Post on 02-Dec-2018
MITO E CULTURA DOS INDÍGENAS COLOMBIANOS
SANDRA RODRIGUES EITERER Membro do Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos, da UFJF.
Aluna do Curso de Filosofia da UFJF.
cucaeiterer@yahoo.com.br
Dentre as comunidades indígenas conhecidas, vamos abordar,
neste trabalho, os indígenas colombianos, com seus mitos, seus ritos e
seus costumes. As etnias a serem estudadas são em número de seis e se
intitulam: Catíos, Kogis, Mocoas, Muiscas, Paez e Úwas.
Distribuídos pelo território colombiano, ali estavam povos sem
escrita, sociedades sem Estado, povos cujas verdades fundamentais não
eram buscadas através da reflexão filosófica , das descobertas científicas
ou da revelação divina . Povos cuja noção sobre o homem, a natureza e o
mundo sobrenatural era expressa, através de mitos, ritos e crenças
mágicas, narrando fenômenos, situações e seqüências de fatos difíceis
de serem tidos como verdades, de serem reconhecidos como algo
relacional entre o homem e sua razão ou sua situação no mundo, entre o
homem e a natureza, entre os homens e seus semelhantes.
Seus comportamentos típicos, em nada lembravam o homem
branco, nem tampouco sua forma de vestir, de comer, falar e de se
relacionar. Estava aí proclamada a idéia de que todos os povos, apesar
das diferenças no modo de pensar, agir e viver , são parte de uma única
humanidade, pois toda a humanidade se define enquanto produtora de
linguagem e de cultura. Há uma população, encontrada em diversas
partes do nosso planeta, diversificada internamente, que compartilha o
fato de acreditar nos mitos e que os escolhe como forma de pensar o
mundo e se expressar, por entenderem que as narrativas míticas contam
verdades. E não quaisquer verdades, mas grandes e importantes
verdades, que todos precisariam conhecer.
O mito é um modelo, para que o rito aconteça, sacralizando o
profano. O fato de uma das características do mito estar na maneira de
formular e expressar as idéias e imagens pela qual se constitui, sugerem
uma relação particular entre o mito e a história daqueles povos
responsáveis por sua existência. Um dos recursos básicos para a
produção dos mitos era a metáfora, também os elementos concretos da
natureza como os astros, as intempéries, os animais, as plantas, as
montanhas, os rios, o céu, os cheiros, os sabores, ainda as experiências
da vida como o parto, a morte, o sexo, a troca, a caça, os filhos, as mães
e também as relações existentes como a obediência, a traição, a
generosidade, a timidez e a inveja. O debate sobre a racionalidade ou a
irracionalidade dos mitos marcou toda a história da antropologia do
século. Naquele período pensou-se nos mitos como explicações
inventadas por aqueles povos diante de fenômenos fortes e importantes
como a morte, o dilúvio, o eclipse ou a origem do mundo, que não eram
capazes de compreender. Eram, portanto, pensamentos como o próprio
mito, explicações falsas e deficientes, incapazes de compreender o que
a ciência, mais tarde, viria a fazer.
Mas à medida que a empresa colonial se expandia e que os
viajantes, missionários e pesquisadores registravam e difundiam, para o
ocidente as narrativas dos povos nativos dos continentes colonizados,
logo se constatou as relações entre o que os mitos diziam e o modo como
aquele povo estava organizado. Então se pensou nos mitos como
"modelos" para o comportamento das pessoas em sociedade, narrativas
que explicavam a origem da ordem social e que contribuíam para a
preservação da paz e do equilíbrio social entre eles, evitando os conflitos.
O conhecimento de todos esses fatos mudou o ponto de vista dos
“civilizados” sobre os “não-civilizados”.
Conhecer o mundo é, pois, imensurável para a experiência humana
e, embora tal experiência seja vivida de maneira singular, por cada grupo
social, em tempos e condições particulares de existência, os mecanismos
que permitem conhecer o mundo são os mesmos. A mente humana opera
segundo os mesmos princípios em todos os lugares e, por isso, é
necessário aprender os novos significados e o constante diálogo entre
culturas diversas.
A linguagem mítica é essencialmente simbólica, com imagens
concretas, e se conhece pelas histórias narradas, que falam de temas e
questões que dizem respeito a toda a humanidade. Mitos são produzidos
por culturas específicas e expressam questões próprias aos contextos
sociais que lhes deram origem. As vivências e as imagens construídas
para falar deles são particulares, criadas em contextos culturais
específicos, mas as questões de que tratam os mitos são essencialmente
humanas, por dizerem respeito à própria condição humana no mundo e
ultrapassam as particularidades culturais de um povo ou de uma
sociedade específica..
Os mitos são, por tudo o que vimos, um lugar para a reflexão.
Através de símbolos, de histórias e personagens os mitos falam de
complexos problemas filosóficos que os homens, por sua própria
condição no mundo, deveriam conhecer. Aparentemente ingênuos ou
inconseqüente, os mitos são coisa séria. Como se constroem com
imagens familiares e símbolos do dia-a dia, os mitos têm muitas
significações diferentes e são repetidamente apresentados ao longo da
vida dos indivíduos que, à medida que amadurecem social e
intelectualmente, vão descobrindo novos significados nas mesmas
histórias de sempre, já compreendidas um dia. Isso mostra que os mitos
são de muito difícil compreensão. As verdades que contém são expressas
com valores e significados próprios a cada cultura. Para chegar até elas é
necessário um conhecimento bastante denso dos contextos sócio-
culturais que lhes servem de referências. E assim as comunidades
indígenas conseguem mostrar suas verdades essenciais, em uma
linguagem acessível e ao mesmo tempo entram em contato com a
sociedade sobre questões cuja complexidade irá aos poucos descobrindo
e compreendendo.
Mas em algumas sociedades, os mitos são mais explícitos, em
suas referências à organização social ou a determinadas instituições
sociais . Os mitos, assim, falam sobre a vida social e o modo como ela
está organizada e foi concebida. Não a refletem simplesmente, mas
tornam-na objeto de questionamento e estimulam a reflexão sobre as
razões da ordem social. Bastante freqüentes são os mitos que se
articulam a ritos específicos, fazendo-o através de uma vinculação
explícita, como cenários, personagens e assuntos comuns ou
indiretamente em uma abordagem própria a um tema que é diversamente
mostrado em algum ritual. Algumas vezes, os rituais são dramatizações
do que é narrado nos mitos e outras vezes são linguagens próprias que,
cada uma a seu modo, trabalham temas centrais da vida social ou da
cosmologia do grupo, justificando o emocional coletivo e descortinando
toda a referência representativa e participativa do povo no mundo.
Outra forma de mostrar sua relação com a vida sempre foi através
da arte. Cada povo com sua simbologia, pintada em pedras, que serviam
de delimitação territorial, em peças cilíndricas de barro cosido , em peças
de cerâmica e em suas armas. Posteriormente começaram a trabalhar o
algodão e a tecer mantas. As figuras usadas para a concretização dessa
arte eram os triângulos, os círculos, as espirais, os cones, as figuras
humanas, o sol, a serpente e outros animais.Também o artesanato
confeccionado em ouro era algo maravilhoso, até hoje admirado em
museus. Mas o melhor gênero de pintura indígena foi o praticado em
seus próprios corpos, tal como tatuagens.
Atualmente muita coisa mudou. Alguns povos foram aculturados
como os Muiscas, outros desapareceram como os Catios, embora seus
descendentes contem suas histórias pelos departamentos de Chocó,
Córdoba e Antioquia. Os Kogis, os Mocoas, Paeces e Úwas sobreviveram
e se encontram espalhados por todo território colombiano. Vejamos
algumas características de cada um deles.
Os Muiscas
Eram os mais organizados dentre todos, motivo pelo qual
terminaram aculturados. Eram inteligentes, valorosos, mas sofridos.
Foram basicamente agricultores e tiveram grande conhecimento sobre os
ciclos das chuvas, as fases da lua e o cuidado com o cultivo. Suas terras
eram planas, com irrigação natural apoiada pelos rios e lagoas que as
cercavam. Cultivavam batata, feijão, tomate, goiaba, milho, que usavam
para o preparo de bebidas embriagantes como a chicha, dentre outras
culturas. Eram muito trabalhadores e tinham como principais atividades
econômicas , além da agricultura, a mineração, a pesca, a caça, a
industria têxtil, a ourivesaria e o comércio. Na mineração se destacavam
na exploração do sal, do carvão e das esmeraldas. Da pesca tiravam seu
sustento e caçavam veados, tatus, coelhos e perus.
Eram cultivadores e consumidores de coca, tabaco e yopo,
principalmente em seus ritos religiosos. Na indústria têxtil produziam
suas mantas finas e coloridas, usadas como vestes. A arte com o ouro e a
cerâmica tinha duplo significado: o estético, com os “tunjos” que eram
peças de pequenas figuras humanas feitas de uma lâmina fina de ouro e o
religioso, que usavam para enfeitar seus cemitérios, como a patena, que
eram discos de ouro para cobrir vasos, além dos instrumentos
musicais.No comércio trocavam o sal por topázios, ametistas e ouro, que
logo eram polidos e talhados para, então, voltarem a comercializar.
Também trocavam suas terras frias por outras planas e boas para o
plantio. Obtinham o algodão nas trocas, para a elaboração de ponchos
decorados, o que, aliás, fazem até hoje, comercializavam largamente e
chegaram a usar o disco de ouro como moeda. A base da organização
social chibcha foi a família.
Os matrimônios eram realizados entre pessoas da mesma tribo, os
chefes tinham várias esposas e surgiram as diversas classes sociais: os
nobres, os sacerdotes, os guerreiros, os comerciantes e o povo, que eram
os agricultores, mineiros e artesãos. Os sacerdotes eram também
médicos e bruxos, mas para alcançar esta posição o índio tinha que
estudar durante muitos anos, em uma espécie de seminário. Todos se
vestiam com túnicas e mantas amarradas pelas pontas no ombro,
fabricadas com telas grossas de algodão e adornadas com riscos
coloridos. Os personagens mais importantes vestiam mantos mais finos,
com cores mais sóbrias e usavam adornos feitos de cerâmica. Não
usavam calçados. Usavam plumas de aves coloridas na cabeça e também
braceletes, colares narigueiras e peitorais de ouro.
Na religião, representaram em diferentes animais suas divindades e
situaram o homem no centro da natureza. O homem representava a força,
o poder, a sabedoria, a prudência, enquanto a mulher representava a vida,
a fertilidade e a organização. Adoravam o sol e a lua, e rendiam culto à
água e ao arco-íris.O deus principal era Chimininchagua, que era a origem
de tudo ,o criador da luz, o protetor, mas também se lhe ofendesse ele se
tornava vingativo. Suas festas eram solenes, suas procissões
concorridas. Os índios, em geral, rendiam culto aos mortos e por
acreditarem na imortalidade da alma, os enterrava com alimentos, jóias e
vestes. A morte era concebida como o começo de uma viagem, que
conduziria a um mundo parecido com o deles e a vida por lá seria fácil ou
difícil de acordo com o comportamento tido na terra.
Os Catíos
Foram uma comunidade inteligente, organizada, valorosa e a mais
brava do Novo Reino de Granada. As etnias Catía foram mais lutadoras
que as etnias Chibcha. A economia se baseava em uma agricultura de
muitos produtos e de um bom comércio com tribos aliadas da região.
Praticavam também a medicina com afinco. E até hoje seus descendentes
conservam ainda a instituição do “Jaibanismo”, que consiste em investir
em quem corresponde à dignidade médica. Esta unção se dá em uma
cerimônia cheia de ritos onde é entregue um bastão mágico, que jamais
poderá ser abandonado e que será usado para as curas de todas as
doenças. Os Catíos possuem uma fascinação por sua história, que
perpetuam com cantos e danças.
Já os conquistadores os acusavam de serem antropófagos, pois
diziam que os índios engordavam seus prisioneiros para depois devora-
los. Isso provocara a ira dos colonizadores que logo trataram de
extermina-los. Mas, de acordo com uma investigação da Universidade de
Antioquia concluiu-se que noventa por cento dos antinhoquenhos
descendem de uma mulher índia, somente um por cento descende de um
homem indígena e noventa e quatro por cento descende de um homem
europeu, testemunhando, portanto, um genocídio e um etnocídio, pois os
espanhóis aniquilaram os índios para tomarem-lhes as mulheres.
Os Úwas
Constituem um povo ameríndio de língua chibcha e encontram-se
assentados nos departamentos de Santander, Arauca e Boyacá. São
fundamentalmente agricultores, praticam a pesca, a caça e três vezes ao
ano habitam e exploram lugares com temperaturas diferentes. Em cada
estação e um entorno residencial específico, cantam seus diferentes
mitos. Estão divididos em clãs matrilineares. Cada pessoa procura casar-
se com integrantes do grupo onde se casaram seus antepassados. Daí,
esforça-se para que os filhos que tiver sejam a reencarnação da geração
de seus tataravôs. Desde 1993 eles estão em conflitos constantes com as
companhias petrolíferas, devido a discordância em relação à exploração e
exportação de hidrocarbonetos em seu território.
Os Paeces
Têm como habitat Tierradentro, um dos espaços indígenas mais
importantes do país. São primordialmente agricultores e a terra para eles
é a razão da vida e da segurança. A base da organização social e política
deste povo é uma câmara, que é eleita anualmente e composta por um
governador, um secretário, um prefeito, um chefe de polícia e um fiscal.
Os eleitos recebem um bastão como símbolo de sua autoridade. Por volta
de 1920 os brancos se opuseram a essa organização por ser o centro da
autoridade dos índios, mas eles continuam a manter vivo esse ideal e têm
alcançado vitórias, como a formação do Conselho Regional Indígena de
Cauca, departamento onde vivem, que busca recuperar a autonomia
política, econômica e cultural dos indígenas em geral. Sempre foram
determinados e destemidos, por isso combateram ferozmente aos
conquistadores e atualmente estão dedicados a agricultura e a pecuária,
conservando vivas a tradição e a imagem de sua heroína, a cacica
Gaitana.
Os Kogis
Constituem um povo ameríndio que habita no norte, na região da
Serra Nevada de Santa Marta, distante cerca de sessenta kilometros do
mar. Falam a língua da família chibcha. Sua diferença dos demais é ser
uma sociedade feminina, do tipo matriarcal. Sua divindade suprema é
uma mulher, a mãe universal, criadora de tudo o que existe e da qual
nasceu o gênero humano, a terra, as plantas e os animais. É a mulher
que cultiva a terra, desde o plantio até a colheita. Vivem em povoados de
casas circulares, com alguma hierarquia e um templo feminino e outro
masculino, pois sua grande espiritualidade é uma de suas mais fortes
característica. Os sacerdotes Kogis recebem o nome de Mama, que
também significa sol, encarnam a lei sagrada e são as autoridades
centrais dessa cultura. Eles celebram grandes cerimônias em honra ao
Sol e à Lua, festejando ritos em seu centro sagrado, cuja principal casa
simboliza o Cosmo. Festejam coletivamente, também, antes da
semeadura para consagrar a semente. Enfim, as famílias se reúnem nos
povoados para realizar trabalhos coletivos, celebrar festas ou discutir em
assembléia temas de interesse comum. Pela noite os homens celebram
reuniões no templo, fazem confissões e recebem conselhos de Mama. A
base da economia é a agricultura de subsistência e cultivam batata, yuca,
milho, feijão, banana e cana de açúcar. Também criam animais
domésticos, pescam e caçam em pequena escala. Produzem panelas para
uso próprio e da coletividade. Conservam as tradições culturais dos
Taironas, dos quais são descendentes, entre elas a de “mambiar”, que
significa mastigar folhas de coca, para resistir à fome e às duras e longas
jornadas de trabalho.
Os Mocoas
Vivem nas vertentes da bacia hidrográfica do Rio Mocoa, a uma
altura de até mil metros do nível do mar, junto à Cordilheira dos Andes.
Dedicam-se ao cultivo de frutas, à caça, à pesca, à tecelagem de fibras de
palma para a confecção de cestas e elementos de uso diário. Também se
dedicam à cerâmica e ao preparo de peles para o artesanato. À nação
indígena dos Mocoas se incluem os Kamsá, que têm procedência
polinésia , os Ingano e os Andaquí. Por ser um grupo pré-colombiano e
com antecedentes migratórios diversos, os Mocoas formavam uma nação
que acumulava aspectos relevantes de cada tribo e grupo social e os
adotavam em um processo de transculturação de médio
desenvolvimento, o que os fez avançar mais que as demais tribos
amazônicas. Viviam nus e pintados, tinham cabeleiras longas, usavam
flechas venenosas e uma arma feita com dentinhos afiados de peixes. A
organização política e social que caracterizou essa nação centro-se no
Conselho de Anciãos, que não podia ser renovado e nem deposto, pois
seus membros gozavam de um supremo poder e eram eles que
nomeavam o chefe da tribo, realizavam as curas e decidiam os fatos mais
relevantes do grupo. Esse povo se caracterizou, sempre, por suas
superstições e por tomar o “yagé“ como rito espiritual, médico e
cabalístico. Sempre utilizaram o arco e a flecha como arma ofensiva, e
também, a zarabatana e outros elementos fabricados de ossos de animais
e madeira para a caça, a pesca e a colheita de frutas. Para animar suas
festas e cerimônias utilizavam a flauta, os tambores, os chocalhos e
outros instrumentos criados por eles mesmos. Eles sempre tiveram muito
medo dos espíritos dos mortos, dos wattis e curacas, que segundo eles
possuíam poderes sobrenaturais, realizavam encantamentos, rezas e
malfeitos; e para se defenderem efetuavam ritos contra os seus medos
ancestrais. Viviam na orla de rios para facilitar os trabalhos de pesca e
agricultura. A partir destes dados se pode recriar mentalmente o tipo de
cultura em geral da sociedade dos Mocoas, mas sua grande habilidade
para o artesanato, como as cestas, e para a cerâmica de uso doméstico
não há como mensurar.
Conclusão
A primeira grande observação a se fazer é quanto ao valor do mito
na vida de todos esses povos. Sem esses modelos, inspiradores dos
ritos, eles não teriam sequer como expressar seus pensamentos e
sentimentos, enfim, suas vidas não teriam o mesmo sentido . O contacto,
tão importante para eles, com as divindades, lhes proporcionava bom
desempenho em todas as áreas, as suas comemorações tinham como
símbolo a dança e a música e tudo era sempre baseado em algum tipo
de mito. Também o cotidiano simples refletia os diversos tipos de mitos
em cada detalhe, tanto na paz quanto na guerra. Isso mostra a grande
influência que esses mitos exerceram na sociedade indígena desde
sempre. Já na origem do mundo, contada pelo Mito Úwa, passando pela
origem do homem, contada pelo Mito Muisca, pelo tratado de educação,
contado pelo Mito Kogi, pela volta de Dabeiba ao céu, contado pelo Mito
Catío, da origem da Água e da Lagoa da Cocha, contada pelo Mito Mocoa
até o nascimento do menino serpente Don Juan Tama, contado pelo Mito
Paez, tudo remete à idéia de que não há como imaginar a existência
desses povos sem os mitos, tão importantes para eles e tão encantadores
para os leitores.
BIBLIOGRAFIA RODRÍGUEZ, Ricardo Vélez (organizador). Seminário sobre a Filosofia dos Mitos Indígenas. 1a. ed., Juiz de Fora: Departamento de Filosofia, 2004. 54 pg. WIKIMEDIA Foundation, Inc. Categoría: Etnias de Colombia. Bogotá, 2007. 36 artículos.
Anexo:
INDÍGENAS SOBREVIVENTES DA COLOMBIA
Fala-se em uma cifra de 450 a 500 mil indígenas na Colômbia,
pertencentes a cerca de 81 etnias diferentes, com 64 distintas línguas
faladas. O grupo mais numeroso é o dos Paeces, cerca de cem mil,
que habitam o sudeste do país. Seguem os Guajiros ou Wayú, com
uns 73 mil indivíduos, que ocupam as terras da península de La
Guajira.
Outros grupos demograficamente importantes são os Chócos,
habitantes das selvas úmidas do ocidente do país e de algumas áreas
limites da cordilheira. Com menor número de habitantes, mas com
variedade de grupos étnicos, se encontram os povoadores da
Amazônia, que se estima sejam 50 mil, repartidos em cerca de 50
grupos étnicos, entre eles estão os Ticunas, Witotos e Guahibos.
Outros grupos menos densos em povoação, mas igualmente
complexos em relação a suas formas culturais, são os Kogis, os
Guambianos, os Noananás ou Waunana, os Yagua, entre outros.
________________________