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Kit para Formação de Voluntários
no Sistema de Justiça Criminal
Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
2 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Publicado em Março de 2016 pela Aproximar.
Design por © 2016.
Todos os direitos reservados.
Programa
JIVE – Justice Involving Volunteers in Europe
Parceiros
Aproximar
BAGázs
BRIK Institute
Clinks
Cooperativa Sociale Cellarius
Foundation 180
GRADO
Penal Justice Reform (RPJ)
University of Bremen
Autores
Joana Portugal
Rita Lourenço
Tiago Leitão (Coordenação)
APROXIMAR, Cooperativa de Solidariedade Social, Crl.
Agradecimentos
Muito obrigado aos países parceiros do projeto JIVE que implementaram uma ação-piloto do Programa de
Formação para Voluntários no SJC. Um agradecimento especial a todos os voluntários que participaram nas ações
piloto e contribuíram para a melhoria do kit e a todas as organizações e redes envolvidas no processo.
Data de Publicação
Março 2016
Esta publicação foi produzida com o apoio financeiro do Programa de Apoio à Justiça Penal da União Europeia. Os conteúdos desta publicação são da inteira responsabilidade dos
parceiros do projeto, acima, e não pode de nenhuma forma ser utilizado para refletir as visões da Comissão Europeia.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
3 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Índice
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................4
KIT PARA FORMAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS ..........................................................................................................5
1. Desenvolvimento do Perfil do Voluntário .............................................................................................5
2. Desenvolvimento do Programa de Formação ........................................................................................7
ENQUADRAMENTO DAS AÇÕES-PILOTO ...........................................................................................................9
AÇÕES-PILOTO DOS PAÍSES PARCEIROS ........................................................................................................11
Hungria ....................................................................................................................................................11
Itália .........................................................................................................................................................13
Portugal ....................................................................................................................................................15
Roménia ...................................................................................................................................................17
RESULTADOS E AVALIAÇÃO ..........................................................................................................................19
Hungria ....................................................................................................................................................20
Itália .........................................................................................................................................................24
Portugal ....................................................................................................................................................28
Roménia ...................................................................................................................................................33
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS CONTEÚDOS ...............................................................................................35
CONSTRANGIMENTOS ....................................................................................................................................39
Anexo 1 – Questionário para a Avaliação da Qualidade dos Conteúdos ....................................................41
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INTRODUÇÃO
O presente relatório descreve o processo e os resultados de 6 ações piloto desenvolvidas para testar e validar o
Programa de Formação para Voluntários no Sistema de Justiça Criminal1 desenvolvido como parte do projeto
“JIVE – Justice Involving Volunteers in Europe” no âmbito do W/S2 – recrutamento, formação e apoio de
voluntários. O projeto estabelece uma parceria de oito ONG europeias a trabalhar no SJC com o objetivo de
promover a troca de ideias e partilha de boas práticas. Há duas áreas principais nas quais este projeto se concentra:
1) o uso e a importância dos voluntários a trabalhar com reclusos, suas famílias e vítimas e
2) trabalhar eficazmente em parceria com organizações públicas e privadas.
O projeto JIVE baseia-se nas recomendações da Agenda Política para o Voluntariado na Europa (PAVE) e na
opinião do Comité Económico e Social Europeu (SOC/431- Políticas da UE e o Voluntariado) e pretende divulgar:
1] Relatório sobre o contributo e o valor atual dos voluntários nos sistemas de justiça criminal na Europa
para disseminação junto de organizações públicas e privadas relevantes e órgãos europeus, baseando-se na
criação e desenho de um inquérito eletrónico (liderado pelo BRIK Institute)
2] Guia de boas práticas sobre o recrutamento, formação e apoio aos voluntários, e um programa de
formação de voluntários (liderado pela Aproximar)
3] Relatório com recomendações para uma cooperação eficaz entre organizações públicas e privadas,
incluindo uma avaliação das práticas atuais em parcerias intersectoriais (liderado pela Foundation 180)
4] Seminários intersectoriais para explorar ideias e promover o recurso a voluntários no SJC e newsletters
regulares destacando a prática europeia e o progresso do projeto (liderado pela Penal Justice Reform
Foundation)
5] Conferência final em Bucareste, Roménia para promover e demonstrar o valor dos voluntários no SJC e
celebrar os sucessos do projeto (liderado pela GRADO).
As ações-piloto foram desenvolvidas por 4 países parceiros do JIVE: Hungria, Itália, Portugal e Roménia.
1 Para informações mais detalhadas sobre o programa de formação, por favor consulte “Kit para Formação de Voluntários no
Sistema de Justiça Criminal”.
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KIT PARA FORMAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS
Existe uma variedade de modelos de voluntariado por toda a Europa e a Agenda Política para o Voluntariado na
Europa (PAVE), produzida no fim do Ano Europeu do Voluntariado 2011, oferece excelentes recomendações em
vários aspetos do recrutamento, formação, apoio e gestão de voluntários em diversas áreas políticas. No entanto,
pouca referência é feita aos voluntários a trabalhar no setor da justiça criminal, exceto em termos de apoio às
vítimas.
O projeto JIVE incluiu a conceção de um kit para formação de voluntários dirigido a organizações promotoras e
beneficiárias de voluntariado no Sistema de Justiça Criminal (SJC) e aos próprios voluntários a trabalhar no SJC, o
que engloba um perfil do voluntário e um programa de formação. A construção do kit para formação de voluntários
foi baseada:
● Nos resultados de três relatórios desenvolvidos no âmbito do projeto JIVE, que destacaram o nível e
natureza do voluntariado nos sistemas de justiça criminal por toda a Europa (“O uso e o valor dos
voluntários no Sistema de Justiça Criminal”, Clinks, 2015), reveram práticas atuais no recrutamento,
formação e apoio destes voluntários (“Desenho e Implementação do voluntariado no Sistema Criminal de
Justiça”, Aproximar, 2015) e lançaram recomendações para uma cooperação eficaz através de uma
avaliação das práticas atuais em parcerias intersectoriais (“Construir parcerias bem sucedidas envolvendo
voluntários no sistema de justiça criminal – Um guia prático”, Foundation 180, 2016);
● Nas ações-piloto implementadas no âmbito do W/S2 – recrutamento, formação e apoio de voluntários
(liderado pela Aproximar) e todo o trabalho desenvolvido no âmbito deste Grupo de trabalho
(desenvolvimento do perfil do voluntário; ferramenta de autoavaliação; módulos de formação; etc.).
1. Desenvolvimento do Perfil do Voluntário
O objetivo do desenvolvimento de um perfil do voluntário foi identificar as competências chave dos voluntários a
trabalhar no sistema de justiça criminal.
O perfil de voluntário não pretende ser usado unicamente em processos de seleção. Ao invés, o perfil permite a
compilação de várias competências relevantes para o trabalho voluntário, sendo flexível para diferentes
organizações e áreas do SJC. Assim, é possível selecionar diferentes competências para diferentes processos de
recrutamento, dependendo das atividades e tarefas a ser desenvolvidas pelo voluntário, ou usar o perfil como uma
ferramenta para a autoavaliação dos voluntários, para que possam, de forma autónoma, melhorar o seu desempenho
e tornarem-se mais comprometidos com a organização (promotora e beneficiária) e com o papel que deles é
esperado.
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No âmbito da avaliação de necessidades de formação, o perfil do voluntário apoia na identificação de competências
que necessitam de ser desenvolvidas, através de uma formação regular e genérica ou de módulos especializados.
Depois da realização da formação, pode ser aplicado para avaliar quais as competências que efetivamente
melhoraram.
O Quadro de Competências do Voluntário2 representa um perfil comum e genérico de um voluntário no sistema de
justiça criminal, independentemente da organização ou contexto em que trabalha. As competências são organizadas
em três dimensões: genéricas, específicas e de suporte:
● Ferramenta de autoavaliação
A Ferramenta de Autoavaliação é um mecanismo para facilitar a avaliação de competências pelos próprios
voluntários. É uma ferramenta digital (embora possa ser copiada em papel) com flexibilidade suficiente para que os
gestores de voluntariado criem inquéritos de acordo com aquilo que desejam avaliar ou com os propósitos da
avaliação.
A ferramenta de autoavaliação é uma parte constituinte do kit para formação de voluntários, pois pode ser utilizada
para identificar as necessidades de formação, ou seja, as competências que necessitam de melhoria. Na
2 Para informações mais detalhadas sobre o perfil do voluntário e a ferramenta de autoavaliação, por favor consulte “Kit para
Formação de Voluntários no Sistema de Justiça Criminal”.
Genéricas
Comunicação e trabalho de equipa
Legislação e regulamentos do SJC
Compreensão dos ambientes específicos do SJC
Representação e colaboração inter-institucional
Motivação dos clientes e agentes do SJC
Avaliação de necessidades dos clientes
Gestão de grupos no SJC
Específicas
Gestão de clientes do SJC com necessidades especiais (p.e.
reclusos, vítimas, jovens)
Facilitação do processo de reintegração
Literatura específica acerca da reintegração e teorias corretivas
Identificação e uso eficaz de recursos e ferramentas
existentes
Gestão do tempo
De suporte
TI para atividades de voluntariado e para fins
administrativos
Conhecimento básico de uma língua estrangeira
Aprendizagem autónoma ao longo da vida
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autoavaliação, os voluntários selecionam o nível (de 1 – Básico a 4 – Especialista) que consideram possuir em cada
indicador.
No final, os gestores de voluntariado obtêm uma panorâmica relativamente aos pontos fortes e fracos de cada
voluntário ou relativo ao perfil de um grupo de voluntários, permitindo-lhes apoiar os voluntários mais eficazmente
através de formação, motivação ou estabelecimento de uma correspondência apropriada entre os grupos de
voluntários e o público-alvo a quem o voluntariado se destina
2. Desenvolvimento do Programa de Formação
A definição do currículo do curso foi criada em colaboração com todos os parceiros JIVE, através de um processo
de desenvolvimento em quarto etapas:
Na convergência, os parceiros estabeleceram uma perspetiva comum sobre qual o currículo e recolheram práticas
de formação, materiais de formação existentes e desenvolvimento de conteúdos de aprendizagem.
A fase da Propriedade envolveu o codesenvolvimento de materiais e metodologias de formação e aprendizagem.
A Aproximar liderou este trabalho de cooperação, definindo uma lista de materiais de formação e atribuindo cada
um a diferentes parceiros, de acordo com o seu âmbito e experiência. Esta foi a fase mais árdua e a que mais tempo
consumiu devido à complexidade das tarefas, nomeadamente produzir os materiais em língua inglesa.
Finalmente, o Teste e a Avaliação estão associados às ações-piloto, a que este relatório se refere, e pretendem
colocar em prática os materiais de formação elaborados e recolher feedback dos participantes sobre o valor
acrescentado da formação.
Convergência Propriedade
Teste Avaliação
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Definição do Currículo do Curso
A primeira etapa na conceção do curso consistiu em estabelecer um acordo entre os parceiros quanto ao currículo
do curso, nomeadamente os módulos, carga horária, modalidade de formação e métodos de avaliação. A versão
final do programa de formação3 compreende 12 módulos, num formato B-learning, com a duração de 73 horas:
0. Sessão de Acolhimento
1. Introdução ao SJC (específico do país)
2. Atitudes e valores em relação ao crime e justiça
3. Introdução ao perfil do voluntário e ferramenta de auto-avaliação
4. Papéis e responsabilidades do Voluntário
5. Comunicação
6. Entrevista motivacional
7. Riscos, limites e auto-regulação
8. Gerir situações difíceis
9. Análise de necessidades do cliente
10. Cooperação interinstitucional
11. Período de observação
12. Avaliação
Cada módulo tem a duração de 3 horas, incluindo a parte online e as sessões de workshop. Todos os módulos são
planeados através de um plano de sessão, que considera os conteúdos, resultados de aprendizagem, atividades e
recursos para cada módulo (online e workshop). O período de observação foi estabelecido como um fator chave
para os novos voluntários validarem o seu desempenho e características pessoais.
3 Para informações mais detalhadas sobre o programa de formação, por favor consulte “Kit para Formação de Voluntários no
Sistema de Justiça Criminal”.
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ENQUADRAMENTO DAS AÇÕES-PILOTO
No âmbito do desenvolvimento do Programa de Formação para Voluntários no SJC, os parceiros do projeto JIVE
acordaram na realização de ações-piloto. Uma ação-piloto é uma fase de experimentação técnica, de validação do
programa de formação e avaliação do valor potencial do kit que pretende:
▪ Identificar ações de melhoria;
▪ Verificar o nível de aceitação dos utilizadores (voluntários, formadores);
▪ Identificar e corrigir quaisquer deficiências e problemas;
▪ Avaliar o valor acrescentado;
▪ Melhorar a formação antes da disseminação para outras organizações.
A configuração das ações-piloto deveria seguir o mais possível a estrutura do programa de formação em termos de
conteúdos (módulos definidos), duração e grupos alvo.
Tal significa que cada país parceiro poderia:
1. Selecionar um grupo de voluntário no SJC;
2. Aplicar uma pré-autoavaliação de competências a cada voluntário (de acordo com o Perfil do Voluntário);
3. Organizar uma formação à medida identificando os módulos que melhor respondem às necessidades de
formação;
4. Implementar a formação no formato B-learning (misto de sessões presenciais e online) ou formato
presencial;
5. Estabelecer um período de observação para voluntários selecionados;
6. Avaliar a satisfação dos formandos e formadores;
7. Aplicar uma pós-autoavaliação de competências a cada voluntário para determinar as melhorias no
conhecimento, capacidades e /ou atitudes;
No que diz respeito à formação em formato B-learning, a Aproximar disponibilizou uma LMS4 (Learning
Management System) para aqueles que quisessem realizar a formação B-learning, apenas durante o período do
projeto JIVE.
4 A LMS da Aproximar pode ser visitada através do link Aproximar Capacita (clique para aceder).
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10 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
A LMS apresentava um curso para cada país parceiro. Na pasta do curso, cada parceiro tinha a possibilidade de
carregar os materiais da formação e organizar a formação como melhor lhe conviesse. Para tal, a Aproximar
disponibilizou um Guia do utilizador para cada país parceiro que requisitou um curso no LMS. Infelizmente, a
Aproximar não conseguiu disponibilizar a plataforma LMS ao parceiro húngaro devido a uma falha momentânea
da mesma, o que apenas foi resolvido após o início da ação-piloto húngara. Uma vez que a Aproximar é a
administradora da plataforma LMS, coube a este parceiro a gestão do registo de todos os formandos no LMS,
depois dos países parceiros remeterem uma lista com os nomes e emails dos participantes.
A Aproximar recomendou que cada país parceiro estabelecesse um plano da ação-piloto para determinar se iriam
seguir a estrutura aprovada ou que alternativas iriam incluir. Assim, as próximas páginas serão dedicadas a
apresentar como cada país desenvolveu a sua própria ação-piloto.
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AÇÕES-PILOTO DOS PAÍSES PARCEIROS
Hungria
O parceiro húngaro BAGázs5 criou uma formação muito particular para voluntários, ajustando os objetivos do
JIVE ao seu próprio contexto. A BAGázs combinou o modelo de formação JIVE com a sua experiência em
mentorização e organizou um grupo misto de mentores pares e mentores não pares.
O processo para implementar a formação-piloto foi:
O curso da BAGázs para não-pares foi também implementado num formato B-learning, infelizmente não com a
plataforma da Aproximar mas com uma outra plataforma aberta. Nesta plataforma, os húngaros carregaram
conteúdos tais como documentos e apresentações Prezi.
O plano da formação-piloto da Hungria está apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Configuração da ação-piloto na Hungria
Conteúdos
Introdução aos valores da BAGázs; Segregação,
Segregação de Ciganos e Reprodução da Pobreza;
Sistema de Justiça Criminal; Mentoria; Comunicação;
Entrevista Motivacional; Mentalização; Organizações
nacionais e locais
Nº de grupos de formação 1
Nº de formandos e grupo alvo 17 mentores pares e não pares
Duração da formação 68 horas
Formato B-learning
5 http://www.bagazs.org/
Organizar formação piloto
•Estabelecer 1 ação piloto
•Combinação do JIVE e mentoriação
•Seleção do local
•Seleção dos formadores consoante experiência e competência
Procurar formadores
•Post no Facebook para recrutar mentores não pares, com seleção por CV e candidatura
•Convite para pares a pessoas com quem a BAGázs trabalha
Recolher dados dos formandos
•Candidatura para ação piloto
•Avaliação de motivações e objetivos
Definição de módulos
•Adaptação ao contexto específico
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Metodologias de formação Visualização dos conteúdos teóricos online, presencial:
jogos, role-plays, discussão em grupos pequenos
Métodos de Avaliação
Melhoria de competências através de uma autoavaliação
(pré e pós)
Feedback oral sobre: “O que não aproveita?”; “O que leva
desta formação?” e “Qual é a sua mensagem para os
formadores?”
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Itália O parceiro italiano Cooperativa Sociale Cellarius6 realizou uma ação-piloto destinada a voluntários a trabalhar em
contexto prisional. O piloto iniciou-se em Outubro de 2015 e as sessões foram configuradas, tanto quanto possível,
de acordo com a estrutura do programa de formação em termos de conteúdos (módulos definidos), duração e
grupos alvo.
O processo para implementar a formação foi:
O curso online italiano foi implementado através da plataforma LMS da Aproximar na qual a Cellarius carregou
conteúdos tais como documentos, apresentações e fichas de trabalho. A Cellarius introduziu no LMS os
questionários de satisfação dos formandos.
6 http://www.coopcellarius.it/
Organizar formação piloto
•Estabelecer 1 ação piloto
•Testar todos os módulos do programa de formação
•Seleção do local
•Seleção dos formadores consoante experiência e competência
Procurar formadores
•Foi enviado um convite a 4 organizaçoes que operam no SJC
Recolher dados dos formandos
• Inscrição na ação piloto
•Aplicação um questonário de diagnóstico de expectativas
Definição de módulos
•Ajustes na ordem dos módulos
•Adaptação ao contexto específico
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O plano da formação-piloto para a Itália está apresentado na Tabela 2.
Tabela 2. Configuração da ação-piloto na Itália
Conteúdos Todos os módulos do programa de formação
Nº de grupos de formação 1
Nº de formandos e grupo-alvo 17 Voluntários a trabalhar em prisões
Duração da formação 33 horas
Formato B-learning
Metodologias de formação Visualização dos conteúdos teóricos online, revisão
presencial de conteúdos teóricos (vistos online), debates,
trabalhos, role-plays, exercícios, visitas de estudo
Métodos de avaliação Satisfação dos formandos
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Portugal
Aproximar7, o parceiro português, desenvolveu um trabalho de colaboração com a Direção Geral de Reinserção e
Serviços Prisionais (DGRSP) como parte do projeto JIVE. Esta colaboração, além de aumentar o conhecimento
sobre o voluntariado nas prisões, permitiu ter acesso à rede nacional de organizações promotoras do voluntariado
prisional e a voluntários, gestores de voluntariado e à gestão central. Isto significa que a ação-piloto foi organizada
entre as duas entidades. Além disso, é importante destacar que o programa de formação em Portugal sofreu
algumas alterações, de forma a mantê-lo alinhado com o que a DGRSP já tinha desenvolvido neste âmbito e
também para se focar no meio prisional: o módulo “Lidar com situações difíceis” foi eliminado e o módulo
“Riscos, limites e auto-regulação” foi desenhado para as especificidades do meio prisional e intitulado “Riscos,
limites e problemáticas em meio prisional”. Todos os conteúdos foram desenvolvidos num formato multimédia
para melhorar a experiência de aprendizagem.
A cooperação com a DGRSP constituiu o primeiro passo de validação no sentido do reconhecimento do kit para
formação de voluntários. Todas as características e conteúdos foram apresentados a especialistas da gestão central
que os analisaram e deram feedback sobre correções e ajustes.
Devido a constrangimentos de tempo, a Aproximar e a DGRSP estabeleceram 3 ações piloto (Lisboa, Leiria e
Porto), para 1 dia de sessão presencial e decidiram testar apenas dois módulos do programa de formação, a serem
selecionados a partir de quatro opções: Introdução ao SJC Português; Papéis e Responsabilidades; Entrevista
Motivacional; e Riscos, limites e problemáticas em meio prisional. Os módulos implementados foram escolhidos
de acordo com as necessidades de formação dos voluntários participantes, depois da análise da pré-autoavaliação
de competências. A DGRSP também destacou 3 colaboradores experientes dos serviços prisionais portugueses para
co-conduzir as ações piloto com os formadores: um director-adjunto, um gestor de voluntariado e um guarda
prisional.
7 http://www.aproximar.pt/
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O processo de implementação da formação foi é explicado abaixo:
A tabela 3 apresenta aspetos chave da ação-piloto em Portugal.
Tabela 3. Configuração da ação-piloto em Portugal
Conteúdos Introdução ao SJC; Entrevista Motivacional; Riscos, limites e problemáticas em meio prisional
Nº de grupos de formação 3
Nº de formandos e grupo alvo 36 voluntários a trabalhar em prisões
Duração da formação 9 horas para cada ação-piloto (6h presenciais e 3h online)
Formato B-learning
Metodologias de formação Visualização de conteúdos teóricos (online), revisão
presencial de conteúdos teóricos (vistos online), debates,
trabalhos, role-plays, exercícios
Métodos de Avaliação
Melhoria no conhecimento, competências e atitudes
através da autoavaliação (pré e após) Satisfação dos formandos Satisfação dos formadores
Devido ao facto de se tratar de uma ação-piloto, a Aproximar abriu apenas um número limitado de vagas. As
expectativas foram excedidas e a Aproximar recebeu 68 pedidos mas apenas pôde aceitar 45 formandos.
Organizar formação piloto
• Implementar 3 ações piloto
•Testar apenas 2 módulos do programa de formação
•Seleção de local
•Seleção de formadores e convite de experts
Procurar formadores
•Convite a todas as organizações promotoras de voluntariado nas prisões (por email)
• Introdução ao projeto, objetivos do piloto JIVE, módulos em teste e o link para o formulário de inscrição
Recolher dados dos formandos
• Inscrição na ação piloto
•Preencher a ferramenta de auto-avaliação
Definição de módulos
•Análise competências pontuadas entre básico (1) e capaz (2)
• Seleção de dois módulos de acordo com a relação entre competências e módulos
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17 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Roménia
A Grado8, o parceiro romeno, foi responsável pela implementação da formação-piloto na Roménia. A Grado
selecionou os módulos a serem implementados considerando a experiência dos formandos e as atividades de
voluntariado em que eles se podiam envolver no contexto prisional. Além disto, foram também tidos em conta os
objetivos do voluntariado nestes dois sistemas: liberdade condicional e prisão, uma vez que na Roménia não existe
um voluntariado especializado. O processo da implantação da ação-piloto está apresentado abaixo:
A Grado implementou uma formação B-learning usando a LMS da Aproximar. Na sua pasta, a Grado carregou
todos os documentos para a formação, nomeadamente apresentações de power-point, fichas de trabalho e outros
documentos.
8 http://grado.org.ro/
Organizar formação piloto
• Implementar 1 ação piloto
•Testar todos os módulos do programa de formação
•Seleção de local
•Seleção dos formadores
Procurar formadores
•Anúncio na Faculdade de Sociologia e Serviço Social da Universidade de Bucareste
•Contacto com o secretariado e professores
Recolher dados dos formandos
• Inscrição na ação piloto
•Avaliação da motivação e experiência no SJC
Definição de módulos
•Ajustes às metodologias de formação
• Inclusão de temas face às as expectativas dos formandos
•Tempo reduzido para a componente teórica
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18 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
As principais características da formação-piloto na Roménia são apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4 Configuração da ação-piloto na Roménia
Conteúdos Todos os módulos do programa de formação JIVE, exceto
a Entrevista Motivacional e a Análise de Necessidades
dos Clientes
Nº de grupos de formação 1
Nº de formandos e grupo-alvo 17 Estudantes de Ação Social, Mestrado em Desvio e
Criminalidade e Mestrado em Liberdade Condicional
Duração da formação 15 horas
Formato B-learning
Metodologias de formação Visualização de conteúdos teóricos (online), revisão
presencial de conteúdos teóricos, debates, trabalhos, role-
plays, exercícios
Métodos de avaliação Satisfação dos formandos
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19 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
RESULTADOS E AVALIAÇÃO
Os resultados e avaliação das ações de formação-piloto demonstram que para todos os pilotos dos países, os
voluntários ficaram satisfeitos com os conteúdos da formação e métodos utilizados. Todos os países parceiros
usaram, pela primeira vez, um formato B-learning para formar os voluntários e foi possível verificar que todos
os voluntários estiveram à vontade com esta modalidade. Nem todos os países implementaram uma pré e pós
autoavaliação de competências, mas os que o fizeram podem verificar que a formação é eficaz, pois produziu
melhorias nas competências. As diferenças entre os parceiros justificam-se pelo seu contexto e experiências e a
forma como desenvolveram a formação ou o que quiseram alcançar.
Embora não seja possível comparar com precisão os resultados de cada país, há evidências de que o programa
de formação é apreciado pelos voluntários e que este é apropriado para aqueles que desejam tornar-se
voluntários no Sistema de Justiça Criminal. Além disto, pode afirmar-se que os voluntários valorizam a
formação contínua e desejam sessões de formação mais frequentes.
Deve ser realizado um maior investimento na definição de um modelo europeu para formação de voluntários no
SJC, nomeadamente para estabelecer um programa certificado.
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20 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Hungria
Com referido anteriormente, a BAGázs implementou um curso de formação de 68 horas combinando o modelo
JIVE e alguns módulos de formação em mentoria. A ação-piloto decorreu na povoação9 (Bag) e em Budapeste, e
iniciou-se em Outubro de 2015. Cada sessão presencial durou cerca de 3 horas. Para mentores não pares, os
materiais online foram disponibilizados antes da sessão presencial.
Tabela 5. Implementação da Formação na Hungria
Número sessão/data Módulos
1ª ● Introdução aos valores da BAGázs
2ª ● Introdução aos Valores da BAGázs; Segregação,
Segregação dos Ciganos e Reprodução da Pobreza
3ª ● Sistema de Justiça Criminal
4ª ● Mentoria
5ª ● Visita de estudo à povoação
6ª ● Mentoria
7ª ● Comunicação e Entrevista Motivacional
8ª ● Consciencialização
9ª, 10ª e 11ª ● Excursão
Satisfação dos Formandos
A satisfação dos formandos foi avaliada com um feedback oral através da resposta a:
O que deita fora?
O que leva consigo desta formação? e
Qual é a sua mensagem para os formadores?
Com esta atividade, BAGázs recolheu alguns testemunhos sobre a formação10:
9 Tradução de “settlement”, um acampamento de ciganos. 10 Tradução dos autores.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
21 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
"Fiz amigos. Ganhei autoconfiança. E vou para casa feliz.”
"Obrigado pela grande energia e atenção que tive da vossa parte durante a formação! Penso que os temas foram
organizados de uma forma excelente; aprendi imensas coisas novas e interessantes!”
"Para mim a coisa mais importante neste fim-de-semana foi a importância da consciencialização e os instrumentos
para encerrar a mentoria. Definitivamente levarei estes comigo!”
"Obrigado pela existência da BAGázs! Ajudou-me a colecionar muitas grandes experiências. Também me fez mais
consciente da importância de nos virarmos para aqueles que precisam.”
"Foi muito bom e motivador para mim que pudessem sempre prestar atenção aos princípios da BAGázs e para a
forma correta de comunicação na prática. Obrigado por isto! :)"
Melhoria de competências
Como referido anteriormente, a BAGázs reorganizou o modelo de formação para que este se focasse na aquisição
de competências para que os participantes se tornassem mentores na povoação. Desta forma, o quadro de
competências é também diferente11:
11 Como uma ação de melhoria para o Perfil do Voluntário do JIVE, a Aproximar incluiu na versão final algumas das
competências criadas pela BAGázs.
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22 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
A BAGázs entregou o questionário de autoavaliação nos primeiros dias de formação presencial da ação-piloto e
aplicou novamente o mesmo questionário após o fim da formação. O questionário focou-se no perfil da BAGázs,
numa escala de 1 (não é de todo para mim) até 10 (é sempre verdade para mim em todas as situações). É possível
compreender quais as competências que melhoraram e confirmar se o programa de formação é eficaz.
Para as competências escolhidas, a avaliação inicial mostrou que a pontuação mais baixa foi sobre as competências
específicas relativas a Formação de Mentores JIVE (5,6). O Gráfico 1 apresenta os resultados da comparação ente a
avaliação inicial e final. O piloto de formação húngaro produziu uma melhoria em todas as competências
trabalhadas.
Auto-conhecimento
Mentalização; empatia
Autorreflexão, Autorreconhecimento desenvolvido,
Personalidade madura
Lidar com o fracasso
Comunicação
Assertividade
Feedback
Colaboração
Proatividade
Trabalho de equipa
Abordagem focada na
confiança e no resultado
Encontros sociais
Lidar com preconceitos
Gestão de recursos
Abordagem orientada para o
sistema e processos
Formação JIVE de
competências específicas do
mentor
Trabalho independente
Orientação no sistema social
húngaro
Orientação no Sistema de
Justiça Criminal húngaro
Mentoria como ferramenta,
conhecimento e prática
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23 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Gráfico 1. Resultados da Melhoria de Competências da Hungria
O aumento mais significativo dá-se nas “Competências Específicas da Formação de Mentores JIVE” que subiu 1,7
pontos, e o aumento menos expressivo é nas competências de “Comunicação”. Estes resultados podem
provavelmente destacar as competências que os formandos já tinham e aquelas em que a BAGázs teve que investir.
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24 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Itália
No que concerne a ação-piloto, a Cooperativa Sociale Cellarius implementou 5 sessões de formação (em formato
B-learning), cada uma composta por 2 módulos.
A sessão de acolhimento foi incluída na primeira sessão com a apresentação do programa de formação, os objetivos
e resultados, conteúdos, métodos e sistemas de avaliação.
Tabela 6. Realização da formação em Itália
Número da
sessão/data Módulos Local
1ª
16 de Outubro, 2015 ● Sessão de acolhimento
Instalações da Cellarius
2ª
6 de Novembro, 2015
● Introdução ao Sistema de Justiça Criminal italiano
● Atitudes e Valores face ao crime e justiça
3ª
13 de Novembro, 2015
● Papel e responsabilidades
● Riscos, limites e auto-regulação
4ª
23 de Novembro, 2015
● Cooperação interinstitucional
● Entrevista Motivacional
5tª
27 de Novembro, 2015
● Comunicação
● Análise das necessidades do cliente
6ª
10 de Dezembro, 2015
● Lidar com situações difíceis
● Introdução ao perfil do voluntário e ferramenta de
auto-avaliação
7ª
15 de Janeiro, 2016
● Encontro de avaliação com os voluntários
(após 1 mês do fim do curso)
Os formandos foram convidados a preencher o “Questionário de Diagnóstico” na primeira sessão e foram
informados de que os questionários seguintes estariam apenas disponíveis através da plataforma online (o que
permitiu monitorizar as atividades dos formandos em tempo real através do preenchimento dos questionários).
Devido à formação-piloto ter sido realizada em diferentes sessões (5), o número de participantes foi diferente em
cada sessão (ver Gráfico 2). No total, as formações piloto contaram com 21 formandos, mais do que o esperado. A
média de participação nas sessões foi de 13 formandos.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
25 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Gráfico 1. Número de formandos por sessão
Relativamente à avaliação das sessões piloto, os resultados são expressos como médias das sessões, ao invés de
resultados individuais. Isto é útil para obter uma ideia geral e para produzir conclusões efetivas sobre como foram
desenvolvidas.
Satisfação dos formandos
A satisfação dos formandos foi avaliada através de um questionário que se focou em 3 dimensões principais:
organização e logística; conteúdos e didática. Um total de 5 questionários foram aplicados, um por sessão. De um
número total de 65 participantes em todas as sessões, 42 completaram os questionários online, com uma taxa de
resposta de 65%. Os resultados são expressos numa escala de 1 (Mau) a 6 (Excelente).
Gráfico 2. Satisfação dos formandos por dimensão
Como visto no Gráfico 3, os formandos mostraram-se satisfeitos com as diferentes dimensões, sendo a “Didática” a
mais apreciada (metodologias de formação e materiais), seguida de “Organização e logística”. “Conteúdos”
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
26 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
(correspondência de expectativas, duração) pontuou uma média de 4,5 o que representa um nível bom-muito bom.
Foi destacado que a duração dos módulos não foi suficiente.
Os formandos foram também convidados a dar sugestões para a melhoria do curso de formação. Os formandos
afirmaram que deveriam existir diferentes grupos de formação de acordo com a experiência no terreno, porque
“aqueles que têm já experiência no terreno têm um interesse em assuntos diferentes”.
Durante o último encontro com os voluntários, para avaliação, os formandos também testemunharam12 que:
«Adorei a lição, especialmente as sessões presenciais, que envolveu os participantes no curso.»
«É sempre muito útil confrontar e ouvir as experiências pessoais que são aquelas que fazem a diferença em
relação a um curso com “teoria apenas”, considerando que é a prática que permite adquirir a experiência correta
para abordar certas situações críticas.»
Melhoria de Competências
Na primeira sessão de formação (acolhimento), os italianos administraram a autoavaliação de competências, mas o
número de questionários foi muito reduzido e os dados recebidos não foram muito significativos. Assim, não há
dados fiáveis que provem a melhoria de competências.
Contudo, durante o processo de seleção, as associações de voluntariado enviaram algumas características dos
voluntários. Quase todos os voluntários têm um curso universitário, principalmente nas áreas sociais, humanísticas,
linguísticas e legais. Sobre a sua experiência no setor do voluntariado, o grupo não é homogéneo uma vez que
alguns deles trabalham neste setor há 5 anos ou mais, e alguns apenas agora começaram (menos de 2 anos de
experiência). Os voluntários trabalham tanto no interior (com reclusos) como fora da prisão (com vítimas de crime
e outros grupos alvo). As principais atividades desenvolvidas pelos voluntários que participaram no curso de
formação são: aconselhamento, serviços de livraria, distribuição de roupas e comida dentro da prisão, cursos de
literacia e línguas estrangeira, apoio a vítimas do crime (fora da prisão).
Na última sessão de formação, no módulo “Introdução ao perfil do voluntário e ferramentas de autoavaliação”, 14
voluntários completaram o questionário “Perfil do Voluntário; quadro de competências do voluntário”. Os
resultados são descritivos:
Em relação às “competências genéricas”, os voluntários afirmaram que se sentiram competentes na
comunicação, trabalho de equipa e análise das necessidades dos clientes;
Para as “competências específicas”, os voluntários afirmaram que se sentiram competentes na abordagem a
situações especiais/críticas e na avaliação de prioridades;
12 Tradução dos autores.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
27 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Finalmente, em relação à área “competências de apoio”, os voluntários afirmaram que melhoraram no
pensamento crítico.
Além disso, os voluntários destacaram que a formação levou a um aumento da sua capacidade de pensar sobre o
seu papel enquanto voluntários.
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28 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Portugal
A Aproximar e a DGRSP desenvolveram 3 ações piloto em Fevereiro de 2016, por um período de 6 horas
presenciais em cada ação-piloto (mais 3 horas que os formandos passaram online). As ações piloto decorreram em
estabelecimento prisional (2) ou instituições de administração prisional (1).
Tabela 7. Realização da formação em Portugal
Número da ação/data Módulos Local
1ª
5 de Fevereiro, 2016
● Introdução ao Sistema de Justiça Criminal Português
● Riscos, limites e problemáticas em meio prisional
Instituição de
administração prisional -
Lisboa
2ª
10 de Fevereiro, 2016
● Introdução ao Sistema de Justiça Criminal Português
● Entrevista motivacional
Estabelecimento
prisional - Leiria
3ª
12 de Fevereiro, 2016
● Introdução ao Sistema de Justiça Criminal Português
● Riscos, limites e problemáticas em meio prisional
Estabelecimento
prisional - Porto
A Aproximar reuniu um grande número de participantes e, como não foi possível aceitar toda a gente, manteve
uma lista de voluntários dispostos a participar na formação após os pilotos. A lista final de participantes registou
um total de 68 indivíduos, mas a Aproximar apenas pôde aceitar 45 formandos. Na realidade, devido a ausências ou
desistências, a soma total de formandos foi de 37, divididos por:
Gráfico 3. Número de formandos por Ação-piloto
Todos os formandos completaram com sucesso a formação, embora alguns participantes em Leiria não tenham
acedido aos conteúdos multimédia devido à falta de competências em TI.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
29 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Em relação à avaliação das ações piloto, visto que a Aproximar realizou 3 ações, os resultados são expressos como
médias daquelas ações ao invés de resultados individuais. Isto é útil para recolher uma imagem geral e para
produzir conclusões efetivas sobre como foram desenvolvidas.
Satisfação dos formadores
Uma vez que a Aproximar implementou a formação com os seus próprios formadores, envolvidos no projeto JIVE,
nomeadamente no desenvolvimento de conteúdos e organização das ações piloto, foi decidido ter especialistas da
Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para dar feedback sobre como as ações piloto foram
implementadas. Estes deram o seu feedback num questionário que abordou fatores como a logística, conteúdos, e
perfil dos formandos, natureza do curso e recomendação para participar no curso, numa escala de 1 (muito fraco) a
6 (excelente).
De acordo com os especialistas no voluntariado em prisões, o curso de formação é equilibrado (teórico e prático) e
todos eles recomendariam aos voluntários para participarem nesta formação. Quanto aos conteúdos (adequação às
necessidades dos formandos, objetivos e resultados, aplicação prática), os especialistas deram uma pontuação
muito elevada (entre 5 e 6), afirmando até que deveriam existir mais módulos para a formação, que todos os
voluntários em prisões deveriam participar nesta formação e que o kit para formação de voluntários deveria estar
disponível para todo o staff da DGRSP.
Satisfação dos formandos
Como procedimento em todas as ações de formação, foi pedido aos formandos para darem o seu feedback sobre as
ações piloto. O feedback foi recolhido através de um questionário que se focou em 3 dimensões principais:
logística, conteúdos e formadores, numa escada de 1 (Fraco) a 6 (Excelente). A taxa de resposta foi 100% para
todas as ações piloto, visto que os formandos não deixaram o local sem responder ao questionário.
Como pode ser observado no Gráfico 5, os formandos ficaram satisfeitos com as ações piloto, especialmente com
os formadores e especialistas (o seu conhecimento sobre o tema). Os conteúdos de formação registaram uma
pontuação de médio a bom, sendo a pontuação mais baixa a de Leiria, na qual os participantes eram voluntários
mais experientes com vontade em aprender tópicos especializados sobre o Sistema de Justiça Criminal e como lidar
com reclusos e instituições. A logística também pontuou entre médio e bom, principalmente devido à duração e
calendarização da formação, visto que muitos voluntários queriam mais horas de formação e também porque a
maioria são trabalhadores a tempo inteiro e tiveram de se ausentar do local de trabalho.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
30 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Gráfico 4. Satisfação dos Formandos por Dimensão (média por local de piloto)
Os voluntários destacaram que o curso de formação é:
Equilibrado entre teoria e prática. É um resultado importante, na medida em que os parceiros JIVE
defendem um modelo no qual os voluntários possam aprofundar os conteúdos teóricos e tornarem-se mais
confiantes em relação às suas perspetivas sobre os mesmos, mas combinados com exercícios práticos para
fortalecer o conhecimento adquirido;
Recomendável, uma vez que todos os voluntários que participaram na ação-piloto recomendariam a outros
voluntários este curso de formação.
Os voluntários foram livres de dar sugestões e comentários sobre o programa de formação, especialmente na
medida em que beneficiaria outros voluntários e que se tratava de uma formação-piloto. Assim, os voluntários
destacaram como características positivas:
«Esta formação poderia ser obrigatória para todos os voluntários a trabalhar em prisões»
«Os exercícios e atividades de grupo trazem valor acrescentado para reforçar o conhecimento adquirido»
«Aprendemos algumas estratégias de como reagir»
«Esta formação é muito valiosa para pessoas que querem tornar-se voluntários em prisões»
Como sugestões de melhoria, os voluntários afirmaram que a Aproximar deveria:
Acrescentar role-plays e exercícios;
Disponibilizar os conteúdos online por um período de tempo maior; e
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
31 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Aumentar a duração das sessões.
Comparando as 3 ações-piloto em relação à satisfação dos formandos, Lisboa recebeu a pontuação mais elevada
(5,25) e Leiria a mais baixa (4,54). Embora a Aproximar tenha tentado manter alguns requisitos na implementação
da formação em cada ação-piloto, alguns fatores poderão justificar as diferenças: espaço e equipamento (em Leiria,
a temperatura da sala não estava muito confortável); os conteúdos explorados (foram os mesmo para Lisboa e
Porto, mas diferentes para Leiria); o grupo de voluntários e a sua experiência (em Leiria houve voluntários muito
experientes, como já mencionámos); e especialistas (diferentes historiais, experiência e personalidade).
Gráfico 6. Satisfação dos Formandos (média por local do piloto)
Melhoria de Competências
A ferramenta de autoavaliação, como parte do kit para formação de voluntários, pode ser aplicada como um
método para avaliação da melhoria de competências trabalhadas nas sessões de formação. Nas ações-piloto, a
Aproximar usou esta ferramenta para comprovar a eficácia da formação, visto ser um fator chave para a validação
do programa de formação desenhado.
Como mencionado anteriormente, as competências avaliadas são patentes no Perfil do Voluntário. Na pré-
avaliação, os voluntários reviram todas as competências a serem testadas para definirem os pontos mais fracos e
mais fortes do seu papel de voluntários, para ser organizada a formação à medida. Na pós-avaliação, uma vez que a
formação trabalhou apenas aquelas competências que eram mais fracas, os voluntários apenas tiveram que pontuar
essas. Assim, é possível fazer uma ligação entre o seu conhecimento, capacidades e atitudes antes e após a
formação, e verificar se o programa funciona no desenvolvimento eficaz de competências.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
32 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Para as competências escolhidas, os resultados da avaliação inicial demonstraram que a pontuação mais baixa foi a
competência “Legislação e regulamentos do SJC” seguido de “Motivar os clientes e agências do SJC”. No entanto,
visto que isto representa pontuações médias para os três pilotos, tanto em Lisboa como no Porto, a competência
“Gerir clientes do SJC com necessidades especiais” teve uma pontuação mais baixa.
Como visto no Gráfico 7, a formação-piloto produziu uma melhoria em todas as competências trabalhadas, sendo o
maior aumento para “Legislação e regulamentos do SJC” e “Compreender os ambientes específicos do SJC”.
Gráfico 5. Resultados da Melhoria de Competências em Portugal
Os resultados são satisfatórios para os parceiros JIVE uma vez que indicam que o desenvolvimento do programa de
formação produziu efetivamente resultados. No futuro, poderão ser realizadas avaliações “on-the-job”, diretamente
com voluntários que participaram nas ações-piloto, para verificar se os comportamentos são diferentes e o
desempenho melhor.
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33 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Roménia
A Grado desenvolveu uma formação-piloto com estudantes em Fevereiro de 2016 nas instalações da Grado. Os
pedidos foram muitos, mas a GRADO apenas pôde aceitar 17 participantes. Devido a ausências ou desistências, a
soma total de formandos foi 9.
Gráfico 6. Dados dos pedidos, inscrições e participação no piloto romeno
Satisfação dos formandos
A Grado pediu aos formandos para darem o seu feedback sobre as ações piloto através de um questionário que foi
partilhado na etapa de desenvolvimento do currículo (é a mesma versão que a usada pelo piloto da Aproximar). A
taxa de resposta foi de 100%.
Os formandos romenos ficaram satisfeitos com a formação-piloto (ver Gráfico 9):
A logística da formação pontuou 4,8 (de 1 a 6);
Os conteúdos de formação recolheram uma pontuação de bom a excelente; e
Os formadores obtiveram a pontuação mais elevada com 5,6.
A pontuação mais baixa para a logística pode ser devida à duração da formação, visto que a maioria dos
participantes afirmou que foi muito curta.
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34 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Gráfico 7. Resultados da satisfação dos formandos por dimensão
Os voluntários acharam que a formação é:
Muito prática (7 respostas). Isto é relevante porque demonstra uma perspetiva diferente de outros parceiros
(nomeadamente em Portugal) e visto que os parceiros JIVE tiveram como objetivo um modelo que combinasse
teoria e prática, têm de ser analisadas quais as principais diferenças e de que forma os formadores desenvolveram
as sessões de workshop;
Recomendável, visto que todos os voluntários que participaram na ação-piloto recomendariam que outros
voluntários participassem neste curso de formação.
A Grado, tal como a Cellarius, não aplicou uma autoavaliação de competências antes da formação-piloto. A Grado
apenas a aplicará após um estágio que estão a organizar com os formandos num estabelecimento prisional.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
35 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS CONTEÚDOS
Como parte da avaliação da ação-piloto, a Aproximar conduziu uma avaliação dos conteúdos do programa de
formação em geral. A avaliação incluiu um questionário focado em 8 dimensões relevantes para um programa de
formação:
▪ Inovação (intensidade de características novas e distintivas nos conteúdos da formação; o que diferencia
esta formação de outras com características e objetivos similares; os conteúdos acrescentaram valor
comparados com respostas convencionais e o desenvolvimento de novas capacidades)
▪ Adequabilidade (até que ponto os conteúdos respeitam a cultura, a experiência social e o conhecimento
prévio do grupo-alvo da formação e as organizações para as quais foram desenvolvidos, e responde às suas
necessidades e problemas em relação ao voluntariado)
▪ Utilidade (benefícios e valor acrescentado percebido pelos voluntários, evidenciado em termos do
reconhecimento de competências, valor social e/ou autonomia pessoal)
▪ Acessibilidade (User-friendly) (proximidade e familiaridade do grupo-alvo e das organizações com os
conteúdos, particularmente em termos de literacia e tecnologia, clareza e transparência na linguagem)
▪ Precisão (os conteúdos referem-se a situações reais que ocorrem no contexto prisional; os conteúdos são
relevantes para o trabalho dos voluntários)
▪ Viabilidade (adaptabilidade ao contexto prisional e para diferentes domínios e contextos)
▪ Aceitabilidade (o nível de aceitabilidade dos voluntários e disposição para adotar os conteúdos)
▪ Impacto Esperado (os voluntários podem melhorar as suas atividades e o seu papel como voluntários e
produzir melhores resultados no contexto prisional)
Este questionário foi aplicado a todos os formandos (exceto em Itália pois quando a estrutura de avaliação foi
finalizada, a sua ação-piloto já tinha acabado e nenhum participante respondeu). Os participantes tiveram que
pontuar de 1 (baixo ou insuficiente) a 4 (muito alto ou muito bom) cada dimensão e justificar a sua resposta e
também apontar as forças e fraquezas dos conteúdos para dar sugestões e recomendações apropriadas.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
36 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Comparando os pilotos dos três países, demonstra-se que os conteúdos provaram ser percebidos como tendo
qualidade por todos os participantes, embora não possamos compará-los com precisão. Mesmo assim, a qualidade
dos conteúdos pontuou acima de 3 em todas as dimensões (ver Gráfico 10). O resultado mais relevante foi em
relação à adequabilidade e impacto esperado que têm a pontuação mais elevada entre os três pilotos, juntamente
com a utilidade, acessibilidade e aceitabilidade. Os conteúdos da formação demonstraram abordar as necessidades
dos formandos em relação ao conhecimento e produzir resultados efetivos; os voluntários também sentem que a
formação JIVE beneficia o seu papel como voluntários sendo mais capazes para desenvolver atividades de
voluntariado autonomamente. Estes resultados são consistentes com os resultados da realização das formações
piloto, nomeadamente com a satisfação dos formandos e testemunhos e com a melhoria de competências,
aumentando o valor acrescentado da formação JIVE para voluntários no Sistema de Justiça Criminal.
Gráfico 8. Qualidade dos Conteúdos por País
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
37 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Além do questionário, foi pedido aos voluntários que identificassem forças e fraquezas dos conteúdos da formação,
como resumido abaixo:
Forças Fraquezas
Simples e interessante
Inspirador
Partilha de experiências
Significativo
Acesso aos conteúdos online
Temas apropriados e bem
desenvolvidos dando uma perspetiva
alargada sobre o voluntariado nas
prisões
O conteúdo refere-se a situações
reais que podemos enfrentar na
nossa atividade de voluntariado
Muita informação nova
Documentação muito boa
Incluir alguns ficheiros media, tal
como vídeos
Acrescentar alguns role-plays para
atitudes pessoais
Revisão de conteúdos teóricos
Revisão de exercícios online
Problemas de TI na plataforma
Como os conteúdos são demasiado
extensivos, são necessárias mais
horas de formação
No que concerne aos resultados individuais/país da avaliação da qualidade dos conteúdos, as maiores conclusões
demonstram que os voluntários apreciaram o conhecimento adquirido e as metodologias aplicadas.
Os resultados da avaliação de conteúdos da Hungria revelam que os formandos ficaram muito satisfeitos, embora
não sejam semelhantes aos que o programa de formação JIVE defende. No entanto, é um resultado importante para
o projeto JIVE porque demonstra um padrão diferente para a formação de voluntários especializados, introduzindo
conteúdos específicos tais como a mentoria. Os resultados mais elevados para os conteúdos são em relação à sua
aplicabilidade e utilidade, atingindo a pontuação máxima de 4, justiçada por:
«(...) a formação foi muito bem-adaptada à experiência e cultura [dos participantes]»
«(...) os formares demonstraram e ensinaram bem como comunicar corretamente, e deram-nos muita informação
nova sobre a execução de penas»
As pontuações mais baixas para a Hungria são para a aplicabilidade e pertinência, ambos a pontuarem 3,4:
«Em relação à referência a situações reais, também lemos partes de registos reais do tribunal criminal, e um dos
formandos da comunidade interna partilhou as suas experiências sobre a sua dependência de drogas e passagem
de anos na prisão antes de se envolver nos programas da BAGázs»
«Conseguimos encontrarmo-nos com um ex-recluso, que foi muito convincente na transmissão dos seus
pensamentos acerca da vida na prisão»
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
38 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Para Portugal, os resultados são positivos e demonstram que os conteúdos são de elevado valor para os voluntários.
As pontuações mais elevadas foram para a acessibilidade, pertinência, viabilidade e impacto esperado, embora a
adequação, utilidade e aceitabilidade estejam apena um ponto abaixo. Os participantes afirmaram que:
«os conteúdos foram muito relevantes»
«Ter acesso a conteúdos online torna mais fácil para interiorizar a informação»
A inovação atingiu a pontuação mais baixa na avaliação de Portugal, embora tenha tido uma pontuação alta/boa:
«Há poucos programas de formação nesta área, por isso a sua existência já é uma inovação»
«Acrescenta conteúdos a outras formações conhecidas (como o manual da DGRSP)»
Na Roménia, os resultados tiveram as pontuações mais altas dos três pilotos. Apenas a aplicabilidade e
acessibilidade tiveram pontuações abaixo da pontuação máxima (3,9). Isto pode dever-se ao contexto romeno no
qual a formação dos voluntários não é muito comum e por isso esta ação-piloto foi um evento notável:
«Precisão da informação»
«Muito boa comunicação de grupo»
«Atrativo»
«Apresentação boa e interativa»
Concluindo, os parceiros JIVE estão muito satisfeitos com estes resultados porque contribuem para aumentar as
recomendações dos relatórios do JIVE e o valor acrescentado da formação para voluntários. Os parceiros JIVE
reconhecem que é necessário mais investimento no modelo de formação e irão desenvolver todos os esforços para
disseminar estas conclusões e para partilhar esta informação.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
39 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
CONSTRANGIMENTOS
Independentemente dos resultados positivos das ações piloto desenvolvidas, os quatro países parceiros lidaram com
alguns constrangimentos aquando da realização da formação JIVE pela primeira vez. Os desafios que os parceiros
enfrentaram são apresentados para ajudar outras organizações a ultrapassar esta situação menos positivas e/ou
preveni-las de acontecerem.
Estes constrangimentos podem ser divididos em quatro categorias:
Avaliação de competências
Preenchimento da autoavaliação. Os voluntários não estavam cientes deste procedimento ou não
reconheceram o seu valor antes da formação. Os voluntários não compreenderam as competências ou o
nível em que realmente se encontravam. Apenas após a formação os voluntários compreenderam
totalmente o significado de todas as competências: em alguns casos, atribuíram uma pontuação mais baixa
na avaliação final por esta razão e não porque as competências tenham diminuído. Alguns países não
aplicaram a autoavaliação inicial.
Melhoria de competências. Como o preenchimento da autoavaliação não foi um procedimento padrão, por
vezes não foi possível observar a melhoria das competências com dados fiáveis.
Avaliação de competências
Formato b-learning
Caraterísticas dos grupos
Comparação entre
formações piloto
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40 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Formato B-learning
Utilização da plataforma online. Para a maioria dos países, foi a primeira vez que deram formação a
voluntários num formato B-learning. Tiveram que aprender como desenvolver este tipo de formação e
como utilizar a plataforma.
Ficheiros multimédia prontos a utilizar. Apenas a Aproximar criou ficheiros multimédia para a plataforma
(baseados nas apresentações da formação). A quantidade de conteúdos e o prazo colocaram alguma pressão
na conclusão de todos os módulos a tempo.
Acesso à internet para os conteúdos online. Em algumas ocasiões, os formandos enfrentaram dificuldades
ao aceder à plataforma online. Na maioria das vezes, isto foi devido à ligação da internet mas alguns
formandos podem ter alguma falta de competências de TI.
Características dos grupos
Voluntários novos e experientes. Na maioria dos grupos de formação, houve uma mistura de voluntários
experientes, a trabalhar há muito tempo no SJC, com voluntários recentes/ pessoas que queriam tornar-se
voluntárias. As necessidades de ambos os grupos são distintas e os formadores tiveram que gerir a
profundidade da abordagem dos conteúdos e o tipo de atividades a desempenhar.
A diferença entre motivação e conhecimento. Muitos participantes estavam altamente motivados, mas
tinham inicialmente pouco conhecimento sobre o voluntariado no SJC. Os formadores tiveram que gerir a
motivação e expectativas e dar-lhes conceitos muito básicos de voluntariado no SJC.
Confrontar crenças. Apesar dos debates e partilha de pontos de vista fazerem parte da formação JIVE, este
tipo de atividades pode tornar-se polémico e desagradável uma vez que os participantes têm que lidar com
as suas próprias ideias pré-concebidas.
Comparação entre formações piloto
Não foi possível obter uma comparação apropriada entre os pilotos. Uma vez que estas foram as primeiras
ações de formação para a formação JIVE, os parceiros deixaram cada país livre de decidir como realizar a
formação. Desta forma, apenas alguns fatores foram similares, como o programa de formação, planos de
sessão e estrutura dos conteúdos. Não houve definição de indicadores comuns para a avaliação.
Kit para Formação de Voluntários no SJC – Relatório de Avaliação das Ações-Piloto
41 [ Justice Involving Volunteers in Europe ]
Anexo 1 – Questionário para a Avaliação da Qualidade dos Conteúdos