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Japão o país das

tradições e da mudança

Andrea Spörl

Império Japonês

• O Japão é herdeiro de uma civilização que

remonta ao século VII antes de Cristo. No

século IV, o clã Yamato unifica os vários

estados do país sob um imperador.

• A partir do século XII, o Japão sofreu lutas

entre clãs, o que determinou sua divisão

em feudos militares denominados xoguns,

que eram comandados por líderes

militares conhecidos como xoguns, “os

senhores da guerra”.

Shogunato • Japão se fechou ao Ocidente, permanecendo

dessa forma até 1859, quando foram

restabelecidas as relações comerciais com o

Ocidente.

• Na época, o governo japonês era representado

pelo shogunato. Os shoguns ou bakufu eram

chefes militares e representavam os senhores

feudais.

Samurais

O último samurai

Ocidentalização

• Século XIX expansão ocidental na

região do Pacífico.

• Projeto geopolítico dos EUA de

controle dos oceanos força a

abertura do Japão através do

Tratado de Kanagawa (1854).

• Essa abertura acelerou a

desintegração do sistema feudal

japonês.

O Japão na Era Moderna

Revolução Meiji

Modernização

• O ingresso do país na Era Moderna

ocorre na segunda metade do

século XIX, com a abertura dos

portos ao comércio com o Ocidente.

• Em 1868 começa a Era Meiji:

assume o Imperador Mutsuhito, que

abole o feudalismo.

• No final do século XIX, tendo

resistido ao imperialismo ocidental,

dá início à sua própria expansão...

Revolução Meiji (1867--1868)

• ocasionou o fim do shogunato, com a

restauração do poder do imperador,

assumindo o trono a dinastia Meiji.

Dinastia Meiji

• Esta dinastia unificou o país,

retirando dos senhores feudais

seus privilégios políticos e

econômicos, modernizou-o,

dando início à industrialização, e

em pouco tempo transformou-o

na maior potência do Oriente.

Dinastia Meiji

• A partir de 1876, o porte de espada

passou a ser proibido. A espada para o

samurai representava a própria alma do

guerreiro.

Dinastia Meiji 1868 - 1912

O imperador Meiji – governo

iluminado – aos 25 anos, em

uniforme ocidental. Foi o

responsável pela modernização e

ocidentalização do país.

• 1889 – Meiji promulgou a

primeira constituição

formal adotada fora do

mundo ocidental,

estabelecendo a criação

de um parlamento e a

garantia de poder divino

ao imperador.

• Fortaleceu o forte caráter

nacionalista do Japão.

• Com a unificação e o

nacionalismo, houve o

aprimoramento das

instituições.

Medidas tomadas por Meiji

• Ensino obrigatório (investimento na educação,

para obter uma mão-de-obra preparada para

novas atividades).

• Formação dos zabatsus (empresas familiares que

se tornariam grandes conglomerados. Ex.:

Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo).

• Criação de infraestrutura (construção de estradas

de ferro, portos).

• Adoção do XINTOÍSMO , religião que fazia do

imperador chefe sagrado do Estado, ajudou a

incentivar o povo japonês ao culto à disciplina.

• Formação do Exército.

• Modernização.

Era Meiji com seus pontos negativos

• Escassez de matérias-primas;

• Inchaço populacional ( fez com que japoneses

emigrarem rumo a novas terras, inclusive o

Brasil);

• Escassez de Energia;

• Limitação do Mercardo Interno

Expansão Japonesa

“Os japoneses não tiveram outra escolha e foram à

procura de novos Territórios, para isso fortaleceu

seu poder Militar”

• O país estabeleceu colônias no Pacífico e se

lançou novas conquistas na Ásia:

• Coréia e Taiwan (1895)

• Manchúria (Norte da China 1931)

• Nordeste da China (1937)

• Indochina (Ilhas do Pacífico 1941)

Corrida Imperialista

• A corrida imperialista levou o Japão a disputar

interesses na região da Bacia do Pacífico com

as nações ocidentais.

• A política imperialista gerou tensão entre Japão

e os EUA, que também ampliavam suas ações

na região.

• Em 7 de dezembro de 1941, o Japão

bombardeou o Porto de Pearl Habor, no Havaí,

atitude recebida como declaração de guerra aos

EUA e responsável pelo ingresso desse país na

Segunda Guerra Mundial.

• Só que toda esta política expansionista, porém,

resultaria na quase destruição do Japão, que saiu

derrotado na 2ª Guerra Mundial

Bombas Atômicas

• Em agosto de 1945, os EUA lançaram

duas bombas atômicas em solo

japonês: uma em Hiroshima e outra

em Nagasaki, selando de forma

dolorosa o fim da Segunda Guerra.

Bombas Atômicas

A Reconstrução do Japão

• Mesmo arrasado, após o término da 2ª

Guerra Mundial o Japão se tornou a

segunda maior potência mundial,

essa recuperação ficou conhecida

como MILAGRE JAPONÊS.

• 1945 - No final da Segunda Guerra Mundial, o Japão

é um país militarmente vencido, politicamente

submetido à ocupação americana e economicamente

arrasado pela perda do vasto império colonial,

destruição da marinha mercante e ruina do sector

produtivo.

• 1970 O Japão é já a terceira economia mundial, em

consequência de 20 anos de crescimento econômico

a uma taxa média anual de 15%. Como se explica

que o Japão, 25 anos após a guerra, ocupasse o

terceiro lugar no pódio da economia mundial,

juntamente com os EUA e a URSS, e que, nos anos

90, ascendesse ao segundo lugar com o

desmembramento da União Soviética?

A Reconstrução do Japão

• A reconstrução japonesa, ou o “milagre japonês”,

contou com o acerto de políticas públicas, com o

empenho e empreendedorismo do setor produtivo

e com uma decisiva participação da sociedade.

• Era preciso organizar as finanças – ganhar mais

e gastar menos – organizar a produção no

campo, na indústria e no comércio e pensar no

futuro.

• Muitos fatores contribuíram relevantemente para

a reconstrução do país destruído pela guerra.

Plano Colombo Criado em 1951 como um grupo de ajuda

econômica para o desenvolvimento social dos

países do sul e sudeste da Ásia, foi através

do Plano Colombo que os japoneses receberam

uma grande ajuda financeira dos Estados Unidos,

que serviu aos trabalhos de reconstrução como a

recuperação da infra-estrutura de energia, de

transportes e de comunicações além da própria

organização das finanças do Estado no pós-guerra.

Os recursos eram menos volumosos que os

destinados ao Plano Marshall, para reconstrução

da Europa Ocidental, e foram contraídos e

utilizados com cautela pois representavam um

elevado endividamento para o país.

Reforma agrária

• Após a guerra, o Japão ficou sob ocupação militar dos

Estados Unidos, comandada pelo General Douglas Mac

Arthur. Era necessário organizar e estimular a produção

de alimentos além de gerar trabalho e renda para a

população que sobreviveu ao conflito. A terra teve a sua

propriedade parcelada, seu acesso facilitado, e a política

agrícola implantada estimulou a produção, especialmente

na porção norte do país, na ilha de Hokkaido, a parte

menos urbanizada do Japão. O processo de reforma

agrária, ocorrido em 1946, foi conduzido ainda sob o

comando do General Douglas Mac Arthur. Todavia, com

a modernização das técnicas agrícolas, a população se

urbanizava cada vez mais, reduzindo a população

economicamente ativa no campo e ampliando sua

participação na indústria.

Reforma política democrática

e liberalizante Redução dos gastos militares

• Os americanos pretendiam conduzir uma reforma

política que anulasse o expansionismo territorial

japonês. Dessa reforma nasceu, em 1947, uma

nova constituição que orientava a política nacional

para rumos democráticos e liberais. Foi imposto o

limite de 1% do PIB para gastos militares. A

economia gerada pela redução dos gastos

militares foi investida na área industrial.

Medidas protecionistas

Ressurgimento dos Zaibatsus • Os Zaibatsu, poderosos grupos industriais e

financeiros que tinham capitalizado o militarismo

expansionista, foram dissolvidos legalmente

após a segunda guerra mundial. No entanto,

eles ressurgiram com novas personalidades

jurídicas e valeram-se da tradicional coesão

entre o Estado, as grandes indústrias e os

bancos para crescer novamente, cercados de

estímulos e proteções do governo, que combatia

a concorrência com indústrias estrangeiras na

disputa pelo mercado consumidor interno do

país.

Sub-valorização cambial do

iene • O Estado japonês desvalorizou, artificialmente, a

sua moeda. Com essa medida ele tinha por

objetivo forçar a obtenção de balanças

comerciais favoráveis. Com o iene

desvalorizado, os produtos japoneses tornam-se

baratos fora do Japão e os produtos importados

tornam-se caros dentro do Japão. Assim, o

resultado é um alto volume de exportações e um

baixo volume de importações, produzindo a

balança comercial positiva.

Estímulo à produção em

massa • Com condições econômicas capazes de

estimular a exportação de forma agressiva, o

Japão estimulou a produção em massa a fim

de ampliar os mercados alcançados por seus

produtos e incrementar os ganhos das

atividades de produção para exportação.

Elevada poupança interna

• O sistema previdenciário japonês enfrentava

sérias dificuldades. Não era possível confiar

nele. O acentuado déficit habitacional e a

necessidade de economizar para arcar com os

custos de moradia completam o quadro que

estimulou a compressão do consumo e a

elevação da poupança interna. Os investimentos

financeiros da população na poupança eram

convertidos pelos bancos em capitais para

financiamento da inovação industrial nas

empresas cujos bancos possuíam participação

nas ações, ou seja, em seus ativos financeiros.

A poupança do povo financiou a inovação.

Investimentos em educação, ciência e

tecnologia

• Olhando para o futuro, os japoneses viam que um posicionamento

superior na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) dependia do

grau de ciência e tecnologia aplicado aos seus produtos. Isso

porque, na transição da segunda para a terceira revolução

industrial, a inovação tecnológica torna-se ainda mais importante

para as indústrias na busca competitiva pelos mercados. E para

isso era necessário investir em educação para a formação de

mão-de-obra qualificada, e em ciência e tecnologia, para estimular

a inovação.

• Para isso, o Estado japonês investiu um significativo percentual do

PIB do país nesses setores estratégicos. E o patronato japonês

soube aproveitar a competência tecnológica de seus empregados.

O resultado foi a transição do perfil do parque industrial de baixa

tecnologia (têxtil, siderurgia, indústria naval) para um parque

industrial de alta tecnologia (eletrônica de consumo,

microeletrônica, informática e robótica) além da conquista de um

mercado global por suas principais indústrias automobilísticas.

Exploração dos trabalhadores

• A sociedade japonesa participou, decisivamente, da reconstrução

do país. O alto contingente disponível de mão-de-obra gerou

salários baixos. Mas o nacionalismo valoriza a disciplina e o

respeito à hierarquia, somaram-se ao quadro de exploração do

trabalhador. Os operários recebiam pouco, tinham jornadas

longas sem descanso, eventualmente não recebiam seus salários

ou pelas horas extras trabalhadas e ainda assim eram muito

assíduos e produtivos. Não faziam greves, não protestavam.

Entendiam que esse era um esforço necessário para a

reconstrução soberana do país.

• Tiveram, durante muito tempo, em contrapartida, a garantia de

emprego vitalício aos trabalhadores do sexo masculino até a

aposentadoria, aos 55 anos. Esse direito foi instituído entre as

duas grandes guerras e permitiu que os empregados não

temessem inovar nos processos de trabalho e recebessem

investimentos em sua qualificação por parte das empresas.

Mercado interno fortalecido

• Com o tempo, esse modelo de exploração se

esgotou, na medida em que o país crescia e se

fortalecia. O poder aquisitivo cresceu e o povo

japonês torna-se voraz consumidor das

inovações produzidas no país, estimulando a

continuidade do crescimento econômico japonês.

Toyotismo: um novo modelo industrial

• Foi durante o processo da reconstrução japonesa que

nasceu, como fruto da busca pela competitividade da

produção industrial no Japão, o modelo toyotista de

produção. Ele é marcado pela flexibilidade da produção; pelo

rigoroso controle de qualidade sobre os produtos; pela busca

da alta performance industrial (zero erro, prazo zero, zero

enguiço etc.); pelo uso de trabalhadores qualificados e em

menor quantitativo; pelo uso da robótica na produção para a

automação de processos; pela produção sob demanda (“just

in time”); pela polivalência dos operários com valorização do

trabalho coletivo; e pela produção globalizada, ou seja, com

etapas dispersas pelo mundo, com cada parte da produção

implantada na área onde se encontram as maiores vantagens

produtivas a cada etapa.