Post on 06-Jan-2016
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MANUAL TEÓRICO DE PATOLOGIA
BÁSICA
I. LESÃO E MORTE CELULAR
LESÃO CELULAR - Introdução
AdaptaçãoAdaptação
Injúria reversívelInjúria reversível
Injúria irreversívelInjúria irreversível
NecroseNecrose
Morte celularMorte celular
ApoptoseApoptose
LESÃO CELULAR
•Definições• Homeostase – capacidade de suprir as
demandas fisiológicas normais (programa
genético determinante do metabolismo,
diferenciação e especialização, associado a
meio – células vizinhas e presença de
substratos metabólicos)
LESÃO CELULAR
Célula submetida a um stress fisiológico Célula submetida a um stress fisiológico
ou estímulo patogênico sofre série de ou estímulo patogênico sofre série de
adaptações celularesadaptações celulares morfológicas e morfológicas e
fisiológicas para preservar a sua fisiológicas para preservar a sua
viabilidade e modular a sua função. viabilidade e modular a sua função.
Quando os limites de adaptação são Quando os limites de adaptação são
ultrapassados segue uma seqüência de ultrapassados segue uma seqüência de
eventos chamados de eventos chamados de injúria celularinjúria celular
LESÃO CELULAR
A injúria celular é A injúria celular é reversívelreversível até até
certo ponto (depende da certo ponto (depende da
persistência do estímulo e sua persistência do estímulo e sua
intensidade) após sofre injúria intensidade) após sofre injúria
iirreversívelrreversível e e mortemorte..
LESÃO CELULAR
•Causas Gerais de lesão celular• Hipóxia• Agentes Físicos• Agentes químicos e drogas• Agentes infecciosos• Reações imunológicas• Distúrbios genéticos• Desequilíbrios nutricionais
LESÃO CELULAR E NECROSELESÃO CELULAR E NECROSE
MECANISMOS GERAIS
Quatro sistemas intracelulares são particularmente vulneráveis:
manutenção da integridade das membranas celulares respiração aeróbica, envolvendo a fosforilação
oxidativa e produção de ATP síntese de proteínas enzimáticas e estruturais preservação da integridade do conteúdo genético da
célula.
As alterações morfológicas da lesão celular tornam-se aparentes apenas após alguns sistemas bioquímicos críticos dentro da célula terem sido perturbados.
LESÃO CELULAR E NECROSE
As reações da célula aos estímulos lesionais dependem do tipo de lesão, de sua duração e sua gravidade.
O tipo, o estado e adaptabilidade da célula lesionada também determinam as conseqüências das lesões.
Processos bioquímicos importantes na mediação da lesão e morte celular: oxigênio e radicais livres derivados de oxigênio, cálcio intracelular, a perda da homeostasia de cálcio, depleção de ATP e defeitos na permeabilidade da membrana.
Membrana celular
Lesões reversíveisLesões reversíveis- Alteração das vilosidades (aumento da água intracelular e alterações no
citoesqueleto)
- Formação de figuras em bainha de mielina (figuras em impressão
digital/ alteração dos componentes de membrana - lipídeos e proteínas)
Lesões irreversíveisLesões irreversíveis- Formação de bolhas na superfície (destacamento da membrana do
citoesqueleto)
- ruptura (enfraquecimento decorrente da redução da síntese protéica e e
alteração nos ácidos graxos dos fosfolipídeos)
- Junções intercelulares frouxas ou desaparecem (alterações estruturais
da membrana)
Mitocôndrias
- Condensação da matriz mitocondrial (deficiência de O2)
- Tumefação mitocondrial (expansão da câmara interna leva a
redução do número de cristas, que vão achatando até o
desaparecimento completo - cristólise)
- Grânulos eletrondensos na matriz como material flocular
(formados a partir material lipoprotéico originado da destruição da
membrana interna) ou cristais de sais de cálcio
Tumefação mitocondrial, conservando a arquitetura das cristas, é
uma lesão reversível. Perda das cristas e aparecimento de
estruturas amorfas são indicativos de lesão reversível.
Lisossomos
Nas lesões reversíveis, ocorre apenas tumefação, mas sem
modificação na permeabilidade para as hidrolases.
Quando a lesão celular é irreversível (morte celular), as
enzimas lisossômicas são liberadas no citosol. Contudo a
morte celular pode ser desencadeada pela liberação de
enzimas lisossômicas nas células fagocitárias que
englobam cristais de sílica ou de urato, os quais
perfuram o fagolisossomo e liberam suas enzimas no
citoplasma.
Retículo endoplasmático liso
Nas lesões reversíveis ocorre dilatação das
cisternas e a proliferação induzida por
substâncias metabolizadas no REL, pois os
sistemas enzimáticas aumentam suas atividades
quando sobrecarregados com o substrato (Ex –
hepatócitos de alcoólatras crônicos e de
indivíduos com uso prolongado de fenobarbital
– citoplasma com aspecto em vidro despolido
Núcleo
1) Membrana nuclear
- dilatação da cisterna perinuclear em conseqüência da
expansão isosmóstica da célula.
- espessamento da membrana interna
- Invaginações e tortuosidades
- Inclusões na cisterna perinuclear
- variações quantitativas e qualitativas nos poros
2) Alterações na cromatina – a redução do pH intracelular induz
ao aumento do espiralização da cromatina e dua sua associação
com histonas, promovendo seu agrupamento junto à membrana
Núcleo
Nas células mortas as alterações
nucleares são facilmente
evidenciáveis:
- Picnose = representada pela
condensação nuclear que forma
massas eletrodensas homogêneas
- Cariorrexe = fragmentação nuclear
- Cariólise = digestão da cromatina e
perda de sua densidade eletrônica
Lesão REVERSÍVEL
LESÃO ISQUÊMICA E HIPÓXICA:Seqüência simplificada de eventos e
alterações ultra-estruturais
HIPÓXIA
Tensão do O2 intracelular
Perda de fosforilação oxidativa pela mitocôndria
produção de ATP (fonte energia)
Descolamento dos ribossomos do RER Glicólise anaeróbica (gera ATP
a partir do glicogênio)
Distúrbio da regulação do volume celular pela membrana citoplasmática
Depleção de glicogênioAcúmulo de ác. lático
Edema celular pH intracelular
Dilatação do RE Mitocôndrias aglomeração cromatina
Lesão IRREVERSÍVEL
1.Grave vacuolização das mitocôndrias
2.Extenso dano à membrana celular
3.Tumefação dos lisossomos
Grande influxo de Ca++
Lesão às membranas lisossômicas
Perda de proteínas e enzimas
Vazamento de suas enzimas para o citoplasma e ativação das hidolases
Perda de metabólitos
Digestão enzimática dos componentes celulares e alterações nucleares
Vazamento das enzimas celulares para espaço extracelular e entrada de macromoléculas na célula
Incapacidade de reverter a
disfunção mitocondrial
Lesão REVERSÍVEL
LESÃO ISQUÊMICA E HIPÓXICA:Seqüência
simplificada de eventos e
alterações ultra-estruturais
HIPÓXIA
Tensão do O2 intracelular
Perda de fosforilação oxidativa pela mitocôndria
produção de ATP (fonte energia)
Descolamento dos
ribossomos do RER
Glicólise anaeróbica (gera ATP a partir do
glicogênio)Distúrbio da regulação do volume
celular pela membrana citoplasmática
Depleção de glicogênioAcúmulo de ác. lático
Edema celular
pH intracelular
Dilatação do RE Mitocôndrias
aglomeração cromatina
Lesão IRREVERSÍVEL1.Grave vacuolização das mitocôndrias
2.Extenso dano à membrana celular
3.Tumefação dos lisossomos
Grande influxo de Ca++
Lesão às membranas lisossômicas
Perda de proteínas e enzimas
Vazamento de suas enzimas para o citoplasma e ativação
das hidolases
Perda de metabólitos
Digestão enzimática dos componentes celulares e
alterações nucleares
Vazamento das enzimas celulares para espaço extracelular e entrada de macromoléculas na
célula
Incapacidade de
reverter a disfunção
mitocondrial
Morfologia da lesão celular reversível
1- Alteração gordurosa Coração, fígado, rim (alcolismo, diabetes, deficiência nutricional, obsidade e
envenenamento)
2- Alteração hialinaAcúmulo não específico de material proteináceo
3- Acúmulo de pigmentos exógenosPulmonar (carbono, silica e ferro)Chumbo (plumbismoPrata (argiria)
4- Acúmulo de pigmentos endógenosMelaninaBilirrubina (anemia hemolítica, obstrução biliar, doenças hepáticas)Hemossiderina (derivado da ferritina – hemossiderose local, sistêmica e
hemnocromatose)Lipofuscina
5- Calcificação patológicaCalcificação metastática (causada por hipercalcemia – hiperparatireoidismo,
tumores osteolíticos)Calcificação distrófica (tecido previamente lesado – áreas de trauma, tuberculose,
cicatrizes em valvas cardíacas e lesões ateroscleróticas – não é causada por hipercalcemia, - cálcio sérico está em concentrações normais)
LESÃO CELULAR E NECROSE
Morfologia da necroseA soma das alterações degradativas intracelulares que ocorrem
depois da morte das célulasMorte celular seguida de autólise/ morte celular no organismo
vivoAutólise = processo de reações de degradação causada por enzimas
intracelulares pertencentes a célula
Tipos de necrose:CoagulativaLiquefativaGangrenosaCaseosaGordurosaFibrinóide
Apoptose (tema de seminário)Características MorfológicasMecanismos
APOPTOSE
LESÃO CELULAR E NECROSE
•Necrose Coagulativa• Freqüentemente resultado da interrupção de
sangue ocorrendo a desnaturação das proteínas. Observado em órgãos com circulação arterial final e circulação colateral limitada (coração e rim)
• Arquitetura geral preservada, exceto por alterações nucleares e citoplasma com aspecto de substäncia coagulada (acidófilo, granuloso algo gelificado)
LESÃO CELULAR E NECROSE
•Necrose liquefativa• Liquefação enzimática do tecido necrótico,
observado freqüentemente no cérebro, supra-renal e mucosa gástrica onde é causada pele interrupção vascular; também ocorre em áreas de infecção bacteriana (purulentas)
• Zona de necrose adquire consistência mole, semifluida ou mesma liquefeita
.
The two lung abscesses seen here are examples of liquefactive necrosis in which there is a liquid center in an area of tissue injury. One abscess appears in the upper lobe and one in the lower lobe. Liquefactive necrosis is typical of organs in which the tissues have a lot of lipid (such as brain) or when there is an abscess with lots of acute inflammatory cells whose release of proteolytic enzymes destroys the surrounding tissues.
LESÃO CELULAR E NECROSE• Necrose gangrenosa
• Forma de evolução da necrose resultante da ação de agentes externos sobre o tecido necrosado.
• A desidratação da região atingida, especialmente quando em contato com o ar origina a gangrena seca (aspecto de pergaminho)
• Invasão do tecido necrosado por microorganismos anaeróbios produtores de enzimas que tendem a liquefazer os tecidos mortos e a produzir gases de odor fétido que se acumulam em bolhas entre o tecido morto e o não lesado origina a gangrena úmida ou pútrida
• Gangrena gasosa é secundária a contaminção do tecido necrosado com germes do gênero Clostridium que produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de gás
LESÃO CELULAR E NECROSE
• Necrose caseosa
• Assim denomina porque a área necrosada assume o aspecto macroscópico de massa de queijo, divide características da necrose coagulativa e liquefativa (granulomas da tuberculose)
• A principal características é a trasformação das células necróticas em uma massa homogênea, acidófila, contendo núcleos picnóticos e na periferia, presença de núcleos fragmentados (as células perdem totalmente os seus contornos e os detalhes estruturais, mas o tecido não é liquefeito)
This is the gross appearance of caseous necrosis in a hilar lymp node infected with tuberculosis. The node has a cheesy tan to white appearance. Caseous necrosis is really just a combination of coagulative and liquefactive necrosis that is most characteristic of granulomatous inflammation.
This is more extensive caseous necrosis, with confluent cheesy tan granulomas in the upper portion of this lung in a patient with tuberculosis. The tissue destruction is so extensive that there are areas of cavitation (cystic spaces) being formed as the necrotic (mainly liquefied) debris drains out via the bronchi.
LESÃO CELULAR E NECROSE
•Necrose gordurosa
• Liberação de enzimas pancreáticas com autodigestão ou trauma de células gordurosas
• Necrose de células gordurosas associado a inflamação aguda, formação de depósitos de cálcio e histiócitos
LESÃO CELULAR E NECROSE
• Necrose fibrinóide• Depósito de material proteináceo (fibrin like) nas
paredes das artérias, observado como parte de vasculites imuno-mediadas
• Necrose gomosa• Variedade da necrose por coagulação na qual o
tecido necrosado assume aspecto compacto e elástico como borracha (goma), ou fluido viscoso como a goma arábicaç observada na sífilis tardia ou terciária (goma sifilítica)