponto(KUROSE&ROSS,2006).Suasvantagenssãoa
garantia de recursos, disputa pelo acesso somente na fase de conexão, não há
processamentonosnós intermediários(menos tempode transferência)econtrolenas
extremidades.Suasdesvantagensenvolvemodesperdíciodebandaduranteperíodosde
silêncio,problemapara transmissãodedados (ruimquandoo tempodeconexãoéda
ordemdo tempoda comunicação), erros são recuperados fim a fim, probabilidade de
bloqueio(circuitosocupadosemuminstante)(KUROSE&ROSS,2006).
22
Comutação de Pacotes: Na rede de comutação por pacotes os recursos não são
reservadosparaatransferênciadedados.Informaçõesaseremenviadassãoquebradas
em pacotes e transmitidas de nó a nó, utilizando os recursos sob demanda que, por
consequência, podem ter que esperar (ex. fila) para acessar o canal de comunicação
(KUROSE&ROSS,2006).Asvantagensdestemodeloabrangemousootimizadodomeio,
um esquema ideal para tráfego de dados, e os erros são recuperados no enlace onde
ocorreram. Dentre suas desvantagens estão a não garantia de banda, a variação de
atrasosempacotesdediferentesrotas(jitter),overheaddecabeçalho(exclusivodecada
pacote),adisputanóanó,eosatrasosdeenfileiramentoedeprocessamentoacadanó
(KUROSE&ROSS,2006).
Redes Híbridas: Esta tecnologia permite que uma mesma infraestrutura de
comunicação seja utilizada simultaneamente para prestar serviço de pacotes IP
(comutaçãoporpacotes)eparacircuitosfimafim(comutaçãoporcircuito)voltadosa
aplicaçõesselecionadas(RNP,2011).
Rede de Distribuição e ou Acesso: Formada por uma malha de roteadores
interconectados. Sua função principal é prover vários serviços para os usuários
conectadosnarededeacesso.Umadasprincipaisfunçõesérotearotráfegodedadosna
rede, podendo ser configurado tanto pela comutação por circuitos quanto pela
comutaçãoporpacotes(KUROSE&ROSS,2006).
Rede de Borda: Formadaporumenlaceouenlaces físicosqueconectamumsistema
final a seu roteador de borda, que é o primeiro roteador de um caminho entre um
sistemafinalequalqueroutrosistemafinalremoto(KUROSE&ROSS,2006).Assim,os
roteadoresdebordadeáreasãoaquelesqueconectamduasoumaisáreas,easbordas
daredetipicamentesuportamserviçosdetransferênciadedadosentresistemasfinais
(programasdeaplicaçãoweboue-mail,modeloscliente/servidor,oumesmomodelos
peer-to-peer).
EquipamentosdeBackbone:Sãoroteadoresresponsáveisporconectararederegional
ao backbone. Estes roteadores encaminham pacotes originados e destinados a rede
regional.(RAZA,1999)
23
EquipamentosdeDistribuição:Consolidamasconexõesdosequipamentosdeacesso.
Sãodispostosdeformaaresistiràfalhadeumroteadordonúcleodarede.Distribution
routers usually contain topological information about their own region, but they
forwardpacketstoabackbonerouterforinter-regionrouting.(RAZA,1999)
Equipamentos de Acesso:Conectamo clienteouempresaà redededistribuição.No
caso de um ISP, o roteador da outra ponta do link de acesso é normalmente um
equipamentooperadopelocliente.(RAZA,1999)
24
SUMÁRIO1 Introdução...............................................................................................................................271.1 Motivação........................................................................................................................................281.2 Objetivos.........................................................................................................................................311.3 Organização....................................................................................................................................32
2 Conceitos..................................................................................................................................352.1 Sustentabilidade...........................................................................................................................352.2 PilaresdeSustentabilidade......................................................................................................362.3 PolíticasdeSustentabilidade...................................................................................................372.3.1 TiposdePolítica......................................................................................................................................392.3.2 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC...............................................392.3.3 ArquiteturaBásicadeumSistemadeGestãoorientadaaPolíticas.................................41
2.4 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................43
3 ModelosdeGovernançaeGerenciamento....................................................................453.1 GovernançadeTIC.......................................................................................................................453.1.1 ConceitosdeGovernançadeTIC......................................................................................................463.1.2 ModelosdeGovernançadeTIC........................................................................................................48
3.2 SistemadeGerenciamentodeInfraestruturadeTIC......................................................673.3 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................70
4 EficiênciaEnergéticadosRecursosdeTIC....................................................................724.1 Reengenharia.................................................................................................................................724.2 AdaptaçãoDinâmicadosRecursosdeTIC...........................................................................734.3 UtilizaçãodeEstadosStandBy/SleepMode........................................................................744.4 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................74
5 PremissaseRequisitosdaPropostadeumModeloparaGestãoSustentávelde
TIC765.1 Premissas........................................................................................................................................765.2 RequisitosQualitativos..............................................................................................................775.3 RequisitosQuantitativos...........................................................................................................785.4 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................78
6 ModelodeGestãodeTICeDomÍniosdePolÍticadeSustentabilidade...............806.1 VisãoGeraldoModelo................................................................................................................806.2 PolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC............................................................836.2.1 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC...............................................856.2.2 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeSistemas..........................................................89
25
6.2.3 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeInfraestruturadeTIC.................................996.2.4 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede.............................106
6.3 ConsideraçõesFinais................................................................................................................108
7 ModelodeGestãodeTIC-NíveisdeNegócioeSistema.........................................1107.1 PlanejamentoEstratégicodeTIC.........................................................................................1107.1.1 AnáliseSWOT........................................................................................................................................1127.1.2 Missão.......................................................................................................................................................1157.1.3 SegmentaçãodoNegócioeInteraçõesInternaeExterna..................................................1177.1.4 FilosofiaCorporativa..........................................................................................................................1187.1.5 FormulaçãodaEstratégia.................................................................................................................118
7.2 IncorporaçãodaSustentabilidadenasAtividadesdeTIC...........................................1207.2.1 AtividadesPrimáriasedeSuporte...............................................................................................1217.2.2 EstabelecimentodeIndicadoresdeSustentabilidade.........................................................127
7.3 GovernançadeTICorientadaàSustentabilidade..........................................................1617.3.1 MétodoparaImplementaçãodeGovernançadeTIC...........................................................1637.3.2 ModelosdeGovernançadeTIC......................................................................................................1737.3.3 ConsideraçõesFinais..........................................................................................................................175
8 SistemadeGerenciamentodeRedesOrientadoaPolitícasdeSustentabilidade
1768.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeRedes.............................................................1768.1.1 GerenciamentodeRedesBaseadoemPolítica........................................................................1778.1.2 RegrasdePolíticaeMapeamentoemNíveisdeAbstração...............................................1798.1.3 LinguagemdeEspecificaçãodePolíticadeGerenciamento..............................................181
8.2 PolíticadeSustentabilidadeemNíveisdeDispositivoeInstância..........................1888.3 PropostadeSistemadeGerenciamentodeRedesbaseadoemPolíticaorientadaà
Sustentabilidade...................................................................................................................................1918.3.1 VisãoGeraldaArquiteturadoSistemadeGerenciamento................................................1928.3.2 MododeOperaçãodoSistemadeGerenciamento................................................................195
8.4 ConsideraçõesFinais................................................................................................................205
9 EstudodeCasoparaEficiênciaEnergéticaemTIC...................................................2079.1 VisãoGeralsobreUnidadedeNegóciodeTIC.................................................................2079.1.1 MissãodoCentrodeInformáticaeTelecomunicaçãoes.....................................................2079.1.2 SegmentaçãodosNegócios..............................................................................................................208
9.2 MapeamentoentreDiferentesNíveisdePolítica...........................................................2109.2.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeNegócios...............................................................2129.2.2 PolíticasdeSustentabilidadeemNíveldeSistema...............................................................213
26
9.3 SistemadeGovernançadeTIC..............................................................................................2299.3.1 LevantamentodeInformaçõessobreaOrganização...........................................................2299.3.2 Fase2-AvaliaçãodeGovernançadeTIC..................................................................................2309.3.3 Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC.................................................................................231
9.4 SistemadeGerenciamentodeRedes..................................................................................2389.4.1 ExemplodetraduçãodepolíticasnosníveisdeRede,DispositivoeInstância........238
9.5 ConsideraçõesFinais................................................................................................................248
10 ConsideraçõesFinais.......................................................................................................25010.1 TrabalhosRelacionados.......................................................................................................25110.2 AnálisedosResultados.........................................................................................................25310.3 PrincipaisContribuições......................................................................................................25410.3.1 ContribuiçõesdaTese.....................................................................................................................25410.3.2 OutrasContribuições.......................................................................................................................255
10.4 TrabalhosFuturos..................................................................................................................261
11 ReferênciasBibliográficas.............................................................................................262
27
1 INTRODUÇÃO
Sustentabilidade é um tema cada vezmais presente no dia a dia das pessoas, assim
como nos diferentes setores da indústria que oferecem produtos ou serviços à
sociedade.
Dentreasnumerosasdefiniçõesquehojepermeiama literaturacientíficaemesmoa
literaturanãoespecializada,tem-seaquelaadotadaporBruntlandemrelatóriodaONU
(Organização dasNaçõesUnidas) em1987, que se consagrou e tem servido de base
paramuitasvariantes:“Desenvolvimentosustentáveléodesenvolvimentoquesatisfaz
asnecessidadesdopresentesemcomprometerahabilidadedasgeraçõesfuturaspara
satisfazer as próprias necessidades (UNITED NATIONS GENERAL ASSEMBLY, 1987,
cap.2).
Tomando,portanto,estadefiniçãocomobaseeaplicando-anaáreadeTIC(Tecnologia
da Informação e Comunicação), é possível identificar muitas ações consideradas
sustentáveis. Como exemplos podem-se citar: o uso racional de energia elétrica em
DataCenterseodescartecorretoderesíduosdeinformáticaetelecomunicações.
Sãoaçõescomresultadotangíveltantoparaasorganizaçõescomoparaasociedade.No
casododescartecorretoderesíduosdeinformáticaetelecomunicações,porexemplo,
osganhospodemserambientais,poisessesresíduosdeixamdeserdestinadosalixões
ou aterros sanitários e são tratados para fins de reaproveitamento ou reciclagem;
econômicos, pois os resíduos tratados podem retornar à cadeia produtiva, gerando
economianaextraçãoderecursosnaturaisbemcomoviabilizandoacriaçãodenovas
indústrias na área de reciclagem; e, por fim, sociais, considerando-se as pessoas
beneficiadas direta e indiretamente com a nova indústria de tratamento desses
resíduos.
Noentanto,os resultadosde taisaçõessópodemsermaximizadosseelasestiverem
contempladas por uma política ou plano maior dentro da organização, que passa a
sincronizarsuasaçõesemsustentabilidadefocandomaximizaroseudesempenho,seja
ele econômico e mesmo ambiental e social. Para tanto, faz-se importante criar um
modelodegestãosustentávelderecursosoupassivosdessaorganizaçãoquesirvade
28
baseparatodasasaçõesdesustentabilidade.Nocasodestetrabalho,serádadaênfase
aosrecursosdeTIC(TecnologiadaInformaçãoeComunicação).
1.1 Motivação
O tema Sustentabilidade está cada vez mais presente nas demandas de gestão de
Tecnologia da Informação e Comunicação. Nesse contexto, TIC inclui não apenas
sistemascomputacionaiseequipamentosderedee telecomunicações; tambéminclui
recursoshumanosenvolvidosnasuaoperação,monitoraçãoegestão.
Alguns dados estatísticos mostram que TIC é responsável, em média, por 2% dos
gastosenergéticosdentrodeumaempresa.Talinformaçãopodesercorroboradapela
Figura1.1,quemostracomodeveevoluiracontribuiçãodeTICnototaldeemissõesde
CO2, segundo GeSI (Global e-Sustaintability Initiative) (GLOBAL E-SUSTAINIBILITY
INITIATIVE,2010).EstaporcentagemdegastosenergéticosoriundosdeTICvariade
paísparapaís.Segundo(BOLLAetal.,2011),naItáliaem2006,porexemplo,TICera
responsávelpor1%dosgastosenergéticos,noReinoUnidoem2007estaparcelaera
daordemde10%,e,empaísescomoAlemanha,FrançaeJapãoacontribuiçãodeTIC
atingiapatamaressemelhantes.Noconjuntodessesgastos,tipicamente,ossistemasde
redes de comunicação são responsáveis por 70%, os DataCenters por 20% e outros
sistemaspor10%.Entretanto,observa-seoaumentodegastosenergéticosemTICano
a ano, dada a expansão dos seus sistemas, incluindo-se aí a infraestrutura de redes,
tantofixascomomóveis.
29
Figura1.1-EstimativadeEmissãodeCO2segundoprevisãodeGeSI,considerando-se
computadores,equipamentosderede,impressoraseDataCenters.Fonte:(GLOBALE-
SUSTAINIBILITYINITIATIVE,2010)
AFigura1.2trazumgráficotambémelaboradopelaGeSI,quemostraocrescimentoda
emissão de CO2, considerando-se especificamente os sistemas de telecomunicações,
sejamelesfixosoumóveis.
30
Figura1.2-EstimativadeEmissõesdeCO2(GLOBALE-SUSTAINIBILITYINITIATIVE,2010)
Este crescimento de gastos energéticos e, por consequência, de emissões de CO2,
oriundodeTICdeve-seaocrescimentodoparqueinstaladodeTICnosmaisdiferentes
setoresdaindústriacomotambémemusoresidencial.
No Brasil, o CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) tem publicado relatórios
anuaisquedemonstramocrescimentodeusodeequipamentosde informática tanto
nas empresas como em domicílios (CGIBR, 2011). Em 2010, 35% dos domicílios
brasileiros tinham um computador, contra 32% em 2009 e 25% em 2008. Estes
números demonstram que, além de um contínuo crescimento, ainda existe grande
margem de expansão. Em 2010, 97% das empresas dispunham de computador,
mantendo a mesma porcentagem (97%) de 2009, contra 95% em 2008 e 94% em
2007.Em2010,90%dasempresasbrasileirasdispunhamderedelocalcomfioousem
fio.Opatamardeusode rede local com fiopermanececonstanteem81%,masode
redesemfiosofreuumaexpansãosignificativa:de14%em2005saltoupara50%em
2010. Outro dado importante é que 30% das empresas possuem acesso à Internet
superior a 2Mbps contra 4%em2007. Em2010, 60%das empresas empregavamo
modemdigital,30%omodemviacabo,15%dasconexõesviarádio,15%deconexões
31
via celular (modem 3G), e ainda, 4% de conexões dial-up via telefone e 3% de
conexõesviasatélite.Porúltimo,25%dasempresaspossuemenlacededicado.
SegundoaAnatel,aofinaldenovembrode2011oBrasilcontavacom236milhõesde
assinantescontra200milhõesao finalde2010(http://www.anatel.gov.br).O tempo
de vida de cada celular tem variado de um ano a um ano e meio. No caso de
computadores,existeumcrescimentodoparqueinstalado,eseutempodevidavaria
detrêsacincoanos.
A expansão do uso de TIC, envolvendo equipamentos com capacidade de
processamento, armazenamento e transmissão cada vez maiores, tem trazido como
efeitoimediatooaumentonogastodeenergiaelétricaedeoutrosinsumosnecessários
para manter tais sistemas em operação. Em curto e médio prazos, outro problema
surge emdecorrência de: obsolescência desses equipamentos resultante de defeitos,
do surgimento de tecnologias mais avançadas e da não aplicabilidade desses
equipamentos para as novas soluções de TIC (Por exemplo, o hardware pode estar
operacional,masnãoseraptoparaexecutarosnovosaplicativosdomercado).
Diante desse cenário, pode-se observar que o gestor de TIC, para garantir sua
sustentabilidade,devesepreocuparcom:ainovaçãotecnológicadentrodaperspectiva
do uso racional de recursos associados a TIC, tendo comoumdosmais importantes
fatores a eficiência energética desses recursos e, ao final do seu ciclo de vida, o seu
descarte correto. Tudo isto movido com a participação, treinamento adequado e
engajamento dos funcionários, fornecedores, usuários, clientes e pessoas da
comunidaderelacionadasdealgumamaneiracomaorganização.
1.2 Objetivos
O objetivo desta tese é apresentar uma proposta no sentido de tornar a gestão de
Tecnologia da Informação e Comunicação mais sustentável nas organizações,
envolvendo:
• Processodeaquisiçãodesistemasmaissustentáveis,porexemplo,maiseficientes
dopontodevistaenergéticoe,àmedidadopossível,isentosdesubstânciastóxicas.
32
• Processo de uso dos recursos de TIC otimizado, visando economia de recursos e
proteçãoaomeioambiente.
• ProcessodedescartederecursosdeTICrealizadodemodosustentável.
• Gestão de profissionais de TIC dentro do escopo de sustentabilidade, com a
promoçãodohumano.
Eoseudesmembramentoemtodososníveisdaorganização,asaber:estratégico,
táticoeoperacional.
Vale ressaltar que, nesse contexto, consideram-se recursos de TIC, essencialmente,
recursosdehardware,comocomputadores,equipamentosderedeetelecomunicações.
Nãoestãosendoconsideradosossistemasdesoftware.
Aqui podem ser consideradas unidades de negócio que prestam serviços de TIC ou
organizaçõescujosnegóciossejamaprestaçãodeserviçosdeTIC.
1.3 Organização
Esta tese está organizada em nove capítulos, além deste capítulo introdutório que
apresentaamotivação,osobjetivoseocontextoondeelaseaplica.
Apartirdaí,otrabalhoestádivididoemtrêspartesprincipais:ParteI–Conceituação
Geral,envolvendooscapítulos2,3e4;ParteII–ModelodeGestãodeTICorientadaà
PolíticadeSustentabilidade,englobandooscapítulos5,6,7e8;ParteIII–Estudode
Caso,envolvendooscapítulos9e10.
ParteI:ConceituaçãoGeral
No capítulo 2 são apresentados conceitos básicos referentes à Sustentabilidade e
sistemasorientadosaPolíticas.Taisconceitossãocomplementadosnocapítulo3,que
tratademodelosdeGovernançadeTICedeGerenciamentodeRedesdeComunicação.
ParadarsubsídiosàpropostaedesenvolvimentodeumSistemadeGerenciamentode
Redes orientadopara eficiência energética apresentadono capítulo8, nocapítulo 4
sãodiscutidastécnicasparaobtençãodeeficiênciaenergéticaemsistemasdeTIC.
33
ParteII–ModelodeGestãodeTICorientadaàPolíticadeSustentabilidade
No capítulo 5 estão as premissas, os requisitos funcionais e quantitativos que
nortearama especificaçãodoModelodeGestãodeTICorientadaà Sustentabilidade.
Combaseemtaispremissaserequisitos,nocapítulo6éapresentadaumavisãogeral
domodelo, organizado em cinco níveis, a saber: Negócio, Sistema, Infraestrutura de
TIC, Dispositivo e Instância. O nível deNegócio corresponde ao desenvolvimento do
PlanejamentoEstratégico,enquantooníveldeSistemaenglobaaGovernançadeTIC,
sendoaGovernançadeTICresponsávelpelaaplicaçãodePolíticasdeSustentabilidade
eDesempenhonosníveisdeNegócioeSistema.OsníveisdeInfraestrutura,Dispositivo
eInstânciacompõemosServiçosdeRedes,DataCentereMicroinformática.OsSistemas
deGerenciamentodeInfraestruturadeTICsãoresponsáveispelaaplicaçãodePolíticas
deSustentabilidadenestes trêsúltimosníveis.Nocontextodeste trabalho, serádada
ênfase aos Serviços de Rede, que compõem uma infraestrutura de TIC. Ainda, no
capítulo6,sãodescritososdomíniosdePolíticasdeSustentabilidadeparaestesníveis.
Ocapítulo 7 apresentamodelos, referentes aos níveis deNegócio e Sistema, para o
desenvolvimentodoPlanejamentoEstratégicoeparaaespecificaçãoeimplantaçãode
Governança de TIC. Além disso, define as respectivas metas e indicadores de
sustentabilidadeaplicáveisàsatividadesdesuporteeprimáriasdacadeiadevalorde
umaorganização.
O capítulo 8 apresenta arquiteturas para Sistemas de Gerenciamento de Redes,
responsáveis pela aplicação de políticas nos níveis de Rede, Dispositivo e Instância.
Primeiramente, é mostrada uma arquitetura geral proposta pelo IETF (Internet
EngineeringTaskForce)comdiscussãosubsequentedosdesafiosinerentesàtradução
depolíticasdescritasemdiferentesníveisdeabstração,considerandoque:nonívelde
Rede emprega-se uma linguagem de alto nível, como a linguagem Ponder adotada
neste trabalho; no nível de Dispostivo usam-se mensagens de protocolo de
gerenciamento; e, por último, no nível de Instância, são executadas operações em
variáveis de equipamentos. Em seguida, é descrita a proposta de um Sistema de
GerenciamentoorientadoaPolíticasdeSustentabilidade,real,queseencontraemfase
dedesenvolvimento.
34
Parte III – Estudo de Caso - Modelo de Gestão de TIC orientada à Política de
Sustentabilidade
Ocapítulo9trazumestudodecasoquemostracomoumaPolíticadeSustentabilidade
em nível de Negócio pode gerar políticas em todos os outros níveis, de Sistema,
Infraestrutura(especificamenteRedes),DispositivoeInstância.Talestudodecasodá
ênfase ao uso racional de recursos e,mais especificamente, ao aspecto de eficiência
energéticaaplicadaaredes.
Porúltimo,ocapítulo10trazumaanálisecríticasobreosresultadosdestetrabalho,
assuasprincipaiscontribuiçõesepropostasdetrabalhofuturo.Alémdisso,descreve
outrascontribuiçõescorrelatasaotemadestetrabalho,desenvolvidaspelacandidata.
35
2 CONCEITOS
Estecapítuloapresentaconceitosutilizadosaolongodetodootrabalho,relacionados
aSustentabilidadeeSistemasorientadosaPolíticasdentrodocontextodeTecnologia
daInformaçãoeComunicação.
2.1 Sustentabilidade
Hoje,éusualquandosediscuteousefaladesustentabilidadetercomobaseadefinição
de desenvolvimento sustentável formulada pela Comissão Brunland na ONU em
1987: o desenvolvimento que atende as necessidades da geração atual sem
comprometer os recursos naturais para as gerações futuras (UNITEDNATIONS
GENERALASSEMBLY,1987).
Dentro deste contexto, entendem-se como práticas sustentáveis aquelas que
garantem que os recursos são utilizados na mesma taxa em que é possível
recuperá-los, naturalmente, ou através de ações específicas. Como exemplo de
ações específicas, pode-se citar a reciclagem de lixo eletrônico, que permite retirar
metais preciosos das placas de circuito impresso como cobre, ouro e prata, que são
retornados à cadeia produtiva, ao invés de retirar estesmesmosmetais da natureza
parafabricaroutrosprodutos.
Assim, sustentabilidade pode ser definida como o balanço entre três elementos
interdependentes(DOMINSKI,1992apudBELL;MORSE,2010):
1. Proteçãoeaperfeiçoamentodeecossistemaserecursosnaturais.
2. Produtividadeeconômica.
3. Provisãodeinfraestruturasocialcomo:emprego,moradia,educação,cuidados
médicoseoportunidadesculturais.
Nomercado,podem-seidentificaralgumasdenominaçõesparaprodutossustentáveis:
• Produtos“verdes”:sãoaquelesquenãocontêmsubstânciastóxicasnasua
produção.Istoimplicaque,seesseprodutofordescartado,nãoirácausardanosao
meioambiente.Contudo,apesardenãosertóxico,podenãoserreciclávelnem
36
biodegradável,implicandoquesuadecomposiçãoédemoradae,tipicamente,aoser
descartadoseráencaminhadoaaterrosanitário.
• Produtosreciclados:sãoprodutoselaboradoscommatérias-primasrecicláveis.
• Produtosrecicláveis:sãoprodutosqueaofinaldesuavidaútilpodemser
reciclados,retornandoàcadeiaprodutivacomomatéria-prima.
• Produtosbiodegradáveis:sãoaquelesque,umavezdescartadoseenterrados,
sofremumprocessodedecomposiçãonaturalpelaaçãodemicro-organismos.
2.2 PilaresdeSustentabilidade
Um dos mais importantes conceitos de sustentabilidade é denominado “sustainable
bottom line” ou “quadruple bottom line” e tem relação com os quatro Pilares de
Sustentabilidade,quesão(WERBACH,2009):
• Econômico: Inclui acões tomadas pelos indivíduos da geração atual que não
comprometamaperspectivadeque,nofuturo,asnovasgeraçõestenhamqualidade
devidaepossamsatisfazersuasnecessidadesbásicas,incluindo-seaíacessoabens
de consumo– consumo consciente – e saúde. Este pilar pode ser assimdefinido:
ações no presente que afetam o modo como os seres humanos satisfazem suas
necessidadesfundamentais.
Dentrodessecontexto,podem-secitarcomoexemplosdeindicadores:crescimento
dareceita,distribuiçãodereceitaporempregado,satisfaçãodocliente,númerode
funcionários da empresa oriundos da comunidade local, porcentagem da receita
investidaemplanosdesaúdeenamelhoriadaqualidadedevidadosfuncionários.
• Social:Incluiaçõesquepodemafetartodososmembrosdasociedade,incluindo-se
aí emprego, distribuição de renda, equilíbrio social, diminuição da pobreza e da
violência,edireitoshumanos.
Como exemplos de indicadores, podem-semencionar: o número de acidentes de
trabalho, transparência administrativa, práticas anticorrupção, investimento na
educaçãodosfuncionários,programasdeintegraçãoempresa-comunidade.
37
• Ambiental:Incluiaçõesdeinteraçãocomomeioambientequenãocomprometem
ocapitaldanatureza,i.é,asomatotalderecursosnaturais.
Exemplos de indicadores são: consumo de energia elétrica, consumo de água,
porcentagemda água tratada e reusada contra a descartada, volumede resíduos
gerados,usoegeraçãodeefluentestóxicos.
• Cultural: Inclui ações por meio das quais as comunidades manifestam sua
identidade, preservam e cultivam tradições e costumes de geração para geração;
acessoàeducaçãoeabensculturais.
Indicadores deste pilar incluem produtos ou insumo adquiridos junto à
comunidade local, diversidade e grau cultural dos funcionários, preservação da
históriadacomunidadeedaempresa.
2.3 PolíticasdeSustentabilidade
Emsuaessência,Políticaéaarteouciênciadegovernar; assim,é tambémaarteou
ciência da organização, direção e administração, que se expressa em orientação ou
métodospolíticoscomo,porexemplo,asPolíticasdeSustentabilidade.
Política é, portanto, tipicamente, umconjuntode regras.Cada regra consistedeuma
cláusuladecondiçãoeumacláusuladeação.Destemodo,pode-sedizerqueaPolítica
deSustentabilidadeestabeleceregrasreferentesàspraticasdeSustentabilidade.Como
exemplo, pode-se citar o caso de Aquisição de Sistemas Computacionais “Verdes”.
Pode-se definir a seguinte regra: “só participam de editais ou RFPs (Request for
Proposals) para aquisição de equipamentos de informática e telecomunicação, os
fornecedoresdesistemascomputacionais“verdes”1.
Desta forma,pode-sedizerqueumsistemaorientadoapolíticasé aqueleemqueas
regras de política são usadas para definir o comportamento de suas entidades.
1SistemasComputacionaisVerdessãoaquelesconsideradoseficientesdopontodevistadeconsumode
energiaelétricaeisentosdesubstânciastóxicas,como,porexemplo,ochumbo.
38
(STRASSNER,2004).Nocontextodestetrabalho,aGestãodeTICorientadaaPolíticas
deSustentabilidadetemcomobaseasregrasdefinidasportaispolíticas,queorientam
eatédefinemasações,osprocedimentosemecanismosdessagestão.
A Figura 2.1 mostra um modelo simplificado de Regras de Política. Uma regra de
Políticapodeagregardiferentescondiçõeseações.SeasCondiçõesassociadasauma
RegradePolítica foremsatisfeitas, asAçõesdevemser avaliadas. Sehouvermaisde
umaAçãoassociadaaumaRegradePolítica,asuaexecuçãopoderáserpriorizada.
Figura2.1–ModeloSimplificadodeRegradePolítica
As Políticas podem ser aplicadas sobre um oumais processos (Níveis de Negócio e
Sistema)ousobreumoumaisobjetos(NíveisdeInfraestruturadeTIC,Dispositivoe
Instância). Esses processos ou objetos podem ter um “papel” que define as
característicasbásicaseafunçãodecadaprocessoouobjeto.Comoexemplo,pode-se
mencionar o recurso ou objeto “equipamento de rede”. Existem muitos tipos de
equipamentosderede,logo,quandoseafirmaqueo“papel”daqueleequipamentode
redeé“roteador”,jáépossívelinferirquaissãoasfuncionalidadesbásicassuportadas
poresseequipamento.NaFigura2.2sãomostradosospapéisdeumequipamentode
rede.
39
Figura2.2–ExemplodeUsode“papéis”associadosaentidadesderede
Um Domínio de Política é um conjunto de entidades, processos e serviços
administrados demodo coordenado, empregando-se omesmo conjunto de políticas.
Umconjuntodeentidadespodepertenceraumoumaisdomíniosdepolítica.
Nocapítulo6serãodiscutidoseapresentadososváriosdomíniosdepolíticaaplicados
aodiferentesníveisdepolítica.
2.3.1 TiposdePolítica
SegundoStrassner(STRASSNER,2004)existemquatrotiposdepolíticadealtonível:
• Autorização:definequaisaçõesumsujeitotempermissãoparaexecutarsobreum
conjuntodeobjetos.
• Restrição: define um conjunto de ações que um sujeito não tempermissão para
executarsobreumconjuntodeobjetos,emboratenhasidoautorizadoafazê-lo.
• Obrigação:defineumconjuntodeaçõesqueosujeitotemaobrigaçãoderealizar.
• Delegação:atribuem-seprivilégiosasujeitossobreumconjuntodeobjetos.
2.3.2 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC
Dentrodeumaorganização,profissionaiscomdiferentesresponsabilidadesefunções
têmdiferentesvisõesdapolítica.Porexemplo,profissionaisdaáreadenegóciosnão
conseguem compreender a terminologia inerente às políticas de rede. Da mesma
maneiraqueprofissionaisderedenãocompreendemnecessariamenteaterminologia
própriadaáreadenegócios.Porestemotivo, emumaorganização sãoespecificados
40
diferentesníveisdePolíticasdeSustentabilidadeeDesempenho.Contudo,taispolíticas
precisamestaralinhadasentresieserconsistentes.Deveserpossíveltraduzirregras
deumníveldepolíticaemoutroevice-versa.
Conforme mostra a Tabela 2.1, consideram-se para o caso de Serviços de TIC
(Tecnologia da Informação e Comunicação) os seguintes Níveis de Políticas
(STRASSNER,2004):
• Negócio:NestenívelsãodefinidosSLAs(ServiceLevelAgreements),sejamelescom
empresascontratadasoucontratantesouentreunidadesdenegóciocomrelaçãode
prestador-usuáriodeserviçosdentrodaprópriaorganização;objetivosprópriosdo
negócio,direcionamentosgeraisdaorganizaçãoeprocessoscorporativos.
• Sistema:Apartirdemetasdefinidaspeloníveldenegócio,estabelece indicadores
de sustentabilidade e desempenho vinculados aos principais processos da
organização.Nocasodeste trabalho, sãoanalisadosprioritariamenteosprocessos
envolvendoTICeseualinhamentocomasPolíticasdeSustentabilidade.
• Infraestrutura de TIC: Está vinculado aos principais ativos de TIC, incluindo
DataCenter, Redes de Comunicação e Computadores pessoais. Neste nível, são
definidaspolíticasespecíficasparacadaclassedeativoetecnologiasassociadas.
• Dispositivo:Nestenívelsãodefinidaspolíticasespecificasreferentesatecnologias
e equipamentos, sejam eles equipamentos de rede, sistema de armazenamento,
sistemasdeblade,dentreoutros.
• Instância:Aspolíticasdestenívelsãoorientadasaequipamentosespecíficos,suas
MIBs(ManagementInformationBase),PIBs(PolicyInformationBase),dentreoutros.
A Tabela 2.1 associa esses Níveis de Política a Tipos de Regras. No contexto deste
trabalho, a infraestruturadeTIC édecomposta emdiferentes gruposde recursosde
TIC,asaber:DataCenter,RedesdeComunicaçãoeComputadoresPessoais.
41
Tabela2.1–NíveisdePolíticaeTiposdeRegrasempregadas-Fonte:(STRASSNER,2004)
NíveldePolítica TiposdeRegras
Negócio SLA,processos,guiasemetas
Sistema Operaçãoindependentededispositivoetecnologia
InfraestruturadeTIC Operaçãoespecíficadetecnologiaeindependentededispositivo
Dispositivo Operaçãoespecíficadedispositivoetecnologia
Instância Implementaçãoespecíficadedispositivo,comoMIB,PIB,CLIeoutros.
Legenda:
CLI–CommonLanguageInfrastructureMIB–ManagementInformationBasePIB–PolicyInformationBaseSLA-ServiceLevelAgreementTIC–TecnologiadaInformaçãoeComunicação
A Figura 2.3 mostra os diferentes Níveis de Política aplicáveis à Gestão de TIC
(TecnologiadaInformaçãoeComunicação)deumaorganização.
Figura2.3–NíveisdePolíticaaplicáveisàGestãodeTICdeumaOrganização
2.3.3 ArquiteturaBásicadeumSistemadeGestãoorientadaaPolíticas
AArquiteturaBásicadeumSistemadeGestãoorientadaaPolíticas,tomandoporbase
aArquiteturaparaSistemasdeGerenciamentoderedespropostapeloIETF(Internet
EngineeringTaskForce),écompostadosseguinteselementos(VERMA,2000):
42
• SistemadeGestãodePolíticas:Éusadoporumadministradorparaestabelecere
fornecer políticas a serem aplicadas em qualquer um dos níveis apresentados
anteriormente (Figura 2.3), seja de negócio, sistema, infraestrutura de TIC,
dispositivoouinstância.Posteriormente,talpolíticaétratadaeconvertidaemuma
linguagemcompatívelcomseuescopodeatuação.Assim,porexemplo,umapolítica
do nível de dispositivo poderá ser convertida em comandos de configuração do
dispositivo.
• Repositório de Políticas: Contém a descrição de políticas empregadas nos
diferentes níveis de gestão. Em alguns casos, o Repositório de Políticas é um
diretórioLDAP(LightweightDirectoryAccessProtocol),maspodeser,também,um
servidor de base de dados ou mesmo um servidor Web. É importante que haja
compatibilidade com o modelo de informação adotado para a especificação das
políticas.
• Ponto de Decisão de Política (PDP): É responsável por obter as políticas do
repositório, interpretá-las e comunicá-las aoPontodeExecuçãodePolítica (PEP)
noformatoenasintaxecompreensíveisporeste.
• PontodeExecuçãodePolítica(PEP):Éresponsávelpelaaplicaçãoeexecuçãode
políticas,pormonitorarestatísticasereportá-lasaossistemasadequados.Nocaso
específicodegerenciamentoderedes,oPEPpodeestarhospedadotantoemuma
estaçãofinalcomoemumroteadoroufirewall.
AcomunicaçãoentreoPDPeoRepositóriodePolíticaspodeserfeitaempregando-se
diferentes protocolos de comunicação. Contudo, no caso do sistema proposto pelo
IETF,dá-sepreferênciaaoLDAP(LightweithDirectoryProtocol).
Da mesma maneira, a comunicação entre o PDP e o PEP pode ser realizada por
diferentes protocolos. No caso de sistemas de gerenciamento de redes usualmente
opta-sepeloSNMP(SimpleNetworkManagementProtocol).
Uma Política pode começar a ser executada porque são satisfeitas as condições
vinculadasaela(porexemplo,períododevalidadedeumataxatarifáriaparatelefonia)
43
ou pela ocorrência de um evento (por exemplo, pico de tráfego na rede corporativa
devidoàrealizaçãodetransmissõesdevídeoHD).
A Figura 2.4 apresenta os elementos da Arquitetura de Sistemas de Gestão de
TecnologiadaInformaçãoorientadaaPolíticas.
Figura2.4–ArquiteturaBásicaparaSistemasdeGestãodeTICorientadaaPolíticas
2.4 ConsideraçõesFinais
Os conceitos apresentados neste capítulo norteiam todo o trabalho, em especial
aquelesrelacionadosaosPilaresdeSustentabilidadeePráticasSustentáveis.
Foi definido o conceito de política e mostrou-se a arquitetura básica de sistemas
orientados a política, segundo IETF (STRASSNER, 2004) (VERMA, 2000). O IETF
definiu esta arquitetura especificamente para Sistemas de Gerenciamento de Redes
orientados a Políticas (Policy-Based Network Management) que, dentro do contexto
destetrabalho,sãoestendidosparaaáreadeGovernançadeTIC.
O IETF definiu, também, vários níveis de política, que incluem os níveis deNegócio,
Sistema, Infraestrutura de TIC, Dispositivo e Instância. No contexto deste trabalho,
conformeserádiscutidonocapítulo6,oSistemadeGovernançadeTICéresponsável
pela aplicação de políticas de Sustentabilidade nos níveis de Negócio e Sistema,
enquantooSistemadeGerenciamentodeTICéresponsávelpelaspolíticasdosníveis
deInfraestrutura,DispositivoeInstância.
44
Conceitos e modelos de Governança de TIC e Gerenciamento de Redes serão
apresentadosnopróximocapítulo.
45
3 MODELOSDEGOVERNANÇAEGERENCIAMENTO
O objetivodeste capítulo é apresentar umavisão geral sobre osprincipais conceitos
referentes a Governança e Gerenciamento de TIC. São apresentados os principais
modelospara ambosos casos, dando-se ênfase, dentrodoGerenciamentodeTIC, ao
GerenciamentodeRedes,queéumdosobjetosdestetrabalho.
3.1 GovernançadeTIC
Governança de TIC tem se tornado cada vez mais importante para a maioria das
empresas,poisécadavezmaioroseuinvestimentoemTIC.NoBrasil,deacordocom
pesquisa realizada pela FGV-EAESP (MEIRELLES, 2009), o total de gastos e
investimentosmédiosemTICvemaumentandoanoaano:em1988,porexemplo,era
daordemde1,3%dovalordareceitalíquida,em2003cresceupara4,9%eem2009
chegoua6,0%.
Figura3.1–EvoluçãodeGastoseInvestimentosMédiosemTICparaMédiaseGrandesEmpresas
PrivadasNacionais-%FauramentoLíquido[Fonte:(MEIRELLES,2009)]
Hoje, os serviços e recursos de TIC estão totalmente integrados ao dia a dia das
empresas. Usualmente, tem-se a demanda por TIC vinda de todas as áreas de uma
organização.Pode-seafirmarqueTICépervasivo,nosentidodequeestápresenteem
46
todosos lugareseduranteo tempotodo.Diz-sequeohomemmodernoestásempre
conectado. E as organizações esperam que as tecnologias de TIC tragam novas
oportunidadesdenegócio.Segundo(WEILL;ROSS,2006),asempresascomestratégias
focadasecomumaboagovernançatêm20%maislucrodoqueoutrasempresasque
seguemsempreasmesmasestratégias.
Nessesentido,aGovernançadeTICéumimportanteprocessoparaseobtervalorde
TICparaonegócioeparamitigarosriscosdeTIC.
3.1.1 ConceitosdeGovernançadeTIC
Existemalgumasdefinições consagradasnomercado referente àGovernançadeTIC.
Podem-secitaralgumasdelas:
“DeterminarsistematicamentequemtomacadatipodedecisãoreferenteaTIC
(direitodedecisão), quem fornece subsídiosou informaçãoparaa tomadade
uma decisão (direito de participar) e como essas pessoas (ou grupos) são
cobradasporsuasfunções”,doMIT-CISR(WEILL;ROSS,2006).
“Sistema através do qual o portfolio de TIC da organização é dirigido e
controlado,descrevendo:
• AdistribuiçãodosdireitosdedecisãodeTICeresponsabilidadesentre
diferentesparceirosnaorganização.
• Asregraseprocedimentosparatomadadedecisõesesuamonitoraçãonos
casosdeTICestratégica.”(PETERSON2004;2004a).
“Estrutura de relacionamentos e processos para direcionar e controlar a
empresa objetivando alcançar os seus objetivos de obtenção de valor e
minimizaçãoderiscosdeTICeseusprocessos.”(ISACA,2007).
“Modelodegestão,integrantedagovernançacorporativaedaadministraçãoda
TIC, alinhado às estratégias, objetivos emetas organizacionais, que tem como
funçãodefinir asdiretrizes e efetivar oprocessodedecisãodaTIC, buscando
uma entrega de valor, excelência operacional e otimização de resultados
coerentescomasaspiraçõesdonegócio.”(ALBERTIN;ALBERTIN,2010).
47
“CapacidadeorganizacionalexercidapelosexecutivosdaempresaedeTICpara
controlaraformulaçãoea implementaçãodaestratégiadeTICe,destaforma,
garantiroalinhamentoentreTICeonegócio.”(GREMBERGEN,2008).
“MecanismodeacompanhamentoeavaliaçãodaexecuçãodoPlanoEstratégico
de TIC, fundamental para o seu sucesso, viabilizando a realização dos ajustes
necessáriosemrespostaaodinamismodomercadoedaprópriaorganização.”
(CARVALHO,2010)
Existem muitas definições, algumas focadas na alta administração ou no grupo de
pessoas que tomam decisões concernentes a TIC, seja o seu papel dentro da
organização,ouasaplicaçõesdenegóciossuportadaspelainfraestruturadeTIC,ouo
investimentoouaportefinanceiroqueseráalocadoparaaquisiçõesdeequipamentose
soluçõesdeTIC.EsteéocasodasdefiniçõesdePeterWeilleJeanneRossdoMITCISR
(WEILL; ROSS, 2006), Rosa e Alberto Allbertin da FGV-SP (ALBERTIN; ALBERTIN,
2010)eRyanPetersondoIMRCdaEspanha,em2004.(PETERSON,2004).
No entanto, outros autores entendemGovernança deTIC demodomais abrangente,
envolvendoosmecanismosquedãosuporteaoprocessodecisório,comoéocasoda
definição do próprio COBIT (ISACA, 2007) e de Ana Riekstin, que inclui em sua
dissertaçãoosmecanismosaplicados,desdeoambientedeescritórioatéossetoresde
desenvolvimentodeprodutoechãodefábrica.(RIEKSTIN,2012).
Neste trabalhoseráempregadaadefiniçãodeCarvalho(CARVALHO,2010),queestá
bem alinhada com a definição de Win Van Gremberger e Steven De Haes.
(GREMBERGEN,2008).
Apartirdessasdefinições,pode-sedizerqueGovernançadeTICestáfocadaem(vide
Figura3.2):
• Criarvalorparaonegócio(alinhamentoestratégico).
• Preservarovalorparaonegócio(gestãoderiscos).
48
Figura3.2–FocodaGovernançadeTIC
3.1.2 ModelosdeGovernançadeTIC
Vários modelos de Governança de TIC em diferentes níveis de análise têm sido
propostos.Nomercadoatual,existeminúmerosmodelosdeGovernançadeTIC,aliados
a Modelos Avaliação de Maturidade, Gestão de Serviços e Gestão de Projetos, que
muitas vezes se complementam a fim de proporcionar uma solução mais rica e
completaparaaorganização.
Em (RIEKSTIN, 2012), a autora Ana Riekstin faz uma análise comparativa entre
diferentesmodelosdeGovernançadeTICeferramentasdesuporteparasuaexecução.
A Tabela 3.1 traz o resultado dessa análise comparativa, listando modelos e
ferramentasadotadasnomercado,comsuacorrespondenteaplicabilidade.
49
Tabela3.1–RelaçãodeModeloseFerramentasdeSuporteparaGovernançadeTICesuas
FuncionalidadesBásicas[Fonte:(RIEKSTIN,2012)]
Modelo Descrição Aplicabilidade
MITCISRModeloparaGovernançadeTICvoltadaparacriaçãodevalordeTICparaonegócio.
GovernançadeTIC,podendosergeneralizadaparaoutrosativosdaorganização.
BSC BalancedScorecard,metodologiadeplanejamentoegestãodaestratégia.
ApoioaoplanejamentoestratégicodeTIC,metasemétricas.
COBITControlObjectivesforInformationandrelatedTechnology,modeloparaauditoriaecontroledeprocessosdeTIC.
AlinhamentodaTICaonegócioeserviçosdeTIC,avaliaçãodosprocessos.
ITILv3
InformationTechnologyInfrastructureLibrary,conjuntodemelhorespráticasparadefiniçãodaestratégia,desenho,transição,operaçãoemelhoriacontínuadoserviço.
DesenvolvimentodeserviçosdeTICemelhoriacontínua.
ValIT ModeloparagestãodovaloreinvestimentosdeTIC.
AlinhamentodaTICaonegócio,análisedosinvesti-mentos,geraçãodevalor.
ISO38500
NormadeGovernançadeTICqueestabeleceumaestruturadeprincípiosparaavaliação,gestãoemonitoramentodeTIC.
GovernançadeTIC.
TOGAF
TheOpenGroupArchitectureFramework,modeloparadesenvolvimentoeimplementaçãodearquiteturasdenegócio,aplicaçõesetecnologia.
Arquiteturaempresarial–avaliaçãodonegóciosobaspectostécnicosdaarquitetura.
PMBoK ProjectManagementBodyofKnowledge,basedeconhecimentoemgestãodeprojetos.
Implementação–gerenciamentodeprojetos.
OPM3OrganizationalProjectManagementMaturityModel,ummodelodematuridadeparaogerenciamentodeprojetos.
Avaliaçãodamaturidadeemgerenciamentodeprojetos(relacionadoaoPMBoK).
PRINCE2 ProjectinControlledEnvironments,metodologiadegerenciamentodeprojetos.
Implementação–gerenciamentodeprojetos.
P3M3
Portfolio,Programme&ProjectManagementMaturityModel,modelodematuridadeparaogerenciamentodeprojetos,programaseportfólio.
Avaliaçãodamaturidadeemgerenciamentodeprojetos(relacionadoàPRINCE2).
ComplementandoaTabela3.1,foiorganizadaaTabela3.2,quecomparaosdiferentes
modelose ferramentassoboolhardesua funcionalidadeprincipal, quepode incluir
modelodeGovernançadeTICegestãodeprojeto,dentreoutros.
50
Tabela3.2–ComparaçãoentreModeloseFerramentasdeSuporteàGovernançadeTIC[Fonte:
(RIEKSTIN,2012)]
Estratégia do negócio
Estratégia TIC / Governança Processos Projetos Melhoria/
Maturidade Auditoria Visualização
MIT CISR ▲▲ ▲▲▲
BSC ▲▲▲ ▲▲▲ ▲▲▲
COBIT ▲ ▲▲ ▲▲▲ ▲ ▲▲ ▲▲▲
ITIL v3 ▲ ▲▲▲ ▲▲▲
Val IT ▲ ▲▲▲
ISO 38500 ▲▲▲
TOGAF ▲ ▲▲▲ ▲▲
PMBoK ▲▲▲
OPM3 ▲ ▲▲▲ ▲
PRINCE2 ▲▲▲
P3M3 ▲ ▲▲▲ Legenda
▲ Suporte Básico
▲▲ Suporte Parcial
▲▲▲ Foco Principal
Destesmodelos,optou-seporempregaroMIT-CISRporsuasimplicidadeefacilidade
de compreensão; o COBIT pela sua completeza; o ITIL pela sua complementaridade
comoCOBIT,eoBSCporviabilizaraconstruçãodepainéisdecontroleeavisualização
demapasdeindicadores.
Estesmodelossãodescritosemmaisdetalhesnasseçõesseguintes.
3.1.2.1 ModelodoMIT-CISR
OModelodoMIT-CISRéconstruídocomseiscomponentesprincipais (WEILL;ROSS,
2006)(videFigura3.3):
• Estratégia e Organização da Empresa: provê a estrutura de TIC e
comportamentosdesejáveisquemotivamagovernança.
• Arranjos de Governança de TIC: atribuem direitos decisórios a diferentes
arquétipos de TIC para decisões-chaves com o objetivo de alcançar as metas de
desempenho do negócio. A eficácia da estratégia de uma empresa e de sua
51
combinaçãodearranjosdegovernançareflete-seemsuacapacidadedeatingirtais
metas.
• Metas de Desempenho do Negócio: referem-se às metas estabelecidas para o
negócio referentes, por exemplo, a ROI (Return On Investment), ROA (Returno on
Assets)eparticipaçãonomercado(marketshare),dentreoutros.
• Organização e Comportamentos Desejáveis de TIC: estão alinhados e
harmonizadoscomaestratégiaeorganizaçãodaempresa.
• Mecanismos de Governança de TIC: provê ferramentas para implementar e
suportar decisões de governança de TIC. Incluem estruturas organizacionais de
tomadas de decisão, processos de alinhamento e ferramentas de comunicação.
DevemserharmonizadoscomosarranjosdeTIC.
• Métricas e contabilização de TIC: define comoTICcontribuirá comasmetasde
desempenhodaempresaeprovêmeiosparaavaliaraeficiênciadeTIC.
Figura3.3–ModelodeGovernançadoMIT-CISR
Pormeio da Figura 3.3 observa-se que as empresas harmonizam sua organização e
comportamentodesejáveldeTICcomaestratégiaeorganizaçãodaempresa;osseus
52
mecanismosdeGovernançadeTICcomosarranjosdeGovernançadeTICeasMétricas
deDesempenhocomasMetasdeDesempenhodeNegócio.
Complementarmente a estemodelo, é definida também umamatriz de arranjos que
especifica diferentes tipos de decisões de TIC e diferentes arquétipos de TIC. Como
decisõesdeTICsãoconsiderados:
• princípiosdeTICdefinindoopapeldeTICnonegócio.
• arquitetura de TIC abrangendo a organização da infraestrutura de TIC (por
exemplo, arquitetura das redes da empresa – backbone, distribuição e acesso),
conjunto de políticas e regras para uso de TIC que devem guiar a empresa na
satisfaçãodasnecessidadesdenegócio.
• infraestrutura de TIC incluindo capacidades dos recursos humanos em TIC,
componentesdeTIC(exemplos:redesdecomunicaçãoesistemascomputacionais,
serviçosdeTICeaplicaçõesdeTICpadrõesecompartilhadas(comoaplicaçõesde
automaçãodeescritório,decorreioeletrônico,dentreoutras).
• necessidades das aplicações de negócios a serem adquiridas ou desenvolvidas
internamente.
• investimentoepriorização,definindo-sequanto,ondeequandoinvestir.
OsarquétiposdeTICespecificamquemsãoosresponsáveispelastomadasdedecisões
equemfornecesubsídiosparaatomadadedecisão.Comoarquétiposforamdefinidos:
• MonarquiadeNegócios:liderançaformadaporgerentesdenegócio.
• MonarquiadeTIC:compostadeespecialistadeTIC.
• Feudal:correspondeaunidadesdenegócio.
• Federal: composta por membros corporativos, unidades de negócio e,
opcionalmente,profissionaisdaáreadeTIC.
• DuopóliodeTIC:compostoporumgrupodeprofissionaisdeTICeumoutrogrupo
qualquer.
• Anarquia: indivíduo ou grupo pequeno independente e autônomo na tomada de
decisõesdeTIC.
53
ArquétiposetiposdedecisõesdeTICcompõemaMatrizdeArranjosdeGovernança
(vide Figura 3.4). Nestamatriz podem ser identificados os arquétipos que fornecem
subsídios para a tomada de decisões e os arquétipos que tomam as decisões
propriamenteditas.
Figura3.4-MatrizdeArranjosdeGovernança
EstemodelodoMIT-CISRfocaemTIC,maspodeserfacilmenteestendidoparaoutros
ativos da empresa, tais como: humano, finanças, instalações físicas, patentes (i.é,
propriedade intelectualerelacionamentodaempresa–porexemplo,relacionamento
comocliente).
3.1.2.2 ModeloCOBIT
OCOBIT (ISACA,2007)–ControlObjectivesforInformationandRelatedTechnology –
tem por missão explícita pesquisar, desenvolver, publicar e promover um conjunto
atualizadodepadrõesinternacionaisdeboaspráticasreferentesaousocorporativoda
TICparaosgerenteseauditoresdetecnologia.
O Modelo COBIT foi criado pelo ISACA (Information Systems Audit and Control
Association) por meio do ITGI (IT Governance Institute) e é um dos padrões mais
54
abrangentes e mais conhecidos de Governança de TIC. Apresenta um modelo de
GovernançaquedemonstrapráticasgeralmenteaceitasnagestãodeTIC,focadomais
emcontroledeprocessosemenosemexecução.
Conformemencionadoanteriormente,oCOBITdefineGovernançadeTecnologiada
Informaçãocomo“umaestruturaderelacionamentosentreprocessosparadirecionar
e controlar uma empresa de modo a atingir objetivos corporativos, através da
agregaçãodevaloreriscocontroladopelousodaTecnologiadaInformaçãoedeseus
processos”.
AGovernançadeTecnologiadaInformaçãoconsideraaáreadeTICnãoapenascomo
umsuporteàorganização,masumpontofundamentalparaquesejamantidaagestão
administrativaeestratégicadaorganização.Emalgunscasos,aáreadeTICéopróprio
negócio da empresa. O objetivo central é manter processos e boas práticas
relacionadosàinfraestruturadesistemas,redesedispositivosutilizadospelaempresa.
A análise desses processos deve orientar a organização no que concerne a decisões
referentes a novos projetos e como empregar Tecnologia da Informação nesses
mesmosprojetos,considerandotambémaevoluçãotecnológica,sistemasjáexistentes,
integração com fornecedores, atendimento ao cliente (externo e interno), custo da
tecnologiae retornoesperado.Anecessidadede integraçãodesistemaseaevolução
tecnológica são fundamentadas nos processos do COBIT, criando-se métricas para
auditoriaeavaliaçãoperiódicasdaevoluçãodasatividadesdessesprocessos.
3.1.2.2.1 DomíniosdeProcessos
O COBIT está organizado emquatrodomínios de processos deTIC (vide Figura3.5)
(ISACA,2007):
• Planejamento e Organização (PO – Planning and Organization): define as
questões estratégicas e táticas ligadas ao uso da TIC em uma organização e
especificaasaçõesaseremtomadasquantoàorganizaçãoeinfraestruturadeTIC
paraatingirosobjetivosdeTIC.Incluiváriosprocessos,dentreelesadefiniçãodo
plano estratégico de TIC, a arquitetura da informação, o direcionamento
tecnológico,investimento,riscos,gestãodeprojetosedaqualidade.
55
• Aquisição e Implementação (AI – Acquisition and Implementation): define as
questõesdeimplementaçãodaTICconformeasdiretivasestratégicasedeprojeto
pré-definidasnoPlanoEstratégicodeInformáticadaempresa,tambémconhecido
como PDI (Plano Diretor de Informática). Refere-se à identificação, ao
desenvolvimentoeàaquisiçãodesoluçõesparaarealizaçãodaestratégiadeTIC,
assim como a sua implementação e integração aos processos de negócios. Inclui
processos como, por exemplo, identificação de soluções automatizadas a serem
aplicadasoureutilizadasnacorporação,aquisiçãoemanutençãodesistemasede
infraestrutura de TIC, desenvolvimento e mapeamento de procedimentos nos
sistemas,instalaçãoevalidaçãodesistemas,alémdogerenciamentodemudanças.
• Entrega e Suporte (DS –DeliveryandSupport): define as questões operacionais
ligadasaousodaTICparaatendimentoaosserviçosparaosclientes,manutençãoe
garantias ligadas a esses serviços. Refere-se à efetiva entrega de serviços deTIC,
após sua ativação, por meio de processos de operação que consideram, por
exemplo, segurança, continuidade e treinamento. Os processos relativos a este
domínio estão vinculados à gestão de níveis de serviço (SLA – Service Level
Agreement); gestão de serviços terceirizados; garantia de desempenho,
continuidade e segurança de sistemas; educação e treinamento de usuários;
alocaçãodecustosdeserviços;gerenciamentodeconfiguração;gerenciamentode
dados,problemaseincidentes;egerenciamentodaprópriaoperaçãodeTIC.
• MonitoraçãoeAvaliação(ME–MonitoringandEvaluation):defineasquestõesde
auditoriaeacompanhamentodosserviçosdeTIC,sobopontodevistadevalidação
da eficiência dos processos e evolução dos mesmos quanto ao desempenho e
automação. Os processos deste domínio tratam basicamente da supervisão das
atividadesdosoutrosprocessos;adequaçõesrealizadasnaempresaparagarantia
de procedimentos operacionais; coleta e análise de dados operacionais e
estratégicosparaauditoriaeparacontroledaorganização.
56
Figura3.5–DomíniosdeProcessosdoCOBIT
57
O relacionamento entre os domínios e algumas perguntas endereçadas em cada um
delesestãoilustradosnaFigura3.6.
PlanejamentoeOrganização(PO–PlanningandOrganization)• Direcionamentosparaentregadesoluções(AI)eentregadeserviços(DS)• Questionamentoslevantados
o AsatividadesdeTICestãoalinhadascomasestratégiascorporativas?o Aempresaestáalcançandoumusoótimodeseusrecursos?o TodosnaorganizaçãoentendemosobjetivosdeTIC?o OsriscosdeTICsãoconhecidoseestãosendogerenciados?o AqualidadedossistemasdeTICéapropriadaparaasnecessidadesdonegócio?
AquisiçãoeImplementação(AI–
AcquisitionandImplementation)• Provêsoluçõeseaspassaparaseremtransformadasemserviços
• Questionamentoslevantadoso Novosprojetosirãoentregarsoluçõesqueatendemasnecessidadesdaempresa?
o Novosprojetosserãoentreguesnoprazoedentrodoorçamento?
o Novossistemasirãofuncionarcorretamentequandoimplementados?
o Asmudançasserãorealizadassemimpactoaonegócio?
EntregaeSuporte(DS–DeliverandSupport)• Recebeassoluçõeseasfazutilizáveispelosusuáriosfinais
• Questionamentoslevantadoso OsserviçosdeTICestãosendoentreguesdeacordocomasprioridadescorporativas?
o OscustosdeTICestãootimizados?
o AspessoasestãoaptasautilizarosrecursosdeTICdemaneiraprodutiva?
o Existemsuficientesconfidencialidade,integridadeedisponibilidadedeTIC?
MonitoramentoeAvaliação(ME–MonitoringandEvaluation)Monitoratodososprocessosparagarantirqueadireçãoestipuladasejaseguida
• Questionamentoslevantadoso OdesempenhodeTICémedidoparadetectarproblemasantesqueaconteçam?o Onívelgerencialgarantequeoscontrolesinternossãoefetivoseeficientes?o OdesempenhodeTICpodesermedidoemrelaçãoaosobjetivosdaempresa?o Osriscos,controlesedesempenhosãomedidosereportados?Figura3.6–RelacionamentoentreosProcessosdoCOBIT[Fonte:(RIEKSTIN,2012)]
Pode-se,então,afirmarqueosdomíniosdoCOBITsãointegradosdaseguinteforma:a
informação da empresa é gerada/modificada pelos recursos de TIC. A informação é
requisito para o domínio de Planejamento e Organização (PO) e seus processos. Os
requisitosdesaídadoPOsãorequisitosdeentradadeinformaçãoparaodomíniode
Aquisição e Implementação (AI) que, por sua vez, definem os requisitos de entrada
para o domínio de Entrega e Suporte (DS). Finalmente, o domínio deMonitoração e
Avaliação (ME) utiliza as informações do DS em seus processos e atividades
relacionadas.
58
Os requisitos da informação sãodadospor: efetividade, eficiência, confidencialidade,
integridade,disponibilidade,conformidadeeconfiabilidade.
Os recursos de TIC são classificados como: pessoas, sistemas aplicativos, tecnologia,
infraestruturaedados.
3.1.2.2.2 NíveisdeMaturidadedosProcessos
AlémdosquatrodomíniosprincipaisqueguiamousodaTecnologiadaInformaçãona
organização, estãoprevistosprocedimentosdeauditoriaquepermitemverificar,por
meioderelatóriosdeavaliação,oníveldematuridadedosprocessosdaorganização.O
método de auditoria segue o modelo do CMM (Capability Maturity Model) que
estabeleceosseguintesníveis:
• Inexistente: significa que o processo de gerenciamento não foi implantado.
• Inicial: o processo é realizado sem organização, de modo não planejado.
• Repetível: o processo é repetido de modo intuitivo, isto é, depende mais das pessoas do que de um método estabelecido.
• Definido: o processo é realizado, documentado e comunicado na organização.
• Gerenciado: existem métricas de desempenho das atividades, o processo é monitorado e constantemente avaliado.
• Otimizado: as melhores práticas de mercado e automação são utilizadas para a melhoria
contínua dos processos.
Para cada um dos processos é atribuído um nível de maturidade, cuja escala pode
variar de zero a cinco. O resultado do relatório identifica o grau de evolução dos
processosnaorganizaçãoque é avaliada, demodo concreto, combase em relatórios
confiáveisdeauditoriaeparâmetrosdemercado.Osumárioexecutivodorelatóriotraz
asseguintes informações:seexisteummétodoestabelecidoparaoprocesso,comoo
método é definido e estabelecido, quais os controlesmínimos para a verificação do
desempenho do processo, como pode ser feita auditoria no método, quais as
ferramentasutilizadasnométodoeoqueavaliarneleparasuamelhoria.Apartirde
então,aorganizaçãodefineasmetas,istoé,osobjetivosdecontroleaserematingidos.
59
3.1.2.2.3 ProcessosdoCOBITv.5
Neste ano (2012), deve ser lançada a nova versão do COBIT 5.0 em substituição ao
COBIT4.1.ATabela3.3apresentaumacomparaçãoentreosprocessosdoCOBIT4.1e
osprocessosdeGerenciamentodeTICdaEmpresadoCOBIT5.0(ISACA,2011).
Além desses processos, no caso do COBIT 5.0 estão previstos cinco processos de
Governança de TIC da Empresa, dentro do domínio Avaliar, Direcionar e Monitorar
(EDM–Evaluate,Direct&Monitor),quesão:
• EDM1-EstabelecereManteroModelodeGovernança
• EDM2-GarantirOtimizaçãodeValor
• EDM3–GarantirOtimizaçãodeRisco
• EDM4–GarantirOtimizaçãodeRecursos
• EDM5–GarantirTransparênciadaOrganização.
Como é possível observar, diretrizes de sustentabilidade já aparecem no COBIT 5.0,
maisespecificamentepormeiodosprocessosEDM4eEDM5.
60
Tabela3.3–ComparaçãoentreProcessosdoCOBIT4.1eosProcessosdeGerenciamentodeTIC
daEmpresadoCOBIT5.0
Domínio COBIT4.1 COBIT5.0
Planejam
entoeOrganização
PO1–DefiniroPlanoEstratégicodeTIC APO2–DefiniraEstratégiaPO2–DefiniraArquiteturadeTIC APO3–GerenciaraArquiteturadaEmpresaPO3–DeterminaraDireçãoTecnológica PO4–DefiniraOrganizaçãodeTICeRelacionamento
PO5–GerenciaroInvestimentodeTIC APO6–GerenciarOrçamentoeCustosPO6-ComunicarosObjetivosGerenciaiseDireção PO7–GerenciarRecursosHumanos APO7–GerenciarRecursosHumanosPO8–GarantirConformidadec/RequisitosExternos
APO9–GerenciarAcordosdeServiço
PO9–IdentificarRiscos APO12–GerenciarRiscosPO10–GerenciarProjetos APO5–GerenciarPortfólioPO11–GerenciarQualidade APO11–GerenciarQualidade APO1–DefinirModelodeGerenciamentode
TIC APO4–GerenciarInovação APO8–GerenciarRelacionamentos APO10–GerenciarFornecedor
Aquisiçãoe
Implem
entação
AI1–IdentificarSoluçõesAutomatizadas BAI3–IdentificareConstruirSoluçõesAI2–AdquirireManterAplicaçõesdeSoftware BAI1–GerenciarProgramaseProjetosAI3–DesenvolvereManterProcedimentos AI5–InstalareValidarSistemas AI6–GerenciarMudanças BAI6–GerenciarMudanças BAI2–DefinirRequisitos BAI4–GerenciarDisponibilidadeeCapacidade BAI5–HabilitarMudançasOrganizacionais BAI7–AceitarMudançasdeTransição BAI8–GestãodeConhecimento
EntregaeSuporte
DS1–DefinireGerenciarNíveisdeServiço DS2–GerenciarServiçosdeTerceiros DS3–GerenciarDesempenhoeCapacidade DS4–GarantirContinuidadedosServiços DSS5–GerenciarContinuidadeDS5–GarantirSegurançadeSistemas DSS7-GerenciarSegurançaDS6–IdentificareAlocarCustos DS7–EducareTreinarUsuários DS8–AssistireAconselharClientes DS9–GerenciarConfiguração DSS3–GerenciarConfiguraçãoDS10–GerenciarProblemaseIncidentes DSS4–GerenciarPedidosServiçoeIncidentes
DSS5–GerenciarProblemasDS11–GerenciarDados DS12–GerenciarInfraestruturaPredial DSS2–GerenciarAtivosDS13–GerenciarOperações DSS1–GerenciarOperações DSS8–GerenciarControles,Processoe
Negócios
Monitoraçãoe
Avaliação
ME1–MonitorarosProcessos ME2–IdentificarControlesInternoseAdequação MEA2–MonitorarSistemadeControleInternoME3–ObterGarantiaIndependente ME4–FornecerparaAuditoriaIndependente MEA1–MonitorareAvaliarDesempenhoe
Conformidade MEA3–MonitorareVerificarSatisfaçãodos
RequisitosExternos
61
Legenda:AI-AcquisitionandImplementationDS-DeliverandSupportME-MonitoringandEvaluationPO-PlanningandOrganization
APO-Align,Plan&OrganizeBAI-Build,Acquire&ImplementDSS-Deliver,Service&SupportMEA-Monitor,Evaluate&AssessEDM-Evaluate,Direct&Monitor
3.1.2.3 ModeloITIL(GestãodeServiçosdeTIC)
OITIL-InformationTechnologyInfrastructureLibrary–foidesenvolvidopelogoverno
britâniconofinaldadécadade1980eprovouquepossuiumaestruturaútilemtodos
os setores tendo em vista a sua adoção em várias empresas de gerenciamento de
serviços. Emmeadosdadécadade1990o ITIL foi reconhecidomundialmente como
umpadrãodefactoparagestãodeserviços.Deacordocom(KUMBAKARA,2008),éo
padrãoparagestãodeserviçosdeTICmaisaceito.
OITILv.3temcomofocoprincipalagestãodeserviços,cobrindoaspectosrelativosa
Estratégia de Serviços, Desenho de Serviços, Transição de Serviços, à Operação de
Serviços e sua Melhoria Contínua (vide Figura 3.7). A tabela 3.4 descreve as
publicaçõesdaITILeseusrespectivosprocessos.
62
Figura3.7–ProcessosdoITILv.3
63
Tabela3.4–PublicaçõeseProcessosITIL(CARTLIDGEetal.,2007)Fonte:(RIEKSTIN,2012)
Livro Descrição Processo Descrição
EstratégiadoServiço
PublicaçãoconsideradaumadasgrandesnovidadesdaITILv.3.Orientaodesenvolvimentodepolíticaseprocessoscomoativosestratégicosaolongodociclodevidadonegócio.
Gerenciamentodoportfóliodeserviços
Administraçãodosinvestimentosemgerenciamentodeserviços,objetivandogeraçãodevalorparaonegócio.
GerenciamentofinanceirodeTIC
Quantificação,emtermosfinanceiros,dovalordosserviçosdeTIC,incluindoosativosquesustentamoprovisionamentodessesserviços.
Gerenciamentodademanda
Entendimentodospadrõesdeatividadedonegócioeinfluênciasobreademandadocliente.
Desenhodeserviço
Orientacomodesenharecriarserviçosdeacordocomaestratégiaconcebidaanteriormente.
Gerenciamentodocatálogodeserviços
Gerenciamentodainformaçãocontidanocatálogo,buscandogarantirqueestejacorretaereflitaosdetalhescorrentes.
Gerenciamentodeníveisdeserviço
Negociação,definiçãoedocumentaçãodeacordosemetas.
Gerenciamentodecapacidade
GarantiadequeexistecapacidadeemtodasasáreasdeTICacustosjustificáveis.
Gerenciamentodedisponibilidade
Garantiadequeoníveldedisponibilidadeentreguesejaigualoumaioràsmetasacordadas.
Gerenciamentodecontinuidadedeserviços
Suporteaoprocessodegerenciamentodecontinuidadedosnegóciosemgeral.Buscamanteraoperação,mesmoquedeformadegradada,dentrodeumlimitedetempoacordado.
Gerenciamentodesegurançadainformação
AlinhamentodasegurançadeTICàsegurançadonegócioegarantiadequeasegurançadainformaçãosejaefetivamentegerenciada.
Gerenciamentodefornecedores
Gerenciamentodosserviçosentregueseprovisionamentodequalidadefimafim.
Transiçãodeserviço
Orientacomocolocaroserviçoemprodução,garantindoocumprimentodosrequisitospré-estabelecidosdecusto,qualidadeeprazo,comomenorimpactopossívelnasoperaçõesatuais.
Suporteeplanejamentodatransição
Planejamentoecontroledosrecursosnecessáriosparacolocarumserviçonovooumodificadonoambientedeprodução.
Gerenciamentodemudanças
Garantiadequemudançassejamregistradas,avaliadas,autorizadas,priorizadas,planejadas,testadas,implementadas,documentaserevisadasdeformacontrolada.
Gerenciamentodeconfiguraçãoeativosdeserviço
Definiçãoecontroledoscomponenteseinfraestrutura,emanutençãodasinformaçõesprecisasdehistórico,estadocorrenteeplanejado.
Gerenciamentodeliberaçõesedistribuição
Construção,testeeentregadecapacidadedeproverosserviçosespecificadosequeatenderãoosrequisitosdosstakeholders.
Validaçãoetestesdeserviço Garantiadequalidadedeumaliberação.
AvaliaçãoCriaçãodemeiospadronizadoseconsistentesparaavaliarodesempenhodeumamudança.
Gerenciamentodoconhecimento
Garantiadequeainformaçãocorretaestejadisponívelnolocalapropriado,paraapessoacerta,emtempohábil.
64
Tabela3.5–PublicaçõeseProcessosITIL(CARTLIDGEetal.,2007)Fonte:(RIEKSTIN,2012)
(Cont.)
Livro Descrição Processo Descrição
Operaçãodeserviço
Orientaasatividadesdodiaadia,buscandogarantiraentregaeosuporteaserviçosdeformaeficienteeeficaz.
Gerenciamentodeeventos
Desenvolvimentodahabilidadededetectarecorrelacionareventos.
Gerenciamentodeincidentes
Restauraçãodaoperaçãonormaldoserviçoomaisrápidopossíveleminimizaçãodoimpacto.
Execuçãoderequisição
Provimentodeumcanalparaosusuáriossolicitaremereceberemserviçospadrões.
Gerenciamentodeproblemas
Prevençãoaocorrênciadeincidenteseproblemas;análisedecausaraiz.
Gerenciamentodeacesso
Garantiaaosusuáriosautorizadosdodireitodeusaroserviço,enquantoimpedeoacessodenãoautorizados.
Funçãocentraldeserviços
Pontoúnicodecontatoparaclientesinternos.
Funçãogerenciamentotécnico
Apoioaoplanejamento,implementaçãoemanutençãodainfraestruturatécnica.
FunçãogerenciamentodeoperaçõesdeTIC
Manutençãodostatusquoparaatingiraestabilidadedasatividadeseprocessosdodiaadia,buscandoaperfeiçoamentoereduçãodecustos,diagnosticandoeresolvendofalhasemoperações.
Funçãogerenciamentodeaplicações
Suporteaosprocessosdenegócio,auxiliandonaidentificaçãofuncionaldosrequisitosdaaplicaçãoeapoioaodesenho,transição,operaçãoemelhoria.
Melhoriadeserviçocontinuada
Orientacomofazersistematicamentemelhoriasincrementaisnaqualidadeenacontinuidadedosserviços,eemeficiênciaoperacional.
Relatóriodeserviço
Composiçãoderelatóriosdeserviçoeidentificaçãodeseuobjetivo,público-alvoeutilização.
Mediçãodeserviço
Provimentodeinformaçõessobreoserviçosobumaóticaorientadaàintegraçãocomonegócio.
OITILébastanteutilizadoemconjuntocomoutrosmodelos.Essasuaterceiraversão
incorporou itens mais estratégicos, tornando-o mais completo, embora com maior
sobreposiçãocomoutrosmodelos,sendonecessáriaumaanálisemaisdetalhadapara
combinaçõesentreeles.
AcombinaçãoCOBIT-ITIL,porexemplo,temsidomuitoestudadanaacademiaeentre
as empresas (CLEMENTI, 2007)(INFORMATION TECHNOLOGY GOVERNANCE
INSTITUTE; OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2008). O ITIL descreve,
principalmente, os processos relativos a suporte e entrega de serviços do COBIT
65
(domínioDS),masnãocobretodososrequisitosdecontroledescritosnoCOBITpara
este domínio (RIEKSTIN, 2012). Desta forma, a combinação entre eles torna-se
interessantenodesenvolvimentodaGovernançadeTIC.
3.1.2.4 BSC(BalancedScoredCard)
O BSC –BalancedScorecard – é uma forma abrangente demedição de desempenho
paraplanejamentoegestãodaestratégia.Omodelosurgiupormeiodeumapesquisa
do Norton Institute, então um braço de pesquisa da KPMG sobre a medição de
desempenho na organização do futuro. O estudo foi motivado pela crença de que a
medição de desempenho, considerando-se apenas indicadores financeiros, estava
obsoleta. Por esta razão, o grupo de estudo passou a focalizar sua atenção em um
scorecardmultidimensional,envolvendoquatroperspectivasdiferentes:financeira,do
cliente, interna e de inovação e aprendizado. O nome refletia o equilíbrio entre
objetivosde curtoe longoprazos, entremedidas financeiras enão financeiras, entre
indicadores de tendências e ocorrências e entre perspectivas interna e externa de
desempenho(KAPLAN,1997)(FERNANDES;ABREU,2008).
Osobjetivosdecurtoelongoprazossãoequilibradospormeiodequatroperspectivas:
• Financeira:tratadosresultadosfinanceirosdaempresa;
• Cliente: trata da satisfação, retenção e aquisição de clientes, segmentados por
serviço;
• Processos internos: trata os processos como críticos para a entrega dos
serviços/produtos;
• Aprendizadoecrescimento:tratadasatisfaçãointernaecapacitação.
Cada perspectiva possui metas, e cada meta possui objetivos, medidas, alvos e
iniciativas.
As diferentes perspectivas da organização estão concatenadas em um diagrama
conhecido pormapa estratégico que descreve a estratégia da empresa relacionando
objetivos distribuídos nas quatro dimensões (KALLÁS, 2003). É uma representação
visualdasrelaçõesdecausaeefeitoentreosobjetivosestratégicoserepresentacomo
66
aempresa criavalor, sendoo “eloperdido”entrea formulaçãodaestratégiae a sua
execução.
EmTIC,oBSCdeveserusadoduranteoplanejamentodaTIC,assimcomonagestão
cotidiana da realização da estratégia de TIC (FERNANDES; ABREU, 2008). São
sugeridasquatrodiferentesperspectivasparaoBSCTI,comoilustraaFigura3.8.
Figura3.8–PadrãoBSCTI(GREMBERGEN,2000)(RIEKSTIN,2012).
Cadaumadessasperspectivasdevesertraduzidaemmétricasparaavaliarasituação
atual e repetir a avaliação periodicamente. Os parâmetros devem estar mais
relacionadosaosobjetivosdonegóciodoqueaosobjetivosorganizacionais,oqueleva
aTICapensaremtermosdedesempenhodonegócio(KUMBAKARA,2008).
OBSCéumdosmodelosdedesempenhomaisdifundidos.Dá focoaoquesebuscae
auxilia na implementação. O COBIT utiliza as perspectivas do BSC para derivar os
objetivosdonegócioe,então,definirosobjetivosdeTIC.
67
3.2 SistemadeGerenciamentodeInfraestruturadeTIC
Na Infraestrutura de TIC existem elementos que necessitam ser gerenciados, como:
software, hardware e telecomunicações. O software e hardware (tipicamente
servidoreseasaplicaçõesinstaladasnosmesmos)têmsofridováriasmudançasquanto
àsuanecessidadepresencialnasorganizaçõesdevidoamovimentosdeterceirizaçãoe
virtualização dos recursos, que podem ir desde uma abordagem mais tradicional,
baseada em DataCenters terceirizados, até a recente abordagem de computação em
nuvem.Contudo,independentedaterceirizaçãodessesrecursos,ounão,énecessáriaa
conectividade entre tais recursos e os usuários da organização, o que recai sobre a
infraestruturade telecomunicações,maisespecificamentedas redesde comunicação.
Nessesentido,ogerenciamentoderedesdecomputadoresaparececomoumrecurso
fundamentalnogerenciamentodainfraestruturadeTIC(RAO,2007).
Dadaanecessidadedogerenciamentoderedes,foramdesenvolvidosnosúltimosanos
váriospadrõesemelhorespráticascomoobjetivodeaperfeiçoaraconfiabilidadedas
redes,seudesempenhoeoutrascaracterísticasrelevantes(BOUTABA;XIAO,2002).De
um modo geral, o gerenciamento de rede pode ser definido como um conjunto de
processosparacontrolarosrecursosdarede,usualmentecomoobjetivodemaximizar
a sua eficiência e produtividade. Buscando uma homogeneização das soluções de
gerenciamentoderede,aISOeITU-TdesenvolveramomodelofuncionalFCAPS(Fault,
Configuration,Accounting,Performance,andSecurity)parapermitiraidentificaçãodas
principaiscaracterísticase funcionalidadesdentrodogerenciamentoderedes,sendo
as categorias definidas da seguinte forma (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION
UNION,2000):
• GerenciamentodeDesempenho:envolveaescolhadeindicadoresemonitoração
deelementosestratégicosnarede,demaneiraadeterminarodesempenhodarede.
Inclui o estabelecimento de níveis níveis normais de utilização e de limiares
apropriadosparaassegurarumníveladequadodedesempenhoparacadaserviço.
Incluitambémalocalizaçãodegargaloseoutrosproblemasquepossamimpactaro
desempenhodarede,bemcomoacorreçãodessesproblemas.
• Gerenciamento de Configuração: envolve o gerenciamento do ciclo de vida do
sistema e de sua configuração associada. Cada componente de rede deve ser
68
monitorado durante o ciclo de vida, de maneira a se manter um inventário das
informações da rede e configurações do sistema, bem como um histórico das
mudançassignificativasocorridas.Estegerenciamentoenvolvetambématrocadas
configuraçõesdosistemaparaatendernovasnecessidadesouauxiliaremsituações
deerronarede.Exemplosdeinformaçõesdeconfiguraçãoincluem:identificaçãoe
versãodo sistemaoperacional, tipos de interface e suas capacidades, protocolos
suportadosetc.
• Gerenciamento de Contabilização: está relacionado ao controle de uso dos
recursos da rede por usuário, envolvendo a coleta de dados de utilização, uma
eventualatribuiçãodecustos (tarifações)e limites (quotas)associadosaousode
recursos de cada usuário e à emissão de relatórios de utilização dos recursos da
rede.
• Gerenciamento de Falhas: envolve a prevenção, detecção, identificação,
isolamento e correção de problemas de rede, por meio da monitoração de
parâmetrosdeerro,testesdediagnósticosecorrelaçãodeeventos.Incluitambéma
manutençãodelogsdeeventosegeraçãoderelatóriossobreproblemasnarede.
• GerenciamentoSegurança:responsávelpelagestãodosmecanismoseserviçosde
segurança da rede, incluindo a monitoração e registro tanto das operações
habituais dos usuários como de comportamentos anômalos que possam indicar
problemasdesegurança.
Ao longo dos anos, têm sido desenvolvidas várias soluções para sistemas de
gerenciamento no sentido de acomodar diferentes tipos de exigências referentes a
funcionalidadessuportadas,incluindosegurança,flexibilidade,expansibilidadeetc.
A grande maioria das soluções apresenta uma arquitetura baseada em quatro
componentesbásicos(videFigura3.9):
• Agente: software e/ou hardware residente nos elementos gerenciados,
responsável por receber e executar os pedidos de operações de gerenciamento
sobre esses elementos. É responsável também pelo envio para o gerente de
informações relativas aos elementos gerenciados, mediante a sua solicitação ou
medianteaocorrênciadeumevento(e.g.:alarmes);
69
• Gerente: sistemaresponsávelpelocontroledoselementosgerenciados,pormeio
de operações enviadas aos respectivos agentes, e da coleta e correlação das
informaçõesobtidasdosmesmos.Emgeralogerente tambéméresponsávelpela
interfacecomosoperadoresresponsáveispelocontroledarede.Comonemsempre
um gerente atende todas as necessidades de um ambiente de TIC, pode haver
múltiplosgerentes,cadaqualresponsávelpordiferentesfuncionalides;
• ProtocolodeGerenciamento:protocolousadonacomunicaçãoentreosgerentes
e agentes, transportando operações, informações e notificações (alarmes) de
gerenciamento;
• MIB (Management Information Base): conjunto de variáveis (indicadores) que
representam os elementos gerenciados de maneira que, através da leitura e
atualização dessas variáveis (via operações de gerenciamento) pode-se
respectivamente inferir e alterar o comportamento do elemento gerenciado. De
maneira a garantir a interoperabilidade, há várias MIBs padronizadas, que
garantem que um dado recurso seja representado de forma única pelasmesmas
variáveisdeMIB.
Figura3.9–ComponentesdeumSistemadeGerenciamentodeRedes
Dentreossistemasmaisutilizadospodem-secitar:
• SNMP (SimpleNetworkManagementProtocol):OSNMPéaarquiteturapadrão
paragerenciamentodeelementosTCP/IP.Dadaestacaracterística,eleproporciona
uma boa interoperabilidade com vários outros sistemas e soluções devido à sua
inclusãocomopartedeváriossistemasedispositivosderede(STALLINGS,_1998).
70
• WebBased:UsaoprotocoloHTTPparaestabeleceracomunicaçãoentreosistema
degerenciamentoderedeeoselementosgerenciados,masoformatodosdadosde
gestãoédefinidopelodesenvolvedor(BOUTABA;XIAO,2002).
• BaseadoemXML:EmpregamensagenspadronizadasXMLsobreoprotocoloHTTP
pararealizarogerenciamentoderede.Geralmente,osarquivosXMLsãotrocados
entre o sistema de gerenciamento de rede e elementos geridos usando-seWeb
Services(PRASetal.,_2004).
• WBEM(Web-BasedEnterpriseManagement):Arquiteturamaisrecente,emprega
tambémoprotocoloHTTPemensagensemXMLe/ouWebServicesnacomunicação
entre o sistema de gerenciamento e elementos gerenciados. Utilizamensagens e
MIBspadronizadas,permitindoassimumamelhor interoperabilidadecomoutras
soluções de gerenciamento (LOPES; JUNIOR, 2005). É utilizada como base para
outras soluções de gerenciamento, tais como a arquitetura de gerenciamento de
redesWindows(WMI–WindowsManagementInterface)eaarquiteturaderedes
dearmazenamentodaSNIA(StorageNetworkIndustryAssociation).
• JMX (Java Management eXtensions): extensões das classes da linguagem Java,
voltada a problemas de gerenciamento, permite tanto a criação de gerentes e
agentesJava,usandoprotocolosdegerenciamentotradicionais(ex.:SNMP),comoo
gerenciamentoremotodeaplicativosdesenvolvidosemJava,usandoosprotocolos
decomunicaçãotradicionaisdoJava(ex.:RMI–RemoteMethodInvocation).
O sistemamais utilizado para gestão dos recursos da rede e de sistemas é o SNMP
(RAO,2007)(PARKetal.,2010).Essefatoéumaconsequênciadiretadapadronização
queindependedefabricantesesuaadoçãopelasempresas.
3.3 ConsideraçõesFinais
O objetivo deste capítulo foi oferecer uma visão geral sobre Governança e
GerenciamentodeTICeosprincipaismodelosempregadosnessetrabalho.Emmuitas
discussões sobre o assunto Governança e Gerenciamento de TIC sempre aparecem
dúvidassobreorealescopodecadaumdessasáreas.
71
Resumindo,pode-sedizerqueosSistemasdeGerenciamentodeInfraestruturadeTIC
estãofocadosnaoferta internadeprodutoseserviçosdeTICenogerenciamentode
operações de TIC (PETERSON, 2004a). Enquanto Governança de TIC émais ampla,
visandoempregare transformarTICdemodoestratégicoparaatenderasdemandas
atuais e futuras da organização e dos seus clientes, Governança é específica da
organização e não pode ser terceirizada. A Tabela 3.5 traz um resumo sucinto das
principaiscaracterísticasdosdoistiposdesistema.
Tabela3.6–ComparaçãoentreEscopodeAtuaçãodeGerenciamentoeGovernança[Fonte:
(MORAES,2010)].
SistemasdeGovernança SistemasdeGerenciamento
Focosinternoeexterno Focointerno
Níveismaisaltosdaorganização Níveismédioeoperacionaldaorganização
OrientadaàEstratégia OrientadoaTarefas
VoltadaparaoFuturo VoltadoparaoPresente
72
4 EFICIÊNCIAENERGÉTICADOSRECURSOSDETIC
SegundoBOLLA(BOLLAetal.,2010),aeficiênciaenergéticaderecursosdeTICpode
tertrêsabordagensbásicas:
4.1 Reengenharia
A Reengenharia pressupõe o projeto de arquiteturas de equipamentos de rede que
sejammaiseficientesdopontodevistaenergético,ouareduçãodacomplexidadedas
arquiteturasderede.
No primeiro caso de projeto de arquiteturas de equipamentos de rede, como são
conhecidosquaiscomponentesarquiteturaisconsomemmaisenergia,pode-seinvestir
na otimização da arquitetura desses componentes. Nos roteadores de núcleo, por
exemplo, em geral as máquinas de processamento de pacotes consomem 60% da
energia gasta no plano de dados, 13% nas interfaces de rede, 18,5% na matriz de
comutaçãoe8,5%nogerenciamentodearmazenamento (TUCKER,2008) (NIELSON,
2006). Optar por soluções específicas para arquiteturas de equipamentos de redes
resulta em vantagens como mais desempenho e menor gasto energético dos
equipamentose,comodesvantagem,aperdadeflexibilidade.
Ainda nesta mesma linha, a adoção de arquiteturas totalmente ópticas seria outra
soluçãomuito interessante. Em equipamentos ópticos, os enlaces de alta velocidade
apresentamumconsumodeenergiamuitomenoremrelaçãoaosequipamentoseletro-
ópticos. No entanto, soluções deste tipo ainda não são realidade devido à limitação
tecnológica do número de portas e do esquema de armazenamento desses
equipamentos(BALIGA,2007).
No segundo caso de arquiteturas de redes menos complexas, opta-se por utilizar
roteadoresouequipamentosderededenúcleoetransportemaissimplesedeborda
e/ouacesso tambémmais simples.Este tipodesolução temsidoadotadodealguma
forma nas Redes de Pesquisa e Ensino (NREN – National Research and Education
Network)mais avançadasdomundo. Este é o casoda Internet 2, que vemadotando
73
soluções deste tipo no contexto da iniciativa NDDI (Network Development and
DeploymentInitiative).
A nova versão da rede da Internet 2 opera, simultaneamente, com comutação de
circuitosepacotes,empregando-seequipamentosdecomutaçãodecamadadeenlace
e VLANs (Virtual Local AreaNetworks) e roteadores ou comutadores de camada de
rede (INTERNET2, 2012). No caso do Brasil, a RNP (Rede Nacional de Pesquisa e
Ensino)teminvestidonodesenvolvimentodeumaredehíbrida,aRedeH,quetambém
operacomcomutaçãodecircuitosepacotes(RNP,2011).
4.2 AdaptaçãoDinâmicadosRecursosdeTIC
Nocasodestaabordagem,ousodosrecursosderede–incluindo,porexemplo,banda
dos enlaces de comunicação, capacidade de processamento dos nós de comutação, e
capacidadedearmazenamentodepacotes–émoduladoemfunçãodosrequisitosde
serviço (e.g., tipode serviço contratado) e da cargade tráfego atual da rede. Isto é,
normalmente, realizado atuando nas capacidades de gerenciamento da força de
alimentaçãoelétricaprovidasemníveldehardware.
Esteajustenascapacidadesdealimentaçãoelétricapodeserfeito:
• variando-seoconsumodeenergiaelétricapelaalteraçãodafrequênciadorelógio
e/oudavoltagemdo(s)processador(es).
• desativando-sesubcomponentesnãoutilizados.
A primeira opção, apesar de efetiva em relação ao consumo de energia elétrica e
dissipaçãodecalor,temcomoconsequênciaaperdadedesempenhodoequipamento,
quepassaaoperaremvelocidademaislenta.Estaopçãoémaisadequadaparatráfego
com pouca variação. O tráfego em rajada acarretaria numa variação abrupta de
frequênciadorelógioe/ouvoltagemdo(s)processador(es).
A segunda opção implica em tempo de chaveamento entre o estado normal ou
dormenteevice-versa,oqueacabatambéminterferindonodesempenhodarede.Este
tipodesoluçãoémaisadequadoparatráfegoemrajadas,poisotimizam-seosinstantes
dechaveamentodeumestadoparaoutro.
74
4.3 UtilizaçãodeEstadosStandBy/SleepMode
Nesta abordagem, o equipamento, ou parte dele, é desligado quase totalmente,
atingindo-seestadoscommuitobaixoconsumodeenergiaelétrica.Suasfunçõesficam
congeladas,perde-seaconexãoderede,eosserviçosdeixamdefuncionar.
Para reativar o equipamento, empregam-se protocolos de sinalização e faz-se
necessáriaareinicializaçãodeaplicativoseserviços.
4.4 ConsideraçõesFinais
Nestecapítuloforamapresentadasalgumastécnicasavaliadasporváriosautorespara
melhoraraeficiênciaenergéticadeequipamentosdeTIC.
O Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de Sustentabilidade,
descritonocapítulo8,temcomoumdosseusobjetivosprincipaisgarantiraeficiência
energéticadaredegerenciadasemcomprometerosparâmetrosdeQoS(Qualidadede
Serviço)negociados,porexemplo,pormeiodeSLAs(ServiceLevelAgreement).Istoé
feito avaliando-se a cargade tráfegodos equipamentos de rede e colocando aqueles
combaixacargadetráfego(porexemplo,cargamenorque30%desuacapacidadede
transmissão) no estado de hibernação, desde que haja rota alternativa sem ocorrer
comprometimentodedisponibilidade,desempenhoeconfiabilidadedarede.
Para tanto, empregou-se a técnica de alocação dinâmica de recursos de rede,
apresentadanestecapítulo,colocando-seumoumaisequipamentosdaredecombaixa
taxadeutilizaçãonoestadodehibernação.Taisequipamentospodemserreativados
posteriormente,casohajaumaumentosignificativodetráfegonarede.
Além disso, outras aplicações de reengenharia são mencionadas ao longo deste
trabalho.Éocasodasubstituiçãodeenlacesdeparmetálicodelongadistânciaoude
alcance metropolitano por enlaces de fibra óptica, visando, também, a redução de
consumo de energia elétrica. As redes híbridas supracitadas são outro exemplo que
temsidocadavezmaisadotadoemredesacadêmicas,obtendo-sepor resultadonão
75
somente a redução de consumo de energia como mais flexibilidade na oferta de
serviçosconcomitantes,própriosdacomutaçãodecircuitosedepacotes.
76
5 PREMISSAS E REQUISITOSDAPROPOSTADEUMMODELOPARA
GESTÃOSUSTENTÁVELDETIC
O desenvolvimento de um Modelo para Gestão Sustentável de TIC exige que se
estabeleçamas suaspremissas assim comoos requisitosqualitativos e quantitativos
quedevemnortearasuaconcepção.
Neste capítulo são apresentadas tais premissas e os requisitos, tendo como objeto a
áreadeTICdeumaorganizaçãoouumaorganizaçãoqueprestaserviçosdeTIC.
5.1 Premissas
Emprimeirolugar,éimportanteressaltarqueseentendeporpremissasascondições
de contorno do contexto onde se insere a proposta, incluindo aspectos tecnológicos,
econômicoserestriçõesdetempo.
Tendo isto em vista, identificam-se como principais premissas do Modelo a ser
elaboradoque:
• Os sistemas de redes de comunicação são responsáveis por 70% dos gastos
energéticosemTIC,osDataCenterspor20%eoutrossistemaspor10%.
• As técnicasdeeconomiadeenergiaempregadasemhardwaredepropósitogeral
não se aplicam para hardware específico, muitas vezes com funcionalidades
particularesecomplexas,comoéocasodemuitoshardwaresdeequipamentosde
rede(BOLLAetal.,2010).
• As redesde transporte consomemcercade30%deenergia e as redesde acesso
cercade70%(BOLLAetal.,2010).
• Tipicamente,asfuncionalidadesdoPlanodeDadossãoresponsáveisporcercade
50% do consumo de energia elétrica, considerando-se, por exemplo, as
funcionalidades de processamento e encaminhamento de pacotes, gerenciamento
de buffer e interfaces de rede. Segundo Tucker (TUCKER, 2008) e Neilson
[NEILSON06],nosequipamentosdenúcleooutransporte,sãogastos54%noplano
de dados, 11% no plano de controle e 35% no gerenciamento de alimentação e
aquecimento.
77
5.2 RequisitosQualitativos
Osprincipaisrequisitosqualitativossão:
• Estaralinhadocomosobjetivosdenegócios.
• Atenderapremissabásicadoqueseconsiderapráticassustentáveis.
• Atender as demandas referentes aos quatro pilares de sustentabilidade, a saber:
econômico,social,ambientalecultural.
• Ser evolutivo, no sentido de permitir a inclusão gradativa de novos metas,
indicadoresemétricasdesustentabilidade.
• Serflexível,permitindoainclusãogradativadenovosmecanismosdegovernançae
gestãodeserviços.
• Viabilizar a inclusão de práticas de sustentabilidade em todas as atividades da
empresa.
• Viabilizaroalinhamentoentreaestratégiadenegócioeaestratégiaespecíficade
TIC.
• Promoverocomportamentodesejáveldosparticipantesdoprocesso.
• Estar em conformidade com as melhores práticas e políticas internacionais e
nacionaisdeGovernançadeTIC.
• Estar em conformidade com as melhores práticas e políticas internacionais e
nacionais de sustentabilidade. No caso do Brasil, atender à Política Nacional de
ResíduosSólidos(PNRS),deacordocomaLei10.098(2000).
• Estaremconformidadeoualinhadocomospadrõesdesustentabilidade,comopor
exemplo, o ISO 14.001 (2005) definido pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas(ABNT),umpadrãovoltadoparaGestãoAmbiental(SEIFERT,2011).
• Definir indicadores de desempenho e de sustentabilidade alinhados com os
indicadoresdefinidospeloGRI(GLOBALREPORTINITIATIVES,2012).
• Minimizaroscustoscorporativos.
• GarantirodesenvolvimentodecompetênciasparaimplantaçãodonovoModelode
GestãodeTIC.
• Contemplar o envolvimento dos funcionários na discussão, elaboração e
implantação daPolíticadeSustentabilidadeeDesempenhodaorganizaçãoe,nas
atividades pertinentes, também dos fornecdores e usuários/clientes dos serviços
deTIC.
78
• Prever a validação periódica dos mecanismos de Governança de TIC e os
procedimentosdeGerenciamentodeTIC.
5.3 RequisitosQuantitativos
Comoprincipaisrequisitosquantitativostem-se:
• Garantir que todos os fornecedores de equipamentos de informática e
telecomunicações credenciados sigam políticas de sustentabilidade, segundo, ao
menos,umdoseixos:econômico,social,ambientaloucultural.
• Garantirquetodoequipamentodeinformáticaedetelecomunicaçãoinservívelseja
encaminhado para tratamento adequado em um centro de reúso, descarte e
reciclagemderesíduoseletroeletrônicos.
• Garantir que todo novo equipamento de informática e de telecomunicação seja
cadastradonosistemadeinventáriodaorganização.
• Estabelecermecanismosde aquisiçãode equipamentos garantindoque, no prazo
de 10 anos (ou período a definir), todos os equipamentos de informática e de
telecomunicaçõessejam“verdes”.
• Garantirquetodolixogeradosejaencaminhadoparareúsooureciclagem.
• GarantirquetodosfuncionáriostenhamacessoainformaçõesreferentesàPolítica
deSustentabilidadeeDesempenhodaOrganização.
5.4 ConsideraçõesFinais
Este capítulo teve como objetivo apresentar as premissas, requisitos funcionais e
quantitativos para o desenvolvimento do Modelo de Gestão de TIC (Tecnologia da
InformaçãoeComunicação)orientadaàPolíticadeSustentabilidade.
Contudo, sabe-se de antemão que a implantação de qualquer Modelo de Gestão
envolvendo o desenvolvimento de um Planejamento Estratégico, a implantação de
mecanismos de Governança e de procedimentos de Gerenciamento de TIC com a
definiçãoconcomitantedemetas,indicadoresemétricassóterásucessoseforfeitade
modo gradativo e se for construída com a participação dos funcionários e demais
participantes da cadeia de valor, fornecedores, usuários, clientes e pessoas da
comunidadeenvolvidasdealgummodo.
79
Aquivalerecolocaracrençamuitoenfatizadaem(CARVALHO,2010).
“OHUMANOÉQUEMPROMOVERESULTADOS.”
80
6 MODELO DE GESTÃO DE TIC E DOMÍNIOS DE POLÍTICA DE
SUSTENTABILIDADE
Neste capítulo será apresentado oModelo de Gestão de Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC), orientada à Sustentabilidade, proposto, que envolve os aspectos
estratégicos,táticoseoperacionaisdeumaorganização,oudeumaunidadedenegócio
deumaorganizaçãoqueprestaserviçosdeTIC.
Com isto espera-sequehaja alinhamentodesde a estratégiadenegócio até o último
nível de operação propriamente dito da corporação, tendo como foco permanente a
Sustentabilidade.
6.1 VisãoGeraldoModelo
O Modelo de Gestão de TIC orientada a Políticas de Sustentabilidade proposto,
conformemostraaFigura6.1,envolve:
• Nível Estratégico: Considerando o modelo de negócios, a Política de
SustentabilidadedeTICeosobjetivosdeDesempenhoeSustentabilidadeparatoda
a organização, este nível contempla o desenvolvimento de um Planejamento
Estratégico,tipicamente,válidoparaumperíododetrêsacincoanos.
Este Planejamento Estratégico estabelece as ações prioritárias em função dos
objetivos traçados; da Política de Sustentabilidade estabelecida; de uma análise
interna das competências disponíveis na organização, de suas características
positivas e negativas; além de uma análise de mercado em termos de
oportunidades e ameaças com potenciais vantagens e desvantagens competitivas
para a organização. Tais ações ou planos de ação estão associados a metas de
desempenhoesustentabilidadequedevemsermonitoradasecontroladasafimde
garantir o sucesso da execução deste Planejamento Estratégico, verificando-se a
necessidadeounãodeserealizarajustesperiódicosaomesmo.
A monitoração e o controle das metas de desempenho e sustentabilidade são
efetuados por meio de mecanismos de Governança de TIC suportados no nível
tático.
81
• Nível Tático: Conhecidas as metas de Desempenho e Sustentabilidade, são
definidos Indicadores deDesempenho e Sustentabilidade que serão efetivamente
usadosparamonitorarecontrolarosprocessosassociadosàsatividadesdesuporte
e atividades primárias ou de prestação de serviços de TIC da organização ou da
unidadedenegóciocorrespondente2.
Taisprocessosestãoorganizadosemtrêsáreasfuncionais,asaber:
a) Aquisição: inclui os processos de especificação e aquisição de recursos de
infraestrutura e sistemas de TIC, bem como os processos de seleção e
contrataçãoderecursoshumanos.
b) Operação: abrange a implantação e implementação da infraestrutura de TIC,
sua operação e consequente prestação de serviços, sua manutenção e
reconfiguração quando for necessário, além de sua atualização periódica em
decorrência de inovações tecnológicas, incorporação de novos serviços e
aplicações, e alterações de demandas internas ou externas de serviços e/ou
funcionalidadesrelacionadasaonegócio.
c) Descarte: cobre os processos necessários para a destinação correta e
sustentável dos bens de consumo e bens permanentes de informática e de
telecomunicação que se tornam inservíveis para a organização ou para a
unidadedenegóciodaorganização considerada.Estadestinaçãocorretapode
ser a recuperação ou atualização do bem (por exemplo, conserto de um
microcomputador com acréscimo de mais memória primária e secundária) e
seureúsoapartirdeseuencaminhamentoparaoutrasáreasdaorganizaçãoou
para projetos sociais. Além da opção de reúso, no caso de equipamentos
obsoletosousempossibilidadedereaproveitamento,pode-seprocedercomsua
desmontagemparafinsdereciclagem3.
2As atividades de suporte e primárias são definidas ou redefinidas a partir do “Modelo de Cadeia de
Valor”deMichaelPorter(PORTER2008).3 Dentro da Universidade de São Paulo, o CEDIR (Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de
Informática) coleta bens permanentes de informática e telecomunicações inservíveis para a
universidadeeencaminha-osparareúsoemprojetossociaisoureciclagemporempresasespecializadas
ecertificadaspelaCETESB.
82
EstesprocessosatuamouempregamrecursosdeTIC,queincluem:
a) Recursos Humanos, dediferentesníveis de formação e funcionais dentrodo
organogramadaorganização;
b) Infraestrutura de TIC, englobando infraestrutura de redes, sistemas
computacionais,DataCenteresistemasbásicosdesoftware, taiscomobasede
dados,softwaredeediçãodetexto,planilhaseletrônicas,dentreoutros;e,por
último,
c) ProgramaseDados,queincluemprogramasouaplicaçõesdenegócioedados
correpondentes. No caso de uma universidade, podem-citar: plataformas e
programasparaEnsinoaDistância,SistemasdeMatrículasdealunos,Sistemas
deCredenciamentodedisciplinasecursosvoltadosparaalunosouabertosao
público.
Os indicadores de Desempenho e Sustentabilidade são estabelecidos a partir das
Metas deDesempenho e Sustentabilidade e vinculam-se a diferentesDomínios de
Políticas de Desempenho e Sustentabilidade, que efetivamente definem regras de
comportamentodeprocessoseosrecursosdeTICassociados.
AsPolíticasdestenívelsãodenominadasPolíticasdeSistemas.
• Nível Operacional: Inclui a operação da infraestrutura e sistemas de TIC,
respondendoàdemandade serviçoseaplicaçõesdenegócio, sua recuperaçãono
caso de falhas oumau funcionamento, e suamonitoração e controle a partir da
obtençãodemétricasassociadasàoperaçãodeumconjuntoderecursosdeTIC.
Como exemplo, pode-se citar a operação das redes de comunicação de uma
organização, envolvendo redes locais, redes metropolitanas e redes de longa
distância.Aoperaçãodessasredespressupõeocontroledostemposderespostase
atrasos associados, da taxa de perda de informação, taxa de falhas de enlace,
frequência de ocorrência de situações de congestionamento, dentre outros. Neste
caso,tem-seumaPolíticadeSustentabilidadeEspecificavoltadaparaRedes.
AsPolíticasdeSustentabilidadeemTICreferentesatodososníveis,doestratégico
aooperacional,sãoarmazenadasnumRepositóriodePolíticasdeSustentabilidade.
83
Taispolíticaspodemserinseridas,editadasouremovidasapartirdeumSistemade
GerenciamentodePolíticas.
Figura6.1–ModelodeGestãodeTICorientadaaPolíticasdeSustentabilidade
Vale observar que dentro do escopo deste trabalho serão tratadas Políticas de
Sustentabilidade, assim como objetivos, metas, indicadores, métricas e variáveis de
Sustentabilidade. Tais elementos voltados para Desempenho são mencionados e
tratados à medida que se relacionam, causam ou sofrem impacto das Políticas de
Sustentabilidade.
6.2 PolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC
Para que a Sustentabilidade seja útil e crie valor a longo prazo, ela precisa estar
incorporada nas atividades do dia a dia da organização e no seu desempenho. Caso
contrário, se a Sustentabilidade for usada como simples ferramenta de relações
84
públicas e marketing, pode ter efeito negativo no valor associado à organização
(EPSTEIN,2008).
A Sustentabilidade deve estar integrada às decisões de negócio e deve haver
mecanismos para avaliar os impactos dos produtos, serviços, processos e quaisquer
atividadesdeorganizaçãodentrodocontextodeDesenvolvimentoSustentável.
Emprimeirolugar,faz-senecessário,então:
• DefinircomprecisãooconceitodeSustentabilidadeecomoeleseaplicaaonegócio
eatividadesdaorganização.
• HomogeneizaroentendimentosobreosPilaresdeSustentabilidadeeverificarsua
aplicabilidadeerelaçãocomasdiferentesáreasdeatuaçãodaempresa.
• Definir os Princípios e as Políticas de Sustentabilidade Corporativa e deTIC, que
devemcontemplarosquatroPilaresdeSustentabilidade.
• Identificar os participantes (stakeholders) e como os princípios e as Políticas de
Sustentabilidade podem criar valor e impactar o seu relacionamento com a
organização.
• DisseminaroconceitodeSustentabilidadeeasPolíticasdeSustentabilidadeentre
os vários participantes, incluindo fornecedores, clientes, agências do governo e
comunidade.
NospróximosseçõessãodetalhadososDomíniosdePolíticasdeSustentabilidadepara
osNíveisdeNegócio,Sistema,InfraestruturadeTIC,DispositivoeInstância,conforme
descrito no Capítulo 2 e reapresentado na Figura 6.2. A Figura 6.2 mostra que o
SistemadeGovernançadeTICéresponsávelpelaaplicaçãodePolíticasdosNíveisde
Negócio e Sistema, e o Sistema de Gerenciamento de Infraestrutura de TIC é
responsável pela a aplicação das Políticas dos Níveis de Infraestrutura de TIC,
DipositivoeInstância.
85
Figura6.2–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadenosdiferentesNíveisdoModelodeGestão
deTICdeumaOrganização
Dentrodocontextodestetrabalho,valeobservarquenoNíveldeInfraestruturadeTIC
será dada ênfase às Políticas de Infraestrutura de TIC aplicadas às Redes de
Comunicação.
6.2.1 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC
Comojáfoidito,emumaorganização,profissionaiscomdiferentesresponsabilidadese
funçõestêmdiferentesvisõesdapolítica.Porisso,sãodefinidososdiferentesníveisde
políticas,queprecisamestaralinhadasentresieserconsistentes.
As Políticas de Sustentabilidade Corporativa e de TIC são consideradas Políticas de
Negócio,ditasdealtonível.
APolíticadeSustentabilidadedeTICéumaentradaparaoPlanejamentoEstratégico
de TIC. Terá impacto direto na Missão, Visão e Valores que nortearão as ações da
organizaçãono que concerne àTIC, como tambémnosPlanos deAção, vinculados à
execução desse Planejamento Estratégico, e em suas metas de desempenho e
sustentabilidade.
86
Esta política será posteriormente traduzida para Políticas de Sustentabilidade de
Sistemase,destas,paradiferentespolíticas incluindo:PolíticadeSustentabilidadede
DataCenter,deRedesdeComunicação,deComputadoresPessoaiseassimpordiante.
Para fins de exemplificação, a Tabela 6.1 mostra como uma regra da Política de
SustentabilidadedeTICpodesermapeadaemregrasdaPolíticadeSustentabilidadede
Sistemas,considerandoosprocessosdeaquisição,operaçãoedescarte.
Tabela6.1-ExemplodeMapeamentodePolíticadeSustentabilidadedeTICemPolíticasde
SustentabilidadedeSistema
NíveldaPolítica Processos Regras
PolíticadeSustentabilidadedeTICTodososprocessosrelacionadosàTICdevem
estarfocadosemSustentabilidade.
Políticasde
SustentabilidadedeSistema
Aquisição
SóparticipamdeeditaisouRFPs(Requestfor
Proposals)paraaquisiçãodeequipamentosde
informáticaetelecomunicaçãoosfornecedores
desistemascomputacionais“verdes”.
Operação
Ainstalaçãoeoperaçãodeequipamentosde
informáticaetelecomunicaçãodevemestar
baseadasempráticassustentáveisdeuso
racionalderecursos.
Descarte
Osbensdeinformáticaetelecomunicação
devemterumfimsustentável,sejapormeiodo
reúso,sejapormeiodereciclagem.
Pode-sedizer,então,queosNíveisdePolíticasservemparaligaraspectosestratégicos
dosnegóciosaaspectostáticoseoperacionaisdaorganização.
Contudo,emcadanível,asPolíticasentendidascomoumconjuntoderegrasaplicam-
se a subconjuntos de objetos, que são denominados ‘domínios da política’.
(STRASSNER,2004).Umobjetopodepertenceraumaoumaispolíticas.
A Figura 6.3 mostra os domínios definidos para os diferentes Níveis de Política de
SustentabilidadedeTICemumaorganização.
87
Figura6.3–RelaçãoentreosNíveisdePolíticadeSustentabilidadedeTICdeumaOrganização
PeloexemploilustradopormeiodaTabela6.1,pode-severificarqueumapolíticaem
níveldenegóciogeroutrêspolíticasnoníveldesistema.Defato,umapolíticadeum
dado nível (n) pode gerar uma ou mais políticas no nível inferior (n-1), conforme
mostraaFigura6.4.Alémdisso,observa-sequeumaregradenegóciopodepercorrer
todososníveisdeabstraçãoepolíticasparaserimplementada.
88
Figura6.4–RelaçãoentrePolíticasdediferentesNíveis
A Figura 6.5 mostra a relação entre os dados dos diferentes níveis de Políticas e o
RepositóriodePolíticasdeSustentabilidadedeTIC.
Figura6.5–RepositóriodePolíticasdeSustentabilidadedeTIC
Nas próximas seções estão descritos os domínios para cada nível de Política de
SustentabilidadedeTIC.
89
6.2.2 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeSistemas
Considerando que o objetivo principal é promover a gestão da Tecnologia da
Informação e Comunicação sob a ótica de Sustentabilidade, identificam-se então os
seguintesDomíniosdePolíticasdeSistema:
• Investimentos:Tendoemvistaque,nagrandemaioriadasorganizações,aadoção
depráticassustentáveisrequermudançasdeprocessos,mudançastecnológicase,
sobretudo, mudanças culturais, é de fundamental importância que tais
organizaçõestenhamumaPolíticadeInvestimentosqueviabilizeessasmudanças.
Esta Política engloba o investimento em Gestão de Pessoas como fator
fundamentalparaalavancarmudançasculturais;GestãodeInfraestruturadeTIC
para viabilizar a eficiência no uso de recursos, sejam eles energia elétrica,
combustível,bensdeinformática,dentreoutros,eareengenhariadeprocessosnas
premissas de sustentabilidade; Inovação Tecnológica para fomentar o
desenvolvimentodesoluçõesetecnologiasalinhadascomosprincípiosdepráticas
sustentáveisequetragamvantagenscompetitivasparaaorganização;eGestãode
Resíduos, permitindoo reaproveitamento edestinação sustentável dos resíduos,
comênfasenosresíduosdeinformáticaetelecomunicações.
Naturalmente, toda organização tem uma Política de Investimento mais ampla,
envolvendo outros componentes que não apenas aqueles relacionados à
Sustentabilidadeequenãosãoobjetodestetrabalho.
A Figura 6.6 mostra os elementos do Domínio dePolítica de Investimentos
voltadaàSustentabilidade.
Figura6.6–ElementosdoDomíniodePolíticadeInvestimentos
90
• Gestão de Pessoas: As políticas de Gestão de Pessoas com foco em
Sustentabilidadeconsideramoexercíciodepráticas sustentáveis comoo fatorde
desempenhonasdiferentesfasesdavidadofuncionárionaorganização,sejacomo
critériorelevantenosprocessosdeseleçãoecontratação,sejanoplanodeascensão
decarreiracomconcessãodebenefíciosatreladaataispráticas.Alémdisso,inclui
açõesreferentesàSaúde,SegurançaeEducação, sendoquealgumasmodalidades
deaçõesdeEducaçãoestendem-seafornecedores,usuáriose/ouclientesepessoas
dacomunidadelocal.
AFigura6.7mostraoselementosquecompõemoDomíniodeGestãodePessoas.
Figura6.7–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodePessoas
• EducaçãonoTrabalho:AspolíticasdeEducaçãotêm,comoprincipalobjetivo,o
desenvolvimento de competências para o aprimoramento do próprio negócio da
organização e formação de pessoas, com foco em Sustentabilidades. Além disso,
deve promover o alinhamento e melhor relacionamento com seus fornecedores,
usuários/clientesecomunidadelocal.
Tais políticas envolvem, portanto, todos os participantes (stakeholders)
relacionadosàorganização, incluindoos funcionários, fornecedores,usuáriose/ou
clientes e comunidade local. Dentro do escopo deste trabalho, as atividades de
91
educaçãoincluemasáreascorporativa,específicadeTIC(TecnologiadaInformação
e Comunicação) e sustentabilidade, sendo esta última tratada no contexto geral e
aplicadaàrealidadedaorganizaçãoe,especificamente,àTIC.
Essasatividadesdeeducaçãoenglobamdesdecampanhaseducacionaisvisando,por
exemplo,adisseminaçãodousodecoletaseletivaouaeconomiadeenergiaelétrica
desligando-se monitores quando os computadores não estiverem em uso, a
realizaçãoeparticipaçãodeeventos temáticos internose externosaté aofertade
treinamentos voltados para o desenvolvimento de competências sejam elas nas
áreasdeadministraçãoegestão,serviçosgerais,TICesustentabilidade.
A Figura 6.8 mostra os elementos que compõem o Domínio de Política de
EducaçãonoTrabalho.
Figura6.8–ElementosdoDomíniodePolíticadeEducaçãonoTrabalho
• SaúdeeSegurançanoTrabalho:AspolíticasdeSaúdeeSegurançanoTrabalho
têm como objetivo garantir que a organização opere dentro das leis e normas
municipais,estaduaisefederaisvigentesnoquedizrespeitoàscondiçõesdolocal
detrabalhoeproteçãoaofuncionário.Taispolíticaspodemincluirarealizaçãode
campanhas educacionais, eventos temáticos e treinamentos nas áreas de saúde
preventiva e segurançano trabalhooferecidos aos funcionários, alémdepráticas
preventivas e o constante acompanhamento de índices de doenças ocupacionais,
92
incidentesdo trabalhoedaadesãoeobediênciaàs legislaçõespertinentesnessas
áreas.
AFigura6.9mostraoselementosquecompõemoDomíniodePolíticadeSaúde
PreventivaeSegurançanoTrabalho.
Figura6.9–ElementosdoDomíniodePolíticadeSaúdeeSegurançanoTrabalho
• Infraestrutura de TIC: As políticas de Infraestrutura de TIC visam garantir a
aquisição de bens permanentes e de consumo preferencialmente sustentáveis
assimcomoousoracionaldessesbens,evitando-sedesperdíciosepromovendoa
eficiênciadeseumanuseio.
A Figura 6.10 mostra os elementos que compõem o Domínio de Política de
InfraestruturadeTIC.
Figura6.10–ElementosdoDomíniodePolíticadeInfraestruturadeTIC
• OrigemdosInsumos:Partindodopressupostoquesedesejaterumaorganização
“Sustentável” sob os aspectos econômico, social, ambiental e cultural, é de suma
importânciaquesepassea fazerusodeequipamentosdeTICebensdeconsumo
ditos “verdes”, “reciclados”, recicláceis” e/ou “biodegradáveis”. Isto significa que
fornecedoresalinhadoscompolíticasdesustentabilidadeequeproveemestetipo
93
de produto devem ter prioridade sobre fornecedores com menor
comprometimentocompolíticasdesustentabilidadeequenãotrabalhamcomesse
tipodelinhasdeprodutos.
O alinhamento com políticas de sustentabilidade não implica exclusivamente no
fornecimento de produtos “verdes”, reciclados, recicláveis ou biodegradáveis.
Implica,também,nagestãodesuaempresademodosustentávelsegundoasordens
econômicas, sociais, ambientais e culturais. Isto significa queum fornecedorpode
oferecerumproduto“verde”,i.é,isentodesubstânciastóxicas,masnasualinhade
produção a água poluída pelos processos fabris não é tratada, e os funcionários
trabalhamemambienteimersoemelementospoluentes,nocivosàsuasaúde.
Um bom balizador para avaliar o comprometimento de um fornececdor com
políticas de sustentabilidade é sua adesão ao GRI (GLOBALREPORT INITIATIVES,
2012).OutrasopçõessãoanormaISO14.001(2005)voltadaparaGestãoAmbiental
epadrõesespecíficosparacadasetordaindústria(SEIFFERT,2011).
Além dos fornecedores e dos produtos em si, devem ser consideradas as
embalagens,quepodemserconfeccionadasemmateriaisreciclados,serrecicláveis
oubiodegradáveis.
AFigura6.11mostraoselementosquecompõemoDomíniodePolíticadeOrigem
dosInsumos,abrangendoosfornecedores,produtoseembalagens.
Figura6.11–ElementosdoDomíniodePolíticadeOrigemdosInsumos
94
• Uso Racional de Recursos: As políticas que visam o uso racional de recursos,
tipicamente,permeiam todaa empresa.Comoexemplo,pode-semencionarouso
racional de energia elétrica, que abrange desde a instalação de sensores de
presençaparaacionarosistemadeiluminação,aconfiguraçãodecomputadoresno
modo de economia de energia quando não usados, até a adoção de soluções de
virtualização de servidores em DataCenters. Isto significa que, quando uma
organização define como uma de suas metas atingir, por exemplo, 10% de
economia de energia elétrica por ano, isto tem reflexo em vários setores da
organização. Tais setores, no caso do exemplo acima, incluem: a infraestrutura
predial com a substituição de interruptores de luz elétrica normais por
interruptores acionados por sensores de presença até a infraestrutura de TIC no
que tange tanto à configuração de computadores de mesa como também dos
servidoresdoDataCenter.
Além dasmedidas referentes ao uso racional de recursos, a organização deve ter
práticas que evitem a perda de quaisquer tipos de bens, seja por acidente, por
armazenamentooumanuseioinadequado.Nestecaso,estapolíticadeveestabelecer
objetivosdeanularasocorrênciasdeperdas.
A Figura 6.12 traz uma árvore de interdependência aplicada ao uso racional dos
recursos dentro de uma empresa, incluindo: água, combustível, energia elétrica e
bensdemodogeral.Estaárvoredeveserempregada,porexemplo,paraestabelecer
como a política de uso racional de um recurso em nível de negócio depende ou
reflete na aplicação desta mesma política em diferentes unidades de negócio,
setoresouatividadesdessamesmaorganização.
95
Figura6.12–ElementosdoDomíniodePolíticadeUsoRacionaldeRecursos
• InovaçãoTecnológica:Estapolíticavisapromoverodesenvolvimentodesoluções
tecnológicas ou tecnologias que tenham como resultado o uso mais eficiente de
recursos da organização, sejam eles naturais ou manufaturados. Como exemplo
pode-se citar o desenvolvimento de ferramentas de trabalho colaborativo, que
facilitam o trabalho colaborativo entre profissionais residentes em locais
geograficamente distribuídos, reduzindo os deslocamentos de pessoas para
participaremdereuniõespresenciais.
AFigura6.13mostraosdiferenteselementosdoDomíniodePolíticadeInovação
Tecnológica.
96
Figura6.13-ElementosdoDomíniodePolíticadeInovaçãoTecnológica
• GestãodeResíduos:ApolíticareferenteàGestãodeResíduostemcomoobjetivo
regulamentar os procedimentos de tratamento de resíduos, sejam eles gasosos,
líquidosesólidos,alémdepermitirumaavaliaçãodecomotaisprocedimentostêm
evoluídoemtermosdeabrangênciaeeficácia.MerecedestaqueaPolíticaNacional
deResíduosSólidos(PNRS)queregulamentaaresponsabilidadecompartilhadaem
relação aos resíduos sólidos descartados como sendodo fabricante, do usuário e
atédarevenda.
Nesse contexto, são considerados como resíduos sólidos os bens de consumo de
propósito geral e bens de informática e telecomunicações, equipamentos
eletroeletrônicose embalagens.Oobjetivoémaximizarovolumede resíduosque
podem ser reaproveitados ou reciclados, em detrimento daqueles que devem ser
descartados.
AFigura6.14mostraoselementosquecompõemoDomíniodePolíticadeGestão
deResíduos.
97
Figura6.14–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodeResíduos
Aspolíticasassociadasacadaumdessesdomíniosafetamdiferentesatividadesde
suporte e/ou primárias domodelo de cadeia de valor de Porter (PORTER, 2008),
conformeexplicadonocapítulo7.
Tais Domínios de Políticas podem estar organizados de modo hierárquico. Neste
caso,asregrasaplicadasaodomíniodenívelsuperiornestahierarquiasãoherdadas
pelodomíniodenívelinferior.Ouainda,umDomíniodePolíticapodeestarcontido
emoutroDomíniooupodehaversobreposiçãoparcialentreoselementosdeuma
ououtrapolíticasemquehajaumarelaçãodehierarquiadosdiferentesDomínios
dePolítica.
Dentrodoescopodestetrabalho,pode-seobservarqueexistemsobreposiçõesentre
algunsDomíniosdePolítica.Comoexemplospodem-secitarosdomínios:“Saúdee
SegurançanoTrabalho”, “Marketing&Venda”e ”ServiçosdePós-Venda”,que têm
sobreposiçãoaodomínio“Educação”. Demodoanálogo,odomínio“Investimento”
tem influência direta sobre o domínio “Educação”, pois as ações em relação à
Educação ficam limitadas ou restritas em função da política de investimento
adotada.
98
A Figura 6.15 mostra os diferentes Domínios de Política de Sustentabilidade em
níveldeSistemaesuainserçãonoescopodosPilaresdeSustentabilidade,asaber:
econômico,social,ambientalecultural.
Figura6.15–DomíniosdePolíticasdeSustentabilidadedeSistemaePilaresde
Sustentabilidade
Além desses domínios específicos para a área de Sustentabilidade, na Figura 6.3
identifica-seoutrodomínio,odeDesempenhoeDisponibilidade.Emúltimaanálise,
quandosefalaemPolíticadeUsoRacionaldeRecursos,emumasituaçãoextrema,
se desligarmos todos os equipamentos, sejam do DataCenter, das Redes ou os
próprios Computadores Pessoais, tem-se uma situação de máxima eficiência
energética; no entanto, como consequência, tem-se no outro extremo “zero” de
disponibilidadeededesempenhoparaainfraestruturadeTIC.Pode-seafirmarque
qualqueraçãonosentidodeseobtermáximaeficiênciadosrecursosdeTICprecisa
ser avaliada concomitantemente ao impacto no desempenho e disponibilidade na
infraestruturadeTICcomoumtodo.(AMARAL,2012)
99
6.2.3 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeInfraestruturadeTIC
No nível de infraestrutura de TIC, podem-se identificar os seguintes domínios
principaisdePolíticadeSustentabilidadeemTIC:
• Serviços de DataCenter: Estapolíticadependeda classificaçãodoDataCenter e,
também, das modalidades de serviços oferecidos. As normas ANSI/TIA-942
classificam os DataCenters em quatro níveis (ou Tiers), que possuem diferentes
níveis de redundância, disponibilidade e segurança. Certamente, um DataCenter
Tier 1 apresenta requisitos de operação com, por exemplo, disponibilidade de
99.671% menos rígidos que um DataCenter Tier 4, com, por exemplo,
disponibilidade de 99.995%. (TELECOMMUNICATIONS INDUSTRY ASSOCIATION,
2010).EstedomínioherdaregrasdosDomíniosdeUsoRacionaldeRecursos,de
DesempenhoeDisponibilidade.
• ServiçosdeRedesdeComunicação:Damesmaformaqueodomínioapresentado
anteriormente, estedomínioherda regras tantodoDomíniodeUso Racional de
RecursoscomodeDesempenhoeDisponibilidade.Comoexemplopode-secitar
a situação emque se colocaumequipamentode rede emestadode hibernação
(estadosleep)devidoàbaixademandadetráfego;seocorreumaumentodetráfego
repentinooestadodesseequipamentodevepassaraativo.Otempodecomutação
doestadode hibernaçãoparaoestadoativo, evice-versa,podecomprometero
desempenho da rede e torná-la indisponível por um determinado período. Isto
significa que o fato de colocar um equipamento em estado de hibernação para
economizarenergia(PolíticadeUsoRacionaldeRecursos)podecomprometero
desempenho e disponibilidade da rede (Política de Desempenho e
Disponibilidade).
A Política de Serviços de Redes é exercida por Sistemas de Gerenciamento de
Redes–querecebeminformaçõesreferentesaosparâmetrosdeoperaçãoderede–
emonitoraecontrolaasredeseosseusequipamentosdemodoaatingirosvalores
alvo de operação (por exemplo, taxamáxima de perda de pacotes) estabelecidos
pelapolítica.
100
• ServiçosdeMicroinformática:Estapolíticadefineregrasparausoeoperaçãode
computadores alocados a usuários finais ou a grupos de usuários finais. Como
exemplodepolítica, pode-se citar a obrigatoriedadede colocar o computadorno
mododeeconomiadeenergia,quandonãousado.
Nas próximas seções, serão detalhados os Domínios de Política de Sustentabilidade
voltadosparaServiçosdeRede,DataCentereMicroinformática.
6.2.3.1 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeServiçosdeRede
ComoDomíniosdePolíticadeSustentabilidadedentrodoescopodeServiçosRedesde
Comunicaçãodevemserconsiderados(STRASSNER,2004):
• Serviços do Usuário Final:Estapolíticaabrangeos serviçosvisíveisaousuário.
Como exemplos, podem-se citar o suporte a VPN (Virtual Private Network),
Encriptação de Pacotes e Alocação de Circuito com capacidade de transmissão
garantidaporperíodo limitado.Aalocaçãode circuitosnãoéumserviçode rede
comum e aparece mais em redes experimentais, como são os casos das redes
CANARIE (Canadá), Internet2 (EUA) e Redes-H da RNP (Brasil) (RNP, 2011).
Contudo,aindaemergecomotendência.Nocasodeofertadessetipodeserviço,há
sobreposição entre este domínio e o Domínio de Política para Serviços de
AlocaçãodeRecursos.
• Serviços de Alocação de Recursos: incluem políticas referentes a serviços e
funcionalidadesquehabilitamaplicaçõeseserviçosdoprópriousuário.Englobam
outrossubdomíniosdepolíticasreferentesa:
o QoS (Quality of Service): Esta política depende dos contratos de
serviços estabelecidos comosusuários e clientesdos serviçosde rede,
que podem ser unidades de negócio dentro damesma organização ou
outras organizações. Tais contratos estabelecem SLA (Service Level
Agreements)emníveldenegócio(PolíticadeNíveldeNegócio).
101
Parâmetros ou métricas de QoS podem incluir valores de banda de
transmissãogarantida,valoresmáximosparaatrasoevariaçãodeatraso,
valoresmáximosdeperdadepacoteseatédisponibilidadedospróprios
serviçosderede.Aplicaçõesdiferentespossuemrequisitosdequalidade
deserviçodiferenciados.Nocasodovídeointerativo,alémderequisitos
de baixo atraso e variação de atraso também presentes no caso de
transmissão de voz, tem-se o requisito de banda de transmissão larga.
Como exemplo, pode-se citar a banda de transmissão de uma
videoconfêrencia empregando-se padrão Full HDV (High Definition
Video)queéde1,5Gbpsparavídeocomcompressão,ouentre4a6Gbps
paravídeosemcompressão(MARGOLIS,2011).
o Eficiência Energética: Esta política determina regras de operação de
equipamentosde rededemodo amaximizar a eficiência energéticano
uso de tais equipamentos. Como exemplo, pode-se definir que
equipamentos com taxa de utilização muita baixa sejam colocados no
estadodehibernação,redirecionando-seoseutráfegoparaoutrasrotas.
Este tipo de política pode vir a comprometer o desempenho e
disponibilidadedarede,principalmente,emsituaçõesdepicodetráfego,
quandotaisequipamentosdeverãosercolocadosnoestadoativo.Oque
querdizerqueestapolíticadeveatuardemodoconjuntocomapolítica
de QoS. Essa questão de eficiência energética e sua relação com
desempenhoedisponibilidadeédiscutidaem(AMARALetAL.,2012).
o Controle de Ciclo de Vida:Dentrodo contextode Sustentabilidade, o
controle do ciclo de vida dos equipamentos de rede e de quaisquer
outrossistemascomputacionaisédesuma importância, tendoemvista
queumciclodevidaabreviadotemcomoconsequênciamaiorvolumede
descartede resíduoseletroeletrônicos.Estapolíticadeterminaregrase
procedimentos de operação que visam aumentar o ciclo de vida dos
equipamentos.
EstesDomíniosdePolíticaaplicam-senoâmbitode:
102
• Redes: Constituem-se de uma ou mais sub-redes interconectadas. Tais redes
podemser: redesde longadistância (WAN–WideAreaNetwork),metropolitanas
(MAN – Metropolitan Area Network), locais (LAN – Local Area Network). Como
exemplo, pode-se citar o caso da rede backbone de um prédio, que interconecta
váriasredeslocaisexistentesnosandaresdesseprédio.
• Sub-redes: Uma sub-rede constitui-se de vários sistemas computacionais e
equipamentosderedeconectados.Assub-redessãotambémclassificadasemredes
de longa distância (WAN), metropolitanas (MAN), locais (LAN) e, por último, as
PANs(PersonalAreaNetworks).
NaFigura6.16,sãomostradososelementosdoDomíniodaPolíticadeServiçosde
Rede. No contexto deste trabalho será dada ênfase ao Domínio de Política de
EficiênciaEnergéticaeseusimpactosnodesempenhoedisponibilidadedosserviços
derede.
Figura6.16-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeRede
6.2.3.2 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeServiçosdeDataCenter
SimilarmenteaosServiçosdeRede,comoDomíniosdePolíticadeSustentabilidadeno
escopodeServiçosdeDataCenter,devemserconsiderados:
• Serviços do Usuário Final:Estapolíticaabrangeos serviçosvisíveisaousuário.
Comoexemplos,podem-secitarserviçosde:hospedagemdeservidores(físicosou
virtuais),hospedagemdeaplicações,hospedagemdesites,dentreoutros.
103
• Serviços de Alocação de Recursos: incluem políticas referentes a serviços e
funcionalidadesquehabilitamaplicaçõeseserviçosdoprópriousuário.Englobam
outrossubdomíniosdepolíticasreferentesa:
o Sistemas de Armazenamento: Relaciona-se com a política de
armazenamentodeinformaçõesemquaisquerformatosemídias(dados,
voz e vídeo). Este domínio contém outros subdomínios referentes a
EficiênciaEnergética,QualidadedeServiçoeControledeCiclodeVida.
§ QoS(QualityofService):Estapolíticadependedoscontratosde
serviçosestabelecidoscomosusuárioseclientesdosserviçosde
armazenamento no DataCenter, que podem ser unidades de
negócio dentro da mesma organização ou outras organizações.
Tais contratos estabelecem SLA (Service Level Agreements) em
níveldenegócio(PolíticadeNíveldeNegócio).Comoexemplode
métrica pode-se citar o AFR (Anual FailureRate), que associa o
MBTF(MeanTimeBetweenFailures)comonúmerodehorasque
oequipamentoficaativoporano.
§ Eficiência Energética: Esta política determina regras de
operação de equipamentos de um DataCenter de modo a
maximizar a eficiência energética no uso de tais equipamentos.
Como exemplo de métrica, pode-se citar a capacidade de
armazenamentoporwatt,taxadebitstransferidos/watt.
§ Controle de Ciclo de Vida: Dentro do contexto de
Sustentabilidade,ocontroledociclodevidadosequipamentosde
umDataCenteréigualmentedesumaimportânciaparareduziro
volume de resíduos eletroeletrônicos descartados. Esta política
determina regras e procedimentos de operação que visam
aumentarociclodevidadosequipamentos.
o Servidores Físicos e Virtuais: Está relacionada à política de
hospedagem de servidores tanto físicos como virtuais. Este domínio
tambémcontémoutrossubdomíniosdepolíticasreferentesaEficiência
Energética, Qualidade de Serviço e Controle de Ciclo de Vida,
104
equivalentes ao descrito para Sistemas de Armazenamento. Como
exemplosdemétricaspodemsercitados:oIOPS,queédefinidocomoo
númerodeoperaçõesde I/O(Entrada/Saída)porwatt, eoAFR(Anual
FailureRate),jámencionadoanteriormente.
o GestãodeInstalações:Estapolíticaéaplicadaàoperaçãoemanutenção
de recursos gerais para o DataCenter, incluindo alimentação elétrica e
refrigeração. Este domínio também contém outros subdomínios de
políticas referentes a Eficiência Energética, Qualidade de Serviço e
ControledeCiclodeVida.
Algunsexemplosdemétricasimportantessão(SCHUTZ,2009):
• PUE(PowerUsageEffectiveness)queédefinidopelacapacidadetotal
de alimentação do DataCenter segundo o total de alimentação
consumidapelosequipamentosdeTIC.
• DCiE (DataCenter Efficiency) que é definido como o total de
alimentação consumida pelos equipamentos de TIC segundo a
capacidadetotaldealimentaçãodoDataCenter.Éiguala1/PUE.
o Conectividade: A política definida para serviços de conectividade
coincide comaqueladefinidapara serviçosde rededescritos emseção
anterior.
NaFigura6.17,sãomostradososelementosdoDomíniodaPolíticadeServiçosde
DataCenter.
105
Figura6.17-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeDataCenter
6.2.3.3 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeServiçosdeMicroinformática
DemodosimilaraosServiçosdeRede,comoDomíniosdePolíticadeSustentabilidade
dentrodoescopodeServiçosdeMicroinformáticatem-se:
• Serviços do Usuário Final:Estapolíticaabrangeos serviçosvisíveisaousuário.
Como exemplos, podem-se citar serviços de: configuração e manutenção de
computadores pessoais, incluindo máquinas desktops, notebooks, netbooks e
outros; de impressoras, de scanners e outros equipamentos de informática e/ou
telecomunicações.
• Serviços de Alocação de Recursos: Incluem políticas referentes a serviços e
funcionalidadesquehabilitamaplicaçõeseserviçosdoprópriousuário.Englobam
outros subdomínios de políticas referentes a Eficiência Energética, Qualidade de
Serviço e Controle de Ciclo de Vida, muito semelhantes ao apresentado para
PolíticasdeServiçosdeRedeeDataCenter.
NaFigura6.18,sãomostradososelementosdoDomíniodaPolíticadeServiçosde
Microinformática.
106
Figura6.18-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeMicroinformática
6.2.4 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede
Demodosimplificado,pode-sedizerqueainfraestruturadeumarededecomunicação
écompostabasicamentedeequipamentosderede,sistemascomputacionaiseenlaces
usadosparainterconectá-los.
Como Domínios de Política de Sustentabilidade dentro do Escopo de Dispositivo de
RedesdeComunicaçãodevemserconsiderados(videFigura6.19):
Figura6.19–DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede
• Equipamentos de Redes: Os equipamentos podem pertencer às redes de
backbone,redesdedistribuiçãoouredesdeacesso.Equipamentosempregadosem
umououtrocasotêmportesdiferentes, i.é, têmcapacidadesde transmissãoede
encaminhamentodepacotes,quadrosoubitsdiferentes.Tipicamente,oportedos
equipamentosdaredebackboneémaior,enquantoodeacessoémenor.
Para exercer estas funções, por exemplo, de equipamento de backbone, pode-se
empregar um roteador ou um switch camada 7 ou 3. Os tipos de equipamentos,
como roteador, switches, firewall, dentre outros, são referidos, no contexto deste
trabalho,como“papéis”vinculadosaumobjeto–“equipamentoderede”.
107
O Domínio de Política de Gerenciamento de Equipamentos de Rede inclui, então,
outros subdomínios referentes às Políticas de Equipamentos de Backbone, de
DistribuiçãoeAcesso,conformemostraaFigura6.20.
Figura6.20–SubdomíniosdaPolíticadeEquipamentosdeRede
• SistemasComputacionais:Consideram-setodosossistemascomputacionais,que
nãosejamequipamentosderede,masquepossueminterfacesdecomunicaçãocom
algumtipoderede,sejaelalocal,metropolitanaoudelongadistância.Talinterface
pode ser óptica, elétrica ou sem fio. Exemplos de diferentes tipos de sistemas
computacionais: servidores, computadores pessoais e impressoras. Tais tipos de
sistemascomputacionaissãoidentificadoscomo“papéis”associadosaumobjeto–
“sistemacomputacional”(videFigura6.21).
Figura6.21–DomíniodaPolíticadeSistemasComputacionais
108
• EnlacesdeRede:Osenlacessãousadosparainterconectarequipamentosderede
e sistemas computacionais, constituindo-se uma rede. São previstos três tipos de
enlaces: óptico, metálico e sem fio. Tais tipos de enlaces são identificados como
“papéis”associadosumobjeto–“enlace”(videFigura6.22).
Figura6.22–DomíniodaPolíticadeEnlacesdeRede
6.3 ConsideraçõesFinais
Este capítulo apresentou uma visão geral do Modelo de Gestão de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC) e descreveu os Domínios de Políticas de
Sustentabilidade para os Níveis de Negócio, Sistema, Infraestrutura de TIC e
Dispositivos(aplicadoaredes),conformeFigura6.2.
Nessamesma figura émostrado que o Sistema deGovernança de TIC é responsável
pela aplicação de políticas dos dois primeiros níveis: Negócio e Sistema. O
detalhamentodosNíveisdeNegócio(PlanejamentoEstratégico)edeSistema(Modelo
de Governança), bem como dos indicadores de Sustentabilidade e Desempenho
envolvidosseráapresentadonocapítulo7.
AindanaFigura6.2,observa-sequeoSistemadeGerenciamentodeInfraestruturade
TICéresponsávelpelaaplicaçãodaspolíticasdostrêsúltimosníveis:Infraestruturade
TIC,DispositivoeInstância.Dentrodoescopodestetrabalho,serádadaênfaseàarea
de redes como Infraestrutura de TIC. No capítulo 8, é apresentado o Sistema de
GerenciamentodeRedes, responsávelpela aplicaçãodepolíticasnosníveisdeRede,
DispositivoeInstância,conformemostraaFigura6.23.
109
Figura6.23–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadeparaServiçosdeRedesdeuma
Organização
110
7 MODELODEGESTÃODETIC-NÍVEISDENEGÓCIOESISTEMA
NestecapítulosãodetalhadososníveisdeNegócioeSistemadoModelodeGestãode
Tecnologiada InformaçãoeComunicaçãopropostono capítulo anterior.Estesníveis
contemplam,respectivamente,oPlanjementoEstratégicoeaGovenançadeTIC.
NocasodoPlanejamentoEstratégicoTIC,éapresentadoummodelogeralparaoseu
desenvolvimento com foco em Sustentabilidade, envolvendo toda a organização.
Observa-sequeasdiretrizesdeSustentabilidadedadaspelosgestoresdaorganização
podemestarpresentesnamissão,nascrenças,masomais importanteéqueestejam
inseridas nas suas atividades e processos do dia a dia. Tendo isto como ponto de
partida,foramespecificadasmetasorientadasàsustentabilidadeparacadaumadas
atividadesdesuporteeatividadesprimáriasdaorganização,sejaelaumaempresa
prestadoradeserviçosdeTICousejaumaunidadedenegócioqueprestaserviçosde
TICparaoutrasunidadesdenegóciodamesmaorganização.
ApartirdasmetasdedesempenhoesustentabilidadedefinidasnoníveldeNegóciodo
modelo proposto, são especificados os indicadores de sustentabilidade que irão
nortear as ações de Sustentabilidade daGovernança de TIC. São apresentados um
método geral que pode ser empregado na implantação de Governança de TIC e um
modelogeraldeGovernançadeTIC,quefazusodeoutrosmodelosedeboaspráticas
consagradasnomercado.
7.1 PlanejamentoEstratégicodeTIC
O Planejamento Estratégico de TIC orientado à Sustentabilidade inicia-se pela
especificaçãodosObjetivosdeDesempenho e SustentabilidadeedeumaPolítica
deSustentabilidadedeTICdesenvolvidaparaaorganização.
Suaelaboraçãocriauma linhamestradeaçãoorientada,nestecaso,àspremissasde
Sustentabilidade,quedeveguiartodasasaçõescorporativasedosdiversossegmentos
donegóciodainstituição.Pode-sedizerqueaestratégiaéassimcriada(HAX,1996):
111
• Determina e revela o propósito da organização quanto aos seus objetivos de
médioelongoprazos,planosdeação,eprioridadesdealocaçãoderecursos.
• Criaumpadrãodedecisõesintegrado,unificadoecoerente.
• Permitedesenvolverenutrirascompetênciascentraisdaorganização.
• Busca obter uma vantagem sustentável para o negócio da instituição,
respondendo apropriadamente às oportunidades e ameaças do seu ambiente,
tendoemvistaseuspontosfracosefortes.
• Identificatarefasgerenciaisemníveiscorporativo,denegócioefuncional.
• Oferecemeiosparainvestirseletivamenteemrecursostangíveiseintangíveis,e
desenvolvercapacidadesquegarantamvantagemcompetitivasustentável.
NopontodepartidaparaaelaboraçãodoPlanejamentoEstratégicodeTICorientadoà
SustentabilidadeestãoosObjetivosdeDesempenhoeSustentabilidadeeaPolíticade
Sustentabilidade de TIC da organização, além do conhecimento sobre a própria
organizaçãoedoambienteondeseinsere.
Paratanto,faz-senecessárioconhecer:
• PeríododevalidadedoPlanejamentoEstratégico.
• Áreas geográficas de atuação que delimitam omercado em que a organização
atua.
• Áreas de atuação da organização, definindo-se os produtos e serviços que a
organizaçãovaiofereceraosseusclientes,comotaisclientesestãosegmentadose
como tais produtos e serviços serão distribuídos. No caso de TIC, podem ser
considerados:infraestruturaderedelocaledelongadistância,DataCenter,serviços
de videoconferência, serviços de streaming de vídeo e, por último, serviços de
manutençãodesistemascomputacionais.
A partir daí, realiza-se a conhecida análise SWOT (Strength,Weakness,Opportunities
and Threats), determinam-se a Missão e Visão da organização, mapeiam-se as suas
competências,e,finalmente,formula-seasuaestratégia.
112
7.1.1 AnáliseSWOT
NocasodaanáliseSWOT,tem-se:
A. Identificação das principais ameaças e oportunidades, considerando-se os
fatores de mercado, econômicos, tecnológicos, ambientais, políticos, sociais,
culturais,legaisehumanosparacadaáreadeatuaçãodaorganização.
Comoexemplos,podem-secitar:
• Mercado:Consideraacompetitividadenaáreadeatuaçãodaorganização.Para
análisedomercadoespecíficodeumdeterminadosetordaindústria,emprega-
se commuita frequência oModelo de Cinco Forças de Porter, quepermite
analisar as cinco forças: o poder de barganha dos consumidores, o poder de
barganha dos fornecedores, a ameaça de entrada de novos competidores no
mercado,aameaçadeentradadeprodutossubstitutos,eonívelderivalidade
da concorrência. Existe uma literatura extensa que apresenta emostra como
estemodelopodeserempregado.Otextobásicodestemodeloencontra-seem
(PORTER,1980).Exemplosdeutilizaçãoencontram-seem(PORTER,1998).
Considerando a globalização da economia, outro modelo de Porter muito
interessanteéoModeloDiamante,quepermiteanalisar fatorescríticospara
estabelecimento de uma indústria, considerando uma região ou país. Mais
informaçãopodeserencontradaem(PORTER,2008).
Comoexemplo,pode-se citaro casodeumaempresa cujoobjetivoé fornecer
computadores para a Comunidade Europeia. Neste caso, valem as
regulamentações do ROHS (RestrictionOfHazardous Substances), que limitam
em 0,1% o volume de substâncias tóxicas na composição de produtos. Isto
significaque,setalempresaquerdefatoexportarparaaComunidadeEuropeia,
deveráajustaremodificarasuacadeiaprodutivaparagerarprodutoscom,no
máximo,essaporcentagemdesubstânciastóxicas.
113
• Econômico: Engloba fatores econômicos que podem representar uma
oportunidadeouameaçaparaosnegóciosdaempresa.Comoexemplo,pode-se
citar a flutuação do dólar. Se a organização depende da importação de
equipamentos, e se houver alta de dólar, tais equipamentos podem se tornar
muitos caros, inviabilizando-se a sua aquisição. Contudo, a alta do dólar
favorecenegóciosqueenvolvemaexportaçãodebensnacionais.
• Tecnológico:Aevoluçãotecnológicatemocorridoemumritmocadavezmais
acelerado, tendo, comoconsequência, adescontinuidadecadavezmais rápida
delinhasdeprodutosdeTIC.Istoimplicaqueadquirirumasoluçãoparcialque
possa incorporar gradativamente funcionalidades mais avançadas pode
representargrandesriscos,poissehouverdescontinuidadedeprodutosperde-
se a solução parcial já adquirida. Isto de fato acontece principalmente em
instituições públicas, onde o processo de aquisição de equipamentos e sua
implantação podem demorar muito por envolver o uso de editais e outros
mecanismosprevistosporlei(Lei8.666,1993).
• Político e Governamental: Considera mudanças de regras de aquisição de
bens,descartedebensoudecontrataçãodepessoalditadaspelogoverno.
• Social:Estárelacionadoaquestõessociaisquepodemfavorecerouprejudicara
organização.Comoexemplopode-semencionaraparalisaçãodevidoàsgreves
organizadas pelos sindicatos de classe ou a ocorrência de alguma catástrofe
natural(e.g.,enchente)queatingeapopulaçãodolocalondeaorganizaçãoatua.
• Legal:Refere-seàsmudançasda legislaçãoparaaquisiçãodebenseserviços,
afetandooprocessolicitatório.
As Políticas Públicas, em níveis nacional, estadual e municipal, podem ter
impacto nonegócio da empresa, na formade oportunidade ou ameaça. Como
exemplo, pode-se citar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
regulamentada em dezembro de 2011, que define o conceito de
responsabilidadecompartilhadabemcomoobrigaa inclusãodoscatadoresde
materiaisrecicláveisnalogísticareversadasempresas(Lei12.305,2011).
114
Oconceitoderesponsabilidadecompartilhadaestendearesponsabilidadepelo
descarte sustentável de um bem físico ao fabricante, distribuidor, revenda e
usuário final. Nesse contexto, as organizações devem dispor demecanismos,
executados diretamente pela organização ou terceirizados para uma empresa
daárea,quegarantamotratamentoadequadoderesíduossólidos,incluindoos
bensdeinformáticaetelecomunicações.
De modo complementar, cada estado da federação tem regulamentações
próprias referentes ao meio ambiente. No caso do estado de São Paulo, a
CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) é responsável pelo
licenciamento ambiental para instalação de quaisquer órgãos que tratem, por
exemplo, de algum tipo de resíduo. A concessão de tal licenciamento está
vinculada a regulamentações da Secretaria do Meio Ambiente
(http://www.cetesb.sp.gov.br/).
• Humanos: Considera, por exemplo, a atratividade do mercado externo para
profissionais de TIC, que aumenta no caso de economias aquecidas como
aconteceuem2011noBrasil.
B. Identificaçãodospontosfracosefortesdaorganização,tomando-seporbasea
cadeiadevalordePorter(PORTER,1985). Estacadeiadevalorenvolvetodasas
atividadesdeumaorganização,quepodemseragrupadasem:
• Atividadesde suporte:envolvematividadesreferentesàaquisiçãodebense
serviços, desenvolvimento tecnológico, gestão de recursos humanos, e
administraçãodainfraestruturadaorganização.
• Atividadesprimárias:englobamagestãodelogísticatantonoquedizrespeito
arecepção,armazenamentoedistribuiçãodematéria-prima,oubensacabados
parausopróprioounaprestaçãodeserviços,aoperaçãopropriamentedita,a
prestaçãodeserviçoseasatividadesdemarketingevenda.
115
7.1.2 Missão
Apartirdoconhecimentodaprópriaorganizaçãoedomercadoondeseinsere,passa-
seadefinirsuamissãoeavisãodesuaevoluçãoemmédioe longoprazos.Amissão
devecapturarduasquestõescentrais:oescopodonegócioeas competênciasúnicas
quedeterminamascapacidades-chavesdaempresa(HAX,1996). Amissãopodeser
usada, também, para guiar o desenvolvimento e a implementação da estratégia
corporativadesustentabilidade,envolvendoosdiferentesparticipantes:empregados,
acionistas,fornecedores,clienteseoutros(EPSTEIN,2008).
Comoexemplo,pode-secitaramissãodoCentrodeComputaçãoEletrônicadaUSP:
“Ser referência em prestação sustentável de Serviços de TIC (Tecnologia da
Informação)emcampusuniversitário”.(CARVALHO,2010)
Outrosexemplosaseremmencionados:
Dell
“Ser a empresamais bem sucedida de computadores domundo oferecendo a
melhorexperiênciaparaoconsumidornosmercadosondeatua.”4
IBM
“NaIBM,nóslutamosparaserlíderesnainvenção,desenvolvimentoeprodução
dasmaisavançadastecnologiasdaindústria,incluindosistemasdecomputação,
software, sistemas de armazenamento e microeletrônica. Nós traduzimos
tecnologias avançadas em valores para nossos clientes por meio de soluções
profissionais,serviçosenegóciosdeconsultorianomundotodo.”
Itautec
“Buscar crescimento de valor para os acionistas, melhoria contínua da
competitividade, de forma legal e sólida, nos mercados de produtos de alta
tecnologia,de informáticaedeserviços,atravésdaalavancagemdevantagens
4Sitewww.dell.com,janeirode2012.
116
competitivas e da obtenção de classe mundial nos níveis operacionais,
tecnológicosesocietáriosnomercadoglobal.”5
ScopusTecnologia
“Fornecer Serviços e Soluções de Tecnologia da Informação, com qualidade,
agilidade, segurança e inovação, orientados às necessidades do cliente,
aumentandoaparticipaçãonomercadoeoretornoparaaempresa.”6
GrupoGerdau
“Gerarvalorparanossosclientes,acionistas,equipeseasociedade,atuandona
indústriadoaçodeformasustentável.”7
VolkswagemdoBrasil
“AVolkswagendoBrasiléumafabricantedeveículosdealtovolumeorientada
para a qualidade, satisfação do cliente, inovação e responsabilidade
socioambiental.Concentramosnossosesforçosemagregarvaloraosacionistas,
colaboradores,clientes,concessionários,fornecedoreseàsociedade.”8
Natura9
“RAZÃOdeSER
NossaRazãodeSerécriarecomercializarprodutoseserviçosquepromovamo
bem-estar/estarbem.
BEM-ESTAR
éarelaçãoharmoniosa,agradável,doindivíduoconsigomesmo,comseucorpo.
ESTARBEM
éarelaçãoempática,bem-sucedida,prazerosa,doindivíduocomooutro,coma
naturezadaqualfazparte,comotodo.”
5Itautec:http://www.itautec.com.br/pt-br/empresa/missao,-valores-e-qualidade,fevereirode2012.6ScopusTecnologia:http://www.scopus.com.br/missao_visao_valores.asp,janeirode2012.7Gerdau:http://www.gerdau.com.br/sobre-gerdau/missao-visao-valores.aspx,janeirode2012.8VolksBrasil–fevereirode2012:
http://www.volkswagen.com/br/pt/Volkswagen_do_Brasil/historia_da_volkwagen/Visao_e_Missao.htm9Natura:ww2.natura.net.Recuperadoemjaneirode2012.
117
7.1.3 SegmentaçãodoNegócioeInteraçõesInternaeExterna
FazpartedoPlanejamentoEstratégicodefinirasunidadesdenegóciodaorganização,
que correspondem às suas unidades de operação. Esta segmentação em diferentes
unidadespodeserefetuadaadotando-secritériosquepodemincluirotipodeproduto
ouserviçooferecido,omercadoaseratendidooumesmoaáreageográficadeatuação.
AáreadeTICpodeserpensadacomoaprópriaorganizaçãoqueprestaserviçosdeTIC
paraomercadooucomosendoumadiretoria,unidadedenegócio,divisãoouseção,
queprestaserviçosdeTICparaasdemaisdiretorias,unidadesdenegócio,divisõesou
seçõesdamesmaorganização.
No primeiro caso, a organização pode ter várias unidades de negócio, cada uma
responsável por uma área operacional de TIC, a saber: infraestrutura de rede,
DataCenter, microinformática, sistemas audiovisuais, dentre outros. Neste caso, as
unidadesdenegóciopodemserautônomasentresioudependentesdamatriz.
No segundo caso, a área de TIC é uma unidade de negócio e presta serviços para a
própria organização. Pode ser segmentada em sub-unidades, divisõesou seções com
prestaçãodeserviçosanálogosaocasoanterior.
Em ambos os casos, a empresa pode estar presente em diferentes localidades
geográficas, ou como uma filial ou como uma unidade de negócio de uma filial.
Tipicamente, uma organização presente em várias localidades possui diferenças não
somente tecnológicas como também de adesão a políticas de sustentabilidade,
respondendoounãoaospadrõeseregulamentaçõeslocais.
Como exemplo, pode-se citar o caso de uma organização que deseja expandir suas
operações e instalar um novo DataCenter. Seguindo as tendências modernas, este
DataCenterseráprojetadoparaserumDataCenter“Verde”,i.é,cujainfraestruturade
refrigeração,eletricidade,iluminaçãoesistemasdecomputaçãofoiprojetadaparater
amáxima eficiência energética e omenor impacto ambiental possível. Do ponto de
vista de TIC, esta organização pode optar por tecnologias sustentáveis a serem
118
empregadasnoDataCenter“Verde”,envolvendovirtualização,computaçãoemnuvem
eredesópticas(PONIATOWSKI,2010).
7.1.4 FilosofiaCorporativa
A Filosofia Corporativa deve refletir o relacionamento da organização com seus
colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade em geral. Deve ser a fonte de
inspiraçãopara as atividadesdodia adia, contagiando,motivandoe guiandoa ética
corporativaeseusvalores.(HAX,1996).
A Filosofia Corporativa deve refletir os valores da organização, e o papel da
sustentabilidade nas atividades do dia a dia da organização destaca-se entre tais
valores.
Apartirdetodasasinformaçõescoletadasetrabalhadasedasdefiniçõesestabelecidas
passa-se,então,àFormulaçãodaEstratégia.
7.1.5 FormulaçãodaEstratégia
A Estratégia corresponde a um conjunto coordenado de planos de ação que devem
promover mudanças para que a missão da organização ou unidade de negócio seja
concretizada, assim como garantir que as oportunidades e ameaças identificadas no
mercadosejamendereçadas,queospontosfortesdaorganizaçãosejamreforçados,os
seus pontos fracos sejam neutralizados, as suas competências sejam exploradas e
novascompetênciassejamadquiridas.
Éformuladaemtrêsníveisdistintos:
• EstratégiaCorporativa:tratadedecisõestomadasnoníveldetodaaorganização.
• EstratégiadeNegócio: trata-sedaestratégiaaplicadaacadaunidadedenegócio
oudivisão.
• EstratégiaFuncional:consolidaasfuncionalidadesecapacidadesnecessáriaspara
desenvolver as competências que darão suporte às estratégias corporativas e de
119
negócios. Envolve as áreas de finanças, recursos humanos, tecnologia, compra,
produçãoemarketing.
AFigura7.1mostraaVisãoGeraldoMétodoparaoDesenvolvimentodeEstratégias
Corporativas,deNegócioseFuncionais.
Seusplanosdeaçãopodemserdecurto (seisa12meses),médio (12a18meses)e
longoprazos(doisatrêsanos).Emcadaplanodevemserespecificados:
• Responsável: um líder ou uma unidade de negócio que responderá pelos
resultadosdaexecuçãodorespectivoPA(PlanodeAção).
• Ações: relação das principais atividades que devem ser realizadas para o
cumprimentodoreferidoPA.
• Áreasenvolvidas:definiçãodasáreasquedevemtrabalharnoPA.
• Indicadoresdedesempenhoesustentabilidade:discriminaçãodosindicadores
que serãousadospara avaliar os resultadosproduzidospelo respectivoPlanode
Ação, em termos de desempenho propriamente dito ou de sustentabilidade. Por
exemplo, no casode substituiçãoda redebaseada em cabosdepar trançadopor
umabaseadaemfibraóptica,pode-setercomoindicadores:capacidadedebanda
detransmissão,fatordecrescimentodacapacidadedetransmissão,capacidadede
número de usuários, consumo de energia elétrica, consumo total de energia
elétrica/capacidadedetransmissão.
• DatasdeinícioetérminodoPlanodeAção.
• Recursos necessários: definição dos recursos orçamentários e dos recursos
humanosnecessáriosparaa implementaçãodoPlanodeAçãocorrentedentrodo
períodoespecificado.
• Grau de necessidade de implementação: indicação se há ou não urgência na
implementaçãodoreferidoPlanodeAção.
• Condições de implementação: indicação do grau de dificuldade para sua
implementação.
120
Figura7.1-VisãoGeraldoMétodoparaoDesenvolvimentodeEstratégiasCorporativas,de
NegócioseFuncionais[Fonte:(HAX,1996)]
CadaPlanodeAçãodeverá ser transformadoemumprojetoque será acompanhado
emnívelcorporativo,deunidadedenegócioouoperacional.
Mais detalhes sobre ométododedesenvolvimentodeplanopodem ser encontrados
em(CARVALHO,2010)(HAX,1996).
7.2 IncorporaçãodaSustentabilidadenasAtividadesdeTIC
ParaincorporaraSustentabilidadeoupráticassustentáveisàáreadeTICénecessário
quemetas econômicas, sociais, ambientais e culturais estejam vinculadas a todos os
processos e atividades pertinentes a esta área por meio dos diferentes níveis de
PolíticasdeSustentabilidade.
Parafinsdesistematizaçãonaidentificaçãodepráticassustentáveisassociadasatodos
esses processos e atividades, optou-se por adotar o modelo de Cadeia de Valor,
originalmente proposto por Michael Porter (PORTER, 1998) e, posteriormente,
adaptadoparaquestõesdemeioambienteporMarcEpstein(EPSTEIN,2008)aplicado
àáreadeTIC.
121
7.2.1 AtividadesPrimáriasedeSuporte
DeacordocomPorter(PORTER,1998),asatividadesdesuporteenvolvem:
• Aquisição de Bens e Serviços (ABS): Atividades relacionadas à compra de
matérias-primas e outros bens, incluindo equipamentos de informática e de
telecomunicações além de bens de consumo (por exemplo, toner e papel para
impressão, discos, pendrive, dentre outros). Como exemplos de práticas
sustentáveis,podem-secitar:
a. Priorização de fornecedores de produtos ou serviços que sejam
comprometidos com a sustentabilidade, incluindo aspectos econômicos, de
meioambiente,responsabilidadesocialepreservaçãocultural.
b. Priorizaçãode equipamentosde informática e telecomunicações equaisquer
equipamentoseletroeletrônicosquesejam“verdes”4.
c. Priorizaçãodebensdeconsumorecicladose/ourecicláveis.
d. Otimizaçãodonúmerodepedidosdecompranosentidodeagruparpedidos
de bens similares para aumentar o poder de barganha sobre o fornecedor,
visandoreduçãodecustoediminuiçãodegastoscomtransporte.
• Desenvolvimento Tecnológico (DTE): Refere-se ao investimento realizado em
tecnologiaquecontribuiparaamelhoriadeprodutosouprocessos.Emumaplanta
fabril,pode-secitarcomoexemploaautomaçãodelinhasdeprodução.Oresultado
destaautomaçãoserámaiorprodutividade,menornúmerodepeçasouprodutos
rejeitados,volumemenorderesíduos.NaáreadeTIC,podem-secitarexemplosde
práticassustentáveis:
a. Desenvolvimentodesoluçõesparaousoeficientedeenergiaelétricaede
refrigeração. No caso de DataCenters, por exemplo, uma prática adotada é
reposicionarracksdeequipamentos,demodoacriarcorredoresdearquentee
frio,possibilitandoquehajaumfluxodearquenteindependentedofluxodear
frio.Oarquentesobeatéotetoeérefrigeradogerandoumfluxodearfrioque
é injetado a partir do piso. Outras variantes desta solução existem e são
discutidasem(PONIATOWSKI,2010)(SCHUTZ,2009).
122
b. Desenvolvimento de soluções paraminimizar o número de impressões.
Existem soluções simples, comoo usode sistemasde controle de impressão,
quepermitemdefinirumacotaounúmeromáximodeimpressõespermitidas
por uma pessoa durante um período, até soluções mais complexas como a
substituiçãodefluxosdepapelporfluxoseletrônicosdedocumentos.(Falta
referência).c. Implementação de ferramentas de suporte para trabalho colaborativo,
conhecida como Trabalho Cooperativo Suportado por Computador (CSCW –
Computer Supported Cooperative Work). Tais ferramentas permitem a um
grupo de pessoas elaborar textos, apresentações e até desenvolver projetos
sem a necessidade de estarempresentes nomesmo ambiente físico. Incluem
sistemasdeáudio-conferências,videoconferências,web-conferências,sistemas
demensageminstantânea,Wikipédiaecomunidadesvirtuais,dentreoutros.Do
ponto de vista de sustentabilidade, o uso dessas ferramentas, além de inibir
naturalmente o uso de papel, contribui demodo significativo na redução de
locomoçãodepessoas.
• GestãodeRecursosHumanos(GRH):Estárelacionadacomagestãoderecursos
humanos(contratação,criaçãodecompetências,remuneração,avaliaçãoealocação
decompetências).Comoexemplosdepráticassustentáveisestão:
a. Desenvolvimento de campanhas de conscientização sobre práticas
sustentáveis, envolvendo funcionários, fornecedores, clientes e comunidade
local. Tais campanhas podem promover, por exemplo, a prática de coleta
seletiva, a economia de energia elétrica consumida pelos funcionários
incentivando-se o desligamento de computadores quando não estiverem em
uso, ou ainda, a utilizaçãodeEPI (Equipamentos deProteção Individual), se
necessário.
b. SuporteaEducaçãoeTreinamentoparaodesenvolvimentodecompetências
emsustentabilidadeaplicadasàsáreascorporativaedeTIC.Ostreinamentos
poderãosempreserrealizadospresencialmenteouonline.
c. Inclusãodepráticassustentáveiscomofatordedesempenhodosfuncionários.
123
• Infraestrutura da Organização (IOG): Inclui atividades de administração geral,
comoplanejamento,contabilidade, finanças,administraçãodosativos,egestãode
relacionamento com parceiros de negócio. Como práticas sustentáveis podem-se
identificar:
a. Adequação da Infraestrutura Predial para suportar uso racional de recursos.
Tais atividades incluemmedidas simples comoousode interruptoresde luz
acionadosporsensoresdepresençaeousodetorneirasdeáguaacionadaspor
sensoresdeproximidadeatémedidasmaiscomplexas,queexigemacriaçãode
outras infraestruturas, como um sistema de captação de água de chuva
destinada adescargas sanitárias, ouum sistemade células fotovoltaicaspara
captaçãodeenergiasolaresuatransformaçãoemenergiaelétrica.
b. AdequaçãodaInfraestruturaPredialparaviabilizaraacessibilidade.
c. Controledaoperaçãoedociclodevidadebensdeusocomumafimdeevitaro
mau uso, e programar manutenção e eventual substituição. Isto inclui, por
exemplo, desde a monitoração de válvulas de água para detectar possíveis
vazamentos até a operação de eletroeletrônicos não necessariamente
vinculadosaTIC,comomáquinasdecafé,refrigeradoresefornosdomésticos.
d. Gestão de práticas para atendimento de regulamentações legais e normas
setoriais.Taispráticaspodemenvolveragestãodecontabilidade,finanças,de
contratoscomfornecedoreseclientes,recursoshumanosequaisquerpráticas
regulamentadas por leis municipais, estaduais e nacionais além de normas
setoriais,visandoeliminargastoscommultasetaxasdesnecessárias.
Poroutrolado,asatividadesprimáriascuidamde(PORTER,1998)(EPSTEIN,2008):
• Logística Interna ou de Entrada (LGI):Gestãoda logística referenteàmatéria-
primaeaosbensacabadosparausopróprioounaprestaçãodeserviços.
Em empresas ou unidades de negócio prestadoras de serviços de TIC, são
adquiridoserecebidosequipamentosdeinformáticaetelecomunicaçõesebensde
consumo para uso próprio e na prestação de serviços remotos ou in loco. Os
equipamentos de informática e telecomunicações, ao serem recebidos, são
enumerados, classificados, registrados,patrimoniadoseencaminhadospara local
124
ondeserãoinstaladoseusados.Nocasodebensdeconsumo,elestambémdevem
serenumerados,classificados,registradosearmazenadosparaconsumoposterior.
Comopráticassustentáveispodemosconsiderar:
a. Otimizaçãodetransporte,reduzindo-seonúmerodeviagens.
b. Armazenamentoadequadodosprodutosrecebidos.
c. Reúsoedescarteadequadoderesíduoselixogeradosnodesempacotamento
deprodutos.
• Operações (OPR): Referem-se às atividades de transformação dematéria-prima
emcomponentesouprodutosfinaisoudeusodeprodutosacabadosparaprestação
de serviços. Aqui é considerada a operação da infraestrutura de TIC de uma
organização.
Tais atividades podem ser executadas dentro da premissa de sustentabilidade,
considerando-se:
a. Usoracionalderecursos,queincluemdesdeosbensdeconsumoatéenergia
elétrica.Anteriormente, foiexemplificadoocasodeeficiênciaenergéticaede
refrigeração aplicado a DataCenters. No entanto, esta questão de eficiência
energética é bastante ampla e pode ser aplicada também às redes de
comunicação, aos computadores demesa, notebooks e a outros dispositivos,
atuando-senoseumododeoperação.
Quantoaosbensdeconsumo,comoousoexcessivodeimpressoraquetemse
mostrado recorrente em muitas empresas, pode-se promover mudança de
hábitos dos seus usuários, tais como: o uso de impressão dupla-face e o
estabelecimento de cotas de impressão. Estas são algumas medidas de
racionalizaçãodeuso.
b. Minimizaçãoderesíduoselixo.
c. ReúsoeDescarteadequadoderesíduoselixo.
d. Melhoriadepadrõesdesaúdeesegurança.Emrelaçãoapadrõesdesaúdeem
ambientes deTIC, existem algumas doenças ocupacionais típicas decorrentes
de esforço repetitivo, como LER (Lesão por Esforço Repetitivo), e de má
postura. Para resolver tais questões, podem ser tratados os aspectos
125
ergonômicosdasáreasdetrabalhobemcomoincentivarpráticasdeginástica
laboral.
• Logística Externa ou de Saída (LGE): Atividades relacionadas ao recolhimento,
armazenamentoedistribuição físicadoprodutoaos compradoresouaos clientes
deserviçosdeTIC.
Essas atividades incluem empacotamento de bens, descarte de lixo ou resíduos,
armazenamentoetransporte.Cadaumadelaspodeser,ounão,realizadacomfoco
emsustentabilidade,considerando-se:
a. Usodeembalagensfeitasdematerialrecicladoe/oureciclável.
b. Otimizaçãodonúmerodeembalagensutilizadas.
c. Minimizaçãoderesíduoselixogeradosnasatividadesdeempacotamento.
d. Descarteadequadooureúsodosresíduosoulixogerado.
e. Otimizaçãodetransporte(númerodeviagens).
• Marketing e Venda (MEV):Referem-seàsatividadesdedivulgação,marketinge
vendadeprodutoseserviçosprestadospelaorganização.
a. Promoção e divulgação de ações da organização na área de sustentabilidade,
referentes aos pilares econômico, social, ambiental e cultural, vinculadas a
produtoseserviçosdeTIC.
b. Demonstraçõesonlinedeprodutoseserviços.
c. Relacionamentocomusuárioe/ouclientedeprodutosouserviçosdeTIC.
d. Serviços Pós-Venda (SPV): Estão relacionados às atividades de pós-venda que
acrescentam valor ao produto ou serviço oferecido. Como exemplos, podem-se
citar serviços de: suporte à operação, manutenção, ao treinamento, retorno de
sistemas com defeito ou obsoletos, e descarte de sistemas inservíveis, dentre
outros.Oacessoeasolicitaçãodessesserviçospodemserefetuadospordiferentes
canais,incluindosite,serviçosdeHelpDesk,dentreoutros.
Aprestaçãodessesserviçosdemodosustentávelinclui:
126
a. Ofertade treinamentoscomfocoemsustentabilidade,vinculadosounãoaos
produtos e serviços prestados. Tais treinamentos poderão ser oferecidos na
modalidade presencial ou online, envolvendo funcionários, fornecedores,
usuários/clientesecomunidadelocal.
b. Suportee/oureconfiguraçãoonlinedeequipamentosparausuários/clientes.
c. Triagem adequada dos equipamentos retornados, encaminhando-se para
reúsoaquelesquepodemserreaproveitadosouparareciclagemaquelesjáno
finaldesuavidaútil.
d. Reaproveitamento de peças de equipamentos descartados paramanutenção
deoutrosequipamentos.
AFigura7.2apresentaacadeiadevalordePorter(PORTER,1998)(EPSTEIN,2008)
adaptadaparaSustentabilidadeemTIC.Nesta figura, “Margem”se refereàdiferença
entreovalortotaleocustodeexecuçãodasatividadesdevalor.
Figura7.2–ModelodeCadeiadeValoraplicadoparaEstratégiasorientadasàSustentabilidade
127
7.2.2 EstabelecimentodeIndicadoresdeSustentabilidade
Cada Plano de Ação definido no Planejamento Estratégico deve ter seu resultado
avaliadoemtermosdedesempenhoparaoNegócioeseuimpactonoqueconcerneà
Sustentabilidade, nos âmbitos econômico, social, ambiental e cultural. Os Planos de
Ação podem estar agrupados em Atividades de Suporte e Atividades Primárias,
conformemodelodecadeiadevalordePorteradaptadoparaSustentabilidadeemTIC.
(videFigura7.2).
7.2.2.1 Indicadores de Sustentabilidade voltados para as Atividades de Suporte do
ModelodeCadeiadeValor
Paraasatividadesdesuporte,tem-se:
• Aquisição de Bens e Serviços (ABS): Os indicadores de sustentabilidade
pertinentesaestaatividadevisamretratarseaorganizaçãopriorizafornecedores
comprometidos com sustentabilidade e soluções “verdes”, assim como se tem
atuadonosentidodeaumentaroseuparquedesistemascomputacionais“verdes“
relativamente aos “não verdes” e o uso de bens de consumo reciclados e/ou
recicláveis,alémdereduziroconsumodebensdeinformática.Istopressupõeque
a organização tenha um sistema de inventário consistente e que contemple
informaçõessobresistemas“verdes”esobrebensrecicladoserecicláveis,alémde
dispor de um sistema consistente e adequado para credenciamento de
fornecedoreseprovedoresdeserviços.Osindicadoresrecomendadossão:
a. Porcentagem de fornecedores de serviços e/ou produtos que tenham
comprometimento com sustentabilidade (ABS1). Esses fornecedores podem
sercategorizadosem:prestadoresdeserviços,fornecedoresdeequipamentos
deinformáticae/oudetelecomunicaçõesefornecedoresdebensdeconsumo.
b. Porcentagem de fornecedores que proveem soluções ou produtos “verdes”.
(ABS2)
c. Porcentagem de fornecedores que proveem soluções de logística reversa
(ABS3).Istosignificaquenofinaldavidaútildeseuproduto,taisfornecedores
responsabilizam-se pela coleta, reúso e/ou reciclagem desses produtos já
inservíveisparaaorganização.QuandoaPolíticaNacionaldeResíduosSólidos
128
(PNRS) estiver, de fato, em vigor, esta questão será uma obrigatoriedade no
contextoderesíduossólidos(Lei12.305,2011).
d. Porcentagem de equipamentos de informática e telecomunicações “verdes”
(ABS4). Tal porcentagem pode ser especificada para subgrupos diferentes,
voltados para diferentes categorias e portes de equipamentos, a saber:
microcomputadores,sistemasdeblade-server,clusters,equipamentosderede,
dentreoutros.
e. Porcentagem de bens de consumo “verdes”, reciclados, recicláveis e/ou
biodegradáveis (ABS5). Os principais bens de consumo seriam papel de
diferentes tipos e formatos, envelopes, cartuchos para impressoras, discos,
DVDs,dentreoutros.
f. Índice de crescimento anual da porcentagem de equipamentos “verdes”
(ABS6).
g. Índice de crescimento anual da porcentagem de bens de consumo “verdes”,
reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis(ABS7).
h. Índice de consumo de equipamentos de informática e telecomunicações
(ABS8), como computadores, switches, dentreoutrosnoperíododeumano.
Este índicepode ser avaliado comoa relaçãodo volumeou valor gasto com
equipamentosemfunçãodonúmerodefuncionáriosoureceita.
i. Índice de consumo de bens de informática (ABS9), como cartucho de tinta,
discoseoutrosnoperíododeumano.Este índicepode seravaliadocomoa
relaçãodovolume–ougastocombensdeinformáticaemfunçãodonúmero
defuncionáriosoureceita.
j. Índicedecrescimentooureduçãodoíndicedeconsumodeequipamentosde
informáticaetelecomunicações(ABS10).
k. Índice de crescimento ou redução do índice de consumo de bens de
informática(ABS11).
• DesenvolvimentoTecnológico (DTE):Os indicadoresdesustentabilidadenesta
atividade contribuem para avaliar se a empresa tem investido em soluções e
inovaçõestecnológicasquepromovemamelhoriadeprodutoseprocessosnoque
tangeàsustentabilidade,contribuindo,porexemplo,comareduçãodegastosem
energia elétrica eoutros recursos, coma reduçãododeslocamentodepessoas e
129
comaadoçãodenovasfontesalternativasdeenergiarenovável,dentreoutros.Os
indicadoresrecomendadossão:
a. Porcentagemdareceitaalocadaparaprojetosde inovação tecnológicavoltada
paraeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursosgeraisedeTIC(DTE1).
b. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
eficiênciaenergéticaparaDataCenter(DTE2).
c. Númerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiência
energéticaparaDataCenter(DTE3).
d. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
eficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação(DTE4).
e. Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàs
redesdecomunicaçãooperadaspelaorganização,sejamelasredeslocais,redes
metropolitanasouredesdelongadistância(DTE5).
f. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
eficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesa(DTE6).
g. Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasa
computadoresdemesa(DTE7).
h. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
virtualizaçãoderecursoscomputacionais(DTE8).
i. Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdevirtualizaçãodecomputadorese
equipamentosderede(DTE9).
j. Porcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdefluxode
trabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos(DTE10).
k. Númerodeprojetosvoltadosparaasubstituiçãodofluxodetrabalhobaseado
empapelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos(DTE11).
l. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de ferramentas de
trabalhocolaborativo(DTE12).
m. Número de projetos voltados para o desenvolvimento de ferramentas de
trabalhocolaborativo(DTE13).
n. Porcentagemdasimpressorasquesãomonitoradasporferramentasdecontrole
denúmerodeimpressões(DTE14).
130
o. Porcentagem da receita empregada na atualização dos processos
administrativoseoperacionaisvisandooaumentodeprodutividadeeredução
degastosderecursos(DTE15).
p. Númerodeprojetosvoltadosparaatualizaçãodosprocessosadministrativose
operacionais(DTE16).
q. Porcentagem da receita empregada em prospecção tecnológica visando a
incorporaçãodenovastecnologiasquetragamumdiferencialcompetitivopara
aorganização(DTE17).
r. Númerodeprojetosdeprospecçãotecnológica(DTE18).
• Gestão de Recursos Humanos (GRH): Neste caso, os indicadores de
sustentabilidade serão empregados para avaliar o quanto a organização está
investindonoengajamentodeseusfuncionáriosedemaisparceirosdenegócioem
ações de sustentabilidade e dando suporte ao treinamento adequado de seus
funcionários.Osindicadoresrecomendadossão:
a. Porcentagemda receita destinada às atividades de educação demodo geral,
abrangendo campanhas educacionais, eventos temáticos e treinamentos
presenciais e online, além de bolsas de estudos, oferecidos para todos os
participantesdacadeia,sejamfuncionários, fornecedores,usuários/clientese
comunidadeemgeral(GRH1).
b. Porcentagem da receita destinada às atividades de educação, abrangendo
campanhas educacionais, eventos temáticos e treinamentos presenciais e
online, além de bolsas de estudo, com foco em TIC e/ou Sustentabilidade,
oferecidos para todos os participantes da cadeia, sejam funcionários,
fornecedores,usuários/clientesecomunidadeemgeral(GRH2).
c. Número de campanhas educacionais com ênfase em práticas sustentáveis
realizadasnoperíododeumano (GRH3), envolvendo funcionários e demais
participantes,comofornecedores,usuários/clientesecomunidadelocal.Como
exemplo pode-se citar campanha de coleta de resíduos de informática e
telecomunicaçõesou,ainda,campanhadesaúdepreventiva.
d. Número de eventos temáticos internos ou externos nas áreas de TIC e
Sustentabilidade, realizados no período de um ano (GRH4). Esses eventos
podem ser presenciais ou online. Tais tipos de eventos, quando promovidos
131
pela própria organização, podem ser abertos a funcionários, fornecedores,
usuários/clientes e comunidade local. Como exemplos, podem-se citar
workshops,exposiçõesepalestras.
e. Número de horas de treinamentos presenciais e online oferecidos por
funcionário da área de TIC no período de um ano (GRH5). Este número de
horaspodesercontabilizadoconsiderando-seosdiferentesníveisdeformação
dos funcionários, como, por exemplo, nível básico, nível técnico e nível
superior, ou o patamar na carreira do funcionário dentro da organização,
como,porexemplo,projetistajúniorousênior,consultorsênior,dentreoutros.
f. Número de horas de treinamentos especializados em TIC, presenciais ou
online, oferecidos por funcionário da área de TIC no período de um ano
(GRH6).
g. Número de horas de treinamentos presenciais ou online para o
desenvolvimento de competências em Sustentabilidade aplicadas às áreas
corporativaedeTIC,oferecidosporfuncionárionaáreadeTIC(GRH7).
h. Índicedecrescimentodonúmerohorasdetreinamentospresenciaisouonline
geral,voltadosàTICeàSustentabilidadeeoferecidosporfuncionárionaárea
deTIC(GRH8).
i. Número de fornecedores, usuários e/ou clientes e pessoas da comunidade
local participantes de eventos temáticos e/ou treinamentos presenciais e
onlineoferecidospelaorganização(GRH9).
j. Número de bolsas ou financiamentos concedidos para estudos em níveis
básico,médio,superioredepós-graduação,parciaisouintegrais,oferecidosa
funcionáriosdaáreadeTIC(GRH10).
k. Porcentagemdebolsasoufinanciamentosconcedidosparaestudosemníveis
básico,médio,superioredepós-graduação,parciaisouintegrais,oferecidosa
funcionáriosdaáreadeTICcomfocoemSustentabilidade(GRH11).
l. Inclusão de práticas sustentáveis como: critério de seleção, fator de
desempenho dos funcionários e consequente concessão de benefícios
(GRH12).
m. Número de funcionários da área de TIC oriundos da comunidade local
(GRH13).
n. Número de funcionários da área de TIC em posições de chefia, que são
oriundosdacomunidadelocal(GRH14).
132
• Infraestrutura da Organização (IOG): Tais indicadores informam se a
organização possui práticas de sustentabilidade relacionadas a ativos e bens de
uso comum por todas as suas áreas e não apenas na área de TIC, incluindo
infraestrutura predial, bens permanentes e de consumo de modo geral. Os
indicadoresrecomendadosincluem:
a. Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual(IOG1).
b. Índicedeconsumoenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanualporfuncionário
(IOG2).
c. Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeenergiaelétricamensale
anualporfuncionário(IOG3).
d. Suporteafontesalternativasdeenergiarenovável,comoenergiasolar(IOG4).
e. Porcentagemdassalaseáreasdeusocomumcominterruptoresdeiluminação
e/ouarcondicionadoacionadosporsensoresdepresença(IOG5).
f. Gastostotaiscomconsumodeágua(volume,R$)mensaleanual(IOG6).
g. Índice de consumo de água (volume, R$) mensal e anual por funcionário
(IOG7).
h. Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeáguamensaleanualpor
funcionário(IOG8).
i. Suporte a sistemas de captação de água alternativos, como Sistemas de
CaptaçãodeÁguadeChuva(IOG9).
j. Porcentagem de válvulas de água ou torneiras acionadas por sensores de
proximidade(IOG10).
k. Tempo médio de reparo de problemas na instalação elétrica e hidráulica
(IOG11).
l. Gastostotaiscomcombustível(litros,R$)mensaleanual(IOG12).
m. Índice de consumo de combustível (por exemplo, óleo diesel) (litros, R$)
mensaleanualporfuncionário(IOG13).
n. Índice de crescimento e/ou redução de consumo de combustível mensal e
anualporfuncionário(IOG14).
o. Volume de lixo reciclado e não recicladomensal e anual. Este lixo pode ser
classificadoportipodematerial(IOG15).
133
p. Volume de lixo reciclado e não reciclado mensal e anual por funcionário
(IOG16).
q. Índice de crescimento e/ou redução do volume de lixo reciclado e não
recicladomensaleanualporfuncionário(IOG17).
r. Porcentagem das áreas projetadas ou reformadas para adequação à lei da
acessibilidade(Lei10.098,2000)(IOG18).
7.2.2.2 Indicadores de Sustentabilidade voltados para as Atividades Primárias do
ModelodeCadeiadeValor
Paraasatividadesprimárias,tem-se:
• Logística Interna ou de Entrada (LGI): Os indicadores de sustentabilidade são
usados para avaliar se existe otimização de transporte no caso de aquisição de
equipamentos de informática e telecomunicações e bens de consumo, se há
tratamento adequado das embalagens dos materiais recebidos e se é realizado
armazenamento adequado deste mesmo material. Como indicadores de
sustentabilidaderecomendadostem-se:
a. Número de fretes de mercadorias de mesma natureza recebidos por mês
(LGI1).
b. Númerodeitensarmazenados.Estenúmeropodeserobtidodeacordocoma
categoriadositenscomo,porexemplo:equipamentoseletroeletrônicos,bense
acessóriosdeinformáticaematerialdeescritório(LGI2).
c. Número de itens estocados que são descartados anualmente por defeito,
vencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI3).
d. Porcentagem de itens estocados que são descartados anualmente por
vencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI4).
e. Índicedecrescimentooureduçãodeitensdescartados(LGI5).
f. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e
anualmente(LGI6).
g. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e
anualmenteporfuncionário(LGI7).
h. Porcentagem das embalagens recebidas que são reusadas ou podem ser
encaminhadasparareciclagem(LGI8).
134
i. Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadas(LGI9).
j. Índice de crescimento e/ou redução da porcentagem das embalagens
recebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGI10).
• Operações(OPR):Osindicadoresdesustentabilidadevisamavaliarseassoluções
deeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursostêmefetivamentesurtidoefeito
na redução de gastos, de consumo de energia elétrica, óleo diesel, bens de
informática,emviagenseoutros.Comoindicadoresrecomendadostem-se:
a. Gasto total de energia elétrica com a infraestrutura de TIC (KWh ou R$)
(OPR1).
b. Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)noDataCenterporcapacidade
deprocessamentoearmazenamentoinstaladaeporfuncionário(OPR2).
c. Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcapacidadedetransmissão
instalada(OPR3).
d. Índice de gasto de energia elétrica (kWh ou R$) por computador de mesa
(OPR4).
e. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor
funcionário,nocasodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaederefrigeraçãopara
oDataCenter(OPR5).
f. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor
funcionário, no caso de adoção de soluções de eficiência energética para as
redesoperadaspelaorganização,sejamelasredeslocais,redesmetropolitanas
ouredesdelongadistância(OPR6).
g. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor
funcionário, no caso de adoção de soluções de eficiência energética para
computadoresdemesa,laptops,netbooks,dentreoutros(OPR7).
h. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor
funcionário,nocasodeadoçãodesoluçõesdevirtualizaçãodecomputadorese
equipamentosderede(OPR8).
i. Índicedeconsumodeóleodiesel (litrosouR$)porcapacidadedegeradore
porfuncionário(OPR9).
135
j. Índice de reduçãode númerode impressões, de consumode papel e tonner
para impressoraem funçãodasubstituiçãodo fluxode trabalhobaseadoem
papelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos(OPR10).
k. Porcentagem das impressoras que são monitoradas por ferramentas de
controledenúmerodeimpressões(OPR11).
l. Gastototal(R$)combensdeconsumodeinformáticaemgeral(OPR12).
m. Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraeporfuncionário(OPR13).
n. Índice de gasto em cartuchos de impressoras (R$) por impressora e por
funcionário(OPR14).
o. Índice de redução de deslocamentos e/ou viagens (R$, quilometragem) em
virtudedousode ferramentasde trabalhocolaborativo (OPR15).Devemser
especificadostipodetransporte,aéreoourodoviário,edistânciasenvolvidas.
p. Índice de gasto em viagens (R$, quiilometragem) por funcionário,
categorizando-se o tipo de atividade, incluindo reuniões presenciais,
treinamento, conferências, dentre outros (OPR16). Devem ser especificados
tipodetransporte,aéreoourodoviário,edistânciasenvolvidas.
q. Índicede crescimentoou reduçãodos índicesdegastosemTIC comenergia
elétrica, óleo diesel, bens de informática em geral, papel, cartuchos de
impressora,viagenseoutros(OPR17).
r. Volume de resíduos e lixo gerados pela área de TIC mensal e anualmente
(OPR16).
s. VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteque
sãoreusadosouencaminhadosparareciclagem(OPR17).
t. VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteque
sãodescartados(OPR18).
u. Frequênciadepráticaspreventivascontradoençasocupacionais(porexemplo,
ginásticalaborial)promovidaspelaprópriaorganização(OPR19).
v. NúmerodefuncionáriosdaáreadeTIClicenciadosemdecorrêncadedoenças
ocupacionaisnoperíododeumano(OPR20).
w. Segurança do local de trabalho aderente às normas vigentes em níveis
municipal,estadualefederaleasnormasdaCIPA(OPR21).
x. Índice entre número de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
disponibilizadospelaorganizaçãoenúmerodefuncionáriosquetrabalhamno
local(OPR22).
136
y. Númerodeincidentesdetrabalhoocorridosnoperíododeumanonaáreade
TIC(OPR23).
• Logística Externa ou de Saída (LGE): Neste caso, os indicadores de
sustentabilidade são usados para verificar a adoção de práticas sustentáveis no
empacotamento de bens a serem encaminhados para outros locais, como tipos de
embalagens usadas, resíduos gerados e otimização de transporte. Os indicadores
recomendadossão:
a. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e
anualmente(LGE1).
b. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e
anualmenteporfuncionário(LGE2).
c. Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens(LGE3).
d. Porcentagem dos resíduos gerados no empacotamento de bens que são
reusadosoureciclados(LGE4).
e. Porcentagem dos resíduos gerados no empacotamento de bens que são
descartados(LGE5).
f. Índice de crescimento e/ou redução da porcentagem dos resíduos que são
reusadasouencaminhadasparareciclagem(LGE6).
g. Númerodefretesparaentregademercadoriasdemesmanaturezausadospor
mês(LGE7).Podehaverumareclassificaçãoemfretesinternoeexterno.
• Marketing & Vendas (MEV): Neste caso, os indicadores de sustentabilidade
recomendadossão:
a. Númerodeeventostemáticosdemarketingreferentesatecnologias,produtose
serviços de TIC com foco em sustentabilidade, realizados presencialmente,
online ou demodo híbrido no período de um ano. Como exemplos, podem-se
citarworkshops,exposiçõesepalestras(MVE1).
b. Númerodeeventostemáticosdemarketingreferentesatecnologias,produtose
serviços de TIC com foco em sustentabilidade realizados por funcionário,
fornecedoreporusuário/clientenoperíododeumano(MVE2).
137
c. Índicedecrescimentodonúmerodeeventostemáticosdemarketingreferentes
atecnologias,produtoseserviçosdeTICrealizadosporfuncionário,fornecedor
eporusuário/cliente(MVE3).
d. Porcentagem dos eventos temáticos online em relação ao número total de
eventostemáticosdemarketing(MVE4).
e. Índicedecrescimentodaporcentagemdeeventosdemarketingonline(MVE5).
f. Número de horas de treinamentos promovidos pela área de marketing sobre
tecnologias,produtoseserviçosdeTICcomfocoemsustentabilidade,realizados
presencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano(MVE6).
g. Número de horas de treinamentos promovidos pela área de marketing sobre
tecnologias,produtoseserviçosdeTICcomfocoemsustentabilidaderealizados
porfuncionárioeporusuário/clientenoperíododeumano(MVE7).
h. Índice de crescimento do número de horas de treinamentos promovidos pela
áreademarketingsobretecnologias,produtoseserviçosdeTICrealizadospor
funcionárioeporusuário/cliente(MVE8).
i. Porcentagemdonúmerodehorasdetreinamentosonlinepromovidospelaárea
demarketingemrelaçãoaonúmerototaldehorasdetreinamentospromovidos
porestamesmaárea(MVE9).
j. Índice de crescimento da porcentagem do número de horas de treinamentos
onlinepromovidospelaáreademarketing(MVE10).
k. Número de demonstrações sobre tecnologias, produtos e serviços de TIC,
realizadas presencialmente, online ou demodo híbrido no período de um ano
(MVE11).
l. Númerodedemonstraçõesonlinesobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC
promovidaspelaáreademarketing(MVE12).
m. Porcentagemdonúmerodedemonstraçõesonlineemrelaçãoaonúmero total
dedemonstraçõespromovidaspelaáreademarketing(MVE13).
n. Índice de crescimento do número de demonstrações online promovidas pela
áreademarketing(MVE14).
o. Porcentagemdeusuários/clientesquefazemusodoserviçodelogísticareversa
deequipamentosdeTICoferecidopelaorganização(MVE15).
138
• Serviços de Pós-Venda (SPV): Este indicador informa como a organização se
relacionacomusuáriose/ouclientesdaorganização.Nestecaso,os indicadoresde
sustentabilidaderecomendadossão:
a. Númerototaldehorasdetreinamentoreferentesaprodutoseserviçoscomfoco
em suporte, aplicados às áreas corporativa e de TIC, e oferecidos para
funcionárioseusuários/clientes.Estenúmerodehoraspodeserclassificadoem
treinamentopresencialeonline(SPV1).
b. Porcentagem do número total de horas de treinamento de suporte online em
relaçãoaonúmerototaldehorasdetreinamento(SPV2).
c. Número de chamadas referentes a suporte e/ou reconfiguração online de
equipamentos(SPV3).
d. Índice de crescimento de chamadas referentes a suporte e/ou reconfiguração
onlinedeequipamentos(SPV4).
e. Tempodevidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização(SPV5).
f. Índice de crescimento/redução do ciclo de vida de equipamentos
eletroeletrônicosdaorganização(SPV6).
g. PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTIC
inservíveis na organização, que são encaminhados para reúso em projetos
sociais(SPV7).
h. PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTIC
inservíveis na organização, que são desmontados e encaminhados para
reciclagemdecomponentes(SPV8).
i. Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganizaçãoque
sãodescartados(SPV9).
j. Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveis
na organização, que são encaminhados para reúso em projetos sociais ou
reciclagem(SPV10).
k. Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicoscom
possibilidadedereúso(SPV11).
As Tabelas 7.1 a 7.6 classificam os Indicadores de Sustentabilidade segundo os
diferentesPilaresdeSustentabilidade,asaber:econômico,ambientalesocial.
139
Tabela7.1–IndicadoresEconômicosparaasAtividadesdeSuportedaCadeiadeValor
TIPOATIV INDICADOR
FONTEDEINFORMAÇÃO
Aquisiçãoe
Serviços • Índicedegastocomequipamentosdeinformática(ABS8).
• Índicedegastocombensdeinformáticapornúmerodefuncionáriosnoperíododeumano(ABS9).
• Evoluçãodosíndicesdegastocomequipamentosebensdeinformática(ABS10eABS11).
• OrçamentogastocomequipamentodeTICebensdeinformática.
DesenvolvimentoTecnológico
• Porcentagemdareceitaalocadaparaprojetosdeinovaçãotecnológicavoltadaparaeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursos(DTE1).
• PorcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaDataCenter(DTE2)(DTE3).
• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação(DTE4)(DTE5).
• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesa(DTE6)(DTE7).
• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdevirtualizaçãoderecursoscomputacionais(DTE8)(DTE9).
• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaasubstituiçãodofluxodetrabalhobaseadoempapelporoutro,baseadoemdocumentoseletrônicos(DTE10)(DTE11).
• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodeferramentasdetrabalhocolaborativo(DTE12)(DTE13).
• Porcentagemdasimpressorasquesãomonitoradasporferramentasdecontroledenúmerodeimpressões(DTE14).
• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaaatualizaçãodosprocessosadministrativoseoperacionais(DTE15)(DTE16).
• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaprospecçãotecnológica(DTE17)(DTE18).
• Orçamentoalocadoparaodesenvolvi-mentodeprojetosdeinovaçãotecnológica.
• Catálogodeprojetosdeinovaçãotecnológicaativos.
Recrsos
Hum
anos
• NúmerodefuncionáriosdaáreadeTICquesãooriundosdacomunidadelocal(GRH13).
• NúmerodefuncionáriosdaáreadeTICemposiçõesdechefia,quesãooriundosdacomunidadelocal(GRH14)
• Basedeinformaçõessobreosfuncionários.
Infraestrutura
• Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual(IOG1).• Índice de consumo de energia elétrica (kWh, R$) mensal e anual porfuncionário(IOG2).
• Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanualporfuncionário(IOG3).
• Porcentagemdasáreasdeusocomumquedispõemdeinterruptoresdeluze/ouarcondicionadoacionadosporsensoresdepresença(IOG5).
• Gastostotaiscomconsumodeáguamensaleanual(litros,R$)(IOG6).• Índice de consumo de água (litros, R$) mensal e anual por funcionário(IOG7).
• Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeáguamensaleanualporfuncionário(IOG8).
• Porcentagemdeválvulasdeáguaoutorneirasquesãoacionadasporsensoresdeproximidade(IOG10).
• Plantaselétricaehidráulicado(s)prédio(s)atualizadas.
• ContasdeLuz.• ContasdeÁgua.
140
Tabela7.2–IndicadoresEconômicosparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor
TIPOATIV
INDICADOR FONTEDEINFORMAÇÃO
LogísticaInterna • Númerodefretesdemesmanaturezarecebidospormês(LGI1).
• Númerodeitensarmazenados(LGI2).• Númerodeitensestocadosdescartadosanualmenteporvencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI3).
• Porcentagemdeitensestocadosdescartadosanualmentepordefeito,vencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI4).
• Índicedecrescimentooureduçãodeitensdescartados(LGI5).
• Sistemadecontroledoalmo-xarifado.
Operações
• GastosdeenergiaelétricacominfraestruturadeTIC(KWhouR$)(OPR1).
• Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)noDataCenterporcapacidadedeprocessamentoearmazenamentoinstaladaeporfuncionário(OPR2).
• Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcapacidadedetransmissãoinstalada.(OPR3).
• Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcomputador(OPR4).• Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,parasoluçõesdeeficiênciaenergéticaederefrigeraçãodoDataCenter(OPR5).
• Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,parasoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaasredesdecomunicaçãoecomputadoresdemesa(OPR6)(OPR7).
• Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionárioparasoluçõesdevirtualizaçãocomputacional(OPR8).
• Índicedeconsumodeóleodiesel(litrosouR$)porcapacidadedegeradoreporfuncionário(OPR9).
• Índicedereduçãodenúmerodeimpressõesebensdeconsumopelaadoçãodefluxodetrabalhodedocumentoseletrônicos(OPR10).
• Gastototal(R$)combensdeconsumoedeinformática(OPR12).• Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraefuncionário(OPR13).• Índicedegastoemcartuchos(R$)porimpressoraefuncionário(OPR14).• Índicedereduçãodedeslocamentose/ouviagensemvirtudedousodeferramentasdetrabalhocolaborativo(OPR15).
• Índicedegastoemviagens(R$)porfuncionário(OPR16).• Índicedecrescimentooureduçãodosíndicesdegastoscomenergiaelétrica,óleodiesel,bensdeinformáticaemgeral,papel,cartuchosdeimpressora,viagenseoutros(OPR17).
• SistemadeGerencia-mentodeInfraestru-turasPredialedeTIC.
Logística
Externa
• Númerodefretesparaentregademercadoriasdemesmanaturezausadospormês(LGE7).
• Sistemadecontroledesaídadebens.
• SistemadecontroledeFrotas.
Marqketinge
Venda
• Porcentagemdeusuários/clientesquefazemusodoserviçodelogísticareversadeequipamentosdeTICoferecidopelaorganização(MVE15).
• Inventáriodeequipa-mentosparareúsooureciclagem.
141
Tabela7.3–IndicadoresEconômicosparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor(Cont.)
TIPOATIV
INDICADOR FONTEDEINFORMAÇÃO
Serviços
Pós-Venda
• Númerodechamadasreferentesasuportee/oureconfiguraçãoonlinedeequipamentos(SPV3).
• Índicedecrescimentodechamadasreferentesasuportee/oureconfiguraçãoonlinedeequipamentos(SPV4).
• Tempodevidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização(SPV5).
• Índicedecrescimento/reduçãodociclodevidadeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização(SPV6).
• ControledechamadasregistradasnoHelpDesk.
• Inventáriodeequipa-mentos.
Tabela7.4–IndicadoresAmbientaisparaasAtividadesdeSuportedaCadeiadeValor
TIPOATIV INDICADOR FONTEDE
INFORMAÇÃO
AquisiçãoeServiços
• PorcentagemdefornecedorescomprometidoscomSustentabilidade(ABS1).
• Porcentagemdefornecedorescomsoluções“verdes”(ABs2).• Porcentagemdefornecedorescomsoluçõesdelogísticareversa(ABS3).• Porcentagemdeequipamentos“verdes”(ABS4).• Porcentagemdebensdeinformática“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis(ABS5).
• Crescimentoanualdeequipamentos“verdes”(ABS6).• Crescimentoanualdebensdeinformática“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis(ABS7).
• SistemadeInventáriodeAtivos.
• SistemadeCredencia-mentodeFornecedores.
Infraestrutura
• Suporteafontesalternativasdeenergiarenovável,comoenergiasolar(IOG4).
• Suporteasistemasdecaptaçãodeáguaalternativos,comoSistemasdeCaptaçãodeÁguadeChuva(IOG9).
• Tempomédiodereparodeproblemasnainstalaçãoelétricaehidráulica(IOG11).
• Volumedelixoreciclávelenãoreciclávelmensaleanual(IOG15)• Volumedelixoreciclávelenãoreciclávelmensaleanualporfuncionário(IOG16).
• Índicedecrescimentoe/oureduçãodovolumedelixoreciclávelenãoreciclávelmensaleanualporfuncionário(IOG17).
• Plantaselétricaehidráulicado(s)prédio(s)atualizadas.
• ControledechamadasregistradasnoHelpDesk.
• Volumedelixoencaminhadoparareciclagem.
142
Tabela7.5–IndicadoresAmbientaisparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor
TIPOATIV INDICADOR FONTEDE
INFORMAÇÃOLogísticaInterna • Volumetotaleporfuncionáriodeembalagensrecicláveisenão
recicláveisrecebidasmensaleanualmente(LGI6)(LGI7).• Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGI8).
• Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadas(LG9).• Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGI10).
• Volumedematerialdeembalagemobtidoesuadestinação.
Operações
• Porcentagemdasimpressorasmonitoradasporferramentasdecontroledenúmerodeimpressões(OPR11).
• VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmente(OPR16).
• VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmentequesãoreusadoseencaminhadosparareciclagem(OPR17).
• Volumederesíduoselixogeradosmensaleanualmentequesãodescartados(OPR18).
• SistemadeControledeImpressoras.
• VolumedelixodeTICencami-nhadoparareúsooureciclagem.
LogísticaExterna
• Volumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmente(LGE1).
• Volumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmenteporfuncionário(LGE2).
• Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens(LGE3).• Porcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãoreusadosereciclados(LGE4).
• Porcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãodescartados(LGE5).
• Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdosresíduosquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGE6).
• Volumedematerialdeembalagemeoutrosresíduosesuadestinação.
Marketing&Vendas
• Porcentagemdoseventostemáticosonlineemrelaçãoaonúmerototaldeeventostemáticosdemarketing(MVE4).
• Índicedecrescimentodaporcentagemdeeventosdemarketingonline.(MVE5).
• Porcentagemdostreinamentosonlineemrelaçãoaonúmerototaldetreinamentosdaáreademarketing(MVE9).
• Índicedecrescimentodaporcentagemdetreinamentosonlinepromovidospelaáreademarketing(MVE10).
• Númerodedemonstraçõesonlinesobretecnologias,produtoseserviçosdeTICpromovidaspelaáreademarketing(MVE12).
• Porcentagemdonúmerodedemonstraçõesonlineemrelaçãoaonúmerototaldedemonstraçõespromovidaspelaáreademarketing(MVE13).
• Índicedecrescimentodonúmerodedemonstraçõesonline(MVE14).
• Cadastrodeeventos,treina-mentosedemonstra-çõesdaáreademarketing.
ServiçosPós-Venda • Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisna
organização,quesãodesmontadoseencaminhadosparareúsoereciclagemdecomponentes(SPV7)(SPV8).
• Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganizaçãoquesãodescartados(SPV9).
• Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisoureciclagem(SPV10).
• Cadastrodeequipamentosparareúsoereciclagemrecebidospelaorganização.
143
Tabela7.6–IndicadoresSociaisparaasAtividadesdeSuportedaCadeiadeValor
TIPODEATIV INDICADOR FONTEDE
INFORMAÇÃORecursosHum
anos
• Porcentagemdareceitadestinadaàsatividadesdeeducaçãodemodogeral(GRH1).
• Porcentagemdareceitadestinadaàsatividadesdeeducação,comfocoemTICe/ouSustentabilidade(GRH2).
• Número de campanhas educacionais em práticas sustentáveisrealizadasnoperíododeumano(GRH3).
• Número de eventos temáticos nas áreas de TIC e Sustentabilidaderealizadosnoperíododeumano(GRH4).
• Número total de horas de treinamentos presenciais ou onlineoferecidos por funcionário da área de TIC no período de um ano(GRH5).
• NúmerodehorasdetreinamentoespecializadoemTICecomfocoemSustentabilidade, presenciais ou online, oferecidos por funcionário daáreadeTICnoperíododeumano(GRH6)(GRH7).
• Índicedecrescimentodonúmerohorasdetreinamentospresenciaisouonline geral, voltados à TIC e à Sustentabilidade oferecidos porfuncionárionaáreadeTIC(GRH8).
• Número de fornecedores, usuários e/ou clientes e pessoas dacomunidadelocalparticipantesdeatividadeseducacionais,presenciaisouonline,oferecidaspelaorganização(GRH9).
• NúmerodebolsasdeestudosoferecidasafuncionáriosdaáreadeTIC(GRH10).
• PorcentagemdebolsasdeestudosoferecidasafuncionáriosdaáreadeTICcomfocoemSustentabilidade(GRH11).
• Inclusão de práticas sustentáveis como fator de desempenho dosfuncionários(GRH12).
• CadastrodetreinamentosrealizadosjuntoaosetordeRH.
• CadastrodeconcessãodebolsasdeestudojuntoaosetordeRH.
• PedidosdelicençamédicaregistradosnosetordeRH.
Infraestrut
ura
• Porcentagemdasáreasprojetadasoureformadasparaadequaçãoàleidaacessibilidade(IOG18).
• Plantasdeconstruçãocivildo(s)prédio(s)atualizadas.
144
Tabela7.7–IndicadoresSociaisparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor
TIPODEATIV
INDICADOR FONTEDEINFORMAÇÃO
Operações
• Frequênciadepráticaspreventivascontradoençasocupacionais(OPR19).
• NúmerodefuncionáriosdaáreadeTIClicenciadosdevidoadoençasocupacionaisnoperíododeumano(OPR20).
• Segurançadolocaldetrabalhoaderenteàsnormasvigentes(OPR21).• ÍndiceentrenúmerodeEquipamentosdeProteçãoIndividual(EPI)enúmerodefuncionáriosdolocal(OPR22).
• Númerodeincidentesdetrabalhoocorridosnoperíododeumano(OPR23).
• Licençadeoperaçãoobtidaporórgãocompetente.
• PedidosdelicençadetrabalhojuntoaoRH.
Marketing&Vendas
• Númerodeeventostemáticosdemarketingreferentesatecnologias,produtoseserviçosdeTICcomfocoemsustentabilidade(MVE1).
• Númerodeeventostemáticosdemarketingrealizadosporfuncionário,fornecedoreusuário/cliente(MVE2).
• Índicedecrescimentodonúmerodeeventostemáticosdemarketingrealizadosporfuncionário,fornecedoreusuário/cliente(MVE3).
• Númerodehorasdetreinamentospromovidospelaáreademarketingrealizadospresencialmente,onlineoudemodohíbrido,noperíododeumano(MVE6).
• Númerodehorasdetreinamentospromovidospelaáreademarketingerealizadosporfuncionárioeporusuário/clientenoperíododeumano(MVE7).
• Índicedecrescimentodonúmerodehorasdetreinamentospromovidospelaáreademarketingerealizadosporfuncionárioeporusuário/cliente(MVE8).
• Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC,realizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbrido,noperíododeumano.(MVE11).
• Cadastrodeeventos,treinamentosedemonstraçõesdaáreademarketing.
ServiçosPós-Venda
• NúmerototaldehorasdetreinamentoreferentesaprodutoseserviçoscomfocoemSustentabilidade(SPV1).
• Porcentagemdonúmerototaldehorasdetreinamentoonlineemrelaçãoaonúmerototaldehorasdetreinamento(SPV2).
• Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociais(SPV7).
• Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisoureciclagem(SPV10).
• Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicoscompossibilidadedereúso(SPV11).
145
7.2.2.3 IndicadoreseosPilaresdeSustentabilidade
ATabela7.7resumeonúmerodeindicadoresdesustentabilidadepropostoparaaárea
deTICdeumaempresaorganizadoportipodeatividade,suporteouprimária,epelo
pilardesustentabilidademaissignificativoondeseinsere.
Tabela7.8–VisãoGeraldosIndicadoresOrganizadossegundoosPilaresdeSustentabilidade
TiposdeAtividades Econômico Social Ambiental Totais
Atividades
deSuporte Infraestrutura(18) 8 1 6 15
GestãodeRecursosHumanos(14) 2 12 0 14
DesenvolvimentoTecnológico(18) 18 0 0 18
AquisiçãoeServiços(11) 4 0 7 11
Atividades
Primárias
LogísticaInterna(10) 5 0 5 10
Operações(23) 16 5 4 25
LogísticaExterna(7) 1 0 6 7
Marketing&Vendas(15) 1 7 7 15
ServiçosPós-Venda(11) 4 5 4 13
TOTAIS 59 30 39 128
7.2.2.4 IndicadoresdeSustentabilidadeorganizadossegundoosDomíniosdePolíticade
Sustentabilidade
Nas próximas seções são apresentados os indicadores organizados segundo os
diferentesDomíniosdePolíticadeSustentabilidade.
Aspolíticasservemparasegovernaroumudarocomportamentodeumsistema.No
caso deste trabalho, estão em foco asPolíticas de Sustentabilidade adotadas para
governar ou mudar o comportamento da área de TIC de uma organização visando
atender os requisitos de práticas sustentáveis vinculadas aos quatro pilares:
econômico,social,ambientalecultural.
Os indicadores associados aos diferentes Domínios de Política serão empregados
paraavaliaroquantoumadadapolíticaestásendoaplicadaeéeficaznaobtençãodos
resultados esperados. Assim, por exemplo, quando uma organização adota uma
PolíticadeUsoRacionaldeRecursos,elatempormetanãosomenteareduçãodo
146
uso de recursos como água, energia elétrica, combustível e outros, como também a
redução de custos. Os indicadores, portanto, informam quanto foi economizado de
água, energia elétrica, combustível e outros e qual o resultado em termos de custo.
Pode-sedizer,então,queaPolíticadeUsoRacionaldeRecursostemimpactotanto
ambientalcomoeconômico.
7.2.2.4.1 Investimentos
Estedomíniodepolíticatemcomoobjetivocriarregrasemecanismosparaorientaros
investimentosqueserãorealizadosemGestãodePessoas,GestãodeInfraestrutura,
InovaçãoTecnológicaeGestãodeResíduos,comfocoemsustentabilidade.
Estedomíniocontém,portanto,osdomíniosreferentesaGestãodePessoas,Gestão
deInfraestrutura,InovaçãoTecnológicaeGestãodeResíduos,conformemostraa
Tabela7.8.
Tabela7.9–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeInvestimentos,IndicadoresePilaresde
Sustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticade
Sustentabilidade
Indicadoresde
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
GestãodePessoas VideDomínio“GestãodePessoas”
GestãodeInfraestruturadeTIC VideDomínio“GestãodeInfraestruturadeTIC”
InovaçãoTecnológica VideDomínio“InovaçãoTecnológica”
GestãodeResíduos VideDomínio“GestãodeResíduos”
7.2.2.4.2 GestãodePessoas
O CapitalHumano é hoje, sobretudo em empresas de prestação de serviços, umdos
principaisfatoresdesucessodessasempresas.Assim,aexistênciadeumaPolíticade
Gestão de Pessoas adequada e eficaz passa a ser um dos fatores críticos, tanto para
manter quanto para captar profissionais qualificados. A Figura 7.3 mostra a
abrangência desta política em relação aos processos e recursos de TIC vinculados à
GovernançadeTIC.
147
Figura7.3–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade
GestãodePessoas
Este domínio de política tem como objetivo criar regras referentes às atividades de
Educação oferecidas para funcionários, fornecedores, usuários/clientes e pessoas da
comunidadelocal;àsaçõesdeSaúdePreventivaeSegurançanoTrabalho;àConcessão
debenefícios,incluindoauxílio-transporte,refeição,creche,dentreoutros;eGestãode
Carreiras dos funcionários da organização. A Tabela 7.9 mostra os elementos deste
domínio,osindicadoresepilaresdesustentabilidadeassociados.
148
Tabela7.10–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeGestãodePessoaseIndicadoresde
Sustentabilidade
ElementosdoDomínio
dePolíticadeSustentabilidade
Indicadoresde
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
Educação VideDomínio“Educação”
SaúdeeSegurança
noTrabalhoVideDomínio“SaúdeeSegurançanoTrabalho”
Gestãode
Benefícios
PlanosdeSaúde N/AGRH12 Social
Auxílio-transporte N/AGRH12 Social
Auxílio-refeição N/AGRH12 Social
Auxílio-educação GRH12 Social
Auxílio-moradia N/AGRH12 Social
Auxílio-creche N/AGRH12 Social
Financiamento GRH12 Social
Gestãode
Carreiras
Processode
Seleção
Profissionaisde
TICGRH12 Social
Administrativo GRH12 Social
Contratação GRH12 Social
PlanodeCarreira
Profissionaisde
TICGRH12 Social
Administrativo GRH12 Social
Afastamento FériasouLicença N/AGRH12 Social
Desligamento N/AGRH12 Social
149
7.2.2.4.3 Educação
Sustentabilidadeéumtemaaindapoucoincorporadonodiaadiadasorganizaçõese
mesmodas pessoas. Sendo assim, a conscientização sobre a importância de práticas
sustentáveis requerumprocessodeeducaçãoedemudançadehábitosdaspessoas,
sejam elas funcionários, fornecedores, usuários e/ou clientes e membros da
comunidade local.Esteprocessorequerumapolíticadeeducação,nãoapenasparao
desenvolvimentodecompetênciasinerentesaopróprionegócio,comotambémparao
desenvolvimentodohábitodepráticassustentáveis.
A política de Educação define regras para participação em diferentes tipos de
atividades de educação, voltadas a diferentes públicos, incluindo os próprios
funcionários da organização, seus fornecedores, seus usuários/clientes e pessoas da
comunidadelocal.
A Tabela 7.10 mostra os elementos do Domínio “Educação”, os indicadores e os
pilaresdesustentabilidadeassociados.
150
Tabela7.11-RelaçãoentreDomíniodePolíticadeEducação,IndicadoresePilaresde
Sustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade
PilaresdeSustentabilidade
PerfildeInvestimento GRH1,GRH2 Social
Funcionários
CampanhasEducacionais
OnSiteGRH3 Social
Eletrônica
EventosTemáticosPresencial GRH4,GRH9,MVE1,
MVE2,MVE3,MVE4,MVE5
SocialOnline
Treinamento
Presencial GRH5,GRH6,GRH7,MVE6,MVE7,MVE8,MVE9,MVE10,SPV1,SPV2.
SocialOnline
Demonstrações MVE11,MVE12,MVE13,MVE14 Social
BolsasdeEstudos GRH10,GRH11 Social
Fornecedores
CampanhasEducacionais
OnSiteGRH3 Social
Online
EventosTemáticosPresencial GRH4,GRH9,MVE1,
MVE2,MVE3,MVE4,MVE5
SocialOnline
Usuários/Clientes
CampanhasEducacionais
OnSite,ImpressaGRH3 Social
Online
EventosTemáticosPresencial GRH4,GRH9,MVE1,
MVE2,MVE3,MVE4,MVE5
SocialOnline
TreinamentoPresencial GRH8,GRH9,MVE6,
MVE7,MVE8,MVE9,MVE10,SPV1,SPV2.
SocialOnline
DemonstraçãoOnSite MVE11,MVE12,
MVE13,MVE14
Online
ComunidadeLocal
CampanhasEducacionais
PresencialGRH3 Social,Cultural
Online
EventosTemáticos Presencial GRH4,GR9 Social,CulturalOnline
7.2.2.4.4 SaúdeeSegurançanoTrabalho
A falta de segurança no trabalho pode comprometer não somente a saúde dos
funcionários, devido a um númeromaior de ocorrência de incidentes, como levar a
organizaçãoatergastoscommultasedespesassimilares.Esteéocasodaadequação
dos prédios segundo normas de segurança no caso de incêndios. Este Domínio de
151
Políticatratadepráticasdesegurançadetrabalhoesaúdepreventivaedaeficáciade
taispráticas.
ATabela7.11mostraoselementosdoDomínio“SaúdeeSegurançanoTrabalho”,os
indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.
Tabela7.12–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeSaúdeeSegurançanoTrabalhoeIndicadores
deSustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidadeIndicadoresde
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
Educação
SaúdePreventiva
eSegurançano
Trabalho
Campanhas
EducacionaisGRH3 Social
EventosTemáticos GRH4 Social
EventosCIPA GRH4 Social
Treinamento GRH5 Social
Saúde
PráticasPreventivas GinásticaLaboral OPR19 Social
Doenças Ocupacionais OPR20 Social
Incidentesde
TrabalhoOPR23 Social
Segurançano
Trabalho
LocaldeTrabalho
Licençasde
OperaçãoOPR21 Social
AuditoriaCIPA OPR21 Social
Equipamentosde
ProteçãoColetiva
(EPC)
OPR21 Social
Funcionário
Equipamentode
ProteçãoIndividual
(EPI)
OPR22 Social
152
7.2.2.4.5 GestãodeInfraestruturadeTIC
EmrelaçãoàGestãodeInfraestruturadeTIC,tendocomofocoaSustentabilidade,dois
subdomínios de políticas são particularmente importantes. O primeiro refere-se à
OrigemdeInsumos,oumaisespecificamente,dosequipamentoseletroeletrônicoseos
bens de informática e telecomunicações, devendo-se priorizar fornecedores de
equipamentos considerados “verdes” e equipamentos “verdes”, ou seja: que tenham
funcionalidadesdeeconomiadeenergiaelétricaenãocontenhamsubstânciastóxicas,
ebensdeconsumodematerialrecicladoe/ouquesejamrecicláveisoubiodegradáveis.
O segundo está relacionado ao Uso Racional de Recursos, que inclui desde energia
elétrica,combustívelatébensdeconsumodeummodogeral.Oobjetivoéminimizaro
usoderecursosnaturais,darpreferênciaarecursosrenováveiseter,aofinal,redução
decustos.
AFigura7.4mostraaabrangênciadestapolíticaemrelaçãoaosprocessoserecursos
deTICvinculadosàGovernançadeTIC.
Figura7.4–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade
GestãodeInfraestrutura
153
Tais subdomínios estão contidos noDomínio “Gestão de Infraestrutura de TIC”,
comomostraaTabela7.12.
Tabela7.13–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeGestãodeInfraestruturadeTIC,Indicadores
ePilaresdeSustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticade
Sustentabilidade
Indicadoresde
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
OrigemdeInsumos VideDomínio“OrigemdePessoas”
UsoRacionaldeRecursos VideDomínio“UsoRacionaldeRecursos”
7.2.2.4.6 OrigemdosInsumos
UmadasquestõesmaisdebatidasemSustentabilidadeéousodeinsumosoumatéria-
prima, de fontes renováveis, ou de reciclados que sejam, também, recicláveis e/ou
biodegradáveis. Como exemplo, pode-se citar o caso de “computadores verdes”, que
sãoisentosdesubstânciastóxicas,comoochumbo,cromoemercúrio,têmsistemade
eficiência energética e foram fabricados segundo processos compatíveis com as
normas de gestão ambiental ABNT NBR ISO 14.001 (2005) (SEIFFERT, 2011) e de
qualidadeABNTNBRISO9001(2008).
A Tabela 7.13 mostra os elementos do Domínio “Origem dos Insumos”, os
indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.
154
Tabela7.14-RelaçãoentreDomíniodePolíticadeOrigemdeInsumos,IndicadoresePilaresde
Sustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticade
Sustentabilidade
TipodeIndicador
de
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
Fornecedor
Sustentabilidade
(e.g.,adesãoaoGRI)ABS1,ABS2 Todos
Produtos“verdes”.
Reciclados,
recicláveise/ou
biodegradáveis.
ABS4,ABS5 Ambiental
LogísticaReversa ABS3 Ambiental
Produtos
“Verdes”.Reciclados,
recicláveise/ou
biodegradáveis.
ABS6,ABS7 Ambiental
155
7.2.2.4.7 UsoRacionaldeRecursos
Outro fator de extrema relevância dentro do contexto de Sustentabilidade é o Uso
Racional de Recursos, sejam eles recursos naturais, como a água, sejam eles bens
manufaturados como papel e bens de consumo de modo geral. Tipicamente, esta
políticatemcomoconsequênciaquaseimediataareduçãodecustos.
Contudo, como já dito anteriormente, o objetivo da redução de um dado tipo de
recursopodeterrepercussãoemdiferentessetoresdeumaorganização.Esteéocaso
de redução de energia elétrica que implica em ações na infraestrutura predial,
adquirindo-se,porexemplo,umsistemadeiluminaçãointeligente,acionadoapartirde
sensores de movimento e presença, até em ações na operação das redes de
comunicação(BOLLAetal.,2010).
A Tabela 7.14 mostra os elementos do Domínio “Uso Racional de Recursos”, os
indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.
156
Tabela7.15-RelaçãoentreDomíniodePolíticadeUsoRacionaldeRecursos,Indicadorese
PilaresdeSustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticade
Sustentabilidade
Indicadoresde
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
Água
PerfildeConsumo IGO6,IGO7,IGO8 Econômico
FonteAlternativadeÁgua IOG9 Ambiental
InfraestruturaPredial IOG10,IOG11Econômico
Ambiental
Refrigeração
Combustível
PerfildeUso IOG12,IOG13,IOG14 Econômico
Gerador OPR9,OPR17 Econômico
FretesRecebidoseEnviados LGI1,LGE7 Econômico
ViagensTransporteAéreo OPR15,OPR16 Econômico
TransporteRodoviário OPR15,OPR16 Econômico
EnergiaElétrica
PerfildeConsumo IOG1,IOG2,IOG3 Econômico
FontesAlternativasde
EnergiaRenovávelIOG4 Ambiental
Iluminação IOG5 Econômico
Refrigeração
Tecnologiada
Informaçãoe
Comunicação
PerfildeConsumo OPR1,OPR17 Econômico
DataCenter OPR2,OPR5 Econômico
Redesde
ComunicaçãoOPR3,OPR6 Econômico
Computadoresde
UsuáriosOPR4,OPR7 Econômico
Virtualizaçãode
ServidoreseRedesOPR8 Econômico
Bens
Equipamentosde
TICImpressoras
OPR10,OPR11,OPR13
OPR14
Econômico
Ambiental
BensdeConsumo
ouRecicláveis
Geral
TIC OPR12,OPR17 Econômico
PerdaArmazenamentoInadequadodeBens
deConsumoe/ouEquipamentosLGI2,LGI3,LGI4,LG5 Econômico
157
7.2.2.4.8 InovaçãoTecnológica
ApolíticadeInovaçãoTecnológicatemcomoobjetivopromoverodesenvolvimento
de soluções e tecnologias inovadoras e viabilizar a avaliação de seu impacto.
Atualmente, existem muitas tecnologias que ajudam aumentar a produtividade dos
funcionáriosdeumaempresa,dentreelaspodem-sedestacarferramentasdetrabalho
colaborativo.Tais ferramentasviabilizamodesenvolvimentoconjuntodeprojetosou
atividades por pessoas que trabalham em locais diferentes e contribuem com a
otimizaçãoeareduçãodeviagenselocomoçãodefuncionáriosdaorganização.Outras
inovações e ações devem ser também contempladas, como educação a distância,
virtualizaçãodecomputadoreseredes,reengenhariadeprocessos,dentreoutras.
AFigura7.5mostraaabrangênciadestapolíticaemrelaçãoaosprocessoserecursos
deTICvinculadosàGovernançadeTIC.
Figura7.5–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade
InovaçãoTecnológica
A Tabela 7.15 mostra os elementos do Domínio “Inovação Tecnológica”, os
indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.
158
Tabela7.16-–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeInovaçãoTecnológica,IndicadoresePilares
deSustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidadeIndicadoresde
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
Inovação
Tecnológica
PerfildeInvestimento DTE1 Econômico
Eficiência
Energética
DataCenter DTE2,DET3 Econômico
Redesde
ComputadoresDTE4,DET5 Econômico
Computadoresdo
UsuárioFinalDTE6,DTE7 Econômico
ProspecçãoTecnológica DTE17,DTE18 Econômico
EducaçãoaDistancia GRH8,MVE6 Social
ReengenhariadeProcessos DTE15,DETE16 Econômico
TrabalhoColaborativo DTE12,DTE13 Econômico
FluxodeTrabalhoEletrônico DTE10,DTE11 Econômico
VirtualizaçãodeRecursos DTE8.DET9 Econômico
UsoRacionaldeRecursosdeTIC DTE14 Econômico
GestãodeResíduos SPV10,SPV6 Ambiental
Comunicação MVE6,MVE11 Econômico
7.2.2.4.9 GestãodeResíduos
Amágestãoderesíduospodeimplicaremdanosparaomeioambienteedesperdício
derecursos.Seaopçãoé feitapelaaquisiçãodebensdeconsumobiodegradáveisou
não recicláveis, no final da vida útil desses bens coloca-se o problema com seu
descarte.Esteéocasodasfitascassetes,quepossuemcromoeóxidodeferro,ecuja
tecnologia para reciclagem é ainda cara, incorrendo-se ao seu descarte em aterros
sanitários.
A Política de Gestão de Resíduos visa criar regras e mecanismos para viabilizar o
descarte sustentáveldequaisquer tiposde resíduos, sejamelesbensde consumoou
equipamentos, assim como para minimizar o volume de resíduos encaminhados a
aterrossanitários.
159
AFigura7.6mostraaabrangênciadestapolíticaemrelaçãoaosprocessoserecursos
deTICvinculadosàGovernançadeTIC.
Figura7.6–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade
GestãodeResíduos
ATabela7.16mostraoselementosdoDomínio“GestãodeResíduos”,osindicadores
eospilaresdesustentabilidadeassociados.
160
Tabela7.17–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeGestãodeResíduos,IndicadoresePilaresde
Sustentabilidade
ElementosdoDomíniodePolíticade
Sustentabilidade
Indicadoresde
Sustentabilidade
Pilaresde
Sustentabilidade
BensdeConsumo
PerfildeDescarteIOG15,IOG16,
IOG17
AmbientalNãoTICIOG15,IOG16,
IOG17
TICOPR16,OPR17,
OPR18
Embalagens
PerfildeDescarteLGI6,LGI7,LGE1,
LGE2,LGE3.Ambiental
Reusadasou
Recicladas
LGI8,LGI10,LGE4,
LGE6.Ambiental
Descartadas LGI9,LGE5 Ambiental
Eletroeletrônicos PerfildeDescarte SPV5,SPV6 Ambiental
7.2.2.4.10 Visão Geral dos Domínios de Políticas e Indicadores de
SustentabilidadeATabela 7.17 resumeonúmerode indicadoresde sustentabilidadepropostopara a
áreadeTICdeumaempresaorganizadoportipodeatividade,suporteouprimária,e
peloDomíniodePolíticadeSustentabilidade.
161
Tabela7.18–VisãoGeraldosIndicadoresOrganizadossegundoosPilaresdeSustentabilidade
TiposdeAtividades Investimento
Origem
de
Insumos
Uso
RacionalResíduos
Gestãode
PessoasEducação
Saúdee
Segurança
AtividadesdeSuporte
Infraestrutura(18) 14 6
GestãodeRecursos
Humanos(14)12 21 7 4
Desenvolvimento
Tecnológico(18)18
AquisiçãoeServiços
(11)4 7
AtividadesPrimárias
LogísticaInterna
(10) 6 5
Operações(23) 21 3 8
LogísticaExterna(7) 6
Marketing&Vendas
(15) 28
ServiçosPós-Venda
(11) 12 2
TOTAIS 34 7 41 32 50 7 12
7.3 GovernançadeTICorientadaàSustentabilidade
Como foi mencionado no capítulo 3, existem definições consagradas no mercado
referentesàGovernançadeTIC.
Dentro do contexto deste trabalho, será empregada a definição de Carvalho
(CARVALHO,2010)sobreGovernançadeTIC:
“MecanismodeacompanhamentoeavaliaçãodaexecuçãodoPlanoEstratégico
de TIC, fundamental para o seu sucesso, viabilizando a realização dos ajustes
necessáriosemrespostaaodinamismodomercadoedaprópriaorganização”.
(CARVALHO,2010)
162
Considerando que o Planejamento Estratégico deve contemplar ações que visam
atenderasPolíticasdeSustentabilidadeemTIC e suasmetas, aGovernançadeTIC
podeserconsiderada,também,responsávelpelaaplicaçãodetaispolíticas.
Como resultado do Planejamento Estratégico obtêm-se planos de ação especificados
paraatividades,equiperesponsável,prazodeexecução,indicadoresdedesempenhoe
de sustentabilidade, recursos humanos e investimentos necessários. Tais planos
compõem a estratégia. Contudo, em geral não há orçamento para financiar todos os
projetos,echega-seàprimeiradecisãoimportante:Qualéocritériodepriorizaçãodos
planos de ação e/ou projetos? Como será distribuído o orçamento de TIC entre os
vários projetos? Como critério básico, pode-se empregar o gráfico de bolhas (vide
Figura7.7)emqueseselecionamosPlanosdeAçãomaisnecessáriosemaisfáceisde
implementar.Neste gráfico a seguir, cadabolha representaumPlanodeAção sendo
queoseudiâmetroéproporcionalaoinvestimentonecessárioparaexecutá-lo.
Figura7.7–ExemplodePlanodeAçãoparaumCentrodeInformática[Fonte:(Carvalho,2010)]
Umavezpriorizadosedefinidososprojetosaseremfinanciados,monitoraraevolução
dosprojetos,verificandoseasatividadesprevistasestãosendoexecutadasdentrodo
cronogramapré-estabelecido, seos recursos, tanto financeiros comohumanos, estão
atendendoàexpectativadedemandaeresultado,sefoidetectadoalgumproblemaou
163
desafio interessante que merece ser discutido com a direção, e, por último, se os
objetivosemetasestãosendoalcançados.
AanálisedaevoluçãodoplanodeaçãoouprojetodeTICétipicamenterealizadapor
meio da avaliação dos indicadores, em termos absolutos e relativos, em função de
metasintermediáriasefinaisaseremalcançadas.Apartirdestaanáliseedeeventuais
mudanças do mercado e da própria realidade da organização, pode-se abortar um
projeto, decidir-se por modificá-lo, reduzir ou aumentar a equipe ou mesmo tomar
medidasparaacelerá-lo.
ÉdentrodessecontextoqueestetrabalhotrataeaplicaoconceitodeGovernançade
TIC.
Assim sendo, o que seria Governança orientada à Sustentabilidade? De modo
simplificado,pode-sedizerqueéaquelaemquedecisões,porexemplo,sobreinvestir
nesta ou em outra tecnologia, adotar uma determinada solução ou desenvolver um
dadoprojeto baseiam-se em critérios outros quenão apenas os ganhosdemercado,
mas também no maior alinhamento com práticas sustentáveis. Muitas vezes ganho
econômico e práticas sustentáveis são objetivos casados, como acontece no uso
racionaldeágua,energiaelétrica,dematéria-primaemgeraleassimpordiante.
Noentanto,práticassustentáveissóserãorealidadeemumaorganizaçãoseestiverem
embutidasnamissão,nosobjetivosoumesmonosseusvalores,envolvendotodosos
níveisdaorganização,desdeoestratégicoatéooperacional.
7.3.1 MétodoparaImplementaçãodeGovernançadeTIC
NaspróximasseçõesseráapresentadoummétodoparaimplementaçãodeGovernança
deTIC(CLEMENTI,2006).
7.3.1.1 FasesdeImplementaçãodoModelodeGovernançadeTIC
A implementação de Governança de TIC é realizada seguindo-se estas fases (vide
Figura7.8):
• Fase1–LevantamentodeInformaçãosobreaEmpresa
164
• Fase2–AvaliaçãodaGovernançadeTIC
• Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC
• Fase4–ImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC
• Fase5–AvaliaçãodosResultadosdeGovernançadeTIC
Figura7.8–ModeloGeraldeGovernançadeTIC
7.3.1.1.1 Fase1-LevantamentodeInformaçãosobreaEmpresa
Antesda concepçãodonovoModelo de Governança de TIC é importantedefinir e
conhecerocenáriodaempresaparaaqualomodeloserádesenvolvido.
Este cenário é descrito pormeio das caracteristicas da indústria onde a empresa se
insere, otamanhodaprópriaempresa,onúmerodeunidadesdenegócioearelação
exstente entre estas unidades (nível de sinergia desejado entre as unidades de
negócio)(WEILL,2006).
Em primeiro lugar, deve ser compreendida qual é a estratégia básica que guia a
organização. Como base, podem-se adotar as três disciplinas de valor, descritas em
(WEILL,2006)(TREACY,1995):
165
• ExcelênciaOperacional:dáenfaseemeficiênciaeconfiabilidade,lideraaindústria
empreçoeconveniência,minimizaoscustosdeoverhead(i.e,despesasindiretas)e
racionalizaacadeiadesuprimentos.
• IntimidadecomoCliente:temcomofococultivarrelacionamentosdelongoprazo
com os clientes, desenvolver serviços para ele, oferecer capacidade de resposta e
customizaçãobaseadanoconhecimentoprofundodocliente.
• Liderança emProduto (ou Serviço):priorizaa inovaçãocontínuadeprodutose
serviços, abarcando novas ideias e novas soluções para problemas, com rápida
comercialização.
ATabela7.18resumeasdiferençasentreastrêsabordagensdevalordedisciplina.
Tabela7.19–DisciplinasdeValorparaosNegócios
ExcelênciaOperacional IntimidadecomoCliente Liderançadeproduto
ProcessosdeNegócio
• Otimizaçãodacadeiadesuprimentos.
• Eficiênciaeconfiabilidade.
• Gerenciamentodoserviçodocliente.
• Flexibilidadeecapacidadederespostaàsdemandasdosclientes.
• Criaçãodeproduto,divulgaçãoetempoparacomercialização.
• Inovaçãoconstante.
OrganizaçãoeHabilidades
• Autoridadecentral.• Habilidadescríticasnonúcleodaorganização.
• Poderdedecisãopróximoaocliente.
• Habilidadescríticasnasbordasdaorganização.
• Ad-hocorgânicaecelular.
• Habilidadescríticasespalhadasemestruturasdegrupo.
GerenciamentodeSistemas
• Controle,procedimentosoperacionais,padrão.
• TempodeVidadocliente(retençãodocliente).
• Satisfação.
• Mecanismosderecompensaparacapacidadedeinovação.
• GestãodeRiscos.
TIC
• Sistemasintegradoscombaixocustodastransações.
• Visãoúnicaparaosdadosdocliente.
• Ferramentasparaidentificaçãodesegmentosdecliente.
• Sistemacolaborativo.
• Ferramentasdemodelagemesimulação.
Adicionalmente, deve ser considerado o modo de operação básico da empresa, se
existeounãosinergiaentreasunidadesdenegócio.Aempresapodeoperarsegundo
uma estrutura de administração centralizada (i.é., com grande sinergia entre as
unidadesdenegócio)oudistribuída (i.é, commaiorautonomiaentreasunidadesde
166
negócio).ATabela7.19comparaosdoistiposdeestruturadeadministraçãosegundo
osprocessos,organizaçãoehabilidades, gerenciamentodesistemase infraestrutura
deTIC.
Tabela7.20–CaracterísticasdosDiferentesTiposdeAdministração
ExcelênciaOperacional IntimidadecomoCliente
ProcessosdeNegócio
• Otimizaçãodacadeiadesuprimentos.• Eficiênciaeconfiabilidade.
• Gerenciamentodoserviçodocliente.• Flexibilidadeecapacidadederespostaàsdemandasdosclientes.
OrganizaçãoeHabilidades
• Autoridadecentral.• Habilidadescríticasnonúcleodaorganização.
• Poderdedecisãopróximoaocliente.• Habilidadescríticasnasbordasdaorganização.
GerenciamentodeSistemas
• Controle,procedimentosoperacionais,padrão.
• TempodeVidadocliente(retençãodocliente).
• Satisfação.
TIC• Sistemasintegradoscombaixocustodastransações.
• Visãoúnicaparaosdadosdocliente.• Ferramentasparaidentificaçãodesegmentosdecliente.
Outrofatorimportanteestárelacionadoaotamanhodaempresa(númerodeunidades
denegócio),estabilidadeadministrativaemetasdedesempenho.Dentreasmetasde
desempenhoestão:ROI(ReturnOnInvestments),ROE(ReturnonEquity),ROA(Return
onAssets),crescimentodareceita,participaçãonomercado,dentreoutros.
Aofinaldestafase,obtém-seumaDescriçãodoCenáriodaEmpresa.
7.3.1.1.2 AvaliaçãodaGovernançadeTICexistente
Nestafase,devemseridentificadosostomadoresdedecisãodeTICeaquelesquedão
subsídios para estes tomadores dentro da organização, quais são osmecanismos de
GovernançadeTICjáempregados,comoosresultadosdaGovernançasãoavaliadosem
termosdemétricasfinanceiraseusoefetivodosrecursosdeTIC.
Paratanto,devemserrealizadasasseguintesatividades(videFigura7.9):
• MapearagovernançaatualdaorganizaçãonaMatrizdeArranjosenoModelode
GovernançadoMITCISR.
o AuditarosmecanismosjáexistentesdeGovernançadeTIC(mecanismos
de alinhamento do processo de tomada de decisão e de comunicação),
comoelessãodefinidos,comosãoaplicados,seusobjetivos,quaissãoos
167
comportamentos desejáveis esperados, sua efetividade e como esta
efetividadeéavaliada.
o Avaliar como as práticas de Governança de TIC estão disseminadas na
organizaçãoeatéquepontoosgerentesefuncionáriosestãoengajados
nestainiciativa.
o AuditarasMétricasdeGovernançaecomoelassãomonitoradas.
• Auditarossistemasdeincentivoerecompensa,verificandoseestãoalinhadoscom
osobjetivosdaorganização.
• AvaliarodesempenhodaGovernançadeTICemtermosda importânciadosseus
resultados, o impacto nos negócio e o que funciona melhor e não funciona na
organização. Devem ser avaliados o uso efetivo de TIC no controle de custo,
crescimento,usodeativoseflexibilidadedosnegócios.
• Auditar Desempenho Financeiro considerando os objetivos de negócio (por
exemplo,ROI,ROA,crescimentodolucro,crescimentodaparticipaçãonomercado,
dentreoutros).
Figura7.9–EtapasdaFase2deAvaliaçãodeGovernançadeTIC
As informações coletadas são analisadas identificando-se a estratégia básica da
organização,quaisostiposdedecisõesdeTICtomadassobaGovernançadeTIC,quem
168
sãoos tomadoresdedecisão, comoasdecisõessão tomadasemonitoradas, comoos
objetivosdedesempenhotêmsidoalcançados.Comoresultado,obtém-seoCenáriode
GovernançadeTICatual.
OCenáriodeGovernançadeTICatualdeveserapresentadoàdireçãodaorganização
paravalidação.DevemserpromovidasdiscussõessobreoestadoatualdaGovernança
deTICemrelasçãoaseusresultadospositivos, ineficiências eobjetivosdemelhoria,
definindo-se quais os indicadores-chaves de desempenho (KPI - Key Performance
Indicators) e sustentabilidade (KSI – Key Sustainability Indicators) devem ser
priorizados.
Comoresultadodestafase,obtém-seoCenáriodeGovernançadeTICeidentificam-
seasnecessidadesdereprojetooureajustesdaGovernançadeTIC.
7.3.1.1.3 Concepção do Novo Modelo de Governança de TIC orientada aPolíticasdeSustentabilidade
Tendo por base a análise das fases prévias, a Governança de TIC é revisada
considerando-se os tomadores de decisão, a efetividade dos mecanismos de
GovernançadeTICjáempregadoseosobjetivosdedesempenhoesustentabilidadeda
organização versus métricas e mecanismos de monitoração dessas métricas de
GovernançadeTIC(videFigura7.10).
Paratanto,oModelodeGovernançadeTICatualdeveserrevisado,considerando-se:
• Redefiniçãodamissãodaestratégiadaorganização,evidenciandoosseusobjetivos
emfraseclaraeconcisa.
• Identificação de novos comportamentos desejáveis em harmonia com a direção
estratégica (porexemplo,otimizaçãodeprocessosemharmoniacomaestratégia
deexcelênciaoperacional).
• RevisãodosarranjosdeGovernançadeTIC (tomadoresdedecisão, contribuintes
dostomadoresdedecisão,tiposdedecisõesaseremtomadas)e identificaçãodas
ações a serem tomadas para melhorar a harmonização com a estratégia e
organizaçãodaempresa.
169
• Revisão dos objetivos de negócio (por exemplo, ROI esperado, lucro esperado),
definindo-seosobjetivosdenegóciodemodomaisclaro(porexemplo,reduçãode
custos,melhoriadoíndicederetençãodecliente)paraaGovernançadeTIC.Além
disso, deve-se realizar uma análise comparativa com outras organizações que
tenhamperfissimilaresnoqueconcerneàsiniciativasdeGovernançadeTIC.
• IdentificaçãodeeventualnecessidadedenovosmecanismosdeGovernançadeTIC
ou redução dos mecanismos já existentes (mecanismos de Governança bem
implementadosreforçameestimulamoscomportamentosdesejáveis,conduzema
resultados obtidos por meio das métricas de Governança de TIC e sua
monitoração).
• RevisãodasmétricasdeGovernançadeTICemétodosdemonitoração,verificando-
seseestãoharmonizadoscomosobjetivosdedesempenhodonegócio.
• RevisãodasabordagensdecomunicaçãodaGovernançadeTIC.
Figura7.10-EtapasdaFase3deReprojetodaGovernançadeTIC
Comoresultadoobtêm-seonovoModelodeGovernançadeTICeaMatrizdeArranjos
associada. Este Modelo dever ser apresentado e discutido com os líderes da
organização (e.g., gerentes sêniors) e com o grupo de pessoas responsáveis pela
170
implementação da Governança de TIC. Como resultado, ainda, pode ser necessário
realizarajustesoureveroModelodeGovernançaproposto.
7.3.1.1.4 ImplementaçãodoNovoModelodeGovernança
Nestafase,oplanodeimplementaçãodaGovernançadeTICédetalhado,executadoe
continuamenteavaliado(videFigura7.11).
OplanoparaimplementaçãodaGovernançadeTICdeveserdetalhadodescrevendo-se
as atividades de cada etapa de implementação, os recursos necessários e os prazos
envolvidos, além dos resultados esperados. Este plano de implementação de
Governança de TIC deve ser apresentado e discutido com os líderes da área de TIC
e/oudasunidadesdenegócio.Assimqueoplanoforaprovado,pode-sedarinícioàsua
execução.
AexecuçãodeumplanodeimplementaçãodeGovernançadeTICdeveincluir:
• Definição da estrutura organizacional que dará suporte às atividades de
GovernançadeTIC.
• Alocação a essas atividades dos profissionais que atuarão em tempo parcial ou
integral.
• Identificação,levantamentodecustosedefiniçãodasferramentasaseremusadas
nasatividadesdemonitoraçãodasmétricasdeGovernançadeTIC.
• Aquisiçãodasferramentasespecificadas.
• TreinamentodaspessoasdiretamenteenvolvidasnasatividadesdeGovernançade
TIC.
• RealizaçãodeatividadesdedivulgaçãodasatividadesdeGovernançadeTIC com
envolvimentodetodososfuncionáriosdaorganização.
171
Figura7.11-EtapasdaFase4deImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC
A execução da implementação de Governança de TIC e seus objetivos devem ser
avaliados constantemente, assim comoa receptividadedos funcionáriosmediante as
mudançasimplantadas.Tipicamente,adotam-seferramentasdesuporteaGovernança
deTIC, quevãodesdeoHelpDesk até ferramentasdemonitoraçãodemétricasque
acabam alterando os procedimentos internos, o que em um primeiro instante pode
gerarresistênciaporpartedosfuncionáriosenvolvidos.
Aofinaldestafase,umnovoCenáriodeGovernançadeTICseráimplementado.
7.3.1.1.5 AvaliaçãodaImplementaçãodeGovernançadeTIC
Com base nas métricas e indicadores especificados anteriormente, avalia-se a
efetividadedaGovernançadeTIC.Sealgumproblemafordetectado,osmecanismosde
GovernançadeTICbemcomooscomportamentosdesejadosdevemserrevistos(vide
Figura7.12).
172
Figura7.12-EtapasdaFase5deAvaliaçãodosResultadosdaGovernançadeTIC
Nesta fase, devem ser coletadas informações sobre as metas de desempenho, a
perspectiva do cliente em relação à empresa, o desempenho dos funcionários, a
capacidade de inovação de produtos e serviços, a necessidade de serem inseridos
novos indicadoresdedesempenhoesustentabilidade,aavaliaçãosobreaeficiênciae
confiabilidade de TIC, tendo como referências as métricas de TIC pré-definidas, a
avaliaçãodousoefetivodeTICemrelaçãoaocustodecontrole,utilizaçãodeativos,
alinhamento dos negócios, dentre outros aspectos importantes para cada tipo de
negócio.
Como resultado da análise destas imformações, pode-se identificar a necessidade de
mudanças referentes às metas de sustentabilidade e desempenho, aos indicadores
correspondentes e às métricas. Esta análise deve contemplar, também, problemas
referentesaoscomportamentosdesejáveisdeTIC,aeficáciadosmecanismosdeTIC,o
impactodosistemadeincentivoerecompensasnosobjetivosdeGovernançadeTIC.
Esta análise servirá de base para o diagnóstico sobre a Governança de TIC a ser
discutida com líderes de TIC e negócio. Como consequência, pode ser necessário
implementarajustesoumudançasnaGovernançadeTIC.
173
NaFigura7.8,pode-seconstatarqueessasfasesnãosãonecessariamenteexecutadas
emsequência.Atransiçãodeumafaseparaoutradependedosresultadosobtidosna
fasecorrente.
7.3.2 ModelosdeGovernançadeTIC
Conformediscutidono capítulo3, existem inúmerosmodelosdeGovernançadeTIC,
aliadosaModelosAvaliaçãodeMaturidade,GestãodeServiçoseGestãodeProjetos,
quemuitas vezes se complementam a fim de proporcionar uma soluçãomais rica e
completaparaaGovernançadeTICdeumaorganização.
Nocontextodestetrabalho,optou-seporempregaroseguintesubconjuntodemodelos
eferramentasdesuporteparaGovernançadeTIC,segundomostraaFigura7.13:
• MITCISR:trata-sedeummodeloparaGovernançadeTICvoltadoparamaximizar
o valor de TIC para o negócio. Tem como grande vantagem a simplicidade e
possibilidadedeincorporaçãogradativadepráticasemecanismosdeGovernança.
• COBIT:trata-sedeumpadrãodemercadoorientadoaprocessoscomregrasclaras
sobreosprocedimentosdeauditoria.ÉmuitoaceitonoBrasil emdecorrênciade
suaadoçãopelosbancoscombaseemregulamentaçãodoBancoCentral.
• ITIL:éummodelovoltadoparagestãodeserviços,muitoimportanteparaasáreas
desuporteeentregadeserviçosdeTIC.
• BSC (BalancedScoreCard):éummodelobastanteusadoporpermitirvisualizaras
relações de causa e efeito entre os objetivos estratégicos, concentrando a
formulaçãodaestratégiaeasuaexecução.
174
Figura7.13–ModeloGeraldeGovernançadeTIC
SegundoaFigura7.13,oModelodeGovernançadeTICdoMIT–CISRéusado,portanto,
comomodelobásico.Conformefoimostadonocapítulo3,estemodelocompõe-sede
seis elementos: Estratégia e Organização da Empresa; Organização de TIC &
Comportamento Desejável; Metas de Desempenho e Sustentabilidade de Negócio;
Métricas de TIC & Monitoração; Arranjos de Governança de TIC; e Mecanismos de
GovernançadeTIC.
OsmodelosdeGovernança,COBITeBSC, eomodelodeGestãodeServiço, ITIL, são
integrados ao modelo do MIT CISR, como um mecanismo (vide capítulo 9). Outro
MecanismomuitoimportantesãoosSistemasdeGerenciamentodeInfraestruturade
TIC,incluindoosSistemasdeGerenciamentodeRede.TaisSistemasdeGerenciamento
atuam de forma direta sobre os equipamentos, incluindo servidores, roteadores,
switches,dentreoutros,podendo-sereconfigurá-los,ativá-los,desabilitá-losoucolocá-
losemestadodormente.
Neste trabalho, serádadamais ênfase ao SistemadeGerenciamentodeRedes, como
um Mecanismo de Governança de TIC e como executor de Políticas dos Níveis de
InfraestruturadeTIC,DispositivoeInstância,conformeexplicadonocapítulo2.
175
7.3.3 ConsideraçõesFinais
Neste capítulo, foi dada ênfase a métodos e modelos que viabilizam a aplicação de
Políticas de Sustentabilidade nos níveis de Negócio e Sistema. Na realidade, o
PlanejamentoEstratégicoestabelecemetasdeDesempenhoeSustentabilidadeaserem
alcançadaseespecificaPlanosdeAçõesaseremexecutadosparaestefim.
A partir dessas metas, são especificados Indicadores de Desempenho e
Sustentabilidade, cuja evolução deve ser acompanhada pelos mecanismos de
Governança,objetivando-segarantirqueasmetassejamalcançadasdentrodosprazos
estipulados.AGovernançadeTICé,portanto,responsávelpelaexecuçãodasPolíticas
deSustentabilidadedosníveisdeNegócioeSistema.Demaneirasimilar,osSistemas
de Gerenciamento de Infraestrutura de TIC são responsáveis pela execução das
Políticas de Sustentabilidade nos níveis de infraestrutura de TIC, dispositivo e
instância. No caso específico de Serviços de Rede, os Sistemas de Gerenciamento de
Redes são responsáveis pela execuçãodePolíticas de Sustentabilidadenos níveis de
Rede (Infraestrutura de TIC), Dispositivo e Instância, conforme apresentado no
capítulo8.
176
8 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE REDES ORIENTADO A
POLITÍCASDESUSTENTABILIDADE
EstecapítuloapresentaumSistemadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticas
de Sustentabilidade responsável pela aplicação de políticas dos níveis de Rede,
DispositivoeInstância,conformeexplicadonocapítulo6.Aspolíticasdestesníveissão
determinadas a partir das políticas dos níveis superiores, a saber: de Negócio e
Sistema.
Na parte inicial deste capítulo é mostrada a arquitetura genérica de Sistemas de
GerenciamentodeRedesorientadoàPolítica,esãodiscutidososdesafiosdetradução
depolíticasdescritasparaosdiferentesníveis,incluindoRede,DispositivoeInstância.
Na segunda parte é apresentada a proposta da arquitetura de um Sistema de
Gerenciamento orientado a Políticas de Sustentabilidade e seu modo de operação,
comoexemplo real deum sistemadesse tipo, cujoprotótipo encontra-se em fasede
desenvolvimento.
8.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeRedes
Ogerenciamentoderedesenglobaaconfiguração,aadministração,amanutençãoeo
provisionamentodosrecursosdarede.Umapolíticaorientadaàsustentabilidadeem
nível de redes pode ser vista como um conjunto de regras que controlam o
comportamentodarededeacordocomumadiretrizglobaldegerenciamentoderedes
orientadaàsustentabilidade.
Umapolíticadegerenciamentotraduz-senoníveldaredepormeiodeumadeclaração
deaçãopré-determinada,quese repeteemcadaentidadeenvolvidana redequando
certascircunstânciassãoatendidas,refletindoumcursodeaçãoqueguiaasdecisões
futuras na rede de acordo com uma política geral de operação (BOROS, 2000)
(SAPERIA, 2002).Onúmerodas ações possíveis ounecessárias realizadaspara cada
recursodisponívelnaredecresceàmedidaqueossistemasatuaissetornamcadavez
maiscomplexoseheterogêneos.Historicamente,ousodepolíticasdegerenciamento
deredestemsidoespecialmenteassociadoàsseguintescategorias(BOROS,2000):
177
1. Políticasdegerenciamentodedesempenho.
2. Políticasdecontroledeacessoesegurança.
3. Políticasdequalidadedeserviço.
4. Políticasdeadministraçãoeconfiguração.
5. Políticasdegerenciamentodefalhas.
Os desafios de umapolítica de gerenciamento de redes orientada à sustentabilidade
envolvemaçõesrelacionadasadiferentescategoriasdepolíticas,incluindoaspossíveis
interaçõesentreelas.Porexemplo,umapolíticaorientadaàsustentabilidadepodeter
como objetivo minimizar o consumo de energia pela rede, mantendo-se um
determinado nível de qualidade de serviço (QoS – Quality of Service). Dessa forma,
objetiva-seobteromenorconsumodeenergiapossívelparaoestadopresentedarede
aomesmotempoemquesejamgarantidosvaloresmínimosaceitáveisparamétricas
dedesempenhoeconfiabilidade.
8.1.1 GerenciamentodeRedesBaseadoemPolítica
O chamado Gerenciamento de Redes Baseado em Política (PBNM - Policy-Based
NetworkManagement)temsidousadocomoumparadigmadegerenciamentoderedes
que, ao separar as operaçõesde administraçãodas operaçõesbásicasda rede, torna
mais fácil o seu gerenciamento. Este vem ganhando importância nas últimas duas
décadas à medida que se mostra um mecanismo flexível e robusto de alocação de
recursos e serviços na rede, tais como alocação de banda, garantia de qualidade de
serviço,controledeacessoepriorizaçãodetráfego.
O Internet Engineering Task Force (IETF), em cooperação com o Distributed
Management Task Force (DMTF) e por meio do Policy Framework Working Group
(PFWG),definiuoqueseriaumaabordagemótimaparaaarquiteturaeomodelode
informaçãoparaumSistemadeGerenciamentodeRedesBaseadoemPolítica(RANA,
2009), conforme ilustraaFigura8.1. Este trabalho fundamenta-senoscomponentes
propostosnessaarquiteturageralparaderivarumaarquiteturaparagerenciamentode
redes baseado empolítica orientada à sustentabilidade, que serámostradana Seção
8.3.
178
Figura8.1-ArquiteturaPropostapeloIETFPFWGparaumPBNM
AarquiteturapropostapeloIETFPFWGparaumPBNMécompostade:
• ServiçodeGerenciamentodePolítica(PMS-PolicyManagementSystem):Fornece
uma interface para especificação, edição e administração de políticas para o
gerenciamentodarede.
• Repositório de Política Dedicado (DPR - Dedicated Policy Repository):É a base
para armazenamento e obtenção de informações, regras e padrões sobre a
política.
• Ponto deDecisão de Política (PDP - PolicyDecision Point):Também conhecido
como Servidor de Política, lida com os eventos, tomando decisões baseadas
neles.
• PontodeExecuçãodePolítica(PEP-PoliceEnforcementPoint):Aplicaaçõespara
garantirqueaspolíticasbaseadasnosconjuntosderegrasdotipo“secondição
então ação” recebidos do Ponto de Decisão de Política sejam executadas. É o
ponto no qual a rede, de fato, é posta nas condições almejadas.
Subsequentemente,oPEPpodeserdivididoem:
179
o Ponto Executor de Política, que executa efetivamente as ações
determinadas;e
o PontoVerificadordePolítica,queasseguraacorretaaplicaçãodasaçõese
checaseosrequisitosforamsatisfeitos.
• ProtocolosdeComunicaçãodePolítica:sãoempregadosnasoperaçõesdeleitura
ou escrita realizadas sobre o repositório de política (e.g., LDAP –Lightweight
Directory Access Protocol) e para promover comunicação entre os pontos de
decisãoeexecuçãodepolítica(e.g.,COPS–CommonOpenPolicyServiceeSNMP
–SimpleNetworkManagementProtocol).
O modelo de operação de uma arquitetura para um PBNM consiste na criação,
modificaçãoearmazenamentodepolíticaspormeiodoServiçodeGerenciamentode
Políticas. Políticas armazenadas são recuperadaspeloPontodeDecisãodePolítica e
executadas pelo Ponto de Execução de Políticas nos elementos de rede (switches,
roteadores).
8.1.2 RegrasdePolíticaeMapeamentoemNíveisdeAbstração
Umapolíticadegerenciamentoétraduzidaemregrasnonívelderedes.Estascontêm
quatroprincipaiscomponentes:condição,ação,prioridadeepapel,conformemostra
aFigura8.2.Opapelindicaocontextoemqueapolíticaérelevante;aprioridadese
refere à importância relativa de uma regra no caso de um conflito de políticas; a
condiçãoindicaoestadoparaoqualapolíticadeveseraplicada;eaaçãodescreveo
procedimentoquedeveserrealizadoquandoaregraéaplicável.
Figura8.2-Anatomiadeumapolítica
180
Conforme discutido no capítulo 2, os níveis de abstração para o gerenciamento de
redes refletem os aspectos relevantes para a rede nos correspondentes níveis de
política. Neste caso, cada nível de abstração define um escopo de política dentro da
rede,comomostraaFigura8.3.
Figura8.3-NíveisdeAbstração
Umapolíticadesustentabilidadeparaogerenciamentoderedespodeserespecificada
noníveldenegóciopormeiodeumServiceLevelAgreement (SLA),quedeterminaos
aspectosdequalidadedeserviçopertinentesàredeeaosníveismínimosrequeridos
para cada categoria de serviço especificada. Dessa forma, a especificação da política
nesse nível determina, a partir do SLA, requisitos de desempenho como vazão
(throughput) mínima, atraso máximo, máximo jitter, máxima perda de pacote;
requisitosdedisponibilidade,comomáximodowntimepermitidodurantedeterminado
período.Oníveldenegócioindicaaindaumaorientaçãogeralreferente,porexemplo,à
garantiadomínimoconsumodeenergiaparamanutençãodosrequisitosdescritosna
SLA,ouaumametaespecíficademáximoconsumodeenergiacomumaespecificação
deparâmetrosaceitáveisdedeterioraçãodequalidadedeserviço.
A especificação da política no nível de visão de negócio é traduzida para o nível de
visão de rede, onde se emprega uma linguagem estruturada para especificação de
181
políticas que independe dos detalhes do dispositivo. Enquanto uma linguagem
estruturadadeespecificaçãodepolíticasemaltonívelnãoforpadronizada,linguagens
comooPonder(LYMBEROPOULOS,2004),SWRL(W3C,2004),REWERSE(BONATTI,
2005),dentreoutros,sãoutilizadasnaespecificaçãoe implementaçãodepolíticasno
nível de rede. Na próxima seção há uma breve descrição da sintaxe de uma dessas
linguagensparafinsdeilustraçãodesuapraticidadeecomplexidadedeuso.
8.1.3 LinguagemdeEspecificaçãodePolíticadeGerenciamento
Devido à sua ampla utilização e flexibilidade (RANA, 2009), o Ponder foi escolhido
comolinguagemdedescriçãodepolíticanocontextodoSistemadeGerenciamentode
RedesorientadoaPolíticasdeSustentabilidadeapresentadonestetrabalho.
OPonderéumalinguagemdeespecificaçãodepolíticasdegerenciamentoesegurança
para sistemas distribuídos desenvolvida pelo grupo de Políticas em Sistemas
Distribuídos, no London Imperial College (LYMBEROPOULOS, 2004). Para fins de
especificação, análise e execução de políticas, foi elaborado um conjunto de
ferramentasparaoPondercompostopor:
1. CompiladorPonder:compiladorparaalinguagemPonderqueconsistedeum
analisador sintático, um analisador semântico de dois passos, um gerador de
códigoJavaparapolíticasdeobrigaçãoerestrição,eumgeradordecódigoXML;
2. EditordePolíticaPonder:umeditorcustomizávelparaalinguagemPonder;
3. Kit de Gerenciamento Ponder: kit para suportar o gerenciamento dos
módulosdomodeloapartirdoconsolegeraldegerenciamento.
Nas subseções 8.2.3.2 a 8.2.3.8 são descritas brevemente a notação e sintaxe da
linguagem, sendo também apresentados alguns exemplos de como ela pode ser
utilizada para descrever as políticas de sustentabilidade em nível de rede
(DAMIANOUetal,2001)(DAMIANOU,2002).
8.1.3.1 Sintaxe
182
A sintaxe do Ponder é definida segundo a notação EBNF (ISO/IEF 14977:1966). A
seguir,algumasdasprincipaisconvençõesdestanotação:
• Agrupamentosdeitenssãoespecificadosentreparênteses“()”;
• Elementosopcionaissãoespecificadosentrecolchetes“[]”;
• Repetiçõessãoespecificadasentrechaves“{}”;
• “|“éosímboloseparadordasalternativasemumaregradegramática;
• “=“ é o símbolo de definição; à esquerda do símbolo fica o nome da regra de
gramáticae,àdireita,adefiniçãodonome;
• “;”éosímbolodeterminaçãocomoqualcadaregraéterminada;
• “,”éosímbolodeconcatenação;diferentestermosdamesmaregrasãoseparados
porestesímbolo;
• Aspalavrasreservadasdalinguagemsãoespecificadasemnegrito.
8.1.3.2 ConvençõesLéxicas
Algumas das principais convenções léxicas da linguagem Ponder (DAMIANOU et al,
2001)(DAMIANOU,2002)são:
• Identificador:umasequênciaarbitrariamente longade letrasedígitos,naqualo
primeiro caractere deve ser uma letra, diferente de “_”, com diferenciação entre
maiúsculaseminúsculas(e.g.,‘Managers’,‘x_coord’,‘year_2000’,‘SATURDAY’);
• Palavras reservadas: identificadores reservadospara uso comopalavras-chaves
dalinguagem(conformeFigura8.4);
• Action auth+ auth- boolean catch constraint deleg+ deleg- do domain event
extends extern grantee group hops import in inst int meta mstruct oblig on
raises refrain rel result role set spec string subject target type user
valid when and bag collection else endif enum false implies not or
sequence then true xo
Figura8.4-PalavrasReservadasdaLinguagem
• Caminhos: são definidos de maneira semelhante à notação de sistemas de
arquivoUnix,podendoserrelativosouabsolutos,eindicamalocalizaçãodeum
183
objeto, a definição de tipo de política ou instância de uma política (e.g.,
‘/dept/sales/salesmen’,‘secretaries/’,‘/.’);
• Operadores: os caracteres definidos nas Figuras 8.5 e 8.6 correspondem aos
operadoresdalinguagem;
• @ ! -> || && ^ = <><<= >>= + - * /
Figura8.5-CaracteresusadoscomoOperadoresdaLinguagem
• | .. ( ) { } [ ] . : , ;
Figura8.6-CaracteresusadoscomoOperadoresePontuaçãodaLinguagem
• Literais: são as constantes suportadas pela gramática. Podem ser dos tipos
‘Integer-constant’, ‘Real-constant’, ‘String-constant’ e ‘Bollean-constant’ (e.g.,
999,3.14159265385,10E+12,“administrator”,true).
8.1.3.3 TiposPré-definidos
A Figura 8.7 mostra os tipos pré-definidos da linguagem (DAMIANOUet al,
2001)(DAMIANOU,2002).
int, real, string, Boolean, domain, set, event, action, constraint,
auth+, auth-, oblig, refrain, deleg+, deleg-, group, role, rel,
mstruct, meta
Figura8.7-TiposPré-definidosdaLinguagem
8.1.3.4 TiposdePolítica
A linguagem Ponder define quatro grupos de políticas básicas: autorização
(authorisation policies), restrição (refrain policies), delegação (delegation policies) e
obrigação (obligationpolicies). Estas políticas usam sistematicamente três conceitos
(DAMIANOUetal,2001)(DAMIANOU,2002):
• Subject: refere-se a um sujeito ouumutilizador, ou seja, a usuários, gerentes ou
componentesgerenciadoresautomatizados,osquaispossuemresponsabilidadede
gerenciamento.
184
• Target: refere-se aos objetos acessados por um subject ao invocar um método
visívelnasinterfacesdostargets,ouseja,osrecursosoufornecedoresderecursos
sobreosquaissãoaplicadasasregrasdaspolíticas.
• Domains:fornecemmeiosdeagruparosobjetossobreosquaisserãoaplicadasas
políticas. É possível agrupar os objetospor fronteiras geográficas, tipode objeto,
responsabilidadeououtrosfatoresqueforemconvenientesaosadministradores.
Na linguagem Ponder, as políticas podem ser visualizadas como classes-bases que
formam hierarquias de herança, conforme mostrado na Figura 8.8. Nas próximas
seçõesserãodescritasasquatropolíticasbásicasmostradasnestafigura.
Figura8.8-DiagramaBasedeClassesdoPonder
8.1.3.5 PolíticasdeAutorização
Aspolíticasdeautorizaçãodefinemquaisatividadesumelementodotiposubjectestá
autorizado (ou não) a executar sobre os objetos do tipo target. São políticas de
controle de acesso para proteger os recursos e serviços contra acessos não
autorizados.Existempolíticasdeautorizaçãopositivasquepermitemacessoaobjetos,
bemcomohápolíticasdeautorizaçãonegativas,quenegamacessoaobjetos.AFigura
8.9mostraasintaxedeumapolíticadeautorização.
inst ( auth+ | auth– ) policyName “{” subject [<type>] domain-Scope-Expression ;
185
target [<type>] domain-Scope-Expression ; action action-list ; [ when constraint-Expression ; ] “}“
Figura8.9-SintaxedeumaPolíticadeAutorização
OexemplodaFigura8.10refere-seàautorizaçãodeumavideoconferência.Onomeda
política é “allocateBandwidth” e está localizada na pasta
“/users/administrators/jsmith”.Osubjectdapolíticaéogrupo“executiveGroup”,ea
política será aplicada para qualquer membro desse grupo. A ação é habilitar a
videoconferênciacomumalarguradebandade1Mbpseprioridade5entre14he17h
paraqualquerusuáriodogrupo“executiveGroup”queestiverlocalizadono“site1”ou
no“building4”.
inst auth+ /users/administrators/jsmith/allocateBandwidth{ subject /users/groups/executiveGroup; target /realms/sites/site1 OR/realms/sites/buildings/building4; action enable(videoconference, bandwidth=1M, priority=5) ; when time.between(1400,1700); }
Figura8.10-ExemplodeumaPolíticadeAutorização(STRASSNER,2004)
8.1.3.6 PolíticasdeRestrição
As políticas de restrição são usadas para definir um conjunto de ações que os
elementos do tipo subject não podem executar sobre os objetos do tipo target,
independentemente desses subjects terem sido previamente autorizados a executar
essasações.AFigura8.11apresentaasintaxedeumapolíticaderestrição.
inst refrain policyName“{” subject [<type>] domain-Scope-Expression ; target [<type>] domain-Scope-Expression ; action action-list ; [when constraint-Expression ; ] “}“
Figura8.11-SintaxedeumaPolíticadeRestrição
O exemplo ilustrado na Figura 8.12 proíbe que videoconferências sejam habilitadas
paraqualquerlocalizaçãoemumasegunda-feira.
Inst refrain /users/administrators/jsmith/assignBandwidth { subject /users/groups/executiveGroup; target /-; //any target action enable(videoconference) ;
186
when time.day(Monday);}
Figura8.12-ExemplodeumaPolíticadeRestrição(STRASSNER,2004)
8.1.3.7 PolíticasdeDelegação
As políticas de delegação são usadas para permitir que um subject conceda um
conjuntodeprivilégiosaoutrosubject, chamadograntee.AFigura8.13apresentaa
sintaxedeumapolíticadedelegação.
inst deleg+ “(”associated-auth-policy “)” policyName “{” grantee [<type>] domain-Scope-Expression ; [ subject [<type>] domain-Scope-Expression ; ] [ target [<type>] domain-Scope-Expression ; ] [ action action-list ; ] [ when constraint-Expression ; ] [ valid constraint-Expression ; ] “}”
Figura8.13-SintaxedeumaPolíticadeDelegação
OexemplodaFigura8.14estáassociadoàpolíticadeautorizaçãodaFigura8.10ediz
queosubjectdapolíticadeautorização“allocateBandwidth”podedelegaroprivilégio
de habilitar uma videoconferência no domínio “/realms/sites/site1” a grantees no
domínio “/users/groups/adminGroups/execAssistants”. Esta delegação pode ser
executadaentre08he17heéválidaparaaspróximas24horas.
inst Deleg+ (allocateBandwidth) delegateBandwidthAllocation { grantee /users/groups/adminGroups/execAssistants; target/realms/sites/site1; action enable(videoconference, bandwidth=1M, priority=5) ; when time.between(0800,1700); valid time.duration(24) ; }
Figura8.14-ExemplodeumaPolíticadeDelegação(STRASSNER,2004)
8.1.3.8 PolíticasdeObrigação
As políticas de obrigação definem um conjunto de ações que um elemento do tipo
subject deve executar quando um determinado evento ocorrer. Diferentemente das
políticasdeautorização,quesãobaseadasnossubjects,aspolíticasdeobrigaçãosão
baseadasnostargets.AFigura8.15mostraasintaxedeumapolíticadeobrigação.
inst oblig policyName “{” on event-specification ;
187
subject [<type>] domain-Scope-Expression ; [ target [<type>] domain-Scope-Expression ; ] do obligation-action-list ; [ catch exception-specification ; ] [ when constraint-Expression ; ] “}”
Figura8.15-SintaxedeumaPolíticadeObrigação
O exemplo da Figura 8.16 define que sempre que um evento de requisição de
videoconferênciaforrecebido,deve-sereservarlarguradebandanosroteadores.
Inst Oblig videoConferenceSetUp { on request(videoconference, source, bandwidth ) ; subject /devices/routers/InternetGatewayRouter; target /devices/edgeRouters; do target.reserve(bandwidth) ;}
Figura8.16-ExemplodeumaPolíticadeObrigação(STRASSNER,2004)
Os exemplosmostraram declarações diretas das políticas para cada tipo de política
básicausandoapalavrareservadainst.Casosejanecessáriopassarparâmetrosparaas
políticas, a linguagem também suporta ummodo mais flexível de reúso de funções
usando a palavra reservada type no lugar da palavra reservada inst. Dessemodo é
possível, por exemplo, passar osparâmetrossubject e target dinamicamentepara a
política.
8.1.3.9 LinguagemdeDescriçãodePolíticasdeDispositivosdeRede
As linguagens de descrição de políticas proporcionam uma boa abordagem para
descreverdeformaestruturadaavisãodenegócio,possibilitandoumaformametódica
deorganizaraspolíticasefacilitandoasuacompreensão.Contudo,aindaénecessário
fazer com que as políticas em Ponder sejam aplicadas em recursos de rede que
comumente não suportam essa linguagem. Nesse sentido, as Políticas de
SustentabilidadeemNíveldeDispositivoeInstânciacumpremafunçãodeinterpretar
aspolíticasemPonderparacriarregrasqueserãoaplicadasaosdispositivos.
188
8.2 PolíticadeSustentabilidadeemNíveisdeDispositivoeInstância
Umapolíticadesustentabilidadeemníveldedispositivoérepresentadapelatradução
dapolíticadescritaemumalinguagemdealtonívelparaumadebaixonívelqueseja
aplicável ao dispositivo. A abordagem é a tradução de regras escritas em uma
linguagemdeclarativa, comoPonder,parauma linguagemdeexecução, representada
por um conjunto de comandos específicos para o dispositivo. O problema envolve a
traduçãodepolíticasabstratasparapolíticasconcretas.Políticas,emumdadoníveldo
contínuodepolítica,geralmentediferemnasintaxe,maspodemserrelacionadaspor
meiodeumasemântica.Paracorrelacionarconceitosdeduaslinguagensdepolíticaé
necessárioummodelosemânticoquecontenhatantoasemânticaparaovocabulário
usado nas linguagens de política quanto as definições de como os conceitos estão
relacionados. Esse objetivo é alcançado commodelos de informação (como o CIM -
Common InformationModel; SID - Shared Information/DataModel; DEN -Directory
EnabledNetworks,aversãonextgeneration,DEN-ng)quedefinemummapeamentode
conceitosabstratosemconceitosconcretos.
Omodelo de informaçãoDirectoryEnabledNetworksnextgeneration (DEN-ng) é um
dos mais abrangentes modelos de informação usados para integrar diferentes
linguagens,semânticasemodelosdeprogramação.DEN-ngéumaespecificaçãodeum
modelode informaçãoorientado a objetos.Descreve comoelementos e entidades se
inter-relacionamnoambientegerenciado(STRASSNER,2004).AFigura8.17ilustrao
modeloparaumaregradepolíticausando-seoDEN-ng.
Figura8.17-ModelodeRegrasdePolíticadoDEN-ng[Fonte:(STRASSNER,2004)]
189
Um modelo de informação como o Directory Enabled Networks (DEN) e possíveis
variaçõessãoutilizadosparaintegrardiferenteslinguagens,semânticasemodelosde
programação. DEN é uma especificação de um modelo de informação orientado a
objetos. Descreve como elementos e entidades se inter-relacionam no ambiente
gerenciado(STRASSNER,2004).
Figura8.18-GerenciamentodeRedesbaseadoemPolítica[RANA2009]
Oproblemadetraduçãodepolíticaatéoníveldedispositivoéesquematizadonafigura
8.18.Requisitosfuncionaisenãofuncionaissãodefinidosemlinguagemdealtonível,
190
incluindoalinguagemnatural.Estessãoentãocapturadosdeformaabstrataemuma
linguagemdedescriçãodepolíticadealtonível.Umesquemadetraduçãoqueenvolve
umasemânticacomuméusadonatraduçãodeumapolíticaabstrataparaumapolítica
concreta que faça sentido no nível do dispositivo. Esta, por sua vez, resulta em
comandos específicos para o dispositivo. A Figura 8.19 ilustra de forma prática um
problema de tradução entre uma política abstrata e uma ação concreta no nível do
dispositivo. Neste caso, uma ação na política de gerenciamento de alto nível define
certaconfiguraçãoparaparesBGP(BorderGatewayProtocol),quedeveserexecutada
emcadaumdosroteadoresdaredeaíenvolvidos.
Figura8.19-TraduçãodeAçãodePolíticaemAltoNívelparaAçãodeConfiguraçãode
Dispositivo
191
Omodelodeinformaçãoéutilizadoparafacilitaratraduçãodeumaregradenegócio,
já traduzidanumaregradepolítica,paraumaaçãopersonalizadapordispositivo,de
formaaconfigurararede.
A distinção entre o nível de dispositivo e instância pode sermelhor entendida pelo
seguinteexemplonocontextodeumapolíticadesustentabilidadevisandoaeconomia
deenergia:noNíveldeDispositivo,determina-secomoasregrasserãorepresentadas
nosdispositivosatravésdeumaabstraçãoquelevaemcontaasfunçõescomunspara
cadadispositivo.UmexemploseriaousodeSNMPeumaMIBquesuporteoajustedo
dispositivoparaníveisdistintosde consumodeenergia.Por exemplo,nessenível se
sabequaisdispositivospodemestarem'dormir'equaispodemapenas'hibernar',ou
mesmo se algum equipamento é capaz ou não das duas coisas. Essas duas ações,
'dormir' e 'hibernar', são abstrações que consideram capacidades comuns aos
dispositivos. O fato de determinado equipamento não dispor do comando 'hibernar'
não impossibilitaquetal funcionalidadeseja implementada.Assim,essedeterminado
equipamentopodelevaracaboadecisãosuperiordequeeledevehibernaratravésda
passagemporoutrosestadosdistintos.Algumadministradorpodequerermodelarsua
rede de forma que, na incapacidade de propriamente hibernar, um equipamento
durmaouentreno'estadodebaixoconsumo'.Finalmente,noNíveldeInstância,essa
entradaem'estadodebaixoconsumo',conceitodoNíveldeDispositivo,serátraduzida
para o comando 'acionar estado 7', o que é bem específico para o dispositivo em
questão,dependendoatémesmodeversõesdosistemaoperacionaldoequipamento.
Certamente,podehavercasosnosquaisumaexpressãoadvindadaabstraçãodoNível
deDispositivosetraduzaemmaisdeumaexpressãodeinstânciae,portanto,emmais
deumcomando.
8.3 Proposta de Sistema de Gerenciamento de Redes baseado emPolíticaorientadaàSustentabilidade
O modelo para um Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de
Sustentabilidade temsido indicadocomoumadas formasparaobtençãoderedesde
comunicaçãomais eficientesdopontode vista de consumoenergético. Entretanto, a
coordenação de funcionalidades que visam a economia de energia, definindo-se os
modosdeoperaçãoparaosequipamentos (porexemplo,estadodehibernação,ativo
ou desligado) em redes, tem se mostrado desafiadora, uma vez que os protocolos
192
tradicionais de redes foram implementados considerando-se equipamentos sempre
ligadoseativos.Assim,umSistemadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticas
deSustentabilidadeé inerentementedinâmico se comparadoa soluções tradicionais,
aumentando consideravelmente a complexidade das interações em uma rede com
elementosdinamicamentecomutadosentreestadosdeoperação(emhibernação,ativo
ou desligado) para adaptar o seu consumo de energia ao nível de utilização do
dispositivo.
O objetivo de gerenciamento de redes orientado a Políticas de Sustentabilidade é o
gerenciamentononívelderedesdeformaaotimizarousoderecursos,emparticularo
consumo de energia, reduzindo-se os gastos relacionados a recursos sub-utilizados.
Além disso, outra questão importante é se este dinamismo de mudar o estado de
operaçãodeumequipamento (dormente, ativooudesligado)em funçãode cargana
redetemounãoimpactonoseutempodevida.
O desafio que surge neste cenário consiste na avaliação dos impactos das ações
orientadasàsustentabilidadesobreaqualidadedoserviçodaredecomoumtodo,no
contexto de uma rede dinamicamente adaptada em função da carga total trafegada,
como intuito de economizar energia e, também, demaximizar o tempode vida dos
própriosequipamentos.
8.3.1 VisãoGeraldaArquiteturadoSistemadeGerenciamento
Esta seção apresenta uma proposta de arquitetura para um Sistema de
GerenciamentodeRedesorientadoaPolíticasdeSustentabilidade.Baseia-sena
arquitetura geral proposta pelo PFWG IETF e seus componentes, já descrita,
adicionando-se módulos que permitem uma avaliação concorrente das múltiplas
métricasenvolvidasnaimplementaçãodeumapolíticadesustentabilidadenosníveis
deRedeeDispositivo.
Osistemapropostopodeserutilizadoparaavaliarmétricasdesustentabilidade,como
eficiênciaenergéticaeciclodevidaemumaredeheterogênea.AFigura8.20mostraa
arquiteturageraldosistemaproposto.
193
Figura8.20-ArquiteturadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticasdeSustentabilidade
NíveldeRedes:
No nível de Redes, o Sistema de Gerenciamento orientado a Políticas de
Sustentabilidadeécompostodosseguintesmódulos:
• Monitor de Sustentabilidade: dedicado à avaliação de parâmetros de
sustentabilidade, compreendendo um Monitor de Avaliação de Eficiência
EnergéticaeumMonitordeAvaliaçãodoCiclodeVida.
• MonitordeDisponibilidade:realizaocálculodinâmicodedisponibilidadedarede
namedida em que a topologia da rede é dinamicamente ajustada em função da
variaçãodecargadetráfegodeseusroteadoreseswitches,quepodemmudarde
estado(hibernação,ativooudesligado).
194
• PontodeDecisão(PD):Estemódulodecidesedeterminadapolíticadeveounãoser
aplicada, analisando as suas regras, condições e eventos associados. Acessa as
políticas ativas descritas em uma linguagem de política de alto nível, como o
Ponder, armazenadas no Repositório de Políticas, analisa as medidas de
desempenhoparacadaelementodaredeedecideseaspolíticasdevemounãoser
emaplicadasaoestadoatualdarede.
• Atualizador de Dispositivo: coleta dados e aplica mudanças de configuração em
cadaroteadorouswitchresponsável,comunicando-secomosdispositivosderede.
• Ponto de Execução: faz a tradução da ação da política para uma linguagem ou
comandodebaixonívelparaosdispositivos.Essasaçõessão,então,executadasem
cadadispositivo,refletindoapolíticadealtonível.
• ServiçodeGerenciamentodePolíticas:éusadonaentradadepolíticasnosistema,
verificandoasuaconsistênciaearmazenando-asnumRepositóriodePolíticas.
• Repositório de Políticas: contém as Políticas de Sustentabilidade e Desempenho
aplicadasaosníveisdeRede,DispositivoeInstância.
• Repositório de Modelos: armazena os modelos para avaliação de métricas de
sustentabilidadeaplicáveisadiferentesclassesdeequipamentosderede.
NíveldeDispositivo:
O objetivo do sistema é gerenciar os roteadores/switches de uma rede, como a
instânciaindividualmostradanaFigura8.20.Naarquiteturaéassumidoqueaomenos
a funcionalidade de sleep mode/standbye está disponível nos dispositivos de rede
gerenciadosporessesistema.Nesseestado,odispositivomantém-seenergizado,mas
nãocumpresuafuncionalidadeprincipaldeencaminhardados.
Para que no nível de redes seja possível aplicar uma política de sustentabilidade,
decidindo-se por colocar ou não um dispositivo no estado de hibernação (sleep
mode/standby) é necessário obter informação sobre o volume de tráfego em cada
dispositivo.Tal informaçãopodesercoletadaporumprotocolodegerenciamentode
redes,comooSNMPdiscutidonocapítulo2,deacordocomumaBasedeInformação
de Gerenciamento (MIB - Management Information Base) que tenha variáveis
relacionadasaconsumodeenergia.
195
NíveldeInstância:
Ainformaçãosobrevolumedetráfegodeumdispositivoeoutras,comooestadodeum
dispositivoeporta,taxadetransmissãodeumaporta,estãodisponibilizadasemuma
Base de Informação de Gerenciamento (MIB - Management Information Base). É
assumidoquecertascaracterísticas,comoestadoetaxadetransmissãodasportasdo
roteador/switch,são controláveis pormeio do protocolo de gerenciamento de rede,
i.e.,quenasoperaçõesSNMPespecíficasasdiferentesvariáveisdaMIBestãoajustadas.
A seçãoseguintedetalhaaoperaçãoe comunicaçãoentreosmódulosdaarquitetura
proposta.
8.3.2 MododeOperaçãodoSistemadeGerenciamento
Nesta seção serão detalhadas a operação dos módulos principais que compõem o
Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de Sustentabilidade e as
métricasassociadasaessesmódulos.
Comofoiexplicadoanteriormente,osistemaémunidodeumPontodeDecisão(PD)
como controlador. Este módulo emprega um Grafo da Rede, representando uma
estruturadedadosqueconcentraasmétricasavaliadasparacadadispositivonarede,
incluindosuaposiçãorelativa.Nestegrafo,cadanórepresentaumroteadorouswitch,
easarestasrepresentamosenlacesusadosparaconectaressesnós.
Acadanóestãoassociadososseguintesdados:
• NODE.ID:Identificadorúnicodenó;
• NODE.CLASS: Identificadorde classedonó, i.e., tipododispositivoagrupadopor
modelo e fabricante para o qual valem asmesmas características relacionadas a
sustentabilidade(consumodeenergia,ciclodevidaetc);
• NODE.NECR:Taxadeconsumoenergéticoparaonó;
• NODE.NEPI:Índicedeproporcionalidadedeconsumoenergéticodarede,i.e.,como
o consumo de energia escala com a carga no dispositivo, e.g., linear, quadrático,
exponencialetc;
• NODE.ELTPI:Índicedeproporcionalidadedetempodevidaesperado,i.e.,quantoo
tempodevidasereduzemfunçãodacarganodispositivo;
196
• NODE.PKR:Taxadeperdadepacotesassociadaaocaminhomínimoentreonóeo
backbone;
• NODE.DELAY:Tempodeatraso,intervalo,entreumpedidodonóearespostado
backbone;
• NODE.AVAIL:Índicededisponibilidadedonó,i.e.,razãoentreuptimeedowntime
paraumintervalo,ouatraso,arbitrário.
Acadaarestaestãoassociadososseguintesdados:
• EDGE.WEIGHT:Fatordeponderaçãobaseadonaeficiênciaenergéticadecadanó,
refletindoocustodecadaenlacedeacordocomapolíticadegerenciamento;
• EDGE.LOAD: Volume de tráfego na aresta, i.e., tráfego no link entre dois
dispositivos,paraumintervalo;
• EDGE.BANDWIDHT:Larguradebandadoenlacerepresentadapelaaresta;
• EDGE.STATE:Estadodeatividade(ativo/inativo).
UmexemplodegrafoderedeusadopeloPontodeDecisão(PD)éexibidonaFigura
8.21. Esse grafo é atualizado pelo PD, refletindo uma política de gerenciamento. O
PontodeDecisãointeragecomosseguintesmódulos:MonitordeSustentabilidade,
MonitordeDisponibilidadeeAtualizadordeDispositivo.
197
Figura8.21-GrafodeRedeutilizadopeloPontodeDecisãodoSistemadeGerenciamento
orientadoaPolíticasdeSustentabilidade
A rede é periodicamente analisada pelo sistema, seguindo a sequência ilustrada no
diagramadefluxonaFigura8.22:
1) O PD aciona oAtualizador de Dispositivo, responsável por coletar dados e
aplicarmudançasdeconfiguraçãoemcadaroteadorouswitch,comunicando-se
comestesdispositivospormeiodeumprotocolodegerenciamento.
2) O PD requisita que oAtualizador de Dispositivo colete dados de tráfego e
configureosestadosdosdispositivosnarede.
3) As informações coletadas por meio domóduloAtualizador de Dispositivos
sãoutilizadasparaatualizarcadaarestadografo,refletindoacargaeestadode
cada enlace. Consultando o cliente de protocolo de gerenciamento em cada
dispositivo, o módulo também coleta dados sobre o desempenho dos nós,
métricarepresentadapelataxadeperdadepacotes,eoatrasonacomunicação
comobackbone.Essesíndicessãoassinaladosnosnós.
198
Figura8.22-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeConsumodeEnergia.
Comoobjetivode avaliar os índicesde sustentabilidade, oPD acionaoMonitor de
Sustentabilidade para que este atualize, com tais índices, o grafo de rede. Esse
monitor percorre o grafo, invocando os submódulos Avaliadores de Eficiência
Energética edeCiclo deVidaparacadanó.OAvaliador de Eficiência Energética
analisaoconsumoenergéticoinstantâneoparacadanó.AFigura8.22mostraospassos
executadospelosubmódulosupracitado.Cadarequisiçãodeveusarinformaçõessobre
aclassedonó,demodoqueobtenhadoRepositóriodeModelosoModeloEnergético
adequado. O Repositório de Modelos armazena os modelos para avaliação de
métricasdesustentabilidade,comoestánaFigura8.23.
199
Figura8.23-RepositóriodeModelosparaoSistemadeGerenciamentodeRedesorientadoa
PolíticasdeSustentabilidade
OModeloEnergéticoépreviamenteespecificadoedescrevecaracterísticasrelativasao
consumoenergéticoparacadaclassededispositivo.Paracadaclassedeequipamento
sãodefinidos trêsprincipais subsistemas: portas, CPUe chassi.OModeloEnergético
emprega parâmetros de eficiência energética para cada um desses subsistemas,
definidoscomosesegue:
• CHASSIS.SLEEP:Consumodochassiquandoemstandby/sleepmode;
• CHASSIS.IDLE: Consumo do chassi quando em idle mode, ou seja, quando o
componentenãoestáexigindonenhumacarga;
• CHASSIS.FULL_LOAD:Consumodochassiquandotrabalhandoemcargamáxima;
• CHASSIS.LOAD_PI:Índicedeproporcionalidadeentreumaumentodeconsumode
energiaeumdecarga, i.e., comooconsumoescalacomacarga,e.g., linearmente,
exponencialmente,deformaquadráticaetc.
• CPU.SLEEP:ConsumodaCPUquandoemstandby/sleepmode;
200
• CPU.IDLE:ConsumodaCPUquandoemidlemode,ouseja,quandoocomponente
estátotalmentedisponível,masnãoestásendoutilizado;
• CPU.FULL_LOAD:Consumodochassiquandotrabalhandoemcargamáxima;
• CPU.LOAD_PI: Índice de proporcionalidade entre um aumento de consumo de
energiaeumdecarga,equivalenteaochassis,emboranestecasosejareferenteà
CPU;
• PORT.NOLOAD:Consumodeumaportaquandonenhumacargaéexigida;
• PORT.BW_PI: Índice de proporcionalidade, para uma porta e paramesma carga,
entreaumentodeconsumoelarguradebanda;
• PORT.FULL_LOAD:Consumodeumaportaquandotrabalhandoemcargamáxima;
• PORT.LOAD_PI: Índice de proporcionalidade entre um aumento de consumo de
energiaeumdecarga,equivalenteaosanteriores,masnestecasoseráreferenteà
porta;
• PORT.TR_PWR_SPK: Pico de consumo associado à transição de uma porta entre
diferenteslargurasdebanda.
O próximo passo é verificar se o Modelo Energético correspondente a um dado
componente pode ser localizado no Repositório de Modelos Energéticos. Se tal
modelonãoforencontrado,ummodelopadrãopessimistaécarregadodorepositório,
usandoum limite inferiorpré-determinadoparaasvariáveisdeconsumoenergético.
Issoequivaleautilizaromodelodeconsumomenoseficienteconhecidoparaaclasse
do dispositivo, mantendo assim uma estimativa pessimista de consumo de energia.
Contrariamente, quando omodelo requerido é encontrado, verifica-se a consistência
dasvariáveis,demodoque,seovalordealgumparâmetro faltar,eleécarregadode
um modelo pessimista. A seguir, avalia-se a eficiência energética, processo que usa
tanto o Modelo Energético quanto informações contidas no grafo para avaliar o
consumodeenergia.Apartirdo tráfegode cadaarestaassociadoaonó, calcula-sea
cargatratadaporestenó,sendoqueestainformaçãoé,também,usadaparaocálculo
do consumoem cadaporta. Se todas as arestas de umnó estiveremno estado sleep
mode/standby,considera-sequeopróprionótambémestaránessemesmoestado.
O consumo energético total, junto à carga manejada pelo dispositivo, é usado na
avaliaçãodoconsumo,gerandoduasmétricas:ataxadeconsumoenergético(NECR–
NetworkEnergyConsumptionRate)paraodispositivo,queéarelaçãowatts/bits,ea
201
métricadeproporcionalidadedeconsumoenergéticodarede(NEPI–NetworkEnergy
ProportionalityIndex).ONEPImedeaproporcionalidadequerelacionaumacréscimo
noconsumodeenergiadevidoaoaumentocarga.Esteíndiceéobtidopelohistóricode
consumo de cada componente, onde se estabelece um fator de escala, i.e., linear,
exponencial,quadrático,etc.Oúltimopassodarequisiçãoéaatualizaçãodografode
redecomosíndicescalculados.
OMonitor de Sustentabilidade também interage comoMonitor de Avaliação do
CiclodeVida,requisitando,acadanó,umaavaliaçãosobreociclodevidaeseguindo
ospassosmostradosnaFigura8.24.
Figura8.24-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeCiclodeVida
Aoperaçãocomeçacompedidodeavaliaçãodeciclodevidaenviadoadeterminado
componente.Nasequência,carrega-sedorepositóriodemodelosaqueleadequadoao
componente. Para tanto, utilizam-se informações sobre a classe desse componente.
Cadamodelodeveincluirumsubconjuntodasseguintesvariáveis:
• LF.LOAD_PI: Índice de proporcionalidade de ciclo de vida, que relaciona uma
degradaçãonotempodevidaesperadocomumaumentodecarga;
• LF.MD_INDEX: Índice de descarte de ciclo de vida, que informa sobre qual é a
dificuldadeparareciclaroudescartaradequadamenteomaterialdoqualéfeitoo
componente;
• LF.REP_COST:Índicedetrocadecustodereposição,queserelacionacomocusto
docomponente.
202
Opróximopassoéverificarsehá,noRepositóriodeModelos,ummodelodeciclode
vidaadequadoaocomponente.Aexemplodomodeloenergético,afaltadomodelode
componenteimplicanousodeummodelopessimista,oqualconsistenousodevalores
limítrofespré-definidosparaasvariáveisdeciclodevida.Inversamente,encontrando-
seummodelodeciclodevida,verifica-seaconsistênciadesuasvariáveis.A faltade
umadelastambémimplicanousodevaloreslimítrofesestabelecidospreviamente.As
métricasavaliadasestãoescritasnonó.
Seguindoaoperaçãodosistema,omóduloPontodeDecisãoaciona,então,oMonitor
deDisponibilidadeparaqueesteavalieamétricadedisponibilidadedecadanódo
grafodarede.Aoperaçãodessemonitorestásumarizadanofluxogramaapresentado
naFigura8.25.OAvaliadordeDisponibilidadepercorre,então,ografo,consultandoo
ModelodeDisponibilidadee calculando,primeiro, adisponibilidadede cadanópara
encaminharumpacotededadose, segundo,adisponibilidadedecadaroteadorhost
paraentregarosdadosaoroteadordebackbone.
Figura8.25-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeDisponibilidade
OModelodeDisponibilidadeécompostopelas informaçõesdecadatipoderoteador
ouswitchdarede,asquaisdescrevemosseguintesparâmetrosparaenlaces:
• AV.LINKS_MTBF:Períodomédioentrefalhas;
• AV.LINKS_MTTR:Tempomédioatéreparar;
• AV.LINKS_WAKUP_TIME:Tempomínimodewakeup.
203
Eosseguintesparâmetrosparanós:
• AV.NODES_MTBF:Períodomédioentrefalhas;
• AV.NODES_MTTR:Tempomédioatéreparar;
• AV.NODES_WAKUP_TIME:Tempomínimodewakeup.
OAvaliadordeDisponibilidadecalculaasmétricasdedisponibilidade,descritascomo
sesegue:
• AV.NODES_FORWARD:Listadadisponibilidadedecadanóquepodeencaminhar
pacotesdedadosaosnósvizinhos;
• AV.HOST_NODES: Listadadisponibilidadedecadanóhost quepodeencaminhar
pacotesdedadosaoroteadordebackbone.
O Avaliador de Disponibilidade calcula a disponibilidade em dois passos: primeiro,
para cada nó e, depois, para cada roteador host. No primeiro, usa-se o método da
Cadeia de Markov, amplamente utilizado no cálculo tanto para sistemas com
arquiteturaparalelaquantostandby,comosevênaFigura8.26.
Figura8.26-ModelosdeDisponibilidadeemParaleloeStandby
204
Figura8.27-CálculodaDisponibilidadeusandoaCadeiadeMarkov
Na Figura 8.26, a variável λ representa a taxa de falhas, que consiste em 1/MTBF
(MeanTimeBetweenFailures),µataxadereparo,consistindode1/MTTR(MeanTime
toRepair),eavariávelC,queéaprobabilidadedeumerroseridentificado,oqueno
sistemaserelacionacomataxacomaqualografodaredeéatualizado,sendo1/(taxa
deatualização).
A disponibilidade é primeiramente calculada para cada nó. Em seguida, calcula-se a
disponibilidade de um roteador host se comunicar com o backbone. A avaliação de
disponibilidadeparaumroteadorhostéfeitaemdoispassos:primeirosãocalculados
todosos caminhosmínimos (equação1)entreosdois roteadores;no segundopasso
faz-se a soma considerando-se a teoria de grafos, i.e., excluindo a interseção entre
todos os caminhos mínimos para cada roteador host (equação 2), e tendo como
resultadoamétricadedisponibilidade.
205
Disponibilidade(caminhosmínimos)=Π(nós)Disponibilidade(nó)(1)
Disponibilidade(roteadorhost)=∑(caminhosmínimos)Disponibilidade(caminhosmínimos)(2)
Nasexpressões,avariávelnóindicaonúmerodenósquecompõemocaminhomínimo
eavariávelcaminhosmínimosrepresentaaquantidadedecaminhosmínimosentreo
roteadorhosteobackbone.
Porfim,apósografodaredetersidoatualizadocomasmétricasavaliadasparacada
dispositivo,esteéentãousadonoPonto deDecisãoparaaaplicaçãodapolítica.Os
dadossãolidospeloGerenciadordePolíticaqueaplicaapolíticaemaltonível.Asações
definidaspelapolíticaemaltonívelsãoentãopassadasaoPontodeExecução,queas
traduzparaaçõesconcretasque,porsuavez,sãotransmitidasparaosdispositivosvia
protocolodegerenciamento,comodiscutidoanteriormente.
8.4 ConsideraçõesFinaisEste capítulo mostra a arquitetura genérica de um Sistema de Gerenciamento
orientadoaPolíticaspropostapelo IETFediscuteaquestãode traduçãodepolíticas
descritasemdiferentesníveisdeabstração.Nocasodonívelderedes,optou-sepela
linguaguemPonder,utilizadanosexemplosdescritosdePolíticadeRedenestecapítulo
eno capítulo9.NoníveldeDispositivo, aspolíticasdeníveldeRede são traduzidas
para comandos SNMP. E, finalmente, no nível de Instância essas políticas são
traduzidasemoperaçõessobrevariáveisdaMIB.
Aindanestecapítulo,comoimportanteestudodecasoapresenta-seapropostadeum
Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de Sustentabilidade que
permitequearedesejagerenciada levandoemconsideraçãoprioridadesalinhadasà
política mais geral de sustentabilidade. Tais prioridades incluem a manutenção de
níveisdequalidadedeserviçonegociadoscomoclientefinal.Osistemapermite,ainda,
que se realize uma contínua avaliação de consumo de energia para fins de
chaveamentodaprópriapolíticaativaepriorizaçãodasrotasmaiseficientes.
Uma implementação para o sistema em questão, utilizando a linguagem Ponder, o
protocolodegerenciamentoSNMPeomecanismodeengenhariade tráfegobaseado
em túneis MPLS (Multiprocol Label Switching), está em desenvolvimento e será
206
discutida no próximo capítulo, como exemplo ilustrativo. Alémdisso, o problemade
tradução de uma política mais geral de gerenciamento, em regras escritas em
linguagem de alto nível e passando por uma linguagem de baixo, também será
focalizado.
207
9 ESTUDODECASOPARAEFICIÊNCIAENERGÉTICAEMTIC
ParafinsdeexemplificarcomopodeseraplicadooModelodeGestãodeTecnologiada
InformaçãoeComunicaçãoorientadaaPolíticasdeSustentabilidade,seráusadocomo
estudo de caso o Centro de Informática e Telecomunicações (CIT) de uma
universidade, que funciona de modo semelhante ao CCE (Centro de Computação
Eletrônica)daUniversidadedeSãoPaulo,cujaoperaçãoédescritadetalhadamenteem
(CARVALHO2010).
9.1 VisãoGeralsobreUnidadedeNegóciodeTIC
OCentrodeInformáticaeTelecomunicações,queseráusadocomoonossoestudode
caso,éumaunidadedenegócioquerespondepelosserviçosdeinfraestruturadeTIC
deumauniversidadepúblicainstaladaem10campinototal.10.
Segundoo anuário estatísticode2011dauniversidade, seusprincipaisnúmeros são
(USP2011):
• AlunosMatriculados:88.962
• Docentes:5.865
• FuncionáriosTécnico-Administrativos:16.187
• FuncionáriosdeTIC:≈750
• Informática:
o Microcomputadores:41.938
o Impressoras:16.417
9.1.1 MissãodoCentrodeInformáticaeTelecomunicaçãoes
Primeiramente,foidesenvolvidaachamada“MissãoEstendida”,queserelacionacom
todasasideiasprincipaisaseremincorporadaspelaversãofinaldamissão:
10Sãoaotodo10campi,umprincipaletrêsmenoresnacidadedeSãoPauloeoutrosseisemcidadesdo
interiordoestadodeSãoPaulo(RibeirãoPreto,SãoCarlos,Piracicaba,Pirassununga,BaurueLorena),
sendoqueocampusdeSãoPaulorespondepor60%dasoperaçõesdeTIC.
208
• Administrar eficientemente os recursos de Tecnologia da Informação e
Comunicação(TIC)deusocomumatodasasunidadesdenegóciodauniversidade,
sejamelasunidadesadministrativasouunidadesdeensino.
• PrestarserviçosdeTICcomqualidadeeagilidadeàsuacomunidadedeusuáriose
clientes.
• Oferecer suporteà elaboraçãodediretrizesdeTICparaauniversidade comoum
todo.
• Serreferênciaemexcelênciaoperacionalnosâmbitosnacionaleinternacional.
Emtermosgerais,osserviçosprestadospeloCITcompreendemoatendimentoatodas
as unidades de negócio da universidade no que diz respeito a: manutenção de
equipamentosdemicroinformática, hospedagemde servidoresdedados em Internet
DataCenter, provimento de redes de dados intracampus e intercampi bem como de
acesso à Internet, projetos de redes locais, serviços de telecomunicações, suporte à
produção audiovisual para finalidades didáticas, de pesquisa, cultura e extensão,
suporteàaquisiçãodebensdeinformáticaeprospecçãodenovastecnologiasnaárea
deTIC.Estaprestaçãodeserviçosdeveserfeitacomexcelência,istoé,comagilidadee
qualidade. Esta excelência é a base para o CIT se tornar referência na sua área de
atuação,ocampusuniversitário.
A partir da Missão Estendida construiu-se a Missão do CIT: “Ser referência em
prestação de serviços sustentáveis de Tecnologia da Informação em campus
universitário”.Otermo“comSustentabilidade”foiincorporadoposteriormente,pois
o CIT como um todo foi se envolvendo, cada vez mais, em iniciativas de
SustentabilidadecomoTICVerde,editaissustentáveis, tratamentosustentávelde lixo
eletrônico,DataCenterVerde,dentreoutras.
9.1.2 SegmentaçãodosNegócios
OCITpossuicincodepartamentos,ecadaumcorrespondeaumaunidadedenegócio.
Quando foi desenvolvido o Plano Estratégico Corporativo, não se identificou a
necessidadedealteraressaestruturadedepartamentos.
209
OsDepartamentossãoosseguintes:
• Administração & Finanças (UNAF) – presta serviços para todos os demais
departamentos do CIT, no que diz respeito às diferentes sub-áreas de finanças e
contabilidade, compras, tesouraria e patrimônio. Além disso, controla a entrada e
saída de documentos oficiais do CIT e é responsável pela gestão de serviços
terceirizados, como de limpeza e vigia, e os serviços de organização de eventos.
Também administra as seguintes seções: Recursos Humanos, Transporte e
Manutenção Predial, o que inclui acompanhamento de obras civis e instalação de
parteelétrica.
• Apoio Tecnológico (UNAT) – é o departamento que está mais próximo da
comunidadedeusuáriosdoCITpelofatodeincorporarosserviçosdeHelpDesk.A
equipedoHelpDeskrespondeàschamadastécnicasde1ºNíveleencaminhaasde
2ºnívelparaaárea técnicacorrespondente.Essaschamadas incluemmanutenção
demicrocomputadore impressora,problemanarede localoude telefonia,dentre
outros.AlémdoHelpDesk,estedepartamentopossuioutrastrêsseções.Aprimeira
delas, chamadaEstúdioMultiMeios, produzvideoclipes, captura e transmite vídeo
em formato streaming e realiza videoconferências. A segunda desenvolve
programas aplicativos (por exemplo, sistema de controle de reserva de salas,
sistema de controle de frota, sistema de abertura de chamados técnicos viaweb)
paraatenderàsnecessidadesinternasespecíficasdocentro.E,porúltimo,tem-sea
seçãodeComunicação,cujaprincipalmetaémelhorartantoacomunicaçãointerna
docentrocomoaexternaaele.
• Manutenção de Equipamentos de MicroInformática (UNEM) – as principais
atividades deste departamento são realizar o reparo e a manutenção de
equipamentos eletrônicos, bem como a montagem de microcomputadores. Para
agilizar a prestação desses serviços, ele controla um estoque próprio de peças e
acessórios eletroeletrônicos. Parte da atividade de manutenção é realizada em
laboratórios e parte on-site, dependendo da gravidade do problema e do tipo de
peça que eventualmente precisa ser trocada. Além dessas atividades, a equipe do
departamento realiza prospecção de novas tecnologias e a especificação de
equipamentos de microinformática para os editais públicos de âmbito geral da
210
universidade.Porúltimo,estedepartamentocontacomumaseçãoresponsávelpelo
tratamentode lixoeletrônico,denominadaCEDIR (CentrodeDescarte eReúsode
ResíduosdeInformática).
• Operação de DataCenter (UNDC) – uma das principais atividades deste
departamento é cuidar do IDC (Internet DataCenter), onde são hospedadas
máquinas e sites de todas as unidades de negócio da universidade, bem como
equipamentos da rede backbone da universidade, e de sua interconexão com a
Internet.ParadarsuporteaoIDC,existeumserviçodeoperação24x7.Onúmero
desistemashospedadosnoIDCtemcrescidoanoaanoerequercontínuagestãode
capacidadeemtermosdeenergiaconsumidaear-condicionado.AlémdoIDC,éde
responsabilidade deste departamento o serviço de e-mail. O número de caixas
postais bem como de mensagens recebidas e transmitidas tem crescido
constantemente,sobretudodevidoàrecenteofertadee-mailsparatodososalunos
da universidade. Por último, o departamento monitora e trata os incidentes de
segurança e aplica as políticas de segurança definidas no nível de toda a
universidade.
• Redes de Comunicação (UNRC) – atua nas áreas de rede de comunicação e
telefonia.Naáreaderedes,desenvolveeexecutaprojetosderedessolicitadospelas
diferentesunidadesdenegóciodauniversidade.Éresponsávelpelaredebackbone
que interliga os vários campi e pela rede backbone do campus principal, desde a
concepçãodoprojeto,suainstalação,monitoraçãoemanutenção.Alémdisso,cuida
da interconexão da rede backbone da universidade com ISPs (InternetService
Providers)ecomoutrasredesdoestadodeSãoPaulo.Naáreadetelefonia,atuade
modo semelhante, sendo responsável pela instalação emanutenção de centrais e
terminaistelefônicos.
9.2 MapeamentoentreDiferentesNíveisdePolítica
Para os Serviços de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) consideram-se
diferentesníveisdepolítica(videcapítulo2),asaber:
• NíveldeNegócio:Tomando-secomopontodepartidaosobjetivosdeDesempenho
e Sustentabilidade da organização ou da unidade de negócio de TIC de uma
211
organização e os contratos estabelecidos entre a organização e seus clientes ou
entre a unidade de negócio de TIC e outras unidades de negócio da mesma
organização, neste nível são estabelecidas metas e guias de desempenho e
sustentabilidade, tendo como diretriz básica atender os SLAs (Service Level
Agreements)definidosemcontratoseatuandosobreosprocessos.
• NíveldeSistema:EstenívelconheceasMetasdeDesempenhoeSustentabilidadee
osSLASquedevemseratendidosnoscontratosdaorganizaçãocomorganizações
clientes ou entre a unidade de negócio de TIC e outras unidades de negócio da
mesmaorganização,estabelecendoIndicadoresdeDesempenhoeSustentabilidade
referentesaprocessoseprocedimentosdaorganizaçãooudaunidadedenegócio
deTICcomoumtodo.
• NíveldeInfraestruturadeTIC:Conhecendo-seosIndicadoresdeDesempenhoe
Sustentabilidade,estenívelprovêasmétricasdeoperaçãodosprincipaissistemas
de TIC da organização ou da unidade de negócio de TIC, incluindo Sistemas de
Microinformática, Sistemas de Rede e Sistemas de DataCenter. Os valores destas
métricas são obtidos pela composição de métricas de operação de dispositivos
providaspeloNíveldeDispositivo.
• NíveldeDispositivo:Estenívelprovêosvaloresdemétricasdedispositivos,sejam
elesdeMicroinformática,RedesouDataCenters.
• Nível de Instância: Este nível provê acesso a variáveis internas dos próprios
dispositivos, que podem estar armazenadas, por exemplo, em uma MIB
(ManagementInformationBase).
Cabenotarqueumapolíticadeumnívelpodeserconvertidaemumaosduaspolíticas
deníveis inferiores. Istoocorre,porexemplo,quandoemníveldenegóciodefine-se,
dentrodocontextodesustentabilidade,umaPolíticadeEficiênciaEnergéticaquetem
comometaareduçãodeconsumodeenergiaelétricaem30%.Istoprovavelmenteirá
gerar Políticas de Eficiência Energética atreladas à infraestrutura predial, ao
DataCentereàsredesdecomunicação.
212
Aconversãodapolíticadeumnívelemumaoumaispolíticasdonívelimediatamente
inferiorpodeserrealizadamanualmenteconformedefinidoporumgrupodepessoas,
ouentãoautomaticamenteempregando-seumaferramentadesoftwareparaestefim.
Estaferramenta,aoreceberumapolítica,testaasuaaplicabilidadeeconsistênciaese
nãohouvernenhumproblema,executaatraduçãoeconversãodestapolítica.Emcada
nível,apolíticadesustentabilidadeédescritaempregando-seumalinguagemquetem
umníveldeabstraçãodistintodeoutrosníveis.Parafacilitar,suponha-sequenonível
de serviços de rede utiliza-se uma linguagem do tipo UML (Unified Modeling
Language). Esta política será convertida em comandos SNMP (Simple Network
ManagementProtocol)nocasodosníveisderedesedispositivos.
9.2.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeNegócios
Considerando que a organização usada como estudo de caso tem comomissão “Ser
referênciaemPrestaçãodeServiçosSustentáveisdeTecnologiadaInformaçãoe
Comunicação em campus universitário” e que suaPolíticade Sustentabilidade foi
definida como “Todos os processos e procedimentos relacionados a TIC devem
estaralinhadoscompreceitosdepráticassustentáveis”,éimportantedefinirquais
sãoasmetasassociadasaestamissãoeaestapolítica.
Vale também ressaltar que uma organização ou unidade de negócio voltada para
prestação de serviços de TIC, tipicamente, tem como estratégia básica a “excelência
operacional”. As empresas com este tipo de estratégia são aquelas que enfatizam a
eficiênciae a confiabilidade, liderama indústria em termosdepreçoe conveniência,
minimizam os custos de overhead (i.e, custos indiretos e de despesas) e alinham a
cadeiadesuprimentos(WEILL2006).
SegundoapesquisadesenvolvidapeloMIT-CISR,taisempresassãomaiscentralizadas,
enfatizamouso eficazde ativos, e seusprocedimentosoperacionais eprocessos são
tipicamentepadronizados(WEILL2006).
Apartirdaí,pode-seinferircomoprincipaismetas:
• Uso racional de insumos. No caso de uma organização desta natureza, têm-se
como principais insumos: energia elétrica, telefonia, combustível devido ao
213
deslocamentoparaprestaçãodeserviçosdesuporteemanutençãoon-site,ebens
deconsumodeinformática,incluindo,principalmente,papel,tonnerparaimpressão
emídiasparagravação(porexemplo,DVDs,pendrives)(Meta1).
• Inexistência de perda de material ou equipamentos por mau uso, perda de
validade(e.g.,casodearmazenamentodematerialsemusoportempoprolongado)
ouperdadeprazosdegarantia (e.g., encaminhamentodeequipamentodefeituoso
foradoprazodegarantia)(Meta2).
• Destinaçãosustentáveldetodooresíduogerado,pormeiodeaçõesdereúsoou
reciclagem(Meta3).
• Capacitação da equipe técnica alinhada com o estado da arte de soluções e
tecnologiasdaáreadeTIC(Meta4).
• Inexistênciadeacidentesdetrabalhoedeocorrênciadedoençasoperacionais
(Meta5).
• Melhoria contínua dos serviços prestados com redução do tempomédio de
atendimentoachamadoseresoluçãodeproblemas,visandooobjetivodetempo
máximoiguala24horas(Meta6).
• Inovaçãoconstantedosprodutoseserviçosprestados(Meta7).
9.2.2 PolíticasdeSustentabilidadeemNíveldeSistema
Para fins de ilustração, são definidas as políticas, metas e indicadores em Nível de
Sistemapara trêsdasmetas emNíveldeNegócio, a saber:UsoRacionalde Insumos
(Meta 1), Destinação Sustentável de Todo o Resíduo Gerado (Meta3) e Inovação
ConstantedosProdutoseServiçosPrestados(Meta7).
9.2.2.1 UsoRacionaldeInsumos
Nesta Seção são apresentadas asMetas, Políticas e Indicadores de Sustentabilidade
relacionadosàmetadeUsoRacionaldeInsumos.
214
9.2.2.1.1 Aquisição de Bens de Consumo e Equipamentos de Informática eTelecomunicação
ParaocasodeAquisiçãodeBensdeConsumoeEquipamentosde Informáticae
Telecomunicaçõesforamdefinidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.
Metas:
• Aquisiçãosomentedebensde informáticaquesejam"verdes"(i.e.,queseguemos
padrões ROHS e/ou EPEAT de produção e possuem sistema de economia de
energia),recicláveisoubiodegradáveis.
• Aquisição somente de equipamentos eletroeletrônicos e, especialmente,
equipamentosdeinformáticaetelecomunicaçõesquesejam“verdes”.
• Substituição de todo o parque instalado de informática e telecomunicações por
equipamentos“verdes”noprazodeumano.
• Credenciamento somentede fornecedoresque estejam comprometidos comações
desustentabilidade,oquepodesercomprovado,porexemplo,pelaelaboraçãodo
GRI.
Política:
Só participam de editais ou RFPs (Request for Proposals) para aquisição de
equipamentosdeinformáticaetelecomunicaçãoosfornecedoresalinhadoscomações
desustentabilidade.Serádadapreferênciaàaquisiçãodeequipamentosdeinformática
etelecomunicaçõesquesejam“verdes”.
Indicadores:
• ABS1-Porcentagemdefornecedoresquetêmcomprometimentocom
sustentabilidade(GRI).
• ABS2-Porcentagemdefornecedoresqueproveemsoluçõesouprodutos“verdes”.
• ABS3-Porcentagemdefornecedoresqueproveemsoluçõesdelogística“verdes”.
• ABS4–Porcentagemdeequipamentosdeinformáticaetelecomunicações“verdes”.
• ABS5-Porcentagemdebensdeconsumo“verdes”,reciclados,recicláveise/ou
biodegradáveis.
• ABS6–Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdeequipamentos“verdes”.
215
• ABS7-Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdebensdeconsumo“verdes”,
reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis.
9.2.2.1.2 ConcessãodeViagensNacionaiseInternacionais
ParaocasodeConcessãodeViagensNacionaiseInternacionaisforamdefinidasas
seguintesmetas,políticaseindicadores.
Metas:
• Eliminaçãodeviagensparareuniõestécnicasentrelocalidadesdaorganizaçãoque
possuamequipamentosdevideoconferência.
• Aquisiçãodeequipamentosdevideoconferênciaparatodasasunidadesdenegócio
remotasemrelaçãoàmatrizdaorganização.
Política:
• Concessãodeviagens,tantonacionaiscomointernacionais,somentepara
participaçãodeeventos,conferênciaseprogramasdetreinamento.
Indicadores:
• IOG12–Gastostotaiscomcombustível(litros,R$)mensaleanual.
• IOG13 – Índice de consumo de combustível (litros, R$) mensal e anual por
funcionário.
• IOG14 - Índice de crescimento de consumo de combustível mensal e anual por
funcionário.
• OPR15 – Índice de redução de deslocamentos e/ou viagem devido ao uso de
ferramentasdetrabalhocolaborativo.
• OPR16-Índicedegastoemviagens(R$,kilometragem)porfuncionário.
• ABX–PorcentagemdasUnidadesdeNegócioRemotasquepossuemequipamentos
devideoconferência.
216
9.2.2.1.3 MelhoriadaEficiênciaEnergéticadaInfraestruturaPredial
ParaocasodeMelhoriadaEficiênciaEnergéticada InfraestruturaPredialforam
definidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.
IndicadoresGerais:
• IOG1–Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual.
• IOG2 - Índice de consumo de energia elétrica (kWh, R$) mensal e anual por
funcionário.
• IOG3 - Índice de crescimento de consumo de energia elétricamensal e anual por
funcionário.
Meta:
• Substituição de todos os interruptores de energia elétrica por interruptores
acionadosporsensoresdepresença.
Políticas:
• Aquisição e instalação de interruptores acionados por sensores de presença para
salas que não são continuamente ocupadas, tais como salas de conferência e de
reunião.
• Aquisição e instalação de um sistema automatizado de iluminação, que permita
controlara iluminaçãoatravésdeumaprogramaçãodeacordocomahoradodia
e/ouocupaçãonassalasdeusocontínuo.
Indicador:
• IOG5-Porcentagemdassalaseáreasdeusocomumquepossueminterruptoresde
iluminaçãoe/ouar-condicionadoacionadosporsensoresdepresença
9.2.2.1.4 Melhoria de Eficiência Energética da Área de Tecnologia daInformaçãoeComunicação
217
Para o caso de Melhoria de Eficiência Energética da Área de Tecnologia da
Informação e Comunicação foram definidas as seguintes metas, políticas e
indicadores.
IndicadoresGerais:
• IOG1–Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual.
• IOG2 – Índice de consumo de energia elétrica (kWh, R$) mensal e anual por
funcionário.
• IOG3 – Índice de crescimento de consumode energia elétricamensal e anual por
funcionário.
• OPR1–GastostotaisdeenergiaelétricacomainfraestruturadeTIC.
• OPR17–ÍndicedecrescimentodosíndicesdegastosemTICcomenergiaelétrica.
• DataCenter.
Metas:
• Reduçãode20%noconsumodeenergiaelétrica.
• Consolidaçãodeservidoresfísicosemservidoresvirtuais.
Políticas:
• Hospedagemde servidoresDataCenterpreferencialmentepara servidores virtuais
(ahospedagemdeservidoresfísicosseriapermitidaapenasemcasosdevidamente
justificados de impossibilidade de uso de virtualização na aplicação a ser
hospedada).
• Conversãodeservidoresfísicoscomociosidademédiamaiorque70%porperíodo
superior a ummês em servidores virtuais e realocação do servidor físico para o
conjuntodeservidoreshospedeirosdevirtualização.
• Substituiçãodeservidoresfísicoscommaisdecincoanosporservidoresvirtuais.
• Aquisiçãoe instalaçãodePDUsparamediçãodeconsumodeenergiaporservidor
nãovirtualizado.
• RedesdeComunicação.
Metas:
• Reduçãode20%noconsumodeenergiaelétrica.
218
• Substituiçãodetodososenlacesmetálicosderedesmetropolitanas(porexemplo,
nointeriordeumcampus)porenlacesdefibraóptica.
• Manutençãodeequipamentoscativoscomtaxadeusosuperiora30%.
Políticas:
• Manutençãodeequipamentoscativoscomtaxadeusosuperiora30%.
• Priorização de aquisição de equipamentos com interfaces ópticas em detrimento
dos equipamentos de interfaces para cabos metálicos no caso de conexões
metropolitanasedelongadistância.
• Desativaçãodeequipamentosderedecomociosidademaiordoque70%,casoseja
possívelremanejarotráfegoemanteroníveldequalidadedeserviço(QoS).
Indicadores:
• OPR3 – Índice de gasto de energia elétrica (kWh ou R$) por capacidade de
transmissãoinstalada.
• OPR6-Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totalepor
funcionário,nocasodeadoçãodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaasredes.
• Porcentagem dos enlaces metropolitanos e de longa distância que são de fibra
óptica.
• ComputadoresPessoais.
Metas:
• Reduçãode20%noconsumodeenergiaelétrica.
• Adoçãodeuma infraestruturadevirtualizaçãodedesktops (VDI–VirtualDesktop
Infrastructure).
Políticas:
• Preferênciapelaaquisiçãode thinclientsou terminaismóveis (e.g.:notebooks)em
substituiçãoaoscomputadoresconvencionais(dotipodesktop).
• Todo computador ou terminal em desuso deve ser colocado automaticamente no
mododeeconomiadeenergia.
• Computadores semuso pormais de doismeses devem ser realocados para outro
usuário.
219
Indicadores:
• OPR4–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcomputadorpessoal.
• OPR7-Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totalepor
funcionário, no caso de adoção de soluções de eficiência energética para
computadorespessoais.
9.2.2.1.5 ConsumodeBensdeInformática
ParaocasodeConsumodeBensdeInformáticaforamdefinidasasseguintesmetas,
políticaseindicadores.
Metas:
• Todasasimpressorasdevemsermonitoradasdemodoapossibilitaro
levantamentodeestatísticasdeuso.
• Reduçãodeconsumodepapel,tonnereoutrosbensdeinformáticaem10%.
Política:
• Aquisição e instalação somente de impressoras com interface de rede e
possibilidadedemonitoraçãoremota.
Indicadores:
• OPR11 - Porcentagem das impressoras que são monitoradas por ferramentas de
controledenúmerodeimpressões.
• OPR13-Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraeporfuncionário.
• OPR14 - Índice de gasto em cartuchos de impressoras (R$) por impressora e por
funcionário.
• OPR10-Índicedereduçãodonúmerodeimpressões,deconsumodepapeletonner
pelaadoçãodefluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos.
• OPR12-Gastostotais(R$)combensdeconsumodeinformática.
• OPR17-ÍndicedecrescimentodegastosemTICcombensdeinformáticaemgeral,
papel,cartuchosdeimpressora.
ATabela9.1 resumeosIndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta1– Uso
RacionaldeInsumos.
220
Tabela9.1–IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta1-UsoRacionaldeInsumos
Dominio ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade
OrigemdosInsumos
Fornecedor Sustentabilidade(e.g.,
adesãoaoGRI)
ABS1-Porcentagemdefornecedoresquetêmcomprometimentocomsustentabilidade(GRI)ABS2-Porcentagemdefornecedoresqueproveemsoluçõesouprodutos“verdes”
Produtos“verdes”.Reciclados,recicláveise/ou
biodegradáveis.
ABS4–Porcentagemdeeqptosdeinformáticaetelecomunicaçõesquesão“verdes”ABS5-Porcentagemdebensdeconsumo“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis
Produtos
“Verdes”.Reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis.
ABS6–Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdeequipamentos“verdes”ABS7-Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdebensdeconsumo“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis
UsoRacionaldeRecursos
Combustível PerfildeUso
IOG12–Gastostotaiscomcombustível(litros,R$)mensaleanualIOG13–Índicedeconsumodecombustível(litros,R$)mensaleanualporfuncionárioIOG14–Índicedecrescimentodeconsumodecombustívelmensaleanualporfuncionário
ViagensAérease
Rodoviárias
OPR15–Índicedereduçãodedeslocamentose/ouviagemdevidoaousodeferramentasdetrabalhocolaborativoOPR16-Índicedegastoemviagens(R$,quilometragem)porfuncionário
EnergiaElétrica
PerfildeConsumo
IOG1–Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanualIOG2–Índicedeconsumoenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanualporfuncionárioIOG3–Índicedecrescimentodeconsumodeenergiaelétricamensaleanualporfuncionário
IluminaçãoIOG5-Porcentagemdassalaseáreasdeusocomumquepossueminterruptoresdeiluminaçãoe/ouar-condicionadoacionadosporsensoresdepresença
Dominio ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade
UsoRacionaldeRecursos
EnergiaElétrica
TecnologiadaInformaçãoe
Comunicação
PerfildeConsumo
OPR1–Gastostotaisdeenergiaelétricacomainfra-estruturadeTICOPR17–ÍndicedecrescimentodosíndicesdegastosemTICcomenergiaelétrica,óleodiesel,bensdeinformáticaemgeral,papel,cartuchosdeimpressora,viagenseoutros
DataCenter
OPR2–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)noDataCenterporcapacidadedeprocessamentoearmazenamentoinstaladaeporfuncionárioOPR5–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,nocasodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaederefrigeraçãoparaoDataCenter
RedesdeComunicação
OPR3–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcapacidadedetransmissãoinstalada
221
OPR6–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,nocasodeadoçãodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaasredes
ComputadoresPessoais
OPR4–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcomputadorpessoalOPR7–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,nocasodeadoçãosoluçõesdeeficiênciaenergéticaparacomputadorespessoais
VirtualizaçãoOPR8–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,devidoasoluçõesdevirtualizaçãodecomputadoreserede
Bens
EquipamentosdeTIC
Impressoras
OPR10–Índicedereduçãodenúmerodeimpressões,deconsumodepapeletonnerpelaadoçãodefluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicosOPR11-PorcentagemdasimpressorasquesãomonitoradasporferramentasdecontroledenúmerodeimpressõesOPR13-Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraeporfuncionárioOPR14-Índicedegastoemcartuchosdeimpressoras(R$)porimpressoraeporfuncionário
BensdeConsumodeTIC
OPR12–Gastostotais(R$)combensdeconsumodeinformática
9.2.2.2 DestinoSustentáveldeTodososResíduosGerados
Nesta Seção são apresentadas asMetas, Políticas e Indicadores de Sustentabilidade
relacionadosàmetadeDestinoSustentáveldeTodososResíduosGerados.
9.2.2.2.1 DestinoSustentáveldeEquipamentosEletroeletrônicos
Para o caso de Destino Sustentável de Equipamentos Eletroeletrônicos foram
definidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.
Meta:
• Destinação Sustentável de Todos os Equipamentos Eletroeletônicos considerados
inservíveisparaorganização,sejaporobsolecênciaoupormaufuncionamento.
Política:
• Todoequipamentoconsideradoinservívelparaorganizaçãodeveserencaminhado
parareúsoemalgumprojetosocialouparareciclagem.
222
Indicadores:
• SPV5–TempodeVidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização.
• SPV6-Índicedecrescimentodociclodevidadeequipamentoseletroeletrônicosda
organização.
• SPV7–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentede
TIC inservíveis na organização, que são encaminhados para reúso em projetos
sociais.
• SPV8–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentede
TIC inservíveis na organização, que são desmontados e encaminhados para
reciclagemdecomponentes.
• SPV9–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização
quesãodescartados.
• SPV10 – Índice de crescimento do volume de equipamentos eletroeletrônicos
inservíveisnaorganizaçãoquesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisou
reciclagem.
• SPV11-Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicos
compossibilidadedereúso.
9.2.2.2.2 DestinoSustentáveldeResíduos
ParaocasodeDestinoSustentáveldeResíduosforamdefinidasasseguintesmetas,
políticaseindicadores.
Metas:
• Destinação sustentável de todos os bens de consumo inservíveis, incluindo os de
informáticaetelecomunicações,equaisquertiposderesíduos.
• Eliminarageraçãoderesíduosnãorecicláveis.
Política:
• Todooresíduogeradodeveserencaminhadoparareúsooureciclagem.
Ações:
223
• Todos os bens de consumo inservíveis, incluindo os de informática e
telecomunicações,equaisquertiposderesíduosdevemserdescartadosnosistema
decoletaseletiva.
• Todososresíduosorgânicosdevemserencaminhadosparacompostagem.
• Todososresíduosinorgânicoserecicláveisdevemsertriadoseencaminhadospara
reúsooureciclagem.
Indicadores:
• IOG15–Volumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanual.Estelixopodeser
classificadoportipodematerial.
• IOG16–Volumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanualporfuncionário.
• IOG17 –Índice de crescimento e/ou redução do volume de lixo reciclado e não
recicladomensaleanualporfuncionário.
• OPR18–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmente.
• OPR19–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmente
porfuncionário.
• OPR20-Volumede resíduose lixogeradospela áreadeTICmensal e anualmente
quesãodescartados.
• LGI6- Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e
anualmente.
• LGI7- Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e
anualmenteporfuncionário.
• LGI9-Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadas.
• LGE1- Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e
anualmente.
• LGE2 - Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e
anualmenteporfuncionário.
• LGE3-Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens.
• LGE5 - Porcentagem dos resíduos gerados no empacotamento de bens que são
descartados.
ATabela9.2resumeosIndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta3–Destino
SustentáveldeTodooResíduoGerado.
224
Tabela9.2-IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta3–DestinoSustentáveldeTodo
oResíduoGerado
DomíniodePolítica
ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade
GestãodeResíduos
BensdeConsumo
Geral
IOG15–Volumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanual.EstelixopodeserclassificadoportipodematerialIOG16–VolumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanualporfuncionárioIOG17–Índicedecrescimentoe/oureduçãodovolumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanualporfuncionário
TIC
OPR18–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteOPR19–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteOPR20-VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmentequesãodescartados
Embalagens PerfildeDescarte
LGI6–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisrecebidasmensaleanualmenteLGI7–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisrecebidasmensaleanualmenteporfuncionárioLGE1–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmenteLGE2–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmenteporfuncionárioLGE3–Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens
225
Tabela9.3-IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta3–DestinoSustentáveldeTodo
oResíduoGerado
DomíniodePolítica
ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade
GestãodeResíduos
Embalagens
ReusadasouRecicladas
LGI8–PorcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasoupodemserencaminhadasparareciclagemLGI10–Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagemLGE4–PorcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãoreusadoserecicladosLGE6–Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdosresíduosquesãoreusadosouencaminhadasparareciclagem
Descartadas
LGI9–PorcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadasLGE5–Porcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãodescartados
Eletro-Eletrônicos
PerfildeDescarte
SPV5–TempodeVidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganizaçãoSPV6–Índicedecrescimento/reduçãodociclodevidadeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização
Reusados
SPV7–PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTICinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisSPV10–Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisoureciclagem.SPV11-Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicoscompossibilidadedereuso
Reciclados
SPV8–PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTICinservíveisnaorganização,quesãodesmontadoseencaminhadosparareciclagemdecomponentes
Descartados SPV9–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganizaçãoquesãodescartados
9.2.2.3 InovaçãoConstantedosProdutoseServiçosPrestados
NestaSeçãosãoapresentadasasMetas,PolíticaseIndicadoresrelacionadosàmetade
InovaçãoConstantedosProdutoseServiçosPrestados.
9.2.2.3.1 InovaçãoTecnológicadeEscopoGeral
ParaocasodeInovaçãoTecnológicadeEscopoGeral foramdefinidasasseguintes
metas,políticaseindicadores.
226
Metas:
• Aumentaronúmerodelançamentosdeprodutoseserviçosinovadoresnoperíodo
deumano.
• AumentaronúmerodepatentesdesenvolvidasnaáreadeTecnologiadaInformação
eComunicação.
Políticas:
• Alocação de porcentagem fixa da receita em Projetos de Pesquisa &
Desenvolvimento.
• Premiaçãodosfuncionárioscompatentesregistradas.
Indicadores:
• DTE17–Porcentagemdareceitaempregadaemprospecção tecnológicavisandoa
incorporação de novas tecnologias que tragam um diferencial competitivo para a
organização.
• DTE18–Númerodeprojetosdeprospecçãotecnológica.
• MVE11–Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC,
realizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano.
9.2.2.3.2 InovaçãoTecnológicacomFocoemSustentabilidade
Para o caso de Inovação Tecnológica com Foco em Sustentabilidade foram
definidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.
Metas:
• Alocarumaporcentagem fixada receita para investimentona áreadePesquisa&
Desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções com foco em
sustentabilidade.
• DesenvolverpatentesnaáreadeTecnologiaaplicadaaSustentabilidade.
Políticas:
• Alocação de porcentagem fixa da receita em Projetos de Pesquisa &
DesenvolvimentocomfocoemSustentabilidade.
• Premiaçãodosfuncionárioscompatentesregistradas.
227
Indicadores:
• DTE1 – Porcentagem da receita alocada para projetos de inovação tecnológica
voltadaparaeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursosgeraisedeTIC.
• DTE2 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
eficiênciaenergéticaparaDataCenter.
• DTE3 – Número de projetos voltados para o desenvolvimento de soluções de
eficiênciaenergéticaparaDataCenter.
• DTE4 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
eficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação.
• DTE5 – Número de projetos voltados para soluções de eficiência energética
aplicadasàsredesdecomunicação.
• DTE6 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
eficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesa.
• DTE7 – Número de projetos voltados para soluções de eficiência energética
aplicadasacomputadoresdemesa.
• DTE8 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
virtualizaçãoderecursoscomputacionais.
• DTE9 – Número de projetos voltados para soluções de virtualização de
computadoreseequipamentosderede.
• DTE10 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de
fluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos.
• DTE11 – Número de projetos voltados para a substituição do fluxo de trabalho
baseadoempapelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos.
• DTE12–Porcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodeferramentasde
trabalhocolaborativo.
• DTE13–Númerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentode ferramentasde
trabalhocolaborativo.
• MVE11–Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC,
realizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano.
ATabela9.3resumeosindicadoresdeSustentabilidadeeDesenpenhorelacionadosà
Meta7-InovaçãoConstantedosProdutoseServiçosPrestados.
228
Tabela9.4-IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta7-InovaçãoConstantedos
ProdutoseServiçosPrestados
DomíniodePolítica
ElementosdoDomíniodePolítica
deSustentabilidadeIndicadoresdeSustentabilidade
InovaçãoTecnológica
PerfildeInvestimentoDTE1–PorcentagemdareceitaalocadaparaprojetosdeinovaçãotecnológicavoltadaparaeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursosgeraisedeTIC
EficiênciaEnergética
DataCenter
DTE2–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaDataCenterDTE3–NúmerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaDataCenter
RedesdeComputadores
DTE4–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicaçãoDTE5–Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação
ComputadoresdoUsuárioFinal
DTE6–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesaDTE7–Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasacomputadoresdemesa
ProspecçãoTecnológica
DTE17–PorcentagemdareceitaempregadaemprospecçãotecnológicavisandoaincorporaçãodenovastecnologiasquetragamumdiferencialcompetitivoparaaorganizaçãoDTE18–Númerodeprojetosdeprospecçãotecnológica
ReengenhariadeProcessos
DTE15–PorcentagemdareceitaempregadanaatualizaçãodosprocessosadministrativoseoperacionaisvisandooaumentodeprodutividadeereduçãodegastosderecursosDTE16–Númerodeprojetosvoltadosparaatualizaçãodosprocessosadministrativoseoperacionais
TrabalhoColaborativo
DTE12–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodeferramentasdetrabalhocolaborativoDTE13–Númerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodeferramentasdetrabalhocolaborativo
FluxodeTrabalhoEletrônico
DTE10–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdefluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicosDTE11–Númerodeprojetosvoltadosparaasubstituiçãodofluxodetrabalhobaseadoempapelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos
VirtualizaçãodeRecursos
DTE8–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdevirtualizaçãoderecursoscomputacionaisDTE9–Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdevirtualizaçãodecomputadoreseequipamentosderede
ComunicaçãoMVE11–Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTICrealizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano
229
9.3 SistemadeGovernançadeTIC
TomandoporbaseométodoparaimplementaçãodeGovernançadeTICapresentado
nocapítulo8,temoscincofasesdetrabalho:
• Fase1–LevantamentodeInformaçõessobreaEmpresa
• Fase2–AvaliaçãodaGovernançadeTIC
• Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC
• Fase4–ImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC
9.3.1 LevantamentodeInformaçõessobreaOrganização
Nopresenteestudodecaso,tem-seoCentrodeInformáticaeTelecomunicações(CIT),
que presta serviços de Infraestrutura de TIC (Tecnologia da Informação e
Comunicação) para diferentes unidades administrativas e de ensino de uma
universidade pública. Como foi mencionado anteriormente, sua missão é: “Ser
referênciaemprestaçãodeserviçossustentáveisdeTecnologiadaInformaçãoe
Comunicaçãoemcampusuniversitário”.
Estaprestaçãodeserviçosdeveserrealizadacomexcelência,ouseja,comagilidadee
qualidade.Considerandoastrêsdisciplinasdevalordiscutidasnocapítulo7,pode-se
dizer que a estratégia básica do CIT é ”excelência operacional”. Contudo, para ser
referêncianaáreadeTICé,também,importante,emboranãoessencial,estaralinhado
com tecnologias de estado da arte, i.e., com as inovações tecnológicas. Isto permite
oferecer serviçosdiferenciados, commaiorqualidade, e facilitaoestabelecimentode
parceriasinternacionais.
Dentrodestalinhaestratégicabásica,deve-seconsiderarascincounidadesdenegócio:
Administração & Finanças (UNAF), Apoio Tecnológico (UNAT), Manutenção de
EquipamentosdeMicroinformática(UNEM),OperaçãodeDataCenter(UNDC)eRede
de Comunicação (UNRC). Estas unidades de negócio têm autonomia na própria
administração,nadefiniçãodesoluçõestécnicas,naprospecçãodenovastecnologias,e
nadefiniçãodosserviçosaseremprestados,masnão têmautonomianaalocaçãode
recursos financeirosdemédioe grandeportes.Quando se tratade investimentosna
aquisição de novos sistemas, tipicamente com inovação tecnológica, oumesmo para
expansãodossistemasadjacentes,cadaunidadedenegóciocompeteporrecursoscom
230
outrasunidadesdenegócio.Adecisãosobreinvestimentosenvolveadiretoriagerale
osdiretoresdecadaunidadedenegócio.
Omesmoacontece em relação aos recursoshumanos. Casoumaunidadedenegócio
necessite expandir seu quadro de funcionários, esta situação deve ser discutida em
âmbitodediretoriageraledosdiretoresdasdemaisunidades.Istosedeveaofatode
queoorçamentoparacontrataçãoderecursoshumanoséconcedidopelareitoriapara
oCITcomoumtodoenãoseparadamenteparacadaumadesuasunidadesdenegócio.
Assim sendo, pode-se dizer que existe sinergia entre as unidades de negócio. Há
padrões referentesà infraestruturabásicadeTICdisponívela todos, incluindoredes
decomunicação,plataformadeautomaçãodeescritório,serviçosdeback-up,serviços
de e-mail, intranet, dentre outros. Contudo, as aplicações e serviços de negócios são
específicasdecadaunidadedenegócio.
Em relação à estabilidade administrativa, vale dizer que, por se tratar de uma
universidadepública,a cadaquatroanos,tipicamente,substitui-seodiretorgeraldo
CIT.Istogera,comoprimeiroimpacto,mudançasnapriorizaçãodeinvestimentos,seja
para aprimoramento dos serviços já existentes, seja para incorporação de novos
serviços.
Ofatodeserumórgãopúblicoimplica,também,queasmetasdedesempenhonãosão
orientadas à lucratividade,mas sim ao emprego damelhormaneira possível do seu
orçamentoanual.IstomotivouarealizaçãodecomprascentralizadasdeTICemtodaa
universidade realizadapelopróprioCIT. Umaouduas vezespor ano são realizadas
chamadasparacompradebensdeinformáticaetelecomunicaçõesabertasatodasas
unidades administrativas e de ensino da universidade para realização de pregões.
Quanto maior for a adesão das diferentes unidades, maior o volume de compra, e
menor é o preço pago pelos bens adquiridos. Chega-se a obter entre 40 a 60% de
reduçãodessepreço(CARVALHO2010).
9.3.2 Fase2-AvaliaçãodeGovernançadeTIC
Nesta fase inicial, existia um modelo de Governança informal focado nas decisões
corporativasreferentesàadoçãodeinovaçõestecnológicas,naalocaçãoderecursosdo
231
orçamentoena resoluçãodeproblemasde interesse comuma todasasunidadesde
negócio.
Contudo,existiatambémapercepçãosobreanecessidadedeseadotarummodelode
Governança de TICmais bem estruturado, que norteasse a tomada de decisões e a
monitoração dos resultados correspondentes. Para dar andamento a este processo
iniciou-se a implementação das disciplinas mais críticas do ITIL (Information
TechnologyInfrastructureLibrary)asaber:ServiceDesk,GerenciamentodeIncidentes,
Gerenciamento de Problemas, Gerenciamento de Configuração, Gerenciamento de
MudançaseCapacidades(CARVALHO2010).
OITILnãopodeserconsideradoummodelodeGovernançadeTIC,massimdeGestão
deServiçosdeTIC.Noentanto,suaimplementaçãotevecomoconsequênciaamelhoria
deserviçosprestados,sobretudo,noatendimentoaousuário.Comopassardotempo,
o Service Desk passou por melhorias contínuas, incluindo-se diferentes níveis de
serviçoeexpandindo-seostiposdechamadosquepodemserfeitospelaweb.
Como resultado desta avaliação, optou-se pelo aprimoramento do processo de
desenvolvimentodoPlanoEstratégicoepor redesenhar totalmenteaGovernançade
TIC.
ValeressaltarqueumdosgrandesdesafiosnestaempreitadaéafaltadeSistemasde
IncentivoeRecompensaparaosetorpúblico.Apriorizaçãodeofertadetreinamentos
paraosfuncionárioscommelhordesempenhoéumadaspoucaspossibilidades,poisa
realizaçãode treinamentosécontempladapositivamentepeloprogramadeascensão
dacarreiradosfuncionáriostécnicosadministrativos.
9.3.3 Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC
NocasodaGovernançadeTICparaoCentrodeInformáticaeTelecomunicação(CIT),
foiadotadoomodeloapresentadonocapítulo7,queincorporaosmodelosMIT-CISR,
COBIT,ITILeBSC,cadaumcomseuescopoecaracterísticasespecíficascompondoum
modelomaisabrangenteeevolutivo,nosentidodequeosmecanismosdeGovernança
deTICpodemserincorporadosgradativamente,tornandoaGovernançacadavezmais
eficaz.
232
Naspróximasseções,serádescritocomocadaumdosmodelosMIT-CISR,COBIT,ITILe
BSCforamincorporadosparacomporosistemafinal.
9.3.3.1 UsodoModelodoMITCISR
ApartirdoPlanejamentoEstratégico,suasmetasdedesempenhoesustentabilidadee
do levantamento realizado na Fase 1, foram especificados aMatriz de Arranjos e o
ModelodeGovernançapropriamenteditos,apresentadosrespectivamentenasFiguras
9.1e9.2.
Pela Matriz de Arranjos, apresentada na Figura 9.1, observa-se que as decisões de
negócios referentes a Princípios de TIC, i.e., o papel de TIC nos negócios e
Investiventos em TIC, definindo quanto, quando e onde serão realizados
investimentos são tomadas pela Monarquia de Negócios, constituída pela diretoria
geralepordiretoresdascincounidadesdenegócio.
Porsuavez,asdemaisdecisõesreferentesàArquiteturadeTIC,InfraestruturadeTICe
Aplicações de Negócios competem a uma composição considerada “federalismo”,
envolvendo a diretoria geral e pessoas das unidades de negócio. Tais tomadas de
decisãopassamporumprocessoanteriordelevantamentodeinformaçõesediscussão
entre técnicos pertencentes a uma unidade de negócio, sob uma formação dita
“feudal”.
233
Figura9.1–MartrizdeArranjosaplicadaaoEstudodeCaso
Prosseguindo, tem-se o Modelo de Governança de TIC propriamente dito, que é
compostodeseiselementos:
• Estratégia & Organização da Empresa: Como foi mencionado anteriormente, a
estratégiabásicadestecentroéaexcelênciaoperacionalnaprestaçãodeserviços
deTIC.Alémdisso,apartirdaprópriamissãode“serreferênciaemprestaçãode
serviçosdeTICemcampusuniversitário”,pode-seinferircomoumdosobjetivos
o compromisso de sempre desenvolver soluções inovadoras e alinhar-se com
iniciativassemelhantesexistentesemuniversidadesrenomadasnaáreatecnológica
e de TIC. Mais especificamente, do ponto de vista de sustentabilidade, um outro
objetivoimportanteéodeeliminarageraçãoderesíduosquaisquer,sejameles
delixoindiscriminado,sejamresíduosdeinformáticareferentesabensdeconsumo
eequipamentoseletroeletrônicosobsoletosoucomdefeito.
• OrganizaçãodeTIC&ComportamentoDesejável:EmsinergiacomaEstratégiae
Organização da empresa, em primeiro lugar, tem-se uma administração
centralizada, o que facilita a padronização de processos, procedimentos de
projeto e plataformas tecnológicas, um dos comportamentos desejáveis
especificados.
234
Dentro ainda do contexto de excelência operacional, deve-se desenvolver
excelência técnica emTIC. Istopodeserefetivadopormeiododesenvolvimento
deprogramasdetreinamentoeeducaçãocontinuadaalinhadoscomasnecessidades
levantadasapartirdeummapeamentodecompetências,quepermiteidentificaras
competências queprecisam ser criadas e outrasqueprecisam sernutridas. Como
umdos resultados, espera-seageraçãodemais inovações tecnológicase soluções
inovadoras.
Aexcelênciaoperacionalpressupõe,também,ousoracionalderecursos,incluindo
água, energia elétrica, telefonia, bens de consumo de informática e
telecomunicações,dentreoutros.Comoresultado,espera-senãosomentearedução
doscustoscomotambémareduçãodapegadaecológica.
A excelência operacional visa em primeira instância manter clientes satisfeitos e
fiéis. Neste sentido, o suporte de Service Desk com múltiplos níveis de
atendimentovemaoencontrodametadeaprimorarosserviçosprestados.
Em sinergia com o objetivo de eliminar resíduos, como comportamento desejável
tem-se a prática deencaminhar todo o lixo gerado para o sistema de coleta
seletiva,quevisaoreúsooureciclagemdosresíduosdescartados.
• Metas de Desempenho e Sustentabilidade do Negócio: Na seção 9.2.1, foram
apresentadasmetasdedesempenhoe sustentabilidade relacionadasa este estudo
de caso. Foram selecionadas três das principais metas e detalhados os seus
indicadores de desempenho e sustentabilidade, a saber: uso racional de insumos
(Meta 1); destinação sustentável de todo o resíduo gerado (Meta 3); e Inovação
constantedosprodutoseserviçosprestados(Meta7).
EstasmesmasmetasestãotranscritasnaFigura9.2.
• Métricas de TIC & Monitoração: Para cada uma das metas de desempenho e
sustentabilidadedenegóciosãodefinidosumoumaisindicadoresdedesempenhoe
sustentabilidade(videSeção9.2.2).NaFigura9.2sãoexplicitadostrêsindicadores:
taxa de crescimento de uso de insumos/funcionário, volume de resíduos
gerado/funcionárioe índicedesatisfaçãodeclientes.Tantoa taxadecrescimento
235
deusodeinsumoscomoovolumederesíduosgeradossãorelativosaonúmerode
funcionáriosparagarantirquetaisindicadoressejamindependentesdotamanhoda
empresa.Oíndicedesatisfaçãodeclienteéempregadoparamapearapercepçãodo
clienteemrelaçãoàeficiênciaequalidadedosserviçosprestadospeloCIT.
• Arranjos de Governança de TIC. Tais arranjos foram descritos anteriormente
quandodaapresentaçãodaMatrizdeArranjodeGovernançadeTIC(Figura9.1).
• MecanismosdeGovernançadeTIC.Comomecanismosforamdefinidos:
a. ComitêsdeTrabalho:
• Comitê de Governança de TIC – tempor função acompanhar e avaliar
periodicamente a evolução dos indicadores de desempenho e
sustentabilidade em relação àsmetas de desempenho e sustentabilidade
do negócio. Como resultado desta avaliação, as metas podem ser
reajustadas, novos indicadores podem ser criados, e outros podem ser
removidos. Além disso, pode-se decidir por criar novos mecanismos de
governança.Tipicamente,oCIO(ChiefInformationOfficer)oupessoascom
cargossemelhantesparticipamdestecomitê,dando-lheforçapolítica.
• Comitê de Gestão de Projetos de TIC – como resultadodosplanosde
açãogeradosnoPlanoEstratégicocontemplandoasmetasdedesempenho
e sustentabilidade, são criados vários projetos de TIC, cujo
desenvolvimentoéacompanhadoporestecomitê.Geralmente,participam
destecomitêgerentesdeTIC.
• Comitê de Iniciativas de Sustentabilidade –estecomitêéresponsável
pelo acompanhamento e avaliação das iniciativas de sustentabilidade,
verificando-se os indicadores associados e impactos gerados. Como
resultado, tais iniciativas podem ser ajustadas, receber reforços tanto
financeiroscomoderecursoshumanos,oumesmoabortadas.
b. OutrosModelosdeGovernançaeGestãodeServiços:
236
Como modelos, incluem-se COBIT (Control Objetives for Information), ITIL
(InformationTechnologyInfrastructureLibrary)eBSC(BalancedScoreCard),
descritosnaspróximasseçõesenocapítulo3.
c. FerramentasdeSoftware:
Comoferramentas,têm-seosSistemasdeGerenciamentodeInfraestrutura
eTIC,incluindoosSistemasdeGerenciamentodeRedequefoidetalhadono
capítulo anterior. Além disso, utiliza-se a Intranet como ferramenta de
divulgaçãodasaçõesdeGovernançadeTICeseuimpacto.
Figura9.2–ModelodeGovernançadeTIC–MITCISRaplicadaaoEstudodeCaso
237
9.3.3.2 UsodoCOBIT
Nocapítulo3,foiapresentadaaestruturabásicadoCOBIT4.1,incluindoosprocessos
de seus quatro domínios: Planejamento e Organização (11 processos); Aquisição e
Implementação (6 processos); Entrega & Suporte (13 processos) e Monitoração &
Avaliação(4processos),alémdoscritériosdeinformaçãoeosrecursosdeTIC.
Para processos equivalentes aos do CIT, foram empregados indicadores de
desempenho semelhantes. Além disso, foi adotada a tabela RACI (Responsible,
Accountable, Consulted and Informed) para especificar quais pessoas eram
responsáveis,cobradas,consultadaseinformadassobreosestadodosindicadoresem
questão(CARVALHO2010).
No COBIT 5.0, são definidos outros domínios aos quais estão associados outros
indicadores, incluindo indicadores de sustentabilidade. Tais indicadores de
sustentabilidade podem ser adotados para complementar os indicadores definidos
nestetrabalho,assimqueestaversãodeCOBITatingiroestadodeestável.
9.3.3.3 UsodoITIL
OITILfoiusadoparaamodelagemdosprocessosmaiscríticosdegestãodeServiços
deTIC, incluindoacriaçãodeumaCentraldeServiços(ServiceDesk)eosprocessos
de gestão de incidentes, problemas, configuração, mudanças, disponibilidade e
desempenho(CARVALHO,2010).
A partir da implementação destes processos e da Central de Serviços foi possível
realizaracoletadeindicadoresdedesempenho.Daídetectou-seanecessidadedecriar
múltiplosníveisdeserviçosnestacentral,resolvendoalgumaschamadastécnicascom
maioragilidade.
9.3.3.4 UsodoBSC
O BSC foi usado para acompanhamento da evolução e execução do Planejamento
Estratégico. Contribuiu para organização e monitoração de indicadores de
238
desempenho dos níveis operacional, tático e estratégico. A seleção dos indicadores
considerou as quatro perpectivas do BSC: 1) Financeira; 2) Cliente; 3) Processos
Internos;4)AprendizadoeCrescimento.(CARVALHO,2010)
Os diferentes departamentos apresentaram respostas diferenciadas em relação à
implementação do BSC. Pode-se dizer que o Departamento de Equipamentos de
Microinformática(UNEM)foioquemaisemelhorfezusodoBSC.Umdosindicadores
importantes foio tempomédiode consertodemicrocomputadores,queno iníciodo
processo era da ordem de sete dias. Pormeio do acompanhamento constante deste
indicadoredeaçõescontinuas,baixou-seestetempopara24horas.
9.4 SistemadeGerenciamentodeRedes
Comofoiditoanteriormente,oSistemadeGerenciantedeRedesorientadoaPolíticade
Sustentabilidade é responsável pela aplicação de políticas nos níveis de Rede,
DispositivoeInstância.
Paratanto,aspolíticasdefinidasemníveisdeNegócioeSistema,quetêmreflexonas
políticas de redes precisam ser traduzidas de sua especificação do nível de Sistema
para o nível de Redes, e depois deste nível para o de Dispositivo e do nível de
DispositivoparaodeInstância.
9.4.1 Exemplode traduçãodepolíticasnosníveisdeRede,DispositivoeInstância
Este exemplo de tradução de políticas se baseia na proposta para o Sistema de
Gerenciamento deRedes orientado à Política de Sustentabilidade discutida na Seção
8.3. Trata-se de um cenário prático e específico de aplicação de políticas de
Sustentabilidadeenvolvendováriosníveis.
OgerenciadordepolíticasparaoníveldeRedeescolhidofoioPonder,queéintegrado
ao sistema como discutido anteriormente na Seção 8.3. Primeiramente, é utilizada a
sintaxePonderparatraduzirapolíticaemumaespecificaçãodealtonível.Emseguida,
sãodescritososmodelosemníveldedispositivo, incluindoquaisfuncionalidadessão
suportadas em cada dispositivo para aplicação das políticas. Algumas dessas
239
funcionalidades são descritas por meio de subconjuntos de variáveis da MIB
(Management Information Base) que, além de variáveis relacionadas a demanda e
desempenhododispositivo, incluivariáveisrelacionadasaoconsumodeenergia.Por
fim,émostradocomononíveldeInstância,operaçõesSNMPbaseadasnessasMIBssão
executadasparaumdispositivoespecífico,refletindoapolíticadealtonível.
9.4.1.1 Políticasemníveldenegócioesistema
ApolíticanoníveldenegóciodaSeção9.2.1,usada nesteestudodecaso,édescrita
como:
“Todos os processos e procedimentos relacionados a TIC devem estar
alinhadoscompreceitosdepráticassustentáveis”.
Estapolíticaestáassociadaaváriasmetasdenegócio.Parafinsdeexemplificação,foi
selecionadaametade“UsoRacionaldeInsumos”,queenglobaaspectosdeeficiência
energética.
ApartirdestapolíticanoníveldeNegóciosãogeradasumaoumaispolíticasdenível
deSistema.
NaSeção9.2.2.1.4referenteàMelhoriadeEficiênciaEnergéticadaÁreadeTecnologia
daInformaçãoeComunicação,identificam-separaRedesdeComunicação:
Política:
• Desativaçãodeequipamentosderedecomociosidademaiordoque70%,casoseja
possívelremanejarotráfegoemanteroníveldequalidadedeserviço(QoS).
Meta:
• Manutençãodeequipamentoscativoscomtaxadeusosuperiora30%.
9.4.1.2 Descriçãodapolíticaemnívelderede
A tradução da política em nível de sistema selecionada e transcrita acima gerou as
seguintespolíticasnonívelderede:
240
• Política1:Casoumequipamentotenhaociosidademaiorque70%eoatrasoda
rede sejamenor do que 60milissegundos, desative este equipamento desde que
suacargapossasertransferidaparaoutroequipamento,ouseja,desdequehaja
umcaminhoredundante.
o Estapolíticaconsistenaidentificaçãodeumamétricadesub-utilizaçãoe
natentativadeotimizaçãoderecursosbaseadanumlimitedequalidade
deserviço,nestecasomedidopeloatrasoverificadonarede.Atentativa
refere-se ao melhor aproveitamento de caminhos redundantes para
manutençãodaqualidadedeserviço.
• Política 2: Seoatrasodarede formaiordoque70milissegundosehouverum
equipamentocomCPUtrabalhandoemmododepotênciareduzida,configureeste
equipamentoparaquesuaCPUtrabalheemmododepotênciatotal.
o Esta política se refere à readequação dos dispositivos que foram
colocadosemmododebaixoconsumoparaseremreativadosemmodo
de operação completa caso uma degradação da qualidade de serviço,
medidapeloatraso,sejadetectada.
• Política 3: Seoatrasodarede formaiordoque80milissegundosehouverum
caminho redundante composto de dispositivos desativados, ative estes
equipamentos.
o Esta política visa garantir que caminhos que foram desativados em
decorrência das ações anteriores sejam reativados caso ocorra uma
quedanaqualidadedeserviçodefinidapeloaumentodoatrasodarede.
AFigura9.3mostra comoaPolítica1pode serdescrita emnível de redesusandoa
linguagemPonder.
241
// Exemplo - Política 1
// Bloco 1: Define o atraso máximo, a utilização mínima e o threshold
// de atuação
const
maxDelay = 100; // Atraso máximo 100 ms
lowDelay = 0.4 * maxDelay;
mediumDelay = 0.6 * maxDelay;
highDelay = 0.8 * maxDelay;
minUtilization = 0.3; // 30% de utilização
// Bloco 2: Autoriza um agente a colocar um roteador em modo sleep
// quando é possível transferir o tráfego para outro caminho
inst auth+ /Policies/DisableRouterAuthPolicy {
subject/PolicyAgents/ServiceManagementAgent;
target r = /Routers;
action setSleepMode();
when isPossibleToTransferTrafficLoad(r);
}
// Bloco 3: Obriga um agente a colocar um roteador em modo sleep
// quando acontece um evento de baixa utilização de um roteador da
// rede
inst oblig /Policies/LowUtilizationPolicy {
subject /PolicyAgents/ServiceManagementAgent;
on LowUtilizationEvent(minUtilization);
dosetSleepMode();
target/Routers;
when getNetDelay()<lowDelay;
}
Figura9.3-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica1
OBloco1dapolíticadaFigura9.3defineoslimitespermitidosparadoisparâmetros
de rede: o atrasomáximo (100milissegundos) e autilizaçãomínimados roteadores
(30%),assimcomoosthresholdsparaoatrasoqueindicamomomentodeatuaçãoda
política. OBloco 2 define uma política de autorização (“/Policies/DisableRouterAuth
Policy”), ou seja, uma política de controle de acesso, que autoriza um agente
(“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a colocar um roteador do grupo
242
“/Routers”emmodosleepdesdequesejapossíveltransferirotráfegodesteroteador
paraoutrocaminho.
Esta restrição, imposta pela função “isPossibleToTransferTrafficLoad(r)”, impede a
desconexão do grafo da rede. O Bloco 3 define uma política de obrigação
(“/Policies/LowUtilizationPolicy”),ouseja,umapolíticaqueexecutadeterminadaação
sobre um objeto quando ocorre um evento. Esta política obriga um agente
(“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a colocar um roteador do grupo
“/Routers/”emmodosleepquandoérecebidooeventoqueindicabaixautilizaçãodo
respectivoroteador.
AFigura9.4mostra comoaPolítica2pode serdescrita emnível de redesusandoa
linguagemPonder.
// Exemplo - Política 2
// Bloco 1: Define atraso máximo permitido e o threshold de atuação
const
maxDelay = 100; // Atraso máximo 100 ms
lowDelay = 0.4 * maxDelay;
mediumDelay = 0.6 * maxDelay;
highDelay = 0.8 * maxDelay;
// Bloco 2: Autoriza um agente a configurar os roteadores para que
// suas CPUS trabalhem em potência máxima
inst auth+ /Policies/SetCPUFullPowerAuthPolicy {
subject/PolicyAgents/ServiceManagementAgent;
target t=/Routers;
action setCPUFullPower();
when t.CPUPowerMode = “ReducedPower”;
}
// Bloco 3: Obriga um agente a aumentar a carga na CPU dos roteadores
// quando o atraso da rede for médio
inst oblig /Policies/MediumDelayPolicy {
subject /PolicyAgents/ServiceManagementAgent;
onMediumDelayEvent (mediumDelay);
dosetCPUFullPower();
243
target/Routers;
}
Figura9.4-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica2
OBloco1dapolíticadaFigura9.4defineolimitemáximopermitidoparaoatrasode
rede (100 milissegundos), assim como os thresholds que indicam o momento de
atuação da política. OBloco 2 define umapolítica de autorização (“/Policies/SetCPU
FullPowerAuthPolicy”), ou seja, uma política de controle de acesso, que autoriza um
agente (“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a configurar um roteador do
grupo “/Routers” para que sua CPU trabalhe em potênciamáxima desde que a CPU
desse roteador esteja trabalhando em modo de potência reduzida. Esta restrição
impedequeapolíticasejaexecutadaemroteadoresdesligadosouemmodosleep.O
Bloco 3 define uma política de obrigação (“/Policies/MediumDelayPolicy”), ou seja,
umapolíticaqueexecutadeterminadaaçãosobreumobjetoquandoocorreumevento.
Esta política obriga um agente (“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a
aumentar a carganaCPUdos roteadoresdogrupo “/Routers/”quandoé recebidoo
eventoqueindicaatrasomédiodarede.
AFigura9.5mostra comoaPolítica3pode serdescrita emnível de redesusandoa
linguagemPonder.
// Exemplo - Política 3
// Bloco 1: Define atraso máximo permitido e o threshold de atuação
const
maxDelay = 100; // Delay máximo 100 ms
lowDelay = 0.4 * maxDelay;
mediumDelay = 0.6 * maxDelay;
highDelay = 0.8 * maxDelay;
// Bloco 2: Autoriza um agente a ligar um roteador que está em estado
// idle
inst auth+ /Policies/TurnOnRouterAuthPolicy {
subject/PolicyAgents/ServiceManagementAgent;
target r = /Routers;
action turnOnRouter();
when r.CPUPowerMode = “Sleep”;
}
244
// Bloco 3: Obriga um agente a ligar os roteadores de um determinado
// caminho alternativo quando o atraso da rede for alto
type oblig /Policies/HighDelayPolicy (target redundantPaths){
subject /PolicyAgents/ServiceManagementAgent;
on HighDelayEvent(highDelay);
doturnOnRouter();
}
Figura9.5-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica3
OBloco1dapolíticadaFigura9.5defineolimitemáximopermitidoparaoatrasode
rede(100milissegundos),assimcomoos limitesque indicamomomentodeatuação
da política. O Bloco 2 define uma política de autorização (“/Policies/TurnOnRouter
AuthPolicy”), ou seja, uma política de controle de acesso, que autoriza um agente
(“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”)a ligarumroteadordogrupo“/Routers”
desde que este roteador esteja em modo sleep. O Bloco 3 define uma política de
obrigação (“/Policies/HighDelayPolicy”), ou seja, uma política que executa uma
determinadaaçãosobreumobjetoquandoocorreumevento.Estapolíticaobrigaum
agente (“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a ligar os roteadores do grupo
“redundantPaths”, recebidocomoparâmetrodoSistemadeGerenciamentodeRedes,
quandoocorreoeventoqueindicaatrasoaltodarede.
9.4.1.3 Descriçãodapolíticaemníveldedispositivo
Políticas no nível de dispositivo são representadas por meio de um modelo que
descreve as funcionalidades que cada dispositivo deve prover para que haja
possibilidade da aplicação da política do nível de rede. Este nível está diretamente
relacionadoaotipoefabricantedodispositivo,dadoquefabricantesdiferentesprovêm
funcionalidades diferentes. Para o nosso exemplo, consideramos um dispositivo
hipotéticoquepossuiomodelodescritonaFigura9.6paraasações1,2e3nonívelde
dispositivo.
245
// Exemplo - Política 1, 2 e 3
- Independe de funcionalidades do Sistema Operacional;
- Suporta o protocolo SNMP;
- Suporta as MIBs: RFC1213-MIB, TN3270E-RT-MIB, POWER-MONITOR-MIB;
- Suporta os modo de potência: Sleep, Low e High.
Figura9.6-ExemplodepolíticaemníveldedispositivoparadescriçãodasAções1a3
EstemodelodaFigura9.6 representaapolíticasnoníveldedispositivoe contémas
seguintesinformações:
• Mapeamento de como funcionalidades não padronizadas são implementadas
pelodispositivo.
o Nonossoexemplo,énecessáriomapearosseguintesmodosdepotência
[Claise,2010]:
1. Dormir (SleepMode): apenas a funcionalidade de acordar odispositivo é disponibilizada, e o consumo é perto de zero,correspondendoaosníveisG1eS3noACPI(AdvancedConfigurationandPowerInterface).
2. Baixo (Low): indica que funcionalidades essenciais para ofuncionamento estão disponíveis e que o consumo de energia éreduzido,correspondendoaosníveisG0,S0eP4noACPI.
3. Alto (High): representa que todas as funcionalidades estãodisponíveisequeo consumodeenergiaémaiordoquenosoutrosmodos,correspondendoaosníveisG0,S0eP0noACPI.
• Listadeprotocolosdegerenciamentoderedesuportados.
o Noexemplo, o dispositivo suporta SNMP (SimpleNetworkManagement
Protocol)eoseguinteconjuntodeobjetosMIB(ManagementInformation
Base):
1. RFC1213-MIB–fornecedadosparaocálculodeutilizaçãodabanda,como o total de octetos que entraram (ifInOctets) e saíram(ifOtOctets)dodispositivo,eacapacidadetotaldabanda(ifSpeed).Ousodabandapodeserobtidopelafórmulaaseguir:
Uso_banda=((ifInOctets+Δt)-ifInOctets)/ifSpeed
246
2. TN3270E-RT-MIB–fornecedadosdeatrasonarede,entendidocomoamédiatotaldotempoderespostamedidopeloúltimointervalodecoleta.
3. POWER-MONITOR-MIB[Claise,2010]–forneceoestadodepotênciadodispositivo(PowerMonitorLevel),quevariade1a12.
9.4.1.4 Descriçãodapolíticaemníveldeinstância
Políticasnoníveldeinstânciadescrevemcomoasfuncionalidadesnapolíticadenível
dedispositivosãoimplementadaspormeiodecomandosemumalinguagemespecífica
dainstância.Paraonossocasosãousadoscomandossnmpgetesnmpsetdoprotocolo
SNMP para traduzir a política no nível de instância. O snmpget é utilizado para
consultar informações de um dispositivo de rede, passando uma ou mais variáveis
(object indentifiers, ouOIDs) como argumento. O snmpset é utilizado paramodificar
informaçõesnodispositivoremotoepossuiasintaxesimilaraosnmpget,porém,coma
inclusão do valor a ser ajustado. As Figuras 9.7 e 9.8 descrevem a sintaxe desses
comandos.
snmpget [opções] [-Cf] [OID]
Opções são: versão do protocolo, endereço do dispositivo-alvo, nome
da MIB que será utilizada
-Cf : tenta corrigir erros
OID: variáveis que serão consultadas
Figura9.7-Sintaxedecomandossnmpget
nmpset [opções] [-Cf] [OID] [tipo] [valor]
Opções são: versão do protocolo, endereço do dispositivo-alvo, nome
da MIB que será utilizada
-Cf : tenta corrigir erros
OID: variáveis que serão consultadas
tipo: i (inteiro), t (tempo), a (endereço ip), s (string), D (ponto
flutuante), ...
Figura9.8-Sintaxedecomandossnmpset
AsFiguras9.9,9.10e9.11descrevemexemplosdecomoasações1,2e3podemser
traduzidasnoníveldeinstânciapormeiodecomandosSNMP.
247
// Exemplo - Política 1
//Coletando informações para calcular o uso da banda
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifInOctets.0
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifOutOctets.0
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifSpeed.0
//Coletando informações do atraso da rede
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m TN3270E-RT-MIB
tn3270eRtDataAvgRt.0
// Configurando do estado de potência
snmpset -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB
PowerMonitorLevel i 4
Figura9.9-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica1
// Exemplo - Política 2
//Coletando informações para calcular o uso da banda
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifInOctets.0
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifOutOctets.0
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifSpeed.0
//Coletando informações do atraso da rede
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m TN3270E-RT-MIB
tn3270eRtDataAvgRt.0
// Coletando informações do estado de potência
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB
PowerMonitorLevel
// Configurando do estado de potência
snmpset -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB
PowerMonitorLevel i 12
Figura9.10-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica2
248
// Exemplo - Política 3
//Coletando informações para calcular o uso da banda
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifInOctets.0
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifOutOctets.0
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifSpeed.0
//Coletando informações do atraso da rede
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m TN3270E-RT-MIB
tn3270eRtDataAvgRt.0
// Coletando informações do estado de potência
snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB
PowerMonitorLevel
// Configurando do estado de potência-c public target_ip_address -m POWER-
MONITOR-MIB
PowerMonitorLevel i 8
Figura9.11-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica3
9.5 ConsideraçõesFinaisNeste capítulo, foi apresentado um estudo de caso que mostra como oModelo de
GestãodeTICorientadaàPolíticadeSustentabilidadepodeseraplicadoemtodos
os níveis da administração e gerenciamento de TIC, que inclui os níveis estratégico,
táticoeoperacional.
Exemplificou-secomoaGovernançadeTICpodeserusadaparagarantiraaplicaçãode
Políticas inerentes ao negócio e sistema, e como os Sistemas de Gerenciamento de
InfraestruturadeTIC,maisespecificamentedeRedes,podemserusadosparagarantir
aaplicaçãodestasmesmaspolíticasnoâmbitoderedes,seusdispositivoseinstâncias.
O exemplo selecionado relaciona-se a práticas sustentáveis voltadas para TIC
(Tecnologia da Informação e Comunicação) no que concerne ao uso racional de
recursos,maisespecificamentedeenergiaelétrica.Estetipodepolíticapermeiatodaa
organização e estabelece regras inclusive para a configuração de equipamentos:
“equipamentosderedecombaixacargadetráfego(<30%)nãoprecisamficarativoso
tempotodo”.Contudo,comoomapeamentodepolíticasdeumnívelparaoutronãoé
uma relação de 1 para 1, e sim de 1 para n, o grande desafio que se coloca é como
249
sistematizaresteprocessodemapeamentodepolíticase,namedidadopossível,como
automatizá-lo.
250
10 CONSIDERAÇÕESFINAIS
Este trabalho apresenta um Modelo de Gestão de Tecnologia da Informação e
ComunicaçãoorientadaàPolíticadeSustentabilidade.Nestemodelo,considera-seque
emumaorganizaçãoexistemcinconíveisdepolítica:
• Negócio: relacionadocomoPlanejamentoEstratégico,ondesãoestabelecidas
metasdedesempenhoesustentabilidadedonegócio.
• Sistema: relacionado à Governança de TIC, onde são estabelecidos os
indicadoresdedesempenhoesustentabilidade.
• Infraestrutura de TIC: relacionado aos Sistemas de Gerenciamento da
Infraestrutura de TIC, incluindo Serviços de Rede, DataCenter e
Microinformática. No escopo deste trabalho, foi dada ênfase ao Sistema de
Gerenciamento de Redes. São estabelecidas métricas referentes a redes
dependentesdetecnologia.
• Dispositivo:inclui,nocasoderedes,equipamentoscomoroteadores,switches
(camadas3.4e7),pontosdeacessopararedessemfio,regeneradoresdesinais
e assim por diante. São especificadas métricas referentes à operação de
dispositivos.
• Instância: englobadispositivosoupartesdeles como,porexemplo, interfaces
derede.Sãoespecificadasvariáveisrelacionadasàoperaçãododispositivooua
partesdomesmo.
No contexto deste modelo, a Governança de TIC é responsável pela aplicação das
PolíticasdosníveisdeNegócioedeSistema,enquantoosSistemasdeGerenciamento
deTIC(redes)sãoresponsáveispelaaplicaçãodePolíticasdosníveisdeInfraestrutura
deTIC(redes),DispositivoeInstância.
Foram especificados domínios de Políticas de Sustentabilidade para os cinco níveis.
Para cada domínio do nível de sistema, foram especificados indicadores de
sustentabilidade e, em alguns casos, indicadores de desempenho. Para os domínios
dosníveisderede,dispositivoseinstâncias,foramespecificadasmétricasrelacionadas
à sustentabilidade, mais especificamente eficiência energética, desempenho,
disponibilidadeeconfiabilidade.
251
Um dos grandes desafios encontrados foi o mapeamento de políticas do nível de
negócio em políticas de outros níveis. Em cada nível, as políticas são descritas em
níveisdeabstraçãodiferentesenemsempreépossivelmapearaçõesdessesníveisde
modoequivalente.Nocasodestetrabalho,foidescritoumexemplodemapeamentode
umapolíticade“usoracionalderecursos”emtodososníveis,atéoúltimoreferentea
operações sobre variáveis de uma MIB (Management Information Base) de um
equipamentoderede.
Apartirdestavisãogeral,naspróximasseçõesserãoanalisadososresultadosobtidos
nestetrabalho,relacionadasasprincipaiscontribuições,epropostostrabalhosfuturos
correlacionadosaeste.
10.1 TrabalhosRelacionados
ATICécrucialnosuporte,crescimentoesustentabilidadedonegócio(GREMBERGEN;
DE HAES, 2009) e vem sendo estudada como forma de habilitar a sustentabilidade,
através,porexemplo,dousodesistemasespecíficos(MELVILLE,2010).
No entanto, nos últimos anos, o relacionamento entre TI e sustentabilidade tem ido
alémdeoportunidadesambientaisedeganhosfinanceiros,chegandoatéaadoçãoda
governançadeTIparaajudaraatingirmetassustentáveisdonegóciocomoumtodo
(CAPGEMINI,2008),conformeilustraaFigura10.1.
Figura10.1-AmudançaparaumaTIsustentávelenvolvediferentesrelacionamentosem
diferentesambientes(adaptadodeSTOLZEetal,2011).
Existem, ainda, outros trabalhos relacionados, como o recente estudo realizado por
Cintra (2011) que analisa a ligação entre sustentabilidade e as práticas de controle
252
gerencial das empresas. Neste caso, verifica-se que o estudo, referente a práticas
gerenciaisdetodaaempresa,podeseraplicadonoâmbitoespecíficodeTI.
É possível vislumbrar este relacionamento também entre as melhores práticas que
apoiam a governança de TI. O BSC - Balanced Scorecard, uma forma abrangente de
medição de desempenho para planejamento e gestão da estratégia (FAVARETTO,
2001),podeserutilizadoparaequilibrarobjetivosdecurtoelongoprazospormeiode
suas quatro perspectivas (financeira; cliente; processos internos; aprendizado e
crescimento) e incluirmetas de sustentabilidade que serão, por estratégia, apoiadas
pelagovernançadeTI(DUBEY;HEFLEY,2011).
OCOBIT5.0,umanovaversãodomodelodemercadobastanteutilizadaparasuportar
a governança de TI, lançada em 2012, incorpora práticas ligadas à sustentabilidade,
comootimizaçãoderecursosegarantiadetransparêncianosprocessos(ISACA,2011).
Estanovaversãoestáfortementeligadaaoutraspráticasdemercado,comooValIT,
ummodeloparagestãodovaloreinvestimentosdeTI(ISACA,2010).
Pesquisadores também verificaram como expandir a biblioteca ITIL (Information
TechnologyInfrastructureLibrary),umconjuntodemelhorespráticasparadefiniçãode
estratégia, desenho, transição, operação emelhoria contínua do serviço para apoiar
iniciativasdesustentabilidadedeformaabrangentedentrodaempresa,estruturando
osesforçosdesustentabilidadeemprocessosepolíticas(DUBEY;HEFLEY,2011).
Osmesmospesquisadoresatestamqueo itSMF-USArecentemente formouumgrupo
denominado “Sustainable360”, cujo o objetivo é identificar oportunidades emqueo
departamento de TI pode apoiar suas respectivas organizações em novas ações de
sustentabilidade.
A Figura 10.2 ilustra o relacionamento entre as pesquisas acima descritas. Estas
pesquisas corroboram a tendência supracitada de relacionar a governança de TI à
sustentabilidade,objetodeestudodestatese.
253
Figura10.2-Relacionamentoentreaspesquisasacimadescritas
10.2 AnálisedosResultados
Conforme discutido na seção anterior, não há dúvida sobre a tendência atual de
incorporarpráticasdesustentabilidadejuntoàTIC.Istotem,comoconsequênciaquase
imediata,oaumentodavantagemcompetitivadaempresa,simplesmentepelaredução
dos custos operacionais, ou pela possibilidade de usar a sustentabilidade como um
fatordeinovação,pelacapacidadedeatrairtalentoscadavezmaissensíveisàquestão
de sustentabilidade, ou pela percepção de imagem passada ao seu público e cliente
alvos.
Aprimeiraquestãoquesurgeé“comoorientarumaempresaapráticassustentáveis,
sejadopontodevistaeconômico,social,ambientaloucultural?”
Este trabalho apresenta um Modelo de Gestão de TIC orientada a Políticas de
Sustentabilidade, estratificado em cinco níveis com políticas, metas, indicadores e
métricas próprias (verticalização das ações das políticas de sustentabilidade). Ao
mesmotempo,definedomíniosdePolíticasdeSustentabilidadeaplicadasàcadeiade
valor da organização, i.é, atividades de suporte e atividades primárias
(horizontalização das ações das políticas de sustentabilidade). Isto mostra a
abrangência do modelo proposto no sentido de alinhar toda a organização com
PolíticasdeSustentabilidade.
Contudo,ograndedesafioqueseapresentaécomocoordenartodasessaspolíticase
açõesdesustentabilidade, comoorquestrá-lasemproldaprópriaempresaedeseus
participantes(stakeholders),incluindofuncionários,fornecedores,usuários,clientese
pessoas da comunidade? Dentro do contexto do modelo apresentado, o primeiro
254
desafio é mapear políticas de diferentes níveis em ações consistentes e coesas. Foi
mostrado um estudo de caso que revelou a complexidade de se realizar este
mapeamento.
Apolíticadeumnível(n)podegerarumaoumaispolíticasdonível(n-1).Umapolítica
de nível (n-1) pode gerar, por sua vez, uma ou mais políticas de nível (n-2). Desta
maneira,vãosecriandoárvoresesub-árvoresdepolíticas(videFigura6.2).Mascomo
garantirqueoconjuntodepolíticasdesub-árvoresejaconsistentecomodeoutrasub-
árvore?Outraquestãoemabertoégarantiraequivalênciaecoerêncianomapeamento
dapolíticadeumnívelempolíticasdonívelinferior.
Ofatoéque,paragarantiraeficáciadaaplicaçãodaspolíticasdosdiferentesníveisfaz-
senecessárioexistirSistemasdeGovernançadeTICeSistemasdeGerenciamentode
Redes, DataCenter e microinformática eficazes. Tudo começa por aí. Em algumas
empresas, tais sistemas são precários e agregam pouco valor à organização e seus
gestores.Emmuitoscasos, trata-sedeumcaminho longoaserperseguido,quedeve
começarcomadisseminaçãodeconhecimentoeboaspráticas,comodesenvolvimento
deplanejamentoestratégicocolaborativo,comoenvolvimentodaspessoas...
10.3 PrincipaisContribuições
Nestaseção,sãoapresentadasasprincipaiscontribuiçõeseinovaçõesdestetrabalhoe
deoutrasatividadesenvolvendoTIC.
10.3.1 ContribuiçõesdaTese
Comoprincipaiscontribuiçõesdestetrabalho,estão:
• CriaçãodeumModelodeGestãodeTecnologiada InformaçãoeComunicação
que envolve desde o nível estratégico até o nível operacional de controle e
monitoraçãodedispositivo.
• Expansão do conceito e arquitetura especificado pelo IETF para Sistemas de
GerenciamentodeRedesorientadoapolíticasparaumsistemamaiscomplexo,
envolvendotantogerenciamentocomogovernançadeTIC.
255
• Especificação de metas e indicadores de sustentabilidade para o setor de
TecnologiadaInformaçãoeComunicação,quepodemserreaproveitadospara
outrasindústrias.
• Definição de domínios de Políticas de Sustentabilidade para o setor de
TecnologiadaInformaçãoeComunicação,quepodemserusadosparapriorizar
açõesdesustentabilidadeeverificarsuainterdependência.
• DesenvolvimentodeumaarquiteturaparaSistemadeGerenciamentoorientado
a Políticas com foco em Sustentabilidade, considerando-se aspectos de
eficiênciaenergéticaeciclodevidadosequipamentos.
• Apresentação de um caso prático em que é mostrado como a Política de
Sustentabilidadedefinidaemníveldenegóciopodeserdesmembradaemações,
metas, indicadores emétricas nos demais níveis que prestam serviços para o
níveldenegócio.
• Utilização da cadeia de valor como ferramenta para inserção de práticas
sustentáveisnasatividades(desuporteeprimárias)quepermeiamaempresa
toda.
10.3.2 OutrasContribuições
Dentro do contexto das atividades desenvolvidas em uma organização que presta
serviçosdeTICorientadosàPolíticadeSustentabilidade,valesalientartrêsiniciativas
correlatasdesenvolvidaspelacandidata:
• CriaçãodoSeloVerdedaUSP
• CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática
• ProgramasdeDisseminaçãoparaaSociedade
10.3.2.1 CriaçãodoSeloVerdeUSP
Emdezembrode 2008, aUSP criou o conceito de “Selo Verde”, que é, desde então,
atribuído a todos os equipamentos de microinformática adquiridos pelo sistema de
compras centralizadas de TIC da USP, que sigam as características estabelecidas em
“editais verdes”. Tais editais especificam como características obrigatórias que o
processodefabricaçãodosequipamentoseletroeletrônicoscumprapadrõesdegestão
ambiental como ISO 14.001 e não empregue substâncias tóxicas, como o chumbo e
256
cádmio, em conformidade com os padrões ROHS e EPEAT. Além disso, tais
equipamentosdevemapresentarmenorconsumodeenergia,quandocomparadoscom
produtossimilares,ditos“nãoverdes”.
O “Selo Verde” surgiu como iniciativa para estimular os fornecedores de
microinformáticaavenderemprodutos“eletroeletrônicosverdes”,vistoquenaépoca
existiam poucos fornecedores deste tipo de produto no mercado, e não podíamos
inserir este tipo de exigência nos editais como obrigatório. Com o tempo, outras
instituições públicas passaram a ter o mesmo tipo de exigência, e o mercado
internacional, especialmente a Europa, não importava mais produtos que não
estivessemconformesaospadrõesROHS.Hoje,existemdoisprodutoresnacionaisde
microcomputadoresimportantesqueadequaramsualinhadeproduçãodeacordocom
asexigênciasdospadrõesROHS(Europa)eEPEAT(EUA):ItautecePositivo.
Figura10.3–“SeloVerde”daUSP
10.3.2.2 CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática
OprojetodoCEDIR(CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática)iniciou-se
comumplanopilotorealizadonoCCE(CentrodeComputaçãoEletrônica)daUSPpara
coletaderesíduoseletrônicosdefuncionáriosdaprópriaunidade,ocorridoemjunho
de2008,equefoidenominado“OperaçãoDescarteLegal”.Nestedia,foramcoletadas
por volta de 5,2 toneladas de peças e equipamentos obsoletos. Esta experiência
permitiu-nos ter uma primeira ideia sobre o volume de lixo eletrônico existente na
USP. Verificou-se, também, a dificuldade em repassar este lixo eletrônico para
empresasdereciclagem,queconsideraramovolumepequenoparaquetaisempresas
pudessemterumretornofinanceiroquecompensasseretirá-lodaUSP.Istoporqueas
257
empresasdereciclagemsãoespecializadasemdiferentestiposdematerial,edetodoo
lixocoletado,elassomenteextraemaquiloqueconseguemreciclar.Assimsendo,uma
empresade reciclagememplástico sóestá interessadanoplástico,desfazendo-sedo
restodomaterial.
Diante desta realidade, o projeto doCEDIR teve como objetivos definir e implantar
práticasde reúso,descartee reciclagemdosbensde informáticae telecomunicações
que ficam inservíveis nos campi da USP, criando-se uma cadeia de transformação
dessesbens,viabilizandooequilíbrioentreageraçãoeoprocessamentosustentável
delixoeletrônicoepossibilitando,também,oreúso.
OCEDIRoperasegundoasseguintesetapas(Figura10.4):
• ColetaeTriagem:Nestaetapa,sãorealizadasacoletadoscomponentese
equipamentoseletroeletrônicosdacomunidadeUSPedopúblicoemgeral,e
testesparaverificarsuaoperacionalidade.Casoosequipamentospossam,
ainda,serúteis,sãoconsertadoseampliadosnasuacapacidadede
armazenamento,sejaprimáriaousecundáriae,depois,encaminhadospara
ProjetosSociaiseONGscredenciadasjuntoàUSP.Casonãohajapossibilidade
deseureaproveitamento,serãoencaminhadosparaaetapadeCategorização.
• Categorização: Nesta etapa, é efetuado o pré-processamento da coleta,
incluindo as atividades de: pesagem, desmontagem, separação de
componentes(porex.,placasdecircuitoimpresso,peçasmetálicaseplásticas),
descaracterização (por ex., destruição de discos para evitar a recuperação
indevida de suas informações), compactação e acondicionamento para
facilitarseutransportee,porúltimo,pesagemportipodematerial.
• Reciclagem: Os componentes então separados e descaracterizados são
encaminhadosparaindústriasdereciclagemparaseutratamento.Assim,peças
metálicas e plásticas são enviadas para diferentes indústrias de reciclagem,
credenciadaspelaUSP.
258
Figura10.4-–EtapasdeOperaçãodoCEDIR
ResultadosObtidos
OCEDIR foi inaugurado em dezembro de 2009. No início de sua operação, só eram
aceitosequipamentosdacomunidadeUSP.Emabrilde2010, foiabertoparapúblico
em geral, aceitando-se equipamentos de quaisquer pessoas físicas. Hoje, 25% do
volumedeequipamentoseletroeletrônicosentreguessãodepessoasfísicas.
Os gráficos das Figuras 10.5 e 10.6 apresentam o volume, em unidades, de itens
recebidosnosanosde2010e2011.ValeobservarqueoscomputadoresdoCEDIRnão
sãodoadosparaprojetos sociais.No finalde suavidaútil, osprojetos sociaisdevem
devolver os computadores para o CEDIR, que os substituirá por computadoresmais
modernos.
259
Figura10.5–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2010
Figura10.6–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2011
O projeto do CEDIR é uma iniciativa pioneira em termos de órgão público e de
instituiçãodeensinosuperior,tendorecebidoMençãoHonrosanacategoriaInovação
doPrêmioMárioCovasem2008,oPrêmionamesmacategoriaem2009eoPrêmio
IniciativaVerdepelaInfoExame,em2010.
260
10.3.2.3 DisseminaçãodeConhecimentoparaSociedade
Para fins de disseminação de conhecimento em Tecnologia da Informação e
Comunicação com foco em Sustentabilidade, foram desenvolvidos vários programas,
incluindo:
• ProgramaEco-Eletro:temcomoobjetivotreinarcatadoresdemateriais
recicláveis,vinculadosacooperativas,emmicroinformáticaetratamentodelixo
eletrônico,visandoreduziroriscodecontaminaçãopelomanuseioincorretode
materialeletroeletrônico,efomentaroaumentodegeraçãoderendapelo
tratamentoadequadodessematerial.
Serãoaototal18turmasdedeza15alunosdecooperativasdagrandeSãoPaulo.Este
projeto conta com o patrocínio do Programa Desenvolvimento & Cidadania da
PETROBRASeestásendodesenvolvidoemparceriacomoInstitutoGEA.
• ProgramaMBAUSPSustentabilidadeemTecnologiadaInformaçãoe
Comunicação:trata-sedeumprogranade360horas,organizadosemtrês
temáticasprincipais:Sustentabilidade,TICeGestão.Oobjetivoéformar
gestoresdeTICcomumavisãopráticasobreaaplicaçãodesustentabilidadena
gestãodeTIC,combenefíciosparaonegócioeparatodososparticipantes–
funcionários,fornecedores,usuários,clientesepessoasdacomunidade,meio
ambienteesociedadeemgeral
• Programa Paideia – Pró-Profissão: trata-se de um programa 360 horas
contemplando conceituação básica sobre mercado de trabalho,
microinformática e tratamento de lixo eletrônico, voltado para jovens com2o
grauconcluídoquepertencemacomunidadesdebaixarenda.Oprogramadeve
contarcombolsaspatrocinadasporempresas.
261
Figura10.7–TripédeSustentabilidadedoProgramaPaideia
10.4 TrabalhosFuturos
EstetrabalhoapresentaumModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeque
traz muitos desafios. O primeiro deles é a melhor integração entre Sistemas de
GovernançaedeGerenciamentodeTIC. AsnovasversõesdepadrõescomoCOBITe
ITILtrazemcontribuiçõespararesolverouamenizaresteproblema,mas isto implica
emrestruturaçãodosprocessosoperacionaisparadarmais suporteaosSistemasde
Gerenciamento, bem como dos processos de negócio para dar mais suporte aos
SistemasdeGovernança.
Comotrabalhosfuturos,sugerem-se:
• Estudoeavaliaçãodemecanismosparagarantiroalinhamentoentreprocessos
denegóciocomosuporteaoSistemadeGovernança.
• Estudoeavaliaçãodemecanismosparagarantiroalinhamentoentreprocessos
operacionaiscomosuporteaoSistemasdeGerenciamento,fazendousode
políticasdeníveisdeInfraestrutura,DispositivoeInstância.
• Estudoeavaliaçãodemecanismosdeintegraçãodasbasesdeinformaçãodos
SistemasdeGovernançaeIntegraçãodeTIC.
262
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