Post on 30-Nov-2018
VERTEDORES
VERTEDORES ou VERTEDOUROS
São instrumentos hidráulicos utilizados para medir vazão em cursos d’água naturais e em canais construídos.
VERTEDORES - NOMENCLATURA
Crista ou Soleira: superfície por onde a água extravasa
Face: Presente nos vertedores com contrações laterais
Régua para medição da carga hidráulica
VERTEDORES - DEFINIÇÃO
Os vertedores podem ser definidos como paredes, diques ou aberturas sobre as quais um líquido escoa. O termo aplica-se também aos extravasores de represas.
Os VERTEDORES devem ser construídos com forma geométrica definida e seu estudo é feito considerando-os como orifícios sem a parte superior.
VERTEDORES - EXEMPLO
Exemplo de vertedor em chapa metálica, usado em instalações para tratamento de água.Fonte: www.jinox.com.br/vertedouros9.asp
VERTEDORES - CLASSIFICAÇÃO
Muitos fatores podem servir de base para a classificação dos vertedores. Exemplos:
Quanto à forma:Simples (retangulares, trapezoidais,
triangulares);Compostos (seções combinadas –
duas ou mais formas geométricas).
À esquerda na figura, vê-se um vertedor de forma simples (retangular) utilizado para medir grandes vazões.
À direita há um vertedor de seção composta (retangular na parte superior e triangular em baixo). A forma triangular é apropriada para medir vazões pequenas com precisão.
CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES: FORMA
Quanto ao tipo da soleira ou crista:
Soleira delgada (chapa metálica ou madeira chanfrada);
Soleira espessa (alvenaria de pedras ou tijolos e concreto)
CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES: TIPO DA SOLEIRA
CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES: SOLEIRA DELGADA
Soleira chanfrada para que a lâmina vertente a toque num sóponto.
Lâmina vertente
(também denominada veia líquida)
Fundo do canal
Quanto à largura relativa da soleira:
Vertedores sem contrações laterais;Vertedores com uma contração
lateral;vertedores com duas contrações
laterais.
CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES: LARGURA RELATIVA
CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORES: LARGURA RELATIVA
Vertedor retangular com duas contrações laterais
Vertedor sem contrações laterais
CÁLCULO DA VAZÃO ATRAVÉS DE VERTEDORES
Para orifícios de grandes dimensões, foi deduzida a seguinte equação:
Fazendo-se h1=0 e h2=H, a equação fica:
( )2/32/3 12..2...32 hhgLCdQ −=
2/3..2...32 HgLCdQ =
CÁLCULO DA VAZÃO ATRAVÉS DE VERTEDORES
Q = K.L.H3/2 , onde
Para o valor médio de Cd = 0,62, temos:K = 2/3 x 0,62 x 4,43 = 1,83
Q = 1,83.L.H3/2
(Fórmula de Francis para vertedores sem contrações laterais)Sendo Q dada em m3/s e L e H em metros.
gCdK .2..32
=
INFLUÊNCIA DAS CONTRAÇÕES LATERAIS
As contrações ocorrem nos vertedores cuja largura é menor que a largura do canal onde estão instalados.
INFLUÊNCIA DAS CONTRAÇÕES LATERAIS
Quando for necessário construir um vertedor com contrações laterais, deve-se fazer uma correção no valor de L da fórmula de Francis, que passa a ser denominado L’.
A presença das contrações faz com que a largura real L atue como se estivesse reduzida a um comprimento menor L’.
Para uma contração apenas, L’ = L –0,1.H
Para duas contrações, L’ = L – 0,2.HPara o caso mais comum de duas
contrações laterais, a fórmula fica:
INFLUÊNCIA DAS CONTRAÇÕES LATERAIS
( ) 2/3..2,0.838,1 HHLQ −=
VERTEDOR CIPOLLETTI
Para compensar a redução de vazão produzida pelas contrações laterais, Cipolletti propôs um modelo de vertedor de forma trapezoidal com a seguinte forma:
L
Q2Q1Q1
A soleira L continua com a mesma dimensão, mas as vazões Q1 de ambos os lados compensam a redução de vazão.
Q = Q2 + 2 Q1
VERTEDOR CIPOLLETTI
A inclinação das faces deve ser 1:4 (1 na horizontal para 4 na vertical), pois deste modo a vazão através das partes triangulares acrescentadas compensa o decréscimo de vazão provocado pelas contrações laterais.
Para o vertedor Cipolletti pode ser aplicada a fórmula de Francis sem a correção para o comprimento da soleira.
4
1
Q = 1,83.L.H3/2
VERTEDOR CIPOLLETTI
Baseado-se em experiências feitas em 1915 para vertedores trapezoidais, Gourley Crimpestabeleceram a seguinte fórmula empírica:
Fórmula empírica para vertedor trapezoidal.
L
Q2Q1Q1
h
( )169,132,1 47,102,147,2 hbtghQ += α
VERTEDOR CIPOLLETTI
A fim de compensar esse decréscimo de vazão, Cipolletti imaginou adicionar ao retângulo uma área triangular, de mesma carga h, cuja vazão é dada por,
( )3215
28 25 ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=αtghCgQ d
Cálculo do decréscimo de vazão em vertedor retangular com duas contrações;
( )22152 25hgCQ d=Δ
VERTEDOR CIPOLLETTI
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛+= 23
25
5322
hbhCg
Q d
O vertedor de Cipolletti, no qual a soleira está em parede delgada pode ser representado por,
VERTEDOR TRIANGULAR
Os vertedores triangulares são recomendados para medir pequenas vazões, pois permitem maior precisão na leitura da altura H do que os de soleira plana.
São usualmente construídos a partir de chapas metálicas, com ângulo de 90°.
90°2/5.4,1 HQ =
RECOMENDAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DE UM VERTEDOR RETANGULAR
(Preferencialmente sem contração lateral)
A soleira deve ser delgada, reta, em nível com o plano horizontal e normal à direção do fluxo (convém utilizar uma placa de metal);
A distância da crista ao fundo e aos lados do canal deve ser igual a 3H (no mínimo 20 cm);
Deve haver livre admissão de ar debaixo da lâmina de água (veia livre);
A carga hidráulica H deve ser maior que 5 cm e menor que 60 cm;
RECOMENDAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DE UM VERTEDOR RETANGULAR
O comprimento da soleira deve ser no mínimo igual a 3H (no mínimo 20 a 30 cm);
A montante do vertedor deve haver um trecho retilíneo para regularizar o movimento da água, de preferência com o fundo em nível.
Observações:- A régua pode ser colocada num poço lateral ao canal para fugir da influência de ondas;- O nível da água a jusante não deve estar próximo da soleira do vertedor (p’ < p).