Post on 09-Nov-2018
MOBILIDADE METROPOLITANA
Equipe
Professora Erika Cristine Kneib, Dr. – Coordenadora
Juheina Lacerda, Mestre – Pesquisadora
Wilson Lopes Mendonça Neto, M.Sc., Doutorando - Pesquisador
Ana Carolina Fernandes, Mestranda - Pesquisadora
Antenor Pinheiro, Perito – Pesquisador em sistema viário e acidentalidade
Jaquelinne Neves de Oliveira – aluna de arquitetura e urbanismo (PUC) - estagiária
Introdução
Realidade na RMG:
• Intensa urbanização e interdependência caracterizam a região formada por 20 municípios
• Número de viagens diárias entre municípios que extrapola a capacidade de planejamento e gestão da mobilidade e acessibilidade locais
• Tal situação exige um processo de planejamento e gestão metropolitanos que envolvam o governo estadual e os municípios para a provisão da mobilidade intramunicipal e intrametropolitana: planejamento em rede
Introdução
Mobilidade
Condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano (relativo às pessoas)
Acessibilidade
facilidade disponibilizada às pessoas que possibilite a todos autonomia nos deslocamentos desejados, respeitando-se a legislação em vigor (relativo aos locais = sistemas de transporte + atividades) Conceitos intimamente relacionados: a acessibilidade interfere na mobilidade e vice-versa.
Introdução
• Investigação dos deslocamentos motorizados individuais e coletivos
• Viagens que envolvem a RMG são precipuamente de caráter regional (precisam vencer grandes distâncias)
• Contemplam transporte de cargas cargas e bicicleta
• Cumprimento da legislação federal (Brasil, 2012) que determina a priorização dos modos não motorizados sobre os motorizados e do transporte coletivo sobre o individual, mesmo nos deslocamentos metropolitanos
OBJETIVO: apresentar um diagnóstico da mobilidade e acessibilidade na Região Metropolitana de Goiânia, a denominada leitura da realidade
Procedimentos Metodológicos
Referencial teórico amplo, capaz de embasar conceitos e análises, acompanhado de aplicações de geoprocessamento e a bases de dados de diferentes fontes:
• IBGE (2015)
• RMTC e CMTC (2016 e 2017)
• Base de dados elaborada e disponibilizada pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento – LAPIG (IESA/UFG)
• Base de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM (Min. da Saúde)
• Estimativas de População/TCU
• Observatório da Mobilidade e Saúde Humanas de Goiás/OMSH-GO
Base Legal
• Constituição Federal
• Código de Trânsito Brasileiro
• Estatuto da Cidade
• Lei Federal de Mobilidade
• Legislação Estadual (Lei 27/1999 e alterações)
• Legislação municipal (Planos Diretores)
Histórico dos Deslocamentos na RMG
Pesquisa OD (2000)
PDSTC (2007)
Divisão modal na RMG em 2000. Fonte: CMTC (2007)
O PDSTC, a partir de cenários projetados para 2006, 2010 e 2020, destaca que em um quadro de eventual ausencia de investimentos para o transporte coletivo, geraria para a populacao a elevacao do tempo gasto pelos usuarios deste serviço, com consequente aumento das viagens individuais motorizadas. Um quadro de perda de usuários, com uma rede de linhas mais extensa (devido ao espraiamento metropolitano) e com reducao da velocidade operacional, acentuaria os desequilibrios economicos, com impacto na tarifa e na capacidade de investimentos, gerando uma “espiral” negativa de performance do sistema de transporte coletivo. O Plano propõe uma Política e um Programa Metropolitanos de Transporte Coletivo, acompanhado de seus respectivos orçamentos (investimentos operacionais, investimentos em infraestrutura e investimentos em gestão).
Caracterização da Mobilidade na RMG
Movimento pendular (absoluto)
Número de pessoas que se deslocam de seu município de residência por motivo de trabalho e/ou estudo IBGE (2015).
Caracterização da Mobilidade na RMG
Movimento pendular (relativo)
Porcentagem de pessoas que se deslocam de seu município de residência por motivo de trabalho e/ou estudo IBGE (2015).
Caracterização da Mobilidade na RMG
Fluxos pendulares Por motivo de trabalho e/ou estudo nos municípios da RMG
Elaborado com base em dados do IBGE (2015)
Caracterização da Mobilidade na RMG
TRABALHO
Estabelecimentos com postos de trabalhos formais nos municípios da RMG (%)
Elaborado com base em dados do Ministério do Trabalho (2015)
Caracterização da Mobilidade na RMG
Número de estabelecimentos de ensino nos municípios da RMG Fonte: Censo Escolar, INEP (2015)
Caracterização da Mobilidade na RMG
Acidentalidade
Número de óbitos por acidente de trânsito na RMG
Fonte: Ministério da Saúde (2015)
Acidentalidade em escala metropolitana: Abordagem inovadora no âmbito dos PDI nacionais.
Caracterização da Mobilidade na RMG
MODOS NÃO MOTORIZADOS
• Deslocamentos entre municípios são caracterizados predominantemente pelas médias e longas distâncias: o transporte público coletivo torna-se muito relevante
• Não se pode desconsiderar o potencial dos deslocamentos não motorizados – a pé e bicicleta
Curtas e médias distâncias a serem percorridas nas franjas entre municípios conurbados
Grade potencial de alimentação do sistema de transporte público coletivo (curtas e médias distâncias) INTERMODALIDADE
Demanda infraestrutura e condições adequadas para deslocamentos seguros e com qualidade
Caracterização da Mobilidade na RMG
MODOS NÃO MOTORIZADOS
Terminais de transporte coletivo com bicicletários e possíveis raios de alimentação por bicicleta
Integração bikes e transporte público Favorecimento da intermodalidade Raios indicados para deslocamentos por bicicleta: 2,5 km – 10 minutos 5,0 km – 20 min 7,5 km – 30 min Fonte: Ministério das Cidades (2007)
Transporte Público Coletivo na RMG
Cinco características do transporte público coletivo, segundo o Ministério das Cidades:
1. O serviço de transporte coletivo e parte fundamental da estrutura de funcionamento das cidades e como tal precisa ser organizado e gerido pelo Poder Publico
2. O sistema de transporte coletivo deve ser organizado na forma de uma unica rede, com os diversos modos de transporte com integração física, operacional e tarifária
3. O servico de transporte coletivo deve ser prestado de forma profissional e com uma adequada organizacao dos processos de trabalho necessarios: manutencao da frota, operacao de trafego, controle e administracao
4. O equilibrio economico-financeiro dos contratos nao e um problema exclusivo dos operadores, mas sim uma condicao necessaria a garantia de prestacao de um servico adequado
5. Uma adequada rede de transporte coletivo exige investimentos de curto/medio/longo prazos em veiculos, infraestrutura e operacao
Fonte: Ministério das Cidades (2015, p. 63)
Transporte Público Coletivo e Espraiamento na RMG
• O crescimento desordenado induz a mais e maiores deslocamentos, o que contribui para piorar a qualidade do transporte coletivo, aumentar a pressão por mais infraestrutura e para o espraiamento das cidades;
• Estas condições levam ao aumento da dependência do automóvel.
• Isso, por sua vez, contribui para a inviabilidade do transporte público, segregando espacialmente os mais pobres e realimentando o círculo vicioso
O CÍRCULO VICIOSO
1° SEMINÁRIO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA
Transporte Público Coletivo e Espraiamento na RMG
Cobertura da rede de TPC e densidades populacionais
Transporte Público Coletivo e Espraiamento na RMG
• A Politica Nacional de Mobilidade destaca que os Planos de Mobilidade pouco podem colaborar no controle do espraiamento, o que se deve ao fato de serem reativos e de nao poderem tratar de uso e ocupacao do solo
• Neste contexto, este Plano de Desenvolvimento Integrado passa a ter papel preponderante na gestão territorial metropolitana, relacionado ao espraiamento e seus impactos na mobilidade metropolitana e urbana
Transporte Público Coletivo na RMG
A RCMTC
• A Lei Complementar 27/1999 permitiu a existência de um efetivo
sistema metropolitano de transporte coletivo, com linhas planejadas e integradas, com a finalidade de garantir o funcionamento de um sistema de transporte coletivo em toda a regiao metropolitana
• Rompendo com uma tradição nacional de contar com sistemas distintos de transportes municipais (provido e gerido por cada Município) e intermunicipais (provido e gerido pelo Estado), na RMG foi estabelecido um sistema unificado, com apenas uma rede de transportes que conecta toda a regiao
• Todavia, esta situacao nao foi alcancada de forma súbita: foi necessario um longo processo e uma grande somatória de esforços (Estado de Goias e os municipios partícipes da rede) para que se consolidasse um modelo metropolitano integrado
Transporte Público Coletivo na RMG
A RCMTC
A RMTC engloba tudo aquilo que conforma um sistema de transporte coletivo: dimensão físico-espacial - vias, terminais, corredores; logística - linhas, trajetos, horários, meios e forma de integração; modelo de operação e acesso dos passageiros ao serviço - tarifas, forma de pagamento, forma de controle Os serviços oferecidos pela RMTC são realizados pelos seguintes agentes públicos e privados (RMTC, 2017):
• Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC)
• Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC)
• Concessionárias pública e privadas
• Consórcio da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos
• Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET)
Transporte Público Coletivo na RMG
DEMANDA
• A RMTC realiza em um dia útil, em média, 584.000 viagens • No sábado, esse número é de 234.000; e no domingo, de 123.000 • Queda constante na demanda ao longo dos últimos anos
226.552.194236.661.776 235.853.070 231.508.330 232.537.648 227.061.413
211.499.545196.356.654
173.954.105
0
50000000
100000000
150000000
200000000
250000000
2004 2006 2008 2010 2012 2013 2014 2015 2016
DemandaanualdoTransporteColetivo- RMTC
Fonte: Elaborado com base nos dados da RMTC (2017)
Transporte Público Coletivo na RMG
TARIFA
• A tarifa é definida como o preço que os usuários devem pagar para custear os serviços de transporte público e terem acesso ao uso da RMTC (CMTC, 2008)
• Essa tarifa deve ser reajustada a cada 12 meses, sempre no mês de maio de cada ano, utilizando-se como referência os doze meses anteriores para realização do cálculo e atualização em relação à variação dos valores dos principais insumos do setor
• Subsídio cruzado interno: usuários pagantes que percorrem pequenas distâncias, subsidiam os grandes deslocamentos
• Cerca de 25% dos usuários nao pagam tarifa por serem beneficiados com algum tipo de gratuidade, ou seja o usuário pagante custeia este benefício social: necessidade dos benefícios serem integralmente custeados pela sociedade (afinal, são um benefício social)
Transporte Público Coletivo na RMG
TARIFA
Oneram a tarifa:
1. Gratuidades, que necessitam ser absorvidas pela tarifa (e pelo usuário pagante) subsídio cruzado interno, com um universo próximo de 25% dos usuários
2. Repasse ao órgão gestor
3. Falta de infraestrutura prioritária (corredores) ônibus presos em congestionamentos comprometimento da velocidade operacional, regularidade, confiabilidade e custos
4. Espraiamento urbano, ocupações geram a necessidade de mais viagens e viagens em distâncias cada vez mais longas por transporte coletivo
Tais fatores impactam diretamente a qualidade da prestação do serviço na RMG
Transporte Público Coletivo na RMG
CORREDORES
Corredores preferenciais e exclusivos para a RMG
• 32,6 quilômetros de corredores existentes: não são suficientes para um sistema metropolitano que percorre mais de 2.376 km de vias sem priorização de tráfego, diariamente
• Para a melhoria da velocidade operacional dos veículos, seria necessário, no mínimo, no curto prazo, uma infraestrutura correspondente a mais de 150 quilômetros de corredores
Transporte Público Coletivo na RMG COMPARATIVO DE TEMPO DE VIAGEM
28,07
20,91
40,12
51,2
42,4
41,31
34,23
40,24
29,67
39,57
39,38
36,25
41,34
27,82
21,17
31,79
26,32
22,5
20,9
35,8
51,2
35,9
42,2
32,5
37,5
34,1
37,4
36,5
35,8
43,1
29,9
23,3
31,4
27,3
0 10 20 30 40 50 60
AbadiadeGoiás
AparecidadeGoiânia
Aragoiânia
BelaVistadeGoiás
Bonfinópolis
Brazabrantes
Caldazinha
Goianápolis
Goianira
Guapó
Hidrolândia
Nerópolis
NovaVeneza
SantoAntôniodeGoiás
SenadorCanedo
TerezópolisdeGoiás
Trindade
Distânciadedeslocamento(Km)- DESTINOGOIÂNIA
DISTAUTO DISTTPC
79
63
96
87
99
129
90
87
74
88
82
86
79
62
50
61
84
55
45
70
60
60
70
60
60
65
70
55
55
60
50
40
50
75
0 20 40 60 80 100 120 140
AbadiadeGoiás
AparecidadeGoiânia
Aragoiânia
BelaVistadeGoiás
Bonfinópolis
Brazabrantes
Caldazinha
Goianápolis
Goianira
Guapó
Hidrolândia
Nerópolis
NovaVeneza
SantoAntôniodeGoiás
SenadorCanedo
TerezópolisdeGoiás
Trindade
Tempodedeslocamento- DESTINOGOIÂNIA
TEMPOAUTO TEMPOTPC
Fonte: elaboração da equipe com base em dados do Google Maps (2016)
Distância de deslocamento (km)
Destino Goiânia
Tempo de deslocamento (min)
Destino Goiânia Tempo de viagem por TPC superior ao automóvel (%) Destino Goiânia
Transporte Público Coletivo na RMG TRANSPORTE MOTORIZADO INDIVIDUAL
O aumento do uso do transporte individual acarreta efeitos negativos:
• Maior poluicao atmosferica e aumento de congestionamentos, que afetam negativamente a operacao do transporte publico
• Degradação nas condicoes de mobilidade, que impacta o aumento dos tempos de viagem e contribui para o quadro geral de descontentamento com o transporte publico e o transito, principalmente nas grandes cidades e regioes metropolitanas (Ipea, 2013)
• Potencializa o espraiamento, da mesma maneira que o espraiamento urbano – acompanhado de todos os seus impactos negativos ambientais, de custo e sociais – potencializa o uso do automóvel
Transporte Público Coletivo na RMG TRANSPORTE MOTORIZADO INDIVIDUAL
Comparativo do número de motos nos municípios da RMG, em 2005 e 2016, segundo o Denatran (2016)
CARGAS, INDÚSTRIA E ABASTECIMENTO NA RMG
Transporte de carga
Vias de interesse e localização de polos industriais, indústrias e postos de combustível
Este conteúdo constitui um resumo do levantamento das condições de mobilidade da população na RMG e acessibilidade aos municípios da RMG
Conforma a primeira etapa do Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Goiânia:
CONHECIMENTO DA REALIDADE
OBRIGADO!!!