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PSICOLOGIA 2011
Conação
Emoção
Cognição A Mente Humana
Jorge Barbosa, 2011
Mente Humana
MENTE HUMANA
PROCESSOS COGNITIVOS
PROCESSOS EMOCIONASPROCESSOS CONATIVOS
Aprendizagem
Memória
Inteligência
Percepção
Motivação ou Conduta Motivada
Perspectiva de Maslow
Perspectiva de Freud
Emoções
Sentimentos
Afectos
Temas
Psicologia – 12º Ano
Compreender as Capacidades Mentais do Ser Humano
Objec@vos Caracterizar a mente como um conjunto integrado de processos cogni@vos, emocionais e cona@vos. Explicar o carácter específico dos processos cogni@vos Explicar o carácter específico dos processos emocionais Explicar o carácter específico dos processos cona@vos Iden@ficar dimensões biológicas e sociais nestes processos Analisar o papel destes processos na vida quo@diana Analisar a mente como um sistema de construção do mundo Analisar a iden@dade como factor dis@n@vo entre os seres humanos
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Conteúdos Cognição, emoção e conação: o saber, o sen9r, o fazer Percepção, memória e Aprendizagem Emoção, afecto e sen9mento; Marcador somá9co Intencionalidade e tendência: esforço de realização Natureza biológica e sociocultural da mente: necessidade e desejo Conhecer o mundo; Relacionar-‐se com o mundo; Agir sobre o mundo Pensamento e Acção – Auto-‐organização e imaginação Unidade e diversidade dos seres humanos Inscrição mental das histórias de vida: Iden9dade
Um psicólogo mostra a uma criança de 5 anos uma caixa de bolachas e pergunta-‐lhe o que pensa ela ali encontrar. A resposta espontânea da criança é “bolachas”. Depois, a criança olha para dentro da caixa, e vê que estão lá lápis e não bolachas. O experimentador pergunta, então, à criança: “O que é que outro menino vai pensar que está dentro da caixa, se não olhar lá para dentro?” A criança, diver9da com esta pergunta, responde: “bolachas”.
AS FALSAS CRENÇAS
O psicólogo u9liza depois o mesmo procedimento com uma criança de 3 anos. A resposta à primeira pergunta é, obviamente, “bolachas”. Mas a resposta à segunda é mais inesperada: “lápis”. Mas o mais surpreendente é que a criança de 3 anos defende que também ela pensava desde o início que a caixa con9nha lápis.
AS FALSAS CRENÇAS
Consoante • O grau de informação que temos sobre cada assunto • O nível de competências • A experiência de vida, etc.
Assim, • Todos nós reagimos a certas situações como as crianças de 5 anos. • Todos nós reagimos a outras situações como as crianças de 3 anos.
AS FALSAS CRENÇAS
Tentar compreender como funciona a nossa mente pode também levar-‐nos a comportamentos idên9cos aos das crianças de 5 anos ou aos das crianças 3 anos. A questão para elas dizia respeito à u9lidade e ao conteúdo (associados uma ao outro). A questão para nós diz respeito ao conteúdo e funcionamento da mente (associados um ao outro)
A MENTE
Cognição
Saber
Percepção, Memória,
Aprendizagem
Emoção
Sen@r
Emoção, Afecto, Sen@mento
Conação
Agir
Intencionalidade, Tendência, Esforço
Compreender as Capacidades Mentais do Ser Humano
COGNIÇÃO
Percepção Aprendizagem Memória
Compreender as Capacidades Mentais do Ser Humano
Auto-‐Organização: processo pelo qual um organismo se transforma progressivamente devido a causas ou mecanismos que lhe são próprios. Sinónimo de AUTOPOIESE.
Ciências Cogni9vas
As ciências da cognição – ou ciências cogni9vas – surgiram há cerca de 50 anos.
• Inicialmente, na Psicologia, os modelos foram construídos sobre a analogia com programas informá9cos • As neurociências assumiram entretanto o papel de ciência piloto, suscitando novos modelos centrados:
• Nas redes • Na auto-‐organização
• Actualmente, as ciências da cognição abrangem numerosos campos de inves9gação e campos de análise. • As ciências cogni9vas estão in9mamente ligadas ao desenvolvimento da Psicologia
Modelo: intermediário entre os fenómenos estudados pela ciência (a realidade) e a interpretação que lhes é dada (teoria).
Psicologia, 2011 13
Há autores que incluem o estudo da percepção num capítulo sobre “Reconhecimento de Objectos” (Eysenck, 2006, por exemplo)
Porque será?
Psicologia, 2011 14
Psicologia, 2011 15
Observe a fotografia.
• Do ponto de vista da imagem (duas dimensões), a ilusão de a ver a três dimensões tem origem nos dados descendentes. • Os dados ascendentes corrigiriam a ilusão, mantendo a informação de que a imagem só tem duas dimensões.
• Do ponto de vista da realidade representada, a percepção é determinada pelos dados descendentes.
Uma imagem pode ser percepcionada • Como imagem e • Como representação de algo A representação é mais determinante na percepção.
Psicologia, 2011 16
Observe a fotografia.
Uma ilusão é uma percepção errada ou distorcida. • Os livros que vemos mais pequenos na parte superior da fotografia:
• Poderiam ser livros em miniatura • Ou poderiam estar mais afastados.
• Na fotografia, no entanto, todos os livros estão à mesma distância do observador (duas dimensões). • Com base na experiência anterior, com objectos mais pequenos e distantes de nós, atribuímos indícios ilusórios de profundidade à representação fotográfica bidimensional.
Psicologia, 2011 17
A maior parte das percepções envolve um inter-‐relacionamento complexo entre factores ascendentes e factores descendentes.
A maior parte das pessoas lê “The cat” na imagem (McClelland e Rumelhart, 1981).
Mas, em bom rigor, nela não existe nem a letra H nem a letra A. Em todo o caso, seria forçoso que fossem diferentes e não são.
• A percepção da “letra” do meio é determinada aparentemente pela proximidade das letras vizinhas (ascendente), e • Por aquilo que conhecemos das palavras em inglês (processamento conceptual, descendente)
Psicologia, 2011 18
Consciência e Percepção.
Se é verdade que acrescentamos significados e interpretações aos dados dos sen@dos, será que esses acrescentos resultam de uma deliberação consciente?
A consciência a que se referem os estudos experimentais é a consciência verbal.
Questão Cienpfica: Os significados e interpretações são aplicados automa9camente aos dados dos sen9dos? ou implicam que tenhamos consciência verbal deles? (a consciência verbal é parte necessária da percepção?)
Psicologia, 2011 19
Consciência e Percepção.
Problema: A Ilusão Cor-‐Distância
È sabido nas artes visuais que as cores quentes dão a impressão de que se movem em direcção ao observador, ao passo que as cores frias parecem afastar-‐se do observador.
Enunciado do problema:
Porque é que as cores quentes parecem aproximar-‐se e as cores frias parecem distanciar-‐se?
Psicologia, 2011 21
Problemas da Percepção
• Num primeiro nível, o problema seria o de sabermos como é que captamos o significado percep@vo da es@mulação visual: interpretá-‐lo como:
Fruto comespvel Amadurece nas árvores Faz bem à saúde Foi a causa da expulsão do paraíso, etc.
O ponto fundamental não é, todavia, saber por que é que vemos um 9po par9cular de objecto, mas Saber porque é que vemos um objecto, seja ele qual for.
O que é que está implicado no facto de vermos, por ex., uma maçã?
Psicologia, 2011 22
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Primeira hipótese
Uma hipótese muito simples seria a de que guardamos na memória uma espécie de lista de itens para cada um dos objectos que somos capazes de reconhecer. • O objecto tem quatro patas • Tem orelhas grandes • Etc.
Psicologia, 2011 23
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Primeira hipótese
A enorme variabilidade de esemulos levanta problemas na aceitação desta hipótese.
Mas outros fenómenos, como a equivalência de forma, contrariam claramente essa primeira hipótese formulada nos primeiros tempos da Psicologia empirista. Equivalência de forma: as formas
percepcionadas permanecem as mesmas, independentemente das partes que a compõem
A forma não é a soma das suas partes
Psicologia, 2011 24
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Perspec9va do Processamento da Informação
A concepção da mente como um computador é uma metáfora cienefica dominante no nosso tempo.
Subs@tuiu metáforas de gerações anteriores como: • A das estátuas hidráulicas de Descartes para descrever modelos da acção animal • A do sistema nervoso como quadro de distribuição de uma central telefónica, etc.
A aparente eficácia da metáfora dos computadores, aplicada ao estudo do processamento da informação resulta sobretudo: • Do facto de essa metáfora tanto servir para descrever o funcionamento da mente, como para aperfeiçoar o sistema de processamento de computadores.
A metáfora Processamento da Informação revelou-‐se fundamental para a Psicologia, na medida em que a levou a tentar explicar a transformação de uns símbolos noutros símbolos
Psicologia, 2010 25
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Perspec9va do Processamento da Informação
As tenta@vas de compreensão das operações mentais, como a de reconhecer uma forma, recordar um nome, etc., são muitas vezes expressas em termos de fluxogramas.
No mundo dos computadores, esses fluxogramas mostram as operações de um programa de computador.
Na aplicação ao estudo dos processos cogni9vos humanos, os diagramas pretendem fazer o gráfico do fluxo de informação, tal como ela é processada pela mente humana (o modelo do computador raramente serve para esse efeito).
Psicologia, 2011 26
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Perspec9va do Processamento da Informação
Os Elementos da Forma
VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVOVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV
Os traços visuais primi@vos podem ser percebidos de modo imediato e sem esforço: saltam à vista.
Procura visual a par9r de traços primi9vos Quando o exemplar é a letra O entre letras V, os sujeitos encontram-‐na rapidamente.
A quan@dade de letras V que acompanham a letra O tem muito pouca influência no tempo de procura visual.
Psicologia, 2011 27
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Perspec9va do Processamento da Informação – Segregação Percep9va
Segregação Visual
Também se chama Análise Percep6va, por desempenhar a mesma função que a análise grama@cal desempenha no discurso
Quando ouvimos alguém falar, o que nos chega aos ouvidos pode ser do seguinte teor:
Oestudantedisseoprofessoréparvo
1. O ouvinte analisa o padrão sonoro e agrupa uns sons com os outros:
O estudante disse o professor é parvo.
2. A análise con@nua, agrupando as palavras em sons maiores: as frases:
O estudante, disse o professor, é parvo.
O estudante disse: o professor é parvo.
Ou:
Psicologia, 2011 28
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Perspec9va do Processamento da Informação – Segregação Percep9va
Segregação Visual
Também se chama Análise Percep6va, por desempenhar a mesma função que a análise grama@cal desempenha no discurso
Quando não compreendemos uma língua, não conseguimos fazer uma correcta análise percep@va. Parece-‐nos que tudo é dito muito depressa, sem pausas.
Antes de fazer, pelo menos uma análise básica, o ouvinte não pode esperar obter uma compreensão daquilo que ouviu.
O que se passa com as palavras na fala, verifica-‐se também com os objectos do mundo visual.
A segregação percep9va é o primeiro passo para a organização do mundo percep@vo
Psicologia, 2011 29
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Perspec9va do Processamento da Informação – Segregação Percep9va
Segregação da Figura e do Fundo
A discriminação Figura-‐Fundo resulta de um contributo do sujeito; não é uma propriedade do próprio espmulo
As figuras reversíveis mostram bem como o espmulo é neutro rela@vamente à análise.
Psicologia, 2011 30
Problemas da Percepção
O que é aquilo? – Percepção da Forma
Perspec9va do Processamento da Informação – Organização Percep9va
Agrupamento Percep9vo
O agrupamento de partes de uma figura resultam de factores como: • Proximidade (fig. 1) • Semelhança • Orientação e Forma • Bom prolongamento (fig. 2)
Fig. 1
A
B
Fig. 2 As linhas em A e em B são cópias umas das outras. No entanto, em B, o seu cruzamento é percepcionado de forma muito diferente: Bom Prolongamento.
Agrupamento por proximidade: vemos a quatro linhas como dois pares
Psicologia, 2011 32
A questão é simples: Se a imagem que se forma na retina só tem duas dimensões, como é que o nosso mundo perceptivo contém três? 1. Disparidade binocular 2. Indícios monoculares de
profundidade (interposição) 3. Perspectiva linear e de
tamanho relativo 4. Luz e sombra
Onde Está o Objecto? – Percepção da Profundidade
Interposição A
B
Olho esquerdo Olho direito
Disparidade Binocular Luz e Sombra
T. Relativo
A B A B A
A B
Psicologia, 2011 33
Uma coisa é ver um cão corpulento e pouco amistoso.
Outra coisa é vê-lo a arreganhar os dentes e a precipitar-se na nossa direcção.
O Que está aquilo a fazer? – Percepção do Movimento
1. Movimento Retiniano
As células detectores de movimento no córtex visual parecem reagir ao movimento da imagem na retina.
Psicologia, 2011 34
O que está aquilo a fazer? – Percepção do Movimento
2. Movimento Aparente
O movimento retiniano não explica tudo (explica mesmo muito pouco)
Suponhamos que acendemos uma lâmpada num ponto do campo visual.
A seguir apagamo-la, e depois de um intervalo de tempo entre 30 a 200 ms, acendemos uma outra lâmpada num sítio diferente.
Vê-se a luz passar de um ponto para outro, apesar de não haver estimulação retiniana de movimento.
Ao resultado da experiência, chama-se Movimento Aparente. Este fenómeno apoia o facto de nos apercebermos do movimento, mesmo quando não se verifica movimento da imagem na retina.
Psicologia, 2010 35
O que está aquilo a fazer? – Percepção do Movimento
3. Movimentos Oculares
Os nossos olhos estão em contínuo movimento.
O movimento dos nossos olhos cria uma série contínua de mudanças na imagem retiniana.
Sendo assim, Como é que conseguimos ver o mundo imóvel?
A BMovimento objectivo
Olho imóvel
a b Deslocação retiniana
A
a b
Movimento Ocular
Deslocação retiniana
Mundo objectivo imóvel
Fig. 1 Fig. 2
Psicologia, 2011 36
O que está aquilo a fazer? – Percepção do Movimento
3. Movimentos Oculares
Como é que conseguimos ver o mundo imóvel?
A BMovimento objectivo
Olho imóvel
a b Deslocação retiniana
A
a b
Movimento Ocular
Deslocação retiniana
Mundo objectivo imóvel
Fig. 1 Fig. 2
1ª Hipótese: A percepção do movimento depende das posições relativas dos objectos da nossa visão: Quando, ao olhar para uma mesa, movemos os olhos, a imagem retiniana da mesa desloca-se, mas o mesmo acontece com os objectos que vemos em cima dela, ao lado dela, etc.: a percepção do movimento é anulada.
Psicologia, 2010 37
O que está aquilo a fazer? – Percepção do Movimento
3. Movimentos Oculares
Como é que conseguimos ver o mundo imóvel?
A BMovimento objectivo
Olho imóvel
a b Deslocação retiniana
A
a b
Movimento Ocular
Deslocação retiniana
Mundo objectivo imóvel
Fig. 1 Fig. 2
2ª Hipótese: O Sistema nervoso compensa efectivamente as deslocações na retina produzidas pelos movimentos oculares: Quando o cérebro dá sinais aos músculos oculares para se movimentarem, calcula o desvio retiniano que esse movimento vai produzir, neutralizando a seguir esse valor.
Psicologia, 2011 38
O que está aquilo a fazer? – Percepção do Movimento
3. Movimentos Oculares
Como é que conseguimos ver o mundo imóvel?
2ª Hipótese: O Sistema nervoso compensa efectivamente as deslocações na retina produzidas pelos movimentos oculares: Quando o cérebro dá sinais aos músculos oculares para se movimentarem, calcula o desvio retiniano que esse movimento vai produzir, neutralizando a seguir esse valor.
Esta hipótese foi comprovada por corajosos investigadores:
Injectaram uma substância paralisante dos músculos oculares neles próprios.
Passaram a ver o mundo aos saltos (enquanto durou o efeito da droga).
Psicologia, 2011 39
Percepção – Interpretação da Realidade
Constância Perceptiva
Constância do Tamanho Estimamos perceptivamente o tamanho das coisas independentemente da distância a que se encontre. No entanto, o mesmo objecto a diferentes distâncias, forma imagens na retina de tamanhos diferentes.
Psicologia, 2011 40
Percepção – Interpretação da Realidade
Constância Perceptiva
Constância da Forma Um mesmo objecto forma diferentes imagens retinianas, em função de múltiplos factores. No entanto, percepcionamos os objectos sempre com a mesma forma, ainda que o ponto de vista com que o olhamos altere a forma da imagem na retina.
Psicologia, 2011 41
Percepção – Interpretação da Realidade
Constância Perceptiva
Constância da Cor Quando conhecemos um objecto pela cor, mantemos essa cor ao nível da percepção, mesmo que as condições de luminosidade alterem as informações físicas que chegam à retina.
Psicologia, 2011 43
Processos Mentais Processos Cognitivos A Percepção
Atenção: Os exercícios no “moodle” estarão disponíveis dentro em breve