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\jCnRo2?

SEMANÁRIO SATYRÍCO, HUMORÍSTICO" E ILLUSTRAOOAssignn-se na typographia do editor-proprietario J. Paulo Hildebrandt Rua dAjuda n. 31

I»rev«» da assinatura : — Corte : Trimestre %8, Semestre 46, Anno 18.Proviueias : Semestre 58, Anno 9S; -Pagamento adiantado. — AVULSO SOO rs.

S^b0 nariz do.Ruüno

Rufino, um bello dia, disse-me : '

Caso-me sabbado !Então, disse-lhe eu, vamos perder o

nosso bello companheiro, não é ? Já nãojogaremos mais a bella bisca, humedecidacom cognac todas as noites.

Qual historias I Caso me, mas nempor isso deixo de ser o mesmo homem !Sabes que eu não tenho gênio para medeixar prender ! Não serei tão livre comotenho sido, á certos respeitos, mas quantoá bisca e ao cognac, não ha mudança ne-nhuma.

Porém tua mulher não há de gostar...Isso é questão de costume. Sabendoacostumal-a, ella não se importará.

Vê lá o que fazes IJá disse que ha de ser, e é porque ha de ser mesmo.

E como de facto o Rufino casou-se no sabbado.Fui ao casório.

A noiva pareceu-me ser uma d'essas moças intel 1 igcntese vivas, capazes de fazer prevalecer a sua vontade por outrosmeios que não os rafados chiliques e as batidas lagrimas elamúrias.

Por isso desde logo vi que o Rufino, pira execução do seuplano, tinha de luctar com um adversário mais forte talvezdo que elle imaginava.

Durante os oito dias seguintes ao do casamento o Rufinonao nos appareceu, á mim e aos meus e seus amigos.Nem nós extranhamos isso, que era muito natural.No fim desses oito dias porem, eu soube que o Rufino es-tava já mortinho por se atirar á bisca.Que dirão os meus amigos ? monologava elle. Oueairao os meus amigos da minha ausência? Dirão talvez queeu nquei já debaixo do chinello da mulher I Dirão que ella é

nado1?30 me deixa ir ! Diráo que etl cá em casa sou gover-

Isto é o diabo 1Afincai resolveu-se a fallar á esposa.Si ella principia com historias, pensou, eu faco-lhe

»o ver que cá em casa canta o gallo e não a gallinha'.

Fallou-lhe, pois,muito terno, a amimar-lhe o lindo queixo,com uma voz muito melíflua.

A principio, ella franziu as sobrancelhas.Máu I pensou o Rufino. Temos scena l

Mas depois ella, como si tivesse uma idéia, foi a própria adizer :

Vae, Rufino, vae ! Não deixe que teus amigos façamuma idéia menos lison°eira do teu caracter I

Mas. . .Não tem mas ! Que te custa divertir um pouco os

amigos divertindo-te também ? Vae, Rufino.Mas não te zangas ?Zangar-me, porque ? Não vês que eu sou a primeira

a concordar e a pedir que não deixes de ir ?A vista disso, o Rufino, orgulhoso por ter uma mulher

que era a primeira a aconselhar-lhe que fosse para a pândega,foi á casa dos amigos, e jogou a bisca muito alegre

(Continua) Annibal Baruozo.

342

A DISTRACÇÃO

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OT/eoDulci.

Si a gente, rindo,Passa tão bem ;Si, distrahindo,Prazer se tem,P'ra que chorar ?P'ra que tristezas,Prantos...o diabo?Fora as mollezàs !Eia ! E' deixarA vida irDe cabo a cabo,A rir ! a rir 1

Rio, 6 de Agosto 1886.

A FAMÍLIA AGULHAHISTORIA PARA GENTE ALEGRE

POR

Luix Guimarães Júnior

(Continuação)E tetéas? No collegio também tem tetéas ?No collegio ? No collegio não ha outra cousa

senão tetéas.E cavallinhos de páo com rodas ?Oh 1 nisso nem se falia 1E doces de confeitaria também ?Em toda a parte 1E passarinhos ?Has de ficar aborrecido até; ha tantos passari-

nhos !Bernardino coroado de prazer movia a cabecinha

sorrindo.E bolhas de sabão ? também se fazem lá ?Se os mestres mesmo ensinam.

E...?E... 1

Oh l eu quero, eu quero ! Me bote no collegio.Vou já para o collegio.

Então, Anastácio ? perguntou Euphrasia alegree feliz.

Pois que entre 1 volveu Anastácio Aaulha.de-pois de dous minutos de meditação. Assim como assima natureza ha de se desenvolver em qualquer parte.Sim, comece pelo collegio. Se elle tiver geito para oestudo logo se vê.

Que bom 1 exclamava o menino saltando nomeio da sala. Passarinhos,bonecos, figuras, cavados comrodas. Oh 1 me leve já,,, papae 1

Como lias de tu conhecer o melhor collegio.Anastácio? Bem sabes que o teu trapalhão de compa-dre entende tanto dessas cousas como eu.

Aquillo só serve para ser doudo !Até que afinai confessas, hein ?Se eu fosse perguntar a Felisberto... Felisberto

deve saber.Não vê que elle cáe na asneira de se metter mais

comtigo.Ob 1 tenho um meio !Qual?

Pela taboleta. O collegio que tiver taboleta maisnova é o melhor.

Estás doudo !E1 o melhor. Enfio-me por essas ruas, e assim

que der com a vista em algum que me faça conta, cáestou em um pulo, emquanto o diabo esfrega o olho !

O melhor é eu perguntara D. Januaria.Deixemos de D. Januarias que o tempo não está

para graças 1 Essas mulheres de manias são levadas dacarepa. Ainda tenho a tal damnada Leonarda e as outrastodas na garganta 1

A Leonarda veio cá hontem.Pois ainda vive esse trambolho?Coitada, Anastácio 1 A pobre mulher nunca se

esquece de me vir visitar.Ah 1 não foi a primeira vez hontem desde que

nos mudamos ?Não ; ella, D. Quininha e a viuva Arrozal mais

ou menos apparecem.E a que horas ?Quando estás no arsenal.Medo de mim, hein?

E com razão. Pobre gente I Sabes que a D. Ja-nuaria mandou me hoje um presente muito bonito ? E"uma boa doceira aquella senhora 1

— Ta ta ta.. . não quero saber de nada,não. Quemse mette com mulher... Também como nunca mais heide dar pagodes.. .

Está muito enganado. Eu quero festejar destavez os annos de Bernardino.

Peior 1 temos mouros na eosta IDeixa estar que eu saberei levar as cousas di-

reito, nao tenhas cuidado.Adeus, até logo !Vaes ver o collegio ?Vou ver a taboleta, sim 1 Desejo que elle entre

para a melhor taboleta ; não ! quero dizer para o me-lhor collegio da cidade 1

Como a leitora não tem obrigação de adevinhar opensamento do romancista,e para que esta historia sejaconsiderada em tudo um verdadeiro monumento paraas lettras pátrias, tenho a declarar que a família Agu-lha desde o principio deste capitulo já não mora á ruada Misericórdia n . 91.

Anastácio Agulha, no dia seguinte ao da festa do

343V-^V ^V^^^^^'^w,

baptisado tratou de vingar-se da visinhança. Entroupela casa da Sra. Leonarda, sem pedir licença, empre-gando na rotula um estupendo pontapé, que fez checará janella próxima o nariz da baeta d >s Bjrbadinhos.

Credo ! nossa Senhora da Conceição. Vou trancara porta por dentro emquanto este endemoninhado nãome vem dar cabo da pelle.

A Sra. Leonarda, que fazia crivo sentada em umpequeno banco, deu um grito, sulTocado quiz levan-tar-se, cahiram-lhe os óculos, atrapalhou-se toda,e rolou embrulhada nos bilros, na renda e no tamboretecomo se fosse atacada por uma commoção nervosa.

Anastácio Agulha, de chapéo na cabeça e fazendotiroteios com a bengala :

Não lhe metto aqui o páo, uivou elle desespera-damente, porque tenho pena de ti, pedaço de elephante !Mas eu vou mudar-me, ou viste,anta ? Não me ponhasas patas em casa, do contrario desanco-te as costellonascom um páo de vassoura !

A Sra. Leonarda pedia perdão a Deus de seuspeceados e encommendava a alma em uma ultimaoração.

Anastácio Agulha sahiu tão ruidosamente comohavia entrado. Dous passos adiante era a casa da devotados Barbadinhos. Anastácio deu quatro ou cinco soecos

9na porta, uma dúzia de bengaladas, e como não lherespondessem, poz a boca no buraco da fechadura :

Hei de te encontrar em alguma parte, diabo l NoCastello mesmo arrebento-te os queixos no meio dosermão 1

Subiu as escadas da casa de D. Quininha Siciosa,queveio recebel-o, sempre envolta em fitas e sorrisos.

Tenha a bondade de entrar, Sr. Agulha 1Não tenho que entrar nem sahir, minha seri-

gaita !Como, senhor ?Serigaita ! Venho dizer-lhe que me mudo e que

pego na sua amizade e atiro-a pelas escadas abaixo.Mas. . .Viva 1 Quem me avisa etc !. . .

A viuva Arrozal suspirou olhando para o tectoquando o viu entrar.

Fique-se com o seu defunto de uma figa.. .Heim ?Com o seu defunto ! fique-se com elle, suspire á

vontade, mas não me vá mais á casa, ouviu?Mas quem foi que. . .?Irra ! só sinto não poder mandal-as todas á forca l

A Sra. Quiteria do Amor Divino ouvindo dizer queAnastácio Agulha queria vel-a, escondeu-se no quintalda casa, suando em bicas.

Anastácio Agulha para desafogo, partiu duas cadei-ras e cinco enfeites de porcellana da mesinha da sala.

Não era fácil arranjar casa ás pressas. Só seis mezesdepois é que a familia Agulha fez a sua passagem parao morro do Castello. E1 inútil dizer que a visinhança

sempre visitava ás escondidas Euphrasia Systhema. Nopróximo capitulo serei mais explícitos á respeito deconhecimentos antigos e modernos.

Sou forçado a voltar a Anastácio Agulha e ao colle-gio para o menino.

Achei, Euphrasinha !Onde é ? muito longe ?Logo ahi abaixo, á rua do Carmo. Veste o

menino, anda 1Que pressa 1Eu quero ir já, mamãe, eu quero, arre !Olha a natureza, heim 1 como se desenvolve 1

observou Anastácio acariciando o menino.Mas elle não vae ficar lá sempre ?Meio pensionista. Volta de tarde. Já fallei ao

Brites.Brites ?

E1 o mestre. Chama-se Brito, mas eu gosto maisde Brites. Hei de chamal-o Brites sempre 1

Bernardino Agulha pulando e rindo, acompanhou opae. Euphrasia Systhema abraçou o filho com os olhosrasos de lagrimas.

Porque choras ?Ora 1 sósinho no meio dos outros. Podem fazer-

lhe alguma. Elle é novo no collegiò e os mais velhosserão capazes...

Calla a boca, mulher 1 Ahi estás com lamúriasatoa. Anda, Bernardino.

Quando cheg iram ao collegiò era hora de recreio.Os meninos cercaram o calouro, que mostrou a linguaa elles todos em primeiro logar e depois ao professor.

Que idade tem o menino ?Oito annos, respondeu Anastácio Agulha. Oito

annos e tanto, pouco mais ou menos.Já lé alguma cousa ?Por ora nada.Bem : meio pensionista, não ?Sim, senhor ; eu mesmo virei buscal-o á tarde.Quer que eu lhe ministre os compêndios ou o

senhor ?Ministre, Sr. Brites...Brito, um seu criado.Brites, eu sei que é Brites, quero antes que seja

Brites. Pois meu caro Brites, ministrelhe-os.. . O quevae ensinar ao pequeno ?

Necessariamente primeiras lettras.Eis ahi uma cousa que eu nao quero lComo ?Ensine-lhe logo segundas lettras, Brites, Vae

mais depressa lQue, senhor 1Máo l replicou Anastácio Agulha, mettendo as

mãos nos bolsos, quando eu digo queé melhor ensinar-lhe segundas lettras, parece-me que estou no meudireito, Brites !

(Continua).

344

VrW^^Aí IffiS ____3ív?J ¦£*?"'.

WÊÊÊmÉ

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I>o ai vist o

a entes que adivinham.Ora ahi está uma proposição, que eu

repelliria certamente, si me tivesseaccudido á mente na terça-feira.

Assim á primeira vista ha de pare-cev exquisito que a avance; mas, si con-siderarem bem e si reflectirem madu-ramente, verão os leitores que não hanada mais exacto, nem mais sensato.

E como d'aqui estou vendo os leito-res incrédulos e desconfiados, voutractar de provar o que disse. Masdescansem, que eu não levarei a cousapara os campos da sciencia, onde pastatranquillamente certa gazeta da tardeque eu conheço, nem para o terrenodas hypotheses, onde nós outros cos-tumamos edificar nossos cálculos.

Vou provar muito palpavelmente,com um facto que se deu.

Ahi vae elle :Lembram-se os leitores de ter eu,

aqui mesmo, a semana passada, dito algumas palavrassobre a Gaveta ^Municipal (ex-da Tarde) ?

Lembram-se ?Lembram-se então de que nessas palavras eu pro-

curava mostrar que a referida Gaveta tinha inchadocomo o sapo da fábula ?

Lembram-se ?Pois bem 1As taes palavras foram meditadas pela amizade pro-

funda que consagro aquelle pobre réptil abolicionista,e não foi da penna que ellas sahiram — foi do coração.

Com ellas pretendia, pouco mais ou menos, fazervêr á conceituada minhoca da edilidade que o seu pro-cedimento não era lá essas cousas ; que a soberba nãoassenta bem ás lagartixas das scnzallas ; que visse oque fazia, e muitas cousas mais á que a importantíssimasanfona da confederadella podia attender.

0 meu plano era chamai a ao bom caminho, paradepois dizer-lhe muito amigavelmente :Fizeste bem, minha querida cobra d'agua ! E, já

queseguiste as minhas instrucções vou offerecer-te umatina d'agua e um jantar dos que tu gostas.Esse era o meu plano.

Pois, senhores 1 O diabo da creoulinha parece queadivinhou que eu tencionava offerecer-lhe umas comidase já na quarta-feira gritou aos seus leitores :

« Depressa, depressa, um feixe de capim aqueilabesta 1 »

Foi como si dissesse :Andem, levem capim aqueila besta (*) I Pôde

ser que ella queira dar-me de comer amanhã, e assimjá estará prevenida. . . 1

E' assim que ella costuma fazer manifestadellas.Negra viva como aqueila, não ha I

& ahi está como a bem redigida lata dos Zcs Trei-ras abolicionistas adivinhou o meu pensamento, eporque eu disse que ha entes que adivinham.

Kelly.

t_s_k__ÍLJ__fc

Cofçi temos...

Quer me parecer que as duascompanhias do Gaz ainda sepegam á unha.

É tambem quer me parecerque não será o governo que asha de apartar.

Uma idéia :— Si mandássemos ambas plan-

tar batatas e voltássemos ás can-deias e âs vel las de cebo ?

Vae ser victima de uma ma-infestação de apreço o Sr. Quin-

tino Bocayuva.E o valente escriptor,que sabe a sorte que o aguarda,

nem siquer fugiu ainda !Chama-se a isso ter coragem !Meus pezamos á inditosa victima.

* •Da Gazela Municipal (ex-da Tarde), sobre a Estrada

de Ferro Leopoldina :« Acompanhando passo a passo a marcha d'essa es-

trada, confessamos ingenuamente que a tememos e commuita razão. »

De certo. Até ahi estou de aecordo.O que ignoro ó a razão porque a Gazeta Municipal

[ex-da Tgrde) deixa as commodidades do seu escriptoriopara ir, como os cacliorrinhos pebas, por-se ao lado dostrens da E. F. Leopoldina e acompanhar-lhes a marchapasso a passo, com risco de ser esmagada.

Que gosto I

No entanto não é nada tola a Gazeta Municipal (ex-da Tarde).

Haja vista isto :Em Cáscadura lia um Grupo Familiar que não quer

convidar a Municipal para as suas soirées nem a pau.Ora, acontece que alguém da Municipal tem vehementedesejo de ir lá dançar. 0 que fazer, porém, si o Gruponão manda convite nem o alguém quer ser sócio ?

Nada mais simples.O alguém [a pequeno) chega á redacção, lembra-se

dos bonds, que não andam sinão até ás tantas, e :«Cáscadura não é somente um arrabalde em que o

Grupo Familiar se inaugura e dá uma soiróe para aqual não nos convida, qne ingratidão !. . . »

E depois (sempre sem pontuação) falia um pouco dosbonds, pa ra d i sfa rca r.

Já vêem que o tal tem cabeça.Pena é que o Grupo Familiar não o queira lá 1

Box.

(*) Chamou-me besta porque eu ia dar-lhe de jantar :Lucullo janta em casa de Lucullo e besta janta em casa de besta.

Gostos

Temo, terno, torno, terno,Terno, terno... á soltar ais !Peço-te um beijo, o tu vaesE mandas-meh' para o inferno !

Tonto, tonto, tonto, tonto,—Vae o Zé arrastar-te a aza,—E em vez de inferno, de promptoO mandas ir... para a casa I

A Bell

34:5

KTIJi BO OLVIDOU

A Evolução chama-se agora Rio de Janeiro.Como naopiniãoda Gaveta Municipal (c\-da-Tarde)

Rio de Janeiro quer dizer burgo podre, eu peço véniaao collega Rio para perguntar si não teme que a refe-rida Municipal vá-lheao pello.

Com tal nome. já é um tanto arriscado 1

Muito festejado o anniversario da Gazela de IXroti-êias.

De toda a parte ella tem recebido felicitações e fes-tinhas.

Congratulo-me também com a (ia^eta^ não por terentrado nos 12o, mas por ter sabido dos 11 .

Demais, é um numero tão exquisito ! tão desacre-ditado !

mNão tarda o 2° escrutinio das eleições do matadouro.A Ga~eta Municipal [ex-da-Tarde), que já foi eleita

em i°, não se importa mais com cousa alguma.A prova é que ante-hontem deitou artigo recommen-

dando. . .todos os candidatos, quer republicanos, querliberaes, quer conservadores.

Ella, que i5 dias antes do i° escrutinio (pão faziaoutra cousa senão recommendar-se a si própria 1

Finória !Finíssima finória 1

| <ÍLmmtoii**—±M

O Mij.; •Oh' diabo !São onze horas já I E eu sem almoçar !E' servido leitor ?

Zúca

£& • \ Mkj. ^^*p|s|k

-- Odjerè miò fio, vossucê ciimo tá ?Iò tá munto zangaru, e munto.

-— Maji pr'u via di quê ?Pa

¦0)1 entonce vossucê não tá vendo iò Zé de Pa-trocino cumo tá arevantado !

Magi miò fio, mi diji cumo foi ?P.*a mamãe, iò Zé di Patrocino nao qué qui zi

foia critique di zêre, mando noji cume capim !-— O qui é qui vossucê tá rizendo miò fio ! Que di-zafóro !. . . qui atreviru !. . .

Iò mamãe tá aripiaru, tá mêmo c'u zi cabeça quinílo sabe onde tá ?

Magi mio fio, sicuta cá. Oia, noji somo zi preto,magi civerizado, e depoji vossucê sabi qui zi castéromagi arto tem cahiro. . .

Tá bom mamãe iò. não pori demora. Vossucêsabi, cada qud dd aquiro qui tem Adeje mamãe.

E' verare miò fio. Adêje.

A.s companhiasErnquanto brincam

Deixam ir dias e diasE como ninguém se moveParece que nos obrigamA ficar em vinte e nove.

E bom seráSi em resultado

Das brigas a luz não vá,E que outras como essasNão deixem o Gaz iradoDe candeias ás avessas !

Six.

kTA TAKHAFA.,

** o*\iW?@

1ÈMÊ

omeçam a fervilhar outra vez nos a pedidos(das folhas diárias os pedidos de votos parao segundo escrutinio.

Eu de bom grado votaria na Gazeta Mu-'nicipal (ex-da Tarde) porque sei que ella

tornaria obrigatória a inscripção no Livro deOuro, de todos os habitantes do municipio,'mas a ladina soube se fazer eleger em i° es-

'Crutinio, e eu agora vejo-me forçado a guar-dar o meu voto, para não o empregar mal.

Resta-me ao menos uma consolação evem a ser que d'entre os dez ou vinte votos

que a elegeram, só o meu foi expontâneo.E notem que isto não é por querer fallar mal da

vida alheia.-¥• -v-

Occorre agora que com a eleição da Gaveta Muni-cipal (ex-da Tarde) acabam-se as manifestações aboli-cionistas.

— Oh ! exclamam os leitores.Sim, senhores ! Acabam-se, e pelo seguinte motivo :Os indivíduos, que se entregavam ao doce e grato

prazer de fazer manifestações, em falta de outra occu-pação qualquer, serão agora empregados (porque aGa~eta empregará na Câmara todos os abolicionistas) enão terão mais tempo de levantar vivas aF.. .e vivas aGr. . .

Pois não é isso ?Ora ahi está um lado bom da eleição da Gaveta Mu-

nicipal (ex da-Tarde) 1

xAndam mal paradas as cousas.O caso do coronel Cunha Mattos parece que não

tem cheirado muito bem á classe militar.Esta julgou-se offendida em seus brios e em sua

dignidade e planeja. ..Uma revolta ?Não :— uma manifestação.,.ao redactor do Pai).

Si isto é um desforço, não invejo o papel que que-rem distribuir ao provecto escriptor.

Mesmo porque. . . ora essa é boa!O Homem dà Paz

346/S^N/

ARRÜFOS

(a JOÃO albino)

Entre

um casal, por maior que seja a educação,por mais dóceis que sejam os gênios, por mais ve-hemente que seja a afíeiçâo reciproca, ha sempreuma ou outra vez uma hora má, d'essas que a

gente tem na vida, tristes, asiagas, aborrecidas, em quese tolda, se eclypsa o esplendorozo sol das duas exis-tencias.

A causa ignora-se : é uma cousa inesperada, im-prevista, fatal.

D'ahi nasce o arrufo.Arrufo que pode ser devido ao ciúme, ao desespero,

ao desgosto, á exigência ou mesmo á confiança.O que tem graça porém é como se vive sob o mesmo

tecto, se come á mesma meza, se dorme geralmente namesma cama, sem que uma só palavra irrompa dos douscorações magoados, com ou sem razão.

Marido e mulher estão tão prevenidos que nem siquerolham de frente, um para o outro.

Em compensação miram se de soslaio com um certoar de piedade, mas ao mesmo tempo de soberania.

Elle, quando ella passa, murmura: Ahi não tedobras, pois bem, fica-te. E raspa-se para o bilhar, parao Club, para o theatro, para o botequim.

E ella peusa assim quando elle toma o chapéo :Não me ama, e é capaz de se deixar seduzir por

outra : diabo do malcreado, ingrato I impostor 1. ..E cabe a chorar sobre uma cadeira de balanço.A mucama, como todas as raucamas, habituada a

estas scenas passageiras, vem na ponta dos pés parafnllar á senhora, perguntar-lhe qualquer cousa, mas dácom ella de lenço nos olhos e põe-se ao fresco.

Anda tudo em casa com aspecto lugubre. O gato vaelarmber-se para o quintal em contracções nervosas : o pa-pagaio adormece e imraudece e a criação não cacareja.

Tudo horrivelmente sinistro.Mas a esposa d'ahi a pouco levanta-se e vae escovar

e põe ao sol o paletot do marido ; e era seguida cuidado que elle deseja ver arrumado, fazendo porém sempreuma cousa nova, que fira a vista, de modo que quandoelle entrar perceba que ella o não esqueceu.

Assim succede.Estamos no segundo dia do arrufo. O marido entra

já tarde para casa e encontra a mulher a arrumar-lhe oguarda-roupa.

E' a primeira surpresa, porque aquella hora costumaella estar deitada.

Elle está prestes a render-se, mas finge-se colérico ediz de sobrancelha cabida :

Deixa estar isso, senhora • não se incommodecom o que é meu.

Ella volta-se e como está também prestes a ren-der-se, amarrota ligeiramente a cara e responde :

Sei que o senhor tem muito geito para isto, mas éo dever de uma criada.. .

Elle passa para o outro quarto, porque, se demoramais um minuto, cahia-lhe aos pés, e a sua fingida ai-tivez não permitte isso.

Ella começa a cantar.Elle fica furioso.Entra outra vez no quarto sem pretexte algum ; não

sabe o que ha de fazer e implica com a arrumação.Que diabo 1 parece que ahi dentro tem toda a

roupa de uma famila real.Que quer o senhor ? eu sou vagarosa. ..

Diga antes :. .. preguiçosa não é ?Não 1 diga que está fazendo isso de propósito : eu

arrumo.Pois bem, arrume 1. . .

E a arrufada senta-se na cama.Grande sciencia tem isto 1

E começa o homem a formular a arrumação do guar-da-roupa n'uma balburdia contristadora.

Ella toma um ar rizonho.Elle, de uma das vezes olha-a furtivamente e fica

desapontado: süa de uma maneira horrorosa e por fim,

quando suppõe que está livre olha para um lado e dácom um monte de roupa branca que tem de ir para osgavetões que elle já encheu.

Então irrita-se :E' impossível 1 esta roupa não é d-àqui.

A mulher dá uma gargalhada :Não é não !.. . essa roupa é do vizinho I

E toma-lhe o lugar.Colloca tudo nos seus respectivos compartimentos,

fecha-os e volta-se, fallaudo a meia voz :De proza estou eu farta 1

A que elle replica :Quer talvez que faça a cama ?Dispenso 1 tem tanta habilidade 1. . .

Principia ella a despir-se e elle está então sentadona chaise longue.

Desenrolam-se os cabellos d'ella, sobre ura peigaoiralvissimo.

Elle fuma e admira-a.O arrufo declina de graçola era gracinha até que. . .

. . .a mucama chega cautelozamente á porta e perguntairura metal de voz alegre e velhaca;

Posso trazer o chá ?Traz : e põá na bandeija os pasteis que eu trouxe

para Sinhá. P. J.

Terá direito a uma assignatura grátis :Por 3 mezes quem angariar 5 assignaturas de trimestre.Por 6 mezes a quem der 3 de semestre.Por 1 anno a quem der 2 de anno.— Pagamento adiantado.

Club dos TucanosR E C E l> C Ã O *F A MI LI A K

Quando lá chegamos, o salão estava assim de moças

provocadoras e rapazes ajiambrados.No piano o Tristão, que é mais pio do que os antos,

exhibiu, com uma sollicitude toda paternal, o seucompleto sortimento de quadrilhas, polkas e \valsas,poratacado e a varejo.

E elles todos ; as tucanas e os tucanos, dançavamcom um tal desprendimento das cousas terrestres que,ao vel os.ninguém diria que o mundo e uma bola e queas bolas são redondas.

Era tal o enthusiasmo, a animação era tanta, quelá pelas não sei quantas da noite, ficamos pasmados aovermos o Costa secretario á enfiar o sobretudo, e per-guinamos :

Que? 1 Pois vae embora?Qual embora, nem nada 1 Eu vou almoçar e já

volto 1 E1 servido ?Ai, o maganao 1

\

347

Mudanças atlimosplierieasCÉO LIMPO

Elle está satisfeitissimo :Oitenta bodes 1 exclama de cinco em cinco mi-

nutos. Tenho oitenta lonas, eu, que nunca vi tanto di-nheiro junto ! Oh I pândega ! Abre-me teus braços-1Hoje sou teu 1 e amanhã I e depois 1 e depois ! Vivao Jockey Club ! Viva a Phrynéa 1 Viva o Nicoafy \Viva a Scylla 1

CÉO NUBLADOTraz 1 Traz 1Quem bate ?Um seu criado 1Esta voz ! Querem ver que c chápeleiro que

vem-me cobrar aquelles cinco mil reis que lhe resto ?Deixem-me esconder as oitentas pelegas ! Faça o obse-quio de entrar ?

CÉO NEGROO Sr. Jeronymo. . . ?Sou eu. O que deseja ?Desejo cobrar o aluguel da casa. Ha trez mezes

que o Sr. não paga. A trinta mil reis por mez, sãonoventa mil reis.

Mas.. .Não tem mas. . .O senhorio manda dizer que si

o Sr. não lhe pagar hoje, mania cá os meirinhos •Sapt

JOGO DE DAMASPROBLEMA N. 32 — (A Prêmio)

por Grego ire (de Pariz)(offerecido por José de Souza e Oliveira)

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BrancasAs brancas jogam e ganham em 5 lances.

Soluão do problema do n. 31Brancas

•10 a 3119- 1330 - 24ao -1418 — 1217- 1126 — 21yi — U

Fretas20 a -10

8 — 1019 — 30

10 - 197 — 182 - O".

16 — 27

A. «Estação"Recebemos o ultimo numero, de 30 de Julho.Dizer que traz dous magníficos figurinos colididos, apresentando

um delles meia dúzia de modérnissimos chapéus, seria dizer o que asleitoras já viram. E o mesmo quanto ao resto e ao texto, onde Eloyo heróe, continua a dar-nos a sua bella chrcnica e Machado de Assiso seu Quincas Borba.

Por isso só diremos que agradecemos.

O Uni versa li sinoE' o titulo de um elegante e aprimorado livrinho em que o Sr.Joaquim Tamegão reuniu diversos pensamentos moraes e philoso-

phicos.As 32 paginas do livrinho foram por nós percorridas com avidez e

a impressão que nos deixou nao foi de desagrado nem de fadiga.E si o tiosso leitor duvida não é muito difficil ver para crer.O livro ahi está ; leia-o.

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ESCALAS CIIUOMATÍCAS(Em sino)

respeito de diversões, este annotem sido dos mais felizes.

Não me lembro de ter visto oRio de Janeiro tão cheio de novi-

Ldadcs como agora.ias lyricas, choreogra-•messe, depurações, mee-

tings, Sarah Bernhardt, João Ma-nuel, Gaveta Municipal (ex-daTarde), D. Francisca de Castro,companhia dramática João Roza,idem Gil, companhia francezaGrau, cavallinhos, parecer dosvinhos, eleições municipaes, papa-gaios lyricos, papagaios parlamen-

tares, animaes sábios, sábios animaes e tutti quanti, naofallàndo nos fiascos do lyrico nem nas Iicções que astorrinhas do mesmo tem dado aos de baixo, tudo issotem divertido o Zé miúdo.. . e o graudo, a valer.

Tem divertido é um modo de dizer, porque emtodos os folguedos acima, só uma diminuta parte dopublico é que tomou e toma parte.

O restante ainda scisma que as cousas andam bi-cudas e deixa-se ficar em ca^a debaixo dos lençóes oua jogar a bisca com os visinhos.

Todos os theatros funecionam actualmente, mas osque gostam de boas novidades não são tantos que ossustentem .

Não obstante, cada dia os jornaes annunciam umacompanhia nova, o que faz com que a burguezia admire-se, exulte, commente. . .e não passe disso.

Para essa burguezia nao ha nada como os aluga-see precisa-se do Jornal do Commercio.

Haja isso e o resto pouco importa .Que vêm cá fazer tantas companhias ? O que é queellas adiantam ?Augmentam o numero dos precisa-se ?Não ?Pois então viva 1Quem encommendou o sermão que o pague 1

•* •

Estou certo de que o leitor dirá o mesmo, mas comreferencia a estas minhas escalas.

Pan.

Aos nossos estimados assi_niant.es cujasassignaturas se acham vencidas, rogamos afineza de as mandarem renovar.

Precisa-se <Ic bons agentes — coiiimissào vantajosa.

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«O Monoculo»

0 n. 4, deste nosso collega está mesmo o que se pôde dizer—bom,mas— bom—,com lettra grande : —Bom !

Na primeira pagina mostra as vantagens que o cale tem proporcio-nado aos cominissarios e aos fazendeiros, e nas outras mostra de quepau é feita a canoa... do intellecto.

Entre as muitas cousas que ha no texto, e cousas boas, lia umconto intitulado Arrufos, que roubamos e oífereccinos aos nossos lei-tures.

Procurem e devorem-no !

sar

D'esta vez foi quasi um fiasco, palavra !... Não por falta de deci-fradures, mas por falta de decifraeões certas.

Reformem, carissimos charadistas, reformem suas decifra<;ões,sim?•

Enigmática(o todo ao meu eu)

A primeira com a quarta,Fica plana e muito lisa,Mas segunda repetidaNão é vulgar á pesquizaA primeira com segundaFicamos de nome igual,Mas a tercia com a quartaAlguma distancia vai 1

ConceitoSi qnero ter este nome,Que julgo ser dos mais velhos ;Canço bem a paciênciaArrancando meus cabellos.

Mane Quim.•

Enigma(Ao Sr. Mane Quim)

Quero ter a soluçãoDa pergunta que vae ter ;—¦ Dois e dois quantos serão,Faz favor de me dizer ?. .

Vá 1 responda sem tardar,Pois, já

'stá se demorando ;E' pensar, é matudar,Que, de longe, eu fico olhando.

Patusca(Para desenterrar o Zé da Luz)

Tendo papa na primeira,—2Na seguuda temos caio :—2Mas o todo, sem canceira,Todos dizem :— Papagaio 1. . .

EnygmaticaSe a segunda fôr o todo, — 1Tem primeira certamente ;—3Mas, cuidado, tem cautella,

Que mata a gente 1Canta saltando na terra onde vejeta.

Fricinal Vassico.1-1

n, n.4—Uma assignatura grátis por í anno e um bi-lhete de loteria.

Para o 40 decifrador das d^ste numero : 1 trimestre.

Do Sr. Zé da Luz recebemos estacartinha :Sr. Figaro.

Tendo eu sciencia de que o iilustre charadistaSr. Fricinal Vassico está um tanto desconfiado com omeu soneto-premio,por julgar ver íi^elle qualquer cousaque se pareça com zombaria, vejo-me forçado a decla-rar-lhe que jamais foi minha intenção oifender ou pelomenos deixar em duvida o Sr. Fricinal Vassico, áquemnão conheço pessoalmente, mas considero e prezo,porque, pelo seu talento, é digno disso.

Fiz. aquelle soneto como faria outro qualquer, isto é,com a intenção apenas de brincar. E quanto á dedica-toria do logogripho-charada, si ella, como me dizem,também o offendeu, o Sr. Vassico será forçado a con-cordar que as dedicatórias de todas as minhas charadas,logogriphos e quejandas tolices, são e foram semprefeitas em ar de brincadeira.

Para que não continue o Sr. Vassico a desconfiar dasminhas intenções, eu vou encher o soneto.

Para terminar :Como alguns charadistas e notadamente os Srs.

Fausto Júnior e Fricinal, disseram algures que eu abusode uma certa circumstancia para decifrar as charadasque me são dedicadas, declaro, Sr. Figaro, que de hojeavante dü3Íxo de collaborar na secção — charadas —da Distracção.

E dou por terminado o incidente.De V. etc

Ze n.v Luz.Sentimos immensamente a rezólução do sr. Zé da Luz, mas, j'i que

é forçoso...Figaro.

,.Charadista-mór.

Soneto—prêmioA Fricinal Vassico

Si acaso te dissessem. Fricinal,Que o prêmio que ganhavas era este,Não metterias, não, como metteste,Os hombros a uma emprezá como a tal.

Mas tem paciência, amigo 1 Que te resteEsta consolação : Embora mal,Ha aqui quem avalie quanto vai,O dom que ao ver a Luz tu recebeste.

Por isso é que pTas musas ora clamo. . .E para que dizer verdade váIsto, á que —soneto—prêmio— chamo,

Eu deito-lhe esta idéia menos má :— E's grande charadista !

— Eu te proclamoNão desfazendo em quem presente está !

Ze' da Luz.

* *

PRÊMIOS — Para o 20 decifrador das charadas do