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Mecanica Geral (MEG)

Luciano Camargo Martins

Departamento de Fısica

Grupo de Dinamica N~ao Linear e Sistemas Dinamicos N~ao Lineares

UDESC-Joinville-SC, Brasil

dfi2lcm@joinville.udesc.br

http://www.lccmmm.hpg.com.br

Revisao 0.0.3 de 25 de janeiro de 2005

Prefacio

Apresentamos nesta apostila, um resumo da teoria e alguyns exercıcios resolvidos especialmenteselecionados para o curso de Mecanica Geral da UDESC-Joinville. A apostila segue a mesmaestrutura do livro texto Mecanica, de K. R. Symon, porem o texto foi enriquecido com exemplosretirados de outras referencias bibliograficas1.

Alguns exemplos resolvidos foram bastante detalhados e ilustrados, a fim de demosntrar ao alunoa abordagem mais refinada que se da no estudo da Mecanica Geral, mesmo a problemas simplese elementares.

Tendo-se a paciencia de ler os exercıcios resolvidos, o aluno tera melhor visao do que se esperade uma “solucao”de um problema de fısica no ambito da Mecanica Classica, e por extensao, dequalquer outra area da Fısica.

Ao final do texto, nos apendices, estao tabelas de formulas e expressoes especıficas para cada umdos sistemas de coordenadas mais usados neste curso, sao eles: o sistema cartesiano, o esferico eo cilındrico.

Bom estudo e divirtam-se!

Professor Luciano Camargo MartinsJoinville, 25 de janeiro de 2005

1Veja-se as referencias bibliograficas.

i

Sumario

1 Elementos de Mecanica Newtoniana 1

1.1 Mecanica, uma ciencia exata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Cinematica, a descricao do movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.3 Dinamica, massa e forca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.4 As leis do movimento, de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.4.1 Alguns comentarios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.5 Gravitacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.5.1 Uma Forca Elementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.6 Unidades e dimensoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.6.1 Notacao vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

1.7 Alguns problemas elementares de Mecanica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2 Movimento Unidimensional de uma Partıcula 14

A Sistemas de Coordenadas 28

A.1 Coordenadas Cartesianas (x, y, z) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

A.1.1 Posicao, Velocidade, Aceleracao, etc... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

A.1.2 Gradiente e Laplaciano de uma funcao escalar ϕ = ϕ(x, y, z) . . . . . . . . 29

A.1.3 Divergente, Rotacional e Derivada de um vetor A = Ax i + Ay j + Az k . . 29

A.1.4 A Regra da Mao Direita para o produto vetorial . . . . . . . . . . . . . . . 29

A.2 Coordenadas Cilındricas (ρ, ϕ, z) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

A.2.1 Posicao, Velocidade, Aceleracao, etc... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

A.2.2 Gradiente e Laplaciano de uma funcao escalar f = f(ρ, ϕ, z) . . . . . . . . 31

A.2.3 Divergente, Rotacional e Derivada de um vetor A = Aρ uρ + Aϕ uϕ + Az k 31

A.3 Coordenadas Esfericas (r, θ, ϕ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

A.3.1 Posicao, Velocidade, Aceleracao, etc... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

A.3.2 Gradiente e Laplaciano de uma funcao escalar f = f(r, θ, ϕ) . . . . . . . . 33

A.3.3 Divergente e Rotacional e um vetor A = Ar ur + Aθ uθ + Aϕ uϕ . . . . . . 33

0

Capıtulo 1

Elementos de Mecanica Newtoniana

1.1 Mecanica, uma ciencia exata

A Mecanica e a parte da Fısica que descreve e prediz as condicoes de repouso ou movimento decorpos sob a acao de forcas.

O problema geral da mecanica. Dadas as condicoes iniciais (posicoes e velocidades) dos corposde interesse (sistema mecanico em estudo), as forcas que atuam sobre estes corpos e as equacoesbasicas que devem ser satisfeitas (leis de Newton) em geral quer-se encontrar, em qualquer instantefuturo, as novas posicoes e velocidades destes corpos.

Neste sentido, diz-se que a Mecanica e determinıstica pois as equacoes admitem em geral apenasuma solucao, e em condicoes ideais, seria entao possıvel se predizer o futuro de um sistemamecanico, desde fosse possıvel resolver analiticamente as equacoes de Newton do sistema, o queem geral e impossıvel. Apenas para alguns poucos sistemas muito simplificados sera possıvel umadescricao exata, sendo em geral, baseados em modelos muito irreais. Por exemplo, uma partıculaem queda livre pode ser idealizada, modelada e seu movimento completamente determinado, emcondicoes ideais onde muitas simplificacoes sao feitas. A pergunta e a seguinte, poderemos observaresse tipo de sistema no mundo real e o seu comportamento mecanico sera o mesmo?

1.2 Cinematica, a descricao do movimento

Repouso e movimento sao conceitos relativos, isto e, dependem da escolha de um referencial ondeesta o observador. Assim, para descrever um dado movimento, um observador deve definir umsistema de referencia, ou referencial, a partir do qual ele fara as medicoes necessarias para a oestudo do movimento de interesse.

Num dado refencial O, um observador pode medir a passagem de uma partıcula num ponto decoordenadas (x, y, z) num dado instante t. Um outro observador num outro referencial O ′, observao mesmo fenomeno e determina que a partıcula estava no ponto (x′, y′, z′) no instante t′, marcadono seu relogio local. Ambos observaram a mesma partıcula, mas podem chegar a conclusoesdiferentes. Por exemplo, um deles pode concluir, apos uma segunda medicao, que a partıcula estaem repouso, e o outro que ela esta em movimento. Ambos podem estar certos, e descrevem omovimento relativo da partıcula visto de cada um dos dois referenciais O e O ′ simultanamente.

A Mecanica Classica baseia-se nessa ideia de Galileu, de que o espaco e relativo, ou seja, dependedo referencial adotado, porem o tempo e absoluto e universal e nao depende do referencial usado.Para os observadores da partıcula no caso exposto acima, mesmo que ambos tivessem leiturasdiferentes em seus relogios, estaria determinando o mesmo instante universal, se seus relogios

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 2

estivessem sincronizados.

Mesmo com medicoes diferentes no espaco e no tempo, Galileu imaginou que as leis da naturezadeveriam ser invariantes, ou seja, ter a mesma foema matematica em qualquer referencial que semovam com velocidade constante, uns em relacao aos outros, os ditos referenciais inerciais.

Considerando-se que as coordenadas (x, y, z, t) de uma partıcula podem assumir qualquer valorreal, ou seja, sao variaveis contınuas, podemos usar o calculo diferencial e definir as velocidades

vx =dx

dt, vy =

dy

dte vz =

dz

dt(1.1)

e acelacoes

ax =dvxdt

=d2x

dt2, ay =

dvydt

=d2y

dt2e az =

dvzdt

=d2z

dt2(1.2)

ao longo dos eixos X, Y e Z do referencial O usado.

Ou seja, as funcoes x(t), y(t) e z(t) descrevem completamente o movimento da partıcula aolongo dos respectivos eixos espaciais, e portanto, o seu movimento no espaco fica completamentedeterminado, e pode ser descrito pelo vetor de posicao

v(t) = x(t)i + y(t)j + z(t)k (1.3)

numa base cartesiana ortonormal {i, j,k}. Como sera visto nos capıtulos seguintes, existem outrasbases vetoriais possıveis para representar o vetor r(t), e as mas usadas alem da cartesiana, sao abase cilındrica e a base esferica.

1.3 Dinamica, massa e forca

Os conceitos de massa, inercia e forca sao fundamentais na Mecanica de Newton, sao conceitosprimitivos, ou seja nao derivados. Tais conceitos provem intuitivamente da experimentacao cui-dadosa feita em laboratorio, usando-se diferentes corpos e medindo-se os efeitos causados nos seusmovimentos durante colisoes, por exemplo.

Dessa experimentacao meticulosa e exaustiva, pode-se concluir que, para dois corpos de massasmA e mB, por exemplo, as aceleracoes sofridas estao na razao inversa de suas massas, ou seja:

mA

mB

=aBaA

(1.4)

ou ainda, podemos dizer que mA aA = mB aB = constante. A essa constante chamamos de “forca”.

1.4 As leis do movimento, de Newton

Revisao das leis de Newton, desenvolvidas em 1687, para corpos de massa constante:

Primeira lei de Newton. Um corpo permanece em repouso ou com velocidade constante (aceleracaozero) quando abandonado a si mesmo, isto e, quando forcas externas nao atuam sobre ele.

a = 0⇐⇒ F = 0 (1.5)

Esta e a chamada lei da inercia, pois o estado de movimento (velocidade) de um corpo so seraalterado se alguma forca externa nao nula atuar sobre o corpo. Observe que, a partir desta lei,podemos concluir que um corpo pode se mover indefinidamente (por inercia) mesmo que nenhuma

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 3

forca atue sobre ele, ou seja, nao e necessario a presenca de uma forca para manter um corpo emmovimento, ou em repouso, num caso particular de movimento.

Segunda lei de Newton. A forca total (ou resultante) s0bre um corpo e o produto da massa m docorpo vezes a sua aceleracao a:

F = ma (1.6)

Esta lei tambem e conhecida como princıpio funcamental da Mecanica, pois, no caso de haver umaforca resultante sobre um corpo, ela permite se determinar qual a aceleracao que este corpo tera,ou seja, com que taxa temporal o seu estado de movimento sera alterado.

Observe tambem que a aceleracao sofrida pelo corpo de massa m, para uma dada forca resultanteF, sera inversamente proporcional a sua massa. Neste sentido, dizemos que a massa de um corpoe uma mediade de sua inercia.

a =F

m(1.7)

Ou seja, quanto maior a massa de um corpo (maior sua inercia) menor o efeito causado pelaforca sobre ela (aceleracao). Observe tambem que a aceleracao a sofrida pelo corpo sera sempreproporcional a forca resultante F, e portanto estes vetores terao sempre a mesma direcao e omesmo sentido, uma vez que a massa m sera sermpre positiva.

Mas cuidado, nao se pode descrever o movimento de uma partıcula de massa nula, sob a acao deuma forca resultante nao nula, pois terıamos uma aceleracao infinita, o que nao tem sentido fısico.

Terceira lei de Newton. Sempre que dois corpos 1 e 2 interagem, a forca F12, que o corpo 1 exercesobre o corpo 2, e igual e oposta a forca F21, que o corpo 2 exerce sobre o copor 1:

F12 = −F21 (1.8)

Essa lei e chamada de lei de acao e reacao, e segundo ela, as forcas de contato que ocorrem emcolisoes, por exemplo, aparecem sempre aos pares. Desta forma nao e possıvel se produzir umaforca sem que uma reacao contraria tambem surja. Observe que esse par de forca em geral naotuam no mesmo corpo, nao se anulando, portanto. E claro que as forcas sao indistiguıveis, ouseja, nao faz diferenca qual das forcas chamamos de acao, ou reacao.

1.4.1 Alguns comentarios

Existem limitacoes para a validade da terceira lei, pois ela pressupoe que as forcas sejam medidasinstantaneamente, ou seja, que as partıculas nao se movam muito durante o tempo da colisao.Esta aproximacao e muito boa para uma colisao de dois automoveis, pois o intervalo de tempoda colisao e muito maior do que o tempo que um raio de luz leva para atravessar um automovelamassado de tamanho L:

∆t ≈ L

c≈ 3, 0 m

3, 0× 108 m/s≈ 10−8 s (1.9)

Essa aproximacao nao funciona bem para colisoes de partıculas atomicas de alta energia, porexemplo.

As duas primeiras leis valem somente quando se observa o corpo em sistemas de referencia naoacelerados, como mostra a nossa experiencia diaria. Para um corpo permanecer em equilıbrionum sistema acelerado, num onibus freando, por exemplo, e necessario que atue sobre ele umaforca. Nao havendo essa forca, o corpo nao ira frear junto com o onibus, mentendo sua velocidadeconstante, para um observador fora do onibus, ou seja, o corpo sera lancado para a frente, podendomesmo sair pelo parabrisa do onibus.

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 4

1.5 Gravitacao

A lei da gravitacao universal, proposta por Newton em 1685, e um modelo matematico paradescrever a interacao entre massas de pequenas dimensoes (partıculas), e pode ser usada paraexplicar desde o mais simples fenomeno, como a queda de um corpo proximo a superfıcie daTerra, ate, o mais complexo, como as forcas entre corpos celestes, traduzindo com fidelidade suasorbitas e os diferentes movimentos.

Segundo a lenda, ao observar a queda de uma maca, Newton ficou intrigado ao ver a Lua no ceue teria se perguntado porque a Lua nao cai, como a maca. Ele investigou a hipotese de que elaambas, Lua e maca, deveriam ser atraıdas pela Terra, segundo uma mesma lei simples, e chegouna famosa lei de gravitacao. A natureza desta forca atrativa e a mesma que deve existir entre aTerra e a Lua ou entre o Sol e os planetas; portanto, a atracao entre as massas e um fenomenouniversal.

1.5.1 Uma Forca Elementar

Sejam duas partıculas de massas m1 e m2, separadas por uma distancia r. Segundo Newton, aintensidade da forca F de atracao entre as massas e dada por

F = Gm1m2

r2(1.10)

onde G e uma constante, a constante da gravitacao universal, sendo seu valor expresso, no SistemaInternacional, por

G = 6, 67× 10−11 N ·m2/kg2 (1.11)

����

����

��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

��������������������������������������������������������������������������������������������������������

������������������������������������������������������������F

m

m2

1

12

21

F

Figura 1.1: Duas partıculas se massas m1 e m2 sempre se atraem mutuamente, dando origem aum par de forcas F12 e F21.

As forcas F12 e F21 e a da reta que une as partıculas, e o sentido tal que as massas sempre seatraem mutuamente, com mesma intensidade de forca, ou seja

F12 = F21 (1.12)

Podemos, ainda, enunciar a lei da gravitacao universal do seguinte modo:

Dois corpos se atraem gravitacionalmente com forca cuja intensidade e diretamenteproporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado dadistancia entre seus centros de massa.

Apos a formulacao da lei da Gravitacao, com o desenvolvimento do calculo integral, Newtontambem mostrou que a forca gravitacional entre esferas homogeneas tambem segue a mesmaforma estabelecida para as partıculas. E tambem vale a mesma forca para uma partıcula e uma

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 5

esfera homogenea. Esse resultado foi tao surpreendente para o prooprio Newton, que inicialmentenem ele acreditou no que havia provado matematicamente!

Aplicando-se a lei de gravitacao para um corpo de massa m na superfıcie da Terra, temos entao

F = GMTm

R2T

=GMT

R2T

m = mg = P

onde RT e MT sao o raio e a massa da Terra, respectivamente, e a forca obtida chamamos peso.

Medidas atuais mostram que MT = 5, 98×1024 kg e RT = 6, 37×106 m. A constante g que apareceacima e justamente a aceleracao da gravidade na superfıcie da Terra. Experimente calcular g comos dados fornecidos!

Observacoes importantes

1. A forca gravitacional e sempre atrativa;

2. A forca gravitacional nao depende do meio onde os corpos se encontram imersos;

3. A constante da gravitacao universal G teve seu valor determinado experimentalmente porHenry Cavendish, em 1798, por meio de um instrumento denominado balanca de torcao eesferas de chumbo.

Pense e Responda!

• Qual a direcao e o sentido da forca de atracao gravitacional exercida pela Terra sobre oscorpos que estao proximos a superfıcie?

• A aceleracao da gravidade na Lua e 6 vezes menor do que a aceleracao da gravidade proximaa superfıcie da Terra. O que acontece com o peso e a massa de um astronauta na Lua?

• O valor da aceleracao da garvidade e relevante para os esportes?

1.6 Unidades e dimensoes

Neste curso usaremos preferencialmente o Sistema Internacional de Unidades (SI) para representaras medidas numericas das grandezas fundamentais da Mecanica:

grandeza dimensao unidade SI sımbolocomprimento L metro mmassa M kilograma kgtempo T segundo svelocidade LT−1 metro por segundo m/saceleracao LT−2 metro por segundo, por segundo m/s2

forca MLT−2 newton N = kg ·m/s2

momento linear MLT−1 newton vezes segundo N · s = kg ·m/s

Sempre que um problema envolva calculos numericos, usaremos a notacao cientıfica para repre-sentar as medidas (intensidades) das grandezas envolvidas.

Muitos dos exercıcios e problemas do final de cada capıtulo do livro texto do curso [1], sao bastantesimilares, de modo que o aluno deve escolher apenas um de cada tipo para atividade de casa.

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 6

Sugerimos ao aluno, ler sempre a parte teorica e os exemplos feitos no livro texto, antes de tentarresolver os problemas escolhidos, relativos a uma determinada secao do livro texto, ou capıtulo.A discussao e estudo em grupo de alunos pode ser feita, porem cada aluno deve finalmente sercapaz de responder por escrito a cada um dos problemas estudados, com suas proprias palavras.

Para a completa e correta solucao dos problemas propostos, o aluno devera formular as hipotesesnecessarias e suficientes para desenvolver seus calculos a partir de primeiros princıpios, ou seja,dos princıpios fundamentais e das leis fısicas basicas envolvidas em cada tipo de problema.

Neste processo de desenvolvimento e solucao de problemas, e imprescindıvel que o aluno observe asunidades das medidas e grandezas a serem determinadas/utilizadas, a sua correta representacao emum sistema de medidas, preferencialmente o Sistema Internacional de medidas (SI), as dimensoesdestas grandezas e a sua representacao com o numero correto de algarismos significativos, istoquando tratar-se de problemas com resultados numericos a serem obtidos. A fim de minimizara propagacao de erros numericos sugerimos que o aluno use, sempre que possıvel, pelo menostres algarismos significativos para as grandezas medidas e resultados obtidos nos problemas queenvolvam calculos numericos.

Nos problemas cuja solucao e puramente algebrica analıtica, o aluno deve fazer uso da analisedimensional para verificar a homogeneidade dimensional das expressoes e resultados obtidos, tes-tando sempre que possıvel os limites conhecidos destas expressoes, e comparando seus resultadoscom outros resultados gerais ja estudados.

1.6.1 Notacao vetorial

Os livros de Fısica, em geral, fazem o uso de letras em negrito para representar grandezas vetorias.Por exemplo, a segunda lei de Newton e escrita na forma F = ma, que e completamente equivalentea forma classica ~F = m~a, preferida por alguns autores. Quando alguma formula vetorial formanuscrita, devemos fazer uso da segunda forma, para que fique claro o carater vetorial ou escalarde cada grandeza, ja que normalmente nao escrevemos em negrito.

1.7 Alguns problemas elementares de Mecanica

1) Calcule a forca de atracao gravitacional entre um eletron e um proton separados por umadistancia de 0, 5 A (1 A = 10−8 cm). Compare com a forca de atracao eletrostatica cuja distanciade separacao seja a mesma.

Considerando-se o proton e o eletron como partıculas de massas mp e me, respectivamente, a forcagravitacional (atrativa) entre eles tera a seguinte intensidade (modulo), dada pela lei de gravitacaode Newton

FG =Gmpme

r2=

(6, 67× 10−11 N ·m2/kg2)(1, 67× 10−27 kg)(9, 11× 10−31 kg)

(0, 5× 10−10 m)2

FG = 4× 10−47 N . (1.13)

A forca eletrica entre estas partıculas, tambem atrativa, segundo a lei de Coulomb

FE =k qp qer2

=(8, 99× 109 N ·m2/C2)(1, 60× 10−19 C)2

(0, 5× 10−10 m)2= 9× 10−8 N . (1.14)

Dividindo-se os modulos das forcas, obtemos a razao

FEFG

=9× 10−8 N

4× 10−47 N≈ 2× 1039 (1.15)

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 7

ou seja, a forca eletrica e muito maior (≈ 1039 vezes) do que a forca gravitacional. J

2) Dois carros1 , A e B, movem-se no mesmo sentido. Quando t = 0, suas respectivas velocidadessao 1 m/s e 3 m/s, e suas respectivas aceleracoes sao 2 m/s2 e 1 m/s2. Se no instante t = 0 ocarro A esta a 1, 5 m a frente do carro B, determinar o instante em que eles estarao lado a lado.

Analise inicial. Vamos investigar inicialmente qual tipo de problema que esta sendo proposto.Como o problema envolve apenas o movimento de dois carros, cujas massas sao desconhecidas enenhuma forca e dada, concluimos que se trata de um problema de cinematica.

Modelo. Vamos supor que os carros se movam numa pista reta e horizontal, da esquerda para adireita (sobre o eixo X, no sentido crescente do eixo, por exemplo).

Nosso “sistema mecanico”de interesse inclui os dois carros e o referencial do chao, a pista:

xB xAXO

1,5 m

3 m/s 1 m/s

Figura 1.2: O nosso modelo simplificado para o sistema de dois carros A e B, no instante inicialt = 0.

Equacoes de movimento. Vamos supor tambem que os carros possam ser tratados comopartıculas uniformemente aceleradas, ou seja, estao em MRUV, e portanto, suas posicoes emfuncao do tempo seguem a forma geral

x(t) = x0 + v0(t− t0) +1

2a(t− t0)2 (1.16)

Como o carro A inicia o seu movimento adiante do carro B, em 1, 5 m, entao temos que xA0 =xB0 + 1, 5 m, e a sua posicao inicial, em funcao da posicao inicial xB0 do carro B, que nao e dada.Sera que esse dado e relevante?

A equacao de movimento para o carro A sera entao

xA(t) = xA0 + vA0(t− t0) +1

2aA(t− t0)2 = xB0 + 1, 5 m+ (1 m/s)t+

1

2(2 m/s2)t2 (1.17)

onde consideramos t0 = 0.

A posicao do carro B sera dada por

xB(t) = xB0 + vB0(t− t0) +1

2aB(t− t0)2 = xB0 + (3 m/s)t+

1

2(1 m/s2)t2 (1.18)

Solucoes. Vamos procurar o instante onde os carros ficam lado a lado, ou seja, ocupam a mesmaposicao sobre o eixo horizontal sem que haja colisao, resolvendo-se a equacao xA(t) = xB(t), ou deforma equivalente, vamos escrever xA(t)− xB(t) = 0, subtraindo as equacoes anteriores, de ondeobtemos:

(1, 5 m)− (2 m/s) t+ (1

2m/s2) t2 = 0 (1.19)

e multiplicando-se por 2 s2/m e reescrevendo

t2 + (−4 s) t+ (3 s2) = 0 (1.20)

1Referencia [2], problema 5.12, pagina 108.

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 8

e resolvendo para t, temos

t =−(−4 s)±

√(−4 s)2 − 4 · 1 · (3 s2)

2 · 1 (1.21)

donde

t =4 s± 2 s

2(1.22)

e concluimos finalmente que os carros estarao lado a lado em dois instantes futuros: t− = 1 s et+ = 3 s.

Analise grafica. A partir do grafico da Fig. 1.3, confirmamos visualmente que as posicoes deambos coincidem nos instantes t− = 1 s e t+ = 3 s, e que suas posicoes nesses instantes sao,respectivamente, xA = xB = 4, 5 m e xA = xB = 13, 5 m, o que pode ser obtido analiticamentesubstituindo-se os instantes t− e t+, nas equacoes horarias xA(t) e xB(t). A concordancia dessesvalores obtidos, para ambos os carros, confirma o resultado esperado, que ambos estejam lado alado nesses instantes.

0

5

10

15

20

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

x (m

)

t (s)

carro B: velocidade inicial

carro A: velocidade inicial

A

A

B

carro A: x_A(t)carro B: x_B(t)

Figura 1.3: Os graficos da posicao versus tempo para os carros.

Analise geral. Para analise final do movimento, marcamos sobre o grafico as inclinacoes iniciais(tangentes) das curvas xA(t) e xB(t), donde se pode ver que o carro B, inicialmente mais lento,ultrapassa o carro A no instante t− = 1, 0 s e depois, no instante t+ = 3, 0 s, e ultrapassadopelo o carro A, que no inıcio era mais lento, porem possui aceleracao maior do que a do carroB. Observe dos graficos que a “curvatura”parabola (linha) de xA(t) e maior do que a de xB(t).Em geral, neste tipo de grafico, a curvatura e proporcional a segunda derivada da funcao, no casod2x(t)/dt2, que e a aceleracao do movel.

Contextualizacao. Este tipo de movimento ocorre frequentemente nas corridas (de Formula1, por exemplo) quando um carro B tenta ultrapassar outro A numa curva. Neste caso real o

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 9

movimento nao e retilıneo, mas as suas outras caracterısticas sao semelhantes as do problemaestudado. Para executar a tentativa de ultrapassagem, o piloto do carro B, que vem logo atrasdo carro A retarda a freada e entra na curva com maior velocidade, saindo do tracado ideal (demenor tempo).

Carro ACarro B

A

A

A A

A

B

B

B

B

A

B

B

AB

B

A

BA

CASIO

CHRTMRDUALALM

AM

CASIO

CHRTMRDUALALM

AM

CASIO

CHRTMRDUALALM

AM

CASIO

CHRTMRDUALALM

AM

CASIO

CHRTMRDUALALM

AM

CASIO

CHRTMRDUALALM

AM

Figura 1.4: O piloto do carro B tenta ultrapassar o carro A e leva um “X”.

Desta forma o carro B consegue ultrapassar o carro A, mais lento, porem na retomada da velo-cidade, o carro A conseguira acelerar mais do que o carro B que fora do tracado ideal, nao terao mesmo rendimento (pista suja e maior percurso), sendo que o carro A ira, a seguir, retomar asua posicao a frente do carro B. Essa manobra e o famoso “X”, e diz-se que o piloto do carro Btomou um “X”do piloto do carro A, o que e considerado bastante “humilhante”para o piloto B,pois suas intencoes de ultrapassar o carro A foram frustadas. Veja-se a Fig. 1.4. J

3) Um carro 2 de massa M , transportando quatro pessoas, cada uma com massa m, viaja em umaestrada de terra coberta de pequenas ondulacoes (costeletas), com saliencias separadas de umadistancia λ. O carro balanca com amplitude maxima quando sua velocidade e v. O carro parae os quatro passageiros desembarcam. De quanto sobe a carroceria do carro em sua suspensao,devido ao decrescimo de peso?

Como primeira hipotese, vamos supor por simplicidade que o carro seja um sistema massa-molaamortecido, ja que sua carroceria esta apoiada sobre a sua suspensao, baseada em quatro molas(em paralelo), amortecedores, rodas e pneus. Como a maior parte da massa do carro esta nasua carroceria, e nos quatro passageiros embarcados, vamos considerar que o carro e um osciladormassa-mola amortecido de massa total mt = M + 4m, ligado a uma mola de constante elasticaefetiva k, que inclui o efeito de todas as molas de sua suspensao.

2Veja ref. [4]

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 10

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v

λ λ

Figura 1.5: Um automovel andando com velocidade v sobre uma estrada com ondulacoes (costele-tas), igualmente espacadas de uma distancia λ, fica sujeito a impulsos verticais periodicos.

A medida que o carro se desloca na estrada com velocidade constante v, as saliencias produzemforcas verticais (impulsos) periodicos, ja que estao igualmente espacadas de uma distancia λ. Operıodo T desta forca externa que atua sobre o carro sera exatamente o tempo que o carro levapara se deslocar de uma saliencia ate a outra, ou seja, como

v = λ/T (1.23)

entao temos queT = λ/v (1.24)

Podemos dizer entao que essa forca externa produzida pelas ondulacoes da estrada possuem umafrequencia angular

ω = 2π/T = 2πv/λ . (1.25)

Como o motorista do carro observou que a amplitude das oscilacoes verticais feitas pelo carroe maxima quando ele se desloca com uma dada velocidade v, podemnos supor que o carro, ouo sistema massa-mola equivalente, entra em ressonancia nessa velocidade, devido aos impulsosexternos periodicos de frequencia ω.

Sabendo-se que um sistema massa-mola possui frequencia natural de oscilacao dada por

ω0 =

√k

m(1.26)

onde m e sua massa e k o valor da constante elastica da mola a qual a massa esta conectada,podemos supor que, para o nosso carro

ω0 =

√k

mt

=

√k

M + 4m. (1.27)

Como o carro entrou em ressonancia na velocidade v, supomos entao que foi atingida a condicaode ressonancia, ou seja

ω ' ω0 (1.28)

entao

2πv/λ '√

k

M + 4m(1.29)

de onde podemos obter a constante elastica k efetiva do carro:

k ' (2πv/λ)2 (M + 4m) . (1.30)

Finalmente, como a suspensao do carro segue a lei de Hooke, ao se acrescentar a massa dos quatropassageiros (que entraram no carro), a deformacao da carroceria (suspensao) pode ser calculadada lei de Hooke:

F = −k∆x (1.31)

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 11

onde k e a constante elastica efetiva da suspensao do carro e F e a forca peso (4mg) acrescentadaao sistema. Em modulo, a deformacao ∆x sera entao

∆x =F

k=

4mg

k. (1.32)

E importante se observar que a constante elastica k de uma mola mede a sua “rigidez”, ou seja,quanto maior o seu valor mais “dura” ela e, e mais difıcil e a sua deformacao. Porem, dentrode uma faixa de deformacao elastica, a rigidez de uma mola que segue a lei de Hooke e semprea mesma, fazendo juz ao nome de “constante”. Sendo assim, nao e relevante o fato das molasdo carro ja estarem comprimidas, pelo seu proprio peso (Mg), antes dos passageiros tomaremassento.

Ao deixarem o carro, o excesso de peso 4mg e removido do sistema e a carroceria do carro entaosobe a mesma quantidade que ela baixou quando os passageiros entraram no carro.

Portanto, a partir das equacoes (1.30) e (1.32), podemos concluir que, a carroceira devera subiraproximadamente

∆x ' 4mg

(2πv/λ)2(M + 4m). (1.33)

quando os passageiros saırem do carro.

Numericamente, se utilizarmos dados razoaveis como M = 1.000 kg, m = 75, 0 kg, g = 9, 81 m/s2,v = 10, 0 m/s e λ = 15, 0 m, teremos

∆x ' 4(75, 0 kg)(9, 81 m/s2)

{(2π)(10, 0 m/s)/(15, 0 m)}2(1.000 kg + 4(75, 0 kg))= 0, 129 m . (1.34)

Comentarios

Na solucao simples proposta para esse problema, e notavel a quantidade de hipoteses, consi-deracoes, aproximacoes, fenomenos e leis fısicas envolvidas e necessarias ao seu desenvolvimento.

Apos um longo e encadeado raciocınio, baseado num modelo simples — o sistema massa mola,chegamos a solucao dada pela equacao (1.33), que dificilmente poderia ter sido obtida por ummetodo muito mais simples do que este apresentado acima. Porem, esta e somente uma solucaoproposta, e esperamos que um aluno de Fısica consiga, com suas proprias palavras e metodos,chegar a uma solucao propria do mesmo problema, quem sabe mais simples ainda.

Na Fısica, consideramos que a beleza esta na simplicidade, na generalidade e na clareza, tantoem se tratando da formulacao de um problema, quanto na sua solucao. Como preenche esses tresrequisitos basicos, considero que este e um belo problema de Fısica, francamente, o mais belo detodos que ja vi. J

4) Uma forca horizontal F e feita sobre um bloco de massa m que esta em repouso sobre um planosem atrito, inclinado de um angulo θ com a horizontal.

A) Determine a intensidade da forca F para o equilıbrio do bloco.

Para o sistema de eixos XY usual, temos que ter, para o equilıbrio do bloco:∑

Fx = F −N sin θ = 0 (1.35)∑

Fy = P −N cos θ = 0 (1.36)

ja que a normal N faz um angulo θ com o eixo Y .

Dividindo-se as equacoes de equilıbrio temos:

F/P = tan θ (1.37)

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 12

donde, finalmente

F = P tan θ = mg tan θ (1.38)

B) Determine a posicao x(t) do bloco, se a forca horizontal for removida.

Definindo-se um sistema de eixos X ′Y ′, sendo o eixo X ′ paralelo ao plano inclinado teremos,depois da remocao da forca F: ∑

Fx′ = −mg sin θ = ma (1.39)

e cancelando-se a massa m do blocoa = −g sin θ (1.40)

que e a aceleracao constante do bloco, na descida do plano.

Como a = dv/dt, para o caso de aceleracao constante, temos:

∫ v(t)

v0

dv =

∫ t

0

a dt′ = a

∫ t

0

dt′ = a t (1.41)

entaov(t) = v0 + a t (1.42)

e como v0 = 0, temos que v(t) = at.

E como v = dx/dt, temos:

∫ x(t)

x0

dx =

∫ t

0

v(t′) dt′ =

∫ t

0

(v0 + at′)dt′ (1.43)

x(t)− x0 = v0t+1

2at2 (1.44)

e se fizermos x0 = 0 e v0 = 0, teremos

x(t) =1

2at2 (1.45)

Para o bloco solto em repouso na origem do sistema X ′Y ′, finalmente teremos:

x(t) =1

2g sin θ t2 . (1.46)

J

5) Um projetil de massa m e lancado verticalmente com velocidade inicial v0 da superfıcie de umaplaneta de massa M e raio R, sem atmosfera, e observa-se que ele atinge uma altura maxima h,acima de sua superfıcie. A) Escreva uma expressao particular para a massa desse planeta.

Como a forca gravitacional e conservativa, e o planeta nao tem atmosfera, pode-se usar o teoremado trabalho-energia, para as posicoes inicial e de altura maxima do projetil, obtendo-se:

1

2mv2

0 −GMm

R= 0− GMm

R + h(1.47)

onde R e o raio do planeta, M sua massa e h a altura maxima (v = 0) do projetil de massa m.

Dividindo-se a ultima equacao por GM e reagrupando-se os termos, temos:

1

R + h− 1

R=−v2

0

2GM(1.48)

CAPITULO 1. ELEMENTOS DE MECANICA NEWTONIANA 13

e finalmente

M =v2

0R

2G

(R + h

h

). (1.49)

B) Determine a velocidade de escape para esse planeta?

Tomando-se o limite h→∞ na expressao final da massa M do item A), pode-se obter o valor veda velocidade de escape, que e justamente o valor de v0 nesse limite:

M =v2eR

2Glimh→∞

(R

h+ 1

)=v2eR

2G(1.50)

Logo

ve =

√2GM

R. (1.51)

J

Capıtulo 2

Movimento Unidimensional de umaPartıcula

PROBLEMAS

9) Um cabo-de-guerra e seguro por dois grupos de cinco homens, cada um. Cada homem “pesa”70 kg e pode puxar o caboinicialmente com uma forca de 100 N . Inicialmente os dois grupos estaocompensados, mas quando os homens cansam, a forca com que cada um puxa o cabo decresce deacordo com a relacao

F (t) = (100 N) e−t/τ (2.1)

onde o tempo medio τ para atingir o cansaco e de 10 s para um grupo e 20 s para o outro.Suponha que nenhum dos homens solte o cabo e use g = 9, 8 m/s2.

a) Determine o movimento.

Vamos supor que inicialmente o cabo-de-guerra esta parado, e o centro da corda esta na origemO do eixo orizontal X, e vamos chamar a equipe da esquerda de equipe 1, e a da direita de equipedois. Sendo assim, o tempo medio para atingir o cansaco, sera, τ1 = 10 s, para a equipe 1 eτ2 = 20 s para a equipe 2.

Consideremos como nosso sistema o conjunto todo, incluindo a corda. Cada homem faz a forcaF (t) sobre o chao, e sofre a reacao desta forca, que age sobre o conjunto (sistema). A resultantedestas forcas sera: ∑

Fx = −5F1(t) + 5F2(t) = (10m)a (2.2)

onde 10m e a massa total do sistema, e a = dv/dt a sua aceleracao.

Reescrevendo temos

5{−F0 e−t/τ1 + F0 e

−t/τ2} = 10mdv

dt(2.3)

14

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 15

onde F0 = 100 N e m e a massa de cada homem.

Simplificando e separando as variaveis, temos

F0

2m

∫ t

0

(e−t′/τ2 − e−t′/τ1) dt′ =

∫ v(t)

0

dv (2.4)

ja que no instante inicial t = 0 o sistema esta em repouso.

Integrando temos a velocidade do conjunto

v(t) =

[F0

2m

(e−t

′/τ2

−1/τ2

− e−t′/τ1

−1/τ1

)]t

t′=0

(2.5)

substituindo nos limites

v(t) = − F0

2m

{τ2(e−t/τ2 − 1)− τ1(e−t/τ1 − 1)

}(2.6)

e reescrevendo temos

v(t) =F0

2m

{τ2(1− e−t/τ2)− τ1(1− e−t/τ1)

}(2.7)

Integrando-se mais uma vez, termos a posicao do conjunto (centro da corda)

∫ t

t′=0

dx = x(t)− x(0) =F0

2m

∫ t

t′=0

{τ2(1− e−t′/τ2)− τ1(1− e−t′/τ1)

}dt′ (2.8)

ou seja, como x(0) = 0 temos

x(t) =F0

2m

[{τ2

(t′ − e−t

′/τ2

−1/τ2

)− τ1

(t′ − e−t

′/τ1

−1/τ1

)}]t

t′=0

(2.9)

e substituindo os limites

x(t) =F0

2m

[τ2{t+ τ2(e−t/τ2 − 1)} − τ1{t+ τ1(e−t/τ1 − 1)}

](2.10)

e reescrevendo

x(t) =F0

2m

[τ2{t− τ2(1− e−t/τ2)} − τ1{t− τ1(1− e−t/τ1)}

](2.11)

Desse resultados, podemos ver que se τ1 = τ2, a corda nunca se movera para lado nenhum ja queas equipes farao sempre a mesma forca, num mesmo instante t, apesar de fazerem cada vez menosforca.

b) Qual a velocidade final dos dois times?

Tomando-se o limite t −→∞ em (2.7) temos a velocidade final vF do sistema

vF = limt→∞

v(t) =F0

2m(τ2 − τ1) (2.12)

e como a equipe 2 cansa mais devagar do que a equipe 1, pois τ2 > τ1, a vencedora sera a equipe2, e a velocidade final sera

vF =100 N

2 · 70 kg(20 s− 10 s) = 7, 1 m/s (2.13)

c) Qual das suposicoes e responsavel por este resultado nao razoavel?

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 16

O modelo da forca, decaindo exponencialmente a zero, e irreal para o limite feito acima, pois asequipes nao manterao a forca por um tempo muito longo, de forma que depois de alguns segundost >> τ as forcas ja serao pequenas e a disputa tera acabado.

Como a equipe 2 cansa mais devagar, consegue realizar um impulso maior sobre o sistema, quedepois de um longo tempo sera arrastado para a direita, desequilibrando as forcas e ganhando ocabo-de-guerra. J

11) Um barco cuja velocidade inicial e v0 e desacelerado por uma forca de atrito

F = −beαv (2.14)

a) Determine o seu movimento.

Supondo que o barco inicie o seu movimento para a direita (v0 > 0) no instante t0 = 0, na origemx0 = 0, temos:

F (v) = −beαv = mdv

dt(2.15)

e separando as variaveis e integrando

− b

m

∫ t

t′=0

dt′ =

∫ v(t)

v′=v0

dv′

eαv′(2.16)

− b

mt =

[e−αv

−α

]v(t)

v′=v0

(2.17)

αb

mt = e−αv(t) − e−αv0 (2.18)

e isolando-se v(t) temos

e−αv(t) = e−αv0 +αb

mt (2.19)

e tomando-se o logaritmo desta expressao

−αv(t) = ln

(e−αv0 +

αb

mt

)(2.20)

e finalmente

v(t) = − 1

αln

(e−αv0 +

αb

mt

)(2.21)

Observe que o barco se move inicialmente para a direita e a expressao encontrada da a suavelocidade ate que ele pare, e esta deve ser positiva. Na verdade, o termo e−αv0 < 1 e seulogaritmo e negativo, resultando que v(t) > 0, desde t = 0 ate o instante em que o barco para.

Integrando-se a velocidade v(t) = dx/dt, temos

∫ x(t)

x0

dx′ = − 1

α

∫ v(t)

v′=v0

ln

(e−αv0 +

αb

mt′)dt′ (2.22)

e integrando-se por substituicao direta (u = e−αv0 + αbt′/m; du = (αb/m)dt′), temos:

x(t) = − m

α2b

∫lnu du (2.23)

e como ∫lnu du = u(lnu− 1) (2.24)

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 17

v(t)

t

Vo

O

Figura 2.1: A velocidade do barco v(t)× t, valida ate v = 0.

temos

x(t) = − m

α2b

[(e−αv0 +

αb

mt′){

ln

(e−αv0 +

αb

mt′)− 1

}]t

t′=0

(2.25)

e substituindo nos limites de integracao

x(t) = − m

α2b

[(e−αv0 +

αb

mt

){ln

(e−αv0 +

αb

mt

)− 1

}−(e−αv0

) {ln(e−αv0)− 1

}](2.26)

e finalmente

x(t) = − m

α2b

[(e−αv0 +

αb

mt

){ln

(e−αv0 +

αb

mt

)− 1

}+ e−αv0(αv0 + 1)

](2.27)

b) Determine o tempo e a distancia necessaria para parar o barco.

Podemos determinar o instante tF em que o barco para atraves da expressao (2.21), resolvendov(tF ) = 0, ou seja,

− 1

αln

(e−αv0 +

αb

mtF

)= 0 (2.28)

e essa equacao sera satisfeita quando o argumento da funcao ln for igual a 1, pois ln(1) = 0. Entaotemos que ter (

e−αv0 +αb

mtF

)= 1 (2.29)

de ondeαb

mtF = 1− e−αv0 (2.30)

e finalmentetF =

m

αb(1− e−αv0) (2.31)

sera o instante em que o barco tera velocidade nula.

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 18

A posicao do barco nesse instante sera

x(tF ) = − m

α2b

[(e−αv0 +

αb

m· mαb

(1− e−αv0)

){ln

(e−αv0 +

αb

m· mαb

(1− e−αv0)

)− 1

}

+e−αv0(αv0 + 1)]

(2.32)

e simplificando

x(tF ) =m

α2b

{1− e−αv0(αv0 + 1)

}(2.33)

Observe que se v0 = 0 entao terıamos tF = 0. Como o barco partiu da posicao x(0) = 0, podemosdizer que o seu deslocamento total (maximo) sera entao x(tF )− x(0) = x(tF ). J18) Uma partıcula de massa m esta sujeita a acao de uma forca

F = −kx+kx3

a2(2.34)

onde k e a sao consatantes.

a) Determine V (x) e discuta os possıveis tipos de movimentos que possam ocorrer.

b) Mostre que se E = 14ka2, a intergral na Eq. (2.46) poder ser resolvida por metodos elementares.

Determine x(t) para este caso, escolhento x0 e t0 de maneira conveniente. Mostre que os seusresultados concordam com a discussao qualitativa do item (a) para essa energia.

19) Uma partıcula de massa m e repelida da origem por uma forca inversamente proporcional aocubo de sua distancia a origem. Escreva e resolva a equacao do movimento, considerando que apartıcula esta inicialmente em repouso a uma distancia x0 da origem.

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 19

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 20

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 21

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 22

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 23

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 24

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 25

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 26

CAPITULO 2. MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL DE UMA PARTICULA 27

Apendice A

Sistemas de Coordenadas

A.1 Coordenadas Cartesianas (x, y, z)

� � � �� � � �� � � �� � � �

� �� �� �� �� �� �

� �� �� �� �� �� � � � �� � �� � �� � �

� � �� � �� � �� � �Z

Y

r

yx

zk

ji

k j

i

(x,y,z)

X

Figura A.1: O sistema de coordenadas cartesianas (x, y, z)

A.1.1 Posicao, Velocidade, Aceleracao, etc...

r = x i + y j + z k (A.1)

v = x i + y j + z k (A.2)

a = x i + y j + z k (A.3)

dV = dx dy dz (A.4)

r = (x2 + y2 + z2)1/2 (A.5)

28

APENDICE A. SISTEMAS DE COORDENADAS 29

A.1.2 Gradiente e Laplaciano de uma funcao escalar ϕ = ϕ(x, y, z)

∇ϕ(x, y, z) =∂ϕ

∂xi +

∂ϕ

∂yj +

∂ϕ

∂zk (A.6)

∇2ϕ(x, y, z) =∂2ϕ

∂x2+∂2ϕ

∂y2+∂2ϕ

∂z2(A.7)

A.1.3 Divergente, Rotacional e Derivada de um vetor A = Ax i +Ay j +Az k

∇ ·A =∂Ax∂x

+∂Ay∂y

+∂Az∂z

(A.8)

∇×A =

(∂Az∂y− ∂Ay

∂z

)i +

(∂Ax∂z− ∂Az

∂x

)j +

(∂Ay∂x− ∂Ax

∂y

)k (A.9)

dA

d t=

dAxdt

i +dAydt

j +dAzdt

k (A.10)

A.1.4 A Regra da Mao Direita para o produto vetorial

b

a b

(C) C

opyr

ight

200

3 Lu

cian

o C

amar

go M

artin

s

a

médio

indicador

polegar

������������������������������������������������������

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���������������������������������������������������������������

���������������������������������������������

���������������������������������������������

Figura A.2: A regra da mao direita para o produto vetorial. O produto vetorial a × b e normalao plano definido pelos vetores a e b.

APENDICE A. SISTEMAS DE COORDENADAS 30

A.2 Coordenadas Cilındricas (ρ, ϕ, z)

� �� �� �� �� �� �

� �� �� �� �� �� � � �� �

� �� �� �� �� �� �

� � � � �� � � � �

r

x

z

Z

jk

i

k

y

k u

uu

u

ρ

ϕ

ϕ

ρ

ϕρ

X

Y

Figura A.3: O sistema de coordenadas cilındricas (ρ, ϕ, z)

A.2.1 Posicao, Velocidade, Aceleracao, etc...

r = ρuρ + z k (A.11)

v = ρuρ + ρϕuϕ + z k (A.12)

a = (ρ− ρϕ2) uρ + (ρϕ+ 2ρϕ) uϕ + z k (A.13)

uρ = cosϕ i + sinϕ j (A.14)

uϕ = − sinϕ i + cosϕ j (A.15)

duρdϕ

= uϕ (A.16)

duϕdϕ

= −uρ (A.17)

(x, y, z) = (ρ cosϕ, ρ sinϕ, z) (A.18)

(ρ, ϕ, z) = ((x2 + y2)1/2, arctan(y/x), z) (A.19)

r = (ρ2 + z2)1/2 (A.20)

dV = ρ dρ dϕ dz (A.21)

APENDICE A. SISTEMAS DE COORDENADAS 31

A.2.2 Gradiente e Laplaciano de uma funcao escalar f = f(ρ, ϕ, z)

∇f =∂f

∂ρuρ +

1

ρ

∂f

∂ϕuϕ +

∂f

∂zk (A.22)

∇2f =1

ρ

∂ρ

(ρ∂f

∂r

)+

1

ρ2

∂2f

∂ϕ2+∂2f

∂z2(A.23)

A.2.3 Divergente, Rotacional e Derivada de um vetor A = Aρ uρ +Aϕ uϕ + Az k

∇ ·A =1

ρ

∂ρ(ρAρ) +

1

ρ

∂Aϕ∂ϕ

+∂Az∂z

(A.24)

∇×A =

(1

ρ

∂Az∂ϕ− ∂Aϕ

∂z

)uρ +

(∂Aρ∂z− ∂Az

∂ρ

)uϕ +

1

ρ

(∂

∂ρ(ρAϕ)− ∂Aρ

∂ϕ

)k (A.25)

dA

d t=

(dAρdt− Aϕ

dt

)uρ +

(dAϕdt

+ Aρdϕ

dt

)uϕ +

dAzdt

k (A.26)

APENDICE A. SISTEMAS DE COORDENADAS 32

A.3 Coordenadas Esfericas (r, θ, ϕ)

u φ

r u

!"!!"!!"!!"!!"!!"!

#"##"##"##"##"##"# $"$$"$

$"$$"$$"$%"%%"%%"%%"%%"%

&"&"&"&"&&"&"&"&"&'"'"'"''"'"'"' x

z

y

r

Z

θ

r

u φ

r u

k

i j

X

Figura A.4: O sistema de coordenadas esfericas (r, θ, ϕ)

A.3.1 Posicao, Velocidade, Aceleracao, etc...

r = r ur (A.27)

v = r ur + rθ uθ + r sin θ ϕuϕ (A.28)

a = (r − rθ2 − r sin2 θ ϕ2) ur + (rθ + 2rθ − rϕ2 sin θ cos θ) uθ + (A.29)

(rϕ sin θ + 2rϕ sin θ + 2rθϕ cos θ) uϕ

(x, y, z) = (r sin θ cosϕ, r sin θ sinϕ, r cos θ) (A.30)

(r, θ, ϕ) = ((x2 + y2 + z2)1/2, arctan((x2 + y2)/z), arctan(y/x)) (A.31)

ur = sin θ uρ + cos θ k = sin θ cosϕ i + sin θ sinϕ j + cos θ k (A.32)

onde: sin θ = ρ/(ρ2 + z2)1/2 e cos θ = z/(ρ2 + z2)1/2

uθ = − sin θ k + cos θ uρ = cos θ cosϕ i + cos θ sinϕ j− sin θ k (A.33)

dV = r2 sin θ dr dθ dϕ (A.34)

APENDICE A. SISTEMAS DE COORDENADAS 33

A.3.2 Gradiente e Laplaciano de uma funcao escalar f = f(r, θ, ϕ)

∇f =∂f

∂rur +

1

r

∂f

∂θuθ +

1

r sin θ

∂f

∂ϕuϕ (A.35)

∇2f =1

r2

∂r

(r2∂f

∂r

)+

1

r2 sin θ

∂θ

(sin θ

∂f

∂θ

)+

1

r2 sin2 θ

(∂2f

∂ϕ2

)(A.36)

A.3.3 Divergente e Rotacional e um vetor A = Ar ur + Aθ uθ + Aϕ uϕ

∇ ·A =1

r2

∂r(r2Ar) +

1

r sin θ

∂θ(sin θ Aθ) +

1

r sin θ

∂Aϕ∂ϕ

(A.37)

∇×A =1

r sin θ

[∂

∂θ(sin θ Aϕ)− ∂Aθ

∂ϕ

]ur + (A.38)

+

(1

r sin θ

∂Ar∂ϕ− 1

r

∂r(rAϕ)

)uθ +

1

r

(∂

∂r(rAθ)−

∂Ar∂θ

)uϕ

dA

d t=

(dArdt− Aθ

dt− Aϕ sin θ

dt

)ur +

+

(dAθdt

+ Ardθ

dt− Aϕ cos θ

dt

)uθ +

+

(dAϕdt

+ Ar sin θdϕ

dt+ Aθ cos θ

dt

)uϕ (A.39)

(VETOR31.TEX Revisao 3.1 de 25 de janeiro de 2005)

Referencias Bibliograficas

[1] SYMON, K. R. Mecanica . 2 ed., Rio de Janeiro: Campus, 1986.

[2] ALONSO, M.; FINN, E. J. Fısica: um curso universitario: mecanica. vol. 1, Sao Paulo:Edgard Blucher, 1972.

[3] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Fısica: Mecanica. vol. 1,ed. 4, Rio de Janeiro: LTC, 1996.

[4] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Fısica: Mecanica. vol. 2,ed. 4, Rio de Janeiro: LTC, 1996.

[5] KITTEL, C.; KNIGHT, W.; RUDERMAN, M. A. Curso de Fısica de Berckeley: mecanica.vol. 1, Sao Paulo: Edgard Blucher, 1973.

[6] KIBLE, T. W. B. Mecanica Classica. Sao Paulo: Polıgono, 1970.

[7] MARION, J. B.; THORNTON, S. T. Classical Dynamics of Particles and Systems. 4 ed.,Harcourt Brace Jovanovich College Publishers, 1995.

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