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8. Equilíbrio Geral8.4. Ciclos Económicos
© Álvaro Almeida, Maio de 2007
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
A. Identificação dos ciclos económicos
Fig. 8.4.1: Portugal, PIB trimestral a preços de 2000Milhões de euros
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
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2000
2001
2002
2003
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2005
2006
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
Fig. 8.4.2: Portugal, Output gap, dados trimestraisEm percentagem do PIB natural
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
1978
1979
1980
1981
1982
1983
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1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
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1999
2000
2001
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2003
2004
2005
2006
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
Fig. 8.4.3: Portugal, PIB anual a preços de 2000Milhões de euros
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
110000
120000
130000
140000
1971 1976 1981 1986 1991 1996 2001 2006
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
Fig. 8.4.4: Portugal, Crescimento do PIB e Output gapDados anuais
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
1971 1974 1977 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004
Taxa de crescimento do PIB (%) Output gap (%)
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
A. Identificação dos ciclos económicos (cont.)
Metodologias de estimação do output gap:
estimação do PIB potencial através de métodos econométricos
detrending, através de métodos estatísticos
Ciclo económico: período entre dois picos do output gap
Problemas na identificação dos ciclos económicos:
diferentes métodos podem produzir diferentes resultados, e não há um método que universalmente seja aceite como superior aos outros;
os métodos utilizados funcionam melhor quando existe informação “sobre o futuro”, isto é, quando são utilizados para estimar o PIB potencial de há uns anos atrás
o output gap varia muito de trimestre para trimestre, pelo que pode não ser claro definir quando termina uma expansão ou recessão
é muito difícil identificar os ciclos económicos em tempo real
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
Fig. 8.4.5: Zona Euro, ciclos económicosIndice calculado pelo CEPR
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
A. Identificação dos ciclos económicos (cont.)
Cada ciclo económico é definido por uma recessão
Critérios para identificar uma recessão:
NBER: a economia encontra-se em recessão quando o PIB cai por dois trimestres consecutivos, e o vale é o trimestre que precede dois trimestres consecutivos de crescimento do PIB
CEPR: recessão é um período prolongado de queda do output gap, sendo o vale o trimestre final da recessão
Burda & Wyplosz: uma recessão é um período em que o output gap énegativo durante quatro trimestres consecutivos, pelo menos, e no qual ocorreram pelo menos dois trimestres de crescimento negativo; o vale corresponde ao trimestre em que o output gap foi mais baixo durante esse período, e o pico é o trimestre em que o output gap foi mais alto entre dois vales
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
B. Duração dos ciclos económicos
Características dos ciclos económicos, 1963-2002
UK França Alemanha ItáliaNº de ciclos completos 4 3 5 5Duração média (trim) 21,5 28,0 19,0 20,2Duração máxima 25 38 27 40Duração mínima 19 14 11 10
Japão EUA PortugalNº de ciclos completos 2 4 3Duração média (trim) 46,5 31,3 35,7Duração máxima 73 42 46Duração mínima 20 17 24
nas economias avançadas, o crescimento do PIB flutua em ciclos recorrentes mas irregulares, sendo a duração média dos ciclos entre cinco a dez anos
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
Fig. 8.4.6: Diagrama de Burns-Mitchell para o PIBG7+Espanha, 1963-2002
0.84
0.88
0.92
0.96
1.00
1.04
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
Fig. 8.4.7: Diagrama de Burns-Mitchell para o PIBPortugal, 1978-2004
0,92
0,94
0,96
0,98
1,00
1,02
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
8.4.1. Factos sobre ciclos econ8.4.1. Factos sobre ciclos econóómicosmicos
C. Magnitude dos ciclos económicos
relativamente ao PIB natural e ao processo de crescimento, a amplitude dos ciclos económicos é pequena
D. Teorias explicativas dos ciclos económicos: economias tendem para o equilíbrio de longo prazo acontecimentos aleatórios (choques ou impulsos) podem afastar a
economia desse equilíbrio mecanismo de propagação dos choques pode implicar que o
retorno ao equilíbrio de longo prazo se faça de forma mais ou menos rápida, ou com mais ou menos flutuações
diferentes teorias distinguem-se pelo tipo de choques que identificam como mais relevantes, e por diferentes mecanismos de propagação
8.4.2. Ciclos econ8.4.2. Ciclos econóómicos com rigidez nominalmicos com rigidez nominal
A. Pressuposto: existe rigidez nominal, do tipo implícito no modelo AS/AD (ou da sua extensão SP/DG)
B. Natureza dos choques:
choques da procura: qualquer alteração de uma variável exógena que altere a posição da curva AD (DG) [AD=C(Y,t,Ye,Ωo,r)+I(∆Y,q,r)+G+NX(Yf,Y,e’,Pf,P)]
aumentos da confiança de consumidores e empresários (Ye, q)
aumentos da procura externa (Yf)
alterações da política monetária (M) ou orçamental (G,t)
choques da oferta: qualquer alteração de uma variável exógena que altere a posição da curva AS (SP)
fenómenos naturais que afectem a produção
aumentos dos preços das matérias-primas (petróleo)
alterações da função de produção (aumentos de produtividade)
8.4.2. Ciclos econ8.4.2. Ciclos econóómicos com rigidez nominalmicos com rigidez nominal
C. Mecanismo de propagação (choque da procura)
8.4.2. Ciclos econ8.4.2. Ciclos econóómicos com rigidez nominalmicos com rigidez nominal
D. Efeitos de um choque da procura
-4
-2
0
2
4
6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Output Gap
0
2
4
6
8
10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Inflação
8.4.2. Ciclos econ8.4.2. Ciclos econóómicos com rigidez nominalmicos com rigidez nominal
E. Mecanismo de propagação (choque da oferta)
8.4.2. Ciclos econ8.4.2. Ciclos econóómicos com rigidez nominalmicos com rigidez nominal
F. Efeitos de um choque da oferta com política económica neutral -3
-2
-1
0
1
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Output gap
-2
-1
0
1
2
3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Inflação
8.4.2. Ciclos econ8.4.2. Ciclos econóómicos com rigidez nominalmicos com rigidez nominal
Demand Supply Money Total
Canada 54 34 12 100France 19 80 1 100Germany 66 31 3 100
Italy 40 51 10 100Japan 11 87 2 100UK 32 64 4 100
USA 20 71 8 100
Fonte: Gerlach and Smets (1995)
G. Importância relativa dos choques da procura e da ofertanos países do G7, 1979:1-1993:4
8.4.3. 8.4.3. CiclosCiclos econeconóómicosmicos reaisreais (RBC)(RBC)
A. Pressuposto base: preços perfeitamente flexíveis
Y=YN permanentemente; dicotomia clássica
flutuações de Y são flutuações de YN, que só podem resultar de choques na função de produção
B. Medida de choques de produtividade produtividade total dos factores, calculada a partir do resíduo de
Solow: a = y - [b k + (1 - b) n] a RBC assume que as variações em a resultam de choques
exógenos
C. Choques de produtividade: novas descobertas e invenções inovação nos produtos inovação nos processos produtivos
8.4.3. 8.4.3. CiclosCiclos econeconóómicosmicos reaisreais (RBC)(RBC)
D. Mecanismo de propagação, através de dois canais: acumulação de capital: um choque de produtividade positivo aumenta a
PMgK, aumentando q e o stock de capital desejado; como o investimentonão é imediato, durante vários trimestres o PIB estará a aumentar;
factor trabalho: a RBC assume que a oferta de trabalho é elástica; um choque de produtividade positivo aumenta a PMgN, aumentando o salárioreal de equilíbrio, e levando os trabalhadores a aumentar muito a quantidade de trabalho oferecida; com o aumento do emprego, a produçãoaumenta
um choque de produtividade positivo aumenta a quantidade de K e N utilizados, aumentando Y; quando o choque desaparece, diminui K e N, diminuindo Y oscilações no produto como as observadas nos cicloseconómicos, mas sem rigidez de preços, e com a economia sempre emequilíbrio de longo prazo
E. Implicação da RBC: flutuações de Y resultam de escolhas óptimas dos agentes económicos,
pelo que políticas de gestão da procura que tentem eliminar o cicloeconómico são indesejáveis, já que vão levar a economia para fora do equilíbrio de longo prazo
8.4.4. Compara8.4.4. Comparaçção entre teorias e factosão entre teorias e factos
A. Emprego e produtividade do trabalho
RBC:
ciclos económicos são causados por choques de produtividade
com o stock de capital fixo, variações na produtividade total dos factores estão associadas a variações na produtividade do trabalho
a produtividade do trabalho é pro-cíclica
AS/AD:
aumentos de produção resultam de aumentos do emprego
maiores níveis de emprego só são possíveis com PMgN inferior
a produtividade do trabalho é anti-cíclica
8.4.4. Compara8.4.4. Comparaçção entre teorias e factosão entre teorias e factos
Fig. 8.4.11. Comportamento cíclico da produtividade do trabalho(Y/N = PIB real / emprego)
8.4.4. 8.4.4. ComparaComparaççãoão entreentre teoriasteorias e e factosfactos
Fig. 8.4.12. Comportamento cíclico do emprego:
8.4.4. 8.4.4. ComparaComparaççãoão entreentre teoriasteorias e e factosfactos
B. Salários reais
RBC
durante as expansões a oferta de trabalho aumenta...
porque o aumento da produtividade aumenta o salário real incentivandoos trabalhadores a oferecerem mais trabalho
o salário real é pro-cíclico.
AS/AD
durante as expansões o emprego aumenta...
porque a descida do salário real incentiva as empresas a contratarmais trabalhadores
o salário real é anti-cíclico.
8.4.4. 8.4.4. ComparaComparaççãoão entreentre teoriasteorias e e factosfactos
Fig. 8.4.13. Comportamento cíclico dos salários reaisRemuneração média por empregado deflacionada pelo IPC
8.4.4. 8.4.4. ComparaComparaççãoão entreentre teoriasteorias e e factosfactos
C. Moeda e taxas de juro
RBC
a moeda é neutral
aumentos da produtividade aumentam o investimento, o que leva àsubida da taxa de juro real
a moeda é acíclica
a taxa de juro é pro-cílcica
AS/AD
aumentos da quantidade de moeda baixam as taxas de juroaumentando o produto
a moeda é pro-cíclica
a taxa de juro é anti-cíclica
8.4.4. 8.4.4. ComparaComparaççãoão entreentre teoriasteorias e e factosfactos
Fig. 8.4.14. Comportamento cíclico da oferta real de moeda
0.96
0.98
1.00
1.02
1.04
1.06
1.08
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
8.4.4. 8.4.4. ComparaComparaççãoão entreentre teoriasteorias e e factosfactos
Fig. 8.4.15. Comportamento cíclico da taxa de juro nominal
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
8.4.4. 8.4.4. ComparaComparaççãoão entreentre teoriasteorias e e factosfactos
D. Compatibilização entre as teorias e os factos
o caracter pró-cíclico da produtividade do trabalho pode resultar de problemas de medida: se existirem custos de despedimentoimportantes, as empresas mantêm o mesmo número de empregados quando estão a produzir menos, o que reduz a suaprodutividade mesmo que não tenha ocorrido qualquer choque de produtividade
o caracter pró-cíclico da moeda pode ser consequência e nãocausa do ciclo económico, o que seria compatível com a RBC
no modelo AS/AD a taxa de juro é anti-cíclica se o ciclo for causadopor choques monetários; se o choque for real, a taxa de juro é pro-cíclica
tanto a RBC como o modelo AS/AD podem ser compatibilizadas com os factos
8.5. CONCLUSÃO8.5. CONCLUSÃO
A. O QUE SABEMOS
Estatísticas macroeconómicas fornecem um bom retrato do estado actual da economia
No longo prazo, a melhoria do nível de vida resulta do aumento sustentadoda produtividade, apoiado no investimento produtivo
No longo prazo a economia tende para o equilíbrio de pleno emprego
Flutuações de curto prazo na produção e no emprego são possíveis devidos a vários tipos de choques
Políticas orçamentais expansionistas poderão aumentar a produção e diminuir o desemprego no curto prazo, mas o efeito no produto destasmedidas é negativo no longo prazo, dada a restrição orçamental do governo
Política monetária expansionista poderá aumentar a produção e diminuir o desemprego no curto prazo, mas no longo prazo só se reflecte na taxa de inflação
8.5. CONCLUSÃO8.5. CONCLUSÃO
B. O QUE NÃO SABEMOS
Como garantir aumentos sustentados da produtividade, sobretudoem países pobres
Qual é a rigidez efectiva dos preços e o que é o longo prazo, na prática
Qual é o verdadeiro efeito da intervenção do governo na economia