Post on 21-Nov-2018
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Todos os direitos reservados
Copyright © 2016 por Luana Togashi
Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com
nomes, datas, lugares e acontecimentos reais é mera
coincidência.
Capa e projeto gráfico
Luana Togashi Revisão
Luana Togashi Diagramação
Luana Togashi Impressão e acabamento
Perse Editora (plataforma independente)
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“Não meu coração bate o som de uma
guitarra, formando a melodia mais perfeita. ”
- Luana Togashi
“Parece que eu estou paralisado, e eu não posso escapar da prisão que eu estou vivendo
eu estou nomeando as vozes na minha cabeça Para continuar me dizendo para desistir
Mas está me deixando mais forte Luto um pouco mais
Eu vou me trazer de volta à vida E eu não estarei paralisado”
- Paralyzed (Agaisnt the Current)
Dedico esse livro a todos que me apoiaram e diziam que eu
iria conseguir. E dedico também aos amantes de música,
que acreditam que ela possa unir e salvar pessoas como eu.
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Capítulo 1
- “
ou can take everything I have. You can break everything I am. Like I’m made of glass. Like I’m made of paper...”
- Maya! Não vai se atrasar para a entrevista!
- gritou minha mãe.
Suspirei cansada. Hoje ia ser minha entrevista de trabalho
e eu estava muito nervosa, a única coisa que me acalmava
era cantar.
Mas infelizmente minha vida anda tão corrida que nem
isso eu posso fazer. Resposta disso foi a minha mãe ter
interrompido a minha cantoria da música “Skyscraper” da
Demi Lovato.
Mas foi bom ela ter me chamado. Quando eu começo a
cantar eu me esqueço da vida.
Bom, deixe-me apresentar. Eu sou Maya Melody, mas a
maioria das pessoas me chamavam só de Melody. Tenho 18
anos e comecei a cursar jornalismo. Minha paixão é
escrever, mas minha outra maior paixão é a música. Amo
cantar, tocar violão e teclado, escutar música e até mesmo
compor. Moro em Campinas, uma cidade no estado de São
Paulo. E...acho que não tenho mais nada para contar.
Estava quase ficando pronta. Eu precisava muito daquele
trabalho. Iria me ajudar a pagar a minha faculdade, não
gosto de deixar tudo na mão de meus pais.
Como eu já disse, amo música, por isso resolvi mandar
meu currículo para uma loja de música, iria ser mais
divertido trabalhar em um lugar com objetos que amo.
Coloquei uma roupa simples, mas apresentável, deixei
meus cabelos castanhos mel lisos soltos e passei um batom
vermelho. Me olhei no espelho e encarei meus próprios
olhos cor de mel, eles reluziam um brilho bonito, que eu
gostava muito.
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Peguei minha bolsa e segui pelo corredor da minha casa
até chegar à sala, onde meus pais estavam. Eles me olharam
de cima abaixo me analisando.
- E então? - perguntei.
- Está muito linda, filha. - falou meu pai.
- Obrigada. – falei sorrindo.
- Verdade, querida. Boa sorte. - falou minha mãe vindo
me abraçar.
Dei um beijo na bochecha do meu pai e abracei minha
mãe. Peguei as chaves do meu carro e saí.
Olhei novamente o endereço da loja quando entrei no
carro e vi que já conhecia o lugar e conseguiria chegar
facilmente até lá.
A loja se chama “Music Show” e ficava no centro da
cidade. Já tinha ido lá uns anos atrás. É uma loja e escola de
música, o que era muito legal.
Cheguei lá com a ansiedade a mil. Minhas mãos estavam
suando. Vamos lá, Melody. Você consegue.
Entrei na loja e logo me dirigi a um funcionário.
- Oi, sabe onde posso encontrar Alessandra Lopes? -
perguntei.
Alessandra Lopes era a dona da loja, e eu deveria fazer a
entrevista com ela.
- Claro. Você deve ser a interessada na vaga. - falou
olhando meu currículo em minhas mãos - Ela está naquela
sala, é só entrar.
Segui seu dedo com o olhar até encontrar uma sala com
a porta aberta.
- Obrigada. - falei sorrindo.
- De nada.
Entrei na sala que parecia ser uma recepção e avistei uma
mulher muito bonita de longos cabelos loiros cacheados,
sentada atrás de uma mesa.
- Boa tarde. - falei me dirigindo a ela.
Ela me viu e abriu um sorriso simpático.
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- Olá. Em que posso ajudar?
- Eu sou Maya Melody, vim para a entrevista de trabalho,
você me ligou há um dia atrás.
- Ah, sim. Posso ver seu currículo?
- Claro. - falei entregando o currículo para ela.
Ela ficou em silêncio por alguns minutos lendo o meu
currículo.
- Humm. Uau. Estou impressionada, você é realmente
uma grande musicista.
Eu sorri ao ouvir isso.
- Obrigada.
- Bom, a vaga é sua! - falou.
- Sério?! - falei eufórica – Puxa, muito obrigada mesmo!
- De nada. E eu é que agradeço.
- Quando eu começo?
- Amanhã, pode ser?
- Mas é claro.
- Chegue às 8:30h, por favor.
- Claro.
- E sua folga será toda quinta-feira.
- Para mim está ótimo.
- Que bom. Então até amanhã.
- Até.
Saí da loja praticamente comemorando. Eu tinha
conseguido!
Voltei para casa ao todo volume da música “Closer,
Faster” de Against the Current.
Quando cheguei em casa contei para meus pais a
novidade, eles ficaram muito felizes por mim.
Resolvi contar para minha melhor amiga, a Luciana.
Liguei para ela, que logo atendeu.
- Luci, você não vai acreditar no que aconteceu! - falei
eufórica.
- O que, Melody? - perguntou curiosa.
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- Eu consegui! Fui aceita para trabalhar na loja de
música! - dei um gritinho histérico, algo nada característico
de mim, mas eu estava tão feliz que nem me importei.
- Que legal, Melody! - falou eufórica também - Eu não
disse que você ia conseguir?
- Disse, e como sempre, estava certa. Porque você é um
espetáculo!
- Eu sei disso.
Demos risada.
Ficamos conversando por mais alguns minutos. Ela me
contou de como estava indo bem na faculdade de medicina,
fiquei feliz por ela. Também falei sobre minha faculdade e
ela também ficou feliz por mim.
Depois de meia hora desligamos. Eu fui jantar e depois
fiquei tocando teclado por um bom tempo.
Ouvi meu celular apitar, fui ver, era a Beatriz. Ela é
minha segunda melhor amiga, e é amiga da Luci também. ~Mensagem de Tris~ Tris: E aí? Conseguiu? Eu: Siiiiim!!!!!! Tris: Uhuuuuuul, eu não disse? Eu e a Luci estávamos
certas. Eu: Como sempre, né. Tris: ;)
Como sempre ficamos trocando mensagens por umas
duas horas, até que começou a ficar tarde e eu fui dormir,
precisava estar disposta para o meu primeiro dia de trabalho.
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Capítulo 2
inha acabado de chegar na loja. Ela ainda estava
vazia por ser muito cedo.
Avistei minha chefe, a Alessandra, na porta.
Ela com certeza estava me esperando, pois ela iria me
mostrar o que fazer. Mas ela estava no telefone, nervosa pelo
jeito.
- Nathan, eu quero que você venha aqui agora! - falava
brava - Você está encrencado!
Eu apenas fiquei alguns passos de distância dela,
esperando que ela pudesse me receber. Ela me viu e fez um
sinal com a mão para que eu esperasse.
- Seu pai está furioso com você! Trate de vir aqui o mais
rápido possível! - e desligou.
Eu olhei um pouco para o chão. Será que ela era brava?
Mas ela parece tão boazinha. Bom, mas parecia estar brigando com filho, e parecia ter um bom motivo.
- Me desculpe. - falou para mim - Meu filho não tem jeito.
Eu apenas abri um sorrisinho tímido.
- Bom, mas venha, vou te apresentar aos seus colegas de
trabalho e te dizer o que fazer por enquanto. A loja deve ficar
vazia por um bom momento.
- Okay. - falei.
Segui-a até outra parte da loja, que era onde ficava a
maioria dos violões e guitarras, entre outras coisas.
- Pessoal, juntem-se aqui, por favor. - chamou os outros
funcionários, logo eles se reuniram - Quero que conheçam a
Maya, ela irá trabalhar com vocês.
- Oi, Maya. - falaram em coro.
- Bom, queria que você passasse um paninho naquele
balcão de vidro - falou apontando para o balcão - e depois
abrisse ele e colocasse aquela guitarra dentro, para
exposição.
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Segui o dedo dela e me deparei com uma guitarra preta
com a imagem de relâmpagos azuis, muito linda.
- Claro.
- Ótimo. Eduardo, pode ajudar a Maya caso ela precise?
- falou se dirigindo a um garoto de pele morena e cabelos
castanhos escuros, muito lindo.
- Claro, Le. - falou.
- Obrigada. Qualquer coisa me chame, okay, Maya?
- Claro. - falei e sorri.
Ela sorriu de volta e voltou para a mesma sala em que eu
tinha feito à entrevista.
Eu fui até o balcão para começar minha tarefa e vi que o
tal Eduardo estava vindo em minha direção. Ele tinha um
sorriso bonito. Ele parou colocando um braço no balcão.
- Oi, Maya. - falou.
- Oi. - falei.
- Legal seu nome, é bem interessante.
- Obrigada, mas na verdade meu nome inteiro é Maya
Melody. - falei e ele fez uma careta achando engraçado - Eu
sei, é estranho.
- Por que dois nomes?
- Porque a minha avó paterna gostava muito de música, e
se ela tivesse uma filha daria esse nome, mas como nunca
teve, meu pai resolveu colocar como meu segundo nome.
- Então ele te chama de Melody?
- Não, ele me chama mais de Maya, assim como minha
mãe.
- Mas você prefere qual?
- Prefiro Melody. Sei lá, gosto mais. Combina mais
comigo.
- Realmente, seu nome é bem legal e tem uma história
bacana. Já que você gosta mais, vou te chamar de Melody.
Eu sorri em reposta. No começo as pessoas sempre me
chamavam de Maya, só depois se acostumavam e me
chamavam de Melody.
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- Gente, chega mais! - chamou Eduardo.
Uma garota de pele morena e cabelos negros que usava
óculos veio em nossa direção, junto a um rapaz de cabelos
castanhos e pele clara.
- Bom, Melody, - falou Eduardo - Esse é o Carlos e essa
é a Elisa.
- Oi. - falei.
Eles sorriram para mim. Mas depois fizeram uma cara
confusa.
- Ué, pensei que você se chamasse Maya. - falou a garota.
- Ah, e chamo, mas meu nome inteiro é Maya Melody, e
eu prefiro que me chamem de Melody. - expliquei.
- Aaaah. - falaram Elisa e Carlos em coro.
- Bom, seja bem-vinda a Music Show, uma das maiores
redes de lojas de música da cidade. - falou Carlos.
- Obrigada. - falei com meu melhor sorriso.
- Bom, vamos voltar ao trabalho. - falou Elisa - Se
precisar de algo pode falar.
- Obrigada, Elisa.
Ela sorriu e se dirigiu a um outro balcão com a Carlos,
onde eles começaram a arrumar várias mercadorias.
- Okay, só sobrou nós dois. - falou Eduardo - Precisa de
ajuda?
- Até agora não, mas obrigada.
Ele assentiu e voltou para a parte de teclados da loja.
Eu peguei uma flanela e comecei a tirar o pó do balcão
de vidro, quando terminei peguei a guitarra e coloquei em
exposição.
Escutei barulhos exagerados de motos do lado de fora da
loja, todos se assustaram. Eu olhei Elisa no outro balcão, ela
estava com a mão no peito. E Carlos parou seu trabalho de
trocar as cordas de um violão.
- Aff, eles chegaram. - bufou Elisa.
- Lá vem encrenca. - falou Carlos.
- Eles quem, gente? - perguntei aflita.
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Do balcão pude avistar que estava entrando um grupo de
garotos com uma garota. Eles pareciam roqueiros, usavam
roupas pretas, casacos de couro e acessórios com spikes.
O Eduardo surgiu da parte dos teclados para a parte onde
eu, Elisa e Carlos estávamos, ele estava com uma expressão
assustada.
Ele se encostou no balcão onde eu estava e falou rápido:
- A Le disse que você sai as 14:00h, já que você tem
faculdade às 15:00h.
- Okay. - falei encarando o grupo de roqueiros.
Eram três garotos e uma garota. Será que era uma banda?
Eles foram chegando mais perto de nós, eu comecei a me
encolher, enquanto Eduardo ficava com a cara mais aflita.
- E aí, cambada de fracassados! - falou um deles em alto
e bom som. Acho que era o líder. Tinha cabelos loiros
jogados para o lado e olhos azuis.
- Aff. - bufou Elisa.
- Nathan, por que mesmo que estamos aqui? Eles não
valem o nosso tempo. - falou a garota.
- Porque minha mãe chamou. - falou revirando os olhos. Espera aí. Nathan?! Ele que era o filho da minha chefe?! Meu
Deus!
A garota revirou os olhos. Ela até que era bonita, mas
exageradamente magra. Seu cabelo era loiro e longo, com as
pontas pintadas de vermelho. O garoto, Nathan, tinha os
cabelos loiros também e olhos azuis. Devo admitir, ele é
exageradamente lindo.
Ele olhou um por um, ou seja, Elisa, Eduardo e Carlos,
até chegar em mim, fazendo cara de confuso. Começou a se
aproximar de mim. Chegou tão perto que a única coisa que
nos separava era o balcão de vidro.
- Quem é você? - perguntou friamente.
- Ela é a nova funcionária. - respondeu Eduardo, por mim.
- Eu não perguntei pra você, imbecil! - falou olhando para
o Eduardo.
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Aff, que idiota esse garoto. Como ele podia ser filho da Alessandra?
- Maya. - falei.
- Nome inteiro?
Por que ele queria meu nome inteiro, por acaso iria me
procurar no Facebook?
- Maya Melody Villares Prado. - respondi.
- Huum... Maya Melody... Maya... Melody... Acho que
nunca te vi pelo Youtube. Mas a gente tem muitos fãs, uma
não faz diferença.
- Fãs?
- Nunca ouviu falar na banda Harmony of Rock?
- Não.
Ele bufou.
- Desinformada. - falou revirando os olhos.
Os outros integrantes da tal banda só ficavam me
encarando, especialmente a garota.
- Alexia, vá com o restante para a casa. - falou para a
garota - E comecem a ensaiar.
- Claro, meu amor. - falou a garota se virando e saindo
com o restante.
Ele voltou a olhar pra mim.
- Bom, já que você não me conhece, prazer, sou Nathan,
guitarrista e vocalista de uma das bandas mais badaladas do
Youtube. Alexia é a vocalista, o baterista é o Matheus e o
baixista é o Allan. Depois te apresento melhor pra eles. -
falou.
- Err... okay.
Avistei Alessandra vindo em nossa direção, ou melhor,
na direção do filho, com uma cara muito irritada.
- Nathan! - praticamente gritou - Venha comigo agora!
Você está encrencado, o que não é novidade!
Acho que vem bomba... Esse garoto me parecia sinônimo
de problema e encrenca.