Literatura jesuítica José de Anchieta - policiamilitar.mg.gov.br · Literatura Jesuítica –...

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Literatura jesuítica

José de Anchieta

Literatura Jesuítica – também chamada de literatura catequese, teve como objetivo a conversão dos índios à fé cristã.

Destaque para Companhia de Jesus.

Principais autores:

Fernão Cadim

Manuel da Nóbrega

José de Anchieta

Também informativa, mas com fins catequéticos.

Também quinhentista, mas com fundo religioso ainda mais evidenciado.

Europa da época é fortemente cristã, atmosfera era totalmente religiosa.

Fé ibérica e medieval.

Zelo pela conversão dos índios.

Companhia de Jesus militava pela expansão do Cristianismo.

Princípios:

-- afirmação exclusiva da Igreja Católica;

-- regulação da conduta dos colonos europeus;

-- catequese das populações indígenas.

Ao lado da militância, lado contemplativo e ascético.

Concepção dos jesuítas sobre os índios difere da dos colonos portugueses.

Concepções conflitam em Diálogo sobre a Conversão do Gentio.

* Ascético - devoto

Questões colocadas: índios eram humanos? Descendiam de Adão? Eram animais? Tinham alma?

Seria mais fácil converter um ignorante (índio) ou um arrogante (intelectual)?

Ideias impediam escravização do índio.

Por outro lado, cultura indígena era vista como desprezível.

Nóbrega é mais administrador, Cardim é mais cronista.

Anchieta está mais próximo do literário.

Ilha de Tenerife (1534) - Reritiba (Espírito Santo) (1597)

Veio para São Paulo em 1553

Fundou, com Manuel da Nóbrega, o colégio de Piratininga.

Exemplo heroico de vida espiritual em condições adversas.

Escreveu em português, castelhano, tupi e latim.

Escreveu toda a sua obra no Brasil.

Preocupação mais universalista que nativista.

Entre seus escritos, há os de veio mais místico, mais literários, dentro do contexto religioso.

Parte da obra é relato da experiência jesuítica: Cartas, Informações, Fragmentos históricos e Sermões.

Parte da obra é poesia e dramaturgia, de maior interesse literário.

Para Roncari, relatos, estudos teóricos e mesmo a dramaturgia formam bloco ligado ao ativismo.

Já poemas voltam-se para o ascetismo contemplativo.

Público do segundo bloco era diferente do do primeiro.

Poemas são literariamente mais elaborados.

Em 1549, os padres jesuítas começaram a vir para o Brasil a fim de propagar o cristianismo, a fé e catequizar os índios.

Escreveu a primeira gramática do tupi-guarani, verdadeira cartilha para ensino da língua aos nativos: Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil (1595).

Anchieta escreveu poesias, peças teatrais, cartas e sermões. Merece destaque, no entanto, apenas a parte poética e teatral.

Na poesia, sua linguagem é simples, os versos são curtos (redondilha menor) e o assunto é sempre religioso, de contestação aos bens terrenos

Dramaturgia ainda é fortemente catequética e pedagógica.

Poemas são estruturas literárias mais independentes.

Tradição literária espanhola e portuguesa.

Metros breves, medida velha.

Visão de mundo ainda teocêntrica, alheia ao Renascimento.

Visão alheia aos bens terrenos.

Traço ascético, mas compensação na alegria do amor divino.

Mortificação faz contraponto com elevação própria da união com Deus.

Recuperação da tradição popular medieval;

Alguns poemas cômicos;

Bom domínio do Latim.

Composições utilizam formas clássicas da literatura latina.

Uso do Latim não se relaciona ao Classicismo, em Anchieta, sendo mera influência das leituras de autores latinos.

Autos possuem menor autonomia estética.

Língua utilizada dependia do povo a ser doutrinado.

Teatro jesuítico segue tradição portuguesa composto em versos.

Figuras fixas de Bem e Mal, anjos e demônios.

Alegorias maniqueístas.

Obras são misto de fatos variados, com fundo de pregação.