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Introdução ao
Trabalho da Sombra
Humana
Para uma vida com menos stress
Ângela Antunes
http://sombrahumanaAngelaAntunes.blogspot.com
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
2 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
Índice
O que é a sombra humana ?................................................................. 3
O ego e a sombra ………………………………………………………….. 4
O fenómeno das projeções ……………………………………………… 5
O que significa não reconhecer e abraçar a nosso lado humano,
vulnerável, com imperfeições e falhas?.............................................. 7
A sombra vive-se no dia-a-dia…………………………………………… 8
As boas-novas da sombra………………………………………………… 11
O Trabalho da Sombra ……………………………………………………. 12
Para quê fazer Trabalho da Sombra ? ………………………………… 15
A quem se destina o trabalho da sombra ? ...................................... 15
As sessões individuais ……………………………………………………… 16
Os workshops ………………………………………………………………... 16
Aspetos a ter em conta no inicio de cada sessão ou workshop … 17
A origem do Trabalho da Sombra que facilito ………………………. 18
Sobre Ângela Antunes ……………………………………………………. 18
Locais e contatos ………………………………………………………… 21
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
3 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
O que é a Sombra Humana ?
É uma parte do inconsciente humano onde se encontram todos os aspetos que
reprimimos desde criança por serem mal vistos e reprovados no meio onde crescemos:
na família, na escola, com outras crianças, na igreja, na vizinhança, nas revistas, na
televisão.
Conforme os padrões morais de educação defendidos no nosso meio, assim nos
esforçámos por esconder a parte de nós que grita quando se quer fazer ouvir, que se
zanga quando reconhece abuso ou injustiça, que mostra descontentamento quando
algo não está de acordo com quem é, que é egoísta ao respeitar-se e servir-se em
primeiro lugar, que é burra ao não compreender de imediato o que lhe foi pedido.
O que muitos de nós ouvíamos em criança:
''És um Zé-ninguém''
''Nunca serás alguém na vida''
''Não vales nada''
''Não prestas''
''As meninas não sobem às árvores! Maria-rapaz''
''Os meninos não brincam com bonecas''
''Tens de ser forte. Os homens não choram !''
''Fica quieta! Não saias daí''
''À mesa não se ri''
''Isso não se diz''
‘’Se dizes o que pensas, não gostam de ti, o melhor é ficar calado’’
''As pessoas de bem não gritam''
''Se não trabalhares muito nunca vais ter dinheiro e ser alguém na vida''
''Se choras ainda apanhas''
‘’Tens de ter cuidado com os outros. Não se pode confiar em ninguém’’
Deixámos de dizer o que pensávamos para não sermos castigados, passámos a ter o
comportamento que era esperado com medo de que não gostassem de nós,
escondemos emoções como a cólera, (que é uma forma de mostrar a nossa
indignação por algo que não está bem), a tristeza (que permite desenvolver a
capacidade de introspeção), o egoísmo (que é uma manifestação de amor-próprio
quando vivido de forma saudável), a capacidade de ser vulnerável e de nos
mostrarmos tal como somos.
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
4 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
Escondemos fraquezas e falhas, esforçando-nos por mostrar uma pessoa que não
somos.
O mesmo aconteceu com emoções como a alegria, a doçura, a bondade, a
capacidade de me elogiar e valorizar (é feio elogiar-me, falar bem de mim, mostrar
apreço e contentamento por mim).
Sentimo-nos expostos de alguma maneira por algo que fazíamos bem como cantar,
desenhar, dançar, e nessa exposição sentimo-nos envergonhados e passámos a
esconder o melhor de nós.
E ainda através de formas subtis como um gesto ou olhar reprovador ou mesmo
através de comentários aparentemente doces mas que ficaram marcados no
inconsciente, por exemplo, frases como ‘’és tão tontinha’’, ‘’tão querido mas tão
carente’’.
Em suma escondemos a nossa outra metade que nos preenche e nos torna seres
completos e equilibrados, que inclui aspetos ‘’bons’’ e aspetos ‘’maus’’.
A estes aspetos reprimidos da consciência, Carl Jung, Psiquiatra Suíço e investigador
da consciência humana(1875-1961) chamou-lhe A Sombra Humana.
O ego e a sombra
A palavra ‘’ego’’ tem, atualmente, uma conotação negativa nos livros da
espiritualidade da Nova Era. A ideia geral terá a ver com eliminar , transmutar o ego.
Na verdade, segundo alguns investigadores, o ego não é mais do que uma estrutura
do ser humano. E vamos ter um ego, tal como uma sombra, enquanto vivermos.
Uma outra expressão para aquela parte da mente humana a que chamam de ’ego’,
a meu ver, menos carregada de conotações negativas é ‘’mente consciente’’.
Precisamos da nossa mente consciente no dia-a-dia para pôrmos as coisas em
prática: criação de projetos, para fazer cálculos para a construção de pontes ,
escolas, enfim para a gestão prática da vida humana.
A mente consciente interpreta a realidade que vivemos como sabe. O drama
começa quando acreditamos naqueles pensamentos que nos fazem sentir mal.
Quando não os questionamos. Quando a mente decide que não devia ser assim…
tenho que fazer isto desta maneira porque … o que vão pensar de mim… eu já sei o
que significa aquele comportamento…consigo saber o que estás a pensar… fui eu
que consegui… sou culpado… eu não devia ser assim… não sou boa pessoa se me
permitir mostrar-me tal como sou… cheguei atrasado porque …Se, ao menos … eu é
que sei !
Aqui começa o sofrimento, o desgaste, os sentimentos de impotência, a frustração, o
stress, a luta com as circunstâncias. Não são as situações, as circunstâncias, que
provocam stress e sim estes pensamentos, estas interpretações sobre os mesmos. A
realidade que vivemos, são factos. O que é, é. A interpretação dá-me bem-estar ou
mal-estar.
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Não é possível eliminar nem a mente consciente nem os pensamentos. Eles aparecem
na mente sem que tenhamos controlo.
Já experimentou eliminar pensamentos ? Apercebeu-se do que acontece ? Como é
que se sente quando acredita que tem poder para controlar pensamentos ou mesmo
eliminá-los e eles continuam a massacra-lhe a cabeça e os seus dramas
permanecem? Não acredite em tudo o que ouve ou lê. Aprenda a questionar!
Também não acredite nestas palavras. Experimente e descubra por si na prática.
Neste trabalho, vamos ao encontro dos pensamentos que nos causam desgaste, mal-
estar, stress. Escutamo-los e aí podemos questioná-los e deixar que venha ao de cima,
à consciência, a verdade libertadora. Cada um descobre a sua. É personalizada. Não
vem de fora. Já se encontra dentro.
Quando aprendemos o que havia para aprender, o que tinham para nos ensinar, para
nos mostrar, os pensamentos vão-se embora, abandonam-nos . Já não fazem falta.
O ego desconhece a sombra. Os aspetos da sombra, segundo os investigadores,
encontram-se abaixo da consciência, no inconsciente. A sombra comanda o nosso
comportamento.
Alguma vez lhe aconteceu dizer uma coisa e fazer outra e nem saber como
aconteceu ? Ou disse algo despropositado, oposto àquilo que habitualmente afirma
serem os seu valores ? São os aspetos da Sombra, que tomam conta do seu
comportamento, a partir do lugar onde moram: o inconsciente.
Começa a aperceber-se do que é viver com um ‘’desconhecido’’ dentro de si ? E
que é a causa do que faz, do que diz, como diz…
O fenómeno das Projeções
O que temos na Sombra é algo que se desconhece, é algo de que estamos
inconscientes. Uma das formas de conhecer esses aspetos escondidos da mente
consciente é através do fenómeno das projeções.
Todos os nossos aspetos que escondemos de nós e dos outros, consciente ou
inconscientemente, para não lidarmos com eles, serão projetados nas situações e
pessoas à nossa volta.
Nunca chegaremos a conhecer verdadeiramente quem nos rodeia. Estaremos sempre
a lidar com aspetos nossos. De uns gostamos e sentimo-nos atraídos (as projeções
positivas ou de luz, como alguns autores chamam) e com outros sentimo-nos repelidos,
provocam mal-estar, stress. É a sombra de escuridão ou dos aspetos chamados de
negativos. São estes que nos chamam para o trabalho de sombra. O que nos
incomoda é o que está a pedir para ser trabalhado.
Não se trata do que os outros dizem, fazem. Trata-se do que faço (inconscientemente)
e os outros mostram-me. O comportamento dos outros, o que fazem, dizem, ou
pensam é assunto deles. Não conseguimos mudar o seu comportamento (e se ainda
pensamos que ‘’conseguimos’’ porque ‘’fizemos algo’’, mais cedo ou mais tarde
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chegará a desilusão, pois a vida encarrega-se de nos mostrar que o nosso poder para
fazer algo é em relação a nós, ao que pensamos sobre o que vemos : o poder de
questionar.
O que vejo em ti e me incomoda é um aspeto meu de que não gosto, não reconheço
em mim, não sei que tenho. Tu serves-me de espelho para que eu possa descobrir de
que forma me encontro inconsciente, por outras palavras, estou a fazer o mesmo ou
também sou assim ou já fui assim. Estes aspetos deserdados estão a pedir-me para
parar – olhar para mim – reconhecer e amar aquele aspeto meu – abraçar a sombra e
viver a plenitude de ser completo.
Enquanto continuar a afirmar que ‘’não é igual’’ àquele que está diante de si, e que
não é autoritário, não é hipócrita, não é mentiroso, não rouba nada a ninguém… irá
continuar a ter à sua volta pessoas que o enganam, que dizem uma coisa e fazem
outra, que o roubam, e outras que lhe vão dizer o que fazer e como fazer sem lhe
pedir opinião.
Se o comportamento de outros o afeta, lhe causa emoções tóxicas, mal-estar, então
estará diante de uma projeção sua. Estará a fazer o mesmo de alguma maneira e não
será da forma que imagina . Por vezes não é tão óbvio. Não é suficiente afirmar ‘’ah,
também sou assim’’, ‘’Ah também já fiz isto’’ para que o trabalho aconteça dentro de
cada um.
Alguma vez :
disse a alguém ‘’que as coisas deviam ser feitas como pretende, porque a sua
forma de fazer é que está correta?’’, isso é ser autoritário. É a parte de si
autoritária.
Pôs defeitos em projetos de outras pessoas, falando do que vê de negativo e
censurando a pessoa ? Isso é roubar auto-estima. É a parte de si que rouba.
Se sentiu triste e fingiu estar bem disposto para que não o questionassem ? Isso
é ser mentiroso (para si e para os outros). Há uma parte de si que mente.
Disse que ia fazer algo e depois não fez ? Isso é ser hipócrita. Há uma parte de
si que é hipócrita.
Na verdade, o que estamos a fazer é a reconhecer o potencial existente dentro de si
para manifestar todas as características que existem na humanidade. Se existem, será
porque precisamos delas, em algum momento. Todas possuem um lado benéfico em
que em certos momentos nos poderão ser úteis, safar a vida mesmo, em situações
mais extremas. Podemos aprender a vivê-las de forma saudável.
Por outro lado, enquanto não reconhecermos e amarmos a existência destas
qualidades, aparentemente ‘’negativas’’, a sombra não nos permitirá expressar o
melhor que há em nós, de forma autêntica, genuína. É como os dois lados de uma
mesma moeda. Não existe uma sem a outra.
Por exemplo, se não me permitir reconhecer que, às vezes sou má (tenho um lado
mau que se expressa nos momentos adequados, por exemplo quando me estão a
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prejudicar) , não conseguirei expressar a bondade que existe dentro de mim, de forma
autêntica, sem esperar nada em troca.
Se afirma que nunca espera nada em troca, nem um agradecimento ou
reconhecimento da sua ação, experimente reparar no que acontece dentro de si,
quando se empenha em ajudar alguém, que não lhe pediu ajuda, e esse alguém
ainda põe defeitos no que faz.
Eventualmente surgem pensamentos como… ‘’isto é injusto’’, ‘’ao menos podia dizer
alguma coisa’’, ‘’não ligou nenhuma’’, ‘’mal-agradecido’’…
Para viver o lado bondoso, verdadeiramente sentido, sem a necessidade de um
reconhecimento, só será possível depois de assumir o seu lado mau. Tem o direito a
existir tanto quanto o seu oposto. Trata-se do equilíbrio de opostos.
Quando o comportamento de alguém o incomodar, em vez de reagir, tenha a
vulnerabilidade de parar, ir dentro de si e perguntar-se ‘’em que situação estou a
fazer o mesmo ?’’ E assuma para si, com compaixão por si. É um aspeto seu que
regressa a casa, uma criança que precisa de carinho.
Não há separação entre a confusão, o drama que vive no exterior e a confusão, o
drama que vai dentro da sua mente. A separação é apenas uma ilusão. Quando
trabalhar o que vai dentro de si, as suas perceções tenderão a alterar-se.
À medida que vai resgatando as suas projeções, no exterior haverá alterações. Os
outros continuarão a ser quem sempre foram, você irá vê-los de outra maneira, com
menos stress. Conforme o que tenho experienciado com este trabalho, um pouco
menos de stress, significa um pouco mais de paz interior. Momento a momento.
Trata-se de uma alteração de perceções.
O que significa não reconhecer e abraçar o nosso lado
humano, vulnerável, com imperfeições e falhas?
Continuar a ignorar o lado sombrio da nossa mente significa que, mais cedo ou mais
tarde, os aspetos reprimidos, que desejam viver-se, irão tomar conta da mente
consciente.
Os nossos comportamentos tornam-se compulsivos e auto-destrutivos, como por
exemplo abusar de alimentos que nos fazem mal, comprar o que não se precisa,
investir em relações que trazem mais sofrimento, passar horas na internet, abuso de
álcool, drogas, trabalhar horas a mais, falar muito para preencher o silêncio e não
ouvirmos a tagarelice mental que vai na nossa cabeça, ocuparmo-nos com muitas
tarefas ou organizar muitas saídas em grupo para não termos tempo livre connosco
por não gostarmos da nossa companhia. Somos uns desconhecidos para nós mesmos.
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Significa viver preso ao passado, a ressentimentos antigos, a culpas , a vergonhas, a
medos. Ou a viver na ansiedade e incerteza do futuro.
Significa sentimentos de impotência, acreditando que nada pode ser feito e
sensação de incompletude, como se algo estivesse sempre em falta, levando a
procurar esse preenchimento em coisas, pessoas, experiências .
Os pensamentos, na mente tornam-se infernais, as emoções tóxicas explodem e o
corpo ressente-se.
A auto-sabotagem nos projetos em que estamos empenhados, nas dietas, em áreas
que nos dão prazer. Continuaremos a culpar outros pela situação em que nos
encontramos, pondo nas mãos deles o poder sobre a nossa vida e a sensação de
nada poder fazer por mim.
Continuaremos a acreditar que o preenchimento das nossas necessidades se
encontra na relação com alguém, em ganhar mais dinheiro, em conseguir um
determinado projeto, ocupar um determinado cargo, em suma, em ter coisas.
Significa continuar a viver na pele de uma personagem de perfeição criada por si,
mostrando uma pessoa que não é, desperdiçando energia a esconder o seu lado
autêntico (aquele que é umas coisas e outras), e que poderia ser usada a seu favor.
Significa afastar-se mais de si.
Significa permanecer preso a necessidades: que nos completem, que nos elogiem,
que nos valorizem, que nos dêem atenção, que nos oiçam, que nos compreendam,
que nos respeitem, que concordem connosco, apenas porque não conseguimos dar-
nos o que precisamos.
A Sombra mina todas as áreas da vida humana: nas relações, nas finanças, no
trabalho, na saúde, na escola.
Continuar a ignorar a existência da sua sombra, significa continuar a viver o mesmo
tipo de situações e relações que viveu até aqui. Significa ‘’mais do mesmo’’.
A Sombra vive-se no dia-a-dia
A Sombra de escuridão vive-se em si sempre que…
(seja amoroso e compassivo consigo se identificar como recorrente na sua vida, o que
abaixo se menciona)
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
9 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
Tem vontade de dizer ‘’não’’ a alguém , recusar algo, e não consegue, com
medo … de magoar o outro, que não goste da sua atitude e o chame à
atenção, do que poderá pensar de si, não querer parecer alguém cujo
comportamento desaprova (insensível, ingrato, arrogante, distante…)
Tem medo de dar a sua opinião criativa, inovadora, diferente, quando é
oposta ao que a maioria envolvida pensa, por exemplo no emprego, entre
amigos, …com receio de ser julgado e que considerem que as suas ideias não
são suficientemente boas…
Aceita todo o trabalho que lhe dão no emprego e fica para lá da hora de
saída, simplesmente por não conseguir verbalizar que não lhe será possível
fazer tudo naquele dia e respeitar-se , saindo a horas.
Tem pensamentos que o impedem de fazer coisas que gosta, que dão prazer :
as desculpas. Comece a reparar nos pensamentos que lhe dizem ‘’tenho
que…’’, ‘’não posso porque…’’, ‘’preciso de…’’, ‘’não tenho tempo’’ – são
apenas mentiras que conta a si e parte dramática é acreditar apenas nelas!
Parecem tão verdadeiras que nem ousa pô-las em causa !
Sempre que lhe fazem um reparo e assume como sendo um julgamento, um
ataque e defende-se, atacando o outro… como seria viver a mesma situação
se não tivesse o pensamento ‘’está a atacar-me, está a julgar-me’’? Será que
via alguém que apenas manifesta a sua forma de pensamento e fá-lo como
sabe ? E talvez o único julgamento seja mesmo o seu !
Sempre que justifica uma ação sua… ‘’cheguei atrasado porque… ‘’Quando
se justifica, que mensagem quer passar ao outro ? O que necessita que
pensem de si? Que é responsável ? Que é uma pessoa consciente ? Atenciosa
para com outros? O que tem medo que pensem se não se justificar ? que é frio
e distante ? que não se importa com os outros ?
Quando concorda ir visitar alguém, um amigo, um familiar por exemplo,
mesmo sem vontade, com medo de contrariar ou ‘’parecer mal’’. E se não
precisasse que concordassem com as suas opiniões, se não se importasse com
a reação das pessoas de quem gosta e estivesse bem consigo, com a decisão
de não ir, sabendo que isso não tem nada a ver com não gostar do outro e
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sim, respeito por si e pelo outro. Na verdade, fazer uma visita que soa a frete,
significa não se respeitar a si e não respeitar o outro !
Sempre que esconde emoções… tristeza, má-disposição, fraqueza …
mostrando o oposto, cara alegre e boa disposição, ser forte para se sentir
apreciado e bem-vindo ! Na verdade está a ser cruel para si e deixa de viver o
seu ser autêntico para viver uma imagem construída por si e que não existe !
Está a ser falso para si e para os que o rodeiam ! E se estivesse bem consigo, tal
como é e se permitisse viver cada parte de si tal como se apresenta, sem
necessidade de explicar o que quer que fosse ? As emoções existem para se
viverem, para serem sentidas, expressas, naquele momento. O que mudava no
seu dia-a-dia ?
Sempre que se lamenta e culpa a si e outros pela sua situação, e não procura
soluções, não pede ajuda
Fala da vida dos outros, para não lidar com a sua, evitando assim a dor. A dor,
que é apenas uma sinalização que indica que algo não está bem. Que é
necessário parar, olhar para dentro de si e descobrir o que está a querer dizer-
lhe, para o seu bem, para a sua expansão e evolução. Quando durante o dia
a sua mente está ocupada com censuras ao que outros fizeram, disseram,
podiam ter feito e não fizeram… quem está a tratar de si ? da sua vida ?
provavelmente ninguém. A sua mente em vez de estar ocupada consigo e
com o que está a fazer no momento, está ocupada com os outros. Não há
nada que possa fazer para os mudar.
Sente-se mal por não corresponder ao que esperam de si. O que esperam de si
não lhe diz respeito a si. São histórias que os outros contam de si. Cada vez que
acredita que devia corresponder ao que lhe pedem, da forma como pedem,
também está a contar histórias sobre as suas capacidades, duvindo de si, e
contando histórias sobre os outros que lhe dizem que ‘’não deviam exigir de si’’.
São estas histórias que provovam sofrimento. Todas são mentiras por descobrir!
Você pode fazer apenas a sua parte, por si.
Sempre que surgem pensamentos que destroem o Amor por si e não os
questiona, não os põe em causa… não sou suficientemente bom, não mereço
uma vida melhor, não sou importante, só faço asneiras, falhei … são mentiras
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que ainda não aprendeu a questionar e onde a mente ainda não encontrou
clareza, a clareza que lhe dá paz.
Sempre que arranja muitas tarefas com que se ocupar e depois queixa-se que
‘’não tem tempo para tudo’’. Será uma forma de fugir de si, de estar consigo a
sós, de escutar-se, de reparar nos seus mal-estares. Reparar nos mal-estares não
significa alimentá-los. O único beneficio que vejo , de reparar no mal-estar que
sente, no que pensa de si , da sua vida, dos outros, é o de se libertar dessa
carga e encontrar a paz interior, assumindo quem é na totalidade, o bom e o
mau, voltando ao equilíbrio do ser completo.
Passa muitas horas na internet, a ver pornografia, com obsessão por sexo, a
comprar compulsivamente coisas que não fazem falta e depois queixar-se que
‘’o dinheiro não chega’’. Saltar de curso em curso, workshop em workshop,
para preencher o vazio que sente. Mergulhar em livros para anular os
incómodos que sente. Ver televisão para ‘’não pensar’’. Falar muito por não
conseguir estar calada para não ouvir a mente aos gritos a pedir-lhe para
parar, olhar para si, para voltar para dentro, escutar-se , amar tudo em si, fazer
as pazes com o passado e consigo tal como é !
Encontra alívio para o sofrimento em …alcool, estupefacientes, na crítica e
julgamento a outros, em relações amorosas, relação obsessiva com filhos,
pais,…
As boas-novas da sombra
Abraçar a Sombra é um ato de compaixão e amor-próprio por si, e os outros
beneficiam desse ato. Ao resgatar os aspetos que nos pertencem, libertamos os que
nos rodeiam das nossas projeções e passamos a vê-los tal como são.
A Sombra tem uma força incrível e só pede para ser reconhecida e amada. Se for
reconhecida e amada, o seu poder destrutivo transforma-se em energia a nosso favor.
Fazer as pazes com todos os aspetos que somos e fomos, com o nosso passado,
permite a expansão no nosso potencial inato, da capacidade de nos respeitarmos
mais a nós e aos outros. Permite parar a auto-sabotagem destrutiva e viver uma vida
com menos stress.
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
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Tenho verificado, ao longo do tempo, desde que iniciei este trabalho comigo, que
fazer as pazes com os aspetos que rejeitava em mim, com o meu passado, fez vir ao
de cima um potencial inato que desconhecia ter, a capacidade de me respeitar mais
a mim e a outros, a capacidade de falar a minha verdade, a capacidade de seguir
opções que me são mais favoráveis e de viver os momentos de crescimento que a
vida traz, com menos stress. Permitiu-me deixar de culpar os outros pela minha vida e
assumir que eu posso fazer algo por mim e pôr-me em ação. Permitiu-me fazer as
pazes com o Auto-sabotador, desenvolvendo-se a capacidade de ouvir a sua
sabedoria e deixar-me guiar por ela. Permitiu-me amar emoções que reprimia, como a
raiva e a tristeza e a capacidade de escutar a sua sabedoria, veio à tona.
O Trabalho da Sombra
O trabalho de sombra conduz-nos para dentro de nós mesmos, para o contato com a
nossa essência. Facilita a descoberta de quem somos a partir dos nossos dramas,
permitindo-nos viver com menos stress as situações que a vida traz, quando são
diferentes do que queríamos.
Aprendendo a amar quem somos, regressamos ao amor que somos, à plenitude. Um
processo de compaixão. Significa voltar a ser mais espontâneo, tal como em criança,
mais autêntico, sem necessidade de fingir. Mostrando-nos tal como somos. O que os
outros poderão pensar de si? É problema deles. Importa o que pensa de si. Os medos?
Ao serem questionados, vão caindo.
Com o resgate dos aspetos rejeitados da sombra, acontece o equilíbrio dos opostos
dentro de nós. Na vida diária, expressar as suas emoções conforme surgem… um
momento de tristeza, outro momento de alegria, outro momento de zanga, outro
momento de calma , um outro momento em que surge a inveja ou o ciúme, e noutro
viverá a bondade. Num momento sente-se forte e noutro sente-se fraco. Noutro
momento permite-se viver o seu lado egoísta saudável, aquele que lhe diz que é hora
de olhar para si em primeiro lugar porque se ama, e noutro o momento de dar
atenção a outros. Podendo num momento mostrar a bondade em si e noutro o seu
lado mau quando a estão a ser sacanas consigo. Num outro momento revela a sua
inteligência e noutra vive o seu lado burro , que é lento … trata-se de estar bem com
todos estes aspetos… significa amar o seu lado humano, imperfeito, frágil, vulnerável,
fraco e que tem o poder de o tornar preenchido, completo e equilibrado.
O trabalho de sombra está assente em perguntas, reflexão e auto-descoberta.
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
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Facilita a viagem da mente ao coração, do pensar ao sentir. A sintonia entre o meu
comportamento e aquilo que falo ser a minha verdade, onde se enquadra a
liberdade de mudar de ideias. O meu comportamento acompanha esse movimento
de mudança de ideias , em paz.
É um trabalho de sentir, não de aprender inteletualmente. Podemos ler muitos livros e
saber de cor várias ideias sobre este assunto, o que no entanto não é suficiente para
que o trabalho se viva dentro de cada um e, posteriormente se viva no dia-a-dia. Por
isso, se pensa que vai aprender mais umas técnicas, não vai. Trata-se apenas de parar
– observar - questionar – escutar – descobrir – sentir.
A integração dos aspetos? Não nos cabe a nós essa tarefa, e sim à inteligência
criadora da vida que gere os processos evolutivos de cada ser. Não somos nós que
fazemos. Acontece, no tempo e ritmo de cada um. A nossa parte é o trabalho,
essencialmente no papel, de reflexão, questionar os pensamentos sobre mal-estar
emocional e físico, e auto-descoberta.
Não usamos afirmações positivas nem damos sugestões ou conselhos. As descobertas
pertencem a cada um, vindas de dentro de si. Facilita-se apenas este processo.
Com o trabalho de sombra tornamo-nos observadores de nós, das situações e
permite-nos desenvolver a capacidade de ‘’parar antes de reagir’’ tão necessária
para nos podermos ouvir , o que vai na mente e poder agir em vez do tradicional
‘’reagir’’ do piloto automático.
A minha experiência com este trabalho tem-me mostrado que neste ‘’parar’’ , cria-se
um espaço, uma pausa, um momento de intervalo, entre a situação e a nossa reação.
Nesse momento, nesse intervalo, existe o tempo necessário a tomar consciência da
reação que está prestes a manifestar-se em nós (responder, defender-me, acusar
outros, explicar, desculpar-me, criticar) e nesse estado de consciência entra a
possibilidade de observar-- questionar—descobrir novas formas de pensamento , para
além daquelas que já temos e dão liberdade, respeito por mim e pelo outro, paz
interior.
Este questionar-descobrir-sentir permite-nos reparar no efeito das histórias que a mente
conta sobre o comportamento dos outros, sobre a situação em si, sobre o que
estamos a acreditar naquele preciso momento sobre nós próprios e nos mantêm
enrolados em emoções tóxicas e dramas. Tomamos consciência do quanto nos
limitamos quando não questionamos o que pensamos.
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
14 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
Verifico que esse espaço entre a situação e a minha atitude face à situação permite,
com algum treino, observar os meus aspetos rejeitados a viverem-se no
comportamento do outro. O fenómeno da projeção em ação. E é o momento
oportuno de ir dentro de mim e descobrir em que situações tenho ou tive o mesmo
comportamento e assumir, com compaixão, sem censura, mais um aspeto meu que
desconhecia. É um momento de humildade, de sabedoria, de ouvir o coração, e
agora agir . É o que me tem ensinado o trabalho comigo.
No trabalho da sombra não se toma partido de alguém. Permite-nos ir para lá dessa
visão limitada de ‘’quem tem razão’’ e ‘’quem é o culpado’’. Deixar de culpar quem
quer que seja e assumir o nosso papel na situação e a força interior para agir ‘’o que
posso eu fazer por mim? Como lido com a situação e com o outro ?’’. Queremos que
nos compreendam e nós não nos compreendemos nem conseguimos compreender o
outro. Queremos que nos oiçam e nós não ouvimos, nem a nós nem o outro. Vamos
então tomar a ação de fazer o que queremos que façam connosco.
Tomamos consciência das necessidades que movem o nosso comportamento e nos
fazem ficar agarrados a coisas, a pessoas e a experiências em vez de seguirmos as
oportunidades que a vida traz e nos favorecem, deixando para traz o que não nos
interessa, não nos valoriza. Questionamos essas necessidades que imaginamos ter.
Repare, se no momento em que acredita que necessita de ter algo que não tem, por
exemplo um aumento que não lhe foi atribuído, um projeto em que tanto se
empenhou e não deu em nada, um encontro com alguém especial que não
aconteceu… nesse momento, está a respirar? tem uma cama onde se deitar? um
familiar ou um amigo podem abraçá-lo? consegue deslocar-se pelos seus meios ? tem
um filho ou filha que faz parte das coisas boas da sua vida? Então, será que precisa
mesmo mesmo daquilo que pensa que precisa para viver bem? Pense nisto.
No trabalho da sombra questionam-se crenças que trazemos das vivências da
infância e ainda hoje estão presentes na vida diária, e crenças profundas da
humanidade, que são pensamentos que passaram de geração em geração e hoje
constroem a realidade que vivemos. Todos os humanos os têm e não parece que
estejam a trazer soluções criativas à vida de cada um. Pelo menos, observando as
pessoas no dia-a-dia, não é o que me parece, pelos seus rostos, pelo que falam, pelas
suas posturas. Neste trabalho investiga-se a veracidade destes pensamentos ,
deixando que a revelação chegue a cada um, vinda de dentro de si.
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
15 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
Para quê fazer trabalho da sombra ?
Para viver com menos stress cada momento da sua vida. Um pouco menos de stress,
significa um pouco mais de paz interior. A vida trará sempre o que precisamos para a
nossa evolução como seres humanos.
Vida é sinónimo de movimento. Desde que nascemos, até morrermos, teremos um
variedade de situações, umas do nosso agrado e outras nem tanto. Há situações que
não são boas, no entanto há duas hipóteses : estar disponível, presente para a viver tal
como ela é, para aprender com ela, ou lutando, não querendo, em guerra no interior,
desgastando-nos numa luta inútil onde não há vencedores.
Em paz ou em guerra são ambas opções válidas, ainda que inconscientes. Apercebo-
me que, nuns momentos estamos conscientes de nós, dos pensamentos, das emoções
a viverem-se e noutros estaremos inconscientes. É bom lembrar que cada ser humano
faz sempre o melhor que consegue , conforme a consciência que tem naquele exato
momento.
Observei que, em momentos de inconsciência, a sombra toma conta e é quando
entro em reação ao comportamento de outros, a irritação explode, digo e faço coisas
que não queria dizer ou fazer. Nestes momentos de inconsciência, reparei que a
mente não sabe que existe. O trabalho da sombra facilita o treino para parar antes
de reagir, ou seja, abrandar ou parar o piloto automático, para podermos agir em vez
de reagir.
O trabalho da sombra ajuda-nos a viver melhor cada momento, desde que estejamos
dispostos a atravessar dramas e disponíveis a prescindir da necessidade de ter razão
(mais informações no capítulo ‘’Aspetos a ter em conta no inicio de cada sessão ou
workshop’’).
Áreas onde se aplica este trabalho : todas as áreas da vida humana onde estamos a
viver dramas – Trabalho * Escola * Finanças * Saúde * Corpo * Relação com outros *
Relação comigo
A quem se destina o trabalho da sombra?
Destina-se a todas as pessoas :
o Cansadas dos dramas diários e da repetição de comportamentos destrutivos,
relacionamentos disfuncionais, situações semelhantes a outras do passado, e
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
16 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
que estão disponíveis e se sentem preparadas para mergulhar dentro de si e
fazer as pazes com o seu lado humano e imperfeito;
o Cansadas de experimentar cursos, workshops, livros de auto-ajuda e a sua vida
continua na mesma;
o Desejosas de fazer algo por si, de se voltarem para dentro, e viverem a partir
da sua essência;
o Que naturalmente se sentem atraídas pela expansão de si próprias,
desenvolvimento pessoal e transformação interior
As Sessões Individuais
Duração: 1h00 /1h15
Presenciais ou por Skype
Pegamos numa situação que provoque stress e que a pessoa queira
trabalhar. São colocadas questões que facilitam a escuta da sabedoria
interior. A pessoa será convidada a entrar no processo de auto-escuta para
que venha até si a informação. Trata-se de um trabalho da alma.
Objetivo : O resgate da sombra , a desconstrução de crenças destrutivas, o
equilíbrio emocional, indo ao encontro da paz interior nos dramas que vive.
Trata-se de escutar, investigar pensamentos e reparar no efeito que têm
sobre si, e na forma como vive, como se relaciona com outros e consigo.
Neste trabalho não se dão conselhos ou sugestões de como resolver
alguma situação.
Não são usadas técnicas nem ensinada teoria sobre alguma filosofia
oriental ou outra.
Em cada sessão serão propostos exercícios de reflexão, introspeção para
efetuar em casa e que servirão de suporte ao trabalho efetuado nas
sessões seguintes (caso a pessoa queira continuar).
O processo acontece ao ritmo de cada um.
Os workshops
Poderão ter a duração de uma tarde, um dia ou fim-de-semana.
O trabalho será essencialmente prático, com exercícios de introspeção e
algum trabalho em grupo.
Habitualmente são transmitidas algumas noções sobre a sombra humana, a
sua formação, o fenómeno das projeções e crenças da sombra
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
17 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
Participar apenas para ‘’ver como é’’ , para ‘’experimentar’’, não funciona. A
sombra não é recetiva a experiências. Será mais um aspeto do ego,
eventualmente, espiritualizado a querer compreender e saber mais.
Cada pessoa poderá trabalhar os seus dramas pessoais.
Nas dinâmicas de grupo é possível tomar consciência de que afinal os dramas
não são apenas seus ou do colega do lado, são coletivos, pertencem à raça
humana, onde nos apercebemos que os pensamentos são sempre os mesmos.
Poderá variar a situação ou o tipo de relação, no entanto, as formas de
pensamento (crenças) são exatamente as mesmas. Trabalham-se
coletivamente as mesmas formas de pensamento.
Alguns pensamentos coletivos que poderão fazer parte dos seus dramas
diários, independentemente da área:
Não me ouvem. Não me compreendem. Não me dão valor. Não sou capaz.
Falhei. Fui o culpado. Preciso de mais dinheiro. Não consigo compreender.
Devia saber o que fazer. Não cumprem com a sua palavra . E muito mais.
Aspetos a ter em conta no inicio de cada sessão ou workshop
O Trabalho não se faz para mudar o comportamento de outros, o seu
comportamento ou as circunstâncias que vive. Faça-o para parar o sofrimento
interior, para encontrar a paz , a leveza e libertação nos seus dramas, para
aprender a amar-se mais tal como é, e viver a partir do centro do seu ser.
O Trabalho não funciona para quem vem só experimentar para ‘’ver como é’’.
Entre no trabalho apenas se está desejoso de se trabalhar interiormente e ficar
em paz com os seus dramas.
Não é um trabalho de falar e sim de escutar e sentir fisicamente o efeito dos
pensamentos.
Para sentir, há a necessidade de estar calado e falar só o que for pedido.
Não é um trabalho intelectual de aprender e compreender.
Abra mão da necessidade de ‘’querer compreender’’. Nunca iremos
compreender os processos da vida. Simplesmente as coisas acontecem…
Abra mão da necessidade de ‘’estar certo’’: manter-se na sua ‘’razão de estar
certo’’ ou abrir mão e encontrar a paz interior
Não damos razão a ninguém. Leva-nos para além dessa visão limitadora. Leva-
nos a ver o que acontece com uma outra consciência.
Ponha a possibilidade de haver mais coisas a saber para além daquelas que já
sabe. Talvez o que sabe não seja tudo quanto existe. Quando acredita que as
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
18 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
coisas são exatamente como pensa que são, não há espaço para que o
Universo traga milagres à sua vida, talvez aquilo que quer para si. Talvez o
universo tenha coisas para si que desconhece. Deixe que se revelem, neste
questionar-descobrir-sentir
Não vamos fingir que as situações não existem ou que são boas. Isso seria
acumular mais sombra. Vamos vê-las tal como são, sem histórias.
Vamos parar a luta com as circunstâncias, que são factos e os factos não são
alteráveis. Enquanto não parar a luta interior com o que ‘’não quer’’, o que
quer não tem espaço para se manifestar na sua vida
Tenha a noção de que não existem resultados rápidos. Trata-se de um processo
gradual que acontece no tempo de cada um
Prescinda da associação de ideias entre este trabalho e outros que tenha feito
na área do desenvolvimento pessoal ou espiritualidades. Nenhum é melhor que
outro. Alguns conceitos não funcionam enquanto houver sombra por resgatar
Lembre-se que estaremos a usar o que acontece no exterior para resgatar as
suas projeções de sombra. Não são os outros. São sempre aspetos seus.
Enquanto não os reconhecer, à sua volta nada muda.
O meu papel é apenas o de facilitar o processo, colocando as questões
adequadas. Não estarei ali para desvalorizar, julgar, censurar, criticar.
Tenha em mente que : justificações, explicações, desculpas interrompem
literalmente o trabalho pelo que nessas situações irei interrompe-lo para que o
processo possa continuar.
Algumas expressões comuns que interrompem o processo: ‘’já li sobre isso’’, ‘’já
conheço essa teoria’’, ‘’não quero’’, ‘’não gosto’’, ‘’deviam’’, ‘’não deviam’’,
‘’tenho que’’, ‘’Preciso de’’, ‘’nunca’’, ‘’sempre’’, ‘’se ao menos’’, ‘’podia ser
diferente’’
Vale a pena lembrar: este é um processo de compaixão, amor-próprio,
bondade, sensibilidade para consigo. É do retorno a si que se trata.
O processo:
Escolha um assunto que lhe cause stress e que queira trabalhar
Ser-lhe-ão colocadas perguntas simples que lhe permitem ‘’olhar’’ para
dentro
Ser-lhe-à pedido que repita a pergunta para si várias vezes e fique em
silêncio, à espera , sem pressa de responder.
Desde pequenos que nos falam em responder rápido para mostrar que
sabemos mais, que somos melhores, mais inteligentes, mais…mais… a
consciência de escassez da humanidade. São mentiras que nunca
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
19 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
parámos para investigar. Vamos aprender a questioná-las . O objetivo é
apenas o de viver mais em paz.
Este trabalho de introspeção requer silêncio, algo que muitas vezes não
estamos habituados.
Com a chegada das descobertas, fique atento às sensações no corpo.
É o momento de sentir o efeito dos pensamentos. Dê atenção. Vamos
treinar a escuta interior. O corpo também fala consigo.
Nalgumas questões a resposta será apenas ‘’sim’’ ou ‘’não’’ – nada
mais
No final, poderão ser propostos exercícios de introspeção para efetuar
em casa e que servirão para dar continuidade ao processo , caso
decida continuar
A origem do trabalho da sombra que facilito
Embora tenha origem no trabalho de Carl Jung (Investigador e psiquiatra Suíço, séc
XX) que explorou e desenvolveu o conceito ‘’sombra'', vários outros investigadores
dedicaram-se também a explorar a sombra, tais como Emídio Carvalho, Debbie Ford,
Byron Katie, Marianne Williamson, Deepak Chopra, Connie Zweig, Robert Bly, Jean
Monbourquette, Ken Wilbert, entre outros.
O trabalho da sombra que facilito está assente no trabalho do Emídio
Carvalho (www.emidiocarvalho.com) que efetuou formação e trabalho pessoal com
todos os nomes anteriormente referidos, ao longo de vários anos.
Sobre Ângela Antunes
Facilitadora e mentora do trabalho da sombra no modelo de Emídio Carvalho
(www.emidiocarvalho.com)
Facilitadora de Cura Reconetiva ® e Reconexão ® formada por Eric
Pearl (www.TheReconnection.com) e sua Equipa de Professores
Em 2008 comecei a seguir o trabalho de Emídio Carvalho e, em 2009 iniciei o trabalho
sobre a minha sombra. Este trabalho mostrou-me mais de mim e levou-me a descobrir
que o fim do sofrimento humano se encontra dentro de cada um, em viver quem sou
tal como sou. A insatisfação que vivi desde criança, o sentimento de ''não pertencer
aqui'', um vazio interior, ampliado na adolescência, levaram-me numa procura de
''quem sou',' nas espiritualidades e desenvolvimento pessoal, em 2002 que se revelou a
área que faz vibrar o meu coração, onde literalmente me esqueço do tempo.
Introdução ao Trabalho da Sombra Humana
20 A Sombra Humana - © Ângela Antunes, 2015
Li inúmeros livros, participei em workshops, cursos, formações em várias áreas e
nenhuma me levou tão fundo no caminho da auto-descoberta , transformação e paz
interiores como o trabalho da sombra.
Sinto um enorme carinho por todo o meu percurso em várias áreas da espiritualidade
e que contribuíram também, de algum modo para quem sou hoje.
Tomei consciência de que o trabalho da sombra preenche por completo qualquer
necessidade de busca de informação ou de querer saber mais. O trabalho traz-me ao
momento presente, a viver o que está disponível para mim, mais em paz e com menos
lixo mental. Afinal não há nada para saber e sim para ser e estar.
Desde 2009 e com o Emídio Carvalho, tenho frequentado vários Processos Intensivos
da Sombra, Escolas de Verão (retiros de uma semana), cursos online e presenciais de
fim-de-semana, Curso Educação Emocional com duração de 18 meses e sessões
individuais.
Com o trabalho da sombra, venho a saber que, afinal, não havia nada de errado
comigo e que não tinha de mudar quem era, apenas aprender a amar tudo quanto
sou ou fui e de que não gostava, que outros me diziam ser ''errado ser assim', que tinha
vergonha de mostrar : vulnerabilidade, fragilidade, fraqueza, medo de não ser aceite,
medo de não ser suficiente, medo que não gostassem de mim.
Descobri que o melhor de mim estava escondido na sombra, e para que viesse à
superfície seria necessário remexer nas feridas do passado. Assim, revivi os momentos
difíceis da minha infância e adolescência, sempre apoiada pelo mentor Emídio
Carvalho. Descobri as bênçãos que se escondiam em cada um desses momentos e
me preparavam para ajudar outros a atravessar a sua sombra, a fazer as pazes
consigo e com a sua vida, descobrindo a compaixão por si e pelos outros. Tomei
consciência de que só eu me posso ajudar em vez de ficar à espera que outros o
façam e que em vez de vítima das circunstâncias, há algo que posso fazer e posso
aprender com cada situação que vivo ou vivi.
Desenvolveu-se a criatividade, a capacidade de me escutar e respeitar mais, de fazer
menos fretes, falar a minha verdade com menos medo da rejeição, a autenticidade
de não precisar de esconder quem sou ou mostrar o oposto do que sinto. Descobri a
paz interior e vivo uma vida com muito menos stress nas várias áreas . Desenvolveu-se
a capacidade de estar bem sozinha, de desfrutar a minha companhia. Dizem que sou
uma pessoa solitária e eu chamo-lhe o prazer e a paz de estar bem comigo, de ser
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amante da contemplação e introspeção, do silêncio, onde a necessidade de falar
muito, de outrora, desapareceu e não sinto mais essa necessidade.
Tomei consciência de que não iria conseguir ajudar quem quer que fosse com este
trabalho sem o efetuar comigo primeiro durante um bom tempo. Assim, facilito o
trabalho da sombra com outros há 2 anos, embora o trabalho comigo aconteça há 6
anos (2009).
A outra área do meu coração é a Cura Reconetiva e Reconexão que, em simultâneo
com o trabalho da sombra me proporcionou transformação. Mais informações
em http://reconexaoAngelaAntunes.blogspot.com. Atualmente dedico-me a tempo
inteiro a estas duas atividades.
Sou amante da natureza, da meditação, das espiritualidades e trabalho Interior. A
minha formação académica é Técnica de Turismo em Agência de Viagens, área
onde trabalhei 24 anos. Nasci em Lisboa a 23 de Novembro de 1965, vivo em Odivelas.
Sou casada e tenho dois filhos adolescentes.
Contatos e locais dos Eventos
Atualmente realizo as sessões individuais e workshops da sombra e também as sessões
de Cura Reconetiva ® e Reconexão ® nos locais :
LISBOA : Av. Duque d’ Ávila, 185 – 1ºB (São Sebastião. Jardins Gulbenkian e El Corte
Ingles)
ODIVELAS NORTE : Rua Vieira Silva, 7B /Quinta Nova
Email: abracarasombra@gmail.com
Blogue: http://sombrahumanaAngelaAntunes.blogspot.com (Siga o Blogue para ficar
a par das novidades)
Telefone : +351 96 659 24 14 (Se não atender, por favor deixe mensagem)
Tem gmail ? Siga o Google+: Google.com/+AngelaAntunesSombraHumana
Skype : SombraHumana.AngelaAntunes
Benvindo ao ser Completo e Equilibrado!
‘’ Não precisamos de ter medo das nossas Sombras, pois elas indicam que num lugar
próximo brilha a luz’’, Anais Nin
'' Ser divino é ser inteiro e, ser inteiro é ser tudo:
o positivo e o negativo, o bom e o mau, o santo e o demónio'', Debbie Ford