Post on 17-Apr-2015
Mario Sergio Salerno Escola Politécnica da USP – Depto Enga de Produção
DESAFIOSna formação de profissionais
de engenharia no Brasil
Mario Sergio SalernoProfessor Titular, Chefe do Depto de Enga de Produção, Poli/USP
Coordenador do LGI – Laboratório de Gestão da Inovação, Poli/USP
Coordenador-executivo, Observatório da Inovação,Instituto de Estudos Avançados da USP
Ex-Diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI (2005-2006)
Ex-Diretor do Ipea (2003-2004)
Brazil Automation ISA 2010
Questões
1. Há falta de engenheiros?
2. Há falta de bons engenheiros?
3. Expansão do ensino
4. Desafios
5. Pontos para reflexão
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Dados Brutos 2008
ENSINO MÉDIO
Matrículas iniciais :
7.314.124
Concluintes:1.761.425
Matrículas iniciais em
Enga:
467.346
Formados
Enga:
47.098
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O que se estuda?2000 2008
TOTAL 100% 100%
Educação 25,9 21,1
Humanidades e Artes 3,2 3,6
Ciências Sociais e Direito 26,6 27,3
Economia e Administração 13,2 13,7
Ciências e Matemática 6,2% 5,9%
Ciências da Computação 2,0 1,8
ENGENHARIA 5,6% 5,1 %
Arquitetura e Urbanismo 1,2 0,8
Saúde e Bem-Estar Social 13,0 16,0
Outros 1,0 2,6
TOTAL DE EGRESSOS 352.305 800.318Fonte: Ministério da Educação. INEP. Censo da Educação Superior
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107%
127%
Quantos estudam?Onde estudam?
2000 2008
MATRICULAS TOTAL 234.497 467.346
Total Públicas 46,8% 37,1% Federais 29,7% 23,0%
Estaduais 15,1% 11.0%
Municipais 2,0% 3,1%
Total privadas 53,1% 62,9%
CONCLUINTES 10,3% 10,1%Fonte: Ministério da Educação. INEP. Censo da Educação Superior
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AUMENTOU O PESO DA FACULDADE PRIVADA
Egressos em enga / totalcomparações internacionais
Fonte:OCDE
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5.0
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20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
5.0 5.46.1 6.2 6.3
7.2 7.4 7.4 7.78.7 8.8 8.8 9.1
10.310.410.511.1
11.912.412.813.313.314.014.214.314.514.9
15.817.017.1
19.419.720.0
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35.6
Egressos em enga / totalcomparações internacionais (2007)
Fonte:OCDE
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5.0 5.46.1 6.2 6.3
7.2 7.4 7.4 7.78.7 8.8 8.8 9.1
10.310.410.511.1
11.912.412.813.313.314.014.214.314.514.9
15.817.017.1
19.419.720.0
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Engenheiros/ 10.000 habitantes comparações internacionais (2007)
Fonte:OCDE
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18.0
2.0
3.33.9
4.3 4.5 4.65.1
5.4 5.4 5.4 5.5 5.55.8
6.3 6.5 6.56.9
7.27.5 7.6
7.9 8.0
8.7
9.4 9.4
10.110.2
11.512.2
12.6
13.413.9
16.416.4
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Expansão da Universidade Pública1. UFABC – Grande ABC
2. UF Grande Dourados (MS)
3. UFSCar campus Sorocaba (SP)
4. Unifesp campi Diadema, Santos, Guarulhos (SP)
5. UF de Ciências de Porto Alegre (RS)
6. Unifal (Alfenas, campi Poços de Caldas, Varginha – MG)
7. UF Triângulo Mineiro (Uberaba - MG)
8. UF Vales Jequitinhonha e Mucuri (campi Diamantina, Teófilo Otoni - MG)
9. UF Rural do Semi-Árido (campi Mossoró, Angicos e Caraúbas - RN)
10. UF Tecnológica do Paraná (Curitiba, Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Londrina, Medianeira, Ponta Grossa, Pato Branco, Toledo – expansão de 8 campi, 3 novos em instalação)
11. UF do Pampa (expansão UF Santa Maria e UF Pelotas)
12. UF Vale do São Francisco (Juazeiro-BA, Petrolina-PE, São Raimundo Nonato – PI)
13. UF Tocantins (Araguaína, Arraias, Gurupi, Miracema, Palmas, Porto Nacional e Tocantinópolis)
14. UF da Integração Latino-Americana (PR, Itaipu)
15. UF da integração Luso-Afro-Brasileira (Redenção – CE)
16. UF da Fronteira Sul (Unipampa – Chapecó-SC, Erechim-RS, Cerro Largo-RS, Realiza-PR, Laranjeiras do Sul – PR)
17. UFOP – Oeste do Pará (Santarém + expansão da UF Rural Amazonas)
18. U F Recôncavo da Bahia (UFRB)
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Taxa de Escolarização por faixa etária
9,4
61
95
78
33
15,5
76
98
82
32
0
20
40
60
80
100
120
até 3 anos 4 a 6 anos 7 a 14 anos 15 a 17anos
18 a 24anos
2000
2006
Atendimento educacional no Brasil
Material preparado pelo Prof. Dr. Rubens Barbosa de Camargo (FE-USP)
Formação de Doutores
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2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Enga 11,3% 12,0% 12,8% 12,2% 11,9% 11,7% 11,3%
Exatas 10,5% 11,3% 11,1% 10,6% 10,1% 10,4% 10,9%
TOTAL 6.620 7.739 8.132 9.070 9.460 9.994 10.788
Fonte: CGEE. Estudos da demografia da base técnico-científica brasileira. Brasília, 2010. Elaborado a partir de dados do MEC/INEP
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Novos marcos Legais para Inovação
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2004:Lei da Inovação (10.973)
Nova Lei de Informática (11.077)
Lei de criação da ABDI (11.080)
2005:Lei de Biossegurança (11.105)
“Lei do Bem” (11.196)
2006/7: Lei de Regulamentação do FNDCT
2,67
2,36
1,86
1,72
1,01
0,89
0,88
0,58
0,48
0,30
0,54
0,80
0,75
0,70
0,36
0,56
0,61
0,55
0,59
0,67
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Japão (2007)
Coreia (2007)
Estados Unidos (2008)
Alemanha (2007)
China (2007)
Reino Unido (2008)
Canadá (2008)
Espanha (2007)
Brasil (2008)
Rússia (2008)
Investimento Público e Privado em P&D (% PIB)
Setor Privado é o protagonista. Nos países avançados, mais de 70% dos dispêndios são realizados pelas empresas.
Grandes Empresas: mais de 60% do investimento em P&D no mundo.
Inovação demanda comprometimento com o longo prazo, recursos e disposição ao risco
Fonte: Elaborado pela FINEP com base em www.mct.gov.br.
130120 333
184
357
116513
148
606
153
768
310
775
209
516
119 0
277
546
1630
360
828
2053
527
942
2481
582
1098
0
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1000
1500
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3000
3500
4000
4500
R$
mil
hõ
es
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
(FNDCT, Subvenção e Financiamento)
FNDCT Subvenção Financiamento
Recursos Finep Investidos (2010 = 17 x 2000)
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Paradoxos
Brasil forma poucos engenheiros em relação ao tamanho da população em comparação com outros países
Mas a população é grande...
Há aumento da procura mas salários não crescem acima do crescimento médio...Aumentos de salários percebidos pela PME/IBGE (jan-abr 2010)
Trab. com ensino fundamental (33% da PO) 9,6% aumento
Trab. com ensino médio (37% da PO) 7,7%
Trab. com ensino superior (19% da PO) 4,2%
Não há diferenciação setorial significativa
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Paradoxos
...há aumento da ofertaMaior número de formados enga./ano (2008 = 2x 2000)
PME/IBGE (jan-abr/2010)
PO com educação superior + 8,2%
PEA com educação superior +7,8%
PEA total +2%
População desocupada com ensino superior -1,6%
Aumento da oferta
Aumento da demanda
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DesafiosCurso de engenharia é difícil
Grande carga horária
Início parece descolado da “prática”“nada mais prático do que uma boa teoria”
matemática / cálculo desenvolver raciocínio abstrato
física / química / biologia raciocínio sobre eventos
Temas “emergentes” requerem base científica grande e diversificada
Nanotecnologia / materiais nano estruturados
Bioengenharia
Modelagem de organização e gestão
Olhar do “cliente” / usuário Sociologia (alunos normalmente “detestam” matérias de humanas...) Psicologia cognitiva (fundamental para software)
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DesafiosNova didática?
Geração “plugada” (“internética”) X Giz, ppt, odp
Papel da educação à distância na graduaçãoPiloto Poli-PRO com Estatística
Mídias móveis (celular?)
Integração com a sociedade: já foi mais forteSucesso de atividades como gestão de projetos em entidades sem fins lucrativos
Falta articulação com empresas para ensino Sem “agregar valor” para a empresa no curto prazo!
Nem só de valor vive o homem!
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DesafiosIntegração com empresas é difícil
Estágios planejadosPoli/PRO: apenas 1 empresa integrada (Brasilata, trabalho brilhante!)
França / Alemanha Estágios como MOD Estágios para trabalho de formatura pré-conveniados
Trabalhos de disciplinas realizados em empresas
Baixa participação em pesquisas, eventosRaros laboratórios / equipes de pesquisa com patrocínio (aumentando)
Baixa receptividade para visitasPrecisamos cancelar disciplina de visita a empresas
Ao contrário da prática nos EUA, não deixam citar nome em artigos... só em semanários onde os executivos aparecem...
Doação zero ...mas empresas brasileiras doam para universidades EUA/Europa
Mario Sergio Salerno Escola Politécnica da USP – Depto Enga de Produção
Pontos para Reflexão
Não há falta quantitativa de engenheiros (no geral)
Há falta qualitativa? É o que dizem gestores de P&D de autopeças (pesquisa Poli, 2007)
“Engenheiros há; faltam bons engenheiros”
Que tipo de engenheiros a empresa brasileira demanda?
Pouco investimento privado em P&DO geral prejudica as empresas que investem
Quanto a empresa paga?
Qual a visão que os alunos e a universidade têm de uma dada empresa?
O que ela faz para atrair os melhores alunos?
Mario Sergio Salerno Escola Politécnica da USP – Depto Enga de Produção
Pontos para ReflexãoA disponibilidade de bons engenheiros depende de boa educação em todos os níveis
Educação começa a ser mais valorizada pela sociedade
A melhoria da educação só vai ser acelerada com engajamento social
A empresa tem papel importante ação sistêmica, não só filantropia ou “adoção” de escolas; estar aberta para a escola, para os alunos
O Brasil está muitos anos atrasado, pois não equacionou o acesso igualitário e justo à educação no início do séc.XX
Mas tem tudo para superar esses problemas num prazo não muito longo
Está em processo, é preciso juntar forças.
Mario Sergio Salerno Escola Politécnica da USP – Depto Enga de Produção
OBRIGADO!Mario Sergio Salerno
Poli-USP, Depto Enga Produção
Laboratório de Gestão da Inovação
msalerno@usp.br tel. 3091 5353