Post on 13-Jan-2020
José Hilário Ajalla RetamozoVida e obra
(1940 – 2004)
O mais autêntico tesouro dos jesuítasRetamozo influenciou mais de uma geração de poetas e compositores gaúchos,
exercendo importante papel formador na tradição e na cultura sul-rio-grandenses
José Hilário Ajalla Retamozo, natural de São Borja, nasceu em 13 de janeiro de 1940. Foi casado
com a advogada e também poetisa Aldira Correa Retamozo, com quem teve 5 filhos. Sócio -
fundador da Estância da Poesia Crioula e seu ex-Presidente, o poeta já foi qualificado por seu
também falecido amigo e ilustre poeta Aparício Silva Rillo, no prefácio de seu livro “O Tesouro dos
Jesuítas”, como um artista que “molda à sua maneira o barro sensível que a inspiração e a
sensibilidade lhe colocam às mãos”.
Coronel da reserva da Brigada Militar, corporação à qual dedicou-se por 35 anos, e onde sempre foi
destaque; Retamozo foi também professor, ensaísta e escritor, com livros que já passaram de 30 mil
exemplares distribuídos. Dentre eles, destacam-se Reduto de Bravos, Rodeio do Tempo, Provincianas, Lua
Andarenga, Rodeio Crioulo, ABC do Brigadiano, Cantos Provincianos e Décimas e Milonga; ABCdário Leonístico
e ABC do 4º dia – os dois últimos em parceria com a esposa; poeta, com mais de cem Troféus,
obtidos em diversos Festivais de Música e Poesia, dentre os quais está o 1º lugar da 4ªCalifórnia da
Canção de Uruguaiana, em 1974, com a Canção dos Arrozais.
Retamozo também foi membro da Academia Rio-Grandense de Letras, onde desenvolveu
renomada atividade literária, e foi Diretor do Instituto Estadual do Livro. É autor de diversas
canções brigadianas, pelas quais é conhecido nacionalmente nas Polícias Militares, e de hinos para
alguns municípios do Estado, dentre os quais Rosário do Sul, São Luiz Gonzaga e São Miguel das
Missões.
Em 16 de setembro de 2002, Retamozo recebeu a Medalha Simões Lopes Neto, honraria do
Governo do Rio Grande do Sul para personalidades de destacada importância para a cultura do
Estado. Na mesma época, o poeta deve parte de sua obra musical editada em CD pela USA
DISCOS, em projeto denominado Autores Gaúchos.
Retamozo era diabético, e há cerca de três anos lutava contra o Mal de Alzheimer. Sua morte foi
ocasionada por uma parada cardio-respiratória, às 15h15 do dia 19/09/2004. O poeta foi sepultado
no Cemitério João XXIII, às 16h do dia 20/09/2004, um dos dias mais importantes do ano para o
gaúcho e tradicionalista que foi desde piá.
Cargos, atividades associativas e importantes açõesSócio-fundador da Estância da Poesia Crioula
Membro da Academia de Letras da Fronteira Sudoeste, cadeira nº 45
Sócio-fundador da APESP – Correio Brigadiano
Diretor do Instituto Estadual do Livro
Membro da Academia Sul-rio-grandense de Letras, cadeira nº 40
Editor de diversas Antologias de Poetas Brigadianos
Autor dos Hinos de Rosário do Sul, São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões
Autor do Hino do Clube Farrapos
Autor do Poema “De Braços Abertos”, pelo qual é conhecido em todas as Polícias Militares do
Brasil e do mundo
Citado em diversas Antologias Poéticas e Enciclopédias de Cultura Brasileira no país e no mundo
Vencedor dos concursos de poesia do Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria e do Concurso
Estadual de Poesias do III Rodeio Crioulo Internacional de Alegrete
Algumas obras publicadasRodeio do TempoEditora Palotti, 1966, Porto Alegre
Cantos ProvincianosEditora Movimento, 1980, Porto Alegre
Canto de Amor a São BorjaMartins Livreiro Editor, 1982, Porto Alegre
Lua AndarengaEditora Movimento, 1982, Porto Alegre
Garruchas CruzadasMartins Livreiro Editor, 1982, Porto Alegre
ABC do BrigadianoMBM / Feplam, 1982, Porto Alegre
Tentos e Loncas – Poetas e Poetas da Estância da Poesia CrioulaAge Editora, 1993, Porto Alegre
Em parceria com Rui Cardoso Nunes e Zeno Cardoso Nunes
Canto Livre / Provincianas / Rodeio Crioulo / Reduto de Bravos / Décimas e Milonga
Jornal Ze ro Ho ra – Porto Alegre
Dia 20 de setembro de 2004
Obituário
Jornal Co rreio do Po vo – Porto Alegre
Dia 20 de setembro de 2004.
Variedades
Jornal A Razão – Santa Maria
Dia 21 de setembro de 2004.
Cultura
Poesia gauchesca perde José Hilário Retamozo
Terça-Feira – 21/09/2004
O compositor nativista José Hilário Ajalla Retamozo, faleceu no domingo à tarde devido a complicações doDiabetes. O corpo foi sepultado ontem em Porto Alegre.
Para quem conheceu a pessoa ou as letras do compositor nativista José Hilário Ajalla Retamozo, o
20 de setembro foi mais triste ontem. Ele faleceu no domingo à tarde devido a complicações do
Diabetes. O corpo foi sepultado ontem em Porto Alegre, onde morava. José Hilário tinha 64 anos
e deixa esposa e cinco filhos.
O compositor nasceu em 13 de janeiro de 1940, em São Borja. Mesmo publicando obras que
homenagearam a cidade, José Hilário deixa mais pobre a poesia gaudéria de todo o Rio Grande do
Sul. Foi jurado da Tertulha Musical Nativista da Estância do Minuano, em Santa Maria, e de outros
tantos festivais do Estado. Foi sócio-fundador e presidente da Estância da Poesia Crioula, diretor
do Instituto Estadual do Livro e pertencia a Academia Riograndense de Letras.
Ainda na juventude começou a compor, se dedicando à linha nativista e tradicionalista. O
secretário de Cultura de Santa Maria, Humberto Zanata, que conheceu o compositor, conta que ele
chegou a ser colaborador do Jornal A Razão no final dos anos 50. Lembra ainda que a letra e
música “Canção dos Arrozais”, de autoria de José Hilário, foi a vencedora da 4ª Califórnia da
Canção Nativa, em Uruguaiana, em 1974. O intérprete foi Riograndino Oppa. Conforme Zanata,
junto a Apparício Silva Rillo, José Hilário pertencia à linha mais refinada da poesia gauchesca. “Era
um poeta mais sintonizado com a modernidade, tanto em relação à temática quanto à forma de
trabalhar. Utilizou-se de todas as formas de criar ou fazer poesia. Produzia poemas mais
tradicionais, metrificados, quanto livres”, destacou Zanata. O compositor ambém responde pela
autoria das letras dos hinos de Rosário do Sul, São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões.
Em 1998, o coronel de reserva da Brigada Militar, formou-se em Direito na Pontifícia Universidade
Católica (PUC) e Porto Alegre. Em Santa Maria, moram uma das irmãs e a mãe.