Post on 17-Apr-2015
Lesões por Esforços Repetitivos
Uma freqüente forma de adoecimento
• As Lesões por Esforços Repetitivos (LER), atualmente denominadas Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT), tem merecido atenção especial, inclusive na odontologia, em virtude do acometimento cada vez maior de profissionais, obrigando-os ao afastamento temporário de suas atividades laborais, em virtude do comprometimento das articulações dos dedos, pulso, cotovelo e ombro.
• O desconhecimento, e a negligência de uma prática de prevenção às LER, podem causar graves danos à saúde do profissional, tendo conseqüências diretas no exercício do trabalho, como a diminuição da produtividade, e em casos extremos, podendo promover a saída precoce do trabalhador do mercado de trabalho.
Definição
• As LER são um fenômeno relacionado ao
trabalho, provocadas pelo uso inadequado
e excessivo do sistema que agrupa ossos,
nervos, músculos e tendões.
• Típicas do trabalho intenso e repetitivo, as
LER são causadas por diversos tipos de
pressão existentes no trabalho, que afetam
as pessoas, tanto física quanto
psicologicamente ( FUNDACENTRO,
2003 ).
• Lesões por traumas cumulativos,
distúrbios cervicobraquiais ocupacionais,
síndrome ocupacional do “overuse”, são
termos utilizados como sinônimos de LER,
que atualmente recebe a denominação
oficial de Doença Osteomuscular
Relacionada ao Trabalho ( DORT );
Formas clínicas
• As LER abrangem diversas patologias,
sendo que as mais conhecidas são:
Tenossinovite, Bursite, Tendinite,
Cervicobraquialgia, Epicondilite, Síndrome
do Túnel do Carpo, Síndrome do Túnel
Ulnar e Síndrome do Redondo Pronador.
• Embora atinjam principalmente os
membros superiores: Mãos, Punhos,
Braços, Antebraços, Mãos e Coluna
Cervical, as LER podem afetar o ser
humano como um todo.
Fatores de Risco
• De uma maneira geral, são vários os
fatores existentes no trabalho, que podem
concorrer para a ocorrência de LER.
• O principal, seria o desrespeito aos fatores ergonômicos e antropométricos, além de repetitividade de movimentos, manutenção de posturas inadequadas por tempo prolongado, esforço físico, invariabilidade de tarefas, pressão mecânica sobre determinados segmentos, trabalho muscular estático, vibração e frio.
Sintomatologia
• As ocorrências dos sintomas, concomitantes ou não, varia de acordo com o estágio em que se encontram as LER. Comumente o profissional apresenta dor, parestesia, edema, sensação de peso, fadiga de aparecimento insidioso, geralmente no membros superiores e perda da força muscular.
• A conjunção destes fatores, somados aos aspectos psicossomáticos, fazem com que a vida pessoal e profissional seja afetada.
• É muito comum a queda da perfomance profissional no trabalho, por vezes causando o afastamento temporário das atividades laborais.
Tratamento
• É consenso entre os especialistas, que
quanto mais precoce o início do
tratamento, tanto mais favorável será o
prognóstico.
• A variedade de tratamentos é ampla e
abrange desde uma simples imobilização
com terapia antiinflamatória e fisioterapia,
até a realização de cirurgia.
LER e a Odontologia
• A odontologia envolve na sua prática, atividades repetitivas, excesso do uso de força nas mãos, esforço para manutenção de posturas antinaturais, sobrecarga dos membros superiores em oposição a uma imobilidade relativa dos membros inferiores, além de outros fatores que podem propiciar o aparecimento das LER.
• Ainda, segundo GREEN, BRAUN (1963), os dentistas apresentam a seguinte problemática:
• sentam ou permanecem em pé durante longos períodos de tempo
• flexionam excessivamente a cabeça
• freqüentemente mantêm os cotovelos a uma altura acima do ombro
• o mau posicionamento da mesa auxiliar obriga-os a estender o braço e a mão para alcançar os objetos de trabalho
• quando trabalham em pé, tendem a se apoiar quase sempre no mesmo membro inferior e, quando sentados, posicionam-se na beirada dos bancos, não havendo apóio da coluna dorso-lombar.
• Estes fatores, somados ao baixo gasto energético, a falta de oportunidade para pausas de repouso satisfatórias, a imobilidade relativa e o uso de grandes grupos de músculos para manter a posição de trabalho, podem causar as LER/DORT.
RUÍDO EXCESSIVO E OS PROFISSIONAIS DA
ODONTOLOGIA
Nível de pressão sonora de um consultório odontológico:Uma análise ergonômica
• O ruído é classificado como qualquer
sensação sonora indesejada para o
organismo humano.
• Os efeitos do ruído na audição podem ser divididos em três categorias:
• 1- Alteração Temporária do Limiar do Auditivo
• 2- Alteração Permanente do Limiar Auditivo e
• 3- o Trauma Acústico.
• A Alteração Temporária do Limiar
Auditivo,é o fenômeno no qual os limiares
auditivos são afetados a partir de uma
exposição a um barulho intenso,
recuperando-se dentro de um espaço de
poucas horas até poucos dias.
• A Alteração Permanente do Limiar
Auditivo, é a diminuição gradual da
acuidade auditiva decorrente da exposição
continuada a níveis de pressão sonora
elevados .
• É sempre neurosensorial.
• O Trauma Acústico, é perda auditiva
súbita decorrente de exposição única a
ruído intenso ( tiros e explosões).
• Fiorini (1995) comenta que um grupo de profissionais está particularmente ameaçado pelos efeitos do ruído: os odontólogos e seus assistentes, pois durante um dia de trabalho passam muito tempo expostos a ruídos de alta freqüência, originários principalmente das turbinas.
• De acordo com Saquy et. al. (1994), à
medida que o trabalho torna-se mais
dependente da técnica, o número de
acidentes e de doenças profissionais
aumentam.
• Sendo o cirurgião dentista um trabalhador
que usa e depende cada vez mais da
tecnologia está também exposto a um
risco muito grande de contrair doenças
profissionais.
• Dentre os riscos a que esse profissional
está sujeito diariamente pode se citar
seus principais agentes: físicos, químicos
e biológicos, sendo o ruído um agente
físico importante.
• Costa (1989), citado por Saquy (1996), observa que o cirurgião dentista está exposto a várias fontes de ruído, como: compressores de ar, turbina de alta velocidade, sugadores de saliva, além de outros fatores como som ambiente e ruído externo ao ambiente de trabalho.
• Nogueira (1983), em relação ao ruído das turbinas de alta rotação, afirma que não se conhecem casos de perda auditiva pela utilização de peças de mão, de velocidade média e baixa,porém, as peças de mão com turbina produzem níveis de ruído extremamente altos,que são considerados como causa da perda de audição.
• Saquy e col. (1994), fizeram uma pesquisa com o objetivo de avaliar a intensidade do ruído provocado por alguns equipamentos odontológicos.
• Para esta pesquisa, foram utilizadas trinta canetas de alta rotação com um ano de vida útil de três diferentes marcas.
• Com o auxílio de um medidor de nível de pressão sonora, foi avaliado o nível de ruído das canetas a uma distância de 30 centímetros.
• Concluíram que as canetas de alta
rotação das marcas Dabi-Atlante e Kavo
apresentam, em média, ruído abaixo de 85
dB (A) e que as canetas da marca Rucca
apresentam, em média, ruído acima de 85
dB (A).
• De acordo com a Legislação do trabalho (1986) o limite máximo de tolerância de ruído em 8 horas de trabalho é de 80 dB. Para Naressi (1983), os ruídos devem situar-se entre 60 e 70 dB, entre 70 e 80
dB aumenta a sensação de desconforto e acima de 90dB há um grande risco para a acuidade auditiva .