Post on 21-Mar-2020
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Escola de Música
Licenciatura em Música
Mariana Anibal Fernandes
O ENSINO DE MÚSICA NO CONTEXTO NÃO
FORMAL: Um projeto desenvolvido na Igreja
Católica do Beato André de Soveral
Natal/RN
2014
Mariana Anibal Fernandes
O ENSINO DE MÚSICA NO CONTEXTO NÃO
FORMAL: Um projeto desenvolvido na Igreja
Católica do Beato André de Soveral
Monografia apresentada como exigência parcial para
obtenção do título de Licenciatura pleno em Música
à Banca Examinadora da Escola de Música da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientadora: Profª Drª: Valéria Lazaro de Carvalho
Natal/RN
2014
O ENSINO DE MÚSICA NO CONTEXTO NÃO FORMAL:
Um projeto desenvolvido na Igreja
Católica do Beato André de Soveral
Mariana Anibal Fernandes
BANCA EXAMINADORA
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho acadêmico a todas as pessoas que acreditaram em mim e me ajudaram com incentivo e tendo paciência comigo nesta etapa importante da minha via. A vocês amigos, família, comunidade e paroquianos em geral.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente ao meu Deus que sempre esteve presente comigo
durante todo esse percurso, bem como todas as graças que foram derramadas
sobre mim. “Minha alma engrandece ao senhor, cântico de Maria”.
A minha família que sempre esteve presente comigo e se esforçaram para que eu
tivesse uma educação digna e não se deixaram vencer pelas dificuldades que a
vida colocava a nossa frente, aos amigos e irmãos conquistados dentro da Igreja
e ao Padre Abelardo que me permitiu desenvolver o projeto na paróquia.
Agradeço ao amigo que sempre me ajudou antes mesmo de eu fazer parte da
faculdade, me incentivando na área de Música e também na vida profissional,
sendo um exemplo de conquista para mim, a você aluno e Mestre em Música
Washington Nogueira de Abreu e a toda a sua família.
A professora Orientadora deste trabalho,Valeria Carvalho, pela paciência e
presente de Deus para mim. Ao professor Jean Joubet Mendes que esteve
presente durante toda a minha vida acadêmica na Escola de Música e a sua
família, e a todos os professores dessa instituição e da banca presente.
Agradeço ao Professor Doutor Danilo Cesar Guanais de Oliveira que foi um
exemplo de pai, de dedicação e amor para mim. Aos PIBIDIANOS e supervisores
do projeto, a professora Catarina Aracelle que foi minha supervisora dentro do
PIBID-MÚSICA , onde foi exemplo para cada um de nós, demonstrando que é
preciso ter garra, dedicação e amor ao ensino de Música na escola pública.
A todos o meu obrigada, desejo muitas graças a cada um. Deus abençoe!!!
RESUMO
O presente projeto relata a importância da Música em um contexto não formal de ensino de música como um meio de evangelização e aprendizado musical. Este trabalho tem como principal objetivo comentar sobre o desenvolvimento de um curso de violão realizado na Igreja do Beato André de Soveral. Utilizaremos como metodologia um relato de experiência que vem ancorado na pesquisa qualitativa. Como fundamentação teórica trabalhamos com autores que desenvolvem pesquisas no espaço não formal de ensino além de descrevermos o papel importante que a Igreja e a Música desenvolvem no espaço social, e espiritual dos seus paroquianos, bem como as dificuldades e progressos presentes no desenvolvimento do curso de violão.
PALAVRA CHAVES: ensino de violão; ensino não formal; programas
sociais religiosos.
ABSTRACT
This project relates the importance of music in a non-formal context of music education as a means of evangelization and musical learning. This work aims comment on the development of a guitar course held in the Church of Blessed André Soveral . We will use methodology as an experience report that comes anchored in qualitative research . As theoretical foundation work with authors who develop research in non-formal education space beyond describing the important role that the Church and the music developed in the social space , and spiritual of his parishioners , as well as the difficulties and present progress in the development of the course guitar. KEY WORD : guitar education , non-formal education , religious social programs.
O Sacrifício de hoje é Com certeza a Vitória do amanhã! Nenhum obstáculo é grande demais quando confiamos em Deus! Autor anônimo.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................10
Capítulo 1 – Ensino de Música em contextos não formais.................................12
1.1 O que é o ensino não-formal..........................................................................12
1.2 O Terceiro setor ............................................................................................14
1.3 ONGs e profissões ........................................................................................16
1.4 A importância da música na Igreja católica....................................................18
1.5 A importância da Igreja na transformação Social...........................................22
Capítulo 2 – O ensino de Música na Igreja do Beato André de Soveral............ 23
2.1 História e construção do Projeto Musical.......................................................24
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 28
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 29
ANEXOS .............................................................................................................31
10
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo analisar e refletir sobre as práticas
musicais que são desenvolvidas na igreja do Beato Andre de Soveral,
descrevendo o ensino de música nesse contexto e a repercussão que causa na
comunidade que participa desse projeto. Escolhemos como metodologia para
descrever esse relato de experiência, uma abordagem qualitativa, para melhor
compreendermos o que envolve aprender música em um espaço não formal de
ensino. Segundo Oliveira (2003), a pesquisa qualitativa é realizada no contexto
em que se pesquisa, ou seja, retratando a realidade de cunho social e da
descoberta dos fatos. Portanto ela enfatiza a interpretação em contexto,
buscam retratar a realidade de forma completa e profunda, procuram
representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista presentes
numa situação social. Ou seja, possibilita uma experiência mais real, é preciso
estar inserido no contexto onde se realiza o projeto. O pesquisador não esta
acima do mundo social que estuda, mas imerso nele. Diante disso:
Todas essas modalidades compartilham uma característica essencial da pesquisa qualitativa: “O objetivo de se extrair a compreensão e o significado,[em que] o pesquisador tem como primeiro instrumento de coleta de dados e de analise, o campo de trabalho, uma orientação indutiva para analise, e resultados que são ricamente descritivos”.(MERRIAM,1998,p.10 apud KLEBER p.47,2006).
Diante desse relato de experiência também achamos importante falar
sobre o ensino não formal de música desenvolvido em ONG´s e da
profissionalização que ela traz com o intuito de formar o educador musical,
além de ressaltar o ensino de música no contexto não formal inserido na Igreja
do Beato André de Soveral onde esta sendo desenvolvido o curso de violão
que será abordado neste relato de experiência. Diante disso descreveremos o
papel importante que a música exerce nesse contexto religioso, a participação
11
do Ministro de música na paróquia, e a importância dessa ferramenta como
forma de evangelização para os cristãos.
Como fundamentação teórica, trago alguns autores que se destacam e
pesquisam sobre o ensino não formal como Oliveira/2008, Kleber/2006,
Cascais/2011, Ghon/2006, Alvarenga/2011, Rodriques/1998 entre outros.
Este trabalho monográfico divide-se em dois capítulos com seus
subtópicos. No primeiro capítulo, apresentaremos um estudo sobre o espaço
não formal de ensino e como o ensino de Música ocorre em alguns desses
contextos. Em seguida, apresentaremos o ensino de Música na Igreja do Beato
André de Soveral bem como a metodologia usada em auxilio para os
estudantes do curso de violão, além do o projeto de ensino que foi apresentada
ao pároco da Igreja, a divulgação do curso, o plano de aula que foi
desenvolvido, bem como algumas peças que foram estudadas com os alunos
que participam do projeto.
Ao final, apresentaremos nossas conclusões sobre o relato de
experiência do curso de violão desenvolvido na Igreja do Beato André de
Soveral, ressaltando as contribuições e desafios encontrados e vencidos no
desenvolvimento desse curso. Falaremos também do crescimento tão
significativo que essas dificuldades trouxeram onde, ajudaram a tomar
iniciativas e me fizeram refletir sobre minha formação, vindo de encontro com a
pratica em um contexto musical não formal. O interesse em descrever sobre
este assunto surgiu a partir de uma pesquisa qualitativa, pois, como já estava
inserida no espaço não formal vi a importância de descrever esse relato de
experiência, pois minha formação precisava ser mais desenvolvida e trabalha
em uma pratica de ensino mais real, próximo da realidade Musical no contexto
não formal .
12
Capítulo 1 – Ensino de Música em contextos não formais
1.1 O que é o ensino não-formal
Lemos em Cascais (2011) que a Educação não formal acontece fora do
ensino regular, tornando-se um complemento deste. Nas leituras realizadas é
consenso entre os autores pesquisados, que a escola, cujo espaço é ocupado
pela educação formal, não consegue sozinha dar conta das múltiplas
informações que surgem a cada momento no mundo. Cabe então, estabelecer
parcerias e utilizar outros espaços educativos presentes na comunidade para
que os estudantes tenham uma educação mais contextualizada. Seja no
esporte, na cultura musical, teatral ou social,o desenvolvimento do aluno não
segue uma linha de formação regular, o desempenho se da a cada aula e de
acordo com a necessidade e interesse de cada aluno, capacitando-o
pessoalmente para a vida. Segundo Gohn (2006),
na educação não formal há o desenvolvimento de vários processos, dentre eles: consciência e organização de grupo”, “construção e reconstrução de concepções”, “sentimento de identidade”, “formação para a vida”, “resgate do sentimento de valorização de si próprio”, “os indivíduos aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca (GOHN, 2006, p.31)
Também Oliveira (2010) escreve que a educação não formal, embora
tenha certa espontaneidade na aquisição de conceitos e contribuição para
conscientização, mostrou-se que, com atividades planejadas e direcionadas,
mesmo não tendo um caráter escolar de educação, contribuiu para a formação
humana por meio de uma relação da compreensão atual mundial,
conscientização da destruição da natureza e no letramento trabalhados por
meio de músicas.
O ensino não formal entende-se como sendo uma troca de
conhecimento entre todos os indivíduos e compartilhamento de Experiências
que transpassam esse ensino, além de existir trocas de experiências da vida e
13
para a vida. Gohn (2006, p. 28), cita que quando se fala em educação não
formal, é quase impossível não compará-la com a educação formal. Ressalta a
importância da educação não formal, pois está “voltada para o ser humano
como um todo”, entretanto, afirma que àquela não substitui a educação formal,
mas poderá complementá-la através de programações específicas e fazendo
uma articulação com a comunidade educativa. Embora ambas as modalidades
tenham objetivos bem similares, como a formação integral do ser humano, a
educação não formal tem objetivos que lhe são próprios, devido à forma e ao
espaço em que se realizam suas práticas.
O que diferencia o ensino formal do não formal é que o primeiro
acontece de maneira sistematizada onde seus conteúdos trabalhados segue
uma linha de ensino focado no desenvolvimento regular de disciplinas, onde há
um currículo a seguir, normas a cumprir e onde o principal objetivo é a
aprendizagem (CASCAIS, 2011). Portanto a educação formal é aquela
desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados, ou seja,
um ensino que segue regras, leis e se dividem por idades ou pelo nível de
conhecimento do indivíduo.
A inserção da Música no ensino formal está regulamentada após a
promulgação da Lei 11.769, de 18 de agosto de 2008, que determina a
presença do ensino de música nas escolas de educação básica (ALVARENGA,
2011). Diante disso inicia-se um processo dentro das escolas das redes
públicas e particulares para garantir a efetivação da referida Lei,
No contexto não formal, vemos o ensino de música de diversas
maneiras. Segundo Queiroz (2007,p.3), essa perspectiva demonstra a
necessidade de pensarmos em propostas de formação musical no universo
cultural de cada sociedade, contemplando espaços múltiplos de produção e
transmissão de conhecimentos musicais. Diversas instituições governamentais
e não governamentais têm com diferentes propósitos e objetivos,
proporcionado uma representativa expansão dos espaços de educação musical
no país. Expansão que tem possibilitado a criação de novos contextos formais
– estruturados a partir da legislação educacional vigente –, e, também, de
diversos contextos não formalizados, que, apesar de possuírem estruturas e
organização interna das suas atividades e propostas, não se enquadram na
14
dimensão político-educacional necessária para serem considerados como
pertencentes à esfera formal de ensino.
Há também o ensino não formal que está se desenvolvendo em igrejas
evangélicas e católicas contribuindo para uma formação musical de qualidade
e que tem o objetivo não só técnico, mas também espiritual, utilizando-se como
resgate de pessoas envolvidas em uma grande marginalização pessoal e
social. A música tem sido um meio de transformação social de diversas
pessoas, ou seja, ela contribui para o bem de todos envolvendo-os no contexto
musical. Diante disso encontramos a música em diversos espaços que
contribuem para uma pratica e uma formação musical onde esta inserida no
meio social segundo Arroyo(2002).
Muitos outros cenários de prática musical foram- me revelados nos anos seguintes: os vários grupos de música popular – de rock, de pagode, de MPB, música sertaneja - atuando em bares, restaurantes, casas de shows. E mais: a Festa do Camaru - parque de exposição de animais, rodeios e shows de música sertaneja; os centros de Umbanda; a Banda e o Coro municipais; a oficina cultural da Prefeitura; o carnaval; os grupos de Folia de Reis; as várias escolas particulares de música; as diferentes igrejas evangélicas onde a música ocupa papel de destaque; os projeto sociais envolvendo a prática de música; o comércio especializado em instrumentos musicais e os estúdios de gravação5. Atentar para a presença desses vários mundos musicais enseja-nos ocasião de perceber como as músicas constituem-se em “fenômeno transversal que varre todos os espaços de uma sociedade. (ARROYO, 2002, p.105).
1.2.O Terceiro setor
O terceiro setor é formado por associações ou entidades sem fins
lucrativos, e contribui para chegar a locais de maiores dificuldades, fazendo
ações sociais, portanto possui um papel fundamental na sociedade. Existem
várias organizações que fazem parte do terceiro setor, como as ONGs
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(Organizações Não Governamentais) que são compostas quase que, em sua
totalidade, de mão-de-obra voluntária, pessoas que trabalham e não recebem
remuneração para isso. Elas são de iniciativas privada ou associada a religiões
e tem como objetivo principal melhorar qualidade de vida dos necessitados.
Ao contrário, as organizações da sociedade civil sem fins lucrativos tiveram quase sempre papel marginal, vistas ou como forma de assistencialismo e caridade, associada sobretudo à religião, ou como forma de movimento político, associada a ONGs, ou, ainda, de defesa de interesses corporativos, relacionada a sindicatos e associações. [.....] É importante entender que o papel cada vez mais relevante do terceiro setor, como coadjuvante do poder público na promoção do desenvolvimento social, explica-se pelo fato de, em geral, sua ação tender a ser mais eficaz e eficiente na aplicação dos recursos públicos, além da credibilidade de que goza junto aos organismos internacionais de financiamento. A proximidade com o cliente, a maior capilaridade e a estrutura organizacional menor, mais dinâmica e flexível lhe possibilitam esta superioridade como executor da política social do governo. (RODRIQUES, p.33,1998).
É importante entender que o papel cada vez mais relevante do terceiro
setor, é o desenvolvimento social, onde explica-se pelo fato de, em geral, sua
ação tender a ser mais eficaz e rápida na aplicação dos recursos públicos,
além da credibilidade de que goza junto aos organismos internacionais de
financiamento. A proximidade com o cliente, a maior capilaridade e a estrutura
organizacional menor, mais dinâmica e flexível. É importante destacar que o
terceiro setor se tornou tão abrangente e importante que hoje ele é uma nova
alternativa de trabalhos profissionais ou pessoais e a cada dia esse sistema
público vem se desenvolvendo e aprimorando as instituições. O terceiro setor
cresce em números e em efeitos sociais e é uma realidade que se consolida e
fortalece a medida que são vencidos os desafios teóricos e práticos,
legitimando-se seu papel na sociedade e buscando-se cada vez mais sua
profissionalização. Mas vale relembrar que o terceiro setor não substitui o
16
primeiro setor, ele é um complemento de conteúdos culturais e sociais sendo
adicionado aos setores anteriores a ele.
A música esta presente neste setor para possibilitar que as pessoas
possam participar de um curso ou aprender determinado instrumento, uma
parte dos alunos quando querem participar desse ensino tem a música muitas
vezes como um Rob, sem o objetivo inicial de tocar em bandas ou em grupos,
mas , no percurso do curso esse pensamento se transforma e se da o
surgimento de diversas bandas como diversos instrumentos, e outra parte de
alunos realmente busca o ensino de música com o objetivo de melhor sua
qualidade musical.Nas ONG (a) os alunos aprendem música por meio dos
ritmos passados por instrumentos de bandinha rítmica ou por meio do
instrumento que ele escolher, um dos métodos de ensino utilizado é a
contagem, ou determinado instrumento elétrico ou manual para que os alunos
tenham uma base para a execução do ritmo . Pós semestre algumas
instituições fazem apresentações para que os pais ou parentes vejam o
trabalho realizado que essa instituições não governamentais fizeram.
1.3 ONG´s e profissões
Esse setor vem abrindo as portas para muitas áreas entre elas a música
que vem oferecendo oportunidades diversas para o educador musical, tanto
para aprimorar-se na área como para crescimento profissional. Como escreve
Oliveira (2003) na realidade, são pelas características e qualidades mais sutis
que as pessoas se diferenciam e se qualificam para o mercado de trabalho.
Os aspectos da formação musical são importantíssimos para o perfil daquele que vai trabalhar numa ONG que tem a música como elemento básico, pois definem realmente o que pode acontecer como atividades músico-pedagógicas na prática. O gosto musical, os níveis das habilidades musicais (voz e instrumento), a capacidade criativa e expressiva, o nível de apreciação crítica do repertório musical, a autocompreensão sobre os próprios saberes e competências, sabedoria e modéstia mas, ao mesmo tempo, autoconfiança e alegria pelo que consegue fazer, a capacidade de trabalho interdisciplinar e as
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habilidades de negociação administrativa e pedagógica podem interferir decisivamente para o sucesso do profissional numa determinada ONG (OLIVEIRA, p.96 , 2003).
A diversidade de ONG´s esta presente em vários lugares, pois elas além
de ser esse auxílio para a formação pessoal, também é de formação
profissional. Muitos educadores que trabalham nessa área adquirem mais
conhecimento e amadurecimento profissional, porque a instituição proporciona
momentos onde o professor precisa se dedicar mais e mais por meio de
estudos, de pesquisas e acolhimento mútuo entre os diversos educadores e
responsáveis nos determinados espaços. O aluno, muitas vezes, cobra do
professor autonomia e dedicação ao trabalho, portanto é preciso agir e
desenvolver mais diversidades de conteúdos, ensaios, dedicação total do
profissional, tornando a sala ou o ambiente mais agradável para que o aluno
sinta-se atraído de alguma forma pelo espaço, pois as “ONGs dependem não
só de uma contribuição do governo, mas, principalmente do aluno matriculado
no projeto a se desenvolver” (OLIVEIRA, p.06, 2003). Ainda nas palavras
dessa autora, não adianta apenas querer fazer, a pessoa precisa ter a
capacidade de saber os seus limites e competências, a fim de estar no seu
lugar certo, onde possa desenvolver- se e fazer as suas tarefas com
desembaraço, desenvoltura e competência criativa. Para esse desempenho, o
profissional pode desenvolver o hábito de planejar por pontes que é uma
Estruturas de Ensino e Aprendizagem que servem para interligar o que o
professor vai ensinar aos saberes que o aluno já possui e não somente por
planos de aulas.
Queremos destacar aqui uma característica das ONG´s, que são os
desenvolvimentos de festas, projetos, realização de bazar, lazer onde
envolvem a comunidade para angariar fundos que mantêm as instituições em
funcionamento constante, pois embora recebam contribuições de empresários
ou parcerias, as ONGs precisam de um apoio da comunidade para manter-se
em funcionamento, por isso as diversas festas e desenvolvimentos nos bairros.
Infelizmente por não ter profissionais muitos voluntários as ONGs acabam
desgastando os profissionais. Apesar desse desgaste, esses contextos
contribuem para a formação de um profissional mais dinâmico e criativo.
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Recentemente tive oportunidade de conhecer vários formandos que têm preferido ingressar em ONGs a trabalhar em escolas superiores e conservatórios, não só pela oferta de salários e posições mais gratificantes, mas também pelo tipo de trabalho a ser desenvolvido com os alunos, que, em geral, é mais artístico, oferece mais chances de criação individual, é mais flexível em horários e metodologias, além de oferecer uma maior visibilidade dentro da comunidade (OLIVEIRA, p.97, 2003).
Como vimos, existe vários espaços onde se desenvolvem o ensino de
música não formal. Falaremos a seguir do ensino não formal como terceiro
setor, abrangendo outros espaços como as igrejas que estão se firmando cada
vez mais no ensino de música isso desde a idade média, depois com o canto
congregacional da reforma protestante e recentemente com a renovação
carismática que vem ocorrendo na igreja católica. Assim a igreja sempre foi um
celeiro de músicos, difundindo aqui no Brasil a música desde a época dos
Jesuítas tornando-se cada vez mais importante para o desenvolvimento da
sociedade.
1.4 A importância da música na Igreja católica
A história da música na igreja católica teve início após o descobrimento do
Brasil onde foram encontrados índios cantando e dançando acompanhados
com diversos instrumentos musicais, catequizados pelos jesuítas. Os
catequistas jesuítas chegaram com a intenção de ensinar a religiosidade e o
modo de viver como Europeus, sendo oferecida também uma educação
musical aos índios. Chegaram com o primeiro Governador Geral, Tomé de
Souza (1549), e foram os primeiros professores de música no Brasil, onde
desenvolveram uma educação musical voltada a servir os interesses da Igreja
e da Coroa de Portugal. A música vocal deu início por meio do Padre Anchieta
e foi possível utilizar as partituras musicais da época. Cita Alves (1999) [...] e
“seguido pelo Padre José Anchieta com seu trabalho educacional considerado
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uma das mais importantes contribuições do século XVI”. O Auto da Pregação
Universal, em 1555, é considerado a primeira peça musical brasileira, realizado
no mesmo ano em que Anchieta fundou o primeiro teatro no Rio de Janeiro. De
1564 a 1605, foram apresentados 21 autos envolvendo música vocal e
instrumental.
Na idade Média onde Deus era o centro de tudo,as expressões musicais
na Igreja se davam por meio da música sacra ou recitativo de salmos cantados
nas celebrações , e essa música veio conquistando o espaço na Igreja ao
longo dos séculos.
A tradição musical da Igreja universal constitui um tesouro de valor inestimável que se destaca entre as demais expressões de arte, principalmente porque o canto sacro, ligado às palavras, é parte necessária ou integrante da liturgia solene. (§CATECISMO DA IGREJA CATOLICA CANTO E MÚSICA 1156).
E essa música se caracteriza pela musica vocal, ritmo baseado na
palavra, canto gregoriano de gênero católico, cantada por homens em latim,
sem acompanhamento musical, monódico uma oração cantada típica da igreja
e existe ate hoje exercida pelos cristãos. os cânticos litúrgicos vocais e de
transmissão oral fazem parte do repertório mais usado na música da Idade
Média. Estes cantos litúrgicos variavam nas suas interpretações consoante a
raça, a cultura, os ritos e os hábitos musicais dos diversos povos. Desde os
primeiros relatos do cristianismo, pode-se observar a valorização da voz, do
canto.
A composição e o canto dos salmos, com freqüência eram
acompanhados por instrumentos musicais, que já aparecem intimamente
ligados às celebrações litúrgicas. A Igreja continua e desenvolve esta tradição:
recital "uns com os outros salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e
louvando ao Senhor em vosso coração" (Ef. 5,19). Hoje em dia a igreja teve
algumas mudanças como a aceitação de diversos instrumentos musicais nas
celebrações e a presença da mulher cantando ou tocando. A música continua
tendo importante papel na igreja, ou seja, ela anima a celebração litúrgica
juntamente com o padre através de canções e salmos responsoriais com o
objetivo de transformar o coração das pessoas. A música participa da igreja
20
com a liturgia seguindo uma sequência de animação durante a celebração
eucarística, além de fazer parte de casamentos e batizados juntamente com a
comunidade. Mas não basta só cantar, muitas pessoas se perdem na
caminhada que é o chamado a cantar nas celebrações porque acham que a
igreja é apenas um palco para shows e esquecem a música antes de tudo é um
ato de anunciação da palavras realizando uma transformação espiritual como é
citado abaixo.
182. A função própria do rito é ser sinal da fé. A celebração cristã da vida é essencialmente uma celebração da fé. Para que um rito cantado funcione como tal, não basta que a obra seja executável, que todo o mundo cante, que a música seja bonita. É preciso, sobretudo, que o canto, a música, propicie uma experiência de Jesus Cristo, presente e atuante no meio dos seus, que sua Palavra seja anunciada e acolhida, que se realize uma comunhão no seu Espírito. (Estudos da CNBB; 79,1999).
A igreja se destaca na sociedade com um papel muito importante na
área musical, e a cada dia esse união cresce desenvolvendo diversos projetos
e trabalhos religiosos através da música.
Nas igrejas católicas existe um trabalho desenvolvido com a música que
são conhecidos como Ministérios de Música ou Grupo de Canto e, assim, como
acontece nas apresentações de orquestras, a Igreja também tem esse
momento, ou seja, a cada grupo formado tem um ministro de música que
anima a comunidade e orienta os demais participantes dos ministérios. É difícil
encontrarmos uma orquestra católica, isto porque, os ministérios têm na
maioria das vezes instrumentos populares como a voz, o violão, a bateria, o
teclado, o baixo e em alguns momentos se encontram uma flauta transversal
ou um sax para animar a celebração. É possível presenciar pessoas que
entram nos ministérios sem saber música, outros com um grau de desafinação
muito elevado ou dificuldades de ritmos; alguns desejam tocar um instrumento,
mas diante dessa realidade a igreja acolhe e tenta formar esses iniciantes
como Cita Freitas (2008) que na mesma banda são aceitos músicos de vários
21
níveis, os iniciantes [..] esse recurso resulta uma interação e possibilita troca
de informações, essa prática é o segredo do bom desempenho dos alunos.
Também serviu de estímulo para empreender a pesquisa, a constatação
de que existe um número crescente de alunos que iniciam o estudo de música
na Igreja e que, através das atividades da banda ou do coro, se tornaram
monitores ou professores de turmas de teoria, regentes de coro ou até
instrutores de instrumentos musicais.
Diante da realidade que vi na comunidade, infelizmente alguns desses
novos participantes não permanecem na igreja quando aprendem o que vieram
buscar e abandonam a escola da Igreja ou não são mais pontuais e nem se
dedicam mais para estudar as músicas deixando de lado o momento do ensaio
que é tão importante para o crescimento musical.
Encontrei alguns projetos que desenvolveram corais nas Igrejas
católicas, mas infelizmente alguns alunos se inscrevem e são poucos os que
permanecem fieis aos ensaios e a prática de exercícios contínuos em casa,
não tem uma valorização com o trabalho oferecido a determinadas
comunidades e ao grupo que tem uma formação de certificado. As aulas dos
corais ajudam as pessoas que querem participar dos ministérios,
desenvolvendo a afinação, o ritmos e auxiliando a pessoa na área que se tem
dificuldades. Alguns alunos se deixam levar pela timidez ou o medo de encarar
o público e acabam desistindo de participar das aulas ou saem dos ministérios.
É importante destacar a parte técnica instrumental e de sonorização das
igrejas. Algumas têm a acústica desproporcional ao som disponível, onde
esses equipamentos são de má qualidade e tornam o serviço dos ministérios
mais árduos e cabe as pessoas comprarem seus equipamentos ou utilizar
aquilo que a igreja oferece além dos ministérios não terem um certo cuidado
com os equipamentos que são disponibilizados, muitos manuseiam de forma
errada e acaba ficando difícil a compra regular desses equipamentos já que
muitas igrejas são construídas por doações da própria comunidade, por isso é
preciso ter mais zelo pelo que se usa. Afirma Freitas (2008) “As bandas [...] de
algumas igrejas visitadas apresentam alguns problemas de qualidade técnica
instrumental e de interpretação musical, por parte dos ministérios ou por parte
dos agentes engajados a comunidade”. (FREITAS, p.13,2008).
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1.5 A importância da igreja na transformação social
Desde de o século passado e atualmente a Igreja tem desenvolvido
diversos projetos sociais com o objetivo de renovação pessoal de cada
indivíduo. Aos poucos, a igreja vem se envolvendo em Campanhas para
chamar a atenção da sociedade em busca de uma transformação e a espera
de um mundo mais justo e irmão. A Igreja católica tem uma campanha muito
importante chamada Campanha da Fraternidade, onde esse é um trabalho de
construção árdua. Seu objetivo é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da
sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade
brasileira, buscando caminhos de solução. A cada ano é escolhido um tema,
que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita
em que direção se busca a transformação. A campanha é coordenada pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). De 1962 até hoje, a
Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização
desenvolvida num determinado tempo (quaresma), para ajudar os cristãos e as
pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade em compromissos concretos
no processo de transformação da sociedade a partir de um problema específico
que exige a participação de todos na sua solução. A Campanha da
Fraternidade tornou-se especial manifestação de evangelização libertadora,
provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a
transformação da sociedade, a partir de problemas específicos, tratados à luz
do Projeto de Deus. Citarei abaixo algumas campanhas que foram aderidas
pelos Bispos.
Água, fonte de vida em 2004, Felizes os que promovem a paz em
2005 , Levanta-te, vem para o meio! Em 2006, vida e missão neste chão em
2007, e a campanha atual de 2014 ano de produção deste trabalho com o
tema: Tráfico Humano ,Tema bastante polêmico, pois muitas pessoas sofrem
com entes queridos sendo traficados.
Além de a Igreja católica promover essas campanhas, existe também
caravanas pé na estrada que ajudam as pessoas de outras comunidades,
doando roupas, calçados, alimentos ou ajudando na limpeza de alguns
desabrigados. Podemos destacar também a toca de Assis que desenvolve
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projetos sociais ajudando as pessoas nas ruas, além do carisma da adoração
ao Santíssimo Sacramento e da entrega diária de serviço a Deus. A Toca de
Assis também trabalha com o carisma de dedicação ao próximo,
principalmente àqueles que mais necessitam e que estão em situação de plena
miséria (tanto física, quanto espiritual). É com esse intuito, que a Pastoral de
Rua “caça” moradores de rua durante a noite (DIARIO LITORAL, 2014).
É possível encontrar igrejas ou comunidades que fundaram faculdades
fundamentadas na escola regular e onde trabalha o carisma daquela
instituição. Além de promover educação e cuidado com as pessoas que não
tem condições, a igreja também forma interiormente as pessoas que se
permitem da seguinte maneira: com pontualidade, responsabilidade,
dedicação, estudo constante do instrumento que o ministro de música utiliza,
zelo pelo outro, paciência, socialização, entre outras.
No próximo capítulo iremos abordar o desenvolvimento do projeto
musical realizado na Igreja do Beato André de Soveral, bem como a história da
igreja e perfil dos alunos que participam das aulas de música, especificamente
as aulas de violão e o desenvolvimento da metodologia do mesmo.
Abordaremos também a experiência que foi adquirida nesse tempo da
realização do curso bem como as dificuldades e participação dos alunos no
curso de violão popular.
Capítulo 2 – Ensino de Música na Igreja do Beato André de Soveral
O citado projeto teve início a partir de um convite do padre da
comunidade. Seu objetivo era de apenas formar um coral, pois ele via que isso
iria ajudar as senhoras que cantam na igreja, ou seja, havia uma preocupação
com a formação musical para essas pessoas. Portanto foi sugerido que as
aulas envolvessem mais técnica vocal e fosse de encontro a um repertório
próprio para uma apresentação. O intuito da formação desse coral era de
envolver as quatro comunidades da paróquia, ou seja, que dentro do coral
estivessem pessoas de diferentes comunidades. E a partir do sim dado para a
formação desse coral, apresentei ao Pároco um projeto (no anexo imagem 1)
para a formação de três turmas de violão, além de um coral.
24
A igreja Mãe Peregrina que atualmente desenvolvo o projeto musical,
tornou-se paróquia e recebeu o nome de Beato André de Soveral, um dos
mártires da Igreja que celebra sua festa em setembro. Está localizada na rua
Aeroporto Eduardo Gomes s/n, no bairro Jardim aeroporto do município de
Parnamirim/RN. Devido ao local de celebração não comportar o crescente
número de pessoas, foi iniciada a fundação da Igreja Mãe Peregrina em
01/11/2004, e antes mesmo dela ser terminada, iniciaram-se as celebrações
dentro do Conselho Comunitário do Bairro de Jardim Aeroporto.
Quero destacar aqui a formação escolar musical que a cada dia se
desenvolvem em projetos sociais e culturais por todo o mundo, possibilitando
as pessoas uma aproximação ao ensino não formal. Muitos projetos e ONGs
foram desenvolvidos em todo o mundo, e esse crescimento se dá não só para
o ensino da música, mas para outras áreas , tanto social como cultural.
Os projetos realizados fora da sala de aula se desenvolveram porque
houve a necessidade da música sair da escola regular e diversificar esse novo
ensino, dando espaço para projetos socias se desenvolverem e produzir mais
mão de obra de acordo com Almeida(2005).
Em uma pesquisa, o entrevistado fala que: esses projetos são bons porque de certa forma o empregou. O oficineiro confessa que seria bom a música estar presente na escola regular, mas se estivesse na escola hoje nós estaríamos desempregados. (ALMEIDA,p.53,2005).
E foi a partir desse ponto destacado acima que surgiu esse projeto onde
descreveremos o seu desenvolvimento, passo a passo que atualmente ocorre
no espaço da Paróquia do Beato Andre de Soveral.
2.1 História e construção do projeto Musical
O projeto teve inicio em 26 de julho de 2014 utilizando o espaço do salão
paroquial da igreja do Beato Andre de Soveral, a partir da permissão do padre
Abelardo, atual administrador e pároco da Paróquia. O projeto foi desenvolvido
a partir do interesse dos paroquianos pois me solicitavam aulas particulares em
suas casas e quando surgiu essa idéia e um espaço de boa estrutura para as
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aulas ficou melhor para desenvolver o curso de violão. O objetivo inicial do
projeto além de dar aulas era de formar três turmas e cada com no máximo 07
pessoas iniciantes para o ensino de violão popular. A primeira turma seria n//a
faixa etária entre 07 a 14 anos, a segunda turma entre 14 a 18 anos e a
terceira turma de adultos. Diante disso Pedi a permissão do padre da
comunidade já que seria desenvolvido em um espaço da Igreja católica, e foi
aceito de imediato.
Os pais ou responsáveis que tinham o desejo de participar do curso
preencheram uma ficha de inscrição, que segue em (anexo na imagem 2). E
todos receberam um calendário para verificação das aulas conforme (anexo na
imagem 3).
Iniciamos com a divulgação entre os paroquianos e também nas cidades
vizinhas durante dois meses. Inscreveram-se 21 alunos. As aulas ocorrem
todos os sábados com duração de uma hora, em uma sala reservada para o
projeto no salão paroquial da Igreja católica Beato André de Soveral.
Também participo da comunidade e da Igreja e por isso, penso que as
pessoas me confiaram seus filhos e reconhecem meu trabalho devido a aulas
particulares que dei a algumas pessoas que participam da Igreja. No bairro do
Jardim Aeroporto, na praça principal, onde o salão paroquial é localizado,
também acontecem eventos culturais. O salão tem uma boa estrutura; possui
cinco banheiros, cinco salas para reuniões e formações, além de uma cozinha,
duas salas pequenas para guardar materiais e um salão na parte de baixo. A
igreja conta com uma secretaria para atendimento diário de pessoas que
queiram tirar dúvidas ou marcarem casamentos e o salão pode também ser
alugado, vindo ajudar nas despesas da própria Igreja. O salão não é
climatizado, possui apenas alguns ventiladores e janelas nas salas. As
cadeiras são de boa qualidade para aqueles que estão iniciando suas aulas.
Os materiais usados na sala durante as aulas são: quadro branco,
cadeiras sem braço colocadas em círculo, e caderno pessoal de cada aluno
para anotações. Cada turma tem as seguintes características:
TURMA 1- PERFIL DA TURMA: (07 a 14 anos), Essa turma se
caracteriza pelos alunos que têm mais dúvidas. Sempre perguntam ou
questionam determinado assunto ou tema da aula, tirando suas duvidas em
relação a ritmo ou a acordes mais complicados. são bem pontuais e cumprem
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as atividades que são feitas para realizar em casa. A penas dois alunos tinham
conhecimentos iniciais com o instrumento, sabiam fazer alguns acordes, e
começamos a trabalhar ritmos, e a mudança no braço do instrumento
relembrando os acordes que poderiam ter esquecido.
TURMA 2- PREFIL DA TURMA: (14 e 18 anos), Essa turma se
caracteriza pelos alunos mais ativos e perseverantes, realizam as atividades e
participam bastante de cada proposta lançada em sala, seja teórica ou prática.
Essa turma eram de alunos iniciantes, não tinham nem hum conhecimento
prévio na área de violão, e partirmos do inicio, relembrando as sete notas
musicas trabalhando os primeiros acordes e ritmo inicial.
TURMA 3- IDENTIDADES DA TURMA: (a partir de 18 anos), Essa
turma é caracterizada pelos alunos mais maduros, os adultos. Alguns têm
muitas dúvidas e não conseguem desenvolver todos os exercícios, e é preciso
passar e repassar as aulas e muitas vezes usar de criatividade para tomar a
atenção de alguns. Durante o curso houve uma desistência grande dessa
turma, alguns por motivos de doença ou atividades pessoais.
Os resultados que venho observando não são totalmente satisfatórios,
pois nem todos os alunos se dedicam ao estudo do instrumento em casa e em
um curto tempo de aula recebo a notícia da desistência de um aluno que não
impossibilitou aos outros alunos a continuarem as aulas. Por outro lado, há o
bom desempenho de alguns que se destacam estimulando os outros a
continuarem no estudo.
Considero que o trabalho do professor consiste em educar e formar o
aluno para desenvolver suas atividades e ter autonomia no que faz, o que vem
ao encontro da missão de cada pessoa que frequenta a Igreja, que é de formar
e aos poucos convidar os demais frequentadores a se engajarem em uma
pastoral ou grupos já formados dentro da Igreja. Podemos destacar um
segundo objetivo que é levá-los para os ministérios da Igreja, pois como fala a
oração do bom pastor precisamos de mais operários e de bons operários.
Quero destacar que durante toda a minha participação em projetos, no
trabalho ou dentro da Igreja, percebo que as pessoas que procuram para
participar têm uma grande dificuldade de acompanhamento no ritmo. Muitas
delas, já entram em grupos ou em aulas sabendo tocar, mas percebo que
alguns têm grandes dificuldades para entender a duração dos acordes em
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determinadas músicas, precisando então, de um auxílio para com eles. Nas
aulas procurei desde o início trabalhar essa questão do ritmo sempre com um
acompanhamento simples, começando com uma contagem antes de tocar ou
algum elemento determinando a pulsação da música ou do exercício proposto.
Os alunos precisam perceber que dentro da música existe uma organização de
ritmo, de pulso, de melodia, de acompanhamento. Trabalhamos essa questão
da seguinte forma: os alunos formam duplas e tocam juntos, exercitando os
exercícios programados para vencerem as dificuldades acima relatadas. Logo
percebo se os critérios citados acima estão sendo bem executados pela dupla
ou não, e percebo também que alguns têm dificuldades de sintonia entre si e
os colegas com os quais estão tocando.
Essa metodologia que utilizei foi uma ferramenta muito importante para
aqueles alunos que sentiam dificuldades de acompanhamento em uma
determinada música, a contagem unida aos acordes e ao ritmo fazia com que
os alunos não se perdessem ao tocar. Esse método foi de muita importância,
quando comecei a dar aulas de música a alunos com deficiência intelectual, Lá
na instituição eram feitos trabalhos com bandinha rítmica e precisava contar
sempre e durante a música tocada, devido a dificuldade que eles tinham. Os
professores anteriores utilizavam esse método e foi passado para mim, e
passei a usar essa marcação rítmica.
A partir do desenvolvimento desse projeto podemos enxergar o papel
importante que a Música tem e o quanto ela tem o poder de capacitar e
envolver pessoas na sua melodia que cura e se une á Igreja para resgatar
pessoas, onde eles se permitem transformar e renovar-se a cada dia. A música
modifica e interagem com o individuo até ele ter o pensamento musical
formado e poder atuar na área com essa importância.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As diversas áreas destacadas neste trabalho vêm de encontro a essa
transformação social e pessoal de cada um, além de possibilitar recursos e
desenvolver altas habilidades de pessoas que se diziam ser incapazes. A
Música existe para tornar a vida das pessoas mais belas e dinâmicas sendo
uma descoberta, além de conquistar o professor que precisa estar sempre
atualizado para exercer a sua função. A atuação de professores nestas
instituições só os torna mais capazes atribuindo a eles novas estratégias e
pontes para um educador que está presente na realidade e que se desenvolve
junto com o meio que vive.
O presente trabalho desenvolvido na Paróquia possibilitou ás pessoas
do curso uma oportunidade de participar mais ativamente da comunidade
tocando ou cantando, ou seja, veio de encontro com o resgate e uma novidade
para os jovens da comunidade, além de reestruturar ministérios e trazer as
pessoas e jovens do curso para participarem de encontros realizados pela
igreja.
Essa pesquisa foi de grande contribuição para minha formação, pude de
forma concreta avaliar-me e utilizar as práticas de ensino de acordo com a
formação adquirida e moldada. Os desafios com certeza possibilitaram um
crescimento bem significativo e digno de muito orgulho, grandes educadores
estiveram presentes pra indicar o caminho do ensino e do aprendizado, é
preciso estar com o pensamento aberto a críticas e a novas oportunidades para
desenvolver um trabalho que possibilita o nosso amadurecimento profissional e
acadêmico.
Percebi que os alunos que permaneceram até o final do curso, tiveram
um crescimento bastante significativo, muitos ainda tem algumas dúvidas ou
não lembram determinado ritmo, e foi preciso falar da importância de praticar o
instrumento em casa, que houvesse esse interesse da parte de cada um para a
dedicação no estudo individual em suas casas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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KLEBER,Magali Oliveira. TERCEIRO SETOR, ONGS E PROJETOS SOCIAIS EM MÚSICA: BREVES ASPECTOS DA INSERÇÃO NO CAMPO EMPÍRICO 2002. OLIVEIRA, JUNIOR, Antônio Paulino de . EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL: UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO. 2010. GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade
civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio
de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan./mar. 2006.
ALVARENGA, Claudia Helena; MAZZOTTI, Tarso Bonilha. Educação musical e legislação: reflexões acerca do veto à formação específica na Lei 11.769/2008. Opus, Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 51-72, jun. 2011. RODRIGUES,Maria Cecília Prates. Demandas sociais versus crise de financiamento: o papel do terceiro setor no Brasil*. Rio de Janeiro SET./OUT. 1998 ASFORA, Laila Federico.Monografia- terceiro setor:organizações sociais.
Universidade católica pontifícia do rio de janeiro- Brasil .2012 MERRIAM, Sharan B. Qualitative Research and Case Study applications in Education. Francisco: Jossey-Bass Publisher, 1998. QUEIROZ, Luis Ricardo Silva. Educação Musical em João Pessoa: a realidade do ensino e aprendizagem da música nos espaços formais e não-formais do município. Paraiba/2007. OLIVEIRA,Alda de. Atuação profissional do educador musical: terceiro setor. Revista da ABEM, N° 8, 2003. ALVES,Sergio Luiz de Almeida. 500 Anos de Educação Musical no Brasil: Aspectos Históricos .1999. Catecismo da igreja católica 1156.
30
Estudos da CNBB; 79,1999.
Cifra das músicas
O cravo e a rosa
<http://www.cifraclub.com.br/os-pequerruchos/o-cravo-e-a-
rosa/imprimir.html#tom=-5 >Acesso em: 05 de novembro de 2014
Pra não dizer que não falei das flores de Gerald Vandré.
<http://www.cifraclub.com.br/geraldo-vandre/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-
flores/imprimir.html >Acesso em: 05 de novembro de 2014
Quero te dar a paz de Padre Zeca.
<http://www.cifraclub.com.br/padre-zeca/quero-te-dar-paz-paz-de-
cristo/imprimir.html >Acesso em: 05 de novembro de 2014
Galhos secos de evangélica.
<http://www.cifraclub.com.br/para-nossa-alegria/para-a-nossa-
alegria/imprimir.html> Acesso em: 05 de novembro de 2014
Como eu quero de Kid abalha.
<http://www.cifraclub.com.br/kid-abelha/como-eu-quero/imprimir.html> Acesso
em: 05 de novembro de 2014
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Algumas Músicas trabalhadas
O Cravo e a Rosa
Os Pequerruchos
Ritmo em setas
Tom: D D Em
O cravo brincou com a rosa A D
Debaixo de uma sacada D Em
O cravo saiu ferido A D
E a rosa despedaçada .
D Em O cravo ficou doente. A D A rosa foi visitar D Em O cravo teve um desmaio A D E a rosa pôs-se a chorar.
Prá Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Geraldo Vandré
Ritmo Tom: C Am G Am Caminhando e cantando e seguindo a canção Am G Am
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Somos todos iguais braços dados ou não Em G D A Nas escolas nas ruas, campos, construções Em G D A Caminhando e cantando e seguindo a canção Refrão: Am G Am
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Am G Am
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer (2x)
Quero te dar a paz (paz de cristo)
Padre Zeca
Ritmo
X( essa letra representa som abafado)
Tom: G G
Quero, eu quero Em
Te dar a paz, te dar a paz C Do meu Senhor, do meu senhor D Com muito amor, com muito amor Ritmo versos G
Na flor vejo manifestar Em
O poder da criação C Nos teus lábios eu vejo estar D O sorriso de um irmão G Toda vez que eu te abraço Em E aperto a tua mão C Sinto forte o poder do amor D Dentro do meu coração
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Galhos Secos
Para Nossa Alegria
Ritmo
Tom: G Em C
Nos galhos secos de uma árvore qualquer D Em
Onde ninguém jamais pudesse imaginar C D Em
O Criador vê uma flor a brotar C D Em
Olhai, olhai, olhai. Os lírios cresceram no campo C D Em
E o Senhor nosso Deus os tem alimentado para nossa alegria C D Em Para nossa alegria
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Como Eu Quero
Kid Abelha
Ritmo
Tom: C C
Diz pra eu ficar muda G
Faz cara de mistério Am
Tira essa bermuda F7M
Que eu quero você sério C Tramas do sucesso G Mundo particular Am
Solos de guitarra F Não vão me conquistar Refrão: Am Em
Uh, eu quero você F
Como eu quero Am Em
Uh, eu quero você F
Como eu quero
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Plano de Aula1
1° AULA
1. TEMA : Conhecendo os primeiros acordes e sua cifra
2. OBJETIVOS
Conhecer as cifras dos acordes e as sete notas musicais;
Conhece o violão e suas partes;
Trabalhar um ritmo para estudo em casa.
3. DURAÇÃO
A duração da aula será de 1 horas.
4. RECURSOS
Materiais da sala utilizados, carimbo das casas do violão para desenhar no
caderno dos alunos, quadro branco e cadeiras apropriadas para as aulas de
violão, onde os alunos devem exercer a sua posturas.
5. METODOLOGIA
Escrita das sete notas musicais no quadro e sua cifra.
A cada musica faço uma seqüência de acordes para os alunos praticarem em
casa e já chegar com mais facilidade pra execução dos próximos acordes e
ritmos.
Ex: C -D-E -F-G- A-B
Do-re-mi-fa-sol-la-si
Primeiros acordes trabalhados
( Em - A )seguidos de ritmos simples, representadas como setas para
baixo. EX:
O ritmo sempre é trabalhado com o exemplo acima a partir de setas, alguns
alunos ao ouvirem o ritmo já tocam mas alguns precisam dessas setas para
guiarem na execução dos ritmos.
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6. AVALIAÇÃO
No final da aula é revisado o que foi dado e feito perguntas relacionadas às
explicações anteriores.
Uma segunda avaliação é feita por meio de uma pequena prova com perguntas
simples envolvendo os temas abordados e para auto avaliação dos alunos.
Essa prova não tem caráter eliminatório, serve apenas para que os alunos
possam se observar em relação as aulas.
Apesar de o curso ser desenvolvido na Igreja, o repertório é todo popular
e para quem desejar também podem aprender músicas evangélicas ou
católicas, pois o curso é aberto à todas as pessoas que queiram participar. No
repertório também trabalhamos músicas folclóricas e infantis. O curso é aberto
à sugestões dos alunos, e uma vez por outra, é preciso reestruturar o plano de
aula de acordo com o interesse dos alunos.
Curso de violão popular
(PROVA PARA ALTO AVALIAÇÃO INDIVIDUAL)
Professora:
Aluno(a):_____________________________________
Responda as questões abaixo.
1) Como se chamam os acordes abaixo.
a) C
b) D
c) E
d) F
e) G
f) A
g) B
2)Coloque a cifra dos acordes
40
a)Do diminuto:
b)sol sustenido menor:
c)La bemol:
d)si menor:
d)do sustenido menor:
e)sol com baixo em do:
f)re sustenido:
g)mi maior:
3) Enumere de forma correta e de o nome das cordas e suas respectivas
cifras.
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
4) antecessor e sucessor.
a)____A___
b)____C____
c)F_______
d)____B____
e)____F#___
f)____E____
g)D________