Post on 27-May-2015
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
FACULDADES INTEGRADAS DEFERNANDÓPOLIS
ANDRÉA LUMIKO SHINYA
HELOISA MORISSUGUI
MILENA MORAIS DE MENEZES
WELLINGTON DE MORAIS MENEZES
LEVANTAMENTO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS MAIS
UTILIZADOS NOS MUNICÍPIOS DE OUROESTE E POPULINA
LOCALIZADOS NO NOROESTE PAULISTA
FERNANDÓPOLIS – SP
2011
ANDRÉA LUMIKO SHINYA
HELOISA MORISSUGUI
MILENA MORAIS DE MENEZES
WELLINGTON DE MORAIS MENEZES
LEVANTAMENTO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS MAIS
UTILIZADOS NOS MUNICÍPIOS DE OUROESTE E POPULINA
LOCALIZADOS NO NOROESTE PAULISTA
Monografia do Curso de Farmácia apresentada à Fundação Educacional de Fernandópolis como requisito parcial para obtenção do Grau em Farmácia. Orientador: Prof. Ms. Ocimar Antônio de Castro
FERNANDÓPOLIS - SP
2011
ANDRÉA LUMIKO SHINYA
HELOISA MORISSUGUI
MILENA MORAIS DE MENEZES
WELLINGTON DE MORAIS MENEZES
LEVANTAMENTO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS MAIS
UTILIZADOS NOS MUNICÍPIOS DE OUROESTE E POPULINA
LOCALIZADOS NO NOROESTE PAULISTA
Monografia do Curso de Farmácia apresentada à Fundação Educacional de Fernandópolis como requisito parcial para obtenção do Grau em Farmácia.
Aprovada em ___de _________ de 2011
Examinadores:
____________________________
Prof. Ms. Ocimar Antônio de Castro Curso Farmácia
____________________________
Prof. Ms. Roney Eduardo Zaparoli Curso: Farmácia
____________________________
Prof. Ms. Jeferson Leandro de Paiva Curso: Farmácia
Agradeço a Deus primeiramente por ter me dado
à chance de realizar mais uma etapa nesta vida.
Agradeço aos meus familiares, ao Onaldo e Satie,
parentes e amigos por ter me apoiado durante o curso. E
em especial agradeço aos meus filhos Caio e Talita, que
juntos encaramos esta luta sem nos abater e nos
apoiando de forma doce e compreensiva.
Andréa Lumiko Shinya
Aos meus pais: Mitie e Miyoshi, irmãos: Cristiane
e André e namorado Emerson a minha homenagem da
mais profunda e eterna gratidão pelos desafios lançados
em minha vida que, sabiamente, vocês me ajudaram e
ajudam a escolher a melhor opção. Amo vocês!
Obrigada!
Heloisa Morissugui
À Deus, pois sem ele nada seria possível. Aos
meus pais Osvaldo e Zaida, irmãos Wellington e
Leidiane, pelo apoio, dedicação e compreensão. Ao meu
namorado Marcelo, por estar sempre ao meu lado me
incentivando e me ajudando nos momentos em que mais
precisei. Obrigada!
Milena Morais de Menezes
Primeiramente a Deus, depois para meus pais
Osvaldo e Zaida, minhas irmãs Milena e Leidiane e
também para minha namorada Anne que sempre me
ajudou e incentivava nas horas que eu precisava. A todos
vocês um forte abraço e um beijo no coração de cada
um. Obrigado!
Wellington de Morais Menezes
A presente monografia só foi realizada graças ao
auxilio de algumas pessoas que foram essenciais na
conclusão dessa pesquisa: nossos pais, filhos, amigos, a
farmacêutica Gisele Paiola e a técnica em farmácia
Alessandra Ribeiro que nos ajudaram na coleta de dados
nos Postos de Saúde.
Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos
abençoado ao longo de toda nossa caminhada. Aos
nossos pais pela oportunidade, paciência e compreensão
que depositaram em nós, em torno de todos esses anos,
em busca da realização dos nossos sonhos de sermos
Farmacêuticos.
Agradecemos ao nosso orientador, professor e amigo
Ocimar Antônio de Castro, por todos os ensinamentos,
pela sua dedicação e compreensão e horas dedicadas
para a conclusão deste trabalho, e pelos momentos que
passamos juntos durante o curso. A todos os
farmacêuticos que permitiram que nós estagiássemos em
seus estabelecimentos. E finalmente agradecemos aos
professores que transmitiram seus ensinamentos ao
decorrer do curso.
RESUMO
Dentre as doenças que mais acomete a população idosa no Brasil e no mundo destaca-se a Hipertensão. Esta patologia é caracterizada pelo aumento dos níveis pressóricos causando graves lesões dos órgãos. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma consulta aos dados de dispensação dos principais medicamentos anti-hipertensivos nos municípios de Ouroeste e Populina dentre os meses de julho/2010 a junho/2011. Os resultados indicaram que Ouroeste teve um aumento no número de dose de 13%, enquanto Populina teve uma queda de 13%. O principal medicamento dispensado em Populina foi captopril 25mg, sendo que em Ouroeste foi o enalapril 20mg. O medicamento associado a um anti-hipertensivo mais utilizado em ambos os municípios foi o hidroclorotiazida 25mg. O medicamento losartana mesmo não fazendo parte do Programa “Dose Certa” foi utilizado em grande quantidade em Ouroeste. Através dos resultados pode ser concluído que a quantidade dispensada de dose por habitantes foi maior em Ouroeste. Palavras- chaves: Anti-hipertensivos; Dispensação; Populina; Ouroeste.
ABSTRACT
Among the diseases that most affects the elderly population in Brazil and the world stands Hypertension. This pathology is characterized by increased blood pressure causing severe organ damage. This study aimed to perform a query to the data of the main dispensing antihypertensive drugs in the cities of Gold and Populina from the month of July/2010 to June/2011. The results indicated that gold had an increase in dose of 13%, while Populina fell by 13%. The main drug was dispensed in Populina captopril 25mg, and in gold was 20mg, enalapril. The drug associated with an antihypertensive used most in both counties was 25 mg hydrochlorothiazide. The drug losartan though not part of the "One Dose" was used in large amount in gold. Through the results can be concluded that the quantity dispensed dose per inhabitant was higher in gold. Keywords: Anti-hypertensive drugs; Dispensation; Populina; Ouroeste.
LISTA DE FIGURA
Figura 1 - Tratamento não medicamentoso .......................................................... 16
Figura 2 - Mecanismo de Ação dos IECA ............................................................. 18
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Percentual de doses de anti-hipertensivos dispensados ..................... 26
Gráfico 2 – Quantidade total de doses de anti-hipertensivos dispensados ........... 27
Gráfico 3 - Quantidade total de doses de captopril 25mg/50mg dispensados ...... 29
Gráfico 4 - Quantidade total de doses de enalapril 10mg/20mg dispensados ...... 30
Gráfico 5 - Quantidade total de doses de losartana 50mg dispensados ............... 31
Gráfico 6 - Quantidade total de doses de hidroclorotiazida 25/50mg dispensados32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação da Pressão Arterial ........................................................ 13
Tabela 2 – Classificação de Fármacos Anti-hipertensivos .................................... 17
LISTA DE ABREVIATURAS
cm – Centímetro
ECA – Enzima conversora de angiotensina
EDRF – Fator relaxante derivado do endotélio
FURP – Fundação para Remédio Popular
g/dia – Grama por dia
HA – Hipertensão Arterial Sistêmica
HCTZ – Hidroclorotiazida
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IECA – Inibidores da enzima conversora de angiotensina
kg/m2 – Quilograma por metro quadrado
km2 – Quilômetro quadrado
mL – Mililitro
mmHg – Milímetros de Mercúrio
SRAA – Sistema renina-angiotensina-aldosterona
β – Beta
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 CONSEQUÊNCIAS DA HIPERTENSÃO ........................................................ 13
1.2. CONTROLE DA HIPERTENSÃO ................................................................... 14
1.2.1. Tratamento não medicamentoso ................................................................. 14
1.2.2. Tratamento medicamentoso ........................................................................ 17
1.3. MEDICAMENTOS NA HIPERTENSÃO .......................................................... 18
1.3.1. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ........................... 18
1.3.2. Antagonista dos receptores da angiotensina II ............................................ 19
1.3.3. Diuréticos .................................................................................................... 19
1.3.4. Outros .......................................................................................................... 20
1.4. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA COM O PACIENTE HIPERTENSO .......... 21
2. OBJETIVO ........................................................................................................ 24
3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 26
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 34
APÊNDICE ............................................................................................................ 36
12
INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica (HA) é o agravo mais comum na população
adulta em todo o mundo e um importante fator de risco para as doenças
cardiovasculares (SILVA, 2006).
A pressão arterial elevada geralmente é causada por uma combinação
multifatorial. Evidências epidemiológicas indicam que a herança genética, estresse,
tabagismo, obesidade, fatores ambientais e dieta (maior ingestão de sal e menor
ingestão de cálcio) podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão
(KATZUNG, 2005).
Diretrizes diagnósticas de hipertensão arterial estabelecem valores de 140
mmHg para a pressão sistólica (pressão arterial máxima exercida sobre as paredes
elásticas das artérias durante a contração dos ventrículos, sístole) e de 90 mmHg
para a diastólica (pressão arterial mínima registada durante a diástole, em que os
músculos cardíacos relaxam e os ventrículos enchem-se de sangue) como critério
de diagnóstico. E o diagnóstico de pré-hipertensão corresponde o valor entre 120 e
140 mmHg para a pressão sistólica e de 80 e 90 mmHg para a pressão diastólica
(FUCHS, WANNMACHER, FERREIRA, 2006).
Doenças crônicas, e dentre elas a hipertensão, possui maior incidência com o
envelhecimento. À medida que uma população envelhece o percentual da população
com o acometimento do controle pressórico aumenta. No Brasil, segundo o IBGE,
em 2008, mais de 53% da população idosa (60 anos ou mais de idade) sofre com o
problema (SÍNTESE DE INDICADORES SOCIAIS, 2010).
Outro fator que pode vir a desencadear a Hipertensão é a má alimentação. E
decorrente desta má alimentação a população brasileira está tornando mais obesa.
Uma pesquisa realizada pelo IBGE entre os anos de 2008 e 2009 no Brasil, a
obesidade atinge 16,9% das mulheres e 12,4% dos homens com mais de 20 anos;
4,0% das mulheres e 5,9% dos homens entre 10 e 19 anos; e 11,8% das meninas e
16,6% dos meninos e entre 5 a 9 anos (PESQUISA DE ORÇAMENTOS
FAMILIARES, 2008).
A falta de controle da hipertensão danifica os vasos sanguíneos renais,
cardíacos e celebrais, leva a uma incidência maior de insuficiência renal,
13
coronariopatias e acidentes vasculares cerebrais. O diagnóstico da hipertensão não
deve ser realizado a partir do relato de sintomas pelo paciente, em razão da doença
ser assintomática e nem avaliar a pressão arterial com apenas uma aferição. Tanto
como um hipertenso pode ter momentos do dia em que a pressão esteja dentro ou
próximo da faixa de normalidade, assim como uma pessoa sem hipertensão pode
apresentar elevações pontuais de pressão arterial devido a fatores como estresse e
esforço físico (KATZUNG, 2005).
Tabela 1 – Classificação da Pressão Arterial.
Classificação Pressão Sistólica
(mmHg) Pressão Diastólica
(mmHg)
Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85
Limítrofe 130-139 85-89 Hipertensão Estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão Estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão Estágio 3 180 110
Hipertensão Sistólica Isolada 140 < 90 Classificação da Pressão Arterial (>18 anos)
Fonte: MION et. al.
Quando a pressão sistólica e diastólica de um paciente situa-se em categoria
diferente a maior deve ser utilizado para classificação da pressão arterial.
1.1 Consequências da Hipertensão
O diagnóstico da hipertensão geralmente prevê as consequências do distúrbio
para o paciente já que dificilmente é conhecido a sua causa. Estudos
epidemiológicos indicam que os riscos de lesão renal, cardíaca e cerebral estão
relacionados com o grau de elevação da pressão arterial (S ILVA, 2006).
A expectativa de vida pode reduzir até 16,5 anos quando a hipertensão não é
controlada. Os principais órgãos do corpo que sofrem com a hipertensão têm
desgastes semelhantes a uma aceleração do envelhecimento. Os hipertensos que
não fazem o controle da pressão arterial têm maiores chances de adquirir doenças
fatais ou incapacitantes do coração (angina, infarto, insuficiência cardíaca, hipertrofia
e arritmia), do cérebro (derrames, trombose e demência), dos rins (insuficiência
renal, necessidade de diálise), das artérias (entupimento arterial e aneurisma), dos
14
olhos (cegueira, queda de acuidade visual) entre outras disfunções (MALACHIAS,
2010).
1.2 Controle da Hipertensão
O objetivo de qualquer programa de tratamento da hipertensão seja este, não
medicamentoso, medicamentoso ou a associação destas duas estratégias para
pacientes hipertensos é prevenir a morbidade e mortalidade pela cardiopatia
vascular (III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 1999).
O tratamento não medicamentoso é feito por meio de mudanças do estilo de
vida que favoreça a redução da pressão arterial: 1) Redução de peso corporal e
manutenção do peso ideal, 2) Redução de ingestão de sódio, maior ingestão de
potássio, 3) Redução de consumo de bebidas alcoólicas, 4) Exercícios físicos
regulares e abandono do tabagismo (BISSON, 2007).
O tratamento medicamentoso associado ao não medicamentoso para
pacientes hipertensos é prevenir a morbidade e mortalidade por causas
cardiovasculares através da manutenção de uma pressão arterial abaixo de 140
mmHg de pressão sistólica e 90 mmHg de pressão diastólica, respeitando as
característica individuais, a presença de doenças ou condições associadas ou
características peculiares e a qualidade de vida dos pacientes (III CONSENSO
BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 1999).
1.2.1 Tratamento não medicamentoso
Redução de peso corporal e manutenção do peso ideal: índice de massa
corporal (peso em quilogramas dividido pela altura ao quadrado em metros) inferior
a 25 kg/m 2 e circunferência da cintura inferior a 102 cm para homens e 88 cm para
mulheres, embora a redução de 5% a 10% do peso corporal inicial já é suficiente
para a redução da pressão arterial (REVISTA PRÁXIS, 2009).
A redução do peso está relacionada à queda da insulinemia, a diminuição da
sensibilidade ao sódio e à diminuição da atividade do sistema nervoso simpático
(MION et. al, 2007).
15
Redução de ingestão do sódio: o consumo de sal diário deve-se ingerir no
máximo 5 g/dia, que corresponde a uma colher de chá de sal, sendo que a
quantidade consumida pela população é de 10g/dia. Isso significa que deve ser
reduzido pela metade o consumo de sal pela população, pois essa quantidade é
suficiente para atender às necessidades de iodo (VASCONCELLOS, RECINE,
CARVALHO, 2008).
Recomenda-se a redução de sal adicionado aos alimentos, evitar o saleiro à
mesa e reduzir ou abolir os alimentos industrializados e também é recomendada a
substituição do cloreto de potássio no lugar de sal, como forma de redução de
consumo de sódio ou suplementação de potássio, porém é contraindicado em
pacientes com risco de hipercalemia (MION et. al, 2007).
Maior ingestão de potássio: uma dieta rica em vegetais e frutas possui de 2 a
4 gramas de potássio/dia e pode ser útil na redução da pressão e prevenção da
hipertensão arterial. Os sais substitutos a base de cloreto de potássio reduz o cloreto
de sódio entre 30 e 50%, tornando-os muito úteis para reduzir a ingestão do sódio.
(BISSON, 2007).
Recomenda-se cuidados com medicamentos à base de potássio como
expectorantes, em indivíduos suscetíveis à hipercalemia, principalmente portadores
de insuficiência renal ou em uso de IECA, antagonista do receptor AT1 ou diuréticos
poupadores de potássio (MION et. al, 2007).
Redução do consumo de bebidas alcoólicas: recomenda-se o consumo de
bebidas alcoólicas, a no máximo, 30 g/dia de etanol para homens e 15 g/dia para
mulheres ou indivíduos com baixo peso, equivalente a 625 ml de cerveja; ou 312,5
ml de vinho; ou 93,7 ml de uísque, vodka ou aguardente e abandono para pacientes
que não se enquadram nesses limites de consumo (MION et. al, 2007).
Exercícios físicos Regulares: existe uma relação inversa entre a incidência
de hipertensão e o grau de atividade física, isso significa que exercício físico regular
reduz a pressão (BISSON, 2007).
Pacientes hipertensos devem ser submetidos à avaliação clínica especializada,
exame pré-participação (para eventual ajuste da medicação) e recomendações
médicas relacionadas aos exercícios físicos antes de iniciarem programas regulares
de exercícios físicos. Já hipertensos no estágio 3 (pressão sistólica 180 mmHg e
pressão diastólica 110 mmHg) só devem iniciarem exercícios após o controle da
pressão arterial. (MION et. al, 2007).
16
Abandono de Tabagismo: terapias reposicionais com nicotina podem ser
usadas com segurança na abolição do tabagismo. Transitório e pequeno impacto
cardiovascular pode ser observado no abandono do tabagismo pelo eventual
descontrole de peso observado, mas não deve ser negligenciado (MION et. al, 2007).
A aferição da pressão arterial é o elemento-chave para o estabelecimento da
pressão arterial e a avaliação da eficácia do tratamento. Em toda avaliação de saúde
é aferido à pressão do paciente. Alguns estudos têm mostrado que nem sempre a
medida da pressão arterial é realizada de forma adequada (REVISTA PRÁXIS,
2009).
De acordo com a Revista Práxis (2009) para se aferir a pressão arterial é
preciso de alguns procedimentos:
Explicar o procedimento ao paciente;
Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo;
Evitar barriga cheia;
Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes;
Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimento e não fumar 30
minutos antes;
Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado
na cadeira e relaxado;
Remover roupas do braço o qual será colocado o manguito;
Posicionar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão
voltada para cima e com cotovelo levemente fletido;
Solicitar para que não fale durante a aferição.
Figura 1: Tratamento não medicamentoso
Fonte: EU SOU 12 POR 8, 2011
17
1.2.2 Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso deve ser baseado por dois princípios: 1) estudos
farmacológicos dos fármacos. 2) perfil individual e único do paciente, tendo como o
mediador destes o clínico, o qual é preparado para adequar os dois elementos
(SILVA, 2006).
A tabela 2, indicada a seguir, mostra a classificação farmacológica dos
fármacos em relação aos principais medicamentos comercializados no Brasil.
GRUPOS REPRESENTANTE
DIURÉTICOS
Tiazínicos e Congêneres Hidroclorotiazida, clortalidona, indapamida*
De alça Furosemida, ácido etacrínico, bumetanida
Poupadores de potássio Espironolactona, triantereno, amilorida
ANTAGONISTA ADRENÉRGICO
Bloqueador beta
Não-seletivos Propranolol, timolol, nadolol, pindolol
Seletivos Metoprolol, atenolol
Bloqueador beta e alfa Labetalol
Bloqueadores de alfa Prazosina, terazosina, doxazosina
Bloqueadores centrais Metildopa, clonidina, guanabenzo
Antiadrenérgico Reserpina, guanetidina
Bloqueador ganglionar Trimetafano
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
Diidropiridínicos Nifedipino, anlodipino, felodipino, isradipino, nicardipino
Outros Verapamil, diltiazem
VASODILATADORES DIRETOS
Hidralazina, minoxidil, diazóxido,
Nitroprussiato de sódio, nitroglicerina
ANTAGONISTA DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA
Antagonista da enzima de conversão da angiotensina
Captopril, enalapril, lisinopril, ramipril, fosinopril, perindopril
Bloqueadores de receptores da angiotensina
Losartana, ibesartano, candesartano, telmisartano, valsartano
*Quimicamente diversos, mas farmacologicamente equivalentes a tiazínicos. Tabela 2 – Classificação de Fármacos Anti-hipertensivos. Fonte: (FUCHS, WANNMACHER, FERREIRA, 2006).
18
1.3 Medicamentos na Hipertensão
1.3.1 Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA)
Figura 2: Mecanismo de Ação dos IECA
Fonte: FAZ FÁCIL, Pressão Arterial Alta II, 2011
O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) age através da liberação
de renina pelos rins, que é estimulado pelo sistema simpático, esse peptídeo
(renina) atuará sobre o angiotensinogênio (produzido no fígado e encontrado no
plasma), transformando-o em angiotensina I, que será convertido em angiotensina II
através da enzima conversora de angiotensina e essa conversão se dará através da
passagem da circulação pelos pulmões. A angiotensina II eleva a pressão arterial
por múltiplos fatores: pela sua ação vasoconstritora, pela sua estimulação de
liberação de aldosterona (que irá promover aumento na retenção de sódio e água) e
pela elevação do volume sanguíneo, a perda de um ou mais controles do sistema
apresentado identifica os efeitos de aumento da pressão arterial (SILVA, 2006).
Os fármacos inibidores da ECA são potencialmente ativos no controle da
hipertensão, pois a ação inibidora da ECA dificulta a transformação da angiotensina I
19
em angiotensina II, diminuindo a ação vasoconstritora e a liberação da aldosterona,
consequentemente diminuindo a pressão arterial. Além da ação inibitória da enzima
conversora, tais fármacos, também inibem a cininase II, causando uma exacerbação
do sistema cinina-calicreína que através do fator relaxante derivado do endotélio
(EDRF) e de prostaciclinas promove a vasodilatação. O aumento das
prostaglandinas promove o aumento da bradicinina, que é responsável pelos efeitos
indesejáveis como a tosse seca (SILVA, 2006).
1.3.2 Antagonista dos receptores da angiotensina II
Os antagonistas dos receptores da angiotensina II, como losartana e o
valsartano inibem a ação da angiotensina II por meio do bloqueio especifico de seus
receptores, apresentam uma maneira mais eficaz de reduzir a ação do angiotensina
do que os IECA que bloqueiam apenas a parte da conversão do angiotensina I em
angiotensina II (GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2004).
A ação intrínseca da angiotensina ll consiste na liberação de aldosterona que
por sua vez produzirá um aumento da retenção de sódio e água e também levará a
uma vasoconstrição e aumento da liberação de noradrenalina. À medida que o
antagonista de angiotensina ll é administrado ocorre o antagonismo total e
competitivo com o receptor AT1 levando a uma vasodilatação, diminuindo a excreção
de sódio e atividade da noradrenalina será diminuída, desta forma diminuindo a
pressão arterial (SILVA, 2006).
1.3.3 Diuréticos
Os fármacos diuréticos possuem ação primária sobre o néfron. Os
mecanismos exatos não são totalmente esclarecidos pelos quais os diuréticos
baixam a pressão arterial, mas a princípio eles produzem leve depleção de sódio,
ocasionando à diminuição do fluido extracelular e do débito cardíaco. Com terapia
mais prolongada, ocorre diminuição da resistência vascular periférica e restauração
do débito cardíaco por causa da depleção de sódio. Acredita-se que o sódio
contribua para a resistência periférica, aumentando a rigidez vascular e a atividade
20
neural, possivelmente ocasionado pelo cálcio intracelular. Há depleção do sódio
através da inibição do transporte de eletrólitos nos túbulos renais (SILVA, 2006).
1.3.4 Outros
São descritas outras classes de anti-hipertensivos também na literatura tais
como:
Ação central: O mecanismo de ação está relacionado com o estímulo dos
receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos e/ou os receptores
imidazolidínicos no sistema nervoso central, reduzindo a descarga simpática.
A eficácia desse grupo de medicamentos anti-hipertensivos como
monoterapia geralmente é discreta, necessitando associar com
medicamentos de outros grupos particularmente quando existem evidências
de hiperatividade simpática (III CONSENSO BRASILEIRO DE
HIPERTENSÃO ARTERIAL, 1999).
Bloqueadores ganglionares: bloqueiam os receptores nicotínicos, bloqueando
os canais iônicos, não sendo seletivos para o sistema simpático ou
parassimpático, tem sido utilizados mais de modo experimental, e, pouco
usados na terapêutica, pois, possui ações complexas e imprevisíveis.
Geralmente, não são ativos como bloqueadores neuromusculares, e, devido
aos múltiplos efeitos colaterais, segundo alguns autores, a maioria dos
fármacos bloqueadores ganglionares são considerados obsoletos (OLIVEIRA,
2008).
Vasodilatadores diretos: Os medicamentos desse grupo atuam diretamente
sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular
com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica.
Em decorrência da vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e
taquicardia reflexa, o que opõe seu uso como monoterapia, devendo ser
utilizados associados a diuréticos e/ou betabloqueadores (MION et. al, 2007).
Betabloqueadores: Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial
em 1999, o mecanismo de ação dessa classe de anti-hipertensivo é
complexo, envolve diminuição do débito cardíaco (ação inicial), redução da
secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das
21
catecolaminas nas sinapses nervosas. São eficazes como monoterapia,
comprovando sua eficácia na redução da morbidade e da mortalidade
cardiovasculares. Esses medicamentos são de primeira opção na hipertensão
arterial associada à doença coronariana ou arritmias cardíacas. E são úteis
em pacientes com síndrome de cefaléia de origem vascular (enxaqueca).
Antagonistas dos canais de cálcio: O mecanismo de ação de anti-
hipertensivos dos antagonistas dos canais de cálcio está relacionado com
redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de
cálcio nas células musculares lisas vasculares. Apesar do mecanismo final
comum, esse grupo de anti-hipertensivos é dividido em 3 subgrupos:
fenilalquilaminas, benzotiazepinas e diidropiridinas devido suas
características químicas e farmacológicas diferentes. São medicamentos
eficazes como monoterapia pela sua eficiência na redução da morbidade e da
mortalidade cardiovasculares (MION et. al, 2007).
Bloqueadores pós-ganglionares neuronais, Alfa-bloqueadores, Antagonistas
dos canais de cálcio (FUCHS, WANNMACHER, FERREIRA, 2006).
1.4 Assistência Farmacêutica com o Paciente Hipertenso
O Programa de Assistência Farmacêutica foi implantado no Brasil em 1995 e
tornou a dispensação dos medicamentos, aos pacientes que os necessitam, como
ato que visa garantir o não desperdício dos recursos investidos na consulta médica e
nos exames laboratoriais. Tal ação é significativa para evitar o uso dos serviços de
saúde várias vezes pelo mesmo paciente e ainda evitar internações desnecessárias,
as quais a única maneira de fornecer ao paciente a medicação indicada (GUEDES,
2003).
O Programa de Assistência Farmacêutica do Estado de São Paulo é
conhecido por “Dose Certa” e é um dos mecanismos utilizados, pela esfera estadual,
na sua contra-partida ao fornecimento regular e gratuito dos medicamentos básicos
prescritos para as doenças mais frequentes (hipertensão, infecções, parasitoses
intestinais, etc.) aos municípios integrantes do programa. Seu objetivo não é
somente permitir acesso da população mais carente aos medicamentos necessários
à manutenção ou recuperação de sua saúde, mas também melhorar a qualidade da
22
assistência nessas unidades, recuperando o papel da unidade básica de saúde,
como referência para a assistência primária de uma região e iniciar um processo de
"padronização de medicamentos", que passou a ser valorizado e respeitado pelos
médicos (GUEDES, 2003).
A seleção de medicamentos essenciais foi realizada a partir da demanda
histórica de consumo de medicamentos fornecida pelos municípios e a adequação à
Sétima Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde,
capacidade de produção do medicamento pela FURP (Fundação para Remédio
Popular), que possibilita a garantia de continuidade do fornecimento com
medicamentos de qualidade (COSENDEY et. al, 2000).
A distribuição dos medicamentos do Programa de Assistência Farmacêutica é
feita pela FURP, baseada na análise do consumo, elaborada pelo Sistema de
Informação do Programa de Assistência Farmacêutica. Os farmacêuticos de cada
município consolidam relatórios de consumo mensal de cada UBS, que são
remetidos às Diretorias Regionais de Saúde. Estas, por sua vez, relatam através de
mapas o consumo de suas regiões, enviando a informação consolidada para a
Secretaria Estadual de Saúde que faz os pedidos à FURP de acordo com o
cronograma de pedido/entrega. O prazo estabelecido é de sete dias entre pedido e
entrega. A entrega dos medicamentos é feita com regularidade diretamente às
Unidades Básica de Saúde, sempre pelo mesmo funcionário da FURP e é recebida
por pessoas autorizadas pelo Secretário Municipal de Saúde (COSENDEY et. al,
2000).
Há também o Programa de Assistência Farmacêutica de Saúde Mental, o
“Dose Certa da Saúde Mental”, o qual dispensa de medicamentos para os
atendimentos de saúde mental, o Programa de Medicamentos de Alto Custo, que
conta com a ajuda do Ministério da Saúde, atende as doenças consideradas de
caráter individual para pacientes que necessitam tratamento longo ou até
permanente, com uso de medicamentos de custo elevado, que, por este motivo, não
poderiam ser adquiridos pelos próprios paciente, o Programa de Doença
Sexualmente Transmissíveis-Aids, que fornecer desde 1996, a todos os pacientes,
as mais modernas drogas anti-retrovirais, que teve como consequência a redução
de mortalidade desta doença. Programa de Assistência Integral ás Vítimas de
Violência Sexual, destacamos o projeto "Bem-Me-Quer", que vem prestando
23
atendimento bio-psico-social e jurídico a mulheres e crianças até quatorze anos
vítimas de violência sexual (GUEDES, 2003).
Programa Nacional de Suplementação de Ferro, são dispensados
medicamentos como sulfato ferroso e ácido fólico com objetivo de prevenir a Anemia
Ferropriva, devendo ser disponível para crianças de 6 meses a 18 meses de idade,
gestantes a partir de 20ª semana e mulheres até o 3° mês pós-parto (LIMA, 2011).
Programa Saúde da Mulher foi elaborado em 1984, é um dos mais antigos
do Ministério da Saúde, o programa oferece um elenco de itens de medicamentos e
correlatos: contraceptivos orais e injetáveis, dispositivos intrauterinos (DIU) e
diafragma, esses itens são de responsabilidade do Ministério da Saúde de adquirir e
distribuir (AUREA, et. al, 2011).
Programa de Diabetes, cujo financiamento da insulina é de responsabilidade
do Ministério da Saúde, pela aquisição e distribuição para estados e Distrito Federal.
E os financiamento dos insumos como seringas com agulha acoplada, tiras
reagentes e lancetas para a realização do teste glicêmico são de responsabilidade
dos Estados e Distrito Federal (AUREA, et. al, 2011).
O Programa de Assistência Farmacêutica obtiveram ótimos resultados: a
efetiva relação de co-parceria entre o estado e os municípios; utilização dos
medicamentos do programa como instrumento para reorganização dos serviços;
recuperação da credibilidade e viabilidade de planejamento da linha de produção da
FURP e a integração da assistência farmacêutica às ações e programas de saúde
priorizados pelo município (GUEDES, 2003).
24
2 OBJETIVO
O presente trabalho objetivou:
1) Realizar um levantamento do uso de medicamentos anti-hipertensivos das
Unidades Básicas de Saúde nos municípios de Ouroeste e Populina no período de
Julho/2010 a Junho/2011.
2) Realizar uma análise comparativa ao uso dos principais anti-hipertensivos entre
os municípios.
25
3 MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia empregada neste trabalho consistiu em quantificar os
medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão, dispensados e registrados
nas Unidades Básicas de Saúde dos Municípios de Ouroeste e Populina no período
de julho de 2010 a junho de 2011.
As informações coletadas foram:
Quais os medicamentos anti-hipertensivos dispensados;
Quantidade de medicamentos anti-hipertensivos dispensados.
Para tais quantificações foram disponibilizados os relatórios do Sistema
Informatizado do Controle de Medicamentos Dispensados das Unidades Básicas de
Saúde dos municípios que já possuem a total informatização do sistema.
O Município de Ouroeste:
Ouroeste possui 8.405 habitantes e uma renda de R$ 44.571.930,00, segundo
o censo 2010 do IBGE, com área de 289 km2, o município começou a se formar por
volta de 1950 quando João Velloso realizou um loteamento, fundado oficial em 27 de
Janeiro de 1952. Ouroeste foi ganhando novos habitantes de tal forma que o
povoado acabou se tornando maior que a sede do Município de Guarani D’ Oeste ao
qual pertencia, desencadeando o início do processo de emancipação, tornando
município autônomo em 27 de dezembro de 1995 (IBGE CIDADES, 2010).
O Município de Populina:
A cidade foi denominada de Populina, uma palavra de origem latina, significa:
Populis-povo; lina-pequena (pequeno povo), sendo o sentido real da palavra reunião
de povos. Há 4.223 habitantes em Populina e contém uma área de 316 km2 e com
uma renda de R$ 10.630.737,00, segundo Censo 2010. A primeira família a chegar
foi a do Sr. Antônio Alves de Oliveira em 1915 e em seguida a do Sr. Jonas
Gonçalves de Menezes. A vila foi se desenvolvendo passando a ser Distrito de Paz
de Populina, criada no Município de Estrela D’ Oeste. Populina virou município pela
Lei n° 5.285, de 18/02/1959, instalado em 01/01/60 (IBGE CIDADES, 2010).
26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O gráfico a seguir representa o percentual de doses dispensadas nas unidades
básicas de saúde dos municípios de Ouroeste e Populina.
Gráfico 1 – Gráfico representativo do percentual da comparação de doses de anti-hipertensivos
dispensados nas unidades básicas de saúde referentes ao mês de julho/2010 a junho/2011 nos
municípios de Ouroeste e Populina.
Os resultados apresentados no gráfico 1 mostra que na cidade de Ouroeste a
dispensação é quase duas vezes e meia maior do que em Populina, pois a
quantidade de anti-hipertensivos total dispensado em Ouroeste é de 787.956 doses,
enquanto Populina é de 318.148 doses, isso significa que em Ouroeste a
porcentagem é de 71% (pela razão entre a quantidade total dispensado em
Ouroeste e a quantidade total dispensados pelas duas cidades).
A dose por habitantes é de 93,748, sendo 8.405 habitantes em Ouroeste. E a
dose por habitante em Populina é de 75,336, possuindo 4.223 habitantes.
29%
71%
Ouroeste
Populina
27
O gráfico abaixo representa as variações mensais das doses dispensadas nas
unidades básicas de saúde dos municípios de Ouroeste e Populina.
Gráfico 2 – Gráfico representativo da quantidade total de doses de medicamentos anti-hipertensivos
dispensados nas unidades básicas de saúde referentes ao mês de julho/2010 a junho/2011 nos
municípios de Ouroeste e Populina.
Os resultados apresentados no gráfico 2 indica que dentro do período estudado
o número de dose de anti-hipertensivo no município de Ouroeste foi crescente. O
aumento de tais medicamentos mostra que para o segundo semestre de 2011 o
número de dose dos fármacos aumentaram em 13%.
Este aumento demonstra que, ou por ação do município ou estado, houve
maior investimento em tais medicamentos.
Para o município de Populina há uma discreta queda na dispensação destes
medicamentos por parte da rede pública. Essa queda foi de 13%.
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o
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ose
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deze
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20000
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40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
Parameter Value Error
-----------------------------------------------------------------------------
A 60445,54545 5292,00119
B 802,68531 719,04137
----------------------------------------------------------------------------
R SD N P
----------------------------------------------------------------------------
0,33288 8598,48419 12 0,29039
----------------------------------------------------------------------------
Parameter Value Error
---------------------------------------------------------------
A 29431,92424 1547,03626
B -449,16783 210,20084
---------------------------------------------------------------
R SD N P
---------------------------------------------------------------
-0,55989 2513,6364 12 0,05834
---------------------------------------------------------------
Total Doses (Ouroeste)
Total Doses (Populina)
Un
ida
de
s
2010 2011
28
Ouroeste possui uma renda de R$ 44.571.930,00, sendo estimados 15% do
orçamento (R$ 6.685.789,50) destinado à saúde. E a renda de Populina é de R$
10.630.737,00, sendo estimados 15% do orçamento (R$ 1.594.610,50) destinado à
saúde. Isso significa que a despesa de Ouroeste em relação à saúde é 4 (quatro)
vezes mais que Populina.
Estimado um gasto de R$ 795,45 por habitante ano em Ouroeste e em
Populina R$ 377,60 por habitante ano, com a presença do Programa Farmácia
Popular (Duas no município) poderia atender 40% mais população em relação à
Ouroeste que possui três Farmácias Populares, supõe-se que o Governo Municipal
de Populina pode ter passado a dividir a responsabilidade com a rede complementar
de saúde para diminuir os gastos, pois a população obtém o mesmo serviço nas
drogarias particulares.
29
O gráfico a seguir mostra a quantidade de captopril 25mg/50mg dispensados
nas unidades básicas de saúde dos municípios de Ouroeste e Populina.
Gráfico 3 – Gráfico representativo da quantidade total de doses de captopril 25mg/50mg dispensadas
nas unidades básicas de saúde referentes ao mês de julho/2010 a junho/2011 nos municípios de
Ouroeste e Populina.
Os resultados apresentados no gráfico 3 mostra que o uso de captopril 25mg é
maior na população de Populina, enquanto o captopril 50mg é menos prescrito pelos
médicos dos municípios e as quantidades dispensadas são parecidas e
relativamente constantes.
Devido a quantidade de captopril 25mg ser dispensado em menor quantidade
em Ouroeste e sua população ser maior que Populina, supondo assim que há
possibilidade do município de Ouroeste disponibilizar mais opções de medicamentos
anti-hipertensivos como enalapril e losartana, diversificando assim o tratamento da
hipertensão conforme será mostrado nos gráficos 4 e 5.
A média do captopril 25mg foi de 4.993,8 doses por mês em Ouroeste e em
Populina foi de 7.491 doses por mês.
A média do captopril 50 mg foi de 1.490 doses por mês em Ouroeste e em
Populina foi de 1.135,4 doses por mês.
julh
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0
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4500
6000
7500
9000
10500
Captopril 50 mg (Ouroeste)
Captopril 25 mg (Ouroeste)
Captopril 50 mg (Populina)
Captopril 25 mg (Populina)
Uni
dade
s
30
O gráfico abaixo mostra a quantidade de enalapril 10mg/20mg dispensados
nas unidades básicas de saúde dos municípios de Ouroeste e Populina.
Gráfico 4 – Gráfico representativo da quantidade total de doses de enalapril 10mg/20mg dispensadas
nas unidades básicas de saúde referentes ao mês de julho/2010 a junho/2011 nos municípios de
Ouroeste e Populina.
Os resultados apresentados no gráfico 4 mostra que tanto o enalapril de 10mg
e 20mg são menos utilizados pela população de Populina, e já na população de
Ouroeste eles são mais utilizados.
A média do enalapril 20mg foi de 10.738 doses por mês em Ouroeste e em
Populina foi de 1.542 doses por mês.
A média do enalapril 10mg foi de 3.818,5 doses por mês em Ouroeste e em
Populina foi de 987,5 doses por mês.
julh
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bro
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reiro
mar
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abril
mai
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junh
o
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
Enalapril 20 mg (Ouroeste)
Enalapril 10 mg (Ouroeste)
Enalapril 20 mg (Populina)
Enalapril 10 mg (Populina)
Uni
dade
s
31
O gráfico a seguir mostra a quantidade de losartana 50mg dispensados nas
unidades básicas de saúde dos municípios de Ouroeste e Populina.
Gráfico 5 – Gráfico representativo da quantidade total de doses de losartana potássica 50mg
dispensadas nas unidades básicas de saúde referentes ao mês de julho/2010 a junho/2011 nos
municípios de Ouroeste e Populina.
Os resultados apresentados no gráfico 5 mostra que há uma grande diferença
no uso da losartana, sendo que em Ouroeste a dispensação é maior, porém com
grandes variações entre os meses. Supondo assim que há uma possibilidade do
município de Ouroeste investir mais em medicamentos que não compõem o
Programa Dose Certa.
E pode observar também que há uma discreta queda na dispensação de
losartana no município de Populina, supondo que possa ser devido este
medicamento estar disponível gratuitamente no Programa Farmácia Popular.
Enquanto, no município de Ouroeste, houve um dispensação do medicamento
losartana e um crescimento próximos dos 150% no período de análise.
A média do losartana 50mg foi de 10.738 doses por mês em Ouroeste e em
Populina foi de 1.292,4 doses por mês.
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o
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mar
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abril
mai
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0
2500
5000
7500
10000
12500
15000
17500
20000
Losartana 50 mg (Ouroeste)
Losartana 50 mg (Populina)
Unid
ades
32
O gráfico a seguir mostra a quantidade de hidroclorotiazida 25mg/50mg
dispensados nas unidades básicas de saúde dos municípios de Ouroeste e
Populina.
Gráfico 6 – Gráfico representativo da quantidade total de doses de hidroclorotiazida 25mg/50mg
dispensadas nas unidades básicas de saúde referentes ao mês de julho/2010 a junho/2011 nos
municípios de Ouroeste e Populina.
Os resultados apresentados no gráfico 6 mostra que o uso de hidroclorotiazida
25mg é maior na população de Ouroeste, enquanto o hidroclorotiazida 50mg são
menos utilizados pelos municípios e a quantidade dispensada pelo município de
Ouroeste é relativamente constante.
A média do hidroclorotiazida 25mg foi de 10.030,9 doses por mês em Ouroeste
e em Populina foi de 7.742,5 doses por mês.
A média do hidroclorotiazida 50mg foi de 1.768,3 doses por mês em Ouroeste
e em Populina foi de 2.008,3 doses por mês.
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mar
ço
abril
mai
o
junh
o
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
Hidroclorotiazida 50 mg (Ouroeste)
Hidroclorotiazida 25 mg (Ouroeste)
Hidroclorotiazida 50 mg (Populina)
Hidroclorotiazida 25 mg (Populina)
Uni
dade
s
33
CONCLUSÃO
Com o presente trabalho pode-se concluir:
1) O município de Ouroeste-SP contribui com um investimento financeiro
percapto maior que o município de Populina-SP com estimativas de R$ 795,45 e R$
377,60 por habitante ano respectivamente.
2) O Captopril de 25mg foi o medicamento mais dispensado na UBS de
Populina enquanto na UBS de Ouroeste foi o Enalapril 20mg.
3) Os medicamentos mais dispensados são integrantes do Programa Dose-
Certa.
4) O medicamento Losartana é mais utilizado pela saúde pública, no
município de Ouroeste em relação ao Município de Populina-SP.
34
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35
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36
APÊNDICE
Medicamentos Dispensados na UBS de Ouroeste
Medicamentos jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 Total
Captopril 25mg 30 9.270 5.960 5.806 5.970 4.430 4.520 6.310 4.020 4.570 5.320 3.720 59.926
Captopril 50mg 1.230 3.510 1.200 1.380 1.710 900 960 1.590 840 1.620 2.191 750 17.881
Enalapril 5mg 340 770 180 0 60 1.350 120 120 850 510 180 240 4.720
Enalapril 10mg 3.660 3.690 4.570 2.960 4.890 4.192 1.654 4.346 4.040 4.400 3.910 3.510 45.822
Enalapril 20mg 11.200 9.080 11.320 10.899 8.241 9.580 10.180 16.760 9.770 10.120 12.050 9.656 128.856
Losatana 50mg 7.330 4.558 3.924 19.020 980 7.020 14.456 11.915 9.190 14.644 13.220 14.246 120.503
Losatana 100mg 150 210 360 90 320 480 480 180 270 372 145 653 3.710
HCTZ 25mg 3.020 12.320 9.070 12.970 11.780 9.580 10.536 10.125 8.990 11.730 11.200 9.050 120.371
HCTZ 50mg 1.970 2.270 1.500 2.140 1.930 1.360 1.950 1.960 1.270 1.710 1.630 1.530 21.220
Outros 24.967 21.972 23.861 22.826 15.664 22.972 24.476 19.044 18.223 27.680 22.368 20.894 264.947
Total 53.897 67.650 61.945 78.091 51.545 61.864 69.332 72.350 57.463 77.356 72.214 64.249 787.956
Medicamentos Dispensados na UBS de Populina
Medicamentos jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 Total
Captopril 25mg 8.085 6.910 8.193 5.940 7.950 6.160 5.980 7.075 7.680 8.260 9.830 7.830 89.893
Captopril 50mg 2.190 1.410 1.590 1.455 1.410 991 1.080 1.041 900 703 0 855 13.625
Enalapril 10mg 1.665 1.370 1.480 1.780 1.560 1.580 1.845 570 0 0 0 0 11.850
Enalapril 20mg 1.740 1.140 1.560 1.460 1.380 1.380 1.590 1.600 1.480 2.070 1.545 1.560 18.505
Losatana 50mg 1.920 1.279 2.550 1.990 2.280 240 0 2.721 2.370 0 0 159 15.509
HCTZ 25mg 9.130 4.940 8.285 6.280 11.430 10.530 8.770 9.155 7.275 4.750 6.240 6.125 92.910
HCTZ 50mg 1.860 2.290 2.220 2.310 60 150 1.380 1.170 2.340 3.870 3.210 3.240 24.100
Outros 5.510 3.735 3.170 7.038 3.925 3.571 3.584 3.900 5.127 4.901 3.650 3.645 51.756
Total 32.100 23.074 29.048 28.253 29.995 24.602 24.229 27.232 27.172 24.554 24.475 23.414 318.148