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MILSA VIEIRA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
LONDRINA
2012
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TÍTULO: O LETRAMENTO POR INTERMÉDIO DAS FÁBULAS
Autora: Professora PDE-Milsa Vieira
Escola de Atuação: Colégio Estadual Maria Muziol Jaroskievicz Ensino
Fundamental e Médio
Município da Escola: Faxinal
NRE: Apucarana
Professora orientadora: Pós Drª Lidia Maria Gonçalves
Instituição de Ensino Superior: UEL
Área de Conhecimento: Língua Portuguesa
Natureza da Produção Didático-Pedagógica: Unidade Didática
Universo de Implementação: 6º ano do Ensino Fundamental
Relação interdisciplinar: Artes (painéis, edital, confecção da capa do livro da
produção)
RESUMO
Esta produção pedagógica tem como objetivo propor o desenvolvimento do processo de letramento, habilidade necessária nos relacionamentos sociais. Os textos escolhidos para estudo pretendem ser agradáveis ao público para o qual se destinam, servindo para encantar nossos estudantes para se apropriar dos saberes lingüísticos, textuais e discursivos, favorecendo, assim, sua integração com o mundo social. Segundo Naspolini (1996, p.25), “o sócio-interacionismo é a teoria que concebe o conhecimento como um processo construído pelo indivíduo, em interação com o meio, ao longo de toda sua vida”. Assim, buscamos criar condições favoráveis para que nossos alunos envolvam-se com os bens culturais ao instigarmos o seu conhecimento prévio e estimularmos a sua criatividade. Enfim, propormos situações desafiadoras para que aprenda sobre a sua língua e aproprie-se do gênero discursivo fábula.
Palavras Chave: Fábula; criatividade; conhecimento social.
INTRODUÇÃO
Este trabalho didático pedagógico tem como proposta desenvolver a
leitura de fábulas, segundo a perspectiva dialógica apontada nas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica do Paraná. Esse documento oficial considera
que “o leitor tem um papel ativo no processo da leitura.” (2008, p.71). Na
prática, muitos de nossos alunos não gostam de ler e, principalmente, não
gostam de textos repetitivos, como alguns que ainda circulam na escola. Em
razão dessa problemática, o desenvolvimento desta proposta justifica-se.
A questão central é: Como resolver as dificuldades de leitura
demonstradas por esse público? Dentre os múltiplos fatores que, em conjunto,
assinalam uma resposta para esta questão, destaca-se a necessidade de
construção de modelos didáticos fundamentados na teoria bakhtiniana. Afinal,
linguagem é instrumento de interação humana e também no contexto escolar
ela deveria assumir esta concepção.
Sempre que planejamos e organizamos uma prática didática, devemos
ter em mente a importância do gênero estudado e que valores implícitos
queremos que nossos alunos retirem do texto. Todo professor deve refletir
sobre o que é importante ensinar, para que as leituras feitas possam contribuir
para formar o sujeito reflexivo e crítico.
Segundo relata Faria (1999), para um bom trabalho com a leitura de
narrativas, a organização de um planejamento das atividades é fundamental.
Nesse sentido elaboramos este plano.
Almejamos que os resultados deste trabalho motivem outros professores
da rede pública, contribuindo para a continua construção de novos referenciais
e que possamos fornecer algum subsídio para otimizar a educação
paranaense, pois, por meio da produção didático pedagógica e da elaboração
de um artigo científico perseguimos este fim. Nesse processo de capacitação,
nossos alunos irão selecionar algumas fábulas para o reconto. Depois do
estudo das características do gênero, realizaremos a reescrita de algumas
delas, isto é, reescreveremos esses textos em busca de uma melhor forma de
expressão para que fiquem ainda mais enriquecidas/lapidadas e dando uma
versão atualizada. A hora da produção textual envolverá quantas reescritas
forem necessárias, até a elaboração do produto final.
Pediremos aos estudantes para:
Escolherem os animais que serão os personagens da história a ser
criada;
Classificarem as características humanas dos personagens do texto a
ser elaborado;
Definirem quais serão os valores dos animais a serem explorados no
texto;
Definirem se haverá diálogo entre os animais ou será o aluno o narrador,
tornando-os cientes das diferenças entre as formas de expressão;
Decidirem qual será o conflito ou problema que aparecerá na história;
Avaliarem qual moral será retirado da fábula produzida;
Optarem se a fábula será escrita em prosa ou verso;
Provavelmente, os alunos farão vários rascunhos até chegarem a um
texto bem escrito e em conformidade com a norma culta. O produto final deve
ser de fácil compreensão para seus colegas e respeitar as características do
gênero textual em tela. Nossas ações irão ao sentido de mediar esse processo,
dando todas as orientações que se fizerem necessárias. Para tanto, faremos o
levantamento bibliográfico referente à questão do ensino por meio dos gêneros
textuais e, especialmente, estudaremos as publicações sobre o gênero fábula.
Também organizaremos um banco de textos que pertençam ao gênero fábula e
encaminharemos a análise linguística e discursiva dos textos selecionados.
Este trabalho inclui a observação do contexto de ensino, pois este aspecto é
determinante para o sucesso na aplicação de uma sequência didática. Afinal,
(...) o planejamento pedagógico diz respeito a organização da sequência do trabalho; determinação do tempo a ser dedicado à leitura de narrativas dentro do tempo global da disciplina, os objetivos a atingir, os procedimentos metodológicos, a avaliação dos resultados (Faria, 1999, p.101).
CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
MÊS
ATIVIDADE
FEVEREIRO Atividades introdutórias e preliminares
MARÇO Atividades: 1, 2, 3, 4 e 5
ABRIL Atividades: 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12
MAIO Atividades: 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19
JUNHO Atividades: 20, 21, 22, 23 e 24
JULHO Atividade: 25
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
1. ATIVIDADES INTRODUTÓRIAS
Distribuiremos a cada aluno provérbios conhecidos e pediremos a eles
que acrescentem a este rol de atividades preliminares alguns outros que eles já
conhecem afim de analisarmos o significado contido nesses enunciados
sintéticos tais como: “As aparências enganam”, “Dizer é fácil difícil é fazer”, “O
pequeno pode ser de muita ajuda ao grande”.
Na continuidade dos trabalhos, faremos a leitura de algumas fábulas
presentes nessa sequência; pediremos que troquem os textos entre eles, até
que todos tenham lido todas as fábulas. Esta atividade propõe familiarizar o
aluno com a forma composicional desse gênero, e ampliar o seu repertório
linguístico e cultural.
Atividade 1: Formulação do conceito de fábula por parte do aluno e, em
seguida, comparar com o conceito elaborado pelos teóricos.
Atividade 2: Procurar, no dicionário, o significado da palavra “moral”
(pesquisa durante a aula). E, oralmente, elencar alguns princípios morais
vigentes em nossos dias;
Atividade 3: Leitura – O Lobo e o Cão
(NOTE BEM: aqui, transcrevemos um fragmento. Em classe, o texto
será lido na íntegra e no suporte original).
Um lobo e um cão encontraram-se num caminho.
Disse o lobo:
- Companheiro, você está com ótimo aspecto: gordo, o pêlo lustroso (...)
Fonte: ROCHA, Ruth. Fábulas de Esopo. São Paulo: FTD, 1992.
Atividade 4: Circule as características que, de acordo com o texto, mais
combinam com o cão:
Gordo Ingênuo Lustroso Fiel Paciente Forte Poderoso Amigo Desconfiado Invejoso Amoroso Assustado Atividade 5: Indique as frases que melhor representam que o cão
estava satisfeito com a vida que levava.
a) Arranjei um bom amo. b) O cão estava desconfiado que ele queria o seu lugar. c) Tenho comida na hora certa. d) Venha comigo e você terá o mesmo tratamento. e) O lobo sempre se encontrava com o cão.
Atividade 6: Nesta fábula, o que é mais importante?
a) Ser livre. e) Ser útil. i) Ter saúde. b) Ser escravizado. f) Ter fama. j) Estar descansado. c) Ser bonzinho. g) Ter poder. l) Estar alimentado. d) Ser inteligente h)Ter amigos. m) Estar em segurança.
Atividade 7: Assinale as alternativas corretas: com V de verdadeiro e use F
para marcar as opções falsas.
Os animais selvagens estão saindo do seu habitat natural e sentem dificuldade para encontrar alimentos.
Os animais que vivem em nossa casa precisam caçar a fim de não perderem os seus instintos.
Para ter boa comida, o lobo teria que ficar preso.
O cão era livre e tinha boa vida.
A boa comida só vinha em troca do uso da coleira.
Atividade 8: A liberdade é uma qualidade que a princípio todos tem,
mas nem sempre sabem usar. O autor quis enfatizar o valor desta liberdade.
Utilizou animais muito parecidos, o lobo (selvagem) e o cão (doméstico), para
mostrar como se encontravam – um gordo e o outro abandonado a sorte e que
se alimentava quando achava comida. Quais são as outras características
ressaltadas pelo autor para demonstrar como o lobo e o cão estavam?
a) Lobo:
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b) Cão:
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Atividade 9: O lobo não queria privar-se da sua liberdade. E para você, o que
é ter liberdade?
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Atividade 10: Copie da fábula o trecho que revela que o lobo não queria privar-
se da sua liberdade.
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Atividade 11: O que o lobo teria que fazer para ter um bom tratamento?
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Atividade 12: Os valores em nossa sociedade sofrem alterações dependendo
do momento histórico, do espaço geográfico e de um grupo cultural para outro.
Eles não são estáticos. Alguns valores são aceitos; outros, são socialmente
condenáveis, embora incorporados por determinadas pessoas:
a) Valores aceitos:
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b) Valores condenáveis:
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Atividade 13: ADJETIVOS são palavras que modificam os substantivos,
atribuindo-lhes certas características, como qualidades, defeitos, estados,
modos de ser ou aspectos.
a) Leia o texto abaixo:
O sapo e a borboleta
Sabia que sou mais bonita?
A borboleta disse ao sapo:
Pobre batráquio asqueroso,
O que você é, me causa nojo!
E o sapo, com toda a calma do mundo,
Assim respondeu à borboleta:
Bonita é minha natureza anfíbia
O que, também, me protege mais,
Rios ou solo me dão guarida
Brejos e até mesmo matagais!
O que você faz para se defender?
Livre, viajo sobre todos os animais!
E, num segundo, o sapo projetou
Tamanha língua no espaço,
Acabando, assim, com o embaraço!
SARMENTO, Leila Lauar. Português: leitura,
produção e gramática. São Paulo: Moderna, 2006.
b) Transforme o texto acima colocando-o no discurso indireto. Pois onde
aparece a fala do personagem é o discurso direto, e poderia ser demonstrado
pelo uso do travessão ou das aspas. Reescreva esta fala colocando estes
trechos no discurso indireto, ou seja, colocando o narrador contando os fatos
(sem a fala da personagem).
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Atividade 14: Quais as qualidades que aparecem no texto para caracterizar:
a) Borboleta:____________________________________________________
b) Sapo:_______________________________________________________
Atividade 15: Pesquise, no dicionário, o significado das palavras
a) Asqueroso: ________________________________________________
b) Anfíbio: ___________________________________________________
c) Batráquio: _________________________________________________
Atividade 16: Trabalho de pesquisa
Procure saber mais sobre a origem das fábulas e sobre a vida e obra
dos principais fabulistas.
I - As fábulas são pequenas histórias, contadas de uma geração para
outra. Não sabemos quem as criou, pois eram levadas de boca em boca de um
lado para outro. A palavra fábula vem do latim e significa contar.
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II - Os principais fabulistas são: Esopo, Jean de La Fontaine. No Brasil,
destacamos Monteiro Lobato. Nós fornecemos algumas informações para
orientar a pesquisa e cada grupo de trabalho procura descobrir muito mais
sobre a vida e a obra de:
a) Esopo: Segundo Gagliardi & Amaral (2001), Esopo viveu a 2600 a.C. na
Grécia, era de uma época em que um povo queria dominar o outro para
demonstrar quem era o mais forte. Foi um escravo gago, corcunda e muito
miúdo. Mas, era de uma inteligência invejável, o que deixava as pessoas
espantadas. Foi condenado a morte, por colocarem um vaso alheio em
seus pertences e, por isso, jogado de cima de um abismo:
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b) Jean de La Fontaine: Ainda de acordo, com Gagliardi & Amaral, (2001),
Jean de La Fontaine no século XVII, retomou as fábulas de Esopo e
também foi autor de várias. Os reis e nobres poderosos enriqueciam as
custas dos lavradores e muitos pensadores da época questionaram se tais
valores e atitudes eram pertinentes naqueles tempos. Observaram que nem
sempre o bem vencia. La Fontaine e outros escritores contaram histórias
criticando a sociedade em que viviam, denunciando a miséria e as injustiças
vigentes.
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c) José Bento Monteiro Lobato: Fabulista, nasceu em Taubaté, estado de
São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Lobato tornou-se editor, época em
que livros brasileiros foram editados em Paris ou Lisboa. Implantou uma
série de renovações nos livros infantis e didáticos. É bastante popular entre
as crianças, pois escreveu de forma simples, sempre com muita fantasia.
Era muito nacionalista, pois apreciava: nossos costumes, nossas riquezas e
arte. Procurou preparar nossas crianças para a vida em sociedade. E com
uma linguagem simples misturou fatos acontecidos na vida real à fantasia
das histórias. Pesquise mais sobre este grande fabulista.
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Atividade 17: Leitura de algumas fábulas:
a) O Leão e o Ratinho
Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra
boa de uma árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou
todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu debaixo da pata.
Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmaga-lo e deixou que
fosse embora. Algum tempo depois o leão ficou preso na rede de uns
caçadores. Não conseguindo se soltar, fazia a floresta inteira tremer com seus
urros de raiva. Nisso apareceu o ratinho, e com os seus dentes afiados roeu as
cordas e soltou o leão.
Moral: uma boa ação ganha a outra.
Fonte: JANH, Eloisa. Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994.
b) O Galo e a Raposa
No meio dos galhos de uma árvore bem alta um galo estava empoleirado
e cantava a todo o volume. Sua voz esganiçada ecoava na floresta. Ouvindo
aquele som tão conhecido, uma raposa que estava caçando se aproximou da
árvore. Ao ver o galo lá no alto, a raposa começou a imaginar algum jeito de
fazer o outro descer. Com a voz mais boazinha do mundo, cumprimentou o
galo dizendo:
– Ó meu querido primo, por acaso você ficou sabendo da proclamação de
paz e harmonia universal entre todos os tipos de bichos da terra, da água e do
ar? Acabou essa história de ficar tentando agarrar os outros para comê-los.
Agora vai ser tudo na base do amor e da amizade. Desça para a gente
conversar com calma sobre as grandes novidades!
O galo, que sabia que não dava para acreditar em nada do que a raposa
dizia, fingiu que estava vendo uma coisa lá longe. Curiosa, a raposa quis saber
o que ele estava olhando com ar tão preocupado.
– Bem – disse o galo –, acho que estou vendo uma matilha de cães ali
adiante.
– Nesse caso é melhor eu ir embora – disse a raposa.
– O que é isso, prima? – disse o galo. – Por favor, não vá ainda! Já estou
descendo! Não vá me dizer que está com medo dos cachorros nesses tempos
de paz?!
– Não, não é medo – disse a raposa -, mas... e se eles ainda não
estiverem sabendo da proclamação?
Moral: Cuidado com as amizades muito repentinas.
Fonte: JANH, Eloisa. Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994.
NOTE BEM:
Nas fábulas aparecem narradores, ou seja, quem conta a história.
Narrador em primeira pessoa é aquele que participa diretamente da história e
tem seu campo de visão limitado. Já o narrador em terceira pessoa é o
narrador que está fora dos fatos, é conhecido como narrador observador. No
texto “ O leão e o ratinho”, a história é contada em primeira ou terceira pessoa?
E no texto “O galo e a raposa”, em que pessoa é contada a história?
Atividade 18: Como você reescreveria a história do ratinho, colocando-o
para conversar com o leão? (Lembre-se da pontuação: travessão, dois pontos,
etc). Invente, crie: o leão estaria na floresta? No circo? No zoológico? Produza
uma nova história, a partir do texto lido.
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Atividade 19: Qual a verdadeira intenção do galo quando disse que
estava vendo uma matilha (muitos cães)?
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Atividade 20: Leia o texto a seguir.
O cão e o pedaço de carne
Vinha um cão atravessando um rio com um pedaço de carne na boca.
Quando olhou para dentro da água, e viu, lá no fundo, um outro cão com um
que trazia e foi agarrar a outra que avistara. Mergulhou, procurou, procurou e
nada. O tolo acabou ficando sem a carne que levava e sem a outra que era
apenas o reflexo da sua própria imagem.
Moral: Nunca troque o certo pelo duvidoso.
(Disponível em: http://www.anossaescola.com/cr/testes/fabulas_esopo.htm. Acesso
em: 12 nov.. 2012).
a) Os verbos grifados indicam: passado, presente ou futuro? Os fatos estão
concluídos ou não?
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b) Qual das formas é mais utilizada em nosso país: Tinha avistado ou
avistara?
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Atividade 21: Quais os tempos verbais mais utilizados em fábulas?
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Atividade 22: Mude a primeira frase do texto para o presente do
indicativo. Vem um cão: ___________________________________________.
Atividade 23: Leia os textos abaixo.
Texto 1: A cigarra e a formiga
Era verão, e a cigarra vagabundeava estendida numa folha, abanando-
se preguiçosamente.
“Que vida boa!”, pensou a cigarra. “Está um belo dia, e me sinto
realmente feliz!” E olhava com pena as lagartas e as formigas que se
cansavam ao sol.
- Pare de trabalhar – disse afinal a cigarra a uma formiga – e venha se
divertir comigo!
Mas a rainha das formigas disse à formiga operária para não ouvir os
maus conselhos da cigarra e continuar trabalhando com suas companheiras.
Enquanto o vento do outono fazia cair as últimas folhas, a cigarra
continuava a cantar, e as formigas seguiam trabalhando a fim de acumular
provisões para o longo inverno. Chegou o inverno, e a cigarra não tinha
nenhum alimento para comer, nem abrigo para proteger-se do frio. “Como foi
descuidada!”, reprovava-se a cigarra. “Por que não recolhi as provisões para o
inverno como fizeram as formigas?”
A cigarra já estava morrendo de fome e frio; mas algumas formigas a
socorreram e levaram para sua caverna, onde todas as formigas estavam
descansando, desfrutando as férias de inverno.
As corajosas formigas socorreram a cigarra; tiraram-lhe as roupas
molhadas e lhe deram de comer.
- Veja o estado em que você ficou por causa da sua maluquice! -
repreendeu-a a rainha das formigas. A cigarra pediu desculpas e prometeu não
ser mais preguiçosa e insensata; e para retribuir a ajuda das formigas tocou e
cantou para elas.
Moral: Quem é previdente não corre riscos.
Fonte: Coleção de fábulas do bosque. Versão de Félix Maria Samaniego.Tradução:
Olga Caflcchio. São Paulo: Maltese, 1993.
Texto 2: A formiga má
Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a
cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno
inverno, quando a neve recobria o mundo com seu cruel manto de gelo. A
cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno
veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas
que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou - emprestado,
notem! – uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela
comida de empréstimo, logo que o tempo permitisse.
Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa.
Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os
seres.
- Que fazia você durante o bom tempo?
- Eu... eu cantava!...
- Cantava? Pois então dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta
no nariz.
Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera, o
mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo
o som estridente daquela cigarra, morta por causa da avareza da formiga. Mas
se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?
Os artistas - poetas, pintores, escritores, músicos - são as cigarras da
humanidade.
Fonte: Monteiro Lobato: Fábulas. São Paulo: Brasiliense, 1994.
Texto 3: A formiga boa
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do
formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento, então, era
observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos,
arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco, metida em grandes
apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.
Bateu – tique, tique, tique...
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a
tossir.
- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E que fez durante o bom tempo que não construiu a sua casa?
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!... - exclamou a formiga recordando-se. - Era você então que
cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
-Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que
sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho.
Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre,
amiga, queaqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias
de sol.
Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da
humanidade.
Monteiro Lobato: Fábulas. São Paulo: Brasiliense, 1994.
a) Comente com suas palavras esta moral: os preguiçosos colhem o que
merecem.
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b) Algumas pessoas utilizam um ensinamento nada cristão, como: o que é
meu é meu e não divido com ninguém. O que os autores nos ensinam sobre
não ser egoístas?
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Atividade 24: Vamos grifar com lápis verde as falas dos personagens
no três últimos textos lidos e com lápis vermelho a fala do narrador observador.
Atividade 25: Produção textual
Os alunos reproduzirão as fábulas, individualmente, sem perder suas
características peculiares, do gênero discursivo, sempre lembradas no decorrer
das atividades em sala. Isso permitirá uma avaliação de cada aluno da turma,
observando-se, as capacidades adquiridas com as diversas atividades feitas
em sala. Assim, o professor verificará as dificuldades e necessidades reais de
cada membro do grupo.
Os alunos deverão fazer uma leitura silenciosa de seus textos e verificar
neles características essenciais de uma fábula. Finalmente, o professor fará a
orientação quanto aos sinais de pontuação, ortografia, concordância, para que
o texto não comprometa a compreensão do leitor e não fira a norma culta da
língua.
Dada a versão final, todos os textos serão expostos em um edital da
escola, como forma de publicação do trabalho realizado e lá permanecerão por
uma semana para que cada autor conheça a produção de outros e também os
demais membros da comunidade escolar possam apreciar o trabalho realizado.
Ao final, escolheremos as melhores produções e faremos um livro de fábulas
para a biblioteca, pois tornar públicas as produções textuais é essencial.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
COSTA-HUBES, T. C. (Coord.) Sequência Didática: Uma proposta para o ensino da língua portuguesa nas séries iniciantes. Cascavel: Assoeste, 2007
FARIA, M. A. Parâmetros Curriculares e Literatura: as personagens de que os alunos realmente gostam. São Paulo: Contexto, 1999.
GAGLIARD, E.; AMARAL, H. Contos de Fadas. São Paulo: FTD, 2001.
JANH, Eloisa. Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994. LOBATO, M. Fábulas. São Paulo: Brasiliense, 1994. NASPOLINI, A. T. Didática do Português Tijolo por Tijolo: Leitura e Produção de Texto. São Paulo: FTD, 1996. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba, 2008. ROCHA, R. Fábulas de Esopo. São Paulo: FTD,1992.
SARMENTO, L. L. Português: leitura, produção e gramática. São Paulo: Moderna, 2006. SAMANIEGO, F. M. Coleção de fábulas do bosque. Tradução: Olga Caflcchio. São Paulo: Maltese, 1993. http://www.anossaescola.com/cr/testes/fabulas_esopo.htm. Acesso em: 12 nov. 2012).