Interpretação teológica de israel a partir do exílio babilônico parte 1

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Interpretação teológica de

Israel a partir do exílio

babilônico

Prof. Dr. Natalino das Neves

www.natal inodasneves.blogspot.com.br

INTRODUÇÃO

• Chaves de leitura bíblica.

• A história do povo de Israel é construída por

meio da crença em um Deus presente na rotina

diária da nação e com promessas para um

mundo real.

• A perda da independência e as várias

diásporas desse povo mudaram a forma de

pensar e de registrar a fé do povo.

• Conflitos com a influência estrangeira.

Influência que vai impactar também na formação

do cristianismo.

I. ESPERANÇA

TEOLÓGICA DE ISRAEL

NO PERÍODO PRÉ-

EXÍLICO

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• A história do povo de Israel é baseada na esperança:

• Em um Deus presente na história e não um Deus espiritualizado e inatingível.

• Concreta e histórica.

• Em um Deus presente que se interessa em

atender seus anseios concretos.

• Dinâmica da esperança que começa com a revelação de um Deus que promete terra e um lugar para viver a um homem chamado Abraão e sua descendência.

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• A história bíblica de Abraão = início no

chamado e conclusão com sua morte (Gn 12-1-

25.11).

• Todavia, seu nome é citado pela primeira vez

em Gn 11.27, na genealogia de Terá, seu pai.

• “Abandono” do pai vivo?

• Segundo Gn 12.1-3, o chamado de Abraão ocorre em Harã;

• Terá faleceu com 205 anos;

• Abraão foi chamado quando ele tinha 75 anos e seu

pai 140 anos (70 anos – Gn 11.26 – 205 anos )

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Uma ruptura radical na vida de Abraão e sua

família.

• A orientação era para deixar o que era

conhecido, palpável e concreto para se apegar

a algo desconhecido e incerto.

• A construção de uma relação de amizade que

vai produzir uma experiência de fé exemplar

para seus descendentes.

• Gn 17.9-14 = participação ativa de Abraão no

imperativo de Deus: “quanto a ti”.

• Sinal da aliança com Abraão sobre sua promessa.

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Abraão não iria ver a promessa da conquista da

terra ser cumprida em sua integralidade.

• Transmissão da fé pelos patriarcas.

• Após um período de opressão em terra

estrangeira (Egito) surge a promessa de

libertação sociopolítica.

• O Êxodo se concretiza (Ex 3,6-10).

• Israel passa a contar sua história a partir deste

evento (1 Rs 6,1; Dt 9,7; Jz 19,30; Jr 7,25, ...)

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• O Êxodo passa a ser uma forma da revelação de

Deus (Ex 20,2; Os 11,1; 12,10; 13,4; Dt 6,12;

13,6; Jz 2,1; 1Rs 12,28; ...).

• Em Israel, a referência para Deus era “aquele

que redimiu Israel da escravidão do Egito”.

• Na caminhada pelo deserto, o povo tem a

convicção da presença de Deus.

• ESPERANÇA: O reino de Deus em meio ao

“povo escolhido” = formação de um sistema

igualitário das doze tribos.

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Período dos juízes: esperança que “baseada nas promessas de Deus se torna o motor que incentiva o agir”.

• Para defender-se, as tribos convocavam um exércido de guerreiros voluntários (Jz 5; Jz 6-8; Jz 10-11; ...). Mas:

• Corrupção dos juízes (1 Sm 8,5;...);

• Incapacidade dos guerreiros voluntários de fazer frente as exércitos dos filisteus (Saul – 1 Sm 11).

• Samuel inicialmente rejeita pedido de nomeação de um rei (1 Sm 8,4-7), depois autoriza. Mas adverte... (1 Sm 8,10-17).

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Samuel no discurso de despedida reconhece

como um erro, mas aceita, porém, ... (1 Sm

12.12,14).

• Saul é rejeitado (1 Sm 15.28-35). Javé continua

sendo o soberano absoluto.

• Reinado de Davi = promessas são parcialmente

concretizadas. O povo se torna respeitado e vive

com certa liberdade e paz.

• Davi, inicialmente, extorquia tributos dos

edomitas, moabitas e filisteus, aliviando as

tribos.

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Situação que passa a ser lembrada em várias

oportunidades na história futura deste povo

(motivação para reformas).

• Com a concretização de grande parte das

promessas vem a estagnação, comodismo e

abusos de poder.

• A dinâmica da esperança cede lugar à

instituição que se julga cada vez mais

independente, a realeza (monarquia).

• Impacto na vida econômica e social da nação.

• Duplo fardo: impostos e trabalhos forçados.

Organização social no estágio tribal

IAHWEH

Tribo Tribo Tribo Tribo

Leal

dad

e ex

clu

siva

Aldeias

Reinado de Saul – Estado incipiente

IAHWEH

IAHWEH

Reinado de Davi – nação-Estado

Edomitas

Moabitas

Filisteus

Aldeias organizadas por tribos

Teologia Davídica

IMPORTANTE

• A partir de Davi a teologia em Israel teve dois focos:

• O êxodo como libertação do povo de Deus;

• A eleição de Davi como filho de Yahweh e defensor de seu

povo.

Reinado de Salomão– Modo de produção tributário

IAHWEH

G G G

Monarquia – modelo genérico

IAHWEH

G G G

RELEMBRANDO...

• Um povo movido pela promessa feita ao patriarca

Abrão, referencial de fé e experiência com Deus.

• A sociedade tribal israelita - era baseada nas

relações de parentesco, criando fortes vínculos

sociais entres seus membros e exigindo solidariedade

mútua de modo muito rigoroso.

RELEMBRANDO...

• A organização monárquica - baseava-se na

centralização do poder nas mãos do governante

dinástico, recriando a oposição cidade x campo e

minando a solidariedade antes estabelecida pela

retribalização israelita.

• A relação agora é de exploração do Estado sobre os

camponeses, exploração que inclui desde a

apropriação do excedente dos produtos e o

trabalho compulsório.

PERÍODO DO DOMÍNIO ASSÍRIO

• Império assírio dominou todo o mundo bíblico

antigo, entre os séculos IX e VII a. C.

• Nínive, capital da Assíria, foi fundada por Ninrode,

depois que ele deixou a Babilônia.

• Escavações arqueológicas comprovaram que

fortificações e palácios foram construídos nos dias

dos reinados de Salmaneser I (1260 A.C.) e Tiglate-

Pileser I (1114—1076 A.C.).

• Assurbanipal (já em 669 A.C.) fez dessa cidade a sua

principal residência.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

• Os assírios tinham uma ambição sem limites. Povo guerreiro e cruel, reconhecidos por não demonstrarem sentimentos humanos em sua expressão facial.

• Fundadores de rigorosa organização de províncias controladas por um poder central.

• Inovação: transferência dos povos conquistados para enfraquecê-los (nacionalidade e religiosidade).

• Utilizam métodos de brutalidade e selvageria para intimidar e humilhar os demais povos. Deixavam atrás de si povoações em vida e terras completamente queimadas.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

CITAÇÕES SOBRE OS ASSÍRIOS

“Muitos prisioneiros queimei a fogo, muitos capturei

vivos: a uns amputei as mãos e os dedos, a outros

cortei o nariz e as orelhas, a muitos vazei os olhos.

Fiz um montão de vivos e um montão de cabeças; até

as cabeças enfiadas em paus em torno da cidade.

Queimei seus filhos e filhas no fogo. Destruí, devastei

a cidade, queimei-a no fogo e a arrasei

completamente”.

(ANAIS DE UM DOS REIS ASSÍRIOS)

CITAÇÕES SOBRE OS ASSÍRIOS

“[...] E, mesmo quando a realeza é representada em

pleno descanso, não há como não perceber os requintes

de crueldade presentes: numa dessas cenas, o rei

Assurbanipal está descansando num jardim

acompanhado pela rainha. Aí bebem e escutam música.

E a poucos passos do rei, que estava sentado embaixo

de uma parreira, podia ser observada, presa a uma

árvore, a cabeça de Teuman, vencido na última

expedição contra Elam”.

(ROSSI, 2007, p.12)

• No auge de sua prosperidade era cercada por uma muralha interior cuja circunferência era de cerca de doze quilômetros.

• Sua população era de mais de cento e setenta e cinco mil pessoas.

• Oséias, último rei do reino do norte, negou pagar tributo aos assírios e acabou aprisionado. Samaria, sua capital, foi invadida e arrasada, aproximadamente em 722 a.C.

• Os registros assírios documentam que nada menos de 27.290 habitantes da cidade de Samaria foram deportados, e que estrangeiros foram enviados para vir habitar no lugar deles.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

• Em 701 a.C. Ezequias resistiu aos assírios

(Senaqueribe). Entretanto, quarenta e seis cidades de

Judá foram capturadas.

• Judá, nos dias do rei Manassés, tornou-se um reino

vassalo da Assíria.

• Foi nos dias do rei Manassés que o poder assírio

começou a declinar.

• Por fim, o poder assírio caiu em 612 a.C. ante aos

babilônicos.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

CONTEXTO E ATUAÇÃO DOS PROFETAS

NO SÉCULO VIII a. C.

CRONOLOGIA DO SÉCULO VIII a. C. (SILVA, 1998, 104)

797-782 : Joás, rei de Israel 796-767 : Amasias, rei de Judá 753-745 : enfraquecimento da Assíria 782/1-753 : Jeroboão II, rei de Israel ca. 760 : o profeta Amós 767-739 : Ozias, rei de Judá 755-725 : o profeta Oseias 753 (6 meses) : Zacarias, rei de Israel 753/2 (1 mês) : Salum, rei de Israel 753/2-742 : Menahem, rei de Israel 745-727 : Tiglat-Pileser III, rei da Assíria 742/1-740 : Pecahia, rei de Israel 740/39-731 : Pecah, rei de Israel

CRONOLOGIA DO SÉCULO VIII a. C. (SILVA, 1998, 104)

740-701 : o profeta Isaías 739--734 : Joatão, rei de Judá 734/3-716 : Acaz, rei de Judá 734-733 : guerra siro-efraimita 727-701 : o profeta Miqueias 731-722 : Oseias, rei de Israel 726-722 : Salmanasar V, rei da Assíria 722 : tomada de Samaria (assírios) 721-705 : Sargão II, rei da Assíria 716/15-699/98 : Ezequias, rei de Judá 716/15 : reforma de Ezequias 711 : Sargão II toma Azoto 705-681 : Senaquerib, rei da Assíria

CONTEXTO - ISRAEL DO SÉCULO VIII a. C.

• A ética javista vai sendo progressivamente

abandonada e a baalização é incentivada pela

classe dominante.

• Quando se aprofunda a crise do javismo e os

camponeses estão sendo duramente explorados,

surgem os profetas.

• Eles denunciam a ruptura das relações de

solidariedade, apontando o comportamento

dominante como idolátrico e despótico.

CONTEXTO SÉCULO VIII a. C.

• Os profetas percebem a inadequação existente entre

o javismo que se diz praticar em Israel e as ações

sociais reais anti-javistas que de fato predominam.

• Denunciam o mau funcionamento das instituições

do Estado monárquico e pregam uma recuperação

dos valores do javismo para salvar o país.

PROFETA AMÓS

• Um dos mais clássicos exemplos de atuação

profética que progressivamente, se inquieta com a

situação reinante e parte para o protesto.

• Pastor, vaqueiro e cultivador de sicômoros, homem

rude e simples, Amós era de Técua, cidade de Judá,

comissionado para atuar no reino do norte até ser

expulso do santuário por contrariar os interesses

reais.

• As chamadas "visões simbólicas" de seu livro

apresentam esta maturação vocacional do pastor de

Técua.

PROFETA AMÓS

• A época em que atuou Amós é a da aparente

prosperidade criada pelo governo de Jeroboão II em

Israel.

• O Estado alargou suas fronteiras geográficas,

políticas e comerciais e aprofundou a divisão

campo/cidade, típica do regime tributário.

• O javismo foi sendo abandonado e aumentou a

exploração dos camponeses.

• Dirigindo-se aos seus ouvintes do norte, Amós acusa-

os de espoliar o pequeno camponês, que está

perdendo sua herança e sua liberdade.

PROFETA AMÓS

• Olhando ao redor de Israel, Amós vê uma série de crimes e desmandos cometidos por reinos e cidades vizinhas.

• Mas vê em Israel um processo mais acelerado de despotismo e o denuncia com todas as letras.

• O núcleo do livro de Amós é composto por uma série de palavras e ameaças contra Israel.

• O profeta denuncia o luxo dos ricos, sua costumeira prática da injustiça contra os pobres, o falso culto prestado a Iahweh e a falsa segurança religiosa que seus ouvintes imaginam possuir.

PROFETA AMÓS

PROFETA OSÉIAS

• Os responsáveis pela desagregação social, membros da elite dominante, são devidamente denunciados por Oseias.

• Parte de uma aparente experiência pessoal - um casamento desastrado - para denunciar a ruptura da fidelidade israelita à aliança javista e a procura dos ídolos que se generaliza no Israel de sua época.

• Infelizmente, o profeta não foi ouvido pela maioria e o reino do norte conheceu seu fim definitivo poucos anos após o término de sua pregação.

PROFETA OSÉIAS

• Apesar da crítica social e da veemente condenação da idolatria, Oseias vislumbra uma possibilidade de saída da crise, pois crê na misericórdia de Iahweh que não abandonará o seu povo.

• Oseias apela, no final de seu livro, de várias maneiras e com imagens poéticas de grande sensibilidade, à volta ao javismo, para salvação.

PROFETA OSÉIAS

• Vivendo numa época de grande instabilidade

política, Oseias assiste durante sua vida a

sucessivos golpes de Estado e à crescente e

desastrosa interferência assíria na região.

• Reino Norte é praticamente destruído em 722 a.C.

pelos assírios. O último rei foi Oséias.

PROFETA OSÉIAS

REINO SUL PROFETAS ISAIAS E MIQUEIAS

• Quando assume o governo, Ezequias, de fato,

promove uma reforma bastante interessante.

• Todavia, se levanta contra o poderio assírio de

Senaquerib, que arrasa o país em 701 a.C. e, por

pouco, não toma Jerusalém.

• Isaías denuncia a falsa confiança de Jerusalém nas

alianças com o Egito e na esperada derrota assíria.

PROFETA ISAÍAS

• Isaías prevê que Judá fracassará, como de fato

fracassou, transformando-se num joguete de grandes

potências e escusos interesses.

• Iahweh está comprometido com a cidade de

Jerusalém e salvará o seu povo, conduzindo-o a um

reino de paz onde, um dia, não haverá mais

opressão.

• Na mesma época em que Isaías pregava em

Jerusalém surgiu ali outro importante profeta,

originário de Morasti-Gat, situada na região limítrofe

com os filisteus, o camponês Miqueias.

PROFETA ISAÍAS

• Miqueias, na sua franca linguagem camponesa,

denuncia duramente as autoridades de Jerusalém

como responsáveis pela crise imensa porque passa

o país.

• Quem deveria defender os injustiçados, promovia a

injustiça.

• Não existia a mínima preocupação de exercer a

justiça e respeitar o direito do pobre que é, na sua

expressão, colocado na panela e cozinhado pelos

poderosos de turno.

PROFETA MIQUÉIAS

• Daí a discussão com seus adversários que, a

serviço do poder, desmentem o profeta morastita e

procuram constantemente reafirmar que não há

razão para preocupação, pois tudo corre bem.

• Miqueias faz verdadeira cruzada contra esta

"teologia da opressão".

• Miqueias ataca o falso discurso javista celebrado no

culto hipócrita e exige a prática do direito e da

solidariedade javista como o único caminho que

poderá salvar o seu povo e o seu país.

PROFETA MIQUÉIAS

CONTEXTO E ATUAÇÃO DE PROFETAS NO SÉCULO VII a. C.

CONTEXTO

• Embora Ezequias (727 a 698 a.C.) buscou a

independência de Judá, na realidade não conseguiu.

• Adesão crescentes de práticas e costumes

estrangeiros e pagãos.

• Manasses (698 a 643) contribuiu sensivelmente para

esse crescimento (2Rs 21:3-9) e derramamento de

sangue inocente (2Rs 21:16).

CONTEXTO

• Amon (643 a 640), descendente de Manassés, deu

seguimento às políticas do pai, mas sua tendência anti-

assíria causou seu assassinato pelos membros da

corte.

• Amon foi substituído por Josias, que teve dois grupos

que durante sua menoridade disputavam o poder:

• O povo da terra – camponeses proprietários que haviam

colocado Josias no poder (2Rs 21:24) – defendiam a

tradição judaíta e favoráveis à dinastia davídica.

• Nobres e príncipes (1:8) – buscavam a manutenção da

situação social e religiosa por meio de alianças estrangeiras

(Egito ou Assíria = grupos).

IAHWEH

ASSÍRIOS

EGITO

NOBRES E PRINCÍPES

JUDÁ

POVO DA

TERRA

NAUM

INTRODUÇÃO

• O livro de Naum tem, basicamente, um duplo

propósito.

1. Profetizar sobre o julgamento de Nínive mediante a

providência vingadora de Deus; e

2. Poderoso alento consolador à nação de Judá, que seria

libertada da opressão assíria.

• Data provável: entre 668 e 654 a.C.

CONTEXTO

• Judá, nos dias do rei Manassés, tornou-se um reino

vassalo da Assíria.

• Muito provável que Naum tenha vivido sob o reinado

do rei Manassés (698-643 a.C.).

• Naum deve ter percebido a perversa política pró-

assíria, que produziu muita corrupção e a decadência

do chamado “povo de Iahweh”, especialmente a elite

judaíta.

• Manassés = introdução de cultos à Baal, ao Deus Sol

e aos astros, como também práticas de adivinhação e

magias. Além de oferecer o próprio filho em sacrifício à

Moloque.

CONTEXTO

• Foi nos dias do rei Manassés que o poder assírio começou a declinar.

• Faraó Neco, temendo a Babilônia, que cada vez mais avultava em potência, aliou-se à Assíria e obteve por consentimento, o controle de Judá e da Síria.

• A cidade de Nínive foi destruída em 612 A.C., graças aos esforços combinados dos medos, babilônios e citas. Mas só caiu por causa das brechas feitas em suas muralhas defensivas pelas águas de enchente (Na 2:6-8).

• Naum descreveu vívida e profeticamente a queda da cidade.

Texto Tema Subtemas

1:1-2:1 Deus age na

história

• Abertura do livro (1:1) • O senhorio de Deus sobre a

história (1:2-8) • Deus está atento às tramas

dos opressores (1:9-2:1)

2:2-3:19

A ruina do opressor e a celebração

dos oprimidos

• O poder opressor em queda (2:2-3:7)

• Nenhum império é indestrutível (3:8-17)

• Os oprimidos celebram a queda dos opressores (3:18-19)

SOFONIAS

SOFONIAS

• No tempo do rei Josias (1:1), que reinou no período de

640-609 a.C.

• Atuou, provavelmente, antes da reforma política,

religiosa, econômica e social realizada por Josias (621

a.C.) – 2 Rs 23:4ss.

• Antes da vocação de Jeremias (627 a.C.), que ocorreu

no décimo terceiro ano do reinado de Josias (Jr 1:2).

• Período provável: 640 a 630 a.C.

Texto Tema Subtemas

1:2-2:3 Iahweh

desmascara a corrupção

• A corrupção religiosa (1:4-6) • Corrupção dos poderoso (1:7-9) • O alicerce da corrupção (1:10-11) • O julgamento e a sentença

condenatória (1:14-18) • Haverá escapatória? (2:1-3)

2:4-3:8 A amplitude

do julgamento

• Oeste: Filisteus (2:4-7) • Leste: Moab e Amon (2:88-11) • Sul: Egito (2:12) • Norte: Assíria (2:13-15) • Jerusalém, a corrupta (3:1-8)

3:9-20 A esperança

vem dos oprimidos

• Conversão dos povos (3:9-10) • O remanescente preservado (3:11-13) • Deus no meio do povo (3:14-18a) • Promessas de Deus (3:18b-20)

Fonte: Balancin e Storniollo (2011) - Adaptado

Haverá escapatória (2:1-3)

• Última oportunidade antes do julgamento, uma

conversão radical.

Descaso com Iahweh

Procura de riqueza

INJUSTIÇA

Procurar a Iahweh

Procurar a pobreza

JUSTIÇA

Fonte: Balancin e Storniollo (2011, p. 18) - adaptado

A amplitude do julgamento (2:4-3:8)

Jerusalém (3:1-8)

NORTE Assíria

(2:13-15)

OESTE Filisteus (2:4-7)

LESTE Moab e Amon

(2:8-11)

SUL Egito (2:12) Fonte: Balancin e Storniollo (2011, p. 22) - adaptado

DEUS dá

LIBERDADE (política)

VIDA (economia)

POVO partilha

Fonte: Balancin e Storniollo (2011, p. 32) - adaptado

O remanescente preservado(3:11-13)

J

U

S

T

I

Ç

A

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Até o exílio a teologia preponderante é de um Deus que age e controla a história, um senhor absoluto, cujo projeto escatológico é construído dentro do próprio tempo contínuo do mundo.

• Confiança na inviolabilidade de Jerusalém.

• A queda do Estado de Judá foi o evento que teve maior efeito de transformação sobre o javismo.

• O desastre do exílio se transformou em um trampolim para as novas teologias pelas quais Israel entendia sua experiência histórica como povo de Deus.

Continua no arquivo parte 2...

BLANK, Reinol J. Escatologia do mundo: o projeto cósmico de Deus (Escatologia II). São Paulo: Paulus, 2001.

CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre magno. São Paulo: Paulinas, 1986.

DONNER, H. História de Israel e dos povos vizinhos: Da época da divisão do reino até Alexandre Magno. V 2. São Leopoldo: Sinodal, 1997.

FOHRER, G. História da religião de Israel. São Paulo: Paulinas, 1983.

GOTTWALD, N.K. Introdução sócio-literária à Bíblia Hebraica. São Paulo: Paulinas, 1988.

REFERÊNCIAS

KLEIN, Ralph W. Israel no Exílio: uma interpretação teológica. Santo André: Academia Cristã; São Paulo: Paulus, 2012.

LIENEMANN-PERRIN, Christine. Missão e diálogo inter-religioso. São Leopoldo: Sinodal; CEBI, 2005.

PIXLEY, Jorge. A História de Israel a partir dos pobres. Petrópolis: Vozes, 1989.

SCHWANTES, M. Breve história de Israel. São Leopoldo: Oikos, 2008.

SCHWANTES, M. Sofrimento e esperança no exílio. São Leopoldo: Sinodal, 1987.

STORNIOLO, Ivo. Como ler o Livro de Jó: o desafio da verdadeira religião. 5. ed. São Paulo: Paulus, 2008.

REFERÊNCIAS

GRATO PELA ATENÇÃO

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