Post on 29-Sep-2018
MANEJO SANITÁRIO DE OVINOS
Prof. Paulo Francisco DominguesFaculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP – Botucatu
Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública
I ENCONTRO DE CRIADORES DE OVINOS DA REGIÃO DE ARARAQUARA
I SEMINÁRIO DE OVINOCULTURA- FEPAGRI -
2006
HOMEM
RATOS E INSETOS
MICRORGANISMOS E PARASITOS
OUTROS ANIMAIS
SOLO E PASTAGENS
ALIMENTOS
ÁGUA
TEMPERATURA E UMIDADE
O ANIMAL E O MEIO AMBIENTE
Procedimentos preventivos
Procedimentos curativos
Calendário zoosanitário
Manejo Sanitário(Manejo de Saúde Animal)
Manejo Sanitário
• OVELHAS GESTANTES/PARTO
• CUIDADOS COM OS RECÉM-NASCIDOS
• INSTALAÇÕES
• PRINCIPAIS ENFERMIDADES
Vacina contra clostridioses
Ovelhas lanadas: cascarreio e desolhe
OVELHAS GESTANTES
Gestação: 155 dias
CLOSTRIDIOSES
Clostrídeos invasores de tecidos:1. Manqueira (Carbúnculo Sintomático)-C.chauvoei2. Edema Malígno – C.sordelli, C.septicum3. Gangrena Gasosa – C.septicum4. Hepatite Necrótica Infecciosa – C.novyi Tipo B5. Hemoglobinúria Bacilar – C.haemolyticum
Clostrídeos produtores de toxinas:1. Enterotoxemia – C.perfringens Tipo D2. Tétano – C.tetani3. Botulismo – C.botulinum
(Clostridium sp)
OVELHAS GESTANTES/PARTO
PIQUETE/PASTO MATERNIDADE
CUIDADOS NA PARIÇÃO
piquete ou instalação de fácil vigilância
Fase de Expulsão: 1 a 4 horas (intervalo de 30 minutos entre cordeiros)
Fonte: University of Cornell
COLOSTRO
CUIDADOS COM OS RECÉM-NASCIDOS
IMPORTÂNCIA: Nutricional e ImunológicaMORTALIDADE DE CORDEIROS
CRÍTICO: 3 PRIMEIROS DIAS DE VIDA
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
Acondicionado em frascos plásticos.
Antes de oferecer ao cordeiro, aquecer a temperatura de 50°C.
Oferecer cerca de 150ml, três vezes ao dia.
Armazenamento do colostro:7 dias: 4°C (temperatura de geladeira)6 meses: –10°C a -20°C (congelado)
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
DESINFECÇÃO DO UMBIGO
Álcool iodado a 5%
Solução de iodo (tintura de iodo) a 10%:
Iodo ressublimado – 100 g
Iodeto de potássio - 60 g
Água destilada (ou água potável) – 50 mL
Álcool absoluto – 950 mL
Solução de álcool iodado a 5%:
Tintura de iodo a 10% – 500 mL
Álcool comum – 500 mL
INSTALAÇÕES
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
Foto: Prof. Paulo Francisco DominguesFoto: Prof. Paulo Francisco Domingues
CENTRO DE MANEJO
Altura: 90 cm
30 cm
6 a 12 m
60 cm
Tronco de contenção
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
PRINCIPAIS DOENÇAS DOS OVINOSDoenças causadas por vírus
Febre aftosa
Raiva
Maedi-Visna
Ectima contagioso
Doenças causadas por bactérias
Linfadenite caseosa
Ceratoconjuntivite infecciosa
Tétano
Salmonelose
Mastite
Pododermatite (Foot-rot, Podridão dos cascos)
Colibacilose
Enterotoxemia
Brucelose (Epididimite ovina)
Pasteurelose
Manqueira (Carbúnculo sintomático) – “Clostridioses”
Doenças causadas por endoparasitasVerminoseCoccidiose (Eimeriose)
Doenças causadas por ectoparasitasSarnaPiolhosMiíases (bicheira)
PRINCIPAIS DOENÇAS DOS OVINOS
Linfadenite CaseosaDoença contagiosa crônica de ovinos e caprinos
caracterizada por abscessos nos linfonodos superficiais uni e bilateral (órgãos internos).
Etiologia: Corynebacterium pseudotuberculosisComo adoece?
contato com pus de animais doentes, alimento, água ou instalações contaminados.
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
Localização dos linfonodos
(submaxilares, pré-escapulares, pré-femorais, supramamários, mesentéricos, mediastínicos)
Sintomas: aumento dos linfonodos (caroços).
Condenação de carcaças
Fígado
Linklater & Smith (1993) – Diseases and disorders of the sheep and goat.
Prejuízos
Rim
Drenagem do pus - abscesso
Tratamento (Tópico):
1. Tirar os pêlos da região com uma lâmina de barbear;
2. Anti-sepsia: álcool iodado a 5% (1 parte de tintura de iodo a 10% e 1 parte de álcool 70%);
3. Fazer o corte na parte mais baixa do abscesso;
4. Pressionar o abscesso com o uso de luvas ou saco plástico;
5. Limpar internamente com uma gaze ou algodão enrolado em uma pinça ou pedaço de madeira;
6. Aplicar solução de iodo a 10% interna e externamente;
7. Queimar e enterrar o material purulento (pus);
8. Desinfetar os instrumentos utilizados (álcool iodado).
Vacinação
Higiene/DesinfecçãoIsolamento e tratamento dos animais doentesDescarteFômitesTrânsito de animais (exposição, feiras, coberturas)
Controle:
CERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSACERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSA
DefiniDefiniçção:ão:enfermidade infecto-contagiosa
bovinos, ovinos e caprinos
reação inflamatória de caráter agudo, subagudo ou crônico da conjuntiva
uni ou bilateral
lacrimejamento intenso (epífora)
ceratite
CERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSA
Córnea edematosa e opacaInchaço da conjuntiva
Linklater & Smith (1993) – Diseases and disorders of the sheep and goat.
Etiologia: Branhamella ovis (Moraxella ovis)Mycoplasma spp, Chlamydophila spp, Moraxella bovis, Staphylococcus aureus.
CERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSA
Mycoplasma conjunctivaeFonte de infecção
Linklater & Smith (1993) – Diseases and disorders of the sheep and goat.
Secreção
FATORES PREDISPONENTESFATORES PREDISPONENTES
Traumatismos ocularesTraumatismos oculares
ProliferaProliferaçção de moscasão de moscas
Raios solaresRaios solares
GenGenééticos (pigmentaticos (pigmentaçção ocular)ão ocular)
Pastos altosPastos altos
VentoVento
Poeira (estradas, estPoeira (estradas, estáábulos, bulos, trituradorestrituradores de capim)de capim)
Hipovitaminose AHipovitaminose A
Confinamento / ambientes fechadosConfinamento / ambientes fechados
Mão (tosquia) / cordaMão (tosquia) / corda
EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA
Animais sadios podem albergar os agentes na secreção ocular e conjuntiva
TRANSMISSÃO:TRANSMISSÃO:
Contato direto
Moscas
Contaminação ambiental / aerossóis: poeira, feno, rações, sementes, cama dos animais.
EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA
DistribuiDistribuiçção:ão: mundial
Ocorrência:Ocorrência: maior nos meses mais secos do ano e em períodos de alta proliferação de moscas.
Musca domestica
Musca autumnalis
SINAIS CLSINAIS CLÍÍNICOSNICOS (uni ou bilaterais)(uni ou bilaterais)
Hiperemia e congestão de conjuntiva
Lacrimejamento
Fotofobia
Opacidade corneana (parcial ou completa)
Úlceras
Cegueira
Hiperemia e Hiperemia e congestão de congestão de conjuntivaconjuntiva
Lacrimejamento
Fotofobia
Opacidade corneana (parcial ou completa)
Úlceras
Cegueira
Diagnóstico• Sinais clínicos• Exame microbiológico
CERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSA
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
TRATAMENTOTRATAMENTOParenteral
Oxitetraciclina (20 mg/Kg) – IM (LA)
Brasil:
Tetraciclina (10 mg/Kg, 12 horas, IV, 10 dias)
Outros:
Cloxacilina benzatina, estreptomicina, gentamicina, tilosina, eritromicina, cefalosporinas
(região subconjuntival)
Tópico (pomadas)
Neomicina
Cirúrgico (graves): sutura de terceira pálpebra
CONTROLE/PROFILAXIACONTROLE/PROFILAXIA
Controle de moscas;
Diminuir poeira em estábulos;
Isolar e tratar animais doentes;
Sombreamento;
Evitar ambientes excessivamente fechados;
Evitar pastos altos;
Evitar presença de aves (silvestres) e gatos.
Vacinação: Bacterina comercial
Moraxella bovis (15 fímbrias)
IndicaIndicaçção (ovinos/caprinos):ão (ovinos/caprinos):
2 ml
Animais acima de 4 meses. Reforço com 21 a 30 dias. Revacinações semestrais ou anuais.
Auto-vacina (autógena)
CONTROLE/PROFILAXIACONTROLE/PROFILAXIA
PODODERMATITE
(Foot-rot, Podridão dos cascos)
• Contagiosa
• Crônica
• Necrosante
• Afeta a epiderme interdigital e matriz do casco
• Manqueira
Foto: Prof. Paulo Francisco Domingues
Etiologia:• Dichelobacter nodosus (Bacteroides nodosus)
• Fusobacterium necrophorum – invasão inicial e superficial – lesão leve da epiderme.
Maior ocorrência: período das chuvas.
PODODERMATITE
Sinais clínicos:• Manqueira• Perda de peso
• Casos graves: lesões nos cascos dos membros anteriores – pastejo ajoelhado.
Fonte: Rodrigues et al. (2001) - Rev. Educação Continuada, v.4, p.12-18.
Fonte: Linklater & Smith (1993) – Diseases and disorders of the sheep and goat.
Fonte: Linklater & Smith (1993) – Diseases and disorders of the sheep and goat.
Necrose
Casco: caindo, perda
Controle da Podridão dos Cascos:• Exame minucioso e apara de cascos
(casqueamento)• Após o exame – dividir em dois grupos:a) Grupo infectadob) Grupo não infectado (sadio)
Foto: Prof. Paulo Francisco DominguesFoto: Prof. Paulo Francisco Domingues
Grupo sadio:pedilúvio –pastagem livre de ovinos por 14 dias ou mais.
Grupo infectado:pedilúvio 1 vez/semana, durante 4 semanas + isolamento
Fonte: Rodrigues et al. (2001) - Rev. Educação Continuada, v.4, p.12-18.
Manter os animais em local seco por
2 horas após passagem no
pedilúvio.Preventivo: 1 a 2 vezes ao ano.
Soluções indicadas para pedilúvio:• Formol a 5%• Sulfato de zinco a 10%• Sulfato de cobre a 5%
Antibiótico (Florfenicol ou tetraciclina + pedilúvio aumenta a eficácia do tratamento para 90%).
Vacinação
VERMINOSE
•Ação hematófaga: anemia e hipoproteinemiaUm parasita: consome 0,05ml de sangue/dia – L4 e adultosInfecções graves: 6% a 25% de perda de hemácias/dia• Contaminação das pastagens: fêmea=5.000 ovos/dia
Haemonchus spp
Haemonchus
VERMINOSEControle:• Anti-helmínticos (exclusivamente)• Anti-helmínticos + manejo = redução do no de larvas nas pastagens• Método Famacha: exame da mucosa ocular
Aplicação de anti-helmínticos:• Dosificações estratégicas• Dosificações táticas: fatores climáticos• Dosificações curativas: sinais clínicos
Dosificações estratégicas
Cordeiros: no desmame:• Largo espectro ou closantel ou disofenol• Avermectinas, milbemicinas.Dosificar 60 dias após o desmame.• Monitoramento mensal OPG: 10% dos animais do rebanho.
• Ovelhas: no desmame + no Pré-acasalamento + no pré-parto (30/40 dias antes do parto).
VERMINOSE• Ovelhas no pré-parto e cordeiros desmamados –colocar em pastagens livres de vermes – pastejadas por bovinos adultos – por 4 meses ou restevas.
Avaliar: resistência aos anti-helmínticos.
Pastejo consorciado
Fonte: Rev. Globo Rural
Serviços J F M A M J J A S O N D Observações
Vacina/clostridioses (enterotoxemia, manqueira e gangrena gasosa)
X X X X X X X X Fêmeas gestantes: 1 mês antes do parto.Cordeiros: 15 dias pré e 15 dias pós-desmame.
Parição X X X X X X X X
Tosquia (tosa ou esquila) X X X Todo o rebanho
Banho/ectoparasitas Todo o rebanho, 1 mês após a tosquia.
Controle de verminose (OPG ou vermifugação/desverminação)
X X X X X X X X X X X X Exame de fezes (OPG) e/ou controle estratégico
Aparar cascos e tratamento contra foot-rot X X X X X X X Pedilúvio: formol a 5% ou sulfato de zinco a 10%.
Tosquia da lã do úbere, olhos e entrepernas(cascarreio e desolhe)
Antes do parto, para facilitar o aleitamento.
Desmame No máximo aos 4 meses de idade.
Vacinas: Febre aftosa, Raiva, Linfadenite caseosa, Foot-rot, Ceratoconjuntivite.
Seguir a recomendação oficial (MAPA) e/ou de acordo com a necessidade.
CALENDÁRIO ZOOSANITÁRIO