Jornal do Concelho - julho 2015

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Página do AEVVR no jornal "O Concelho de Vila Velha de Ródão" (julho 2015)

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JULHO DE 2015O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 6

AEVVR na II Feirados Sabores do Tejo

Como habitualmente, o AEVVR marcou

presença na Feira dos Sabores do Tejo

através de um stand onde foram expostos alguns

dos trabalhos realizados pelos alunos ao longo do

ano letivo, bem como o tradicional vídeo com as

principais atividades realizadas. Foi, também,

distribuído o número 69 do jornal escolar “Gente

em Ação”!

Boas Férias e até dia 18 de setembro (dia da

receção aos pais e encarregados de educação)

“Vale da Sarvinda”: um refúgio ecológico

O empreendimento do “Vale daSarvinda” situa-se no concelhode Vila Velha de Rodão, em

pleno Parque Natural do TejoInternacional. A propriedade tem130hectares, sendo que apenas 40 podemser explorados para fins agrícolas.

O objetivo deste projeto é criarriqueza através de sistemas de produçãoagrícola, atividades turísticas, produzirenergia e alimentos, em modo biológico,biodinâmico e respeitando os princípiosda permacultura.

Na qualidade de Jovens Repórterespara o Ambiente, tivemos a oportunidadede visitar este empreendimento. O solraiava quando chegámos ao complexo do“Vale da Sarvinda.” De modo a combatero calor abrasador que decidiu fazer-noscompanhia naquele dia, antes mesmo denos serem dadas quaisquer informaçõesa respeito do projeto, foram-nosofertadas bebidas bem frescasconfecionadas pelos nossos anfitriões. Oslimões com que foi feita a limonada ou amenta que foi colhida no jardim de ervasaromáticas e serviu para confecionar ochá gelado eram de produção própria eestavam ali “à mão de semear”. À nossadisposição estava também pão decenteio, que fora feito com a farinhaproduzida no próprio complexo. Quandoestávamos já todos saciados e comvontade de desbravar os hectares deconhecimento que se viam adiante danossa posição, começámos a visita.

O nosso guia começou por falar dafilosofia que sustenta todo esteempreendimento e das regras pelas quaisse regem todos os intervenientes, que sãoas seguintes: aplicação dos princípios dapermacultura (cuidar da terra, cuidar daspessoas e utilizar os recursos existentesde forma responsável); certificaçãobiológica do espaço (não utilização deprodutos químicos de síntese);diversificação de culturas (negócio comvista à autossuficiência); santuário dezonas selvagens; criação de espaçosreservados para vegan e macrobióticos

(turismo, saúde, formação e atividades);não comercialização de animais sempreque implique morte; função social

(sempre que haja distribuição dedividendos pelos cooperantes, atribuiçãode % para função social); interação coma comunidade.

Os visitantes iam caminhando atrásdo guia que continuava a explicar. “Nósqueremos gerir os recursos disponíveisde forma sustentável, pois todos ossistemas têm os seus limites. Devemosconhecê-los de modo a utilizá-los bem,isto é, de forma a perpetuar as produçõesque deles tiramos, sem recorrer àintrodução de energia nos mesmos. Porexemplo, quando introduzimos adubos,pesticidas, maquinaria intensiva numsistema com regularidade, estamos, naprática, dependentes desses fatores paraque as produções sejam as esperadas.Ora, isso não satisfaz a condição desustentável.”

Na permacultura existe uma enormepreocupação com a proteção do solo.Este é, normalmente, protegido oucoberto com matéria orgânica (pallha) deforma a ser mantido o nível de humidade

e, com isso, pode diminuir-se asnecessidades de rega. Também existe apreocupação de aumentar a fauna do solo– desde bactérias a minhocas - quemelhoram a sua condição e os níveis dematéria orgânica total. Não se praticammobilizações de solo, como lavrar, fresar,escarificar ou outras. Esta é umatendência que está a ser apontada comoa correta, atualmente, pelo meioacadémico a nível mundial.

A gestão da água é outra das grandespreocupações. “Felizmente, nestapropriedade, existe água comabundância. Ainda assim, está previstoaumentar os sistemas de reservaestratégica de água. Para uma gestãomais fácil deste recurso, é convenienteque exista declive no terreno, o que existeaqui, como podem verificar” – comentouo nosso guia.

A biodiversidade é outro pilarfundamental da prática da permacultura.Uma vez que não se utilizam químicosde síntese, é na biodiversidade que se

alimentos para abastecer as cozinhas quealimentavam os trabalhadores, seja paraconstruir uma barragem ou até mesmo,levando os padrões doempreendedorismo mais além, utilizar oconceito de glaming no parque decampismo que será brevementeinaugurado. Perante tal conceito, osJovens Repórteres ficaram confusos.Glaming? Mas em que consiste?Sempre com um sorriso na sua face edisposto a esclarecer até à maispequenina dúvida, fosse nossa ou dequem nos acompanhou no passeio, foi-nos explicado cuidadosamente que oglaming consistia em acampar comglamour (glaming= camping+glamour).Inovando uma vez mais, este conceitoaplicado no “Vale da Sarvinda” pretendeoferecer àqueles que optem por escolhero parque de campismo como alojamento,uma experiência

Algo que também nos espantou foisaber que meras plantas que nósignoramos diariamente ou mesmo atémaltratamos, podem ser usadas emcosmética, um outro ramo onde ofundador do projeto, Frederico Abreu,pretende investir.

O nosso guia diz-nos que “aqui,encaramos o ambiente como umaoportunidade, queremos desenvolveratividades comerciais sustentáveis.Acima de tudo, queremos mostrar o queentendemos por educação ambiental. Opróprio espaço será um exemplo dissomesmo, pois proporciona atividades aoar livre em comunhão com a natureza;cultivo sem químicos; tratamento detodos os resíduos produzidos; ealternativas energéticas naturais”.

Mas, como o tempo é um bemessencial procurado por todos e almejadopor aqueles que não o têm, a nossa visitachegou abruptamente ao fim, dado queos horários eram apertados. Os JovensRepórteres adoraram a visita, e ficaraminebriados no espírito de empreendedormostrado no decurso de todo o passeio.

Bianca Almeida e João Barateiro -

Jovens Repórteres para o Ambiente

de Vila Velha de Ródão

consegue o controlo de doenças, pestese pragas. Isto faz-se colocando espéciesque atraiam predadores de pragasnocivas. Consegue-se, através dapermacultura, produções de altorendimento, com recurso a menosenergia, logo menos custos a médio/longoprazo. Alcançam-se, assim, do ponto devista agrícola, melhores produções emqualidade, mantendo níveis deprodutividade elevados e com menosrecursos a fatores externos ao sistema.Na construção (por exemplo as casas deapoio do futuro parque de campismo),encoraja-se a utilização de materiaisnaturais e locais, assim como técnicasque aproveitem a energia disponível aomáximo, seja solar, hídrica, geotérmicaou biomassa.

Como já vem sido hábito, acuriosidade levou a melhor dos JovensRepórteres presentes em trabalho, e foi-nos dito que o “Vale da Sarvinda” sedividia em quatro áreas, todas elas comum propósito, seja ele o cultivo de