Post on 11-Jul-2016
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Masculinização do peixe beta, Betta splendens, utilizando hormônios bioencapsulados em nauplios de Artemia
Padrão, D.H.B. 1, Cerozi, B.S. 1,Sanches, G.S.1, Bicudo, A.J.A. 1,
Azevedo-Filho, A.2, Cyrino, J.E.P. 1 1Setor de Piscicultura – Departamento de Zootecnia – ESALQ/USP
2Departamento de Economia, Administração e Sociologia – ESALQ/USP
1. Objetivos Na espécie ornamental beta, Betta splendens, os machos são mais coloridos e com nadadeiras maiores que as fêmeas, características essas que tornam o macho mais valorizado e sua produção mais interessante economicamente. O presente trabalho objetivou desenvolver um protocolo para incrementar a freqüência de machos monossexo na população.
2. Material e Métodos Larvas de beta (3,21±0,2 mm) com três dias de idade, foram alojadas em aquários de oito litros (5 larvas L
-1) e alimentadas ad libitum por 40
dias com náuplios de artêmia enriquecidos. A metodologia para enriquecimento foi adaptada de Martin-Robichaud et al. (1994). Cistos de artêmia desencapsulados foram incubados em água 25‰ por 24h, filtrados, lavados, divididos e mantidos em 6 tubos tipo falcon (50 mL) contendo diferentes concentrações de 17α-metiltestosterona (0, 5, 10, 20, 30, 40 mgL
-1)
durante 12h. Aos 220 dias após o final do período de reversão sexual, os peixes foram anestesiados (90 mg benzocaína L
-1), medidos
sob microscópio estereoscópio e classificados em dois grupos: machos (M) e fêmeas (F) e não identificados (N). Os critérios para determinação do sexo foram comprimento da nadadeira caudal, ventral e anal, presença de ovopositor e conformação do corpo. Quando necessário os peixes eram sacrificados e tinham as gônadas analisadas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (n=4). Os dados foram analisados através de regressão com variável dependente qualitativa (Logito) e regressão múltipla (Agresti, 2002).
3. Resultados e Discussão A freqüência de machos aumentou (P<0,001) com o aumento das doses de 17α-MT utilizadas para enriquecimento dos náuplios. (Figura 1).
Martin-Robichaud et al. (1994), também obtiveram sucesso no controle da sexualidade em Cyclopterus lumpus através da utilização de hormônios bioencapsulados. As doses de hormônio utilizadas não influenciaram (P>0,05) a sobrevivência. O comprimento padrão final foi influenciado negativamente (P<0,001) pela dose de hormônio utilizada e pela sobrevivência. Esse resultado corrobora o obtido por Kirankumar e Pandian (2002).
Figura 1 – Freqüência estimada de machos, fêmeas e não identificados (B.splendens) em função dos trata-mentos com doses de 17α-MT bioencapsulado
4. Conclusão
O fornecimento de 17α-MT bioencapsulado em náuplios de Artêmia sp. foi efetivo no aumento da proporção de machos de B. Splendens. Novos estudos devem ser conduzidos para determinar a dose efetiva para produção de lotes monossexo desta espécie.
5. Bibliografia
Agresti, A. 2002. Categorical Data Analysis. 2ed. Wiley-Interscience, J. Wiley & Sons, New York, NY.
Kirankumar,S., and T.J. Pandian,T.J., 2002. Effect on growth and reproduction of hormone immersed and mas-culinized fighting fish Betta splendens. Journal of Ex-perimental Zoology 293: 606-616.
Martin-Robichaud, D.J.; R.H. Peterson, T.J. Benfey, and LW. Crim. 1994. Direct feminization of lumpfish, Cyclop-terus lumpus L., using 17b-oestradiol-enriched Artemia as food. Aquaculture 123: 137-151.