Post on 10-Jul-2015
Juventudes e Relações Étnico-Raciais
Fernanda Vasconcelos DiasPedagoga, Mestranda em Educação pela
FaE/UFMGObservatório da Juventude da UFMG
E-mail: dias.fernandav@gmail.comwww.fae.ufmg.br/objuventude
Juventude(s) em Debate – Programa Observatório da Juventude da UFMG
O que nós acabamos de ver?
Trechos de falas de estudantes – Grupos de Discussão – Pesquisa de Campo - Dados parciais (DIAS,2009- 2011)
Juventudes• Categoria social (socialmente construída);
• Agrupa sujeitos que compartilham a mesma fase da vida;
• Multiplicidade de experiências marcadas pelas distintas variáveis econômicas, étnicas-raciais, de gênero, regionais, etc;
• Além de ser marcada pela DIVERSIDADE a juventude é uma categoria dinâmica. Não há juventude e sim JOVENS enquanto sujeitos.
Raça
• Construção social;
• Relações muitas vezes simuladas como harmoniosas;
• Não remete ao conceito biológico cunhado no século XVIII – XIX;
• Uso do termo informa determinadas características físicas;
• Influência (ou determina) o lugar social dos sujeitos.
Étnico
• Termo usado para marcar que as relações tensas devidas aos traços fisionômicos o são também devido à raiz cultural plantada na ancestralidade africana.
Das relações étnico-raciais…
Deste cenário e sua relação com o passado…
• a ideologia do branqueamento físico e cultural da nação por meio da imigração européia.
• o mito da democracia racial deu base para a construção do discurso da unidade entre brancos, negros e índios
• o ressurgimento de reivindicações a partir do Movimento Negro
• o reconhecimento por parte do Estado da existência do racismos e suas repercussões
Desafios em números… 92.120.000 pessoas
brancas e 91.231.000 pessoas negras (11.563.000 pessoas pretas e 79.668.000 pessoas pardas) (IBGE/PNAD, 2006).
as pessoas negras constituem a maioria das que estão fora da escola em todas as faixas etárias.
os negros com 15 anos ou mais tinham em 2006, em média, 1,7 ano de estudo a menos que os brancos, 6,4 anos e 8,1 anos, respectivamente. (Observatório da Equidade, 2006).
População Brasileira
Acesso à educação
Anos de Estudos
em 2005, a taxa líquida de matrícula entre jovens negros de 11 a 14 anos era de 68%. Os outros 32% já haviam desistido ou encontravam-se ainda no primeiro ciclo do ensino fundamental enfrentando a repetência. (Ipea, 2006)
a desigualdade é ainda acentuada no ensino médio e ensino superior.
entre os jovens e adultos pretos e pardos de 15 anos ou mais idade, 14,6% não sabem ler e escrever, para 6,5% entre brancos (Observatório da Equidade, 2006).
Desafios em números…Freqüência escolar
Taxa de escolarização em idade correta
Taxa de Analfabetismo
Alguns desafios que ultrapassam os números…
• A cultura geral brasileira dissemina e aceita a ideia de hierarquia racial, naturalização;
• Estereótipos de negros, no Brasil, são geralmente negativos;
• Humor e sutileza do racismo no Brasil;
• Classificação racial.
A educação das relações étnico-raciais e a desconstrução de alguns equívocos• Ser negro no Brasil não se limita às características
físicas;• Conhecer a complexidade que envolve o processo de
construção de identidade negra em nosso país;• Afirmação de que negros se discriminam entre si e
que são racistas também;• Crença de que a discussão sobre a questão racial se
limita ao Movimento Negro e a estudiosos do tema;• O racismo, o mito da democracia racial e a ideologia
do branqueamento só atingem os negros.
Dos sujeitos jovens, das relações étnico-raciais e da diversidade…
• Olhar sobre as juventudes numa perspectiva que valoriza e considera a relevância (individual, social e acadêmica) de atentar para a dimensão étnico- racial na constituição/experimentação da condição juvenil dos sujeitos.
Referência bibliográficaMEC/SEPPIR. Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Racias e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: Seppir/MEC, 2004.
MEC/SEPPIR/MJ.Contribuições para Implementação da Lei 10.639/2003. Grupo de Trabalho Interministerial Instituído por Meio da Portaria Interministerial Mec/mj/seppir.No 605 de 20 de Maio de 2008. Novembro, 2008.
TELLES, E. Racismo à Brasileira: Uma Nova Perspectiva Sociológica. Rio de Janeiro: Relume Dumará 2003.