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SINAPI
SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E NDICES DA CONSTRUO CIVIL
Verso: 004
Vigncia: 06/2014
ltima Atualizao: 02/2015
MANUAL DE METODOLOGIAS
E CONCEITOS
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
CAIXA ECONMICA FEDERAL
gepad16@caixa.gov.br
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
SUMRIO - MANUAL DE METODOLOGIAS E CONCEITOS
1. Apresentao.....................................................................................................................04 1.1. Histrico do SINAPI ....................................................................................................04 1.2. Engenharia de Custos e a Elaborao de Oramentos ..............................................06
1.2.1. Oramentos ....................................................................................................06 1.3. Formao de Preo ....................................................................................................10 1.4. O SINAPI e a Formao de Preos Referenciais..........................................................12 1.5. O Papel do Oramentista ...........................................................................................14
2. Conceitos Bsicos .............................................................................................................16 2.1. Insumos ......................................................................................................................16 2.2. Composies Unitrias de Servios ............................................................................16
3. Metodologias e Conceitos do SINAPI ................................................................................18 3.1. Insumos ......................................................................................................................18
3.1.1. Responsabilidades ...........................................................................................18 3.1.2. Coleta de Preos ..............................................................................................19
3.2. Composies ..............................................................................................................22 3.2.1. Aferio ...........................................................................................................22 3.2.2. rvores de Fatores ..........................................................................................24 3.2.3. Cadernos Tcnicos ..........................................................................................26 3.2.4. Caractersticas e Condicionantes de Uso ........................................................26 3.2.5. Classificao ....................................................................................................28 3.2.6. Codificao ......................................................................................................38 3.2.7. Nomenclatura e Status ....................................................................................40
4. Recursos ............................................................................................................................43 5. Bibliografia ........................................................................................................................45 6. Anexos ...............................................................................................................................45
Anexo I - Aferio ........................................................................................................46 Anexo II - Custos Horrios de Equipamentos ..............................................................55 Anexo III - Encargos Sociais .........................................................................................80 Anexo IV - Encargos Sociais Complementares ..........................................................110
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
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1. APRESENTAO
Este Manual do SINAPI rene em uma publicao metodologias e conceitos gerais
utilizados para a construo do sistema de referncia, bem como detalha de forma
especfica aspectos anteriormente apresentados em documentos distintos (Custos Horrios
de Equipamentos, Encargos Sociais e Encargos Sociais Complementares).
O conhecimento do contedo aqui apresentado fundamental para a utilizao
adequada das referncias do sistema.
Este documento est disponvel na internet, sempre em sua verso mais atual no
endereo (http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-publico/sinapi).
1.1 Histrico do SINAPI
O Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e ndices da Construo Civil, mais
conhecido como SINAPI, foi implementado em 1969, pelo BNH - Banco Nacional de
Habitao, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, o IBGE.
Inicialmente criado para fornecer informaes sobre custos e ndices da construo
civil habitacional, o SINAPI foi adotado pela CAIXA em 1986, aps a extino do BNH. A partir
da, tornou-se um sistema corporativo, utilizado como referncia de custos e ndices para
obras habitacionais no Brasil.
Em 1994, o Conselho Curador do FGTS publica a Resoluo 161, que estabeleceu
CAIXA a uniformizao dos procedimentos de anlises de engenharia e a implantao de um
sistema nacional de acompanhamento de custos. Este sistema de custos deveria abranger,
alm de edificaes, obras de saneamento e infraestrutura urbana.
Assim, o SINAPI foi ampliado, com a incluso de bancos de referncias de custos
advindos de outras instituies pblicas e passou a ser utilizado como balizador no apenas
para empreendimentos habitacionais, mas para outros empreendimentos financiados com
recursos do fundo.
No ano de 2003, a Lei de Diretrizes Oramentrias inclui os preos do SINAPI como
balizador para servios contratados com recursos do Oramento Geral da Unio.
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At a edio para 2013, a determinao foi mantida nas sucessivas edies da Lei,
com pequenas alteraes. No ano de 2013, o tema foi suprimido da LDO para 2014 e passou
a ser tratado pelo Decreto Presidencial N 7983/2013, que estabelece regras e critrios para
elaborao do oramento de referncia de obras e servios de engenharia, contratados e
executados com recursos dos oramentos da Unio, e d outras providncias.
Indicando o SINAPI como a principal referncia de custos para obras urbanas, o
decreto visa a dar carter permanente ao regramento de oramentao, reduzindo assim a
sua dependncia s definies da LDO, que variavam conforme suas verses anuais.
Em 2009, a CAIXA passa a publicar na internet os servios e custos do Banco
Referencial, base de composies concebida a partir da consolidao de todos os bancos do
SINAPI. O Banco Referencial torna-se ento a principal fonte de consulta pblica de custos
da construo civil.
No ano de 2013, iniciado na CAIXA o processo de aferio das composies do
Banco Referencial do SINAPI.
Este processo traz como resultado maior transparncia e preciso nos conceitos e
indicadores de cada servio. Alm disso, vai atualizar as referncias existentes para
acompanhar a modernizao das tcnicas e processos da construo civil (Figura 1).
Figura 1: Histrico do Desenvolvimento do SINAPI
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1.2 Engenharia de Custos e a Elaborao de Oramentos
A Engenharia de Custos o ramo da engenharia que apresenta tcnicas para o
estudo de custos de uma obra ou empreendimento, a formao do preo dessas
intervenes e o controle destes custos durante sua execuo.
A oramentao, uma das atividades inerentes ao profissional dessa rea, consiste na
estimativa de custos antes que se transformem em despesas, sendo necessrio, aps isso,
acompanh-los e gerenci-los medida que ocorrem. Atua tambm, na concepo do
empreendimento, ao verificar sua viabilidade tcnico-econmica ou, ao realizar a anlise,
diagnstica e prognstica, referencia ao aspecto financeiro almejado. Conforme definio da
American Association of Cost Engineering AACE, organizao de reconhecimento
internacional no setor, a Engenharia de Custos pode ser definida como a rea da prtica da
engenharia em que o julgamento e a experincia so utilizados na aplicao de tcnicas e
princpios cientficos para o problema da estimativa de custo, controle do custo e
lucratividade.
1.2.1 Oramentos
1.2.1.1 Definio
a identificao, descrio, quantificao, anlise e valorao de mo de obra,
equipamentos, materiais, custos financeiros, impostos, riscos e margem de lucro desejada
para adequada previso do preo final de um empreendimento. Conforme Baeta (2012), a
previso de custos, considerada a remunerao do construtor, para a oferta de um preo,
onde:
a) Custo tudo aquilo que onera o construtor; representa todo o gasto envolvido na
produo, ou seja, todos os insumos da obra, assim como toda a infraestrutura
necessria para a produo;
b) Preo o valor final pago ao contratado pelo contratante; o custo acrescido do
lucro e despesas indiretas.
1.2.1.2 Atributos
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Conforme Mattos (2006), um oramento de obras apresenta as seguintes caractersticas e
propriedades.
Aproximao
Todo oramento aproximado, baseado em previses e estimativas. No se deve
esperar que seja exato, porm, necessita ser preciso.
Especificidade
Todo oramento especfico e decorrente de caractersticas particulares como o
porte da empresa apta a realizar a obra, s condies locais (clima, relevo, vegetao,
condies do solo, qualidade da mo de obra, facilidade de acesso a matrias-primas etc.).
Temporalidade
O oramento representa a projeo dos recursos necessrios para a produo de
uma obra num dado momento. Apesar da possibilidade de reajuste por ndices, existem
flutuaes de preos individuais dos insumos, alteraes tributrias, evoluo dos mtodos
construtivos, bem como diferentes cenrios financeiros e gerenciais. Deste modo, o
oramento outrora realizado no vlido para momento e condies distintas daquelas
consideradas.
1.2.1.3 Classificao por Grau de Detalhamento ou Preciso
Segundo Baeta (2012), um oramento de obras pode ser classificado conforme seu grau de
detalhamento ou preciso.
Estimativa de Custo
Avaliao expedita com base em custos histricos e comparao com projetos
similares. Pode-se, inclusive, adotar ndices especficos conhecidos no mercado, como o CUB
(NBR 12.721/06), ou o custo por MW de potncia instalada ou ainda, o custo por km de
rodovia construda. Utilizada nas etapas iniciais do empreendimento, para avaliar a
viabilidade econmica do projeto bsico e viabilidade da obra. o oramento utilizado na
fase de Estudo Preliminar.
Oramento Preliminar
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Mais detalhado do que a estimativa de custos, pressupe o levantamento de
quantidades dos servios mais expressivos e requer pesquisa de preos dos principais
insumos. Seu grau de incerteza menor que o da estimativa de custos.
Oramento Discriminado ou Detalhado
Elaborado com composies de custos e extensa pesquisa de preos dos insumos.
Procura chegar a um valor bem prximo do custo real, com reduzida margem de incerteza.
Feito a partir de especificaes detalhadas e composies de custo especficas. Depende da
existncia de projetos detalhados e especificaes em nvel suficiente para o levantamento
preciso de quantitativos e para o entendimento da logstica de apoio necessria produo.
1.2.1.4 Classificao por Finalidade
Gerenciais
Servem para amparar decises gerenciais sobre o que se planeja executar, em
determinada poca e local. So baseados nos estudos tcnicos preliminares elaborados nas
fases iniciais do projeto da obra.
Contratuais
Amparam as aes de execuo de empreendimentos ou obras de construo.
Podem ser balizados no anteprojeto, projeto bsico, executivo ou no as built e elaborados
aps deciso gerencial inicial. Devem ser documentos suficientes para embasar a efetiva
execuo e necessitam estar associados a critrios de medio, cadernos de encargos ou
especificaes construtivas. Existem dois tipos:
a) Contratuais de Referncia
o oramento com base em referncias que espelhem a tendncia de mercado
quanto a ndices de consumo de materiais, perdas, produtividade de mo de obra e preos
de mercado.
b) Contratuais Executivos
aquele que considera as reais possibilidades das unidades produtivas da empresa
ou de seus fornecedores, onde a tendncia de mercado ajustada por ndices
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individualizados de consumo de materiais, perdas, produtividade de mo de obra e preos
de mercado, ou seja, deve ter maior preciso e detalhamento dos servios pretendidos.
Periciais ou de Auditoria
Embasam decises sobre pendncias ou solucionam dvidas a respeito dos gastos
necessrios para a execuo do empreendimento ou obra de construo. Esse tipo de
oramento tende a mesclar mtodos de oramento e tcnicas de amostragem.
1.2.1.5 Classificao pela Apresentao de Informaes
Sinttico
Apresenta os custos de uma obra agrupando servios por macro itens ou por etapas
(infraestrutura, superestrutura, vedaes, canteiro, etc.).
Analtico
Apresenta viso detalhada de macro itens ou etapas ao detalhar quantitativos e
custos unitrios de cada servio a ser executado, alm das parcelas referentes aos custos
indiretos.
1.2.1.6 Estrutura
Custos Diretos
Resultado da soma de todos os custos dos servios necessrios para a execuo fsica
da obra, obtidos pelo produto das quantidades de insumos empregados nos servios,
associados s respectivas unidades e coeficientes de consumo, pelos seus respectivos preos
de mercado. Nestes custos esto os materiais, mo de obra acrescida dos Encargos Sociais
cabveis, equipamentos e os Encargos Complementares: EPIs, transporte, alimentao,
ferramentas, exames mdicos obrigatrios e seguros de vida em grupo.
Custos Indiretos
Custo da logstica, infraestrutura e gesto necessria para a realizao da obra.
Corresponde soma dos custos dos servios auxiliares e de apoio obra, para possibilitar a
sua execuo. Englobam os custos previstos para a Administrao Local, Mobilizao e
Desmobilizao Canteiro e Acampamento e Seguros. Exemplo desses custos: remunerao
da equipe de administrao e gesto tcnica da obra (engenheiros, mestres de obra,
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encarregados, almoxarifes, apontadores, secretrias etc.); equipamentos no considerados
nas composies de custos de servios especficos (gruas, cremalheiras, etc.); custos com a
manuteno do canteiro (gua, energia, internet, suprimentos de informtica e papelaria);
mobilizao e desmobilizao de ativos considerando seus locais de origem e a localizao
da obra; dentre outros.
Despesas Indiretas
So despesas decorrentes da atividade empresarial que incidem de forma percentual
sobre os custos da obra. Trata-se de recursos destinados ao pagamento de tributos; ao
rateio dos custos da administrao central; remunerao ao construtor pela assuno de
riscos do empreendimento; e compensao de despesas financeiras ocasionadas pelo
intervalo decorrido entre gasto, medio e recebimento.
Lucro ou Bonificao
a parcela destinada remunerao da empresa pelo desenvolvimento de sua
atividade econmica. Em conjunto com as Despesas Indiretas formam o BDI (LDI).
1.3 Formao do Preo
Para entender o processo de formao de preo de uma obra e a composio e
aplicao do BDI Bonificao e Despesas Indiretas - nos oramentos, necessrio
compreender a diferena entre custo, despesa e preo.
Custo informao que importa, primordialmente, ao produtor e compreende o
gasto correspondente produo de determinado bem ou servio. No caso da construo
civil, pode ser conceituado como todo o valor investido diretamente na produo de
determinada obra.
Despesas so gastos que decorrem da atividade empresarial e podem ser fixas ou
variveis em funo do volume de produo. Como exemplo de despesa fixa, h a
manuteno da sede da empresa (imveis, remunerao de diretores e equipe
administrativa etc.), e de despesa varivel, cita-se a tributao sobre o faturamento.
Por sua vez, o preo a quantia financeira paga pelo comprador por determinado
bem ou servio. No caso da construo, o valor contratual acordado para a obra, inclusos
todos os custos da obra, as despesas e o lucro da empresa executora.
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A formao do preo de uma obra depende da correta estimativa de custos e
despesas e da definio da margem de lucro que se espera auferir ao final do contrato.
Os custos diretos e indiretos de um oramento so estimados com base em dados
extrados do projeto e do planejamento da obra, e so expressos em valor monetrio
(quantitativos x preos unitrios). As demais parcelas da formao do preo so estimadas
como um percentual a incidir sobre os custos, formado pelo lucro (B bonificao) e pelas
despesas indiretas (DI), conforme Tabela 1.
Tabela 1: Formao de Preo
PREO
CUSTO BDI
DIRETO INDIRETO DESPESA BONIFICAO
Materiais Mo de Obra
Equipamentos Ferramentas
E.P.I. Construo de
canteiro Outros
RH Gesto Tcnica RH Administrativo
Manuteno de Canteiro Veculos
Mobilizao Outros
Tributos
Despesas Financeiras Risco
Adm Central Outros
Lucro
OBRA SEDE
EMPRESA
A estimativa dos componentes do BDI obtida por meio de clculos que levam em
conta caractersticas da obra, do contrato, da empresa contratada e da tributao incidente.
O Decreto 7.983/2013, que estabelece regras e critrios para elaborao do
oramento de referncia de obras e servios de engenharia, contratados e executados com
recursos dos oramentos da Unio, faz referncia em seu Art. 9 aos itens que compem os
custos de uma obra e aqueles que somados aos custos determinam o preo.
Para as obras pblicas, o BDI vem sendo balizado por seguidas decises do Tribunal
de Contas da Unio. O Acrdo mais recente a tratar do tema o 2.622/2013 - Plenrio, que
apresenta, em planilhas diferenciadas por tipo de obra, alquotas mdias, alm daquelas
localizadas no primeiro e no terceiro quartil da amostra estudada.
Para as demais obras, empregam-se as referncias j citadas, fazendo as
apropriaes devidas nos casos de tributao simplificada.
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Cabe ressaltar que, assim como as parcelas de custo, os componentes do BDI de uma
obra podem ser praticados e aceitos mesmo quando se apresentam superiores referncia,
desde que haja justificativa tcnica coerente por parte do profissional responsvel pelo
oramento.
1.4 O SINAPI e a Formao de Preos Referenciais
Como tratado anteriormente, a formao de preo varia em funo de uma srie de
fatores, tais como:
A empresa contratada, em decorrncia de itens como o peso da Administrao
Central, o regime de tributao (lucro real ou presumido), o lucro esperado, a
capacidade produtiva, a poltica de compras de insumos e o relacionamento com
o mercado fornecedor e a capacidade de obteno de crdito;
O contrato, pela definio de escopo e de riscos assumidos;
O projeto, o plano de ataque de obra e as condies de instalao de canteiro;
O local de execuo da obra, em funo da disponibilidade de insumos e da
possvel necessidade de considerao de fretes e incidncias tributrias (ICMS);
Excetuada a empresa a ser contratada, cujas caractersticas no so conhecidas
durante a elaborao do oramento de referncia, as demais variveis podem ser
observadas pelo oramentista. Para que seja possvel a realizao do oramento sem o
conhecimento prvio de quem ir executar a obra, o profissional dever valer-se de
referncias estabelecidas de produtividade e preo disponveis em publicaes tcnicas,
bem como de padres aceitveis para estimar a Administrao Central, a tributao e o
lucro do construtor.
Cabe ressaltar que o oramento de referncia um produto de responsabilidade do
contratante e busca refletir o valor que se espera pagar pela contratao de determinado
empreendimento, e no o preo final da obra pronta, que s poder ser efetivamente
conhecido aps a concluso da obra.
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Para o caso de obras executadas com recursos da Unio, os oramentos devem ser
balizados pela mediana dos preos do SINAPI, conforme o seguinte trecho do Decreto
7.983/2013:
Art. 3o O custo global de referncia de obras e servios de
engenharia, exceto os servios e obras de infraestrutura de
transporte, ser obtido a partir das composies dos custos unitrios
previstas no projeto que integra o edital de licitao, menores ou
iguais mediana de seus correspondentes nos custos unitrios de
referncia do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e ndices da
Construo Civil - Sinapi, excetuados os itens caracterizados como
montagem industrial ou que no possam ser considerados como de
construo civil.
As obras rodovirias devem ser balizadas pelo SICRO Sistema de Custos
Rodovirios, de responsabilidade do DNIT.
Deste modo, a parcela de custos de um oramento de referncia para obra pblica
deve ser baseada em informaes do SINAPI e do SICRO (preos de insumos e composies
de servios), ajustadas sempre que necessrio para refletir as condies especficas de cada
obra.
Todavia, a inexistncia de um insumo ou de um servio no sistema de referncia no
constitui impeditivo para a contratao, conforme outro trecho do mesmo Decreto:
Art. 6 Em caso de inviabilidade da definio dos custos conforme o
disposto nos arts. 3, 4 e 5, a estimativa de custo global poder ser
apurada por meio da utilizao de dados contidos em tabela de
referncia formalmente aprovada por rgos ou entidades da
administrao pblica federal em publicaes tcnicas
especializadas, em sistema especfico institudo para o setor ou em
pesquisa de mercado.
A importncia da padronizao de critrios, procedimentos e referncias para a
elaborao de oramentos referenciais se apresenta de diversas formas:
Padronizao dos oramentos do rgo/ Entidade/ Empresa;
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Aderncia dos oramentos ao caderno de encargos do rgo/ Entidade/ Empresa
(especificaes dos servios e critrios de medio e pagamento);
Racionalizao dos servios: evita-se extenso trabalho de elaborao de
composies de custo unitrio e a pesquisa do preo de centenas de insumos
cada vez que um oramento for elaborado;
Segurana para oramentistas e gestores pblicos;
Transparncia e diminuio dos custos privados das construtoras para
participao em certames licitatrios;
Parmetros de avaliao objetivos para os rgos de controle;
Servem como fonte de entrada para estatsticas oficiais sobre a variao dos
custos da construo civil.
1.5 O papel do Oramentista
A legislao brasileira farta em indicaes dos aspectos relacionados atividade de
oramentao de obras. A comear pela Lei de Licitaes e Contratos (8.666/93) que
estabelece a anotao de responsabilidade tcnica pelas planilhas oramentrias (art. 6,
inciso IX). Igualmente o art. 10 do Decreto 7.983/2013 exige a indicao no projeto do
responsvel tcnico oramentista para obras e servios de engenharia contratados e
executados com recursos dos oramentos da Unio.
A atividade de oramentao de obras expressamente indicada no artigo 14 da Lei
5.194/66, que regula o exerccio das profisses de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-
Agrnomo:
Art. 14. Nos trabalhos grficos, especificaes, oramentos,
pareceres, laudos e atos judiciais ou administrativos, obrigatria
alm da assinatura, precedida do nome da empresa, sociedade,
instituio ou firma a que interessarem, a meno explcita do ttulo
do profissional que os subscrever e do nmero da carteira referida no
Ed. extra 56. (grifo nosso)
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
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J o artigo 13 vincula a validade dos trabalhos de engenharia com a habilitao legal
requerida pela prpria Lei 5.194/66:
Art. 13. Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro
trabalho de engenharia, de arquitetura e de agronomia, quer
pblico, quer particular, somente podero ser submetidos ao
julgamento das autoridades competentes e s tero valor jurdico
quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com
esta lei. (grifo nosso)
A responsabilidade tcnica somente se materializa com o registro da respectiva
Anotao de Responsabilidade Tcnica, instituda pela Lei 6.496/77, referente prestao
dos servios de engenharia. Ou, da mesma forma, o Registro de Responsabilidade Tcnica da
Lei 12.378/2010 que regulamentou as profisses de arquiteto e urbanista.
Pelo exposto tem-se que a oramentao de obras pblicas representa atividade
regulamentada e com responsabilidade legalmente definida.
Deste modo, nos oramentos, sobretudo os que utilizam recursos pblicos federais, o
profissional oramentista tem o dever de conhecer em detalhes as caractersticas dos
sistemas de referncias de preos.
O SINAPI passa por processo de aprimoramento, partindo da definio e implantao
de premissas e conceitos claros e transparentes. Este processo longo e sua manuteno
permanente, necessrio para acompanhar as mudanas do setor, garantindo que as
referncias representem adequadamente o mercado da construo civil brasileira.
Diante de toda responsabilizao que permeia a atividade dos oramentistas pblicos
e tendo em vista as novidades em vigor, este Manual de Metodologia e Conceitos do SINAPI
vem contribuir para o correto uso do sistema e divulgar as novas metodologias implantadas
no SINAPI. Trata-se de material indispensvel na oramentao de obras pblicas, devendo o
oramentista conhec-lo e aplic-lo.
O Manual do SINAPI, entre outros itens, apresenta o Caderno Tcnico das
Composies Unitrias de Servio. Neste documento possvel verificar, alm dos
coeficientes de consumo dos materiais e de produtividade da mo de obra e de
equipamentos, os critrios utilizados na obteno dos coeficientes, a indicao dos
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
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parmetros para levantamento dos quantitativos, a forma de execuo de cada servio e as
referncias bibliogrficas e normas vigentes aplicveis.
O SINAPI, pelo seu papel de sistema de referncia, possui carter genrico e
abrangente, sendo indispensvel e relevante o trabalho do oramentista de adequar as
referncias ao caso especfico, com as particularidades da obra que deseja orar. O Caderno
Tcnico das composies permite ao oramentista a escolha da referncia que melhor
represente o servio, adequar ao caso particular ou ainda justificar o emprego de referncia
distinta daquelas disponveis no SINAPI.
A utilizao de referncias de preos para obras pblicas que no seja o SINAPI e o
SICRO tem previso legal. o que est no artigo 8 do Decreto 7.983/2013, ao permitir a
adoo de critrios de preos diferenciados em razo de especificidades locais ou de
projeto, desde que justificado em relatrio tcnico elaborado por profissional habilitado.
Assim, fundamental ao oramentista conhecer os critrios e aspectos tcnicos
envolvidos no Sistema SINAPI, contribuindo para a contratao de empreendimentos
exitosos.
2. CONCEITOS BSICOS
2.1 Insumos
Elementos bsicos da construo civil; so os materiais (cimento, blocos, telhas,
tbuas, ao etc.), equipamentos (betoneiras, caminhes, equipamentos de terraplenagem
etc.) e mo de obra.
2.2 Composies Unitrias de Servios
Uma Composio Unitria relaciona a descrio, codificao e quantificao de cada
insumo e/ou de composies auxiliares empregados para se executar uma unidade de
servio (Figura 2). Em sua representao deve conter os nomes dos seus elementos, as
unidades de quantificao e os indicadores de consumo e produtividade (coeficientes). O
entendimento de uma composio dado por:
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
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Descrio: caracteriza o servio, explicitando os fatores que impactam na
formao de seus coeficientes e que diferenciam a composio unitria das
demais;
Unidade de medida: unidade fsica de mensurao do servio representado;
Insumos/composies auxiliares (Item): elementos necessrios execuo de um
servio, podendo ser insumos (materiais, equipamentos ou mo de obra) e/ou
composies auxiliares;
Coeficientes de consumo e produtividade: quantificao dos insumos e/ou
composies auxiliares considerados na composio de custo de um determinado
servio.
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Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
01.PARE.ALVE.001/01 ALVENARIA DE VEDAO DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO DE 9X19X39CM (ESPESSURA 9CM) DE PAREDES COM REA LQUIDA MENOR QUE 6M2 SEM VOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA. AF_06/2014
M2 Cdigo SIPCI
87447
Vigncia: 06/2014 ltima atualizao: 02/2015
COMPOSIO
Item Cdigo Descrio Unidade Coeficiente
C 88309 PEDREIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,7200
C 88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,3600
I 650 BLOCO VEDAO CONCRETO 9X19X39CM UN 13,3500
C 87292
ARGAMASSA TRAO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MDIA) PARA EMBOO/MASSA NICA/ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAO, PREPARO MECNICO COM BETONEIRA 400 L. AF_06/2014
M3 0,0088
I 34557 TELA DE ACO SOLDADA GALVANIZADA PARA ALVENARIA, FIO 1,20 A 1,70 DE DIAMETRO, MALHA 15 X 15 MM, LARGURA 7,5 CM E COMPRIMENTO 50,0 CM
M 0,7850
I 37395 PINO DE AO COM FURO, HASTE = 27 MM (AO DIRETA)
CENTO 0,0094
Figura 2: Exemplo de composio de servio analtica
A multiplicao dos coeficientes apresentados nas composies pelos preos de
insumos obtidos na coleta do IBGE resulta nos preos referenciais do SINAPI.
3. METODOLOGIAS E CONCEITOS DO SINAPI
3.1 Insumos
Os insumos do SINAPI compem o Banco Nacional de Insumos, cujos relatrios de
preos so divulgados mensalmente no stio da CAIXA (https://www.caixa.gov.br/sinapi)
para todas as capitais brasileiras.
3.1.1 Responsabilidades
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Segundo o acordo de cooperao vigente entre IBGE Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatstica e a CAIXA para a gesto do SINAPI, cabe a cada uma das instituies,
no que diz respeito aos insumos, as seguintes responsabilidades:
3.1.1.1 CAIXA
Definio e atualizao, a partir de critrios de engenharia, das especificaes
tcnicas dos insumos;
Definio de conjuntos de famlias com as especificaes dos insumos que as
compem.
3.1.1.2 IBGE
Coleta mensal de preos de insumos (materiais, salrios, equipamentos e
servios);
Coleta extensiva peridica para subsidiar a reviso das famlias homogneas, a
reviso dos coeficientes e a formao de novas famlias de insumos.
3.1.2 Coleta de preos
Os insumos do SINAPI so organizados em famlias homogneas (ex: Famlia de tubos
em PVC para esgoto predial), para as quais selecionado o insumo mais recorrente (ex: 9863
- TUBO PVC SERIE NORMAL - ESGOTO PREDIAL DN 100MM - NBR 5688) como insumo
representativo, sendo os demais da mesma famlia denominados representados.
O preo dos insumos representativos coletado mensalmente, enquanto que os
preos dos demais insumos so obtidos por meio da utilizao de coeficientes de
representatividade, os quais indicam a proporo entre os preos dos chefes de famlia
(insumos representativos) e os preos de cada um dos demais insumos da famlia.
Esses coeficientes so obtidos nas coletas extensivas, quando so coletados os preos
de todos os insumos de determinadas famlias e definida a proporo (correlao) existente
entre eles.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
20
Os preos so coletados nas 27 capitais do pas, em estabelecimentos regulares, para
aquisio de uma unidade de comercializao de cada produto, para pagamento vista, e
no incluem frete.
No contemplam, portanto, diferenas entre preos praticados em capitais e outras
regies, e efeitos obtidos durante o processo de negociao e compra.
A partir dos preos de referncia de 11/2014 divulgados na pgina da CAIXA, o
usurio do SINAPI passou a contar com a informao da origem de preos para cada insumo
por localidade, sendo necessrio observar a seguinte marcao no relatrio de insumos:
C para preo coletado pelo IBGE no ms de referncia do relatrio;
CR para preo obtido por meio do coeficiente de representatividade do insumo
(metodologia famlia homognea de insumos);
AS para preo atribudo com base no preo do insumo para a localidade de So
Paulo (devido impossibilidade de definio de preo para localidade em funo da
insuficincia de dados coletados)
Em decorrncia da indicao da origem de preo para os insumos, foi necessrio
tambm identificar que a composio pode ser formada por insumos com uma ou mais
origem de preo, sendo adotada a seguinte marcao no relatrio de composies:
C quando todos os itens utilizados na composio tm preo coletado pelo IBGE no
ms de referncia do relatrio;
CR quando existe ao menos um item da composio com preo obtido por meio do
coeficiente de representatividade do insumo, desde que no haja nenhum item com preo
atribudo;
AS quando existe ao menos um item da composio com preo atribudo com base
no preo de insumo para a localidade de So Paulo.
Os salrios so pesquisados junto s construtoras e as categorias profissionais
tambm so divididas em famlias (insumos representativos e representados). Os custos de
mo de obra do Sistema refletem mo de obra prpria, e no captam regimes de
empreitada ou terceirizao.
Sobre os insumos de mo de obra incidem Encargos Sociais, de forma percentual,
com clculo especfico para cada Estado do Brasil. Desde abril de 2013, a CAIXA divulga
relatrios de preos considerando os efeitos da desonerao da folha de pagamentos da
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
21
construo civil (Lei n 12.844/2013) e relatrios com encargos sociais que contemplam os
20% de INSS (no desonerados).
A metodologia e memria de clculo de Encargos Sociais do SINAPI podem ser
encontradas no Anexo III deste manual e de forma sempre mais atual no ambiente do SINAPI
na pgina da CAIXA na internet (www.caixa.gov.br).
A metodologia de coleta, bem como do tratamento estatstico empregado para a
obteno do preo mediano dos insumos, de responsabilidade do IBGE e maiores detalhes
podem ser encontrados na pgina da internet da Instituio (www.ibge.gov.br).
Cabe ressaltar que o oramentista, de posse de informaes sobre a origem dos
preos e metodologia de coleta empregada, deve fazer o ajuste necessrio da referncia
para o caso especfico que quer orar.
3.1.2.1 Insumos coletados pela CAIXA
O processo de criao de novo insumo no sistema demanda longa interao entre a
CAIXA e o IBGE para cumprimento de todas as etapas necessrias, desde a definio das
caractersticas tcnicas at a validao final das informaes estatsticas a serem divulgadas
nacionalmente.
Para maior celeridade na gesto do sistema, a CAIXA realiza cotao de preos de
alguns insumos considerados muito relevantes, em especial para o cadastramento e
publicao de novas composies.
Esses insumos so cadastrados em banco distinto, denominado Banco Nacional
Coletados CAIXA, e seus preos so obtidos de forma semelhante coleta do IBGE, por meio
de coeficientes de representatividade.
Todos os insumos desse banco so, portanto, representados, e vinculados a insumos
representativos da coleta regular do IBGE. Estes so identificados pelo texto Coletados
CAIXA includos ao final de sua descrio. Seus preos so atualizados mensalmente a cada
nova carga de preos no sistema, e os coeficientes de representatividade sero monitorados
pela CAIXA.
Trata-se de excees no sistema, inseridos concomitantemente com a solicitao ao
IBGE para sua criao. Uma vez concluda a rotina de incluso do novo insumo, passam a
valer os preos informados pelo IBGE e o Insumo Coletado CAIXA desativado.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
22
3.2 Composies
As composies do SINAPI integram o Banco Referencial de Composies, cujos
relatrios tambm so divulgados mensalmente na pgina da CAIXA para todas as capitais
brasileiras.
A fim de garantir a contemporaneidade e a aderncia s prticas de canteiro, a CAIXA
promove processo de aferio das composies do SINAPI.
3.2.1 Aferio
Aferir as composies significa dimensionar produtividades de mo de obra e
equipamentos, alm de consumos e perdas de materiais envolvidos na execuo dos
diversos servios da construo civil.
Constitui objeto de aferio todas aquelas composies identificadas como
relevantes e recorrentes no cenrio nacional. O objetivo principal que norteia o processo de
aferio representar da forma mais adequada a realidade das obras brasileiras,
uniformizando os critrios tcnicos adotados na concepo das referncias.
As aferies das composies so baseadas, preferencialmente, em dados de campo,
coletados e analisados com emprego de metodologia internacionalmente reconhecida na
rea de estudo de produtividades e consumos, por equipe especializada no tema. So
realizadas medies em canteiros de obras distribudos geograficamente pelo Pas, sendo
contempladas na amostra obras pblicas e privadas, de pequeno e grande vulto, assim como
executadas por empresas de diferentes portes e por equipes trabalhando sob diferentes
regimes de contratao. A metodologia e as premissas empregadas na aferio so
apresentadas mais detalhadamente no Anexo I desse Manual.
As composies de custo horrio de equipamentos foram aferidas atravs de
pesquisa mercadolgica dos equipamentos disponveis, referncias bibliogrficas e manuais
de fabricantes. Detalhes da metodologia so apresentados no Anexo II desse Manual.
A aferio realizada por grupo de servios similares. O estudo parte da identificao
dos fatores que impactam na produtividade (mo de obra e equipamentos) e consumo
(materiais) de cada grupo de servios, que devero ser observados e mensurados durante a
coleta.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
23
Os fatores confirmados a partir da anlise do conjunto de dados obtidos em obras
so considerados para a concepo do grupo de composies representativas do servio em
estudo e impactam os coeficientes das composies.
Como cada servio observado em diversas obras, possvel reunir nmero
significativo de dados objetivando extrair coeficientes mdios representativos da quantidade
de tempo e materiais necessrios para a execuo do servio, conforme cada uma das
combinaes dos fatores impactantes da produtividade. Cada composio aferida apresenta
coeficientes estatisticamente determinados a partir de amostra constituda de medies
dirias pelo prazo mnimo de 5 dias em cada obra.
O processo de aferio promove a atualizao e ampliao do banco de composies,
visando ainda incorporao de novos insumos e tcnicas construtivas e padronizao das
premissas e critrios estabelecidos na concepo das referncias.
3.2.1.1 Tempos Produtivos, Improdutivos e Ociosos
Para refletir a realidade das obras, adota-se a premissa de que a medio deve
agregar tanto o tempo efetivo de execuo do servio como os tempos improdutivos que
so necessrios e esto diretamente vinculados ao processo executivo. Dessa forma, a
metodologia apropria nos coeficientes das composies o tempo improdutivo oriundo das
paralisaes para instruo da equipe, preparao e troca de frente de trabalho,
deslocamentos no canteiro etc.
A metodologia adotada exclui os eventos extraordinrios (greve, acidentes de
trabalho), esforo de retrabalho, impacto de chuvas e ociosidades oriundas de graves
problemas de gesto da obra, pois seus custos ou devero ser considerados em outros itens
de um oramento de obras, ou so de responsabilidade exclusiva do contratado, ou ainda,
devero ser tratados de modo particular durante a execuo do contrato.
Considera-se, portanto:
IMPRODUTIVIDADE: Parcela de tempo inerente ao
processo construtivo, portanto, representada nos
coeficientes das composies;
OCIOSIDADE: Parcela de tempo prescindvel, cujo
impacto desconsiderado nas composies.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
24
3.2.2 rvores de Fatores
A metodologia de aferio prev a identificao dos fatores que impactam na
produtividade (mo de obra e equipamentos) e consumo (materiais) de cada grupo de
servios, que so observados e mensurados durante a coleta de dados em obra.
Esses fatores so os elementos que caracterizam e diferenciam as composies
dentro do Grupo. Para represent-los de forma mais apropriada, facilitando ao usurio a
escolha da composio mais apropriada ao seu caso especfico, tm-se as chamadas rvores
de Composies para cada Grupo de servios similares (Figura 3).
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
25
Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
01.REVE.EMBO.001/01 EMBOO OU MASSA NICA EM ARGAMASSA TRAO 1:2:8, PREPARO MECNICO COM BETONEIRA 400 L, APLICADA MANUALMENTE EM PANOS DE FACHADA COM PRESENA DE VOS, ESPESSURA DE 25 MM. AF_06/2014
M Cdigo SIPCI
87775
Vigncia: 06/2014 ltima atualizao: 06/2014
COMPOSIO
Item Cdigo Descrio Unidade Coeficiente
C 88309 PEDREIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,7800
C 88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,7800
C 87292
ARGAMASSA TRAO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MDIA) PARA EMBOO/MASSA NICA/ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAO, PREPARO MECNICO COM BETONEIRA 400 L. AF_06/2014
M3 0,0314
I 37631 TELA METLICA ELETROSSOLDADA, GALVANIZADA E SEMIRGIDA, MALHA 25X25 MM E FIO DIMETRO 1,24 MM (BWG 18)
M2 0,1388
MASSA NICA
(com tela metlica)
APLICAO
MANUAL
PROJEO
MECNICA
SACADA
INTERNA
FACHADA
SACADA
EXTERNA
FACHADA COM
VOS
FACHADA SEM
VOS
e = 25 mm e = 35 mm
MASSA NICA
(sem tela metlica)
e = 45 mm e 50 mm
PREPARO COM
BETONEIRA 400 l
PREPARO COM
MISTURADOR 300kgPREPARO MANUAL
Figura 3: Uma composio e rvore do grupo de revestimento de fachada com massa nica, com os
fatores presentes na composio destacados em preto
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
26
Os fatores destacados na rvore acima so aqueles representados na composio
analtica apresentada. Todos os fatores destacados aparecem na descrio da composio.
3.2.3 Cadernos Tcnicos
Ao final do processo de aferio das composies, o Banco SINAPI contar com mais
de 7.000 composies publicadas de forma analtica e em conjunto com um Caderno Tcnico
- documento que apresenta seus componentes e suas caractersticas, os critrios para
quantificao do servio, os critrios de aferio, as etapas construtivas, alm de referncias
bibliogrficas e normas tcnicas aplicveis.
Os Cadernos Tcnicos no substituem os Cadernos de Encargos, de responsabilidade
da contratante, apenas descrevem a tcnica construtiva observada e registram as condies
detectadas nas obras que serviram de base para a apresentao dos insumos e indicadores
das composies.
Esses Cadernos Tcnicos fornecem informaes relevantes sobre a composio,
permitindo selecionar com segurana a referncia que mais se adeque ao caso real. Podero
embasar tambm os chamados Relatrios Tcnicos Circunstanciados, legalmente previstos
para os casos em que as composies no representem com preciso aquilo que se quer
orar, sendo necessrio, de parte do oramentista, a realizao de ajustes a fim de refletir
adequadamente os custos do bem ou servio a ser produzido.
3.2.4 Caractersticas e Condicionantes de Uso
As referncias do SINAPI buscam retratar intervenes urbanas, as quais possuem
caractersticas especficas, como interferncias decorrentes de trnsito de veculos, redes de
concessionrias de servios pblicos, disponibilidade de rea para logstica de canteiro,
dentre outros.
Uma composio de servio similar retratada no SICRO sistema de referncia oficial
gerido pelo DNIT e que baliza obras rodovirias e no SINAPI podero apresentar
coeficientes distintos.
A ttulo de exemplo a Figura 4 demonstra a configurao tpica de operrios em
canteiro de uma obra de edificao, com equipes diretas que trabalham nas frentes de
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
27
servios, e equipes de apoio, responsveis pela produo intermediria que abastecer estas
frentes (como produo de argamassa) e pelo transporte de materiais.
Figura 4: Equipes envolvidas com os servios (Fonte: Revista Infraestrutura, fev 2014, Ed. PINI)
O esforo das equipes diretas est contemplado nas composies principais: tanto a
execuo do servio quanto o transporte de materiais no pavimento ou nas proximidades da
frente de servio, que realizado junto a outras atividades pelo servente incluso nessas
composies.
Os esforos das equipes de apoio esto representados nas composies auxiliares e
de transporte.
A perda de materiais est contemplada nos coeficientes das composies principais e
auxiliares, inclusive as eventuais perdas ocorridas em transporte, porm, no considerando
perdas de peas unitrias, tais como: tanque, vaso sanitrio, bancada de pia.
Outros custos, no contemplados nas composies do SINAPI, podem ser necessrios
para a execuo de determinados servios, tais como: grua, elevador de carga, engenheiro
de obra, encarregado de equipe, dentre outros. Esses recursos, por no serem atribudos
diretamente ao servio (ex: elevador de carga transporta insumos de toda a obra e no s
para a execuo do contrapiso), no sendo representados em composies unitrias. Seus
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
28
custos devem ser computados de maneira distinta, conforme as caractersticas do canteiro,
planejamento, plano de ataque e cronograma de cada caso especfico.
3.2.5 Classificao
A aferio das composies do SINAPI procura apropriar em cada etapa do servio os
recursos necessrios para sua realizao. Significa dizer, por exemplo, que para a execuo
de determinada parede, devero ser observados alguns servios, como: a execuo da
alvenaria propriamente dita, a produo da argamassa utilizada no assentamento dos blocos
inclusive a composio de custos para a utilizao da betoneira, o transporte da argamassa
e dos blocos (Figura 5).
Figura 5: Viso analtica da execuo de um servio.
A segregao em diferentes composies visa ao entendimento correto de cada
etapa do processo e, especialmente, possibilidade de representar uma infinidade de
formas de construo, por meio da combinao de composies.
Para tal, as composies so classificadas em:
Composies Principais
Representam a execuo dos servios principais, como a composio de alvenaria
tratada no exemplo anterior. Contemplam o esforo da mo de obra e equipamentos
diretamente envolvidos no servio aferido e so agrupadas de forma a apresentar as
possibilidades de execuo representativas e mais recorrentes no mercado nacional,
variando apenas conforme os fatores que impactam em produtividade ou consumo. Cada
grupo temtico representado por meio de sua rvore de composies.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
29
Composies Auxiliares
Grupos criados com o intuito de representar a composio de custos de elementos
que sero empregados nos servios principais. Ainda no exemplo da alvenaria, a produo
de argamassa considerada composio auxiliar.
As composies auxiliares adequadas sero indicadas nos cadernos tcnicos dos
grupos de composies principais. As composies principais esto combinadas com as
auxiliares mais recorrentes em canteiros de obra, porm o oramentista poder fazer
combinao distinta, a depender das especificaes de cada projeto.
Composies de Custo Horrio de Equipamentos
Definem os custos de propriedade e uso dos equipamentos presentes no SINAPI. Para
cada equipamento sero criadas composies para os custos horrios produtivos (CHP) e
improdutivos (CHI), com base nas seguintes variveis:
a) Custo de aquisio do equipamento;
b) Vida til em anos (tempo de amortizao);
c) Seguros e impostos;
d) Horas trabalhadas por ano;
e) Depreciao;
f) Juros;
g) Custos de manuteno;
h) Custos de materiais na operao;
i) Custo de mo de obra na operao.
As composies que utilizam equipamentos apresentam os coeficientes produtivos e
improdutivos a serem considerados para a execuo de uma unidade do servio.
Maiores detalhes sobre as composies de custo horrio de equipamentos podem
ser encontrados no Anexo II deste Manual.
Composies de Custo Horrio de Mo de Obra
O SINAPI incorpora aos custos de mo de obra horista os Encargos Sociais
Complementares, por meio de composies de custo horrio de mo de obra. Essas
composies, alm do insumo principal o profissional representado em cada composio,
incluem os custos de alimentao, transporte urbano, equipamentos de proteo individual,
ferramentas, exames mdicos e seguros obrigatrios.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
30
Os custos so oriundos de exigncias estabelecidas nas convenes coletivas de cada
estado do pas, obtidos atravs de pesquisa de mercado e representados por insumos do
Banco Nacional.
Os encargos sociais complementares includos no SINAPI esto contemplados apenas
na mo de obra operria envolvida diretamente com a execuo dos servios, ou seja, a mo
de obra alocada dentro das composies de custo unitrio. Esses encargos devero ser
calculados e acrescentados pelo oramentista a toda mo de obra alocada na administrao
local, tais como engenheiros, encarregados, e demais profissionais tcnicos e
administrativos da obra.
As premissas e a memria de clculo das composies de Encargos Complementares
podem ser encontradas no Anexo IV deste Manual.
Composies de Transportes
Composies criadas para representar o esforo da mo de obra necessria, em
alguns casos equipamentos, para o transporte de materiais dentro do canteiro de obras.
Nos coeficientes das composies esto considerados os esforos do ciclo de
transporte (carregamento, ida, descarregamento e volta) e as improdutividades decorrentes
da falta de demanda pelo transporte (espera pela movimentao vertical e das paradas na
inicializao, finalizao e almoo).
Para a correta quantificao das composies de transporte deve ser observado que
a distncia descrita na composio se refere ao trajeto de ida (carregado), e que podem ser
apropriados diferentes percursos (Figura 6).
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
31
Figura 6: Distncias de transporte horizontal em obras: 1 distncia entre o fornecimento e o
estoque; 2- distncia entre o estoque e o processamento intermedirio; 3 distncia entre o
processamento intermedirio e o equipamento de transporte vertical; 4 distncia entre o estoque
e o equipamento de transporte vertical; 5 distncia entre o fornecimento e o transporte vertical
O transporte horizontal no pavimento de execuo no deve ser considerado por j
estar contemplado nas composies principais dos servios.
As composies de transporte somente devem ser utilizadas para distncias
superiores a 15 metros, pois o esforo para distncias inferiores est contemplado na
composio principal. As distncias representativas consideradas foram: acima de 15 at
30m, acima de 30 at 50m, acima de 50 at 75m e acima de 75 at 100m. O oramentista
poder utilizar outras distncias, conforme a caracterstica da obra em questo.
Destaca-se, visando a otimizao da movimentao do material, que recomendado
conceber a organizao do canteiro com apenas uma das distncias iguais ou superiores a
30m (trechos 1, 2 ou 3 da Figura 6).
As composies so apresentadas na unidade de medida em que o insumo utilizado
nas composies principais (ex: transporte de caixas de placas cermicas ser apresentado
em m de cermica). Algumas excees sero apresentadas nos cadernos tcnicos
especficos, j com as devidas converses (ex: transporte de areia a granel ser apresentado
em kg e utilizada em m nas composies finais).
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
32
importante salientar que as composies de transporte envolvendo pletes
consideram a unidade paletizada no carregamento e descarregamento. A unidade da
composio de servio permanece a mesma em que o insumo utilizado nas composies
principais.
O Caderno Tcnico do Grupo Transportes apresenta uma srie de consideraes
especficas para cada tipo de insumo a ser transportado. Desse modo, os cadernos tcnicos
de cada grupo de composies apresentam as opes para transporte adequadas ao caso.
Destaca-se ainda a orientao de que as composies de transporte horizontal
manual s devem ser utilizadas quando constatada a impossibilidade de se adotar outras
formas de transporte, conforme indicao apresentada nos respectivos Cadernos Tcnicos.
A forma de apropriar o custo de transporte de materiais em canteiro de obra uma
deciso do oramentista, que deve considerar a situao especfica em questo. Tem-se
algumas opes, dentre elas: (i) estimar o esforo de uma equipe dedicada ao transporte de
materiais de toda a obra e alocar esse custo em uma linha de planilha, com horas de
ajudante necessrias; (ii) empregar as composies de transporte de materiais do SINAPI
como composies auxiliares de servio e agreg-las dentro das composies de servio
(somar o custo do servio ao do transporte); (iii) empregar as composies de transporte de
materiais do SINAPI e apresent-las em linhas de planilha do oramento.
O dimensionamento do transporte de materiais em obra depende do arranjo do
canteiro, impedindo que seja incorporado s composies unitrias com o risco de se criar
referncias discrepantes da realidade de grande parte das obras.
Combinaes e kits de composies
Com o intuito de facilitar a utilizao das referncias do sistema, a CAIXA cria
combinaes entre servios principais e seus auxiliares, e prepara kits de composies de
servios principais usualmente observados em conjunto, levando em conta as situaes mais
representativas encontradas em campo durante a aferio.
Como exemplos de combinaes, podem ser citados os servios que utilizam
argamassa como composio auxiliar (contrapiso, alvenaria de vedao, chapisco, massa
nica, dentre outros). O SINAPI apresenta cada composio principal combinada a
composies auxiliares de argamassa, adequadas para o caso, e consideradas as mais
recorrentes no mercado. Como regra geral, so disponibilizadas combinaes com
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
33
argamassas do trao representativo preparadas manualmente, com preparo mecnico
(betoneira e misturador) alm da opo com argamassa industrializada.
Como tratado no item Composies Auxiliares, estaro disponibilizadas no SINAPI
as demais possibilidades de argamassas para cada grupo, com diferentes traos e formas de
preparo, e todas estaro indicadas nos cadernos tcnicos dos grupos das composies
principais, conforme exemplo a seguir, extrado do caderno tcnico do grupo Contrapiso:
As composies foram cadastradas com composies auxiliares de argamassa com
trao 1:4 por ser o mais recorrente no mercado, com opes em preparo manual ou
mecnico (betoneira e misturador de eixo horizontal), conforme Figura 7.
Adicionalmente, esto disponibilizadas no SINAPI as demais possibilidades de
argamassas para Contrapiso, com diferentes traos e formas de preparo (Figura 8).
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
34
Cdigo Servio Cimento Areia Equipamento
87301 Contrapiso 1,0 4,0 Betoneira 400 l
87343 Contrapiso 1,0 4,0 Misturador 300 kg
87373 Contrapiso 1,0 4,0 Manual
87386 Contrapiso Argamassa pronta Misturador 300 kg
87399 Contrapiso Argamassa pronta Manual
Figura 7: Composies auxiliares de argamassa no grupo Contrapiso
Cdigo Servio Cimento Areia Equipamento
87298 Contrapiso 1,0 3,0 Betoneira 400 l
87299 Contrapiso 1,0 3,0 Betoneira 600 l
87302 Contrapiso 1,0 4,0 Betoneira 600 l
87304 Contrapiso 1,0 5,0 Betoneira 400 l
87305 Contrapiso 1,0 5,0 Betoneira 600 l
87307 Contrapiso 1,0 6,0 Betoneira 400 l
87308 Contrapiso 1,0 6,0 Betoneira 600 l
87339 Contrapiso 1,0 3,0 Misturador 160 kg
87340 Contrapiso 1,0 3,0 Misturador 300 kg
87341 Contrapiso 1,0 3,0 Misturador 600 kg
87342 Contrapiso 1,0 4,0 Misturador 160 kg
87344 Contrapiso 1,0 4,0 Misturador 600 kg
87345 Contrapiso 1,0 5,0 Misturador 160 kg
87346 Contrapiso 1,0 5,0 Misturador 300 kg
87347 Contrapiso 1,0 5,0 Misturador 600 kg
87348 Contrapiso 1,0 6,0 Misturador 160 kg
87349 Contrapiso 1,0 6,0 Misturador 600 kg
87372 Contrapiso 1,0 3,0 Manual
87374 Contrapiso 1,0 5,0 Manual
87375 Contrapiso 1,0 6,0 Manual
01.SEDI.ARGA.107/01 Contrapiso Argamassa industrializada Misturador 160 kg
01.SEDI.ARGA.109/01 Contrapiso Argamassa industrializada Misturador 600 kg
Figura 8: Composies auxiliares de argamassa adicionais presentes no SINAPI
A argamassa utilizada no altera os coeficientes de produtividade do servio
CONTRAPISO. Conforme necessidade do oramentista no atendimento de particularidades
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
35
do projeto, obra, condicionantes locais, etc, as composies do grupo podem ser
combinadas a todas as composies de argamassas para contrapiso disponibilizadas no
SINAPI.
Os kits de composies so criados como selees pr-definidas de composies de
servios usualmente encontrados em conjunto nas obras, mesmo que executados em
tempos diferentes.
possvel destacar os kits de composies do grupo Louas e Metais, em que se
criam referncias com os diversos servios de mesmo padro de acabamento de forma
agrupada, selecionados como item nico, como no exemplo da composio 86945 (Figura 9),
que engloba bancada em granito, cuba de embutir, vlvula, sifo, engate flexvel e
misturador.
Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
02.INHI.ASLM.040/02 BANCADA DE GRANITO PRETO TIJUCA POLIDO 1,50 X 0,60 M, INCLUSO CUBA DE EMBUTIR DE AO INOXIDVEL MDIA, VLVULA TIPO AMERICANA, SIFO TIPO GARRAFA E ENGATE FLEXVEL 40CM EM METAL CROMADO E APARELHO MISTURADOR DE MESA, PADRO MDIO FORNECIMENTO E INSTALAO. AF_12/2013_P
UN Cdigo SIPCI
86945
Vigncia: 12/2013 ltima atualizao: 06/2014
COMPOSIO
Item Cdigo Descrio Unidade Coeficiente
C 86891 BANCADA DE GRANITO PRETO TIJUCA POLIDO PARA PIA DE COZINHA 1,50 X 0,60 M FORNECIMENTO E INSTALAO
UN 1,0000
C 86936
CUBA DE EMBUTIR DE AO INOXIDVEL MDIA, INCLUSO VLVULA TIPO AMERICANA E SIFO TIPO GARRAFA EM METAL CROMADO FORNECIMENTO E INSTALAO
UN 1,0000
C 86887 ENGATE FLEXVEL EM METAL CROMADO, 1/2" X 40CM FORNECIMENTO E INSTALAO
UN 2,0000
C 86908 APARELHO MISTURADOR DE MESA PARA PIA DE COZINHA, PADRO MDIO FORNECIMENTO E INSTALAO
UN 1,0000
Figura 9: Composio de bancada de granito com cuba e acessrios
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
36
Composio Representativa
Tambm com o intuito de racionalizar a utilizao das referncias do sistema, foram
criadas as Composies Representativas, que foram concebidas para os Grupos de
Composies Aferidas que exigem quantificao mais detalhada do servio, se comparada
com os modelos prvios aferio.
As Composies Representativas so referncias de simples utilizao, oriundas do
agrupamento ponderado de composies aferidas, e representam as tipologias de projetos
mais recorrentes.
Como exemplo apresenta-se, na Figura 10, a Composio Representativa para o
servio de alvenaria de vedao, concebida para edificao habitacional unifamiliar e
edificao pblica padro. Pode-se verificar que so devidamente ponderadas as quatro
diferentes composies unitrias que poderiam ser empregadas separadamente na
formao do oramento (que consideram os fatores presena ou no de vo e rea da
parede). Dessa forma, diferentes linhas de servio no oramento so unificadas em apenas
uma composio de referncia. Nesse exemplo, os coeficientes empregados foram obtidos a
partir da ponderao das composies unitrias aferidas para projetos de casas e edificaes
pblicas.
As Composies Representativas, assim como as demais aferidas, possuem um
Caderno Tcnico com as informaes necessrias para a compreenso e uso adequado da
referncia.
Sua disponibilizao pretende simplificar a etapa de quantificao dos servios, nos
casos em que o oramentista no dispe de informaes tcnicas suficientes para elaborar a
planilha oramentria no detalhe requerido pelas composies aferidas.
Observa-se que h sinalizao distinta (com descrio principal entre parnteses) e
publicao em Caderno Tcnico apartado das demais composies do grupo de servio,
aes que visam destac-las no Relatrio de Composies e dentro do Grupo de referncias
para o mesmo servio.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
37
Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
01.PARE.ALVE.043/01 (COMPOSIO REPRESENTATIVA) DO SERVIO DE ALVENARIA DE VEDAO DE BLOCOS VAZADOS DE CERMICA DE 9X19X19CM (ESPESSURA 9CM), PARA EDIFICAO HABITACIONAL UNIFAMILIAR (CASA) E EDIFICAO PBLICA PADRO. AF_11/2014
M2 Cdigo SIPCI
89168
Vigncia: 11/2014 ltima atualizao: 12/2014
COMPOSIO
Item Cdigo Descrio Unidade Coeficiente
C 87495
ALVENARIA DE VEDAO DE BLOCOS CERMICOS FURADOS NA HORIZONTAL DE 9X19X19CM (ESPESSURA 9CM) DE PAREDES COM REA LQUIDA MENOR QUE 6M SEM VOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA. AF_06/2014
M2 0,2334
C 87503
ALVENARIA DE VEDAO DE BLOCOS CERMICOS FURADOS NA HORIZONTAL DE 9X19X19CM (ESPESSURA 9CM) DE PAREDES COM REA LQUIDA MAIOR OU IGUAL A 6M SEM VOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA. AF_06/2014
M2 0,2028
C 87511
ALVENARIA DE VEDAO DE BLOCOS CERMICOS FURADOS NA HORIZONTAL DE 9X19X19CM (ESPESSURA 9CM) DE PAREDES COM REA LQUIDA MENOR QUE 6M COM VOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA. AF_06/2014
M2 0,2470
C 87519
ALVENARIA DE VEDAO DE BLOCOS CERMICOS FURADOS NA HORIZONTAL DE 9X19X19CM (ESPESSURA 9CM) DE PAREDES COM REA LQUIDA MAIOR OU IGUAL A 6M COM VOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA. AF_06/2014
M2 0,3168
Figura 10: Composio Representativa de Alvenaria de Vedao
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
38
3.2.6 Codificao
As composies aferidas do SINAPI possuem dois cdigos. O primeiro advindo do
processo de aferio, que identifica cada referncia de maneira estruturada. O segundo o
cdigo sequencial gerado automaticamente quando do cadastramento da composio no
sistema (cd. SIPCI), sendo esse o cdigo que figura nos relatrios mensais.
O primeiro cdigo apresentado da seguinte maneira:
N LOTE (XX). CLASSE. GRUPO.NUM(XXX)/ SEQUENCIAL (XX)
O nmero do lote (N LOTE) formado por dois algarismos referentes identificao
do lote ao qual est inserido o servio analisado. As composies foram divididas em trs
lotes:
Lote I (01): Habitao, Fundaes e Estruturas;
Lote II (02): Instalaes Hidrulicas e Eltricas Prediais e Redes de Distribuio de
Energia Eltrica;
Lote III (03): Saneamento e Infraestrutura Urbana
A classe separa as composies em 29 macroetapas, so elas:
ASTU: ASSENTAMENTO DE TUBOS E PECAS
CANT: CANTEIRO DE OBRAS
COBE: COBERTURA
CHOR: CUSTOS HORRIOS DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS
DROP: DRENAGEM/OBRAS DE CONTENO/POOS DE VISITA E CAIXAS
ESCO: ESCORAMENTO
ESQV: ESQUADRIAS/FERRAGENS/VIDROS
FOMA: FORNECIMENTO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
FUES: FUNDAES E ESTRUTURAS
IMPE: IMPERMEABILIZAES E PROTEES DIVERSAS
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
39
INEL: INSTALAO ELTRICA/ELETRIFICAO E ILUMINAO EXTERNA
INPR: INSTALAES DE PRODUO
INES: INSTALAES ESPECIAIS
INHI: INSTALAES HIDROSSANITRIAS
LIPR: LIGAES PREDIAIS GUA/ESGOTO/ENERGIA/TELEFONE
MOVT: MOVIMENTO DE TERRA
PARE: PAREDES/PAINEIS
PAVI: PAVIMENTAO
PINT: PINTURAS
PISO: PISOS
REVE: REVESTIMENTO E TRATAMENTO DE SUPERFCIES
SEDI: SERVIOS DIVERSOS
SEEM: SERVIOS EMPREITADOS
SEES: SERVIOS ESPECIAIS
SEOP: SERVIOS OPERACIONAIS
SERP: SERVIOS PRELIMINARES
SERT: SERVIOS TCNICOS
TRAN: TRANSPORTES, CARGAS E DESCARGAS
URBA: URBANIZAO
Para cada classe existe uma subdiviso em grupos para melhor enquadrar o servio
analisado.
O grupo representado por sigla da descrio principal do servio, com quatro letras.
Por exemplo, o servio de execuo de Revestimento Decorativo em Monocamada
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
40
MONOCAPA pertence ao grupo de sigla: RDMC, que significa Revestimento Decorativo
Monocamada.
O campo Num formado por trs algarismos, correspondente ao nmero da
composio em anlise para o grupo que foi aferido.
O sequencial formado por dois algarismos, iniciado em 01, que corresponde
numerao sequencial de combinaes entre a composio original e auxiliares. Exemplo
disso so as composies de chapisco com diferentes formas de execuo da argamassa.
Ambos os cdigos esto identificados em cada Caderno Tcnico, ao lado da descrio
da composio unitria aferida.
3.2.7 Nomenclatura e Status
Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
01.PARE.ALVE.006/01 ALVENARIA DE VEDAO DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO DE 19X19X39CM (ESPESSURA 19CM) DE PAREDES COM REA LQUIDA MAIOR OU IGUAL A 6M SEM VOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA. AF_06/2014
M Cdigo SIPCI
87457
Vigncia: 06/2014 ltima atualizao: 06/2014
9 x 19 x 39 cm
(espessura 9 cm)
rea lquida < 6 m
Bloco de concreto
Com vosSem vos
Bloco cermico com
furos na vertical
19 x 19 x 39 cm
(espessura 19 cm)
14 x 19 x 39 cm
(espessura 14 cm)
rea lquida 6 m
Preparo mecnicoPreparo manual
Figura 11: Composio de alvenaria de vedao e rvore de fatores
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
41
A descrio das composies aferidas apresenta a combinao dos fatores de cada
caso, ou seja, representa de forma escrita a mesma informao contida na rvore de
composies e seus fatores destacados, representada na Figura 11.
As composies aferidas so identificadas pela inscrio AF_XX/XXXX (sendo XX/XXXX
o ms e o ano de incio de vigncia da composio).
Existem no SINAPI trs status possveis para as composies aferidas, que variam de
acordo com a disponibilidade de preos de seus insumos do sistema.
Quando houver disponibilidade de preos para todos os insumos da composio,
ocorrer a publicao de seu caderno tcnico no stio da CAIXA e a referncia ir figurar nos
relatrios mensais publicados na internet. Nesta situao a composio receber a citada
inscrio AF_XX/XXXX e um Cdigo SIPCI, como a composio 87071 apresentada na
Figura 12.
Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
01.PISO.RGCP.001/01 CONTRAPISO EM ARGAMASSA TRAO 1:4 (CIMENTO E AREIA), PREPARO MECNICO COM BETONEIRA 400 L, APLICADO EM REAS SECAS MENORES QUE 10M SOBRE LAJE, ADERIDO, ESPESSURA 2CM, ACABAMENTO REFORADO. AF_06/2014
M Cdigo SIPCI
87071
Vigncia: 06/2014 ltima atualizao: 06/2014
Figura 12: Composio de contrapiso em argamassa trao 1:4, espessura 2 cm
Quando no houver disponibilidade de preo para algum insumo da composio, a
CAIXA ir divulgar seu Caderno Tcnico, porm a composio no aparecer nos relatrios
mensais, pois no ser possvel gerar preo. A referncia vlida e poder ser utilizada,
bastando a coleta de preo pontual para o insumo faltante. Como na Figura 13 abaixo, a
descrio da composio neste caso recebe a inscrio AF_XX/XXXX, porm no campo
Cdigo SIPCI aparecer XXXXX, indicando que a composio no est ativa no sistema. Assim
que o insumo faltante passar a figurar na coleta regular, a composio ser ativada,
integrar o relatrio de preos, receber um cdigo SIPCI e seu caderno tcnico ser
republicado alterando-se a data de ltima atualizao.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
42
Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
01.PISO.RGCP.002/05 CONTRAPISO EM ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA, PREPARO MANUAL, APLICADO EM REAS SECAS MENORES QUE 10M SOBRE LAJE, ADERIDO, ESPESSURA 2CM, ACABAMENTO NO REFORADO. AF_06/2014
M Cdigo SIPCI
XXXXX
Vigncia: 06/2014 ltima atualizao: 06/2014
Figura 13: Composio de contrapiso em argamassa industrializada, espessura 2 cm
Uma terceira possibilidade a existncia de composio com pendncia. Significa
dizer que no h disponibilidade de preos para algum de seus insumos, mas a composio
ser ativada. Esse processo pode ocorrer por duas razes distintas: ou o insumo faltante no
tem representatividade no preo unitrio da composio e estar indicado apenas no
Caderno Tcnico, ou a CAIXA realizou substituio por algum insumo que possua utilizao e
preo similar ao indicado na aferio.
Essas composies recebem a inscrio AF_XX/XXXX_P, os insumos faltantes so
identificados com asterisco (*) e as pendncias so claramente descritas no Caderno
Tcnico, conforme extrato do caderno tcnico da composio 89355 (instalao de gua
fria), apresentado na pgina seguinte.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
43
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade
02.INHI.AGFR.001 TUBO, PVC, SOLDVEL, DN 20MM, INSTALADO EM RAMAL OU SUB-RAMAL DE GUA FORNECIMENTO E INSTALAO. AF_12/2014_P
M Cdigo SIPCI
89355
Vigncia: 12/2014 ltima atualizao: 12/2014
COMPOSIO
Item Cdigo Descrio Unidade Coeficiente
C 88267 ENCANADOR OU BOMBEIRO HIDRULICO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES
H 0,3190
C 88248 AUXILIAR DE ENCANADOR OU BOMBEIRO HIDRULICO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES
H 0,3190
I 9867 TUBO, PVC, SOLDVEL, DN 20 MM, PARA GUA FRIA
M 1,0610
I * LIXA D`GUA N 100 P/ PVC 225x275MM UN 0,1060
8. Pendncias
Como no h preo coletado para a LIXA DGUA N 100 PARA PVC, 225 X 275 MM, houve substituio pelo insumo INX 3767 LIXA EM FOLHA PARA PAREDE OU MADEIRA, NMERO 120 (COR VERMELHA). Foi considerado o mesmo coeficiente.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As composies com pendncias so criadas por se considerar mais efetivas as
referncias com publicao mensal de preos. Porm, critrio do oramentista, podem ser
utilizadas como referncia alternativa as composies com itens sem preo..
4. RECURSOS
Toda a produo do SINAPI disponibilizada na internet, no endereo
http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-publico/sinapi. Nesse endereo, esto
disponveis verses digitais mais atuais dos seguintes produtos e informaes:
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
44
Relatrios de Insumos, preos com e sem desonerao, para as 27 capitais dos
Estados e Distrito Federal;
Relatrios de Composies Sintticas, preos com e sem desonerao, para as 27
capitais dos Estados e Distrito Federal;
Catlogos de Composies Analticas;
Cadernos Tcnicos de composies aferidas disponibilizados em Consulta Pblica;
Cadernos Tcnicos das Composies Aferidas vigentes, para os Lotes 1, 2 e 3;
Relao de Composies Aferidas;
Relatrio de Composies Alteradas;
Planilhas de Encargos Sociais, com e sem desonerao, para as 27 capitais dos
Estados e Distrito Federal;
Informaes para realizao de convnios entre a CAIXA e Instituies Pblicas
para acesso ao SIPCI;
Manual de Metodologias e Conceitos do SINAPI.
SINAPI - Manual de Metodologias e Conceitos
45
5. BIBLIOGRAFIA
Acrdo N 1.736/2007 TCU Plenrio
Acrdo N 2.622/ 2013 TCU Plenrio
BAETA, Andr P. Oramento e Controle de Preos de Obras Pblicas. Ed. Pini, 2012.
Decreto Presidencial N 7.983/2013 - Estabelece regras e critrios para elaborao do
oramento de referncia de obras e servios de engenharia, contratados e
executados com recursos dos oramentos da Unio, e d outras providncias.
Lei 5.194/1966 - Regula o exerccio das profisses de Engenheiro, Arquiteto e
Engenheiro-Agrnomo, e d outras providncias.
Lei 6.496/1977 Institui a "Anotao de Responsabilidade Tcnica" na prestao de
servios de engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criao, pelo
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, de uma Mtua
de Assistncia Profissional; e d outras providncias.
Lei 8.666/1993 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal, institui
normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras
providncias.
Lei 12.378/2010 - Regulamenta o exerccio da Arquitetura e Urbanismo; cria o
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os Conselhos de
Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal - CAUs; e d outras
providncias.
MATTOS, Aldo Drea. Como Preparar Oramentos de Obras. Ed. Pini, 2006.
6. ANEXOS
Anexo I Aferio
Anexo II Custos Horrios de Equipamentos
Anexo III Encargos Sociais
Anexo IV Encargos Sociais Complementares
SINAPI
SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E NDICES
DA CONSTRUO CIVIL
Verso: 003
Vigncia: 12/2013
ltima Atualizao: 02/2015
ANEXO I
Aferio
SUMRIO - ANEXO I - AFERIO
1. Aspectos Gerais ..................................................................................................................48 2. Fatores que Influenciam os Coeficientes Aferidos .............................................................48 3. Princpios para Anlise da Produtividade da Mo de Obra ................................................49 4. Princpios para Anlise do Consumo Unitrio / Perdas de Materiais .................................51 5. Princpios para Anlise da Eficincia dos Equipamentos ....................................................52 6. Etapas do Processo de Aferio ..........................................................................................53
Anexo I Aferio
48
ANEXO I METODOLOGIA DE AFERIO DO SINAPI
Como tratado anteriormente, aferir composies significa dimensionar
produtividades de mo de obra e equipamentos, alm de consumos e perdas de materiais
envolvidos na execuo dos diversos servios da construo civil.
No caso do SINAPI, esse dimensionamento realizado por meio da metodologia
descrita a seguir e com base, preferencialmente, em dados obtidos em medies em obras.
1. ASPECTOS GERAIS
O clculo da produtividade fundamentado em abordagem denominada modelo de
entradas-sadas, no qual a produtividade considerada como a eficincia em transformar
recursos fsicos - materiais, mo de obra e equipamentos - em servios (Figura 1).
Figura 1: Representao da definio de produtividade
Deste modo, a aferio de uma composio deve apresentar os valores medidos de
produtividade para os diferentes recursos que participam de um servio, quais sejam: mo
de obra, materiais e equipamentos.
2. FATORES QUE INFLUENCIAM OS COEFICIENTES AFERIDOS
Anexo I Aferio
49
Os fatores que influenciam tanto o consumo de materiais quanto a produtividade da
mo de obra e dos equipamentos podem ser associados a:
- PRODUTO: relacionado ao tipo de servio a ser medido, s especificaes exigidas e
detalhes de projeto que influenciam o esforo necessrio para sua execuo e as perdas a
ele associadas. Por exemplo: no caso de revestimento cermico, o assentamento de placas
grandes em ambientes pequenos tende a ocasionar perdas maiores devido necessidade de
maior nmero de cortes nas peas;
- PROCESSO: relacionado ao processo de execuo de um dado servio. Por exemplo:
no caso de assentamento de blocos estruturais de concreto, a utilizao da ferramenta
palheta ou bisnaga pode levar a uma perda menor de material e melhor produtividade que a
utilizao de colher de pedreiro.
3. PRINCPIOS PARA ANLISE DA PRODUTIVIDADE DA MO DE OBRA
No caso de mo de obra, a eficincia decorre da relao entre o esforo empregado
(Hh Homem hora) e o resultado obtido (Qs Quantidade de servio), chamada de RUP
Razo Unitria de Produo, dado pela frmula da Figura 2.
Figura 2: Frmula para clculo da Razo Unitria de Produo (RUP).
A produtividade extrada deste indicador relaciona o esforo despendido com a
quantidade produzida. Quando este indicador refere-se ao esforo despendido e ao servio
produzido durante em um dia de trabalho, tem-se a RUP diria.
No setor da construo, a RUP diria tipicamente apresenta grandes variaes,
exigindo que os servios sejam observados em uma sequncia de dias. A partir do conjunto
Anexo I Aferio
50
de dados obtidos, em um determinado perodo, calculada a RUP cumulativa, que
representa uma medida de tendncia central das observaes dirias.
Para a devida apropriao da parcela de tempo improdutivo necessrio e inerente ao
servio, e excluso do tempo ocioso que no deve ser contemplado nos coeficientes,
empregam-se os conceitos de RUP diria, RUP cumulativa e RUP potencial.
A RUP cumulativa, assim como a diria, apresenta parcela incorporada de tempos
improdutivos e parte dos ociosos. Para extrair a parcela oriunda de ociosidade, realizada a
anlise da relao entre a RUP cumulativa e a RUP potencial. A RUP potencial representa
uma produtividade de bom desempenho possvel de ser alcanada, sendo calculada a partir
das melhores RUP dirias, embora de difcil constncia por vrios dias seguidos (ver Figura
3).
O grfico a seguir apresenta as diferentes RUPs de um servio hipottico, medido em
m, para o qual so analisados, durante 15 dias em uma obra, o esforo empregado (Hh) e a
quantidade de servio executada (Qs).
No processo de aferio cada servio observado em diversas obras, o que torna
possvel reunir grande massa de dados objetivando extrair um coeficiente mdio
representativo da quantidade de tempo necessria para a execuo do servio, conforme
cada uma das combinaes dos fatores impactantes da produtividade (rvore). Dessa anlise
relativa se obtm a RUP apropriada, indicador entre a RUP potencial e a RUP cumulativa,
para representar a amostra de obras coletadas.
Figura 3: Grfico mostrando a RUP diria, cumulativa e potencial.
Anexo I Aferio
51
4. PRINCPIOS PARA ANLISE DO CONSUMO UNITRIO / PERDAS DE MATERIAIS
No clculo da eficincia na utilizao de materiais CUM (Consumo Unitrio de
Materiais) - necessrio o estudo de dois conceitos: Quantidade de material Terica e Real.
A quantidade terica obtida de maneira direta, ou seja, resulta do clculo da quantidade
de materiais teoricamente necessria para uma execuo sem ineficincia ou produo de
resduos. A Quantidade real contempla, alm da terica, as perdas decorrentes dos
processos de produo (Figura 4).
Figura 4: Frmula para clculo do consumo e perda de materiais
As perdas so tudo aquilo que se consome de materiais a mais que o teoricamente
necessrio, e podem ser classificadas de acordo com o momento de sua incidncia: no ato
do recebimento, na estocagem, no processamento intermedirio e no processamento final,
alm daquelas ocorridas nos transportes internos.
Quanto sua natureza, as perdas podem ser em forma de entulho e incorporada,
alm das perdas por roubo. As duas primeiras so inerentes ao processo de produo, visto
que no economicamente vivel a execuo de obras sem a considerao de perdas.
Apenas esta ltima no foi contemplada nas composies aferidas, visto que decorrente
da deficincia na gesto/segurana do canteiro.
Anexo I Aferio
52
Como exemplo de perda incorporada, tem-se o emprego de material em quantidade
superior ao previsto em projeto por pequenas imprecises de execuo da pea (folgas nas
formas), ou necessidade de correo de desnvel, ou laje que recebe o contrapiso (Figura 5).
Figura 5: Incorporao adicional de argamassa no contrapiso
5. PRINCPIOS PARA ANLISE DA EFICINCIA DOS EQUIPAMENTOS
De forma similar ao clculo da eficincia no emprego de mo de obra, a
produtividade de equipamentos decorre da relao entre as horas de equipamento
empregadas (h.Eq hora Equipamento) e o resultado obtido (Qs Quantidade de servio),
chamada de EfE Eficincia de Equipamento (Figura 6).
Figura 6: Frmula para clculo da eficincia de equipamentos
A determinao dos coeficientes de equipamentos obtida a partir do levantamento
em campo dos tempos representativos de diferentes situaes: (i) pleno funcionamento, (ii)
envolvido com o processo (funcionamento parcial), e (iii) disponvel para o trabalho (sem
funcionamento). As composies do SINAPI de CHP Custo Horrio Produtivo - apropriam os
tempos do equipamento em funcionamento (i) e (ii),enquanto que as de CHI Custo Horrio
Improdutivo - apropriam os tempos sem funcionamento (iii).
Anexo I Aferio
53
Quando o equipamento faz parte de um conjunto, no qual h interdependncia entre
dois ou mais equipamentos para a execuo do servio, os coeficientes so calculados
considerando-se que aquele equipamento de menor eficincia limita a produtividade do
conjunto.
A produtividade dos equipamentos leva em conta o tempo necessrio para
preparao e desmobilizao das equipes envolvidas no incio e fim de cada etapa de
trabalho, e ainda os tempos necessrios para manuteno dos equipamentos, perodos em
que o trabalho efetivamente no ocorre, atravs de um fator (FTT - Fator de Tempo de
Trabalho), cujo resultado de 80%, alterando, desta forma, as eficincias avaliadas.
O FTT oriundo de medies em campo e empregado para apropriar o tempo
produtivo (CHP) e o tempo improdutivo (CHI) dos equipamentos envolvidos no servio.
As composies aferidas buscam retratar a realidade encontrada em campo, em
obras urbanas, e consideram os tipos e modelos de equipamentos encontrados com maior
frequncia na execuo de cada servio.
6. ETAPAS DO PROCESSO DE AFERIO
Todas as composies aferidas so publicadas para Consulta Pblica no endereo
http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-publico/sinapi. As publicaes so
disponibilizadas por 60 dias aps a incluso de cada grupo de servio, permitindo que todos
os usurios, rgos de governo (contratantes), contratados (setor produtivo), oramentistas
e rgos de controle agreguem suas contribuies.
O processo de Consulta Pblica visa a garantia de transparncia e envolvimento da
comunidade tcnica na construo de um sistema nacional de referncia que contribua para
melhoria do processo de oramentao e contratao de obras pblicas em todo o pas.
Aps o trmino do prazo da consulta, a CAIXA incorpora as contribuies e publica as
composies em conjunto com seus cadernos tcnicos como referncias vigentes do banco
SINAPI. Devido incorporao das contribuies, em alguns casos os cadernos tcnicos das
composies vigentes apresentam modificaes em relao queles disponibilizados em
Consulta Pblica. Quando houver alteraes significativas de critrios e/ou coeficientes, as
Anexo I Aferio
54
composies sero novamente submetidos a consulta pblica antes de serem incorporadas
ao SINAPI.
SINAPI
SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E NDICES
DA CONSTRUO CIVIL
Verso: 003
Vigncia: 01/2014
ltima Atualizao: 10/2014
ANEXO II
Custos Horrios de Equipamentos
SUMRIO - ANEXO II - CUSTOS HORRIOS DE EQUIPAMENTOS
1. Introduo ........................................................................................................................ 57 2. Custo Horrio dos Equipamentos .................................................................................... 58 3. Vida til dos Equipamentos (VU) ...............