Post on 16-Apr-2015
Irmão Nery fsc
1.1- O momento histórico máximo da religião
revelada, segundo a nossa fé, aconteceu com
encarnação, vida, ensino, morte, ressurreição e
glorificação do Filho de Deus, Jesus Cristo.
Seguir Jesus passou a ser um chamado de Deus feito à liberdade humana.
1. FUNDAMENTAÇÃO 1. FUNDAMENTAÇÃO DA VIDA CRISTÃ: DA VIDA CRISTÃ: SEGUIR JESUSSEGUIR JESUS . .
1. FUNDAMENTAÇÃO 1. FUNDAMENTAÇÃO DA VIDA CRISTÃ: DA VIDA CRISTÃ: SEGUIR JESUSSEGUIR JESUS . .
O chamado é para escutar Jesus e é para segui-lo:
partilhar de sua vida, de suas necessidades, de sua missão
(fazer a vontade do Pai).
E Deus fez este chamado, explicitamente, no dia do
Batismo de Jesus no rio Jordão e, também, na
Transfiguração de Jesus.
A vocação cristã é aquela que nos vem de Deus por Cristo na força do Espírito Santo
para a comunhão, a mais plena possivel com a Santíssima Trindade e a cooperação
com o Plano Salvífico do Pai.
mas, não fazendo de Cristo um ponto de chegada, e sim, como ele mesmo o disse, como Caminho, Verdade, Vida e Ponte (Pontífice) para o Pai, sob o impulso do Espírito Santo. E se traduz,
também, como Igreja e como missão.
Como concretização histórica esta vocação se traduz no seguimento de Jesus, segundo a dinâmica do
discipulado (cf Col 1, 15-17; Ef 1, 1-14),
B. a viver as bem aventuranças (Mt 5, 1ss; 6, 20-38), e a realizar os valores do Reino.
A. a seguir Jesus, o JESUSJESUS pessoa, mensagem de vida -
ensinamento e missão (cf. Lc 9, 57-62; 14, 25-27; 18, 18-30),
D. a anunciar a esperança do reino futuro (Lc 21, 29-36; 12, 35-46).
C. a dar continuidade a sua obra e missão na terra (Mt 28, 16-20); Mc 16, 15-20; Jo 20, 21-23),
1.2- Por esta vocação cristã, somos chamados:
b) dado sua adesão pessoal ao Senhor e ter aceito o Senhor e a sua Igreja, pelo ato de fé,
A. Para ser seguidor de Jesus e membro de sua Igreja, a pessoa precisa:
a)ser iniciada por meio da evangelização, da catequese e dos sacramentos;
c) participar da vida da Igreja, por um profundo sentido de eclesialidade;
d) comprometer-se com a missão de Jesus e de sua Igreja, tanto “ad intra ecclesiae” como “ad extra ecclesiae”, na plenitude de direitos e deveres na Igreja.
1.3 -A incorporação em Cristo e na Igreja.1.3 -A incorporação em Cristo e na Igreja.
•Tanto do ponto de vista ontológico e sacramental
(o ser consagrado no Batismo-confirmação),
B. A incorporação no mistério de Cristo e da Igreja:
•Como do ponto de vista afetivo e persoal
(aceitação pessoal, existencial e participação).
Ninguém pode aceitar incorporar-se em Jesus e na Igreja no lugar do outro.
c) templos do Espírito (1Cor 6, 19-20), d) membros vivos do Corpo de Cristo (1Cor 12, 4-13), e) comprometidos a manter a unidade, o amor e a paz do mesmo Espírito em “um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos” (Ef 4, 1-6).
A transformação ontológica batismal supõe e revela a visibilidade sacramental da vocação cristã
No BATISMOBATISMO somos chamados a ser na Igreja:a) filhos de Deus (Ef 1,5), b) criaturas novas (2Cor 5, 17; Gal 6, 15),
É importante acentuar que a vocação cristã une inseparavelmente:
o seguimento de Jesus (vocação ao discipulado) e a insersão na Igreja (vocação eclesial).
São duas vertentes sacramentalmente manifestativas em sua diversidade, num duplo movimento
DE CHAMADO E DE RESPOSTA que, dando-se
de modo exemplar em Cristo (dimensão cristológica), dá-se
de modo geral na Igreja (dimensão eclesiológica), e se realiza
de modo particular em cada cristão (dimensão ontológica e participativa).
1.4- Vocacção ao apostolado
Apostolicam Actuositatem, 2, Decreto do Concílio diz: “A vocação cristã, por
sua própria natureza, é também vocação ao apostolado (...)
no Corpo de Cristo, que é a Igreja; “a atividade própria de
cada um de seus membros, faz crescer o corpo inteiro” (Ef 4, 16).
•Sem a compreensão destes elementos básicos sobre vocação cristã, e nela, vocação apostólica, não se
consegue ter um discurso coerente, lógico, e fundamentado sobre
vocações e ministérios na Igreja..
Igreja é comunidade.Todos somos Igreja“Católica”= para todosem todo o mundo
2. A IGREJA É UNA NA RICA DIVERSIDADE
DE DONS E CARISMAS, FUNÇÕES E MINISTÉRIOS
2.1- A Vocação cristã. 2.1- A Vocação cristã. O essencial é a grande
vocação de seguir Jesus: somos cristãos (Christifideles).
2.2- Vocações distintas e complementares2.2- Vocações distintas e complementares . Há distintos caminhos e modos de seguir Jesus.
O Espírito, em sua liberdade, é que nos convoca, nos santifica e nos envia.
A distinções entre leigos, clérigos, religiosos/as não se situam em nível de “estado” o “dignidade”,
nem de “sagrado” e “temporal” ou profano.
Mas, no que isto significa, expressa e se organiza enquanto encargo, missão, responsabilidade,
consagração, serviço, representatividade, direção e comunhão.
O eclesial não deriva do hierárquico já que ser Igreja é a forma de ser cristão, comum a todos
os batizados. A Igreja somos todos nós, os seguidores de Jesus, e a Igreja é de todos.
Todos temos uma igualdade básica, uma forma comum de ser e de estar na Igreja.
2.3- A unidade na diversidade.
•* distribuir seus dons e carismas,
•* escolher as pessoas que ele quer para determinados
ministérios, funções, serviços,
O Espírito Santo é livre e pródigo em:O Espírito Santo é livre e pródigo em:
- segundo as necessidades que ele detecta na Igreja e no mundo.
A vocação, qualquer vocação na Igreja, está intimamente conectada com dons e carismas,
ministérios, funções e serviços que provém do Espírito.
2.4. Os fiéis leigos.2.4. Os fiéis leigos.
Pouco a pouco, os “Christifideles” (os fiéis leigos) se organizaram fundamentalmente
em duas categorias distintas e complementares:
a) “Christifideles laici” (leigos e leigas); b) “Christifideles ministri ordenati” (presbíteros).
NB. Com muita dúvida, ambigüidade e discussão, a prática criou uma terceira categoria, os
“Christifideles consecretati” (religiosos e religiosas) com a afirmação de que os religiosos não pertencem nem à categoria dos leigos e nem à categoria clerical,
à exceção, óbviamente, dos religiosos presbíteros.
Os fiéis leigos constituem a maioria da Igreja,a maioria da Igreja, um pouco mais de 98%.98%.
Eles são a força mais importante com a qual Deus conta para dar continuidade à missão de Jesus na história.
Mas, uma grave distorção sobre a compreensão da Igreja, por parte da hierarquia, concentrou,
durante séculos e séculos, a importância maior na Igreja, nos membros da hierarquia, quando, na
verdade, a responsabilidade pela missão é de todos.
Sem os leigos e as leigas não teríamos as famílias, os filhos, a organização da vida e da sociedade
segundo os valores do Evangelho...
O Concílio é claro quando fala da igualdade entre
os seguidores de Cristo, a partir da graça batismal: “Não há, por conseguinte,
desigualdade por razão de raça ou de nacionalidade, da condição
social ou de sexo” (LG 32,2).
E acrescenta: “existe una autêntica igualdade entre todos quanto à dignidade e à ação comum a todos
em função da edificação do Corpo de Cristo” (LG 33,3).
OS LEIGOS
Cristo Senhor
Papa e Cardeais
Arcebispos e Bispos
PresbíterosReligiosos/as
Leigos/as
2.5- EIS ALGUNS ESQUEMAS ILUSTRATIVOS:
A. Modelo Piramidal, tudo depende da hierarquiatudo depende da hierarquia
Neste modelo os leigos não têm voz e nem vez. Em grego LAÓS = Povo; e LAIKÓS = membro do Povo. Mas, na
Igreja passou a significar, sobretudo, INGORANTE, NÃO PARTICIPANTE.
Presbíteros
Religiosos/as
Laicos/asPresbíteros- religiosos
Leigos seculares/
Leigos consagrados
B. Modelo Derivativo dual: Leigo-PresbíteroLeigo-Presbítero
Neste modelo o centro é a categoria leigo/ae, em segundo lugar, está a categoria clero...
PresbíterosDiocesanos
Religiosos/as
Presbíteros- religiosos
Ligos/as seculares
Leigos/as consagrados
Leigos/as
C. Modelo trinitário: Leigo, Presbítero, ReligiosoLeigo, Presbítero, Religioso
Neste modelo os religiosos/as constituem uma nova categoria na Igreja
PresbíterosDiocesanos
Religiosos/as
Presbíteros- religiosos
Leigos seglares
Leigos consagrados
TODOS SÃO CRISTÃOS
TESTEMUNHAS DO ABSOLUTO DO DEUS-AMOR, EM JESUS, SOB O IMPULSO DO ESPÍRITO SANTO
EM COMUNHÃO DE CARISMAS, DONS, FUNÇÕES E MINSTÉRIOS
PARA A GLÓRIA DE DEUS: O HOMEM E A MULHER VIVOS E
FELIZES
Povo de DeusPovo de DeusD. Modelo
3. Somos todos CRISTÃOS, seguidores de Jesus, membros da Igreja, co-responsáveis, com Jesus e os demais cristãos, pela construção do Reino de Deus
3.1- REINO DE DEUS
1. NOVO CONCEITO DE DEUS:Amor, Pai, Bondade, Misericórdia...
2. NOVO CONCEITO DE RELAÇÃO PESSOAL COM DEUS: Filhos/as.
3. NOVO CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS: Amor, fraternidade, justiça...
4. NOVO TIPO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL:Convivência e administração, no amor e na justiça.
5. NOVA VISÃO SOBRE A VIDA APÓS A MORTE:Vida eterna feliz em Deus; vitória definitiva de Deus sobre a morte e o pecado – Escatologia, Parusia...
3.2- SOMOS3.2- SOMOS MINISTROS MINISTROS NO POVO DE DEUS E PARA O POVO DE DEUSNO POVO DE DEUS E PARA O POVO DE DEUS
A. MINISTRO vem do latim: MUNUS + STARE = Estar a Serviço
e vem também de MINOR = Como menor, isto é, aquele que serve.
B. Não temos mérito algum, pois é pura gratuidade da escolha de Deus...
Apenas recebemos MAIS RESPONSABILIDADESMAIS RESPONSABILIDADES, que exigem de nós competência, dedicação,
correspondência à graça de Deus, testemunho...
C. Não somos, por ser ministros, mais santos e melhores do que nenhum outro seguidor de Jesus.
Sem este compromisso primeiro de nossa vocação e missão de leigos/as o ministério dentro
da Igreja, a serviço dos fiéis, fica incompleto, manco...
Neste sentido ninguém de nós, por sermos Ministros,
é do CLERO, isto é, da Hierarquia.
D. Nosso primeiro e principal ministério na Igreja é fora da Igreja, isto é, no mundo: a serviço da família, da sociedade, das causas
sociais que ferem a dignidade humana, os valores do Evangelho.
Continuamos leigos/as. E não podemos cair nas tentações do
CLERICALISMO, que por muitos séculos deturpou a missão do Clero, da Hierarquia:
que não valorizou os leigos/as, centralizou tudo, não possibilitando ao leigo/a ter voz, vez, para
ajudar a refletir, decidir, coordenar, administrar...
E. O fato de sermos Ministro na Igreja para uma determinada tarefa, nos obriga a termos uma
visão ampla da missão da Igreja, e não uma visão míope, parcial,
pois tudo está em nossa fé, profundamente interligado, interdependente.
Exemplo: Ministro de um determinado Sacramento.
É óbvio que ele está a serviço do todo da Igreja e do fiel, e não apenas de determinado Sacramento
ou aspecto da vida do fiel.
Como alguém vai cuidar de Eucaristia, ou do Matrimônio ou de qualquer outro sacramento?
sem primeiro trabalhar seriamente o conhecimento da Bíblia, de Jesus, da Igreja,
do Batismo e da Confirmação?
Sem um bom conhecimento do todo, corremos o risco de sermos meros executores de ritos,
favorecendo a fragmentação e, pior ainda, uma noção devocionista e mágica da fé e dos sacramentos...
F. E é ainda fundamental, a qualquer ministro
CULTIVAR E EXERCER excelentes
RELAÇÕES HUMANAS
Este é um dos aspectos mais falhos em nossas Comunidades Eclesiais.
Há presbíteros e ministros/as leigos/as, religiosos/as que não capricham nas relação humanas, essenciais
para revelar o Mandamento Novo:
DE ACOLHIDA, ESCUTA, COMPREENSÃO, FRATERNIDADE,
ESCLARECIMENTO, AJUDA...
Na Última Ceia, no conta São João:
“Compreendeis o que fiz? Vós me chamais Mestre e
Senhor e dizeis bem, pois eu o sou. Se, portanto, eu, o Mestre e Senhor, vos
lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns dos outros” Jo 13, 12-14).
Dei-vos exemplo para que, como eu fiz vós o façais (Jo 13,15). Se compreenderdes isso
e o praticardes, sereis felizes! (Jo 13, 17).
Depois de levar os pés de seus discípulos Ele lhes disse:
“Eu vos dou um novo mandamento:
que vos ameis uns aos outros como eu vos amo.
Nisto todos saberão que sois meus discípulos se vos amardes
uns aos outros como eu vos amo!”
(Jo 13, 34-35).
E Jesus concluiu, dizendo que a marca que distingue
o seu seguidor, o seu discípulo, é o AMOR
E São Mateus explicita ainda mais concretamente que amar, segundo Jesus é fazer
a opção preferencial pelos pobres e lutar junto com eles pela libertação deles das necessidades humanas
básicas e da exclusão social:
“Vinde, benditos de meu Pai. Tomai posse do Reino que para vós está preparado desde o
começo do mundo. Porque eu estava com fome, sede, nu, doente, no cárcere, sem onde ficar... E
vós cuidastes de mim! Mas, Senhor, quando foi que vos socorremos assim?
“Todas as vezes que isso fizestes ao menor de meus irmãos,
foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 31-46). FIMFIM