Post on 02-Jul-2015
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Lição 8
INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, veremos uma mudança narrativa no
capítulo sete de Daniel. Agora estamos diante de uma série
de quatro visões do profeta. É o "apocalipse do Antigo
Testamento" apresentando quatro impérios simbolizados por
quatro animais. A visão do capítulo dois foi dada a um rei
pagão, Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a
um servo de Deus, o profeta Daniel.
Veremos que em Nabucodonosor, a visão revela o lado
político dos impérios apresentados como uma grande
estátua. Em Daniel, através dos quatro animais, ela revela o
lado moral e espiritual desses impérios. Os fatos são os
mesmos, mas os objetivos das duas visões têm finalidades
distintas. No capítulo sete, Deus revela a Daniel o fim dos
quatro impérios e o surgimento do reino eterno do Messias
prometido.
1. A visão. Daniel recebeu a visão sobre os quatro
animais no primeiro ano do rei Belsazar da
Babilônia. É importante lembrarmos, aqui, que
Belsazar não governou sozinho. Ele foi corregente
com o seu pai, Nabonido. Veremos agora a
primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3):
a) O "leão com asas de águia" (v.4). O versículo
quatro descreve um animal semelhante ao leão
com asas de águia. Enquanto Daniel o
contemplava, as asas do leão eram arrancadas.
Posteriormente, o animal foi erguido da terra, posto
de pé como um ser humano e, logo depois, ele
recebeu um coração humano. O leão representava
o império da Babilônia.
b) O urso (v.5). Daniel viu uma
figura semelhante a um urso.
Este fora erguido de um lado e
tinha em sua boca três costelas.
A este animal as pessoas diziam:
"Levanta-te, devora muita carne".
O urso simbolizava o império
Medo-Persa.
c) O leopardo com quatro asas
(v.6). Outro animal era uma figura
semelhante ao leopardo. Este
possuía quatro cabeças e tinha
quatro asas de aves em suas
costas. Foi-lhe dado domínio. O
leopardo simbolizava o império da
Grécia.
d) Uma aparência indescritível (vv.7,8). "Terrível, espantosa e extremamente
forte" era a figura do quarto animal. Ela
tinha enormes dentes de ferro, comia e
triturava o que encontrasse pelo
caminho. Em sua cabeça havia ainda
dez chifres. Enquanto Daniel prestava
atenção nos dez chifres, um chifre
pequeno surgiu entre os dez; mas três
dos primeiros dez chifres foram
arrancados pela raiz. No chifre pequeno
havia também olhos como "olhos
humanos" e uma boca que proferia
"palavras arrogantes". O animal, aqui
descrito, simbolizava o império romano.
2. A interpretação. O bloco dos versículos
9 a 14 revelam mais duas figuras: a do
Ancião e a do Filho do Homem. Após este
bloco de versículos, Daniel passa a narrar a
interpretação dos animais dada a ele ainda
na mesma visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais (15-18). As
figuras representadas pelo leão, urso,
leopardo e o quarto animal, significam
quatro reis que se levantaram sobre a terra,
isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa,
o rei da Grécia e o rei de Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal (vv.23-27). O quarto animal foi o que mais
chamou a atenção do profeta Daniel:
"Então, tive desejo de conhecer a
verdade a respeito do quarto animal,
que era diferente de todos os outros"
(v.19). Daniel precedeu o tempo em
que o império romano se tornara uma
superpotência. Roma foi o império
mais devastador da história do
mundo. Era forte (ferro), pela sua força
e eficácia administrativa, mas frágil
(barro), dada a grande corrupção
que ajudou a sepultar "um sonho
chamado Roma".
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez chifres que saíam da cabeça
do quarto animal prefiguravam dez
reis advindos do antigo império
romano. Mas outro rei, representado
pelo pequeno chifre, se levantará
após os dez reis e abaterá os três
primeiros, arrancando-os tal como
descreve a visão. Este pequeno chifre
é o Anticristo escatológico tipificado
na pessoa de Antíoco Epifânio, o qual
estudaremos rapidamente na próxima
lição e, com maiores detalhes, na
lição 12
1. Tronos, "ancião de dias" e juízo divino (vv.9-
14). Entramos na segunda parte da visão de
Daniel, que trata do julgamento celeste. O
versículo nove nos diz: "foram postos uns tronos, e
um ancião de dias se assentou" (v.9). A figura de
vários tronos tipifica um contexto de julgamento
e justiça. A profecia nos fala que o juiz do
julgamento é o "ancião de dias", isto é, Deus é
retratado no livro tendo cabelos brancos e
vestido de branco. É aquele que Abraão
reconheceu como o "Juiz de toda a terra" (Gn
18.25). O tribunal demonstrado no sétimo
capítulo de Daniel revela que Deus julgará "o
pequeno chifre" e decretará a sentença final
contra o quarto animal (Roma) (vv.11,12). Aqui
está o ápice da visão de Daniel, ou seja, o
Altíssimo julgando as maldades, crueldades e
perversidades das nações deste mundo!
2. O "Filho do Homem" (vv.13,14). A expressão "filho
do homem" ou, de acordo com os melhores manuscritos
antigos, "filho de homem", aparece mais de 80 vezes no
livro de Ezequiel. A fórmula é regularmente traduzida
como "homem" ou "ser humano", pois na Bíblia trata-se
de expressões sinônimas. Tanto em Daniel quanto em
Ezequiel, "filho do homem" refere-se a um ser humano
distinto que recebe de Deus a soberania celestial.
Posteriormente, os santos apóstolos de Cristo
identificaram "filho do homem" com a pessoa de Jesus
de Nazaré (Mt 24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus
introduziu o Reino de Deus no mundo como o próprio
verbo divino feito carne, a plena revelação de Deus ( Jo
1.1,14). Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome
e todo o poder sobre a Terra (Fp 2.9-11). Jesus Cristo
virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de
Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6).
3. A Grande Tribulação (vv.24,25). Segundo a visão
conservadora-tradicional e evangélica, estamos diante de um
texto que aponta para um tempo de grande sofrimento no
mundo, especialmente em relação à nação de Israel. "O
chifre pequeno", advindo da região do quarto império, Roma,
promoverá engano e assombro no planeta. Na linguagem
neotestamentária, ele é o "Anticristo", o blasfemador de Deus
e dos seus preceitos. Por "um tempo, e tempos, e metade de
um tempo", o "Anticristo" terá autoridade no mundo. Esse
período equivale a "três anos e meio", ou "quarenta e dois
meses" ou "mil e duzentos e sessenta dias" (Dn 12.7; 9.27;
Ap 12.14; 7.14). Ele compreende a metade dos sete anos
finais prescritos como a Grande Tribulação e o fim do "tempo
dos gentios". Nos primeiros "três anos e meio" o Anticristo
fará acordos com Israel, mas não os cumprirá. Este é o
período de grande poder e influência política desse líder
mundial sobre o mundo e os judeus. Mas o Messias o
dominará e quebrará o seu reino de mentira. O Anticristo será
condenado e a plenitude do Reino de Deus será estabelecida
para sempre!
1. A visão (vv.13,14). Explicamos anteriormente a
expressão "filho do homem" e vimos que ela fora
atribuída pelos apóstolos a Jesus Cristo. O versículo 13
de Daniel afirma que o "filho do homem" voltará nas nuvens do céu. Este é o entendimento remontado em
Atos 1.9-11 quando da afirmação dos santos anjos
sobre a volta do Cristo de Deus: "E, quando dizia isto,
vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o
recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os anjos] lhes
disseram: Varões galileus, por que estais olhando para
o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em
cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes
ir". Da mesma forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma mensagem recebida do próprio
Jesus: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o
verá, até os mesmos que o traspassaram" (Ap 1.7). O
reino de Cristo será eterno, único e jamais perecerá
(v.14).
2. "Os santos do Altíssimo" (v.18). Para
os primeiros leitores do livro de Daniel,
a expressão "os santos do Altíssimo"
era identificada por eles como o povo
judeu que estava em cativeiro.
Entretanto, de modo mais
abrangente, e de acordo com
Apocalipse 7.9-17, e a partir da
revelação progressiva da Palavra de
Deus ao longo da história bíblica,
esses grupos de mártires e santos são
os crentes advindos da Grande
Tribulação, de todos os lugares, tribos
e nações, que tiveram as suas roupas
lavadas no sangue do Cordeiro.
3. A destruição do Anticristo (vv.26,27).
Deus intervirá na história dos judeus e
trará juízo contra o Anticristo. Este será
julgado e condenado para sempre. A
sua destruição dar-se-á quando do
final do segundo período de "três anos
e meio" da Grande Tribulação. Mas a
Igreja de Cristo, lavada e remida no
sangue do Cordeiro, não passará pela
Grande Tribulação. Antes de iniciar
esse tempo de grande sofrimento, o
Corpo de Cristo será tirado do mundo
para estar para sempre com o Senhor.
Conclusão.Lamentavelmente, devido à multiplicação da
"doutrina" da prosperidade, e de muitas
igrejas e pregadores propalarem o "aqui e
agora", a profecia bíblica quanto ao futuro
ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar
que as profecias de Daniel e do Apocalipse
são alegorias e produtos de um tempo e de
uma cultura sem conexão com a era atual.
Estudemos a Palavra de Deus para não nos
acharmos soberbos, deleitosos e não
sejamos, pois, a Laodiceia contemporânea
(Ap 3.14-22)!
Lourinaldo@outlook.com
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Produção dos slides
Pr. Ismael Pereira de Oliveira
&Lourinaldo Serafim