Post on 06-Jun-2015
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Prof. Eloi Lago
Conceito
Trabalho de campo, realizado a partir de casos notificados (confirmados ou suspeitos)
Com objetivo de: Identificar fonte e modo de transmissão
(cadeia epidemiológica) Grupos expostos a maior risco Fatores determinantes Confirmar diagnóstico Orientar medidas de controle – impedir
novos casos
Quando surge a IE
Na ocorrência de novos casos de uma doença na forma de surto ou epidemia
População em risco
Se há suspeita, pergunte...... 1 – trata-se realmente de caso da
doença suspeita? 2 – Quais os principais atributos
individuais do caso? Características biológicas, ambientais, sociais
3 – A partir do quê ou de quem foi contraída a doença? Fonte de infecção
4 – Qual via de transmissão? 5 – Outras pessoas foram infectadas pela
mesma fonte?
Continue perguntando.......
6 – A quem foi transmitida a doença? 7 – Quais fatores determinaram a
ocorrência? Fatores de risco 8 – O doente ainda pode estar
transmitindo a doença? 9 – Como evitar que atinja outras
pessoas?
Passos para investigação de epidemias ou surtos
O que é epidemia e surto?
Considera-se surto ou epidemia quando há mais casos de uma determinada doença do que o esperado
Epidemia: para um grupo maior de pessoas
Inicialmente gerar assistência ao doente
1 – Assistência médica ao paciente
2 – Qualidade da assistência
3 – Proteção individual
4 – Proteção coletiva
Roteiro da investigação
Alguns passos são cruciais na investigação epidemiológica e se obedecidas as etapas a possibilidade de êxito é iminente......
1 – confirmação do surto
Houve elevação no numero de casos? Como confirmar?
Comparar registro de casos em meses ou anos anteriores, onde........
Hospitais, vigilância epidemiológica, laboratórios, taxa de mortalidade
Casos estes não apresentem dados confirmar com profissionais da áreas
Cuidado: a falta de notificação anterior leva a uma falsa epidemia hoje!!!!!!!!!
2 – confirmação do diagnóstico Avaliar prontuários, dados clínicos e
exames laboratoriais Oferecer exames complementares
coletando amostras de um grupo determinado de doentes (mínimo 10)
Conversar com o doente e levantar possíveis causas
3 – caracterização da epidemia Em relação ao tempo.... Qual o período de duração? Qual o período provável da exposição?
Em relação ao lugar.... Qual a distribuição geográfica predominante?
Em relação as pessoas..... Quais grupos etários e sexo? Que características distinguem os afetados
da população geral?
3 – caracterização da epidemia quadro
4 – geração e avaliação de hipóteses
As hipóteses devem ser testáveis e gerar conclusões como:
A disseminação se deu por veículo comum, pessoa a pessoa ou ambas as formas.
Provável agente causal
Para isso calcula-se a taxa de ataque (TA)
Como calcular Taxa de ataque (TA)
TA = Pessoas doentes expostas x 100 Pessoas expostas
TA = Pessoas doentes não expostas x 100
Pessoas não expostas
Agora calcule o Risco Relativo (RR)
RR = TA dos expostos TA dos não expostos
Interpretando.....Se RR for maior que 1 há uma associação com
a doença e quanto maior for, maior a associação.
Vamos praticar.......
Caso
Após um almoço de domingo em uma igreja algumas pessoas apresentaram vômitos e enxaquequa. Calcule a TA e o RR
consumiram não consumiram
Alimento doentes sadios total TA doentes sadios Total TA
Espinafre 29 17 46 17 12 29
Presunto 26 17 43 20 12 32
Maionese 23 14 37 23 14 37
Leite 16 7 23 30 22 52
Sorvete 43 11 54 3 18 21
Resultado
Alimento doentes sadios total TA doentes sadios Total TA RR
Espinafre 29 17 46 O,63 17 12 29 0,58 1,1
Presunto 26 17 43 0,56 20 12 32 0,62 0,9
Maionese 23 14 37 0,62 23 14 37 0,62 1
Leite 16 7 23 0,69 30 22 52 0,57 1,2
Sorvete 43 11 54 0,79 3 18 21 0,14 5,6
consumiram não consumiram
5 – refinamento das hipótese e estudos complementares
Discussão das análises com outros profissionais
Consolidação dos dados Busca de dados adicionais
6 – Processamento e análise final Consolidar dados em tabelas, gráficos,
mapas, fluxos de pacientes Calcular, se for o caso, indicadores
como:
Coeficiente de incidência Letalidade Mortalidade Prevalência
7 – Recomendações de medidas de controle
Elaboração de um relatório descritivo
Implementação imediata
As medidas podem ser direcionadas a qualquer elo da cadeia epidemiológica, visando sua interrupção
8 – Relatório final e divulgação Deve constar: descrição do evento,
situação epidemiológica atual, causa da ocorrência, medidas de prevenção implementadas a curto, médio e longo prazo,
O relatório deve ser divulgado à profissionais da saúde, participantes da investigação, representantes da comunidade e autoridades locais.
Sempre que possível divulgação por boletins
FIM