Maria foi certamente a mulher mais honrada por Deus, elevada

acima de todas as criaturas, contudo nenhuma outra jamais se

abaixou e se humilhou tanto!

Parece quase haver porfia entre Deus e Maria! Quanto mais a eleva Deus, tanto mais ela se

humilha.

Saúda-a o Anjo: “Cheia de graça” , e Maria “perturba-se”.

“Perturbou-se diz Santo Afonso, porque, estando tão cheia de

humildade, aborrecia todo louvor e desejava que só o seu Criador

fosse louvado” .

Revela-lhe o Anjo a grande missão que o Altíssimo lhe

confiava e Maria proclama-se “a serva do Senhor”.

Não põe os olhos na imensa honra que advirá por ter sido escolhida para Mãe

do Filho de Deus, mas contempla, admirada, o grande mistério de um

Deus que se quer encarnar no seio de uma criatura.

E quanto mais compreende a grandeza do mistério, a

imensidade do dom divino, tanto mais se humilha.

Idêntica atitude quando a saúda Isabel:”Bendita és tu entre as

mulheres”. Estas palavras não a surpreendem, porque então já é a Mãe de Deus, todavia permanece fixa na sua

humildade:

Tudo atribui ao Senhor, cuja as misericórdias canta, confessando

como Deus se dignou “olhar para a humildade de sua serva”.

Nela operou Deus grandes coisas, ela o sabe, reconhece-o,

mas em vez de vangloriar-se, tudo dirige puramente para

glória de Deus.

09/12/2006 60