Post on 02-Dec-2018
Mercado de televisão por assinatura
Organização Industrial – EAE 508
Henrique Ferreira Vicente 7179805 Vinicíus Rodrigues Lopes 7179739
Objetivo do trabalho � Análise de Estrutura, Conduta e Performance do
setor de TV por assinatura � Problema: Convergência tecnológica
“(...) process of qualitative change that connects two or more existing, previously distinct markets.” Deutsche Bank Research, 2006 ◦ Cade, 2007:
a. Convergência Setorial: fusão entre setores de Telecom b. Convergência entre serviços: triple play c. Convergência entre redes: mesma rede oferecendo diversos
serviços d. Convergência entre terminais: o mesmo terminal suportanto
diversos serviços
Impactos da Convergência Digital
1. Alteração do modelo de negócio ◦ Novo modelo: cobrança pela velocidade e volume de
dados transmitidos ◦ CADE: Benefícios para o consumidor
2. Consolidação do mercado
Grupo TV por assinatura Fixo Celular Banda Larga
Vivo/GVT TVA / GVT Telesp/GVT Vivo Telesp/GVT
Oi Oi Oi Oi Oi
Claro/ Embratel/Net
Net / Embratel Embratel Claro Net / Embratel
Tim - - Tim Tim Sky Sky - - Sky
Fonte: Teleco
Marcos de Telecom no Brasil
� Privatização dos Serviços de Telecomunicações
� 1998: Plano Geral de Outorgas (PGO) ◦ Concessionárias e
Autorizadas
Fonte: Teleco
Regiões Controle do Sistema Telebrás
Região I Telemar (Oi)
Região II Brasil Telecom, Sercomtel e CTBC
Região III Telefônica
Região IV Embratel
Marcos de TV por Assinatura � Primeira transmissão no
Brasil em 1988 � Lei 8.977/95: ◦ TV a cabo: restrições ao capital
estrangeiro ◦ Must carry: distribuição
obrigatória dos sinais das emissoras locais
� Lei 12.485/11 (SeAC – Serviço de Acesso Condicionado): ◦ Unificação e alteração das
regras para o mercado de TV por assinatura. Fim da restrição ao capital estrangeiro
◦ Cota para conteúdo nacional
� Cota para canais nacionais
� Limite à publicidade
� Regulamentação igual, independente da tecnologia utilizada
� SeAC foi responsável por
permitir que as operadoras de telefonia fixa utilizassem sua infraestrutura para a prestação do serviço de TV por assinatura
� Instrução Normativa 105 Ancine (2015): pagamento por disponibilização de conteúdo estrangeiro em streaming
Produção de Conteúdo
Programação (Canais de TV) Empacotamento Distribuição e
Entrega Usuários
Estrutura de Mercado � Cadeia de valor simplificada
Fonte: Ancine. Elaboração própria
Também chamadas de licenciadoras
Fonte: Conselho Administrativo de Defesa Econômica(CADE)
Definição do Mercado � Produto: Serviço de TV por assinatura
(sinal de áudio e vídeo) em 4 modalidades: 1. TV a Cabo (distribuição por meios
físicos) – 39% do total 2. MMDS (distribuição por
radiofrequência) – 0,06% do total 3. DTH (distribuição por satélite) –60,2%
do total 4. TVA (distribuição por radiofrequência
em único canal UHF) – 0,02% do total
� Cada tecnologia tem tipo de outorga e prazo distinto
� Jun/15: 19,6 milhões de acesso ◦ 9,6 acessos/100 hab. ◦ 29,6 acessos/100 dom.
(55,7 no DF, 50,8 em SP e 8,38 no PI) Penetração da TV é de 97%
� 5.565 municípios atendidos � Cerca de 220 canais � Bens substitutos: TV aberta e VOD
(video on demand) � Bens Complementares: Televisores e
energia elétrica � Possui alto nível de economias de escala
e escopo � Monopólio natural
Fonte: Anatel e Teleco Tecnologias
Densidade de TV por assinatura por 100 domicílios (Fev/15)
Fonte: Anatel
Distribuição Geográfica dos Acessos
62%15%
12%
7%4%
Sudeste
Sul
Nordeste
Centro-‐Oeste
Norte
Fonte: ABTA
� 38,2% SP � 13,7% RJ
� 8,3% MG
� 6,6% RS � 3,5% BA
Estrutura � Possíveis barreiras de
entrada e saída: ◦ alto custo fixo –
infraestrutura. ◦ Produto sem rivalidade ◦ Triple Play (TVC) – economia
de escopo ◦ Custos de assinatura
� Produto pouco diferenciado. Inovações com VOD (competição com OTTs)
� Alto índice de integração vertical dos participantes do mercado
52%
29%
9%
6% 4%
Participação no Mercado Jun/15
TELMEX (CLARO/EMBRATEL/NET)
SKY/DIRECTV
VIVO/GVT
OI
Outras Fonte: Anatel
Estrutura – Evolução do Mercado
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Ace
ssos
(em
milh
ões)
% de domicílios
Acessos em milhões
Fonte: Anatel
Estrutura – Evolução dos players
� Índice Herfindahl-Hirschman (HHI): 0,36 ◦ Mercado altamente concentrado
� Componente geográfico: GVT/Telefônica não atua em 09 estados. Oi não atua em SP
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
jan/12 jun/12 nov/12 abr/13 set/13 fev/14 jul/14 dez/14 mai/15
Ace
ssos
TELMEX (CLARO/EMBRATEL/NET)
SKY/DIRECTV
OI
VIVO/GVT
Outras
Fonte: Anatel. Elaboração própria
Estrutura – Evolução da concentração
0,340
0,350
0,360
0,370
0,380
0,390
0,400jan/12
mar/12
mai/12
jul/1
2set/12
nov/12
jan/13
mar/13
mai/13
jul/1
3set/13
nov/13
jan/14
mar/14
mai/14
jul/1
4set/14
nov/14
jan/15
mar/15
mai/15
Evolução do HHI
Fonte: Anatel. Elaboração própria
US Department of Justice’s merger guideline: > 0,18 – setor concentrado < 0,1 - setor não concentrado
Impostos e Contribuições � TV por assinatura paga ICMS ◦ Valor é definido e cobrado
pelos estados ◦ Cobrança de ICMS não incide
sobre taxa de adesão ◦ (Netflix paga ISS)
� Cobrança de Contribuições para fundos: ◦ FUNTTEL/FUST: Cálculo sobre
receita bruta excluindo-se gastos com outros impostos (ICMS e PIS/COFINS)
◦ FISTEL/FUST: incide sobre transferência e outorgas de concessões, permissões e autorizações de uso;
◦ FISTEL: Taxa de Fiscalização (TFI) e funcionamento (TFF)
Evolução dos preços
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2003 2005 2007 2009 2011 2013
R$ por m
êsPreço Médio -‐ Pacote básico
Preço Nominal
Preço Real (2013)
Fonte: ABTA.
Cincos Forças de Porter 1. Possíveis novos competidores: ◦ Barreiras à entrada. Processo de consolidação do
mercado 2. Rivalidade entre competidores existentes: ◦ Rivalidade efetiva. Tratamento diferenciado pela Anatel –
(PMS) 3. Ameaça de substitutos: ◦ OTTs
4. Poder de barganha dos fornecedores: ◦ Infraestrutura -> Verticalização do mercado ◦ Canais -> concentração da produção de conteúdo
5. Poder de barganha dos clientes: ◦ Triple play vs. OTTs
Fornecedores (Canais) � Mercados de dois lados: ◦ Remuneração via venda de pacotes ou por inclusão ◦ Remuneração por publicidade.
� Modelo de negócios envolve a comercialização de conteúdos audiovisuais e de espaço publicitário
“… a firm in a two-sided market needs to “get both sides on board” to do business.”
FILISTRUCCHI et al, 2012, p. 2. “A market is two-sided if the platform can affect the volume of transactions by charging more to one side of the market and reducing the price paid by the other side by an equal amount; in other words, the price structure matters, and platforms must design it so as to bring both sides on board.”
ROCHET & TIROLE, 2004, p.40.
Caso específico: SKY
� Tecnologia e estrutura distinta dos outros players;
� Controlado pela AT&T
� Possui direitos sobre espectro (inclusive 2,5 GHz utilizado para oferecer banda larga 4g)
� Lógica econômica da prestação por DTH: ◦ Custo fixo inferior e
custo variável superior; ◦ Custo médio é
inferior em situações em que a demanda é baixa
Conduta
� No momento discute-se a “consolidação” do mercado brasileiro de telecomunicações: ◦ Oi vai realmente fundir com a TIM? ◦ AT&T vai entrar no mercado brasileiro ou vender a
Sky? � Vantagem comparativa das concessionárias de
STFC ◦ Sky: única grande empresa de TV por assinatura sem
ligação com concessionária de STFC oferece serviço por satélite.
� Triple Play
Performance � Telecom (TV por
assinatura, banda larga e telefonia fixa e móvel): 372 milhões de acessos em 2014 ◦ Investimentos de R$ 29
bilhões ◦ R$ 234 milhões de
receita operacional bruta (4,2% do PIB) ◦ 525,5 mil postos de
trabalho
� Receita bruta TV por assinatura (2014): R$ 28,6 bilhões (12% das receitas das Teles) ◦ Equivalente a 0,5% do
PIB ◦ Serviço de
telecomunicações com menor receita
Performance
Fonte: Anatel
Performance
Fonte: Anatel
IRS: Taxa de reclamação do serviço (máximo de 2%)
Receita Líquida com Assinaturas
R$ Milhões 2011 2012 2013 2014
América Movil 6.662 7.574 8.797 9.526Sky 6.771 7.868 8.791 9.286GVT 5 240 530 778Oi 271 416 611 626Telefônica/Vivo 773 675 524 598
Fonte: Teleco. Valores atualizados para 2014
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
2011 2012 2013 2014
R$
Milh
ões
(201
4)
América Movil
Sky
GVT
Oi
Telefônica/Vivo
Receita Líquida com Assinaturas (Crescimento Real anual)
Fonte: Teleco. Valores atualizados para 2014
2012 2013 2014
América Movil14% 16% 8%
Sky 16% 12% 6%
GVT 4928% 121% 47%
Oi 54% 47% 2%
Telefônica/Vivo -13% -22% 14%
-‐40%
-‐20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2012 2013 2014
América Movil
Sky
GVT
Oi
Telefônica/Vivo
Performance
Evolução da importância do setor para Telecom
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
2004 2006 2008 2010 2012 2014
Participação da receita com TV por assinatura na receita bruta do setor
Fonte: Teleco.
Questões sobre a ECP
1. Impacto dos OTTs sobre a TVs por assinatura � Remuneração das empresas de TV a cabo
impactada pela concorrência e pelo uso da rede � Marco civil da internet: neutralidade da rede ◦ Youtube e Netflix usam 50% da rede no horário de
pico (Estados Unidos)
Questões sobre a ECP
Questões sobre a ECP
� Netflix compete com canais de televisão por produtos; ◦ Netflix decidiu realizar produções próprias, mas a
estrutura de custos é semelhante ao convencional; ◦ Youtube é potencialmente disruptor: forma distinta
de produção de conteúdo.
� Reação dos canais de TV: Unbundling ◦ ESPN, HBO, EI+, Globo Play
Questões sobre a ECP 2. Entrada no mercado do Esporte Interativo.
Direitos de transmissão da Champions League e a entrada no mercado brasileiro
3. Joint venture Newco entre SBT, Record e RedeTV para atuação na TV por assinatura ◦ Venda do sinal digital (regras diferentes do sinal
analógico) ◦ Primeira decisão CADE: aprovação inicial � Manifestação contrária de ABTA, Sky, Claro. Decisão será
do colegiado � CADE: mercado de TV paga é concentrado � Não teria efeito significativo sobre o mercado
Questões sobre a ECP
4. Globo: ◦ Venda de conteúdo diverso em conjunto
(licenciadora) ◦ Participação em diversos canais ◦ Participação indireta na Claro ◦ Participação direta na Sky
Bibliografia � Anatel � Ancine � Teleco � BNDES � CADE � ABTA � Deustche Bank Research � Molin, Gustavo. “Um estudo sobre a distribuição de conteúdo
digital. NOW: o vídeo sob demanda na tv por assinatura a cabo” Bauru, 2014.
� Oliveira, Alexandre Rangel. “Aspectos regulatórios e concorrenciais na indústria de mídia: uma análise do mercado de TV por assinatura no Brasil”. Rio de Janeiro, 2009.
Voltar Fonte: Anatel
Fonte: ABTA
Fonte: ABTA