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Miologia – Estudo dos
Músculos Prof. Gustavo Martins Pires
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C o n t e ú d o :
O s m ú s c u l o s s ã o e s t r u t u r a s q u e m o v e m o s s e g m e n t o s d o c o r p o
p o r e n c u r t a m e n t o d a d i s t â n c i a q u e e x i s t e e n t r e s u a s
e x t r e m i d a d e s f i x a d a s , o u s e j a , p o r c o n t r a ç ã o . E m b o r a o s o s s o s
e a s a r t i c u l a ç õ e s f o r m e m o a r c a b o u ç o d o c o r p o , e l e s p r ó p r i o s
n ã o p o d e m m o v e r o c o r p o . O m o v i m e n t o r e s u l t a d a c o n t r a ç ã o e
d o r e l a x a m e n t o d o s m ú s c u l o s .
(Musculatura do ombro na vista anterior - Fonte: Atlas de Anatomia Humana – F. Netter)
1. Tipos de fibras musculares -------------------------------------------------------------------------------------- 03
2. Características do tecido muscular ----------------------------------------------------------------------------- 05
3. Funções do tecido muscular ------------------------------------------------------------------------------------ 05
4. Contração muscular ---------------------------------------------------------------------------------------------- 06
5. Fisiologia da contração ------------------------------------------------------------------------------------------ 07
6. Músculo estriado esquelético ----------------------------------------------------------------------------------- 08
7. Componentes anatômicos dos músculos ---------------------------------------------------------------------- 08
8. Origem e inserção ------------------------------------------------------------------------------------------------ 09
9. Classificação quanto a disposição das fibras paralelas ------------------------------------------------------ 10
10. Classificação quanto a disposição das fibras obliqua ------------------------------------------------------ 14
11. Classificação quanto ao número de origens ----------------------------------------------------------------- 16
12. Classificação quando ao número de inserções -------------------------------------------------------------- 19
13. Classificação quanto ao número de ventres ----------------------------------------------------------------- 21
14. Classificação funcional ---------------------------------------------------------------------------------------- 23
15. Atividades ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24
Referências ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
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Sumário
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1. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES
O músculo é o resultado do conjunto de várias células formadoras do tecido muscular. As células
que formam o tecido muscular recebem o nome de fibras. Existem três tipos de fibras musculares: fibras
musculares estriadas esqueléticas; fibras musculares lisas; fibras musculares estriadas cardíacas.
Tecido muscular estriado esquelético: é cilíndrico, polinucleado, com uma simetria proteica de
ação voluntária e rápida. As fibras estriadas esqueléticas formam o tecido muscular estriado
esquelético, isto porque ela esta ligada a nossa movimentação voluntária. Ela recebe este nome
de estriada, porque a arrumação das proteínas formadoras da fibra permitem o aparecimento de
estrias, faixas claras e faixas escuras. Na microscopia eletrônica ainda se observa um aspecto
cilíndrico e polinucleado (células com mais de um núcleo).
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(representação do tecido muscular estriado esquelético)
Tecido muscular liso: é mononucleada com simetria proteica, de aspecto fusiforme (em forma
de ponta), a ação dele é involuntária. Nas fibras lisas o tecido é fusiforme, as células tem ponta,
são mononucleadas (cada célula possuí apenas um núcleo), e neste caso as arrumações das
proteínas não obedecem a uma simetria, como a estriada esquelética. As fibras lisas não
dependem da nossa vontade, o seu funcionamento é automático. Ex.: a musculatura que forma o
tratogastrintestinal.
Tecido muscular estriado cardíaco: reúne características das duas, cilíndrica, mononucleada
de contração involuntária com simetria proteica. A fibra cardíaca reúne uma característica da
fibra esquelética que é de se contrair de maneira rápida, e uma característica da fibra lisa que é
não depender da nossa vontade. Em tão a fibra cardíaca ganha uma característica da estriada
esquelética, que é uma simetria do processo proteico de contração, é mononucleada, porém a
ação dela é uma ação involuntária.
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(representação do tecido muscular liso)
(representação do tecido muscular estriado cardíaco)
2. CARACTERÍSTICAS DO TECIDO MUSCULAR
Acontece que independente da fibra ser esquelética, cardíaca ou lisa. Existem características que
são importantes na compreensão de suas funções:
Excitabilidade: é a capacidade do tecido muscular de receber e responder a estímulos.
Contratilidade: é a capacidade de encurtar se e espessar se (contrair se).
Extensibilidade: é a capacidade do tecido muscular de distender se (estender).
Elasticidade: é a capacidade do tecido muscular de retornar à sua forma original após a
contração ou a extensão.
3. FUNÇÕES DO TECIDO MUSCULAR
O músculo tem quatro funções-chaves: produzir movimento do corpo, mover substâncias dentro
do corpo, fornecer estabilidade e gerar calor.
Movimento do corpo: Os movimentos realizados pelo corpo dependem do funcionamento
integrado de ossos, articulações e músculos esqueléticos.
Movimento de substâncias dentro do corpo: o músculo cardíaco produz contrações que
movem o sangue através do coração e dos vasos sanguíneos. As contrações do músculo liso
movem o alimento através do trato gastrintestinal, o espermatozoide e o óvulo através dos
sistemas genitais, e a urina através do sistema urinário.
Estabilização das posições do corpo e regulação do volume dos órgãos: As contrações do
músculo esquelético mantêm o corpo em posições estáveis, como ficar de pé ou sentado. Os
músculos posturais apresentam contrações sustentadas, quando a pessoa esta desperta; por
exemplo, os músculos do pescoço ficam parcialmente contraídos para mantêm a cabeça ereta.
Produção de calor: Quando o músculo esquelético se contrai para realizar trabalho, um
subproduto é o calor. Boa parte do calor liberado pelo músculo é usado para manter a
temperatura corporal normal.
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4. CONTRAÇÃO MUSCULAR
Então para que haja contração muscular é necessário que haja movimentação de alguma
substância, que no caso é a proteína, e independentemente se ela esteja arrumada ou não, vai dar a
característica de contratilidade na estrutura muscular, essas proteínas formam o que nós chamamos de
miofibrilas.
Miofibrilas: são estruturas onde as proteínas se arrumam e estão presentes no citoplasma de
cada fibra muscular. Essas miofibrilas são formadas por unidades de contração, denominadas de
sarcômeros.
Sarcômero: é uma estrutura formada por duas proteínas, estas são denominadas de actina e
miosina a disposição é paralela, onde se tem dois eixos formados pela miosina e três eixos
formados pela actina.
No processo de contração as proteínas de actina, se deslocam e deslizam por cima da miosina
reduzindo então o que nós chamamos de espaço H, fazendo com que o sarcômero reduza, e essa redução
faz com que as linhas Z que são faixas proteicas que delimitam o sarcômero, se aproximem.
Então na realidade a contração muscular se dá por redução do sarcômero porque as proteínas de
actina deslizam por cima das proteínas de miosina.
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(representação do sarcômero no estado relaxado e contraído)
5. FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO
Existe um elemento chamado ATP, que vai liberar energia para que haja o descolamento da
actina por cima da miosina. E quem vai permitir que esse ATP libere essa energia é a miosina que vai
adquirir uma característica, que nos chamamos de ATPase. Então a miosina que é uma proteína
estrutural que formou o sarcômero, vai atuar como uma enzima forçando o ATP a liberar a energia.
Quando ele liberar essa energia ele solta um fósforo e passa a condição de ADP. Esse ADP vai ser
carregado pela respiração celular e volta à condição de ATP. Acontece que nos temos uma bateria de
reserva chamada creatina que é acionada quando a respiração celular não consegue dar conta de repor a
quantidade de energia solicitada. Então durante o processo de produção de energia a creatina é carregada
e ela fica na condição de fosfocreatina. Quando a nossa atividade muscular é muito intensa a
fosfocreatina passa direto a energia para o ADP transformando ele em ATP. Então a fosfocreatina tem
que transferir a energia para o ATP, o ATP sofre a ação enzimática e libera a energia para que a
contração muscular aconteça.
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(representação esquemática da fisiologia da contração)
6. MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO
O músculo como um todo nasceu das miofibrilas, onde eu tenho as unidades de contração, que
juntos formão as fibras musculares, estas são envoltas pelo endomísio, um grupamento de endomísio
forma um feixe muscular o qual é envolvido pelo perimísio, e o conjunto de tudo isso forma o ventre
músculo o qual este envolvido pelo epimísio. Este ventre possui em suas extremidades tendões que irão
se fixar nos osso e a partir do processo de contração promover o movimento.
7. COMPONENTES ANATÔMICOS DOS MÚSCULOS
Ventre Muscular: é o conjunto de fibras musculares.
Fáscia muscular: é um tecido conjuntivo fibroso que envolve o ventre muscular e minimiza o
atrito gerado nas contrações musculares.
Tendão Muscular: é um tecido conjuntivo denso que fixa o músculo ao osso, é um componente
passivo, pois não entra em atividade de contração.
Aponeurose: é o mesmo tecido dos tendões, mas o que difere é a forma.
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(representação do componentes do músculo estriado esquelético)
8. ORIGEM E INSERÇÃO
Origem: é o ponto fixo do músculo, afixação de um tendão muscular no osso estacionário.
Inserção: é o ponto móvel do músculo, o qual vai em direção á origem, afixação do outro tendão
muscular no osso móvel.
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(representação da origem e da inserção muscular – Fonte: Atlas de
Anatomia Humana – SOBOTTA).
9. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DISPOSIÇÃO DAS FIBRAS PARALELAS
Tipo longas: músculos nos quais predomina o comprimento. Ex.: m. esternocleidomastóideo.
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Tipo Largo: músculos nos quais o comprimento e a largura se equivalem. Ex.: m. glúteo
máximo.
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Tipo leque: quando as fibras convergem para um tendão em uma das extremidades, tomando o
aspecto de leque. Ex.: m. peitoral maior.
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Tipo Fusiforme: quando ocorre uma convergência das fibras em direção aos tendões de origem
e inserção. Ex.: m. braquial.
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10. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DISPOSIÇÃO DAS FIBRAS OBLIQUA
Tipo Peniforme: músculos cujas fibras são oblíquas em relação aos tendões, lembrando barbas
de uma pena. Ex.: m. reto da coxa (femoral). Estes músculos são ditos Bipenados (onde os feixes
se prendem nas duas bordas do tendão).
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Tipo Semi-peniforme: quando os feixes musculares se prendem em uma só borda do tendão.
Ex.: m. extensor longo dos dedos do pé. Estes músculos são ditos Unipenados.
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11. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE ORIGENS
Quando os músculos apresentam mais de um tendão, se diz que apresenta mais de uma cabeça de
origem por isso recebem as respectivas denominações:
Com 2 origens – Bíceps. Ex.: m. biceps braquial.
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Com 3 origens – Tríceps. Ex.: m. triceps sural (da perna).
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Com 4 origens – Quadríceps. Ex.: m. quadríceps femoral (da coxa).
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12. CLASSIFICAÇÃO QUANDO AO NÚMERO DE INSERÇÕES
Do mesmo modo os músculos podem se inserir por mais de um tendão. Recebendo assim as
seguintes denominações:
Quando apresenta 2 inserções diz se Bicaudados. Ex.: m. flexor curto do hálux.
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Quando apresenta 3 ou mais inserções diz se Policaudados. Ex.: m. extensor dos dedos da
mão.
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13. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE VENTRES
Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular. E são dito:
Digástricos: quando apresentam 2 ventres musculares. Ex.: m. digástrico.
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Poligástricos: os que apresentam número maior de ventres. Ex.: m. reto do abdome.
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14. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Agonista: quando um músculo é o agente principal do movimento.
Antagonista: quando um músculo se opõe ao trabalho do agonista.
Sinergista: acompanha o movimento principal.
Fixadores: auxiliam o movimento principal com a fixação de um grupo muscular.
15. ATIVIDADES
1. Qual é a classificação funcional dos músculos?
2. Qual é a função do tecido muscular? Explique cada uma delas.
3. Como se chama o feixe de células musculares envolvidas pelo perimísio?
4. Quais são as características do tecido muscular? Explique cada uma delas.
5. O que são miofibrilas?
6. O que são sarcômeros?
7. Explique o processo de contração muscular.
8. Explique a fisiologia da contração muscular.
9. Quais são os componentes anatômicos dos músculos?
10. Diferencie origem e inserção.
11. Como são classificados os músculos quanto à disposição das fibras paralelas?
12. Como são classificados os músculos quanto à disposição das fibras oblíquas?
13. Como são classificados os músculos quanto ao número de origens?
14. Como são classificados os músculos quanto ao número de inserções?
15. Como são classificados os músculos quanto ao número de ventres?
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REFERÊNCIAS
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.. Anatomia orientada para a clínica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A.. Anatomia humana sistêmica e segmentar: para o estudante
de medicina. São Paulo: Editora Atheneu, 2002.
GARDNER E ET AL. Anatomia Geral — Introdução. Anatomia — Estudo Regional do Corpo
Humano. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1971. p.3-9.
TORTORA, G.J. Principios de anatomia humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2007.
NETTER, F. Atlas de Anatomia Humana. 4. ed. Elsevier, 2002.
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1. FUNCIONALIDADE DO
PÉ
O pé possui funções
importantes como suportar o
peso e servir como alavanca
para impulsionar o corpo. A
construção do pé com vários
ossos e articulações, permite a
adaptação do pé aos tipos de
superfícies, além de aumentar
sua ação propulsora.
2. ESQUELETO DO PÉ
O esqueleto do pé é formado
pelos ossos tarsais, metatarsais
e falanges. Quase todos os
ossos se unem por articulações
sinoviais, conferindo
mobilidade necessária para se
adaptar a forças longitudinais
aplicadas sobre o pé e, se
moldar aos diferentes tipos de
superfícies durante a marcha.
Os ossos do tarso (do grego –
tarso = superfície plana) a
palavra era usada para uma
série de estruturas planas.
Hipócrates usava a expressão
“tarsós podós” = planta do pé.
Galeno utilizou o termo para o
esqueleto, envolvendo apenas
os ossos cuneiformes e cubóide
como parte do tarso. São ossos
pares e curtos, totalizando sete
ossos em cada pé.
O tálus (do latim – talus
= tornozelo, dado de
jogar), articula-se,
proximalmente, com a
face inferior da tíbia e,
as porções articulares
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