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Instituto Politécnico de Santarém
Escola Superior de Saúde de Santarém
2º Curso de Mestrado em Enfermagem de Reabilitação
Unidade Curricular Trabalho de Projeto
A INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO
DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO
PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto para obtenção de grau de Mestre em
Enfermagem de Reabilitação
Autora: Maria Goréti Gomes Rainho Mendes: Nº 100430002
Orientadora: Professora Doutora Maria João Esparteiro
Coorientador: Professor Mestre José Lourenço
Santarém
Julho, 2013
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
AGRADECIMENTOS
A concretização deste trabalho de projeto resulta de um esforço pessoal, e
tornou-se possível pelo apoio e incentivos de múltiplos intervenientes, aos quais
manifesto o meu mais intenso apreço.
À Professora Doutora Maria João Esparteiro, pela orientação e acompanhamento
ao longo deste projeto, demonstrando o seu profissionalismo e dedicação em momentos
difíceis.
Ao professor José Lourenço pela disponibilidade e ajuda demonstrada.
A todos os participantes deste trabalho de projeto pela sua colaboração e
disponibilidade, por partilharem as suas vivências e permitirem que este fosse possível.
Ao Conselho de Administração do CHO.
Ao Diretor de serviço Dr. António Domingos e à Enfermeira Chefe Isabel Filipe
pelo apoio, colaboração e facilidades concedidas.
Ao meu marido Sérgio, pelas palavras de coragem e incentivo, nos momentos
mais difíceis de todo este percurso, pela paciência e apoio demonstrado.
Aos meus filhos Valéria e Luís pelo seu amor, carinho, compreensão e apoio
incondicional.
Aos colegas e amigos pela colaboração e pela partilha de experiências.
A TODOS O MEU MUITO OBRIGADA!
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
PENSAMENTO
“Sou definitivamente contra o definido,
porque o definido é o bastante e
o bastante não basta”
Fernando Pessoa
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
RESUMO
Este relatório de trabalho de projeto visa a análise e reflexão sobre a intervenção do
enfermeiro de reabilitação, no âmbito do projeto “promoção do autocuidado: gestão
do regime terapêutico, no planeamento da alta do idoso com DPOC”, implementado
na Pneumologia-C/ CHO-Torres Vedras.
Realizou-se a revisão sistemática da literatura, utilizando-se a metodologia PI[C]O. O
objetivo foi analisar a evidência científica sobre as intervenções de enfermagem de
reabilitação, na promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no sentido de
as integrar na prática clinica. Formulou-se a pergunta: Quais as intervenções de
enfermagem de reabilitação, que promovem o autocuidado: gestão do regime
terapêutico, no idoso com DPOC?, e selecionaram-se três artigos de investigação.
Concluiu-se que as intervenções de enfermagem de reabilitação (no hospital e
domicilio), baseadas no treino da respiração diafragmática, da técnica de conservação
de energia e gestão de esforço, melhoraram a adesão, a autonomia nas AVD e a
qualidade de vida.
Palavras-chave: Enfermagem, Reabilitação, Idoso com DPOC, Autogestão do regime
terapêutico
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
ABSTRACT
The aim of this report project is to analyze and reflect on the intervention of the
rehabilitation nurse, under the project "Promotion of self-care: management of
therapeutic regimen, in planning the discharge of the elderly with COPD",
implemented in Pulmonology-C/ CHO - Torres Vedras.
We conducted a systematic literature review using the methodology PI[C]O. The
objective was to review the scientific evidence on the rehabilitation nursing
interventions, promotion of self-care: management regimen in order to integrate
them into clinical practice. The question formulated: What are the rehabilitation
nursing interventions that promote self-care: management of therapeutic regimen in
elderly patients with COPD?, and we selected three research articles.
It was concluded that the rehabilitation nursing interventions (household and hospital),
based on the practice diaphragmatic breathing, technique in energy conservation and
management efforts, improved adherence, autonomy in activities of daily living and
quality of life.
Keywords: Nursing, Rehabilitation, Elderly COPD, Self-management of therapeutic
regimen
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
ÍNDICE
p.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14
1- CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA: O IDOSO EM
SITUAÇÃO DE DPOC ........................................................................................... 18
1.1- A INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA
PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME
TERAPÊUTICO ................................................................................................. 21
2- DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO
“PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME
TERAPÊUTICO NO IDOSO COM DPOC” ........................................................ 30
2.1- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÃO
DO PROJETO .................................................................................................... 38
2.2 - DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................. 42
3- REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA ................................................... 46
3.1 – PROTOCOLO DE PESQUISA ......................................................................... 46
3.2- ANÁLISE CRÍTICA DOS ARTIGOS SELECIONADOS .................................. 49
4- CONCLUSÕES E ANÁLISE REFLEXIVA RELATIVA ÀS
IMPLICAÇÕES DO PROJETO ............................................................................ 53
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 58
ANEXOS
ANEXO I: Projeto: “Promoção do autocuidado: gestão do regime
terapêutico, no planeamento da alta do idoso com DPOC” .................... 66
ANEXO II: Pedido de autorização para a concretização do projeto, no
serviço de Pneumologia C ....................................................................... 67
ANEXO III: Consentimento informado, livre e esclarecido para participação
do doente ................................................................................................. 68
ANEXO IV: Norma de planeamento da alta do idoso com DPOC ................................. 69
ANEXO V: Instrumento de colheita de dados para identificação das
necessidades do idoso com DPOC .......................................................... 70
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
ANEXO VI: Programa de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico… ........................................................................................... 71
ANEXO VII: Folheto sobre o autocuidado: gestão do regime terapêutico no
idoso com DPOC ..................................................................................... 72
ANEXO VIII: Tabelas com resultados da pesquisa de artigos no cruzamento
de descritores ......................................................................................... 73
ANEXO IX : Tabelas de análise dos artigos selecionados.............................................. 74
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
ÍNDICE DE QUADROS
p.
Quadro nº 1- Alguns dados de caraterização do serviço de Pneumologia C, no
ano 2012……………………………………………………………
33
Quadro nº 2 - Constituição da equipa de saúde do serviço de Pneumologia C ….. 33
Quadro nº 3-
Quadro nº4 -
Caraterização dos idosos segundo a idade ………………………..
Caraterização dos idosos segundo o género …………...…………..
38
38
Quadro nº 5 - Caraterização psicológica dos idosos ……………………………... 39
Quadro nº 6 - Caraterização social dos idosos …………………………………… 39
Quadro nº 7 - Caraterização da situação clinica dos idosos ……………………... 40
Quadro nº 8 - Adesão ao regime terapêutico medicamentoso antes e após a
intervenção de enfermagem………………………………………..
40
Quadro nº 9 - Gestão do regime terapêutico não-medicamentoso antes e após a
intervenção de enfermagem ……………………………………….
41
Quadro nº 10 - Avaliação da autonomia física e autonomia instrumental ………… 41
Quadro nº 11 - Avaliação da qualidade de vida ………………………………….... 42
Quadro nº 12 - Critérios para a formulação da questão de investigação ………….. 47
Quadro nº 13 - Critérios de inclusão/ exclusão dos artigos da RSL ………..……... 48
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
ÍNDICE DE TABELAS
p.
Tabela nº 1 – Nº de artigos nas plataformas de pesquisa, em full text, publicados
de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, resultante dos
descritores: Nurs*, Rehabilitation, COPD, Self-Management,
Therapeutics ……………………………………………………… 73
Tabela nº 2 – Nº de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full
text, publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012,
resultante do cruzamento entre os descritores: Nurs*+
Rehabilitation; Nurs*+ COPD; Nurs*+Self-Management;
Nurs*+Therapeutics ……………………………………………… 73
Tabela nº 3 – Nº de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full
text, publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012,
resultante do cruzamento entre os descritores: Rehabilitation +
COPD; Rehabilitation+Self-Management; Rehabilitation+
Therapeutics ……………………………………………………… 73
Tabela nº 4 – Nº de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full
text, publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012,
resultante do cruzamento entre os descritores COPD+ Self-
Management; COPD+Therapeutics ……………………………… 73
Tabela nº 5 – Nº de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full
text, publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012,
resultante do cruzamento entre os descritores Self-Management+
Therapeutics………………………………………………………. 73
Tabela nº 6 – Nº de artigos pesquisados nas plataformas, em full text,
publicados entre janeiro de 2008 a dezembro de 2012 resultantes
do cruzamento entre os descritores ................................................. 73
Tabela nº 7 – Análise do artigo sobre a revisão sistemática da literatura da
reabilitação respiratória no idoso com DPOC ……………………... 74
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Tabela nº 8 – Análise do artigo sobre o estudo do regime terapêutico em doentes
com DPOC: entre as expectativas e a realidade e a perspetiva dos
doentes……………………………………………………………… 74
Tabela nº 9 – Análise do artigo sobre o estudo piloto de um programa de
reabilitação pulmonar em idosos com DPOC ……………………... 74
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REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
SIGLAS
AIVD - Atividades Instrumentais da Vida Diária
AVD - Atividades de Vida Diária
ACS – Alto Comissariado da Saúde
COPD – Chronic Obstructive Pulmonary Disease
CHO – Centro Hospitalar do Oeste
CPLEER – Curso de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem de
Reabilitação
DALYS – Disability Adjusted Life Years
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
GRT – Gestão do Regime Terapêutico
ICN – International Council of Nurses
INE – Instituto Nacional de Estatística
IRG – Insuficiência Respiratória Global
MS – Ministério da Saúde
OE – Ordem dos Enfermeiros
OLD – Oxigenoterapia de Longa Duração
OMS - Organização Mundial de Saúde
ONDR – Organização Nacional das Doenças Respiratórias
PI[C]O – Participantes; Intervenções; [Comparações]; Outcomes
PBE – Prática Baseada na Evidência
RD – Respiração Diafragmática
RT – Regime Terapêutico
RSL – Revisão Sistemática da Literatura
PR – Plano de Reabilitação
s – Desvio Padrão
VNI – Ventilação Não-Invasiva
Xmáx.- máximo
Xmin - minimo
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
WHO - World Health Organization
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
ABREVIATURAS
ed.- edição
et al - e outros
nº - número
p. – página
Prof. – Professor
Vol. - Volume
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 14
INTRODUÇÃO
No âmbito do II Curso de Mestrado de Enfermagem de Reabilitação, Unidade
Curricular Trabalho de Projeto e com a intenção de obter o grau de mestre, de acordo
com Regulamento dos Segundos Ciclos de Estudos do IPS (Regulamento nº 618/2010
com as alterações de 23 de fevereiro de 2011 e de 12 julho de 2013), foi elaborado o
presente relatório sobre os resultados/ avaliação do Trabalho de Projeto:
“Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta
do idoso com DPOC”, desenvolvido no serviço de Pneumologia C, do Centro
Hospitalar do Oeste - Unidade de Torres Vedras, entre Fevereiro 2012 e Janeiro de
2013.
Assim, utilizou-se a metodologia de trabalho de projeto para investigar e
melhorar os cuidados de enfermagem de reabilitação na promoção do autocuidado:
gestão do regime terapêutico, no âmbito do planeamento da alta do idoso1 com DPOC,
no serviço de Pneumologia C.
A Enfermagem2 requer a produção e renovação contínua do conhecimento,
assegurada pela investigação (ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2006). De acordo com a
OE (2006) são sobretudo a investigação clinica e a investigação-ação que melhor
contribuem para a incorporação dos resultados da investigação na prática clinica dos
enfermeiros.
Neste sentido, MANY et al (2006) salientam que o trabalho de projeto se
aproxima da investigação-ação por ser uma metodologia que se baseia num conjunto de
técnicas e procedimentos para estudar um aspeto da realidade, centrando-se na
investigação, análise e também na intervenção para a resolução do problema.
A escolha da temática decorreu da nossa perceção, na prática diária, de
reinternamentos frequentes nos idosos com DPOC, da ausência de um plano de
1 Neste documento, de acordo com a OMS, o idoso é toda a pessoa com 65 ou mais anos que
atingiu a idade da reforma preconizada para Portugal. São ainda consideradas muito idosas, as pessoas com 85 ou mais anos (WHO, 2004).
2 Enfermagem “é a profissão que, na área da saúde, tem como objetivo prestar cuidados de enfermagem ao ser humano, são ou doente, ao longo do ciclo vital, e aos grupos sociais em que ele está integrado, de forma que mantenham, melhorem e recuperem a saúde, ajudando-os a atingir a sua máxima capacidade funcional tão rapidamente quanto possível” (OE, 2002. p. 3).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 15
educação para a promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, de forma
estruturada e do nosso interesse em melhorar as práticas de enfermagem de forma a
melhorar o autocontrolo da doença no domicílio e a qualidade de vida do idoso com
DPOC.
Esta problemática foi validada, inicialmente, pela equipa de enfermagem de
acordo com um questionário realizado a todos os enfermeiros do serviço (anexo I).
Para nós, a pertinência do assunto prende-se ainda com o facto da DPOC ser
uma das principais causas de morbilidade crónica e mortalidade no idoso (DGS, 2009).
Ser responsável por um consumo elevado de fármacos, de oxigenoterapia, de
ventiloterapia domiciliária de longa duração e de recursos de saúde associados à elevada
frequência de idas ao serviço de urgência e de internamentos hospitalares evitáveis,
normalmente prolongados (DGS, 2010).
O impacte da DPOC na sociedade tem sido crescente devido ao aumento da sua
prevalência, relacionado com a maior sobrevivência dos doentes, o aumento da
população idosa e devido à incapacidade que provoca (MS, ACS, 2010; DGS, 2011).
Estima-se que a doença atinja 210 milhões de pessoas a nível mundial,
assumindo o 5º lugar das patologias incapacitantes e representado a 4ª causa de morte
nos países mais desenvolvidos (ONDR, 2011). Em Portugal, a sua prevalência é
de14,2%, sendo mais frequente no homem do que na mulher (ONDR, 2011).
Representa 28,1% das mortes por causa respiratória (INE, 2009) e é responsável por
61% do total de DALYS3 gerados por incapacidade, muito acima do AVC (27%) e do
enfarte agudo do miocárdio (9%); (ONDR, 2011).
Os internamentos por DPOC têm vindo a aumentar e quase duplicaram desde
1994, representando a segunda causa de internamentos evitáveis (29,4%) (INE, 2009;
DGS, 2013). Considerando apenas os preços dos internamentos, os custos ultrapassam
os 20 milhões de euros (ONDR, 2007; DGS, 2013).
Assim, a DGS (2011) salienta a importância da prevenção e controlo da doença,
através do diagnóstico precoce e do “cuidado integral4” baseado em ações de vigilância
e de educação de acordo com a evidência científica, que promova o conhecimento da
doença, estilos de vida saudáveis e a diminuição da exposição a fatores de risco.
3 Os DALYS calculam os anos de vida perdidos por causa de uma determinada doença, quer por causa de uma mortalidade prematura, que por causa de uma incapacidade (ONDR, 2011). 4 O Cuidado Integral prevê a prestação de cuidados de saúde no continuum da doença de acordo com as necessidades do doente, através de intervenções de saúde e de comunicação coordenadas, para e com o doente, e com o envolvimento dos vários níveis de cuidados (USA et al, 2005)
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Relatório de Trabalho de Projeto 16
Recomenda, também, a necessidade de implementar programas de reabilitação
respiratória individualizados baseados na reeducação funcional respiratória e na
educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico para promover a melhoria
do autocontrolo da doença, da funcionalidade5 e da qualidade de vida do doente com
DPOC (DGS, 2009).
De acordo com a OE (2010), o enfermeiro de reabilitação possui conhecimentos
elevados e experiência acrescida que lhe permite desenvolver ações de promoção da
saúde, prevenção de complicações, tratamento e reabilitação para ajudar os doentes
crónicos a “maximizarem o seu potencial funcional e a sua independência”.
No âmbito da reabilitação respiratória do idoso com DPOC, o enfermeiro de
reabilitação instrui e treina técnicas específicas de reabilitação, intervém na educação do
doente e pessoas significativas, no planeamento da alta, na continuidade dos cuidados,
proporcionando-lhe a melhoria das funções, nomeadamente a nível cardiorrespiratório;
a manutenção ou recuperação da independência nas atividades de vida; a minimização
do impacte das incapacidades instaladas; a capacitação no autocontrolo da doença; a
reintegração na família e na comunidade; o direito à dignidade e a melhoria da
qualidade de vida (OE, 2010).
Assim, na elaboração deste relatório foram definidos os seguintes objetivos:
Avaliar as atividades desenvolvidas no âmbito do trabalho de projeto “Promoção
do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta do idoso
com DPOC”;
Analisar as intervenções de enfermagem de reabilitação promotoras do
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no idoso com DPOC, de acordo a
evidência científica e através da revisão sistemática da literatura;
Analisar a importância da utilização da metodologia de projeto no processo
formativo;
Propor intervenções de enfermagem de reabilitação com vista à melhoria dos
cuidados, no âmbito do autocuidado: gestão do regime terapêutico, destacando
as melhores evidencias cientificas.
5 De acordo com a OMS (2003), a funcionalidade refere-se ao termo genérico para as funções do corpo, estruturas do corpo, atividades e participação, indicando os aspetos positivos da interação entre um indivíduo, com uma condição de saúde, e os seus fatores contextuais, quer ambientais, quer pessoais.
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Relatório de Trabalho de Projeto 17
Dada a necessidade de conhecer a evidência científica sobre o autocuidado:
gestão do regime terapêutico, no idoso com DPOC, realizou-se a revisão sistemática da
literatura utilizando-se a metodologia PICO (Population, Intervention, Comparation e
Outcomes) e a seguinte pergunta PICO: Quais as intervenções de enfermagem de
reabilitação (I), que promovem o autocuidado: gestão do regime terapêutico (O),
no idoso com DPOC (P)?
Perante os focos de atenção no domínio do autocuidado, foi adotado como
referencial teórico a teoria do Autocuidado de Orem, pois de acordo com OREM
(1995), o enfermeiro promove a educação para o autocuidado quando as capacidades de
autocuidado desenvolvidas não são operáveis ou adequadas ao conhecimento existente.
Este relatório de trabalho de projeto está dividido em três partes: na primeira
parte apresenta-se a contextualização teórica sobre a temática; na segunda, a análise e
avaliação do projeto desenvolvido; e na terceira apresenta-se a revisão sistemática da
literatura, o protocolo de pesquisa, a análise de três (3) artigos (de acordo com as
orientações da escola) e as suas conclusões.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
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Relatório de Trabalho de Projeto 18
1- CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA: O IDOSO EM
SITUAÇÃO DE DPOC
As alterações demográficas em Portugal apresentam importantes repercussões
sociais, económicas e também na saúde. Os avanços científicos e tecnológicos, bem
como a melhoria nas condições sanitárias levou ao aumento da esperança de vida, com
o consequente aumento da população idosa e das doenças crónicas, nomeadamente a
DPOC (MS, ACS, 2008; DGS, 2013).
O envelhecimento da população resulta da transição demográfica das
sociedades, definida como a passagem dum modelo demográfico de fecundidade e
mortalidade elevados para um modelo de níveis baixos dos mesmos e, simultaneamente,
um aumento generalizado da esperança média de vida das populações. Neste processo,
observa-se um estreitamento relativo da base da pirâmide de idades (menor peso de
efetivos populacionais jovens) e um alargamento do topo (aumento relativo de efetivos
populacionais idosos) (MS, 2010).
De acordo com os Censos 2011, a população residente em Portugal era de 10
561 614, em que 19,1% tinham 65 e mais anos de idade (INE, 2011), prevendo-se que
aumente para 32,3% em 2060 (INE, 2009). Como já referido anteriormente, quer a nível
internacional quer a nível nacional, a DPOC tem vindo a aumentar, sendo a doença
respiratória crónica mais frequente nos idosos (ONDR, 2011)
A DPOC é definida por uma doença crónica progressiva caraterizada por uma
limitação progressiva do débito aéreo, não totalmente reversível, que evolui por
exacerbações e está associada a uma resposta inflamatória anómala dos pulmões à
inalação de partículas ou gases nocivos, com repercussões sistémicas importantes
(GOLD, 2011). As alterações conduzem à hiperinsuflação pulmonar, levando a pessoa a
respirar próximo da capacidade pulmonar total. Está associada a efeitos sistémicos,
como a inflamação sistémica (presença de stress oxidativo sistémico, concentrações
anormais de citocinas circulantes e ativação das células inflamatórias) e a disfunção
muscular esquelética, com perda progressiva de massa muscular e a presença de várias
anomalias bioenergéticas (NAZIR et al, 2009). Estas alterações provocam dispneia,
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Relatório de Trabalho de Projeto 19
intolerância ao esforço, perda de autonomia e declínio da condição de saúde (NAZIR et
al, 2009; DGS, 2010; GOLD, 2011).
O tabagismo é o principal fator de risco da DPOC, porém, a poluição do ar
resultante da queima de lenha e biomassas, a deficiência hereditária da Alfa-1-anti
tripsina, infeções respiratórias repetidas e a exposição a substâncias irritantes de
natureza ambiental (fumos, poeiras e produtos químicos) também têm sido identificados
como outros fatores de risco (NAZIR, 2009; GOLD, 2011; ONDR, 2011).
Os sintomas da DPOC aparecem lenta e progressivamente, sendo comum a
pessoa dar atenção à doença somente quando se encontra em estádio avançado, já que
os sinais podem no início não serem valorizados (ONDR, 2011). A dispneia é o sintoma
mais comum da DPOC, facilmente identificada pela pessoa como cansaço que,
inicialmente, surge com os grandes esforços físicos ou perante infeções respiratórias,
piorando progressivamente ao longo do tempo. Outro sintoma muito frequente é a tosse.
A tosse é crónica (meses a anos), podendo ser diária ou intermitente, geralmente
produtiva, cuja expetoração é mais intensa pela manhã e pior durante as infeções
respiratórias. Outro sintoma é a pieira que, normalmente, acompanha a dispneia.
(NAZIR, 2009; GOLD, 2011).
A DPOC associada ao envelhecimento aumenta a incapacidade, a perda da
autonomia e da qualidade de vida (DGS, 2010; GOLD, 2011; ONDR, 2011). No idoso,
os mecanismos envolvidos na destruição pulmonar podem estar aumentados: as
alterações celulares provocadas pelo envelhecimento e as provocadas pelo fumo do
tabaco e/ou outros pneumopoluentes interrelacionam-se, perturbando a reparação e a
manutenção orgânica de forma mais acentuada, (RODRIGUES, 2009).
O diagnóstico é realizado através do exame objetivo e da espirometria. A
espirometria permite avaliar a limitação do fluxo respiratório e classificar o estádio da
doença (NAZIR et al, 2009; GOLD, 2011).
O tratamento contempla a abordagem medicamentosa e não medicamentosa.
No regime terapêutico medicamentoso, os medicamentos mais utilizados são os
broncodilatadores, que podem ser de curta ou longa duração, combinações de um ou
mais broncodilatadores, anti-inflamatórios, mucolíticos, antibióticos, vacinas (para
prevenção das infeções respiratórias) (NAZIR, 2009; GOLD, 2011). Também é
frequente a oxigenoterapia, num período de pelo menos 18H/ diárias, para doentes com
hipoxemia e a ventiloterapia não-invasiva para doentes com IRG e hipercapnias
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 20
elevadas (NAZIR, 2009; GOLD, 2011). O regime terapêutico não-medicamentoso
baseia-se no treino das técnicas de reeducação funcional respiratória, de gestão de
esforço, de conservação de energia; contempla ainda a evicção tabágica e as medidas de
higiene e dietéticas (NAZIR et al, 2009; DGS, 2010; GOLD, 2011).
Referimos também o tratamento cirúrgico, em que é realizado o transplante de
pulmão, sendo a sobrevida de 50% aos 5 anos (GOLD, 2011).
A DPOC é uma doença prevenivel e tratável, sendo recomendadas estratégias
fáceis de implementação como sejam a realização de consultas que promovam a
redução/ evicção dos fatores de risco, a divulgação de normas de boas práticas e a
implementação de programas de reabilitação respiratória que minimizem as
exacerbações e a evolução da doença (DGS, 2010).
A reabilitação respiratória é definida como a intervenção global e
multidisciplinar, baseada na evidência, dirigida a doentes sintomáticos e,
frequentemente, com redução das AVD6, para reduzir os sintomas, otimizar a
funcionalidade, aumentar a participação social e reduzir custos de saúde, através da
estabilização ou regressão das manifestações sistémicas da doença (DGS, 2009).
No âmbito da reabilitação respiratória, a educação para o autocuidado: gestão do
regime terapêutico é uma estratégia, que visa o autocontrolo da doença no domicílio,
permitindo reduzir o recurso á urgência hospitalar por agudizações ou complicações;
diminuir a morbilidade e mortalidade, racionalizar a prescrição e o consumo de meios
terapêuticos (DGS 2010).
Os enfermeiros de reabilitação reúnem um conjunto de competências específicas
que lhes permitem prestar cuidados de reabilitação aos idosos com DPOC, e promover o
autocuidado: gestão do regime terapêutico (OE, 2010) e que abordamos seguidamente.
6 No contexto da reabilitação, as atividades de vida diária (AVD), refere-se ao conjunto de atividades que as pessoas desempenham no seu dia-a-dia. Estas dividem-se em dois grupos: (1) cuidado pessoal ou em atividades básicas de vida diária (ABVD), que se referem às funções do corpo, estruturas envolvidas e atividades para a sua execução e incluem a higiene pessoal; alimentação (usar os talheres, partir os alimentos, dirigir comida à boca); vestuário (escolher a roupa do armário e vestir-se), controlo da eliminação vesical e intestinal e uso de sanitário; locomoção e transferências (sair da cama para a cadeira e vice-versa, da cadeira para outra superfície) (2) atividades domésticas ou comunitárias ou atividades de vida instrumental diária (AIVD), referem-se as capacidades para gerir o ambiente em que vive e inclui a preparação de refeições, realizar as tarefas domesticas, lavar roupa, gerir o dinheiro, usar o telefone, gerir a terapêutica, fazer compras e usar os meios de transporte (FRICKE, 2010; CARDOSO, 2011).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 21
1.1- A INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA
PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO
As alterações respiratórias relacionadas com a progressão da DPOC, no idoso,
acarretam graves limitações na capacidade funcional, com substancial perda de
qualidade de vida (ONDR, 2011). A qualidade de vida inclui “a perceção do indivíduo
da sua posição na vida, no contexto, na sociedade”, e é influenciada pela “cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações” (OMS, 2005). É um valor atribuído à vida e que se altera com
a deficiência, o estado funcional, a perceção de saúde e as oportunidades sociais devidas
a uma doença (LOPEZ, 1996; AMORIM, 2009).
As limitações da funcionalidade no idoso com DPOC podem originar
incapacidade e obrigar a alterações permanentes, determinando consequências ao nível
da pessoa, com aumento da dependência nas AVD, (essencialmente na higiene pessoal,
no vestir/despir, na locomoção, fazer compras, preparar refeições, realizar as tarefas
domésticas, usar transportes e conduzir); do desempenho em família e em sociedade
(com diminuição das saídas de casa para passear, ir de férias, visitar familiares e
amigos, e manter atividades ocupacionais e de lazer), que comprometem o seu bem-
estar7, no quotidiano (HOEMAN, 2011; ONDR, 2011). Referem-se também as
consequências a nível económico relacionadas com os gastos com a sua doença
tendencialmente crescentes, nomeadamente com o regime terapêutico, com a realização
de exames auxiliares de diagnóstico, com os custos das deslocações frequentes ao
hospital e no acesso a outros recursos (HOEMAN, 2011; DGS, 2009).
A DGS (2009) apela à congregação de esforços dos serviços prestadores de
cuidados a nível primário, secundário e terciário, no sentido de se evitar ou controlar a
doença.
No âmbito do programa de Prevenção e Controlo da DPOC e de acordo com as
orientações técnicas da reabilitação respiratória, a educação para o autocuidado: gestão
do regime terapêutico promove a adesão8 ao regime terapêutico; a modificação do
7 Bem-estar é entendido como “a experiência humana de saúde que resulta da capacidade que cada pessoa tem para ultrapassar equilíbrios perdidos e de se adaptar às circunstâncias da vida, por si só ou com ajuda” (BASTO, 2009, p 14) 8 “Ação auto-iniciada para promoção de bem-estar, recuperação e reabilitação (…). Cumpre o regime de tratamento, toma os medicamentos como prescritos (…)” (ICN, 2011, p. 38).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 22
comportamento e do estilo de vida; o autocontrolo da doença no domicílio, otimiza
o recurso aos serviços de saúde, melhora a funcionalidade e a qualidade de vida
(MAGALHAES, 2009; DGS, 2010, GOLD, 2011).
A este propósito, a OMS (2000) refere que a educação é um direito básico e
salienta a estratégia de habilitar as comunidades e os indivíduos, capacitando-os
(empoderamento) para controlarem a sua saúde e o ambiente.
Nesta sequencia a educação para a saúde tem de se constituir como um processo
sistematizado, orientado para utilização de estratégias que permitam o melhor nível de
saúde do idoso com DPOC, respeitando os princípios do envelhecimento ativo (WHO,
2003).
A educação da pessoa com necessidades de saúde tem importância para que esta
se possa autocuidar OREM (1995) e constitui um aspeto importante na garantia de
autonomia9, segurança e participação em sociedade (CARLSON, 2006; OE, 2010).
O autocuidado é definido como as “atividades que a pessoa10 inicia e executa
para benefício próprio, com o intuito de preservar a vida, manter a saúde11 e o bem-
estar” OREM (1995) cit. por TOMEY (2004, p. 213) e é um foco da prática de cuidados
de enfermagem (ICN, 2011).
Assim, no processo de cuidados12 ao idoso com DPOC, o enfermeiro avalia a
natureza multidimensional dos compromissos respiratórios, os conhecimentos e a
capacidade para o autocuidado: gestão do regime terapêutico, desenvolvendo o plano de
cuidados de enfermagem (HOEMAN, 2011). Este é um processo ativo e cognitivo no
qual o doente assume a responsabilidade pelo seu processo de saúde-doença,
procurando manter a sua saúde ou controlar a sua situação de doença e conseguir o
bem-estar (OREM, 1995). Este deve ser desenvolvido em parceria com a pessoa e a
9 Segundo VEIGA (2011), o conceito de autonomia, na enfermagem é transversal em todas as construções teóricas, no entanto ela emerge como elemento central no modelo de Orem. Esta refere-se à autonomia como a aptidão da pessoa fazer as próprias escolhas no desempenho do seu autocuidado. 10 Para Orem e de acordo com a OE (2002, p. 6) a Pessoa “é um ser social, agente intencional de comportamentos baseados nos valores, nas crenças e nos desejos de natureza individual, o que torna cada pessoa num ser único, com dignidade própria, e direito a autodeterminar-se”(…) 11 Saúde, de acordo com OREM (1995), que apoia a definição de saúde da OMS, é o estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença; inclui os cuidados de promoção e manutenção de saúde (prevenção primária), o tratamento da doença ou da lesão (prevenção secundária) e a prevenção de complicações (prevenção terciária). 12 Processo de cuidados é para AMENDOEIRA (2000), “um processo de interação onde o centro de interesse é a pessoa e, onde o profissional possui os conhecimentos específicos que lhe permitem diagnosticar e planear o trabalho, que ele próprio executa e controla”.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 23
família13, pelo seu suporte nas componentes físicas e emocional, nomeadamente nos
períodos após hospitalização (MARTINS, 2003; MENDES, 2009).
Perceber a natureza dos cuidados que presta e a teoria que os suporta conduz a
uma adequação conceptual dos cuidados. Nesta perspetiva, o modelo do autocuidado de
OREM, que regula a atuação do enfermeiro às necessidades da pessoa em autocuidado e
a sua previsão e manutenção numa base de continuidade para a manutenção da vida,
pode conduzir o enfermeiro no apoio e educação para o autocuidado: gestão do
regime terapêutico. (OREM 1995).
Segundo OREM (1995), no cuidado à pessoa incapaz ou limitada na satisfação
do seu autocuidado, o enfermeiro planeia e implementa um conjunto de intervenções
que visam cuidar da pessoa com diferentes graus de dependência e promover o seu
autocuidado.
OREM (1995), desenvolveu a teoria de enfermagem do autocuidado, a qual é
composta por três teorias inter-relacionadas: a teoria do autocuidado; a teoria do deficit
de autocuidado e a teoria dos sistemas de enfermagem.
A autora sugere, também, três classificações de sistemas de enfermagem de
forma a poder dar resposta aos requisitos de autocuidado: o sistema totalmente
compensatório, parcialmente compensatório e o sistema de apoio e educação. No
sistema totalmente compensatório, as pessoas apresentam limitações que as tornam
socialmente dependentes de outros para continuar a sua existência e o seu bem-estar. No
sistema de enfermagem parcialmente compensatório, o cuidado baseia-se nas ações de
manipulação ou deambulação. No sistema de apoio-educação, a pessoa para
desempenhar o seu autocuidado necessita de aprender a executar através de orientação.
O enfermeiro de reabilitação, no seio da equipa multidisciplinar, tem um
papel fundamental na reabilitação do idoso com DPOC. O seu nível de conhecimentos e
a sua experiência acrescida permite-lhe tomar decisões relativas à promoção da saúde,
prevenção de complicações secundárias, tratamento e reabilitação, maximizando o
potencial do idoso com DPOC (OE, 2010).
De acordo com HOEMAN (2011) as intervenções no âmbito da enfermagem de
reabilitação pretendem: “definir objetivos para níveis máximos de independência
funcional e nas AVD; promover o autocuidado; prevenir complicações; reforçar
comportamentos de adaptação; assegurar a acessibilidade e a continuidade de cuidados
13 A família é entendida como os “membros ligados através da consanguinidade, afinidade emocional ou parentesco… pessoas que são importantes para o cliente …” (ICN, 2006)
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 24
e serviços; advogar a melhor qualidade de vida; (…) contribuir para reformas na
prestação de cuidados e na estrutura dos serviços de saúde” (HOEMAN, 2011, p3).
Considerando as competências específicas, o enfermeiro de reabilitação: Cuida
de pessoas com necessidades especiais, ao longo do ciclo de vida, em todos os
contextos da prática de cuidados; Capacita a pessoa com deficiência, limitação da
atividade e ou restrição da participação para a reinserção e exercício da cidadania;
Maximiza a funcionalidade desenvolvendo as capacidades da pessoa
(REGULAMENTO nº 125/ 2011).
Assim, no âmbito da prevenção, o enfermeiro de reabilitação promove o
diagnóstico e ações preventivas de enfermagem de reabilitação14, de forma a garantir a
manutenção das capacidades funcionais, prevenir complicações e evitar a incapacidade
(OE, 2010). Numa situação já existente ou previsível, o enfermeiro de reabilitação tem
como objetivo que a pessoa com deficiência15 ou incapacidade16 consiga manter o
melhor nível de funcionalidade e autonomia, evitando situações de desvantagem17
(HESBEEN, 2003). Na sua intervenção, o enfermeiro de reabilitação utiliza práticas
específicas de reabilitação e intervém na educação do doente e pessoas significativas, no
planeamento da alta, na continuidade dos cuidados e na sua reintegração na família e na
comunidade, facultando-lhes assim, o direito à dignidade e à qualidade de vida (OE,
2010).
A adesão e manutenção do autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso
com DPOC, reduz a dispneia, melhora a capacidade física e a qualidade de vida
(EFRAIMSSON et al, 2008; NAZIR, 2009; EFFING et al, 2009), pelo que tem um
efeito positivo não só na doença em si, como nas suas repercussões sistémicas: diminui
a progressão de outras doenças associadas como é exemplo a doença cardiovascular;
melhora a tolerância ao esforço; previne as alterações psicológicas que aparecem ou se
agravam com a longa duração da doença (depressão e/ou ansiedade); é facilitadora do
convívio com os amigos e outras pessoas, tornando possível viver de novo, em
14 A enfermagem de reabilitação “é um processo criativo que começa com cuidados preventivos imediatos, no estádio inicial da doença (…), continua na fase de recuperação e envolve a adaptação da pessoa como um todo ao novo estilo de vida” (HOEMAN, 2011) 15 Deficiência: qualquer perda ou alteração de uma estrutura ou de uma função fisiológica, psicológica ou anatómica. Ex: dispneia, tosse, expetoração, depressão, ansiedade (HESBEEN, 2003). 16 Incapacidade: restrição ou falta de capacidade para uma atividade, dentro dos moldes e limites considerados normais. Ex: intolerância ao esforço, incapacidade de deambulação (HESBEEN, 2003). 17 Desvantagem: representa a expressão social de uma deficiência ou de uma incapacidade (influenciada pelos carateres culturais, sociais, económicos e ambientais). Ex: desvantagem na independência física, na capacidade de ocupação, na integração social, na independência económica (HESBEEN, 2003).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 25
sociedade e ao mesmo tempo conviver com a doença (COSME et al, 2006;
MAGALHAES, 2009; PANDILHA; 2010).
A adesão ou concordância é influenciada por fatores internos, como as crenças,
as experiências positivas e a forma como as mobiliza e fatores externos, como o suporte
dado pela família na manutenção da adesão (SILVA, 2010). OSTERBERG et al (2005),
referem também a influência da educação do doente; da comunicação estabelecida entre
profissionais de saúde e doente; da posologia e tipo de fármaco; e da acessibilidade aos
serviços de saúde.
A adesão pode ser avaliada de acordo com o grau de conformidade entre as
recomendações dos profissionais de saúde, o comportamento da pessoa relativamente ao
regime terapêutico proposto, os conhecimentos que a pessoa tem, quer em termos do
seu problema de saúde, quer relacionado com o regime terapêutico, a permanência em
programas de tratamento, o seguimento das consultas previamente estabelecidas, a
aquisição dos medicamentos prescritos e a toma dos mesmos de forma adequada, o
seguimento de regimes alimentares ou a prática de exercício físico, ou ainda, o
abandono de comportamentos de risco e mudanças de hábitos de vida que coincidam
com o regime terapêutico prescrito (DELGADO et al, 2001; SILVA, 2010; GASPAR,
2011).
O idoso com DPOC está sujeito a um regime terapêutico complexo com recurso
a múltiplas estratégias farmacológicas e não farmacológicas em simultâneo. Realça-se a
polimedicação, com recurso a vários fármacos, diferentes horários, necessidade de
adequação das dosagens em função dos valores resultantes da auto vigilância, a
utilização de diferentes vias de administração (via oral, inalatória), em simultâneo com,
a utilização de estratégias não farmacológicas, como a adequação de hábitos
alimentares, realização de exercício e o autocontrolo de sintomas. (PANDILHA, 2010).
A promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso com
DPOC, baseia-se nas ações de incentivo da evicção tabágica; na educação sobre a
doença (fisiopatologia das doenças respiratórias e patologias associadas; causas de
dificuldade respiratória, sinais e sintomas); a nutrição adequada; a gestão da
inaloterapia, oxigenoterapia e ventiloterapia; a intervenção nas agudizações, saídas
de casa e viagens; e a gestão do regime terapêutico não-medicamentoso
(MAGALHÃES, 2009; DGS, 2009).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 26
Das intervenções recomendadas para a promoção do autocuidado: gestão do
regime terapêutico não-medicamentoso (DGS, 2010; GOLD, 2011), salientam-se as
seguintes:
O treino de técnicas de relaxamento para controlo de pânico e ansiedade,
situações que influenciam a ocorrência de sintomas como a dispneia. As técnicas de
descanso e relaxamento, também, têm como objetivo reduzir a tensão física e psíquica,
permitindo um melhor desempenho na realização dos exercícios de reeducação
funcional diafragmática. O doente deve ser posicionado em decúbito dorsal e membros
inferiores ligeiramente fletidos, para favorecer o relaxamento dos músculos abdominais.
Em doentes dispneicos, deve-se elevar a cabeceira da cama (HEITOR et al, 1988;
LYNES, 2007). Em caso de crise de dispneia, devem ser treinadas as posições de
descanso, como a “posição de cocheiro”, em que o diafragma adquire uma curvatura
mais fisiológica e todos os músculos acessórios da respiração, pescoço, cintura
escapular, e membros superiores ficam em posição de relaxamento. A esta posição o
doente deve associar a técnica de dissociação dos tempos respiratórios18 (LYNES, 2007)
O treino de reconhecimento de dispneia19. A dispneia é o sintoma frequente na
DPOC (DGS, 2010) e interfere com a capacidade de respirar, falar, dormir, de
autocuidado, de andar em casa, subir escadas, andar na rua, ter relações sexuais, de
realizar atividades domesticas e de socialização (LYNES, 2007; ALMEIDA et al,
2009). Instruir o idoso a reconhecer a dispneia e a ter o seu autocontrolo no desempenho
das atividades no dia-a-dia, permite-lhe maior tolerância à atividade física (LYNES,
2007; ALMEIDA et al, 2009). Na avaliação da dispneia o doente reconhece e
discrimina os diferentes estímulos, atribuindo-lhes um valor de acordo com uma escala,
nomeadamente, a Escala de BORG20. A realização de atividade física intercalada com
períodos de descanso considera a perceção da dispneia (FISHMAN et al, 2008;
ALMEIDA et al, 2009).
O treino da respiração diafragmática e expiração com os lábios semicerrados
ajuda a diminuir a hiperinsuflação dinâmica, favorece as trocas gasosas, promove o
aumento da força e resistência dos músculos respiratórios e otimiza o padrão
18 Na técnica de dissociação dos tempos respiratórios a pessoa inspira pelo nariz (“cheira uma flor”) e expira pela boca lentamente (“sopra a vela”) (HEITOR et al, 1988; ALMEIDA et al, 2009). 19 Dispneia pode definir-se como perceção de respiração difícil por parte da pessoa doente, a sensação subjetiva de desconforto, dificuldade em respirar (O'DONNELL, 2007). 20 Escala de Borg Modificada: avalia a dispneia de 0-10, sendo 0 nenhuma falta de ar e 10 a máxima falta de ar, de acordo com a perceção do doente (BORG, 1982).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 27
respiratório tóraco-abdominal. O controlo destas técnicas facilita a gestão da dispneia
durante as exacerbações ou em períodos de ansiedade ou maior esforço e melhora a
capacidade de exercício (FISHMAN et al, 2008; DGS, 2009). Para que a manobra seja
correta o tórax deverá permanecer imóvel, havendo apenas movimento a nível
abdominal. O doente é instruído e treinado a inspirar pelo nariz e a expirar lentamente
pela boca com os lábios semicerrados. Assim, mantem-se a pressão positiva das vias
aéreas, evitando o colapso dos bronquíolos terminais e a hiperinsuflação torácica
(HEITOR et al, 1988; FISHMAN et al, 2008). Devido à produção de muco é importante
instruir e treinar, também, a técnica de expiração forçada21 e a técnica de tosse dirigida22
para realizar a higiene brônquica diária (FISHMAN et al, 2008; PRESTO et al, 2009).
O treino de técnicas de conservação de energia e de controlo de dispneia, nas
quais o doente é instruído a realizar a atividade intercalada com períodos de descanso,
não aumentando a dispneia. No período de descanso deve ser executada a dissociação
dos tempos respiratórios e a expiração com os lábios semicerrados (DGS, 2009;
PRESTO et al, 2009). No desempenho do autocuidado o idoso deve ser aconselhado a
tomar banho sentado num banco; vestir/ despir, calçar e descalçar os sapatos sentado;
fazer a higiene pessoal sentado (escovar os dentes, lavar a cara, pentear-se e barbear-se);
usar sapatos sem cordão; dividir o tempo para a realização de tarefas do dia-a-dia e não
ter pressa aquando da sua realização; e subir escadas degrau a degrau (DGS, 2009).
Estas alterações nas tarefas diárias reduzem a sensação de dispneia e diminuem o
aparecimento de alterações metabólicas e respiratórias durante a realização das mesmas
(DGS, 2009; PRESTO et al, 2009). Aconselha-se a colocação de barras de apoio na casa
de banho para diminuir o gasto de energia e aumentar a segurança nas transferências ao
sentar/ levantar da banheira/ poliban – cadeira e vice-versa, cadeira- sanita (DGS, 2009;
PRESTO et al, 2009).
A planificação da realização das atividades e de períodos de descanso, a
disposição dos objetos mais frequentemente utilizados em locais de fácil acesso e a
eliminação de barreiras arquitetónicas são fundamentais para reduzir o gasto de energia
21 Na expiração forçada a pessoa inspira profundamente pelo nariz e de seguida faz a expiração rápida com a glote aberta, que se assemelha à técnica de “embaciar um vidro”, sempre com a coordenação dos músculos abdominais (PRESTO et al, 2009). 22 Na realização da tosse a pessoa inspira profundamente pelo nariz e faz a expiração forçada com a glote fechada (semelhante ao reflexo de tosse) e com contração da musculatura abdominal (PRESTO et al., 2009).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 28
e a sensação de dispneia, permitindo que o idoso se mantenha ativo, facilitando a sua
reintegração no contexto familiar e na comunidade (ALBERT et al, 2008).
O treino de exercício físico, designado por treino de esforço, é aglutinador dos
outros componentes da reabilitação respiratória, e associa o treino de endurance e o
treino de força (DGS, 2009). Este melhora a função esquelética e morfológica dos
músculos afetados pela inatividade, diminuindo a dispneia com a atividade e
melhorando a capacidade para o exercício (FISHMAN et al, 2008; ALMEIDA, 2009).
O treino de endurance baseia-se no treino simples (exercícios de moderada
intensidade, por um período relativamente longo. Ex: marcha, bicicleta) e no treino
intervalado (exercícios com intensidade variável, com períodos curtos de elevada
intensidade e seguidos de períodos de baixa intensidade, aplicados de forma
sequencial), usado particularmente em doentes com capacidade física mais diminuída
(DGS, 2009). O treino de força consiste na realização de exercícios dos membros
superiores e inferiores, com utilização de resistências ou pesos/halteres (DGS, 2009).
Na realização do treino de esforço, é recomendado o uso de oxigénio em doentes
com hipoxemia em repouso ou induzida pelo exercício, por aumentar significativamente
a capacidade de exercício e reduzir os efeitos adversos. O doente é ensinado a expirar
com os lábios semicerrados durante a fase de esforço e inspirar durante a fase de
relaxamento (LYNES, 2007).
O treino dos músculos respiratórios está indicado quando a sua força está tão
diminuída que passa a ser um componente da limitação ao exercício (DGS, 2009).
O treino resistido dos membros inferiores melhora a locomoção, uma vez que
são os que mais sofrem com a inatividade. Os exercícios resistidos para os membros
superiores melhoram o desempenho em muitas tarefas e ajudam a reduzir a dispneia,
uma vez que alguns músculos envolvidos no movimento dos membros superiores
também atuam como músculos acessórios da respiração (LYNES, 2007; ALMEIDA,
2009).
A atividade física progressiva, aumenta a capacidade para o exercício e
interrompe o ciclo de descondicionamento físico. O descondicionamento físico está
relacionado com o estilo de vida sedentário que o doente com DPOC adota
frequentemente, devido à presença de dispneia e intolerância à atividade. A presença da
dispneia com a atividade física, leva o doente a reduzir a atividade. Da inatividade
surgem alterações na estrutura e função dos músculos periféricos, resultando menos
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 29
capacidade para o movimento, mais dispneia e fadiga ao exercício, levando a mais
sedentarismo e assim sucessivamente (LYNES, 2007; ALMEIDA et al, 2009).
Todos os doentes que apresentam dispneia, em pequenas caminhadas, em piso
sem inclinação, aparentam ter benefícios com a reabilitação respiratória, tais como, a
redução da dispneia, da fadiga, maior tolerância ao esforço, maior participação nas
AVD e melhoria a nível emocional (MAGALHÃES, 2009; GOLD, 2011).
O aumento da capacidade funcional para o exercício, aumenta a participação
social, reduz o número de hospitalizações, reduz o custo com o tratamento, através da
estabilização ou regressão das manifestações da doença e diminui a taxa de mortalidade
(ALMEIDA et al, 2009; DGS, 2010; OSTHOFF et al, 2010).
Assim, tendo em conta que a intervenção do enfermeiro de reabilitação,
apresenta-se no próximo capítulo os resultados do projeto elaborado e desenvolvido no
serviço de Pneumologia C, com a finalidade de melhorar os cuidados de enfermagem na
promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 30
2- DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO “PROMOÇÃO DO
AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO IDOSO
COM DPOC”
No âmbito da Unidade Curricular de Seminário Projeto, do Curso de Mestrado
de Enfermagem de Reabilitação, conforme referido anteriormente, foi elaborado e
desenvolvido o trabalho de projeto de intervenção de enfermagem de reabilitação:
“Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta
do idoso com DPOC”, com a finalidade de melhorar os cuidados de enfermagem de
reabilitação (anexo I). Neste, foi utilizada a metodologia de trabalho projeto e de acordo
com LEITE et al (2003) foram percorridas as seguintes etapas: identificação/formulação
do problema, pesquisa/produção e apresentação/globalização/avaliação final.
Assim, partindo do pressuposto de que a capacitação para o autocuidado: gestão
do regime terapêutico, no idoso com DPOC, permite o autocontrolo da doença no
domicílio e melhora a sua qualidade de vida; e como enfermeira especialista a prestar
cuidados de enfermagem de reabilitação, no serviço de Pneumologia C, particularmente
na área da reabilitação respiratória, ter percecionado empiricamente os reinternamentos
frequentes no idoso com DPOC, quer por ter constatado a ausência de um plano que
permitisse a intervenção estruturada no planeamento da alta e na promoção do
autocuidado, nasceu a intenção de elaborar o projeto. Esta intenção levou à identificação
e validação da problemática com a equipa de enfermagem; e formulação da questão/
problema: quais são as intervenções de enfermagem de reabilitação que promovem o
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta do idoso com
DPOC?
Ainda, no sentido do aprofundamento dos conhecimentos, foi realizada a revisão
bibliográfica sobre o autocuidado: GRT, no idoso com DPOC e as intervenções de
enfermagem de reabilitação para a sua promoção; a partir desta foi elaborado o plano de
atividades, com a definição de objetivos, atividades e a inventariação dos recursos
necessários para melhorar a promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 31
A implementação do projeto decorreu de acordo com o plano de atividades
planeado e os seguintes objetivos:
Estruturar procedimentos para a promoção do autocuidado: GRT, no
planeamento da alta do idoso com DPOC;
Implementar o plano de educação do idoso com DPOC, no autocuidado:
GRT;
Assegurar a continuidade dos cuidados na comunidade através da
melhoria da articulação com os cuidados de saúde primários e do apoio
formal nas primeiras semanas após a alta.
No âmbito das atividades desenvolvidas salienta-se a elaboração e apresentação
de um instrumento de colheita de dados para avaliar as necessidades do idoso com
DPOC, nomeadamente de educação para o autocuidado: GRT; a elaboração e
apresentação do plano de educação para o autocuidado, para facilitar a estruturação das
intervenções de enfermagem; a elaboração e apresentação do panfleto informativo para
complementar as ações desenvolvidas; a implementação do correio eletrónico para
partilhar a informação com o enfermeiro do Centro de Saúde e encaminhar a carta da
alta de enfermagem em tempo “real”; a criação de uma linha telefónica para
esclarecimento de dúvidas e apoio ao idoso e família; a implementação da visita
domiciliária (na primeira semana após a alta) em conjunto com o enfermeiro do Centro
de Saúde, aos idosos com OLD e VNI para assegurar a continuidade dos cuidados e a
elaboração e apresentação da norma do planeamento da alta e promoção do
autocuidado: gestão do regime terapêutico.
Assim, o planeamento da alta e a promoção da educação para o autocuidado:
GRT, foi implementado de forma estruturada de acordo com a norma elaborada e
implementada no serviço (anexo IV), desde a admissão do idoso. Segundo
PETRONILHO (2007), o planeamento da alta desde a admissão, possibilita que o
doente no dia da alta se encontre preparado para regressar ao domicílio. A norma
mencionada e aprovada pela direção do serviço, após o período de teste, que teve a
duração de cerca de quatro semanas, contemplou a:
a realização da avaliação das necessidades de educação para o autocuidado:
gestão do regime terapêutico, do idoso com DPOC, nas primeiras 24 horas;
a implementação do plano de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico, precocemente, de acordo com a situação clínica;
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 32
a promoção da continuidade dos cuidados no domicílio através da melhoria
da articulação de cuidados de enfermagem de reabilitação, entre o serviço e
o Centro de Saúde e com a partilha de informação em tempo real.
Considerando a intervenção do enfermeiro de reabilitação na educação para o
autocuidado: gestão do regime terapêutico e no sentido de avaliar e analisar o impacte
do projeto referenciado, foi realizado o estudo no idoso com DPOC, para avaliar a
intervenção de enfermagem de reabilitação, procurando-se responder à seguinte
questão: Quais os efeitos da intervenção do enfermeiro de reabilitação na promoção do
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no idoso com DPOC?
O objetivo geral do estudo foi avaliar os efeitos da intervenção do enfermeiro de
reabilitação na promoção do autocuidado gestão do regime terapêutico, na adesão, na
autonomia e na qualidade de vida do idoso com DPOC.
Referem-se ainda como objetivos específicos (1) caraterizar os idosos segundo
as dimensões biopsicossociais; os fatores de risco; a situação clinica e o regime
terapêutico; (2) avaliar a adesão ao regime terapêutico, (3) avaliar a autonomia (física e
instrumental) e a (4) qualidade de vida.
No sentido de dar resposta a estes objetivos procurou-se numa primeira fase
operacionalizar o processo de recolha de dados; identificar os sujeitos a incluir no
estudo e definiram-se os procedimentos metodológicos a ter em conta, de forma a
permitirem a análise sistemática dos resultados obtidos.
Em relação aos Sujeitos, foram selecionados 11 idosos internados no serviço de
Pneumologia C do CHO, Unidade de Torres Vedras, com o diagnóstico de DPOC. O
grupo de idosos foi obtido de modo não aleatório, de acordo com os seguintes critérios
de inclusão:
Ter o diagnóstico DPOC;
Estar orientado no tempo, no espaço e na pessoa;
A viver no domicílio e no concelho de Torres Vedras.
Quanto ao Contexto/ Caraterização do serviço, refere-se que o serviço de
Pneumologia C faz parte do CHO: Unidade de Torres Vedras e é constituído por quatro
enfermarias e dois quartos (utilizados frequentemente para o isolamento), num total de
18 camas. Os doentes são admitidos pelo Serviço de Urgência (89,0%), Consulta
Externa (4,7%) e de outros serviços (6,3%), sendo os diagnósticos mais frequentes a
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REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 33
Pneumonia, a DPOC, a neoplasia pulmonar, a asma agudizada e o derrame pleural. De
acordo com o quadro nº 1, no ano 2012, foram internados 489 doentes. Cerca de 11,3%
dos doentes (55) foram internados com o diagnóstico de DPOC, em relação à idade a
sua maioria (84,5%) tinham idade igual ou superior a 65 anos; apenas 14,5% tinham
idades compreendidas entre 52 e 64 anos23.
Quadro nº 1: Alguns dados de caraterização do serviço de Pneumologia, no ano 2012
Em relação à constituição da equipa de saúde e segundo o quadro nº 2,
salienta-se que a equipa de enfermagem é constituída por 13 enfermeiros, sendo apenas
um especialista de reabilitação.
A organização dos cuidados de enfermagem é feita pelo método individual,
sendo a distribuição dos doentes realizada de acordo com o número de horas de
cuidados de enfermagem necessários, segundo a classificação de doentes.
Quadro nº 2: Constituição da equipa de saúde do serviço de Pneumologia C
ENFERMEIROS Nº 12 Enfermeiros (inclui 1 enfermeiro especialista de reabilitação) 12 Enfermeira Chefe 1 MEDICOS Médicos Pneumologistas 8 OUTROS PROFISSIONAIS Assistentes Social 1 Dietista 1 Fisioterapeuta 1 Secretária de Unidade 1
Assistentes Operacionais 9
Relativamente ao instrumento de recolha de dados, foi utilizado o instrumento
elaborado para a avaliação das necessidades do idoso com DPOC, no âmbito da
enfermagem de reabilitação (anexo V) e que inclui:
a avaliação biopsicossocial e da capacidade funcional (autonomia física e
instrumental), através do Método de Avaliação Biopsicossocial (MAB);
a avaliação da adesão ao regime terapêutico medicamentoso, através da Medida de
Adesão Terapêutica (MAT) e da adesão ao regime terapêutico não medicamentoso;
a avaliação da qualidade, através do questionário respiratório (SGRQ).
23 Dados relativos ao ano 2012, de acordo com o programa SONHO do CHO: Unidade Torres Vedras.
Nº doentes internados
Doentes tratados por cama
Demora media (dias)
Taxa de ocupação
Taxa de reinternamentos
Taxa de mortalidade
489 27 12 91, 3% 11, 0% 14,7%
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Relatório de Trabalho de Projeto 34
A utilização do Método de Avaliação Biopsicossocial – MAB (BOTELHO,
2011), permitiu avaliar o idoso nos domínios mental, físico, funcional e conhecer as
alterações na autonomia física e instrumental. Para a avaliação no domínio Biológico
foi incluída a idade, sexo, estado de nutrição (IMC [peso (Kg) /altura (m) 2] e cintura)24;
no domínio Psicológico foi incluído o estado cognitivo (orientação tempo e espaço) e
as queixas emocionais; no domínio Social foi questionado o estado civil, onde e com
quem vive e a escolaridade25; A avaliação da autonomia física baseia-se na avaliação
do autocuidado: lavar-se/tomar banho, vestir-se/despir-se, alimentar-se/comer; usar a
sanita/bacio/urinol, controlar a urina, controlar as fezes, deitar-se/levantar-se da cama,
sentar-se/levantar-se da cadeira e andar) e a autonomia instrumental baseia-se na
avaliação da dependência nos itens: usar o telefone, fazer compras, preparar refeições,
tarefas de lida da casa; lavar/tratar da roupa; usar transportes, onde não pode ir a pé;
tomar os seus medicamentos e gerir o seu dinheiro. A classificação dos domínios está
estruturada segundo uma escala tipo Likert, com quatro níveis (0-incapaz; 1-
dependente; 2-autónomo; 3-independente), integrados numa abordagem dicotómica 0 e
1 desfavorável/indesejável/dependente; 2 e 3- favorável/ desejável/autossuficiente.
A utilização da Medida de Adesão Terapêutica (MAT) permitiu o registo de
dados relativos a sete variáveis sobre o comportamento do idoso face à adesão ao
regime medicamentoso, avaliada também, através de uma escala de tipo Likert com 6
opções. A adesão ao regime medicamentoso é tanto maior, quanto mais elevada for a
cotação obtida (DELGADO et al, 2001).
Para avaliar a capacidade para gerir o regime terapêutico não
medicamentoso foi observado e registado em tabela o comportamento do idoso no
âmbito da gestão do regime terapêutico de acordo com as recomendações da DGS
(2009), nomeadamente a capacidade de reconhecer a dispneia, de realizar a técnica de
relaxamento, a técnica de conservação de energia; a técnica de gestão de esforço e o
reconhecimento de sinais de alerta. As respostas foram classificadas segundo: Demostra
conhecimento/ executa bem (D); Não demonstra conhecimento ou executa mal (ND).
24 O Índice de Massa Corporal (IMC), que idealmente se deve situar entre 18 e 25 (PORTAL DA
SAÚDE, 2005); O IMC deve ser sempre calculado nos doentes com DPOC, para identificar situações que
necessitam de encaminhamento: o IMC baixo é muitas vezes revelador de disfunção muscular, por outro
lado o IMC elevado pode acarretar limitações na ventilação (ALMEIDA, 2009). Ambas aumentam o
risco para readmissão hospitalar (WEDZICHA et al, 2009). 25 Anos de Escolaridade: (0) 0 anos /analfabeto, (1) 1 a 6 anos, (2)7 a 12 anos, (3) 13 ou mais anos.
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Relatório de Trabalho de Projeto 35
Na avaliação da qualidade de vida do idoso com DPOC, foi utilizado pelo seu
nível de abrangência e maior especificidade, o Questionário St. George Hospital
(SGRQ). É um questionário respiratório específico, validado para a população
portuguesa por TAVEIRA et al (1999) e recomendado pela DGS (2009), que avalia
especificamente a qualidade de vida e quantifica os ganhos em saúde após as
intervenções dos profissionais de saúde. Este questionário aborda os aspetos
relacionados em três domínios: sintomas (oito questões), atividade (dezasseis questões)
e impacte psicossocial (vinte seis questões) que a doença respiratória provoca. No
domínio dos sintomas é avaliada a presença da dispneia, da pieira, da tosse e das
agudizações. O domínio da atividade abrange as AVD que estão limitadas pela dispneia
e o domínio psicossocial, os aspetos relacionados com o comportamento social e
alterações emocionais (TAVEIRA et al, 1999).
Os resultados variam entre zero e cem, em que os com valores mais baixos
indicam melhores níveis de qualidade de vida. Valores acima de 10%, refletem uma
qualidade de vida alterada naquele domínio. Alterações iguais ou maiores que 4% após
uma intervenção, em qualquer domínio, indica uma mudança significativa na qualidade
de vida (TAVEIRA et al, 1999).
No âmbito dos procedimentos metodológicos, refere-se que o projeto
“Promoção da autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta do
idoso com DPOC” foi aprovado em abril de 2012 (anexo II), pela direção de
enfermagem e direção clínica do Hospital, bem como do serviço de Pneumologia C.
Na colheita de dados e nas intervenções realizadas foram levadas em conta as
questões éticas. Os idosos e família foram previamente informados do objetivo do
projeto (anexo III), sendo garantida a confidencialidade, o direito à intimidade, à
proteção contra o desconforto e a liberdade para poder ou não participar no estudo,
tendo em conta os princípios preconizados por FORTIN (2003). Foi garantido que seria
omitida a sua identidade, pois os resultados seriam apresentados de forma global, não
permitindo nunca a possibilidade destes serem identificados.
Entre maio de 2012 e janeiro de 2013, foi aplicado o instrumento de colheita de
dados aos doentes internados com os critérios já mencionados. Foi realizada a avaliação
inicial e a identificação das necessidades de educação para o autocuidado. As
necessidades do idoso com DPOC foram avaliadas, sempre que possível, nas primeiras
24 horas, através da entrevista com o idoso e família.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
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Relatório de Trabalho de Projeto 36
Quando a situação clinica do doente já estava estável, era iniciado o programa de
educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico. Foram realizadas sessões de
educação para o autocuidado, de segunda-feira a sexta-feira, no turno da manhã (8-16h),
pela enfermeira especialista ou pelo enfermeiro generalista com supervisão do
enfermeiro especialista, de acordo com as necessidades e a capacidade de aprendizagem
do idoso. O familiar mais próximo era convidado a assistir às ações de educação e
sempre que possível participava na realização das ações desenvolvidas, de forma a
poder dar apoio em casa.
O plano de educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico no
idoso com DPOC (anexo VI), baseou-se:
Na educação sobre a fisiopatologia da DPOC, reconhecimento da dispneia,
reconhecimento de sinais e sintomas de exacerbação26 e a sua gestão;
Na educação para o controlo de fatores de risco (minimizar a exposição ao fumo
de tabaco, fumo da lareira e outros, minimizar o contato com doentes com infeções
respiratórias; realizar a vacinação recomendada);
Na educação para a adesão e gestão da terapêutica inalatória, oxigenoterapia e
ventiloterapia (verificação da técnica inalatória, horário e doses dos medicamentos;
cumprimento da oxigenoterapia e ventiloterapia, verificação dos equipamentos,
instrução sobre a limpeza e manutenção dos mesmos);
Treino de técnicas de relaxamento;
Treino de técnicas de reeducação funcional respiratória (respiração
diafragmática, expiração com lábios semicerrados e tosse dirigida);
Treino de técnicas de conservação de energia nos autocuidados (treinando o
idoso a realizar o autocuidado banho e vestir/ despir sentado, comer, andar e
subir/descer escadas devagar, realizando momentos de pausa, a dissociação dos tempos
respiratórios e a expiração com lábios semicerrados, mantendo a dispneia entre 1 e 5, de
acordo com escala de Borg modificada);
Treino de gestão de esforço (realização de pedaleira, caminhada e treino de força
dos membros superiores com halteres e membros superiores com pesos. O tempo de
exercício e os pesos utilizados foram aumentados progressivamente de acordo com a
tolerância dos doentes).
26 As exacerbações são caraterizadas por um agravamento da dispneia, tosse, mudanças na coloração e no volume da expetoração, com necessidade de adição de outros medicamentos, normalmente utilizados em situações agudas (WEDZICHA, 2009).
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Relatório de Trabalho de Projeto 37
Como reforço da informação e dos treinos efetuados, foi entregue o folheto
informativo sobre o autocuidado: gestão do regime terapêutico, possibilitando a
consulta dos exercícios implementados (anexo VII).
A intervenção de enfermagem de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico foi continuada no domicílio do idoso após a alta, com pelo menos duas
visitas por semana até perfazer 3 meses após a alta. A primeira visita domiciliária era
combinada com o doente, família e enfermeiro do Centro de Saúde, no dia da alta e
sempre que possível era marcada para o dia seguinte. As visitas seguintes eram
marcadas de acordo com a situação clinica do idoso e a sua capacidade para o
autocuidado.
As visitas domiciliárias foram realizadas à tarde e tinham a duração aproximada
de 1 hora. A primeira visita era realizada com o enfermeiro especialista de reabilitação
do Hospital e o enfermeiro do Centro de Saúde. Nesta visita eram identificadas as
barreiras arquitetónicas e condições habitacionais, aconselhadas as alterações na
disposição do mobiliário ou outras alterações de forma a facilitar as AVD; Era revisto
com o idoso/família o programa de reabilitação respiratória, possibilitando as
adaptações ao contexto domiciliário, nomeadamente, o treino das técnicas de
conservação de energia a subir/ descer as escadas e a passear no exterior do domicílio,
assinalando com o idoso os pontos de referência para fazer as pausas e a dissociação dos
tempos respiratórios. Avaliava-se com o idoso/família a terapêutica medicamentosa,
prescrita pedindo para exemplificar a técnica de terapêutica inalatória, a colocação da
máscara da VNI e outros procedimentos relacionados com a gestão da VNI e
oxigenoterapia, esclarecendo dúvidas e corrigindo os aspetos necessários. Os idosos
foram incentivados a realizar o programa mesmo nos dias em que não tinham visita
domiciliária.
No final dos três meses foi aplicado o instrumento de recolha de dados, de forma
a avaliar os resultados em casa do idoso. Os instrumentos foram aplicados pela autora.
O plano de educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico foi
apresentado à Enfermeira Chefe e Enfermeiros de Reabilitação do Centro de Saúde e
implementado no Centro de Saúde. Foram definidas as estratégias de melhoria de
articulação dos cuidados, a informação mínima a disponibilizar e os instrumentos a
utilizar na avaliação das intervenções. Foi implementado o correio eletrónico para
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REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 38
partilhar a informação e enviar a carta da alta de enfermagem para o Centro de Saúde
em tempo real.
Para tratamento da informação recolhida, foi realizado o processamento da
informação e tratamento de dados, através do programa informático Statistic Package
for Social Science (SPSS), versão 17.0, para Windows. Para a análise dos dados foi
utilizada a estatística descritiva, sendo apresentadas as frequências absolutas (nº)
relativas (%), a medida de tendência central- média ( ) e as medidas de dispersão ou
variabilidade – desvio padrão (s), mínimos (Xmin) e máximos (Xmáx).
2.1- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO
PROJETO
Para dar a conhecer os resultados da implementação do projeto, de acordo com
os objetivos estabelecidos, apresentaram-se os dados segundo: a caraterização dos
idosos quanto à idade, ao género, situação psicológica, social e situação clinica; a
avaliação da adesão ao regime terapêutico medicamentoso e não-medicamentoso; a
avaliação da autonomia física e instrumental; e da qualidade de vida. Foram
apresentadas tabelas com o objetivo de facilitar a leitura dos resultados, seguindo-se a
respetiva análise e discussão dos mesmos.
Caraterização dos idosos, segundo a idade, género, situação psicológica,
social e clinica.
Foram estudados 11 idosos, com a idade média de 75,7 anos (quadro nº 3),
sendo 6 (54,5%) do sexo masculino e 5 (45,5%) do sexo feminino (quadro nº 4).
Quadro nº 3: Caraterização dos idosos segundo a idade
nº Xmín Xmáx s
IDADE 11 65 87 75,73 6,650
Quadro nº 4: Caraterização dos idosos segundo o género
SEXO nº % Feminino 5 45,5 Masculino 6 54,5
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Relatório de Trabalho de Projeto 39
Em relação ao estado cognitivo, verifica-se no quadro nº 5, que todos os idosos
apresentavam boa orientação espaço-temporal; 54,5% tinham o estado emocional
satisfatório e 45,5% bom (o que à partida era considerado indispensável, por ser um
critério de inclusão dos idosos no estudo).
Quadro nº 5: Caraterização psicológica dos idosos
Em relação ao estado civil, verifica-se pelo quadro nº 6, que a maioria dos
idosos, 54,5% eram viúvos, separados ou solteiros, no entanto a maioria, 81,8% viviam
acompanhados, sendo que 27,1% viviam com a(o) companheira(o) e 54,6% viviam com
parentes. Em relação aos cuidadores 27,2% eram a esposa (o), 18,2% as (os) filhas (os)
e na maioria, 54,6% eram outros parentes. Os cuidadores eram todos do contexto
familiar o que de certa forma facilitou o seu apoio pelos laços que os uniam. Em relação
à escolaridade, verifica-se que a maioria dos idosos possuíam baixa escolaridade, sendo
que 36, 4% eram analfabetos.
Quadro nº 6: Caraterização social dos idosos
Estado civil nº %
Casado/ União de facto 5 45,5 Viúvo/Separado/Solteiro 6 54,5 Habilitações literárias Analfabeto 4 36,4 1-6 anos 4 36,4 7-12 anos 2 18,2 13 ou mais anos 1 9,1
Agregado familiar Vive sozinho 2 18,2 Vive com a(o) companheira (o) 3 27,2 Vive com parentes 6 54,6 Cuidador Próprio 2 18,2 Esposa (o) 3 27,2 Filha (o) 2 18,2 Outro 4 36,4
Satisfatório Bom nº % nº %
Orientação tempo e espaço - 0,0 11 100,0
Estado emocional 6 54,5 5 45,5
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
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Relatório de Trabalho de Projeto 40
Pelo quadro nº 7, constata-se que a maioria dos idosos (63,6%) estiveram
expostos a fatores de risco, principalmente o tabaco e todos apresentavam outras
comorbilidades ou patologias associadas. A maioria tinha peso adequado (54,5%), no
entanto, cerca de 45,5% eram ou obesos ou magros. No domicílio, encontravam-se
polimedicados com terapêutica broncodilatadora inalatória, antibioterapia,
corticoterapia, e outra. Cerca de 81,8% tinham oxigenoterapia e 54,5% tinham VNI.
Refere-se também que a maioria dos idosos (81,8%) tiveram um ou mais
internamentos no último ano, apenas 18,2% não referiram internamentos anteriores.
Quadro nº 7: Caraterização da situação clínica dos idosos
Fatores de risco nº % Tabagismo 7 63,6 Exposição a pó 1 9,1 Sem fatores conhecidos 3 27,3 IMC Adequado 6 54,5 Magro/Obeso 5 45,5 Patologias associadas HTA 10 90,9 Cardiopatia 7 63,7 Diabetes 1 9,1 Doença osteoarticular 1 9,1 Terapêutica medicamentosa Terapêutica inalatória e outra 11 100,0 Oxigenoterapia 18H 3 27,3 Oxigenoterapia 24H 6 54,5 Ventiloterapia não-invasiva 6 54,5 Internamentos anteriores (último ano) Sim 9 81,8 Não 2 18,2
Adesão ao regime terapêutico medicamentoso e não-medicamentoso
Conforme o quadro nº 8, em relação à adesão ao regime terapêutico
medicamentoso constata-se que esta era baixa em 63,7% dos idosos, antes da
intervenção. Após a intervenção de enfermagem os resultados foram bastante positivos
pois 100,0% dos idosos apresentaram uma adesão elevada ao regime terapêutico.
Quadro nº8: Adesão ao R.T. medicamentoso antes e após a intervenção de enfermagem
Adesão ao regime terapêutico medicamentoso
Antes da intervenção Após a intervenção nº % nº %
Não adesão ou Baixa adesão (entre 1 e 3) 7 63,7 - 0,0 Adesão ou Adesão elevada (entre 4 e 6) 4 36,4 11 100,0
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
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Relatório de Trabalho de Projeto 41
Em relação ao regime terapêutico não medicamentoso e conforme quadro
nº9, após a intervenção de enfermagem de reabilitação, verificou-se que todos os idosos
executavam bem a técnica de respiração diafragmática, de conservação de energia e de
gestão de esforço; cerca de 63,6% melhoraram o reconhecimento da dispneia e os sinais
de alerta/exacerbação; e 54,5% melhoraram a execução das técnicas de relaxamento.
Quadro nº9: Gestão do R.T. não-medicamentoso antes e após a intervenção de
enfermagem.
Gestão do regime terapêutico não –medicamentoso
Antes da intervenção Após a intervenção Executa bem Executa bem
Sim Não Sim Não nº % nº % nº % nº %
Reconhecimento de dispneia - 0,0 11 100,0 7 63,6 4 36,4
Técnica de relaxamento - 0,0 11 100,0 6 54,5 5 45,5 Técnica de conservação de energia - 0,0 11 100,0 11 100,0 - 0,0 Exercícios respiratórios (R.D.) 1 9,1 10 90,9 11 100,0 - 0,0 Gestão de esforço - 0,0 11 100,0 11 100,0 - 0,0
Reconhecimento de sinais de alerta 1 9,1 10 90,9 7 63,6 4 36,4
Avaliação da autonomia física e instrumental
Em relação à autonomia física, no quadro nº 10 refere-se que antes da
intervenção a maioria dos idosos 63,6% eram dependentes de terceiros e apenas 36,4%
idosos eram independentes. Após a intervenção verificamos melhoria da autonomia
física, sendo que 90,9% dos idosos tornaram-se independentes e apenas 9,1% dos idosos
continuaram ainda dependentes de terceiros. Também em relação à autonomia
instrumental, os idosos melhoraram a sua independência, pois antes da intervenção
todos os idosos eram dependentes e após a intervenção 36,4% passaram a ser
independentes.
Quadro nº 10: Avaliação da autonomia física e autonomia instrumental
Antes da intervenção Após a intervenção Dependente de terceiros
Independente Dependente de terceiros
Independente
nº % nº % nº % nº % Autonomia Física 7 63,6 4 36,4 1 9,1 10 90,9 Lavar-se/ Tomar banho 7 63,6 4 36,4 1 9,1 10 90,9
Vestir-se/ Despir-se 6 64,5 5 35,5 1 9,1 10 90,9 Usar sanitário 3 27,3 8 72,7 - 0,0 11 100,0 Deitar-se/ levantar-se da cama 3 27,3 8 72,7 - 0,0 11 100 Sentar-se/levantar-se da cadeira e andar
3 27,3 8 72,7 - 0,0 11 100
Alimentar-se / Comer 1 9,1 10 90,9 - 0,0 11 100 Autonomia Instrumental 11 100,0 - 0,0 7 63,6 4 36,4
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Relatório de Trabalho de Projeto 42
Avaliação da qualidade de vida
Conforme o quadro nº 11, a qualidade de vida do idoso era baixa ( = 65,3%),
antes da intervenção de enfermagem, sendo o impacte dos sintomas de 29,8% e o
impacte na atividade e a nível psicossocial de 35,5%. Depois da intervenção refere-se a
melhoria da qualidade de vida média para 17,9%, tendo diminuído o impacte dos
sintomas para 3,2% e o impacte na atividade e a nível psicossocial para 14,7%.
Quadro nº 11: Avaliação da qualidade de vida
Antes da intervenção Após a intervenção Xmín Xmáx s Xmín
. Xmáx s
Qualidade de vida 50,0% 84,0% 65,3% 9,166 9,0% 40,0% 17,9% 8,360
Impacte de sintomas 18, 0% 40,0% 29,8% 8,920 - 20,0% 3,2% 6,014 Impacte na atividade e psicossocial
28,0% 44,0% 35,5% 4,927 8,0% 21,0% 14,7% 4,519
Tendo em conta os dados apresentados, seguidamente procede-se à discussão e
análise dos resultados.
2.2 - DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Na análise dos dados biopsicossociais e situação clinica, verifica-se que apesar
dos idosos apresentarem uma média de idade elevada ( =75,7 anos), o seu estado
cognitivo e emocional é satisfatório ou bom, o que permite a intervenção de educação e
o treino do regime terapêutico, no sentido da capacitação para o autocuidado. De acordo
com a WHO (2003), não existe consenso acerca da influência da variável idade, no
entanto com o avanço desta, o estado cognitivo pode deteriorar-se e comprometer a
capacidade de aprendizagem. Também o estado emocional influencia a adesão. De
acordo com MACHADO (2009), idosos com estado emocional insatisfatório, são
menos empenhados na realização do autocuidado.
O facto dos idosos apresentarem baixa escolaridade ou serem analfabetos, pode
influenciar negativamente o processo de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico (WHO, 2003), exigindo do enfermeiro a preocupação de falar numa
linguagem acessível, e validar com o idoso e família se compreenderam bem as
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 43
orientações dadas para a gestão do regime terapêutico. É obrigatória a clareza e a
objetividade da linguagem, que deve ir de encontro ao nível cultural e cognitivo do
doente e ser de fácil memorização (MACHADO, 2009).
No que diz respeito ao apoio social, verificou-se que apesar da maioria dos
idosos serem viúvos, separados ou solteiros, viviam no entanto com familiares, que
podiam dar apoio em casa, incentivando e supervisionando o autocuidado: gestão do
regime terapêutico (WHO, 2010; VEIGA, 2011).
Quanto à presença de outras doenças verificou-se que todos os idosos estudados
tinham outras patologias associadas. Segundo ARAÚJO (2010) a DPOC provoca
diversas alterações não só a nível pulmonar como também a nível extrapulmonar,
acarretando múltiplas consequências como patologias cardiovasculares, metabólicas e
músculo-esqueléticas.
Em relação ao regime terapêutico, os idosos estavam polimedicados com
terapêutica anti-hipertensora, terapêutica inalatória, oxigenoterapia e ventiloterapia, o
que está de acordo com o estudo de PANDILHA (2010), no qual refere que os idosos
com DPOC estão sujeitos a um regime terapêutico complexo com recurso a múltiplas
estratégias farmacológicas e não farmacológicas em simultâneo. Realçando-se a
polimedicação, com recurso a vários fármacos, diferentes horários, necessidade de
adequação das dosagens em função dos valores resultantes da autovigilância, a
utilização de diferentes vias de administração (via oral, inalatória), em simultâneo,
pressupõe um controlo e supervisão do autocuidado de forma sistemática.
Os fatores relacionados com a doença de base e as comorbilidades,
nomeadamente: a gravidade dos sintomas, a incapacidade física, a duração e a
complexidade do regime terapêutico, a realização de alterações frequentes na
terapêutica, a ausência imediata de melhoria dos sintomas, e os efeitos secundários da
terapêutica dificultam o autocuidado (OSTERBERG, 2005; SILVA, 2010;
MACHADO, 2009), o que requer por parte do enfermeiro um acompanhamento e
supervisão contínua do idoso/família.
Verificou-se no estudo que a maioria dos idosos eram do sexo masculino e
tinham como principal fator de risco o tabagismo. De acordo com ARAÚJO (2011), a
prevalência mundial da DPOC é superior nos homens, no entanto a discrepância entre
os dois sexos tem vindo a diminuir, sendo que a aproximação deve-se sobretudo à
alteração dos hábitos tabágicos nas mulheres. Segundo o mesmo autor, em Portugal, o
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 44
custo estimado dos doentes com DPOC é de cerca de 242 milhões de euros, 197 dos
quais atribuíveis ao tabaco.
Ainda em relação ao IMC dos idosos, referimos que a maioria tinha o peso
adequado, no entanto cerca de 45,5% eram obesos ou magros. De acordo com
ALMEIDA (2009), o IMC baixo é revelador de disfunção muscular e por outro lado o
IMC elevado pode acarretar limitações na ventilação. Ambas aumentam o risco para
readmissão hospitalar (WEDZICHA et al, 2009).
Na análise dos resultados, considerando os ganhos em saúde, refere-se que a
intervenção de enfermagem de reabilitação, no âmbito do programa de educação para o
autocuidado: gestão do regime terapêutico melhorou consideravelmente a adesão ao
regime terapêutico medicamentoso e não medicamentoso; melhorou a capacidade
funcional (autonomia física e instrumental) e a qualidade de vida do idoso. Podemos
então concluir que a educação e treino levados a cabo durante o programa, que
incluíram as técnicas descritas no estudo, tiveram um efeito favorável na saúde do idoso
com DPOC.
As intervenções educacionais, promotoras do conhecimento acerca da doença e
do regime terapêutico, através de programas educacionais individuais, são medidas
simples e vitais destinadas a melhorar a adesão e o autocuidado, que permitem o
autocontrolo da doença no domicílio, o aumento da autonomia e melhoria da qualidade
de vida (MACHADO, 2009; MAGALHÃES, 2009; BASTOS, 2010; ARAÚJO, 2011;
GOLD, 2011).
Em síntese, de acordo com os resultados sobre os doentes estudados e de acordo
com os autores abordados na revisão bibliográfica (ALMEIDA et al., 2009; BASTO,
2009; MAGALHÃES, 2009; DGS, 2010; GOLD, 2011), a intervenção de enfermagem
de reabilitação na educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico, baseada
num programa formal e estruturado permitiu melhorar a adesão e autogestão do regime
terapêutico, capacitando-o para o autocontrolo da doença no domicílio. O aumento das
competências no autocuidado: gestão regime terapêutico, designadamente no
reconhecimento da dispneia, no conhecimento sobre as técnicas de conservação de
energia e o treino da gestão de esforço permitiram o controlo da dispneia, aumento da
tolerância ao esforço e consequentemente maior independência na autonomia física, na
autonomia instrumental e melhoria da qualidade do idoso.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 45
Assim, no âmbito da reabilitação respiratória, recomenda-se que o enfermeiro de
reabilitação promova o autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso com DPOC,
de acordo com o programa de educação, que o partilhe com a equipa de enfermagem e
os enfermeiros de reabilitação do centro de saúde, assegurando a continuidade dos
cuidados no domicílio, ajudando o idoso a manter o desempenho do autocuidado e o
autocontrolo da doença.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 46
3- REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
A revisão sistemática da literatura consiste em realizar uma análise crítica de um
conjunto de publicações pertinentes, possibilitando integrar informações válidas,
comparar divergências e semelhanças e refletir sobre os mesmos (FORTIN, 2009).
De acordo com GALVÃO et al (2005), é um tipo de estudo que se baseia na
formulação de uma pergunta (PI[C]O) e na análise crítica das evidências disponíveis,
identificadas e selecionadas através de métodos sistemáticos e que dão resposta à
pergunta formulada. A informação obtida permite a tomada de decisão sobre a prática,
de acordo com as melhores evidências (GALVÃO et al, 2005).
No sentido de conhecer a evidência científica sobre o autocuidado: gestão do
regime terapêutico no idoso com DPOC, procedeu-se à revisão sistemática da literatura,
de forma a comparar as diferenças e semelhanças, a refletir sobre o cuidado ao idoso
com DPOC e a integrar o conhecimento científico na prática de enfermagem de
reabilitação, melhorando o planeamento da alta e na promoção do autocuidado.
Assim sendo, esta revisão sistemática da literatura teve com objetivo aprofundar
conhecimentos sobre a intervenção do enfermeiro de reabilitação na promoção do
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no idoso com DPOC, fomentando o cuidado
de enfermagem de reabilitação baseado na evidência cientifica.
Para conhecer a evidência científica sobre a problemática em análise através do
recurso às bases de dados científicas, foi realizado o protocolo de pesquisa, sendo
formulada a pergunta em formato PI[C]O, selecionados os artigos e realizada a análise
dos resultados.
3.1 – PROTOCOLO DE PESQUISA
O objetivo da pesquisa foi analisar a evidência científica no âmbito da promoção
do autocuidado: gestão do regime terapêutico, integrar as informações sobre os estudos
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 47
pesquisados, comparar divergências e semelhanças e refletir sobre a mesma, no sentido
de a incorporar nas práticas de cuidados de enfermagem de reabilitação.
Foi definida a pergunta PI(C)O: Quais as intervenções de enfermagem de
reabilitação (I) que promovem o autocuidado: gestão do regime terapêutico (O), no
idoso com DPOC (P)?
A questão de investigação funcionou como guia orientador para a elaboração da
revisão sistemática da literatura (quadro nº 12)
Quadro nº 12 – Critérios para a formulação da questão de investigação
P I C O
Participantes Intervenções Comparações Outcomes
Quem foi
estudado?
O que foi feito? Podem existir
ou não?
Resultados/ Efeitos
ou Consequências
Idoso em
situação de
DPOC
Intervenção do enfermeiro de
reabilitação na promoção do
autocuidado
Autogestão do
regime terapêutico
Após definição da pergunta, iniciou-se o processo de pesquisa, que na sua
origem tem a identificação das palavras-chave. Deste modo, surgiram os termos de
interesse: Enfermeiro, Reabilitação, Autogestão, Regime terapêutico, DPOC e Idoso. Os
termos apurados, no contexto desta metodologia, devem ser os orientadores da seleção
dos artigos. Os termos mais específicos constituíram o conjunto dos descritores e foram
submetidos à validação em locais de avaliação dos descritores. Sem este passo, o
pesquisador corre o risco de não utilizar a mesma linguagem que os autores dos artigos
científicos, o que dificulta a pesquisa.
Na validação das palavras-chave pela plataforma MeSHBrowser (Medical
Subjetcs Headings), Browser em http://www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html,
obteve-se como descritores correspondentes:
Nurs*
Rehabilitation
COPD
Self-Management
Therapeutics
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 48
Para reunir a literatura relevante e de interesse para a investigação, foi efetuado
o roteiro de pesquisa com este conjunto de palavras-chave (com a ordem/orientação
referida anteriormente), procedeu-se à consulta na base de dados informatizadas, tendo-
se selecionado a CINAHL Plus with Full text, MEDDLINE with Full Text, Cochrane
Database of Systematic Reviews e Nursing & Allied Health Collection: Comprehensive,
através da EBSCOhost Web em http://search.ebscohost.com/ (anexo VIII).
Os delimitadores utilizados foram: artigos publicados entre janeiro de 2008 e
dezembro de 2012; publicação do texto disponível; resumo disponível; pelo menos um
autor é enfermeiro; ser humano; faixa etária: 65 anos ou mais; texto completo em PDF.
Quadro nº 13: Critérios de inclusão/ exclusão dos artigos da RSL
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Artigos publicados cuja população alvo
seja indivíduos de ambos os sexos, com
DPOC
Artigos publicados cuja população alvo
seja indivíduos com outra patologia que
não a DPOC
Artigos publicados cuja população alvo
seja indivíduos com 65 anos ou mais
anos.
Artigos publicados cuja população alvo
seja indivíduos com idade inferior a 65
anos de idade.
Artigos publicados que abordem as
intervenções de enfermagem na
promoção do autocuidado: gestão do
regime terapêutico
Artigos publicados que não abordem as
intervenções de enfermagem na promoção
do autocuidado: gestão do regime
terapêutico
Artigos em língua portuguesa ou inglesa Artigos em outras línguas sem ser
portuguesa ou inglesa
Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão acima descritos no quadro
nº13, emergiram vários artigos conforme tabela nº 6 (anexo VIII). Destes foram
selecionados e analisados os três artigos mais recentes e com maior nível de evidência.
Na análise dos artigos foram construídas tabelas (anexo IX) com o título, os autores, o
método, os objetivos, os participantes, as intervenções e os resultados dos estudos,
nomeadamente: a tabela nº 7 com análise do artigo sobre a revisão sistemática da
literatura sobre a reabilitação respiratória no idoso com DPOC, a tabela nº 8 com a
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 49
análise do artigo sobre o estudo do regime terapêutico em doentes com DPOC: entre
as expectativas e a realidade e a perspetiva dos doentes e a tabela nº 9 com análise
do artigo sobre o estudo piloto de um programa de reabilitação pulmonar em idosos
com DPOC.
3.2- ANÁLISE CRÍTICA DOS ARTIGOS SELECIONADOS
De acordo com os autores dos artigos selecionados, relativamente às
intervenções de enfermagem na promoção do autocuidado: gestão do regime
terapêutico, no âmbito da reabilitação respiratória do idoso com DPOC, as informações
dos estudos pesquisados são semelhantes e permitiram dar resposta à pergunta PI[C]O
que serviu de orientação nesta pesquisa.
Assim, de acordo com a análise dos artigos, as intervenções de enfermagem de
reabilitação na promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, englobam:
o treino da respiração diafragmática e da expiração com lábios semicerrados
(LACASSE et al, 2009; ROZENBAUM et al, 2008; NORWEG et al, 2008);
o treino da autogestão da dispneia (o reconhecimento da dispneia, a identificação
das suas causas e as estratégias de minimização ou redução) (LACASSE et al, 2009;
ROZENBAUM et al, 2008; NORWEG et al, 2008);
o treino de técnicas de conservação de energia (LACASSE et al, 2009;
ROZENBAUM et al, 2008; NORWEG et al, 2008);
no treino de técnicas de gestão de esforço (treino de endurance: bicicleta/pedaleira e
caminhada; tonificação muscular dos membros superiores e inferiores com pesos e
halteres, com aumento gradual da intensidade e do peso), mantendo a dispneia entre
leve a moderada de acordo com a escala de BORG (LACASSE et al, 2009;
ROZENBAUM et al, 2008; NORWEG et al, 2008).
Ainda, segundo NORWEG et al (2008), no artigo da tabela nº 9, nos doentes com
hipoxemia deve ser promovida a gestão da oxigenoterapia e nos doentes que apresentam
limpeza das vias áreas ineficaz, deve ser executada a drenagem de secreções e manobras
acessórias. A técnica de conservação de energia pode ser treinada com a realização das
AVD, nomeadamente: trabalho doméstico (fazer a cama, arrumar armários); jardinagem
e trabalhos de carpintaria.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 50
Estas intervenções vão de encontro às recomendações da DGS (2009) e da
GOLD (2011) e adotadas no plano de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico, implementado no serviço de Pneumologia C, no âmbito deste trabalho de
projeto.
Ainda, nos artigos das tabelas nº 7 e nº 8, LACASSE et al (2009) e
ROZENBAUM et al (2008) salientam a importância da reabilitação respiratória.
Segundo estes a intervenção de enfermagem de reabilitação na educação do idoso com
DPOC para o autocuidado: gestão do regime terapêutico promove a adesão e a
capacitação na autogestão do regime terapêutico, tendo impacte positivo na capacidade
funcional, na tolerância ao esforço, no desempenho das AVD, na melhoria do estado
mental e na qualidade de vida. Refere-se, também, a melhoria do autocontrolo da
doença, a minimização da sua progressão e a diminuição dos reinternamentos
(ROZENBAUM et al, 2008; NORWEG et al, 2008).
ROZENBAUM et al 2008) e também NORWEG et al (2008), nos artigos das
tabelas nº 8 e nº 9, referem que a aquisição de habilidades no controlo da respiração e na
autogestão da dispneia; o treino de exercícios respiratórios e da técnica de conservação
de energia diminui a dispneia, a fadiga, melhorando a autonomia no desempenho das
AVD, nas atividades como andar, subir escadas e na realização das tarefas domésticas.
Segundo os mesmos autores, o treino de gestão de esforço aumenta a tolerância
ao esforço e a capacidade de realizar atividade física (ROZENBAUM et al, 2008;
NORWEG et al, 2008). A melhoria da autonomia e da qualidade de vida melhora a
confiança e esperança dos idosos em relação à sua situação de saúde (LACASSE et al,
2009; NORWEG et al, 2008).
Ainda de acordo com ROZENBAUM et al (2008), no artigo da tabela nº 8, a
reabilitação respiratória e a promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, em
contexto domiciliário deve ser considerada como uma abordagem integrante das
intervenções de enfermagem, particularmente nos doentes com estádio da doença
moderado e grave.
Segundo este autor, no artigo da tabela nº 8, o conhecimento inadequado dos
profissionais de saúde sobre as guidelines no tratamento da DPOC, contribuem para a
baixa implementação de programas de reabilitação e para o impacte negativo dos
cuidados prestados no autocontrolo da DPOC.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 51
Os idosos que participaram no programa de reabilitação e foram treinados na
gestão do regime terapêutico, tiveram benefícios significativos no controlo da dispneia,
na melhoria do estado emocional, na tolerância ao esforço, no desempenho das AVD, na
autonomia e na qualidade de vida, com resultados estatisticamente relevantes, como
indicaram os estudos analisados (LACASSE et al, 2009; ROZENBAUM et al, 2008;
NORWEG et al, 2008).
Também de acordo com MAGALHÃES (2009), DGS (2010), GOLD (2011) a
educação para ao autocuidado: gestão do regime terapêutico é considerada um dos
componentes fundamentais da reabilitação respiratória, recomendada para todos os
doentes com alterações da funcionalidade e que permite o autocontrolo da doença no
domicílio, diminui a dispneia, melhora a tolerância ao esforço, melhora a autonomia, o
estado mental e a qualidade de vida. Ainda de acordo com os resultados nos idosos
estudados no âmbito deste projeto, as intervenções de enfermagem de promoção do
autocuidado: gestão do regime terapêutico melhoraram a adesão ao regime terapêutico,
a autonomia e a qualidade de vida.
Assim, NORWEG et al (2008), no artigo da tabela nº 9, refere que a capacitação
para o autocuidado, melhora o autoconhecimento da doença, e a perceção sobre o estado
de saúde, permite o autocontrolo da doença e evita as exacerbações. Também neste
sentido, ROZENBAUM et al (2008), no artigo da tabela nº 8, referem que as
exacerbações têm um impacte negativo na qualidade de vida e quando estas ocorrem
podem ser usados corticosteroides, antibioterapia e aumentados os broncodilatadores
por via inalatória. O autor salienta também, a necessidade de supervisionar a gestão da
terapêutica inalatória e da oxigenoterapia; e de complementar as instruções com
informação escrita (ROZENBAUM et al, 2008).
Conclui-se que de acordo com a evidência científica e segundo os autores
referidos na contextualização teórica, a reabilitação respiratória do idoso com DPOC,
deve-se basear na implementação de programas de educação para o autocuidado: gestão
do regime terapêutico que promovam a adesão e a capacitação para o autocontrolo da
situação de saúde, no domicílio (ALBERT et al., 2008; ALMEIDA et al., 2009; DGS,
2010), evitando os reinternamentos, a progressão da doença e permitindo a
racionalização de custos (DGS, 2010; GOLD, 2011; ONDR, 2011) e obtendo, ganhos
em saúde, nomeadamente, a melhoria da capacidade funcional e do desempenho das
AVD, da participação em sociedade, melhoria do estado emocional, aumento do bem-
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 52
estar e da qualidade de vida (MAGALHÃES, 2009; DGS, 2009; GOLD, 2011;
ARAÚJO, 2011).
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 53
4- CONCLUSÕES E ANÁLISE REFLEXIVA RELATIVA ÀS IMPLICAÇÕES
DO PROJETO
A elaboração e desenvolvimento do Trabalho de Projeto permitiu investigar e
melhorar os cuidados de enfermagem de reabilitação na promoção do autocuidado:
gestão do regime terapêutico e no planeamento da alta do idoso com DPOC, no serviço
de Pneumologia C.
Através deste foi possível identificar a problemática do autocuidado: gestão do
regime terapêutico, no âmbito do planeamento da alta do idoso, identificar as
intervenções do enfermeiro de reabilitação na promoção do autocuidado, criar
instrumentos e desenvolver estratégias de melhoria relacionadas com o processo de
planeamento da alta e da promoção do autocuidado. Deste modo, foi possível planear a
alta e a sua educação para o autocuidado desde a admissão; e assegurar a continuidade
dos cuidados após o regresso a casa, de forma a capacitar o idoso progressivamente para
exercer a sua missão de controlar a evolução da sua própria doença.
Foi um trabalho gratificante que decorreu de uma realidade vivida, segundo o
interesse e escolha pessoal, que mobilizou e integrou as aprendizagens decorrentes das
diferentes unidades curriculares, das evidências cientificas mais recentes, o que permitiu
ligar a educação aos objetivos programáticos da Unidade Curricular de Trabalho de
Projeto constituindo-se como a ponte entre a teoria e prática.
Ainda a nível individual, permitiu à autora assumir um papel ativo na construção
do seu próprio saber, contribuindo para o aprofundamento dos conhecimentos na
temática estudada; o aperfeiçoamento do pensamento crítico na apropriação de saberes;
o desenvolvimento de competências de pesquisa da evidência cientifica, utilizando a
RSL, possibilitando a prestação de cuidados de enfermagem de reabilitação baseadas
nas melhores evidências cientificas.
A partilha dos conhecimentos científicos e troca de saberes e experiências com
os colegas, em sessões de formação, nas reuniões de trabalho e nas passagens de turno,
sobre o processo de planeamento da alta e da promoção do autocuidado: gestão do
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 54
regime terapêutico permitiu refletir sobre a prática e delinear estratégias de intervenção
tendo em vista a melhoria dos cuidados de enfermagem no contexto.
Desta forma, foi possível sistematizar as intervenções de enfermagem no
planeamento da alta e na promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico,
de acordo com o programa de educação elaborado. A capacitação para o autocuidado foi
promovida progressivamente desde a admissão, com o envolvimento do idoso e família
e da equipa. A programação da alta foi realizada pelo médico responsável do idoso, pelo
enfermeiro de reabilitação e equipa de enfermagem, de acordo com a preparação do
idoso e as condições existentes na comunidade. O apoio no domicílio, através das
visitas domiciliárias, asseguradas pelos enfermeiros do Centro de Saúde, garantiu a
continuidade dos cuidados no domicílio, onde foi mantido o treino das técnicas
iniciadas no hospital, nomeadamente, as técnicas de reeducação respiratória, de gestão
de esforço, de conservação de energia, de reconhecimento de dispneia e de gestão de
agudizações. Foi supervisionada e melhorada a gestão da terapêutica inalatória,
oxigenoterapia e ventiloterapia.
No processo de cuidados de enfermagem, o idoso e família/cuidado, foram
considerados o centro do cuidado de enfermagem e o familiar mais próximo foi
envolvido e convidado a estar presente nas sessões de educação, de forma a poder
apoiar e incentivar a realização dos exercícios no domicílio. A ação educativa do
enfermeiro comtemplou a partilha da informação e a coresponsabilização do idoso no
processo terapêutico. As intervenções foram avaliadas utilizando escalas adequadas, que
possibilitaram validar a eficiência das ações implementadas.
O estudo de multi-casos, realizado com os 11 idosos, permitiu avaliar o impacte
dos cuidados de enfermagem de reabilitação desenvolvidos no âmbito do projeto
“Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta do
idoso com DPOC”, num contexto restrito, representado pelo grupo de idosos internados
no serviço de Pneumologia C do CHO: Unidade Torres Vedras.
Dos principais resultados obtidos salienta-se a melhoria da adesão ao regime
terapêutico medicamentoso e da capacidade de gestão do regime terapêutico não
medicamentoso. Refere-se, como ganhos em saúde, a melhoria na autonomia dos
idosos, nomeadamente no autocuidado: banho, vestir/ despir, alimentar-se, transferir-se
cama-cadeira e cadeira cama, levantar-se/ sentar-se da cadeira e andar e na autonomia
instrumental. Assim como, a melhoria da qualidade de vida, evidenciando-se a redução
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 55
dos sintomas, a melhoria do desempenho das atividades e a melhoria a nível
psicossocial.
A revisão sistemática da literatura permitiu conhecer e aplicar metodologias de
pesquisa da evidência científica sobre as intervenções de enfermagem de promoção do
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no contexto profissional e melhorar a prática
no âmbito da reabilitação respiratória.
Assim, a intervenção do enfermeiro de reabilitação, no âmbito da reabilitação
respiratória do idoso, deve basear-se na educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico, salientando-se o treino dos exercícios de reeducação funcional respiratória
(diafragmática e expiração com lábios semicerrados), de reconhecimento de dispneia, de
técnicas de conservação de energia e de gestão de esforço o que veio corroborar o
programa elaborado e implementado na prática de cuidados.
As intervenções permitem a capacitação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico e maior adesão a este, reduzindo assim, a dispneia, aumentando a tolerância
ao esforço, melhorando a capacidade funcional; o estado emocional, a autonomia nas
AVD e a qualidade de vida. Também diminuem as agudizações e a necessidade de
internamento, minimizando a progressão da doença.
A elaboração do relatório permitiu sistematizar, organizar e interpretar a
informação, dando a conhecer a pertinência do projeto, o caminho percorrido na
minimização do problema da promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico e
planeamento da alta, transmitindo a informação e transformando-a em conhecimento.
Através da análise e divulgação dos resultados, torna-se possível fornecer a informação
científica aos profissionais, tendo como finalidade a incorporação da evidência
científica na prática e a consequente melhoria dos cuidados de enfermagem. Também
assegura o conhecimento externo e poderá ser uma forma de sensibilizar os outros
profissionais para o problema em causa, servindo também de inspiração para delinearem
estratégias e minimizarem este problema noutros contextos.
No que diz respeito às limitações do projeto consideram-se em primeiro lugar
as decorrentes do número de enfermeiros especialistas em reabilitação (apenas um no
serviço de Pneumologia C e um no Centro de Saúde), onde um número elevado de
doentes apresentam DPOC.
Assinala-se, também, a necessidade de reformular e melhorar os documentos
elaborados e adotados no serviço, relativos ao planeamento da alta dos idosos e da
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 56
norma relativa à função educativa do enfermeiro junto do idoso/ família ou cuidador
informal, no sentido de delinear estratégias que contribuam para uma maior eficácia na
aderência ao programa de educação para o autocuidado.
Em relação às implicações para a Prática, o desenvolvimento do projeto
permitiu a melhoria dos cuidados de enfermagem de reabilitação na promoção do
autocuidado, salientando-se a sistematização do planeamento da alta, da educação no
autocuidado: gestão do regime terapêutico e a articulação dos cuidados no contexto
domiciliário.
Destaca-se a dinâmica que se imprimiu na prestação de cuidados de enfermagem
na sequência deste projeto. Mantêm-se as atividades de planeamento e promoção do
autocuidado: GRT, salientando-se, a melhoria da identificação das necessidades,
planeamento, avaliação dos cuidados e elaboração dos respetivos registos. A todos os
doentes continuamos a aplicar o instrumento de colheita de dados (anexo V) nas
primeiras 24 horas, para a identificação das necessidades de educação para o
autocuidado. As intervenções de enfermagem de reabilitação são planeadas,
implementadas e avaliadas de acordo com o plano de educação para o autocuidado:
gestão do regime terapêutico (anexo VI).
No âmbito da articulação dos cuidados de enfermagem com os cuidados de
saúde primários, a equipa continua a referenciar todos os doentes utilizando o correio
eletrónico e através do contato telefónico. Nos doentes com OLD e VNI continua a ser
realizada a visita domiciliária conjunta com o enfermeiro do Centro de Saúde,
garantindo assim o plano de educação implementado no internamento.
No âmbito da formação, as ações de formação desenvolvidas no contexto
possibilitaram à equipa o aprofundamento dos conhecimentos e a melhoria da promoção
do autocuidado.
Sendo os resultados relevantes para a Prática de cuidados de enfermagem,
considera-se pertinente a sua apresentação aos enfermeiros e coordenadores dos
restantes serviços, particularmente os de medicina, de modo a definirem estratégias
conjuntas para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados á população afeta a este
Hospital.
Seria também importante verificar se os idosos acompanhados neste projeto
tiveram um maior ou menor número de reinternamentos.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 57
Em relação a projetos futuros, sugerimos algumas intervenções para
complementar este projeto:
melhorar os protocolos orientadores da prática de cuidados de enfermagem,
baseados na evidência científica, quer na área do planeamento da alta, quer na função
educativa, no âmbito da gestão do regime terapêutico e reforçando o papel da família/
cuidador junto do idoso;
realizar um protocolo de articulação dos cuidados de enfermagem de
reabilitação entre o Hospital e o Centro de Saúde, que estabeleça normas de
referenciação sistematizadas, que promova sinergias entre as instituições e que
introduza a organização dos cuidados de enfermagem por gestão de caso ou outro
modelo, delineados entre as duas organizações, em que prevê a disponibilização de um
enfermeiro na área da reabilitação respiratória;
promover a adequação dos sistemas de informação às necessidades de
comunicação e de partilha desta, que garanta e melhore o acesso a esta em tempo útil,
permitindo a monitorização e as respostas mais apropriadas e assegurando a satisfação
dos doentes e dos profissionais.
Pretende-se com este projeto melhorar a adesão e o autocuidado: gestão do
regime terapêutico nos doentes com DPOC, contribuindo para resultados mais eficazes
nos ganhos em saúde.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 58
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REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 65
ANEXOS
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 66
ANEXO I: Projeto: “Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no
planeamento da alta do idoso com DPOC”
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 67
ANEXO II: Pedido de autorização para a concretização do projeto no serviço de Pneumologia C
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 68
ANEXO III: Consentimento informado, livre e esclarecido para participação do doente
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 69
ANEXO IV: Norma de planeamento da alta do idoso com DPOC
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 70
ANEXO V: Instrumento de colheita de dados para identificação das necessidades do
idoso com DPOC
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 71
ANEXO VI: Programa de educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 72
ANEXO VII: Folheto sobre o autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso com
DPOC
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 73
ANEXO VIII: Tabelas com resultados da pesquisa de artigos no cruzamento de descritores
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO DE REABILITAÇÃO NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTAO DO
REGIME TERAPEUTICO, NO PLANEAMENTO DA ALTA DO IDOSO COM DPOC
Relatório de Trabalho de Projeto 74
ANEXO IX – Tabelas de análise dos artigos selecionados
INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE SANTARÉM
2ºCURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM DE REABILITAÇÂO
Unidade de Seminário Projeto
Ano letivo 2011/2012
PROJETO
Orientadora: Prof. Doutora Maria João Esparteiro
Coorientador: Prof. Mestre José Lourenço
Mestranda:
Goréti Rainho
Nº 100430002
SANTARÉM
Abril 2012
Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da
alta do idoso com DPOC
INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE SANTARÉM
2ºCURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO
Unidade de Seminário Projeto
Ano letivo 2011/2012
PROJETO
Orientador: Prof. Mestre José Lourenço
Coorientadora: Prof. Doutora Maria João Esparteiro
Mestranda:
Goréti Rainho
Nº 100430002
SANTARÉM
Abril 2012
Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta do idoso
com DPOC
Pensamento
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.”
Cora Coralina
SIGLAS AVD – Atividades de Vida Diária AIVD – Atividades de Vida Instrumentais CHO – Centro Hospitalar do Oeste DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica EER – Enfermeiro Especialista de Reabilitação GRT – Gestão do Regime Terapêutico OLD – Oxigenoterapia de Longa Duração OMS - Organização Mundial de Saúde PR – Plano de Reabilitação USF – Unidade de Saúde Familiar VNI – Ventilação Não Invasiva ABREVIATURAS Cit. - Citado Et al - e outros Prof. - Professor Srª. - Senhora Sr.- Senhor
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6
1- IDENTIFICAÇÃO DA PROBLEMÁTICA ...................................................................... 7
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 12
2.1- O IDOSO COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA …………… 12
2.2- A REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA E A INTERVENÇÃO DO EER NA
EDUCAÇÃO DO IDOSO COM DPOC PARA AUTOCUIDADO: GESTÃO DO
REGIME TERAPÊUTICO ………………………………………………………… 15
3- PLANO DE ATIVIDADES ............................................................................................... 21
4- CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES ............................................................................ 23
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS E ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE O PROJETO
ELABORADO ................................................................................................................... 24
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 25
ANEXOS
ANEXO I: Formulário dirigido aos idosos com DPOC internados no serviço de
Pneumologia C, do CHO: Unidade Torres Vedras, para avaliar a adesão e a
capacidade de gerir o autocuidado: gestão do regime terapêutico. ...................... 30
ANEXO II: Questionário dirigidos aos enfermeiros para identificar as práticas e validar se
a educação do idoso com DPOC, no autocuidado: gestão do regime
terapêutico, no âmbito do planeamento da alta, é uma problemática no
serviço de Pneumologia C, do CHO: Unidade Torres Vedras. ............................ 34
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
Goréti Rainho Página 6
INTRODUÇÃO
No âmbito do 2º Curso de Mestrado de Enfermagem de Reabilitação da Escola Superior
de Saúde de Santarém, Unidade Seminário Projeto, pretende-se elaborar e desenvolver o projeto
de intervenção na prática de cuidados de enfermagem com o título: “Promoção do
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da alta do idoso com DPOC”,
com a finalidade de melhorar a qualidade dos cuidados de enfermagem na promoção do
autocuidado: gestão do regime terapêutico e no planeamento da alta do idoso1 com DPOC,
no serviço de Pneumologia C do CHO: Unidade Torres Vedras, através da intervenção do
EER.
A escolha desta problemática relaciona-se com o facto de a DPOC representar um
importante problema de saúde pública, com elevada morbilidade e mortalidade (GOLD, 2009) e
constatarmos que no serviço de Pneumologia C, no âmbito do planeamento da alta, o
autocuidado: gestão do regime terapêutico não ser promovido de forma estruturada, no sentido
da capacitação para o autocontrolo da doença no domicílio.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é uma doença crónica, progressiva
incapacitante, caraterizada por tosse, dispneia progressiva e intolerância à atividade física,
provocando dependência nas atividades de vida diária2 e diminuição da qualidade de vida, com
impacte negativo na vida familiar e social (GOLD, 2009; ONDR, 2011).
De acordo com a OMS (2008) é a 4ª causa de morte no mundo e a sua prevalência
aumenta com a idade. Como resultado do aumento do envelhecimento da população, a
prevalência da DPOC continuará a crescer nas próximas décadas (GOLD, 2009).
As agudizações e internamentos frequentes agravam a situação de doença e aumentam a
incapacidade, aumentando as necessidades de cuidados e os gastos em saúde (DGS, 2009). Na
1 O idoso é a pessoa que atingiu a idade da reforma preconizada para Portugal (65 ou mais anos), tal como definido pela OMS. São ainda consideradas muito idosas, as pessoas com 85 ou mais anos (WHO, 2004a). 2 As atividades de vida diária, refere-se ao conjunto de atividades que as pessoas desempenham no seu dia-a-dia. Estas dividem-se em dois grupos: (1) cuidado pessoal ou em atividades básicas de vida diária (ABVD), que se referem às funções do corpo, estruturas envolvidas e atividades para a sua execução e incluem a higiene pessoal; alimentação (usar os talheres, partir os alimentos, dirigir comida à boca); vestuário (escolher a roupa do armário e vestir-se), controlo da eliminação vesical e intestinal e uso de sanitário; locomoção e transferências (sair da cama para a cadeira e vice-versa, da cadeira para outra superfície) (2) atividades domésticas ou comunitárias ou atividades de vida instrumental diária (AIVD), referem-se as capacidades para gerir o ambiente em que vive e inclui a preparação de refeições, realizar as tarefas domesticas, lavar roupa, gerir o dinheiro, usar o telefone, gerir a terapêutica, fazer compras e usar os meios de transporte (FRICKE, 2010; CARDOSO, 2011).
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
Goréti Rainho Página 7
europa os custos relacionados com a doença são cerca de 102 milhões, prevendo-se o seu
aumento, nomeadamente pelo aumento dos encargos sociais com os doentes com incapacidade
grave (OMS, 2008).
A intervenção do enfermeiro de reabilitação na promoção do autocuidado pode reduzir
os sintomas, evitar a progressão da deterioração do estado de saúde, melhorar a funcionalidade3
e a qualidade de vida do idoso com DPOC (DGS, 2009; HOEMAN, 2011).
Na elaboração e desenvolvimento deste projeto utilizou-se a metodologia de trabalho
projeto, que se baseia nas seguintes etapas: identificação/formulação do problema,
pesquisa/produção e apresentação/globalização/avaliação final (LEITE et al,2003).
Assim, refere-se como objetivo geral: elaborar e desenvolver o projeto de intervenção,
para melhorar a qualidade dos cuidados de enfermagem na promoção do autocuidado: gestão do
regime terapêutico no idoso com DPOC, no serviço de Pneumologia C.
Como objetivos específicos, refere-se:
Identificar a problemática da promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico,
no âmbito do planeamento da alta do idoso com DPOC, no serviço de Pneumologia;
Realizar a revisão bibliográfica sobre o idoso com DPOC e o autocuidado: GRT;
Elaborar o plano de atividades, com a definição de objetivos, atividades e a
inventariação dos recursos necessários para melhorar a promoção do autocuidado:
gestão do regime terapêutico do idoso com DPOC.
O referencial teórico que sustenta o projeto é a teorização de Orem por considerar o
idoso com necessidades de educação para o autocuidado: GRT, no sentido de conseguir o
autocontrolo da doença no domicílio, a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida. De
acordo com OREM (1995), a educação da pessoa com necessidades de saúde tem importância
para que esta se possa autocuidar e constitui um aspeto importante na garantia de autonomia,
segurança e participação em sociedade.
Este projeto está estruturado em três partes. Na primeira efetuou-se a identificação da
problemática, salientando-se as seguintes fases: a caracterização do problema, bem como a
contextualização do mesmo, as experiências concretas, as causalidades, as tendências, a
perceção e identificação do problema. Na segunda, realizou-se a revisão bibliográfica sobre: o
idoso com DPOC, o regime terapêutico, a reabilitação e a educação para o autocuidado: gestão
do regime terapêutico. Na terceira, apresenta-se o plano de atividades, com os objetivos, as
atividades, os recursos e os indicadores de avaliação. Por último, tendo em conta a delimitação
no tempo, apresenta-se o cronograma do projeto.
3 Segundo a OMS (2003) a funcionalidade refere-se ao termo genérico para as funções do corpo, estruturas do corpo, atividades e participação, indicando os aspetos positivos da interação entre um indivíduo, com uma condição de saúde, e os seus fatores contextuais, quer ambientais, quer pessoais.
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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1- IDENTIFICAÇÃO DA PROBLEMÁTICA
O Trabalho de Projeto é centrado no estudo de problemas no seu contexto social
(LEITE et al, 2001). O Problema é a discrepância entre a situação que existe a situação desejada
e a sua identificação baseia-se na Caracterização do problema, das Experiências concretas,
das Causalidades; das Tendências do problema; da Perceção do problema e da Formulação
do problema (LEITE et al, 2003).
Para caraterizar a problemática da promoção do autocuidado: GRT, no âmbito do
planeamento da alta do idoso com DPOC, no serviço de Pneumologia C, do CHO: Unidade
Torres Vedras, começou-se por descrever esta unidade e o serviço onde se pretende desenvolver
o projeto.
Assim, a Unidade de Torres Vedras, tem a lotação de 277 camas e dá apoio à população
de Torres Vedras, Lourinhã, Cadaval, com um índice de envelhecimento superior à média
nacional (138,8%) num total de 119.428 habitantes (INE, 2011). O Serviço de Pneumologia C é
composto por quatro enfermarias e dois quartos, utilizados para situações de isolamento, num
total de 20 camas. Admite doentes do Serviço de Urgência (91%), da Consulta Externa (5%) ou
transferidos de outros serviços (4%). Na sua maioria têm idade igual ou superior a 65 anos
(56%). A demora média de internamento é de 13,7 dias e a taxa de ocupação de 87.44%. Em
2011 registou-se a média de 24 doentes tratados por cama (440 doentes), a taxa de
reinternamento de 11% e a taxa de mortalidade de 17,9%, abrangendo exclusivamente a
população acima dos 45 anos (Estatística do CHO: Unidade Torres Vedras, 2011).
Os doentes internados têm como patologias mais frequentes a pneumonia, a DPOC
agudizada, a asma agudizada, o derrame pleural e a neoplasia pulmonar. Após a alta, regressam
ao domicílio ou ingressam em unidades de cuidados ajustados à sua situação (unidades de
convalescença, unidades de cuidados paliativos, centros de dia, lares…). Na comunidade, têm o
apoio do Centro de Saúde e da consulta médica de pneumologia (não existem estruturas de
suporte especializado na área da enfermagem, como por exemplo, Hospital de dia, Consulta de
enfermagem…). O serviço de Pneumologia C conta atualmente com 13 enfermeiros (inclui um
enfermeiro-chefe e 1 enfermeiro especialista em reabilitação). A organização dos cuidados de
enfermagem é feita pelo método de prestação de cuidados individualizados4, sendo realizada a
4 Baseia-se no conceito de cuidado global, em que no turno, a totalidade de cuidados são prestados pelo enfermeiro afeto ao doente. O atendimento não é fragmentado durante o tempo em que o enfermeiro está
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
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distribuição de doentes pelo número de horas de cuidados necessários, de acordo com o Sistema
de Classificação de Doentes. No serviço existem ainda 8 médicos pneumologistas, 9 assistentes
operacionais e 1 administrativa. A equipa conta também, com a colaboração de 1 assistente
social, 1 fisioterapeuta e 1 nutricionista.
O levantamento das necessidades de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico no idoso com DPOC, não é realizado precocemente e a promoção do autocuidado
não é planeado e realizado de forma estruturada, pelo que, frequentemente, o idoso recebe as
informações sobre a gestão do regime terapêutico apenas no dia da alta; A carta de referência de
enfermagem é entregue aos idosos que mantêm necessidades de cuidados de enfermagem
relacionados com a presença de feridas, de entubação nasogástrica e de cateter vesical.
Para clarificar o problema descrevem-se duas situações/ experiências concretas:
o Experiencia 1: Uma idosa com 76 anos, independente nas AVD antes do internamento, vive
sozinha, perto da casa da filha. Neste internamento apresenta- se dependente de terceiros
nas AVD, por dispneia e intolerância à atividade. Iniciou oxigenoterapia 24 horas e
ventiloterapia não-invasiva, por insuficiência respiratória global. Durante o internamento, a
idosa foi assistida nos autocuidados e na gestão do regime terapêutico. A alta é comunicada
no próprio dia, são entregues a carta de informação clinica e as receitas, é facultada
informação sobre a administração da antibioterapia, corticosteroides, terapia inalatória,
oxigenoterapia e ventiloterapia. No dia da alta a idosa e família foi confrontada com as
dificuldades inerentes à sua dependência na autonomia física e às necessidades de educação
para o autocuidado: gestão do regime terapêutico. Como pertence a uma USF que não tem
enfermeiro de reabilitação, não foi possível garantir a continuidade dos cuidados
nomeadamente, na promoção do autocuidado: GRT não medicamentoso.
o Experiencia 2: Sra. A, 72 anos vive em sua casa e cuida de um filho adulto deficiente. Tem
a apoio das filhas. Apenas no dia da alta (Fev./ 2012), foi-lhe dada informação sobre a
necessidade de iniciar oxigenoterapia e ventiloterapia no domicílio. Foi reforçado o ensino
sobre as técnicas de reeducação funcional respiratória (respiração diafragmática e técnicas
de conservação de energia). Foi referenciada para o enfermeiro de reabilitação, no entanto,
como frequenta o Centro de dia, e não esta em casa no horário laboral do mesmo, ficou sem
apoio na gestão do regime terapêutico.
Tendo em conta as causalidades/ fatores que possam levar a que a situação não se
altere ou que justifique a sua existência, salientam-se:
o Em relação às condições do contexto de onde emerge o problema:
de serviço. A afetação de um enfermeiro a um doente ou mais, deve ser de acordo com o número de horas de cuidados necessários (COSTA, 2004).
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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Quando está lotado, os recursos humanos têm pouco tempo para as ações de
educação para a promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico (média de
horas negativas de 45 horas/ dia de acordo com a classificação de doentes);
Não existe um plano de educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico
que permita a promoção do autocuidado de forma estruturada;
A alta médica é comunicada muitas vezes no próprio dia.
o Em relação ao idoso com DPOC:
A maioria dos idosos têm uma adesão baixa e não demonstram conhecimentos
adequados para o autocuidado: gestão do regime terapêutico. De acordo com os
resultados do formulário para avaliar a adesão e a capacidade de gerir o regime
terapêutico (anexo I), aplicado a 16 idosos com DPOC, internados entre em janeiro
e fevereiro de 2012, no serviço de Pneumologia C, entre Janeiro 2012 e Fevereiro
2012, verificou-se que 65% dos idosos tinham baixa adesão ao regime terapêutico;
100% não demonstraram reconhecer a dispneia e as técnicas de conservação de
energia, executavam mal a administração de OLD e os exercícios respiratórios.
Apenas 14 idosos (87%) executavam corretamente a técnica de administração de
terapêutica inalatória, no entanto, quando se sentiam melhorados não a realizavam.
No que se refere às tendências do problema, algumas questões se colocam, tais como:
o Será que o idoso com DPOC/família são informados sobre as consequências da
descontinuidade do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no controlo da doença e na
melhoria da funcionalidade?
o O idoso com DPOC/família querem ser informados e ajudados?
o No serviço existe a preocupação de planear as ações de educação para o autocuidado: gestão
do regime terapêutico, de acordo com as necessidades do idoso, de forma a garantir a o
autocuidado e autocontrolo da doença no domicílio?
o Os recursos da comunidade existentes são suficientes para dar continuidade aos cuidados?
A educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso com DPOC, com
alterações da funcionalidade é um problema percecionado pela autora (na experiência
profissional através da prática diária e através das reflexões quotidianas) e pelos enfermeiros do
serviço da Pneumologia C. De acordo com o questionário realizado em Fevereiro de 2012
(anexo II), 100% dos enfermeiros responderam afirmativamente quando questionados se
consideravam a promoção do autocuidado: GRT, uma problemática do serviço. Todos
(100%dos enfermeiros) referiram sentir dificuldades para realizar ensinos ao idoso/ família,
nomeadamente: por falta de tempo (resposta de quatro enfermeiros), por a comunicação da alta
ser feita no próprio dia (resposta de um enfermeiro), por não existir um plano que permita a
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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estruturação e continuidade das ações (resposta de um enfermeiro); por falta de envolvimento
das famílias para cuidar do idoso no domicílio (resposta de três enfermeiros);e por a
continuidade de cuidados não ser assegurada (resposta de dois enfermeiros). Apenas 3
enfermeiros (25%) referiram realizar/validar com frequência as sessões de educação de quem
cuidam, enquanto 9 enfermeiros (75%) referiram que raramente realizaram as sessões de
educação.
Todos os enfermeiros (100%) referem que a promoção do autocuidado: gestão do
regime terapêutico, do idoso com DPOC, pode ser melhorada, nomeadamente através da
melhoria do planeamento desde o início do internamento, da promoção do envolvimento dos
idosos, família e da equipa multidisciplinar (resposta de seis enfermeiros); da programação e
validação da educação (resposta de quatro enfermeiros); da criação de uma linha de apoio (via
telefónica) para esclarecimentos de dúvidas existentes (resposta de um enfermeiro), da melhoria
da articulação com o centro de saúde (resposta de três enfermeiros) e o acompanhamento
continuado no domicílio por especialistas, a fim de reforçar/ validar os ensinos, no sentido de
prevenir as agudizações da doença e consecutivos internamentos (quatro enfermeiros).
Tendo em conta a realidade apresentada e a necessidade de melhorar a intervenção de
enfermagem de reabilitação na promoção do autocuidado: GRT, no planeamento da alta do
idoso com POC, para que este seja capaz de autocontrolar a doença no domicílio, formulou-se
a/o seguinte questão/ problema: quais são as intervenções de enfermagem de reabilitação que
promovem o autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso com DPOC?
Assim, no sentido de dar resposta a este problema, procedeu-se à revisão da literatura de
forma a aprofundar os conhecimentos sobre esta problemática e planear as atividades para a
melhoria da promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso com DPOC, no
serviço de Pneumologia C.
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo é realizada a revisão da literatura sobre o conceito, os dados
epidemiológicos, os fatores de risco, o diagnóstico, os sintomas, o tratamento medicamentoso e
não medicamentoso na DPOC. É abordada também, a reabilitação respiratória e a educação para
o autocuidado: gestão do regime terapêutico.
2.1- O IDOSO COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA
A doença pulmonar obstrutiva crónica é doença progressiva, caraterizada pela limitação
do fluxo das vias aéreas (medido através da espirometria), associada a uma resposta
inflamatória anormal dos pulmões a partículas ou gases nocivos, com efeitos extra pulmonares
importantes (GOLD, 2009).
As alterações pulmonares conduzem a uma limitação ventilatória durante o exercício,
com ocorrência de dispneia e intolerância à atividade física (GOLD, 2009; NAZIR et al, 2009).
Os efeitos sistémicos, tais como a inflamação sistémica e a disfunção muscular esquelética
acentua as limitações físicas e, dessa forma, o declínio da condição de saúde (NAZIR et al,
2009). Estas alterações são mais acentuadas quando associadas ao processo de envelhecimento,
nomeadamente a nível biológico, com maior declínio funcional e maior dificuldade na reposição
do equilíbrio hemostático (GOLD, 2009). É uma doença evitável, tratável, que evoluí por
exacerbações (GOLD, 2009; DGS, 2010).
Em Portugal 14,2% da população apresenta a doença (INE, 2006), no entanto, esta
encontra-se sub-diagnosticada (ONDR, 2011). Afeta mais homens e classes sociais mais baixas,
no entanto, a sua prevalência tem vindo a aumentar nas mulheres, relacionando-se
provavelmente, com o aumento da prevalência das mulheres fumadoras (INE, 2009).
O principal fator de risco é o tabagismo ativo e passivo. Outros fatores de risco
incluem a poluição no interior das habitações provocada pela queima de lenha e outros
combustíveis para cozinhar e para o aquecimento; a poluição ocupacional (poeiras e agentes
químicos); as infeções frequentes das vias aéreas inferiores, particularmente nas crianças; e
fatores genéticos, tais como a deficiência da alfa-1 antitripsina (GOLD, 2009; ONDR, 2011).
Os sintomas mais comuns são a tosse crónica, a presença de expetoração e a dispneia ao
esforço (GOLD, 2009).
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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De acordo com a GOLD (2009), a espirometria é essencial para o diagnóstico e para a
classificação da doença nos diferentes estádios5.
A deteção precoce da doença permite o tratamento adequado e evitam o agravamento do
seu estádio (GOLD,2009; DGS, 2011c).
O regime terapêutico instituído deve ser baseado na avaliação individualizada e na
gravidade da doença, podendo ser medicamentoso e não medicamentoso.
No regime terapêutico medicamentoso, são utilizados os broncodilatadores inalados,
que podem ser de curta ou longa duração e mucolíticos (GOLD,2011). Refere-se também, a
administração de oxigenoterapia de longa duração para todos os doentes com PaO2= ou <55
mmHg ou doentes com PaO2 entre os 55 e os 60 mmHg, com cor pulmonale, e ou com
hematócrito> 55% (DGS, 2011b). A OLD tem como objetivo manter PaO2> a 60mmHg e a
SaO2> 90% (DGS, 2011b). Esta quando realizada por mais de 18 horas/dia aumenta a
esperança de vida (NAZIR et al, 2009).
A ventiloterapia-não-invasiva é também uma opção terapêutica eficaz em doentes com
PaCO2> que 55mmHg ou PaCO2 entre os 50mmHg e os 55 mmHg, com dessaturação noturna
ou mais de dois episódios por ano de insuficiência respiratória aguda com internamento (DGS,
2011d). Esta permite manter os valores de gasimetria e reduzir os episódios de internamento por
exacerbações6 (WEDZICHA et al, 2008; GOLD, 2009).
Nas exacerbações é utilizada a antibioterapia e a corticoterapia por via oral, A
corticoterapia deve ser reduzida progressivamente e suspensa logo que possível devido aos seus
efeitos colaterais de uso prolongado (GOLD, 2009).
É recomendada a vacinação antiinfluenza e antipneumocócica, para a prevenção das
infeções respiratórias (DGS, 2009).
O regime terapêutico não medicamentoso baseia-se no treino das técnicas de:
relaxamento para controlo de pânico, da ansiedade e para reduzir a tensão física e psíquica
(DGS, 2009);
reconhecimento de dispneia7, em que o doente reconhece e discrimina os diferentes
estímulos e atribui-lhes um valor de acordo com uma escala, nomeadamente, a Escala de
5 Gravidade da DPOC de acordo com os valores de espirometria: Estádio I – Ligeiro FEV1 ≥80% ; Estádio II – Moderado 50%≤FEV1 <80%; Estádio III – Grave 30%≤FEV1 <50%; Estádio IV – Muito Grave FEV1 <30% ou FEV1 <50% com insuficiência respiratória crónica (GOLD, 2009). 6 Segundo (GOLD, 2009) as exacerbações são caraterizadas pelo agravamento da dispneia, tosse, mudança da expetoração (quantidade e cor), levando ao aumento e ou adição da utilização da medicação habitual. 7 A dispneia é a perceção de respiração difícil por parte do doente. Sensação subjetiva de desconforto, relacionado com a dificuldade em respirar, ( BORG, 1982).
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BORG8 (CARPENITO-MOYET et al., 2006; DGS, 2009). Em caso de crise de dispneia
devem ser treinadas as posições de descanso como a “posição de cocheiro”, em que o
diafragma adquire uma curvatura mais fisiológica e todos os músculos acessórios da
respiração, pescoço, cintura escapular, e membros superiores ficam em posição de
relaxamento. A esta posição deve ser associada a técnica de dissociação dos tempos
respiratórios9 (LYNES, 2007).
respiração diafragmática e expiração com os lábios semicerrados: o doente posicionado
em decúbito dorsal e membros inferiores ligeiramente fletidos, inspira pelo nariz e a expira
lentamente pela boca com os lábios semicerrados, sendo que no momento em que inspira
deve elevar o abdómen e quando expira deve contrai-lo (EFFING et al., 2009; WEDZICHA
et al 2009; PRESTO et al, 2009; DGS, 2009);
expiração forçada10 e tosse dirigida11 para realizar a higiene brônquica diária (PRESTO et
al, 2009);
conservação de energia e de controlo de dispneia, na qual o doente é instruído a realizar
as atividades intercaladas com períodos de descanso e a executar a técnica da respiração:
expiração com os lábios semicerrados (DGS, 2009). No desempenho dos autocuidados o
doente com DPOC deve ser aconselhado a tomar banho sentado num banco; vestir/ despir,
calçar e descalçar os sapatos sentado; fazer a higiene pessoal sentado (escovar os dentes,
lavar a cara, pentear-se e barbear-se); usar sapatos sem cordão; dividir o tempo para a
realização de tarefas do dia-a-dia e não ter pressa aquando da sua realização; e subir escadas
degrau a degrau (DGS, 2009; PRESTO et al, 2009). Aconselha-se a colocação de barras de
apoio na casa de banho para diminuir o gasto de energia e aumentar a segurança nas
transferências ao sentar/ levantar da banheira/ poliban para a cadeira e vice-versa. A
planificação das AVD, com períodos de descanso, as alterações na disposição dos objetos
mais frequentemente utilizados e a eliminação de barreiras arquitetónicas são fundamentais
para reduzir o gasto de energia e a sensação de dispneia, permitindo que o doente se
mantenha ativo e facilitando a sua reintegração ao contexto familiar e da comunidade
(ALBERT et al., 2008; DGS,2009; OE, 2010).
8 Escala de BORG modificada é escala categórica, vertical e pontada de 0 (nenhuma dispneia) e 10 (dispneia máxima) em que cada número está associado a uma descrição textual do grau de dispneia (BORG, 1982) 9 Na técnica de dissociação dos tempos respiratórios a pessoa inspira pelo nariz (“cheira uma flor”) e expira pela boca lentamente (“sopra a vela”) (GOLD, 2009) 10 Na expiração forçada a pessoa inspira profundamente pelo nariz e de seguida faz a expiração rápida com a glote aberta, que se assemelha à técnica de “embaciar um vidro”, sempre com a coordenação dos músculos abdominais (PRESTO et al, 2009). 11 Na realização da tosse a pessoa inspira profundamente pelo nariz e faz a expiração forçada com a glote fechada (semelhante ao reflexo de tosse) e com contração da musculatura abdominal (PRESTO et al, 2009).
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treino de esforço, que associa o treino de endurance e o treino de força muscular. O treino
de endurance baseia-se no treino simples (exercícios de moderada intensidade, por um
período relativamente longo. Ex: marcha, bicicleta) e no treino intervalado (exercícios com
intensidade variável, com períodos curtos de elevada intensidade e seguidos de períodos de
baixa intensidade, aplicados de forma sequencial (DGS, 2009). O treino de força consiste
na realização de exercícios dos membros superiores e inferiores, com utilização de
resistências ou pesos/halteres (DGS, 2009). Na realização do treino de esforço, é
recomendado o uso de oxigénio em pessoas com hipoxemia em repouso ou induzida pelo
exercício, por aumentar significativamente a capacidade de exercício e reduzir os efeitos
adversos (DGS, 2009). O treino dos músculos respiratórios está indicado quando a sua força
está tão diminuída que passa a ser um componente da limitação ao exercício. O doente é
ensinado a expirar com os lábios semicerrados durante a fase de esforço e inspirar durante a
fase de relaxamento (DGS, 2009).
A gestão do regime terapêutico medicamentoso permite reduzir o trabalho respiratório,
diminuindo a obstrução ao fluxo aéreo e a inflamação das vias aéreas, melhorando a
sintomatologia e/ ou as complicações dos doentes (GOLD, 2009; DGS, 2011d). A gestão do
regime terapêutico não medicamentoso influencia positivamente os efeitos sistémicos,
nomeadamente o descondicionamento físico, a disfunção psicossocial e as comorbilidades, em
particular a cardiovascular (DGS, 2009; EFFING, 2009); diminui a dispneia, aumenta a
tolerância ao esforço e melhora a qualidade de vida dos doentes (MAGALHÃES, 2009) e
diminui as exacerbações, as consultas e internamentos hospitalares (DGS, 2009; WALTERS et
al, 2010; WARWICK et al, 2010), sendo a educação do idoso com DPOC, para promover o
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no âmbito da reabilitação respiratória, fundamental
(DGS, 2009).
2.2- A REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA E A INTERVENÇÃO DO EER NA
EDUCAÇÃO DO IDOSO COM DPOC PARA AUTOCUIDADO: GESTÃO DO
REGIME TERAPÊUTICO
A reabilitação respiratória é uma intervenção global e multidisciplinar, recomendada
nos doentes sintomáticos, com redução das AVD, para reduzir os sintomas, otimizar a
funcionalidade, aumentar a participação social, reduzir os custos de saúde, através da
estabilização ou regressão da doença (DGS, 2009; GOLD, 2009).
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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Segundo o programa nacional de prevenção e controlo da DPOC, e de acordo com as
orientações sobre a reabilitação respiratória, a educação ao idoso com DPOC, insere-se nas
estratégias de prevenção secundaria ou terciária, e visam tornar o doente o mais autónomo no
autocontrolo12 da doença e no recurso aos serviços de saúde (DGS, 2009).
De acordo com a DGS (2009), a educação para o autocuidado: GRT deve ser
considerada como um processo estruturado, efetuado por profissionais treinados e abordar a
fisiopatologia das doenças respiratórias e patologias associadas; os sinais e sintomas; a
terapêutica farmacológica; as técnicas de reeducação respiratória, de relaxamento, de
conservação de energia e de gestão de esforço; intervenção nas agudizações; dieta adequada;
sexualidade e viagens. Deve comtemplar aspetos básicos relacionados com a doença e o regime
terapêutico, que seja aplicável no quotidiano da pessoa, sendo, preferencialmente, alargado à
família ou pessoas significativas (MACHADO, 2009).
A educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico ajuda o idoso a
reconhecer o seu corpo em condições associadas ao envelhecimento e ao processo de doença
cronica, promove a alteração de hábitos de vida, a adesão ao regime terapêutico, a conhecer a
intervenção adequada a adotar em cada momento e o momento de recorrer aos serviços de
saúde, prevenindo as complicações da doença e influenciando a qualidade de vida13
(EFRAIMSSON et al., 2008; MAGALHÃES, 2009; EFFING et al., 2009; DGS, 2009;
WALTERS et al., 2010).
Segundo OREM (1995), o autocuidado é definido como o cuidado pessoal que as
pessoas necessitam cada dia de forma a regular o seu próprio funcionamento. Um processo ativo
e cognitivo no qual a pessoa assume a responsabilidade pelo seu processo de saúde-doença,
procurando manter a sua saúde14 ou controlar a sua situação de doença, com o objetivo de
conseguir o melhor bem-estar15 e qualidade de vida (OREM, 1995). Segundo mesma autora, a
pessoa diferencia-se de outros seres vivos pela sua capacidade de refletir sobre si mesmo e o seu
ambiente, e orientar os esforços para fazer coisas que são benéficas para si e para os outros. O
funcionamento humano integrado inclui aspetos físicos, psicológicos, interpessoais e sociais,
sendo que a pessoa tem potencial para aprender e desenvolver. Para a pessoa satisfazer as suas 12 Considera as “Disposições tomadas para tomar conta do necessário para a sua própria manutenção; para se conservar ativo, lidar com as suas necessidades básicas e íntimas e as atividades de vida” ICN (2010) 13 Qualidade de vida é definida como “a perceção que o indivíduo tem da sua posição na vida, contexto da cultura e do sistema de valores nos quais vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”(OMS , 1995) 14 Saúde, de acordo com OREM (1995), que apoia a definição de saúde da OMS, é o estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença; inclui os cuidados de promoção e manutenção de saúde (prevenção primária), o tratamento da doença ou da lesão (prevenção secundaria) e a prevenção de complicações (prevenção terciária). 15 Bem-estar é entendido como “a experiência humana de saúde que resulta da capacidade que cada pessoa tem para ultrapassar equilíbrios perdidos e de se adaptar às circunstâncias da vida, por si só ou com ajuda” (BASTO, 2009, p 14)
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
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necessidades de autocuidado, tem de ter habilidade, conhecimento, capacidade e motivação para
executar as suas atividades, quando não apresenta estas condições, torna-se dependente ou
parcialmente dependente, existindo três sistemas de enfermagem16 que devem ser utilizados
consoante o nível de capacidade da pessoa, referindo-se ao sistema de enfermagem de apoio-
educação, quando a pessoa é potencialmente capacitada para satisfazer as suas necessidades de
autocuidado.
De acordo com OREM (1995) a enfermagem é exigida quando as pessoas necessitam de
adquirir competências de autocuidado recentemente prescritas e/ ou complexas, cuja realização
exige conhecimento e habilidade especializados, adquiridos através de treino e experiência, ou
quando a pessoa necessita de ajuda para recuperar da doença ou da lesão, ou para enfrentar os
seus efeitos. Segundo a autora as intervenções do enfermeiro compreendem a combinação de
técnicas de suporte, o apoio, a orientação, o ensino e proporcionar um ambiente favorável ao
desenvolvimento da pessoa como agente do autocuidado.
O enfermeiro de reabilitação tem um papel fundamental na educação para o
autocuidado: gestão do regime terapêutico, pois é o profissional com o “conhecimento
aprofundado no domínio específico de Enfermagem, tendo em conta as respostas humanas aos
processos de vida e aos problemas de saúde, que demonstra níveis elevados de julgamento
clinico e tomada de decisão OE (2010, p. 1) (…) e com as competências específicas de “cuidar
de pessoas com necessidades especiais, no ciclo vital, em todos os contextos de cuidados; de
habilitar a pessoa com deficiência ou incapacidade para a reinserção na comunidade e exercício
de cidadania; de maximizar a funcionalidade promovendo a autonomia e a qualidade de vida
(OE, 2010).
Assim, o papel do enfermeiro de reabilitação é fundamental para a identificação das
necessidades do idoso e família, por forma a garantir os cuidados necessários (HOEMAN,
2011). No processo de cuidados17, utiliza técnicas específicas de reabilitação e intervém na
educação do autocuidado (OE, 2010), para que o idoso com DPOC mantenha (adesão ao
tratamento18) e saiba gerir o regime terapêutico19 (tomada de decisão), de modo a autocontrolar
16 Sistema de enfermagem (1) totalmente compensatório, (2) parcialmente compensatório e (3) de apoio-educação; classificação de acordo com a relação entre a ação da pessoa e a do/a enfermeiro/a. 17 Para Amendoeira (2000), o processo de cuidados é “um processo de interação onde o centro de interesse é a pessoa e, onde o profissional possui os conhecimentos específicos que lhe permitem diagnosticar e planear o trabalho, que ele próprio executa e controla”. 18 Comportamento de Adesão é um tipo de Comportamento de Procura de Saúde com as seguintes características específicas: ação auto iniciada para promover o bem-estar, recuperação e reabilitação, seguindo as orientações sem desvios, empenhado num conjunto de ações ou comportamentos (ICN, 2006). 19 A Gestão do Regime Terapêutico é definida como o tipo de comportamento de adesão com as seguintes características específicas: executar as atividades, cumprindo um programa de tratamento da doença e das suas complicações, atividades essas que são satisfatórias para atingir objetivos específicos de saúde, integrar atividades para tratamento ou prevenção da doença na vida diária (ICN, 2006).
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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a doença no domicílio e melhorar a sua qualidade de vida (MAGALHAES, 2009; MENDES,
2010; O.E., 2010).
Nos países desenvolvidos a adesão ao regime terapêutico nos doentes crónicos ronda os
50% (MACHADO, 2009). A adesão ao regime terapêutico é influenciada por fatores internos
como as crenças, as experiências positivas e a forma como o doente as mobiliza; e fatores
externos: como o suporte dado pela família na manutenção da adesão (SILVA; 2008).
A fraca adesão aumenta o risco de mais recaídas, de aumentar a dependência, de efeitos
adversos, de desenvolver resistências, de toxicidade e da ocorrência de acidentes (WHO, 2003).
A adesão ou concordância pode ser avaliada de acordo com o grau de conformidade
entre as recomendações dos profissionais de saúde, o comportamento relativamente ao regime
terapêutico proposto, os conhecimentos que o doente tem quer em termos do seu problema de
saúde, quer relacionado com o regime terapêutico; a permanência em programas de tratamento,
o seguimento das consultas previamente estabelecidas, a aquisição dos medicamentos prescritos
e a toma dos mesmos de forma adequada, o seguimento de regimes alimentares ou a prática de
exercício físico, ou ainda, o abandono de comportamentos de risco e mudanças de hábitos de
vida (LIMA, 2001; SILVA; 2008).
O idoso com DPOC está sujeito a um regime terapêutico complexo com recurso a
múltiplas estratégias farmacológicas e não farmacológicas em simultâneo. Realçando-se a
polimedicação, com recurso a vários fármacos, com um elevado número de tomas diárias,
diferentes horários, necessidade de adequação das dosagens em função dos valores resultantes
da auto vigilância, a utilização de diferentes vias de administração (via oral, inalatória), em
simultâneo com, a utilização de estratégias não farmacológicas, como a alteração de hábitos
alimentares e de exercício e a autocontrolo20 de sintomas. (PANDILHA, 2010).
A mudança de comportamento requerido pode ser desenvolvida utilizando o modelo
transteórico de PROCHASKA E DICLEMENT (1982). Este baseia-se na mudança de
comportamento e pretende explicar as relações entre o pensamento e o comportamento das
pessoas, relativamente às questões afetas à saúde e à doença. Insere-se no pressuposto de que
compreendendo as suas crenças, valores e atitudes, será possível planear uma intervenção mais
eficaz, que permita modificar e controlar os comportamentos adotados. Este é constituído por
cinco estádios: o estádio ou fase de pré-contemplação em que a pessoa não tem ainda qualquer
intenção de mudar; a fase de contemplação, em que a pessoa começa a considerar a
possibilidade de mudar; a fase de preparação, quando a pessoa começa a realizar pequenas
mudanças e aproximações ao comportamento desejado; a fase de ação em que a pessoa adota o
20 “Disposições tomadas para tomar conta do necessário para a sua própria manutenção; para se conservar ativo, lidar com as suas necessidades básicas e íntimas e as atividades de vida” ICN (2011)
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
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novo comportamento e finalmente a fase de manutenção em que a pessoa mantém o
comportamento desejado ao longo do tempo (MACHADO, 2009).
Na primeira e segunda fase, será muito importante a informação e a sensibilização para
ir criando no idoso a necessidade e as disposições para mudar. Na fase de preparação e ação será
importante dar informações precisas acerca do que mudar e como mudar, indicando estratégias
práticas que facilitem a adoção do comportamento desejado e proporcionar ao idoso um
acompanhamento personalizado e individualizado. Na fase de manutenção o acompanhamento
será mais espaçado, uma vez que o idoso já é capaz de manter ao longo do tempo o
comportamento desejado (MACHADO, 2009).
A intervenção do enfermeiro de reabilitação deve ter por base a utilização de planos de
educação e grelhas, com aspetos orientadores, que permitam dar à equipa uma visão global do
ponto da situação em termos de educação, e dar continuidade, consolidando e validando o
trabalho desenvolvido (SANTOS, 2010).
De acordo com o modelo de gestão integrado da doença cronica21, o cuidado ao idoso
com DPOC deve basear-se numa intervenção centrada no doente e nas suas necessidades e na
coordenação dos recursos do hospital, da comunidade e dos diversos profissionais envolvidos
permitindo a promoção da educação no autocuidado e a racionalização dos custos
(PETRONILHO, 2007; HOEMAN, 2011). O envolvimento do idoso e da família permite uma
coresponsabilização nas decisões tomadas. Fundamenta-se numa relação personalizada, na qual
o idoso e família com DPOC são parceiros na gestão do processo saúde – doença, e em que se
coresponsabilizam pela saúde em todo o ciclo de vida (OMS, 2005, OE, 2010, ONDR, 2011).A
família pode desempenhar um apoio efetivo, lembrando e motivando e ajudando o idoso a pôr
em prática os aspetos ensinados (PETRONILHO, 2007; CHOLOWSKI & CANTWELL, 2007;
MURRAY et al., 2007; STEVEN et al., 2008; RIEGEL et al., 2008).
O planeamento da alta deve ser iniciado na admissão e deve englobar os seguintes
passos: reunir com o idoso/família para levantamento das necessidades na pós-alta; promover
sessões educativas ao idoso/família para o autocuidado; reunir com a assistente social e equipa
multidisciplinar no sentido de conhecer os recursos disponíveis e contatar com os cuidados de
saúde primários, de forma a identificar e preparar as necessidades antecipatórias de saúde
(técnicas e humanas), para que o dia de ir para o domicílio coincida com o dia da alta clinica
(TAVARES, 2008).
21 Sistema coordenado de intervenções de saúde e comunicação, para e com o cliente, com o envolvimento de todos os níveis de cuidados, de forma, a assegurar as condições para o desenvolvimento do autocuidado. Prevê que os cuidados de saúde sejam prestados no continuum da doença de acordo com as necessidades do cliente e comtempla a prevenção de co- morbilidades e complicações (DMMA et al, 2005).
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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A Lei de Bases da Saúde (Lei nº48, 1990) recomenda a “ a intensa articulação entre os
vários níveis de cuidados de saúde” e a “circulação recíproca e confidencial de informação
clínica relevante sobre os utentes”.
A partilha de informação e a utilização de estruturas, entre diferentes unidades de
cuidados de saúde, que permitem a comunicação em tempo real, nomeadamente pela utilização
do contato eletrónico, pode proporcionar maior integração dos níveis de cuidados, tornando as
comunicações mais efetivas, com a troca correta e imediata de informação, entre hospital e
centro de saúde e vice-versa; maior acessibilidade aos cuidados, com a diminuição do tempo de
espera para a obtenção de cuidados de enfermagem apropriados; melhor qualidade dos
cuidados, com a articulação e funcionamento do sistema mais eficiente (OE,2008; SILVA,
2011). A “carta de alta/transferência” deve ter a informação precisa acerca dos problemas e dos
cuidados prestados (as necessidades identificadas e as ações de educação para saúde realizadas)
(TAVARES, 2008).
A continuidade dos cuidados e o acompanhamento dos idosos com alterações da
funcionalidade, através da visita domiciliaria e/ou seguimento em hospital dia é relevante na
adesão ao regime terapêutico e no autocontrolo da doença (ONDR, 2011). A visita domiciliária
possibilita a promoção do reforço da educação e permite detetar os problemas relacionados com
o tratamento/ regime terapêutico; a adequação e funcionamento do equipamento instalado; as
melhoria das acessibilidades e a eliminação barreiras arquitetónicas e a adequada utilização dos
produtos de apoio, potenciando uma melhor adaptação ao contexto familiar, social e
comunitário, minimizando os efeitos negativos da doença e maximizando a independência
(TAVARES, 2008; OE, 2010; ONDR, 2011).
Assim, considerando-se o conhecimento científico exposto, apresenta-se o plano de
atividades para a implementação das ações de melhoria dos cuidados de enfermagem na
educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico, no âmbito do planeamento da alta
do idoso com DPOC.
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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3- PLANO DE ATIVIDADES
Tendo por base a revisão da literatura, elaborou-se o plano de atividades, com os
objetivos, atividades resultados e indicadores de avaliação salientando-se: a estruturação dos
procedimentos no planeamento da alta e da educação do idoso com DPOC para o autocuidado:
GRT; a elaboração e implementação de um plano de educação e a promoção da continuidade
dos cuidados de enfermagem no domicílio.com a finalidade melhorar a qualidade dos cuidados
na promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico e o planeamento da alta do idoso
com DPOC, no serviço de Pneumologia C.
Os recursos humanos que apoiarão este projeto serão os enfermeiros da equipa de
Pneumologia C e do Centro de Saúde de Torres Vedras, idosos com DPOC que sejam
internados no serviço referido e seus familiares/ cuidadores. Os recursos materiais utilizados
serão os instrumentos de colheita de dados, plano de educação para o autocuidado: gestão do
regime terapêutico, panfleto informativo sobre autocuidado, norma de planeamento da alta,
carta de Alta, meios informáticos, telefone, oxímetro de pulso, monitor cardíaco, halteres,
pedaleira.
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PLANO DE ATIVIDADES
OBJETIVOS ATIVIDADES RECURSOS AVALIAÇÃO
- Estruturar procedimentos na promoção do autocuidado: gestão do RT, no planeamento da alta do idoso com DPOC.
- Realização da revisão bibliográfica;
- Elaboração e apresentação de um instrumento de colheita de dados para avaliar as necessidades do idoso com DPOC, nomeadamente de educação para o autocuidado: gestão do RT;
- Elaboração e apresentação da norma do planeamento da alta.
- Instrumento de colheita de dados;
- Norma de planeamento da alta
- Nº de instrumentos de colheita de dados preenchidos.
- Registos com aplicação da norma do planeamento da alta.
- Implementar o plano de educação do idoso com DPOC, no autocuidado: gestão do regime terapêutico.
- Realização da revisão bibliográfica;
- Elaboração e apresentação do plano de educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico;
- Elaboração e apresentação do panfleto informativo.
-Plano de educação para o autocuidado: gestão do RT.
-Panfleto informativo.
- Conhecimento/ capacidade no autocuidado: gestão do regime terapêutico do idoso.
- Assegurar a continuidade dos cuidados na comunidade através da melhoria da articulação com os cuidados de saúde primários e do apoio formal nas primeiras semanas após a alta.
- Implementação do correio eletrónico para partilhar a informação com o enfermeiro dos cuidados continuados e encaminhar a carta de alta;
- Criação de uma linha telefónica para esclarecimento de dúvidas, apoio à pessoa idosa e família com DPOC.
- Implementação da visita domiciliária (na primeira semana após a alta) em conjunto com o enfermeiro do centro de saúde, aos idosos com OLD e VNI.
-Meios informáticos e telefone;
- Folha de Alta;
- Oxímetro de pulso e monitor cardíaco;
- Halteres, Pedaleira;
- Veiculo automóvel
Nº de referenciados com folha de alta/ total de idosos com DPOC com alta x 100;
Nº contactos com enfermeiro da comunidade total idosos com DPOC com alta x 100;
Nº de visitas domiciliárias/ total de idosos com DPOC com alta com VNI e OLD x 100.
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4- CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
DATA
OBJ ETIVOS
Fevereiro/ 2012
Março/ 2012
Abril/ 2012
Maio/ 2012
Junho/ 2012
Julho/ 2012
Agosto/ 2012
Setem
bro/ 2012
Outubro/ 2012
Novem
bro/ 2012
Dezem
bro/ 2012
Janeiro/ 2013
- Validar a problemática da educação do idoso com DPOC para o autocuidado: gestão do regime terapêutico, no âmbito do planeamento da alta, com a equipa de enfermagem.
X
- Estruturar os procedimentos de planeamento da alta e da educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico do idoso com DPOC.
X X X X X X X X X X X
- Promover a educação do idoso e família com DPOC, no autocuidado: gestão do regime terapêutico.
X X X X X X X X X X X
-Assegurar a continuidade dos cuidados na comunidade através da articulação com os cuidados de saúde primários e do apoio formal nas primeiras semanas após a alta.
X X X X X X X X X X X
-Elaborar o relatório X X X
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS E ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE O PROJETO
ELABORADO
Na fase final de elaboração deste projeto evidenciam-se os sentimentos de satisfação por
progredir mais um pouco no processo de aprendizagem, como profissional e mestranda e que
resultam do caminho percorrido até ao momento. Este surge como processo de aprendizagem,
que liga a teoria e a prática, unificando vários aspetos, nomeadamente a intencionalidade da
ação, a sua inserção no contexto social e o empenho pessoal (LEITE, 2003).
O levantamento da problemática e a apresentação dos resultados junto da equipa de
enfermagem foi um estímulo positivo para a melhoraria das práticas na educação do idoso e na
promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico. A pesquisa bibliográfica permitiram o
aprofundamento dos conhecimentos e a reflexão sobre as ações desenvolvidas no contexto e as
que são recomendadas de acordo com os conhecimentos científicos recentes, aumentaram o
empenhamento pessoal e da equipa para projetar as ações que promovem a melhoria da
qualidade dos cuidados de enfermagem na promoção do autocuidado: gestão do regime
terapêutico, no serviço de Pneumologia C, do CHO: Unidade Torres Vedras, apresentadas no
plano de atividades.
Através da implementação/ desenvolvimento e avaliação deste projeto pretende-se e
elaborar o relatório de trabalho de projeto, para obtenção do grau de mestre em Enfermagem de
Reabilitação. Este pretende, também, servir de base à reflexão sobre a função de educador do
enfermeiro de reabilitação, na área da reabilitação respiratória, no âmbito do planeamento da
alta e melhorar as competências, como enfermeira especialista de reabilitação, no cuidado ao
idoso com DPOC, contribuindo para a promoção do autocuidado, do autocontrolo da doença e
da melhoria da qualidade de vida do idoso.
Como todo o projeto estará sujeito a alterações ou reformulações, no decorrer do seu
desenvolvimento e avaliação, tendo em conta as oportunidades de aprendizagem que possam ir
surgindo.
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ALTA DO IDOSO COM DPOC
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6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
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ANEXOS
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
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ANEXO I: Formulário dirigido aos idosos com DPOC internados no serviço de Pneumologia
C, do CHO: Unidade Torres Vedras, para avaliar a adesão e a capacidade de gerir o
autocuidado: gestão do regime terapêutico.
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FORMULÁRIO
Diagnóstico: ADMISSÃO: __ /__ / __
Motivo de internamento:
Sexo: Feminino Masculino Idade: ≥80 anos 65 a 79 anos 50 a 64 anos 18 a 49 anos
ESTADO DE CONSCIÊNCIA
Consciente Obnubilado Estupor Coma
Em que ano estamos? não responde / não sabe / errado certo
Em que mês estamos? não responde / não sabe / errado certo
Quantos são hoje (dia do mês)? não responde / não sabe / errado certo (
Em que estação do ano estamos? não responde / não sabe / errado certo
Que dia da semana é hoje? não responde / não sabe/ errado certo
Média dos itens
0 – 0 a 0,9 má
1 – 1 a 1,9 insatisfatória
2 – 2 a 2,9 satisfatória
3 ‐3 bom
Score Estado
Cognitivo
(Média dos itens)
0 – 0 a 0,9 mau
1 – 1 a 1,9 insatisfatório
2 – 2 a 2,9 satisfatório
3 – 3 bom
Como se chama o nosso país? não responde / não sabe / errado certo
Em que distrito vive? não responde / não sabe / errado certo
Em que terra vive? não responde / não sabe / errado certo
Como se chama esta casa? não responde / não sabe / errado certo
Em que andar/serviço estamos? não responde / não sabe / errado certo
Orien
‐tação
no Espaço
Média dos itens
0 – 0 a 0,9 má
1 – 1 a 1,9 insatisfatória
2 – 2 a 2,9 satisfatória
3 – 3 bom
Estado Civil: viúvo/separado/solteiro (0) casado / união de facto (3)
Onde vive: Domicilio Lar Outro _____________________________
N.º de coabitantes: vive só vive com outros
Cuidador(es): ________________
Tempo em que está só nas 24h: 8 ou mais horas menos de 8 horas (3)
Ter com quem desabafar/ter confidente: não tem confidente tem confidente
Isso‐lam
ento Social Média dos itens
0 – 0 a 0,9 mto isolado
1 – 1 a 1,9 isolado
2 – 2 a 2,9 pouco isolado
3 – 3 não isolado
Escolaridade: 0 anos/analfabeto 1 a 6 anos 7 a 12 anos 13 ou + anos
Profissão: __________________________
Há‐bilitações Literárias Média dos itens
0 – 0 a 0,9 baixas
1 – 1 a 1,9 insatisfatório
2 – 2 a 2,9 satisfatório
3 – 3 bom
Médico de família: _________________ Última consulta:_____
Pneumologista: ________________________ Última consulta:_____
Internamentos / Recurso ao S.Urg.:________________________________________________________________________
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
Goréti Rainho Página 32
ANTECEDENTES
Fumador: Não passivo activo ex‐fumador ______ UMA (nº cigarros/dia/20Xn.º anos)
Exposição ocupacional: Não Sim ____________
Patologia Associadas Não Sim______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________
IMUNIZAÇÕES influenza pneumococos ? _________________________________________________
HISTÓRIA FAMILIAR:
MEDICAÇÃO HABITUAL
OLD: Não Sim _____ h/dia Débito: ____ l/m VNI: Não Sim _____ h/dia Débito O2: _____l/m EPAP: _____ IPAP: ______
Desconforto associado à máscara de VNI:
ESTADO DE NUTRIÇÃO IMC (peso/alt2) = (______ / ______2) = _____Kg/m2
<16 (magreza) ou >30 (obesidade) (0) 16 a 18,4 (baixo peso) ou 25,1 a 30 (excesso peso) (1) 18,5 a 25 (adequado) (3)
CINTURA = _______cm F < 80 (adequado); M < 94 (adequado) (3)
F > 88 (obesidade II); M > 102 (obesidade II) (0) F – 80 a 88 (obesidade I; M – 94 a 102 (obesidade I) (1)
Score Estado de nutrição
(a média dos itens)
0 – 0 a 0,9 magro / obeso
1 – 1 a 2,9 baixo / excesso peso
3 – 3 adequado
Apoio Social: Cuidador informal Centro de dia Apoio Domiciliário Outro _____________________________
Condições habitacionais: escadas elevador Wc água canalizada luz eléctrica sist. aquecimento
__________________________________
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
Goréti Rainho Página 33
CAPACIDADE PARA GERIR O REGIME TERAPÊUTICO
D‐ Demonstra capacidade desempenho (executa bem) / ND – Não tem capacidade desempenho (executa mal)
Regime terapêutico ADM ALTA Regime terapêutico ADM ALTA
Reconhecimento da dispneia (considera que a sua dispneia está relacionada com a sua doença? / como faz quando tem falta de ar?)
Oxigenoterapia
Técnicas de conservação de energia nas AVDs Ventiloterapia
Exercício regular (Que exercício realiza semanalmente?) Viagens/saída de casa
Dieta adequada (Que cuidados tem com a sua alimentação?) Sinais de alerta (sinais e sintomas) / intervenção nas agudizações
Técnica de administração de terapia inalatória (Como faz?) Técnicas de relaxamento
ADESÃO AO REGIME TERAPÊUTICO Score ( Σ ÷7 ): __________
Inaloterapia e outros medicamentos (marque na escala com
um círculo)
OLD (marque na escala com uma cruz)
VNI (marque na escala com quadrado) Sem
pre
Qua
se
sem
pre
Com
fre
quên
cia
Por
vez
es
Rar
amen
te
Nun
ca
1. Alguma vez se esqueceu de tomar os medicamentos para a sua doença?
2. Alguma vez foi descuidado com as horas da toma dos medicamentos para a sua doença?
3. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença por se ter sentido melhor?
4. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença, por sua iniciativa, após se ter sentido pior? Porquê?
5. Alguma vez tomou mais um ou vários comprimidos para a sua doença, por sua iniciativa, após se ter sentido pior? Porquê?
6. Alguma vez interrompeu a terapêutica para a sua doença por ter deixado acabar os medicamentos? Porquê? _________________________________________________________________
7. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença por alguma outra razão que não seja a indicação do médico? Qual a razão?
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
Goréti Rainho Página 34
ANEXO II: Questionário dirigidos aos enfermeiros para identificar as práticas e validar se a
educação do idoso com DPOC, no autocuidado: gestão do regime terapêutico, no
âmbito do planeamento da alta, é uma problemática no serviço de Pneumologia C,
do CHO: Unidade Torres Vedras.
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
Goréti Rainho Página 35
Questionário
Este questionário surge no âmbito do 2º Curso de Mestrado de Enfermagem de
Reabilitação da Escola de Saúde de Santarém, Unidade Seminário de Trabalho de Projeto, e
destina-se a identificar as práticas e validar se a educação do idoso com DPOC, no
autocuidado: gestão do regime terapêutico, no âmbito do planeamento da alta, é uma
problemática sentida pelos enfermeiros do serviço de Pneumologia C. A promoção da educação
para o autocuidado: gestão do regime terapêutico e a continuidade dos cuidados, favorece o
autocontrolo controlo da doença no domicílio.
É anónimo. Os resultados serão divulgados no serviço.
1. Considera a educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico um problema
do idoso e família com DPOC, internado no seu serviço? SIM NÃO
2. Tendo em conta as situações em que o idoso e família parecem ter capacidade para
receber informação, desenvolve algumas intervenções? SIM NÃO
Se respondeu sim, diga quais:
_____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
3. Sente dificuldades? SIM NÃO
3.1- Se respondeu sim, diga quais:
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
4. Com que frequência realiza/valida sessões de educação de quem cuida?
Nunca
Raramente
Frequentemente
Sempre
5. Que assuntos aborda quando promove as sessões de educação para a
saúde?_______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
PROJETO: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO, NO PLANEAMENTO DA
ALTA DO IDOSO COM DPOC
Goréti Rainho Página 36
6. Pensa que o planeamento da alta e a educação do idoso, no autocuidado: gestão do
regime terapêutico pode ser melhorado? SIM NÃO
6.1 - Se respondeu sim, mencione pelo menos um aspeto que pode ser melhorado.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
7. Comentários / Sugestões
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Obrigada!
Goréti Rainho
Fevereiro/2012
CONSENTIMENTO INFORMADO, LIVRE E ESCLARECIDO
Maria Goreti Gomes Rainho Mendes, enfermeira de reabilitação no serviço de
Pneumologia C e aluna do 2º Curso de Mestrado de Enfermagem de Reabilitação da
Escola de Saúde de Santarém, Unidade Seminário de Trabalho de Projeto, vem solicitar
a participação de Vossa Excelência, no trabalho de projeto desenvolvido no serviço
referido, com o título: “Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no
planeamento da alta do idoso com DPOC”, que tem a finalidade de promover o
autocuidado: gestão do regime terapêutico e o autocontrolo da doença no domicílio.
São efetuadas sessões de reabilitação respiratória no hospital e no domicílio até
3 meses após a alta, onde são ensinados/treinados o reconhecimento da dispneia, gestão
da inaloterapia, ventiloterapia, exercícios respiratórios, técnicas de conservação de
energia e gestão de esforço. São também efetuados ensinos sobre fatores de risco,
fatores exacerbantes e eliminação de barreiras arquitetónicas. Algumas sessões são
efetuadas na presença do familiar/ prestador de cuidados. Serão feitas avaliações no
início e no final do programa com as seguintes escalas: MAB (Método de Avaliação
Biopsicossocial), para avaliar os domínios mental, físico, funcional e conhecer as
alterações na autonomia física e instrumental; MAT (Medida de Adesão Terapêutica)
para avaliar a adesão ao regime medicamentoso; e o questionário SGRQ (St. George
Hospital) para avaliar a qualidade de vida. Nas sessões de reabilitação respiratória
(no início e no final de cada sessão) é também avaliada a saturação periférica de
oxigénio, a frequência cardíaca e a pressão arterial.
A participação no mesmo é voluntária, não sofrendo o doente qualquer prejuízo
em termos assistenciais no caso de não ter interesse em integrar o projeto. Este projeto
foi aprovado pelo CHO: Unidade de Torres Vedras. Toda a informação recolhida é
confidencial e tem como objetivo exclusivo o desenvolvimento do projeto e o relatório
de trabalho de projeto no âmbito do mestrado já referido.
Se necessitar, não hesite em solicitar mais informações ou esclarecimentos.
Se concorda com a proposta que lhe foi feita, queira assinar este
documento.
Grata pela sua colaboração!
Assinatura: ____________________________________________
NORMA: Planeamento da alta do idoso com DPOC.
1. CONCEITO
Planeamento da alta idoso com DPOC, promovendo o autocuidado: gestão do regime
terapêutico e articulação dos cuidados com o centro de saúde ou outras instituições
comunitárias no sentido de promover a continuidade dos cuidados no domicílio.
2. FINALIDADE
Promover o autocuidado: gestão do regime terapêutico no idoso com DPOC e o
autocontrolo da DPOC no domicílio.
3. OBJECTIVO GERAL
Promover a melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem no planeamento da alta
e promover o autocuidado: gestão do regime terapêutico, no idoso com DPOC.
4. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
o Sistematizar os procedimentos no planeamento da alta;
o Promover o planeamento da alta desde o 1º dia de internamento;
o Promover a educação do idoso com DPOC e família, no autocuidado: gestão do
regime terapêutico;
o Assegurar a continuidade dos cuidados pela melhoria da articulação dos cuidados
entre o Hospital e o Centro de Saúde ou outros recursos da comunidade.
5. CAMPO DE APLICAÇÃO
• Doentes Alvo: Idosos com DPOC internados no Serviço da Pneumologia C.
2
6. DESCRIÇÃO
O planeamento da alta é iniciado com a colheita de dados e avaliação das necessidades
do idoso e família com alterações respiratórias (necessidades no autocuidado, condições
habitacionais e comunitárias, necessidades relacionadas com produtos de apoio).
A avaliação deve ser realizada nas primeiras 24 horas de internamento, utilizando o
instrumento de colheitas de dados, para identificação das necessidades na pós-alta
(anexo1), disponível no dossier de “gestão de altas”, através da entrevista com o idoso e
família.
A avaliação e registo são realizados pelo enfermeiro responsável (segundo a
distribuição), no turno da manhã e pelo enfermeiro especialista e/ ou enfermeira chefe.
O planeamento da alta considera o idoso com DPOC e família como parceiros e envolve
a colaboração da equipa multidisciplinar (médicos, enfermeiros, assistente social,
dietista, fisioterapeutas e outros).
No idoso com DPOC, com dependência no autocuidado: gestão do regime terapêutico
deve ser implementado o plano de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapêutico (anexo 2), de acordo com os critérios
A articulação dos cuidados entre Hospital e Centro de Saúde ou outros recursos da
comunidade é assegurada pela partilha de informação, através de carta da alta (anexo 3),
por contato eletrónico e/ ou telefónico.
7. REGISTOS
O plano da alta e a avaliação das intervenções devem ser registados em instrumentos
próprios, nomeadamente: a folha de Planeamento da alta e colheita de dados, o plano de
educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico e a folha de alta.
3
Doente estável do ponto de vista clínico
8. FLUXOGRAMA
Inicio
Identificação do doente e Colheita de dados
Avaliação de necessidades, condições habitacionais, recursos
da comunidade
Entrevista com doente e família
Planeamento de cuidados
Implementação do plano de educação para o autocuidado: gestão do regime
terapeutico
4
Realizar registos
Transição para o domicílio
Articulação de cuidados com Centro de Saúde e/ou outros recursos da
comunidade (utilização da carta da alta) por contato eletrónico ou
telefónico
Realização da visita domiciliária em doentes com VNI ou OLD
1
Instrumento de colheita de dados para identificação das necessidades do idoso com
DPOC
2
ÁREA DE RESIDÊNCIA: _______________________________
ORIGEM: Serv. Urgência Consulta externa Outro Hospital
DESTINO APÓS ALTA: _______________________________
CONTACTOS: ______________________________________
Diagnóstico: ADMISSÃO: __ /__ / __ ALTA __/ __/ __
Motivo de internamento:
Sexo: Feminino (0) Masculino (1) Idade: ≥80 anos (0) 65 a 79 anos (1) 50 a 64 anos (2) 18 a 49 anos (3) BIO
Score Idade____
Score Sexo____
ESTADO DE CONSCIÊNCIA
Consciente Obnubilado Estupor Coma
Em que ano estamos? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Em que mês estamos? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Quantos são hoje (dia do mês)? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Em que estação do ano estamos? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Que dia da semana é hoje? não responde / não sabe/ errado (0) certo (3)
Orien
tação no Tem
po
Média dos itens 0 – 0 a 0,9 má 1 – 1 a 1,9 insatisfatória 2 – 2 a 2,9 satisfatória 3 ‐3 Orientado no tempo
PSICO
Score Estado Cognitivo
(Média dos itens) 0 – 0 a 0,9 mau 1 – 1 a 1,9 insatisfatório 2 – 2 a 2,9 satisfatório 3 – 3 bom
Como se chama o nosso país? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Em que distrito vive? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Em que terra vive? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Como se chama esta casa? não responde / não sabe / errado (0) certo (3) Em que andar/serviço estamos? não responde / não sabe / errado (0) certo (3)
Orien
tação no
Espaço
Média dos itens 0 – 0 a 0,9 má 1 – 1 a 1,9 insatisfatória 2 – 2 a 2,9 satisfatória 3 – 3 Orientado no espaço
Estado Civil: viúvo/separado/solteiro (0) casado / união de facto (3)
Onde vive: Domicilio Lar Outro _____________________________ N.º de coabitantes: vive só (0) vive com outros(3) Cuidador(es): ________________ Tempo em que está só nas 24h: 8 ou mais horas (0) menos de 8 horas (3)
Ter com quem desabafar/ter confidente: não tem confidente (0) tem confidente (3)
Isolamen
to
Social
Média dos itens 0 – 0 a 0,9 mto isolado 1 – 1 a 1,9 isolado 2 – 2 a 2,9 pouco isolado 3 – 3 não isolado
SOCIAL
Score Estado Social
(Média dos itens) 0 – 0 a 0,9 mau 1 – 1 a 1,9 insatisfatório 2 – 2 a 2,9 satisfatório 3 ‐3 bom
Escolaridade: 0 anos/analfabeto (0) 1 a 6 anos (1) 7 a 12 anos (2) 13 ou + anos (3)
Profissão: __________________________ não qualificado (0) qualificado(1) intermédio(2) especialista (3) H
abilitações
Literárias
Média dos itens 0 – 0 a 0,9 baixas 1 – 1 a 1,9 insatisfatório 2 – 2 a 2,9 satisfatório 3 – 3 bom
Médico de família: _________________ Última consulta:_____ Pneumologista: ________________________ Última
consulta:_____ Internamentos / Recurso ao S.Urg.: ANTECEDENTES
Fumador: Não passivo activo ex‐fumador ______ UMA (nº cigarros/dia/20Xn.º anos) Exposição ocupacional: Não Sim ____________
Patologia Cardíaca: __________________________________________________________________________________ HTA: Sim Não Diabetes: NID ID Patologia Neurológica: ____________________________________________________________________________ Outras patologias: ______________________________________________________________________________________________________Alergias: ______________________________________________________________________________________________________________ IMUNIZAÇÕES influenza pneumococos Sensibilização a alergenos Quais? _________________________________________________
HISTÓRIA FAMILIAR
MEDICAÇÃO HABITUAL
OLD: Não Sim _____ h/dia Débito: ____ l/m VNI: Não Sim _____ h/dia Débito O2: _____l/m EPAP: _____ IPAP: ______ Desconforto associado à máscara de VNI:
QUEIXAS DE SAÚDE
Visão Diminuída _____________________________ Audição Diminuída _____________________________
Gastro‐intestinais Obstipação Outras ____________________________ Músculo‐esqueléticas. ______________________ Pele Integra Com lesões ______________________________________________________ Risco UPP (escala Braden) _______ Outras queixas _________________________________________________________________________________________________
BIO
Score Queixas de saúde
(a menor pontuação) 0 – com queixas 3 – sem queixas
3
Exame Físico (outros dados: Edemas, sinais de desidratação)
Força (escala de
Lower) Espasticidade
(escala de Ashworth)
MS MI
Equilíbrio
Coordenação Sensibilidade
térmica Sensibilidade táctil
Boa Razoável Não tem
SINAIS VITAIS
Respiração: _____c/m Torácica Abdominal Toraco‐adb. / Regular irregular / simétrica assimét Tensão Arterial (mmHg)
Dispneia (Escala de Borg Modificada) Pulso (b/m)
Sat.. O2 (com ou sem O2/sist. admin.) Temperatura Timpânica (ºC)
Gasimetria PH HCO3‐ PaO2
PaCO2 SatO2
Dor (VAS/Escala numérica)
Expetoração Mucosa Purulenta MP Hemoptoica
Pele: Corada Cianosada Ictérica ______________
Sons respiratórios: sibilos estertor ______________
QUEIXAS EMOCIONAIS
Triste / deprimido: mto tempo / sem resp (0) metade do tempo (1) pouco tempo (2) nunca(3) Nervoso / ansioso: mto tempo / sem resp (0) metade do tempo (1) pouco tempo (2) nunca(3) Outras queixas emocionais: com queixas (0) sem queixas (3) Padrão de sono: ____________________________ P
SICO Score Queixas Emocionais
(a média dos itens) 0 – 0 a 0,9 mau 1 – 1 a 1,9 insatisfatóri 2 – 2 a 2,9 satisfatório 3 ‐3 bom
QUEDAS Nº quedas (último ano): 4 ou + (0) 2 a 3 (1) 1 (2) sem quedas (3)
Momento das quedas: há menos de 1 mês (0) entre 1 mês e 1 ano há mais de 1 ano (2) sem quedas (3)
Motivo das quedas: interno + externo (0) interno (1) externo(2) sem quedas (3)
Sequelas das quedas ocorridas: c/ alt. mobilidade (0) s/ alt. mobilidade (1) s/ sequelas (2) sem quedas (3)
BIO
Score Quedas (a média dos itens)
0 – 0 a 0,9 mau 1 – 1 a 1,9 insatisfatóri 2 – 2 a 2,9 satisfatório 3 ‐3 bom
LOCOMOÇÃO Locomoção e meios para visão e audição: meios (2) independente (3)
Andar em casa, dentro de edifícios: incapaz (0) depende de 3ºs (1) meios (2) independente (3)
Andar na rua: incapaz (0) depende de 3ºs (1) meios (2) independente (3)
Andar em escadas: incapaz (0) depende de 3ºs (1) meios (2) independente (3)
BIO
Score Locomoção (a menor pontuação)
0 – incapaz 1 – dependente 2 – autónomo 3 ‐3 independente
HÁBITOS
Actividade Física/semana (andar a pé na rua/ ginática ou desporto/ outra actividade física): 0 horas (0) < 2 horas (1) 2 a 4 horas (2) > 4 horas (3)
Nº de Refeições/dia: _____ 0 – 2 (0) > 6 (1) 3 (2) 4 – 6 (3) SOCIA
L
Score Hábitos (a média dos itens)
0 – 0 a 0,9 mau 1 – 1 a 1,9 insatisfatóri 2 – 2 a 2,9 satisfatório 3 ‐3 bom
ESTADO DE NUTRIÇÃO IMC (peso/alt2) = (______ / ______2) = _____Kg/m2 <16 (magreza) ou >30 (obesidade) (0) 16 a 18,4 (baixo peso) ou 25,1 a 30 (excesso peso) (1) 18,5 a 25 (adequado) (3) CINTURA = _______cm F < 80 (adequado); M < 94 (adequado) (3) F > 88 (obesidade II); M > 102 (obesidade II) (0) F – 80 a 88 (obesidade I; M – 94 a 102 (obesidade I) (1)
BIO Score Estado de nutrição
(a média dos itens) 0 – 0 a 0,9 magro / obeso 1 – 1 a 2,9 baixo / excesso peso
3 – 3 adequado
Apoio Social: Cuidador informal Centro de dia Apoio Domiciliário Outro _____________________________ Condições habitacionais: escadas elevador Wc água canalizada luz eléctrica sist. aquecimento __________________________________
AUTONOMIA FÍSICA ADMISSÃO ALTA
Lavar‐se/tomar banho (entrar/sair, estar, lavar‐se)
incapaz (0) depende de 3ºs (1) meios (2) independente (3)
Vestir‐se/despir‐se (escolher, preparar, vestir)
Usar a sanita e/ou bacio/urinol (usar, limpar‐se, roupa, despejar)
Deitar‐se/levantar‐se da cama (mover‐se, transferir‐se, andar)
Sentar‐se/levantar‐se de cadeiras (mover‐se, transferir‐se, andar) Usa: Canadiana/bengala andarilho prótese
Controlar a urina Urinol/Arrastadeira Fralda Dispositivo urinário: N.º ___ Tipo: ______ Data Col.: ___/___/___
Controlar as fezes Arrastadeira Fralda
Alimentar‐se/comer (servir‐se, preparar alimentos, comer) SNG N.º ___Data Col.: ___/___/___Dieta: _____________
Autonomia Física e meios para visão e audição meios (2) independ. (3)
Score Autonomia Física (a menor pontuação) 0 – incapaz; 1 – dependente; 2 – autónomo; 3 ‐3 independente
TOLERÂNCIA AO ESFORÇO (METS)
PROJECTO DE VIDA (O que o doente deseja continuar a fazer com as suas limitações)
4
GESTÃO do REGIME TERAPÊUTICO NO IDOSO COM DPOC
ADESÃO AOS TRATAMENTOS Score ( Σ ÷7 ): __________
Inaloterapia e outros medicamentos (marque na escala com um círculo)
OLD (marque na escala com uma cruz)
VNI (marque na escala com quadrado) Sem
pre
(1)
Qua
se s
empr
e (2
)
Com
freq
uênc
ia
(3)
Por v
ezes
(4)
Rar
amen
te
(5)
Nun
ca (6
)
1. Alguma vez se esqueceu de tomar os medicamentos para a sua doença?
2. Alguma vez foi descuidado com as horas da toma dos medicamentos para a sua doença?
3. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença por se ter sentido melhor?
4. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença, por sua iniciativa, após se ter sentido pior?Porquê?
5. Alguma vez tomou mais um ou vários comprimidos para a sua doença, por sua iniciativa, após se ter sentido pior?Porquê?
6. Alguma vez interrompeu a terapêutica para a sua doença por ter deixado acabar os medicamentos?Porquê? _________________________________________________________________
7. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença por alguma outra razão que não seja a indicação do médico? Qual a razão?
CAPACIDADE PARA GERIR O REGIME TERAPÊUTICO
D‐ Demonstra capacidade desempenho (executa bem) / ND – Não tem capacidade desempenho (executa mal) / PD – Potencial para o desenvolvimento capacidade desempenho
Regime terapêutico ADM ALTA Regime terapêutico ADM ALTA
Reconhecimento da dispneia (considera que a sua dispneia está relacionada com a sua doença? / como faz quando tem falta de ar?)
Oxigenoterapia
Técnicas de conservação de energia nas AVDs Ventiloterapia Exercício regular (Que exercício realiza semanalmente?) Viagens/saída de casa Dieta adequada (Que cuidados tem com a sua alimentação?) Sinais de alerta (sinais e sintomas) / intervenção nas agudizações Técnica de administração de terapia inalatória (Como faz?) Técnicas de relaxamento
AUTONOMIA INSTRUMENTAL ADMISSÃO (antes da crise)
Usar o telefone (marcar n.ºs, atender)
incapaz (0) depende de 3ºs (1) meios (2) independente (3)
Fazer compras (todas as compras necessárias)
Preparar refeições (planear bem, preparar, servir‐se)
Tarefas de lida da casa (pesadas e leves, com limpeza)
Lavar/tratar da sua roupa (grande e pequena)
Usar transportes, onde não pode ir a pé (públicos/taxi/carro, conduzir)
Tomar os seus medicamentos (nas doses e tempos correctos)
Gerir o seu dinheiro (contas, cheques, idas ao banco)
Autonomia instrumental e meios para visão e audição meios (2) independente (3)
Score Autonomia Instrumental (a menor pontuação) 0 – incapaz; 1 – dependente; 2 – autónomo; 3 ‐3 independente
QUALIDADE DE VIDA ADMISSÃO
Parte 1: Impacto nos Sintomas = (ScoreX100) ÷ 27
Parte 2: Impacto psico‐social = (ScoreX100) ÷ 47 (adicionar 1 por cada resposta aberta que o doente acrescentar)
TOTAL
ESTRUTURA FAMAILIAR (estrutura interna/externa/relações/papeis/forma de organização/dinâmica)
OUTROS REGISTOS
5
REGISTO DE ACOMPANHAMENTO
AUTONOMIA INSTRUMENTAL FOLLOW‐UP
1 MÊS FOLLOW‐UP 3 MESES
FOLLOW‐UP 1 ANO
Usar o telefone (marcar n.ºs, atender)
incapaz (0) depende de 3ºs (1) meios (2) independente (3)
Fazer compras (todas as compras necessárias)
Preparar refeições (planear bem, preparar, servir‐se)
Tarefas de lida da casa (pesadas e leves, com limpeza)
Lavar/tratar da sua roupa (grande e pequena)
Usar transportes, onde não pode ir a pé (públicos/taxi/carro, conduzir)
Tomar os seus medicamentos (nas doses e tempos corretos)
Gerir o seu dinheiro (contas, cheques, idas ao banco)
Autonomia instrumental e meios para visão e audição meios (2) independente (3)
Score Autonomia Instrumental (a menor pontuação) 0 – incapaz; 1 – dependente; 2 – autónomo; 3 ‐3 independente
QUALIDADE DE VIDA FOLLOW‐UP
1 MÊS FOLLOW‐UP3 MESES
FOLLOW‐UP1 ANO
Parte 1: Impacto nos Sintomas = (ScoreX100) ÷ 27
Parte 2: Impacto psico‐social = (ScoreX100) ÷ 47 (adicionar 1 por cada resposta aberta que o doente acrescentar)
TOTAL
AUTONOMIA FÍSICA FOLLOW‐UP
1 MÊS FOLLOW‐UP 3 MESES
FOLLOW‐UP 1 ANO
Lavar‐se/tomar banho (entrar/sair, estar, lavar‐se)
incapaz (0) depende de 3ºs (1) meios (2) independente (3)
Vestir‐se/despir‐se (escolher, preparar, vestir)
Usar a sanita e/ou bacio/urinol (usar, limpar‐se, roupa, despejar)
Deitar‐se/levantar‐se da cama (mover‐se, transferir‐se, andar)
Sentar‐se/levantar‐se de cadeiras (mover‐se, transferir‐se, andar)
Controlar a urina
Controlar as fezes
Alimentar‐se/comer (servir‐se, preparar alimentos, comer)
Autonomia Física e meios para visão e audição meios (2) independente (3)
Score Autonomia Física (a menor pontuação) 0 – incapaz; 1 – dependente; 2 – autónomo; 3 ‐3 independente
Tolerância ao esforço (Mets) / Prova da caminhada dos 6 minutos
CAPACIDADE PARA GERIR O REGIME TERAPÊUTICO
D‐ Demonstra capacidade desempenho (executa bem) / ND – Não tem capacidade desempenho (executa mal) / PD – Potencial para o desenvolvimento capacidade desempenho
Regime terapêutico 1 MÊS 3 MESES 1 ANO Regime terapêutico 1 MÊS 3 MESES 1 ANO
Técnicas de relaxamento Oxigenoterapia Técnicas de conservação de energia nas AVDs Ventiloterapia Exercício regular (Que exercício realiza semanalmente?) Viagens/saída de casa Dieta adequada (Que cuidados tem com a sua alimentação?)
Sinais de alerta (sinais e sintomas) / intervenção nas agudizações
Técnica de administração de terapia inalatória (Como faz?)
ADESÃO AOS TRATAMENTOS Score ( Σ ÷7 )
Inaloterapia e outros medicamentos (marque na escala com um círculo)
OLD (marque na escala com uma cruz)
VNI (marque na escala com quadrado)
Sempre (1) / Quase sempre (2) Com frequência (3) / Por vezes (4)
Raramente (5) / Nunca (6)
1 MÊS 3 MESES 1 ANO
1. Alguma vez se esqueceu de tomar os medicamentos para a sua doença?
2. Alguma vez foi descuidado com as horas da toma dos medicamentos para a sua doença?
3. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença por se ter sentido melhor?
4. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença, por sua iniciativa, após se ter sentido pior?Porquê?
5. Alguma vez tomou mais um ou vários comprimidos para a sua doença, por sua iniciativa, após se ter sentido pior?Porquê?
6. Alguma vez interrompeu a terapêutica para a sua doença por ter deixado acabar os medicamentos?Porquê? _________________________________________________________________
7. Alguma vez deixou de tomar os medicamentos para a sua doença por alguma outra razão que não seja a indicação do médico? Qual a razão?
SCORE TOTAL
6
RECURSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE / EXPOSIÇÃO FOLLOW‐UP
1 MÊS FOLLOW‐UP3 MESES
FOLLOW‐UP1 ANO
Nº Exacerbações após alta
Nº de idas ao SU após alta
Nº VD/Consultas não programadas após alta
Hábitos tabágicos/exposição a partículas
SINAIS VITAIS FOLLOW‐UP
1 MÊS FOLLOW‐UP3 MESES
FOLLOW‐UP1 ANO
Respiração (Freq., localização, ritmo, simetria)
Dispneia (Escala de Borg)
Tensão Arterial (mmHg)
Pulso (b/m)
Temperatura Timpânica (ºC)
Dor (VAS/Escala numérica)
DATA OCORRÊNCIAS INTERVENÇÕES
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
NO PROJETO “Promoção do autocuidado: gestão do regime terapêutico, no planeamento da
alta do idoso com DPOC”
Idoso com Estado cognitivo satisfatório ou bom
O idoso aceita participar no programa de educação para o autocuidado
O idoso pertence ao concelho de Torres Vedras
7
Autorização de utilização dos instrumentos MAT e MAB
ÁREA DE RESIDÊNCIA: _________________________
_ ________________________________________
CONTACTOS: _______________________________
Plano de educação para o autocuidado: gestão do regime terapêutico
Data Avaliação
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Inicio Fim
CONHEC
IMEN
TO
DA
Instruir e treinar fisiopatologia da doença Instruir e treinar a identificar as manifestações da doença Instruir e treinar o doente a evitar fatores de risco da doença/agudizações
GESTÃ
O
TERAPÊU
TICA
MED
ICAMEN
TO
Instruir e treinar / estimular a autoadministração de inaloterapiaInstruir e treinar / estimular a autoadministração de antibioterapia Instruir e treinar / estimular a autoadministração de corticoterapia Instruir e treinar / estimular a autoadministração de OLD Instruir e treinar / estimular autoadministração de VNI
CONTR
OLE DA
RESPIRAÇÃO Implementar plano de exercícios respiratórios, _____ ciclos em cada:
Posição de relaxamento
Dissociação dos tempos respiratórios, com expiração com lábios semicerrados
Respiração diafragmática
CONSERVAÇÃO DE
ENER
GIA
Treinar a técnica de conservação de energia nos autocuidados, mantendo o seu nível de dispneia entre 3‐5 na escala de Borg:
Realizar a higiene pessoal / tomar banho
Usar o sanitário
Vestir‐se ou despir‐se sentado
Levantar‐se / transferir‐se
Andar ____ metros com/sem auxiliar de marcha
ALIMEN
TAÇÃO
Instruir sobre regime alimentar adequado (Dieta polifracionada, variada e em pequenas quantidades, especialmente antes de dormir) Estimular a realizar reforço hídrico de _____ l/dia
GESTÃ
O DE ESFO
RÇO Implementar plano de exercícios físicos _____X/semana, _____
ciclos em cada exercício (folheto) Instruir e treinar a suspender a atividades se dispneia> 5 na escala de Borg: Estimular a realização de exercícios:
Realizar atividades com pedaleira
Treinar de tonificação de membros superiores e membros inferiores
GESTÃ
O DAS
AGUDIZAÇÕES
Instruir e treinar sinais de alerta
Dispneia, Tosse, Expetoração Instruir e treinar intervenção nas agudizações
Posição de “cocheiro”
Utilização da medicação
Utilização dos serviços de saúde
ANEXO VIII: Tabelas com resultados da pesquisa de artigos no cruzamento de descritores
Tabela nº 1 - Número de artigos nas plataformas de pesquisa, em full text, publicados
de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, resultante dos descritores:
Nurs*, Rehabilitation, COPD, Self Management, Therapeutics
DESCRITORES PLATAFORMAS DE
PESQUISA
Nº DE ARTIGOS
PESQUISADOS
NURS*
CINAHL Plus with Full Text;
MeDLINE with Full Text;
Cochrane Database of Systematic
Reviews ; Nursing & allied health
collection
N= 181 970
REHABILITATION N= 57 111
CHRONIC OBSTRUCTIVE
PULMONARY
DISEASE
Nº = 13 471
SELF MANAGEMENT Nº = 8 821
THERAPEUTICS Nº= 54 389
Tabela nº 2 - Número de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full text,
publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, resultante do
cruzamento entre os descritores: Nurs*+ Rehabilitation; Nurs*+ COPD;
Nurs*+Self Management; Nurs*+ Therapeutics
DESCRITORES PLATAFORMAS DE PESQUISANº DE ARTIGOS
DA PESQUISA
NURS* + REHABILITATION CINAHL Plus with Full Text;
MeDLINE with Full Text; Nursing
& Allied Health Collection:
Comprehensive; Cochrane
Database of Systematic Reviews
N= 24 541
NURS* + COPD Nº= 4 998
NURS* + SELF-
MANAGEMENT Nº= 6 339
NURS* + THERAPEUTICS Nº=14 830
Tabela nº 3 - Número de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full text,
publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, resultante do
cruzamento entre os descritores: Rehabilitation + COPD;
Rehabilitation+Self- Management; Rehabilitation+ Therapeutics.
DESCRITORES PLATAFORMAS DE
PESQUISA
Nº DE ARTIGOS
DA PESQUISA
REHABILITATION + COPD CINAHL Plus with Full Text;
MeDLINE with Full Text; Nursing &
Allied Health Collection:
Comprehensive; Cochrane Database of
Systematic Reviews
Nº= 2 304
REHABILITATION + SELF -
MANAGEMENT Nº= 2 560
REHABILITATION +
THERAPEUTICS Nº = 5 833
Tabela nº 4 - Número de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full text,
publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, resultante do
cruzamento entre os descritores COPD+Self-Management;
COPD+Therapeutics.
DESCRITORES PLATAFORMAS DE
PESQUISA
Nº DE ARTIGOS
DA PESQUISA
COPD+ SELF MANAGEMENT CINAHL Plus with Full Text;
MeDLINE with Full Text; Nursing & Allied
Health Collection: Comprehensive;
Cochrane Database of Systematic Reviews
N= 786
COPD + THERAPEUTICS N= 1 701
Tabela nº 5 - Número de artigos pesquisados nas plataformas de pesquisa, em full text,
publicados de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, resultante do
cruzamento entre os descritores Self Management+Therapeutics.
DESCRITORES PLATAFORMAS DE
PESQUISA
Nº DE ARTIGOS
PESQUISADOS
SELF -MANAGEMENT +
THERAPEUTICS
CINAHL Plus with Full Text; MeDLINE with Full Text; Nursing
& Allied Health Collection: Comprehensive; Cochrane
Database of Systematic Reviews
N= 1 202
Tabela nº 6 - Número de artigos pesquisados nas plataformas, em full text, publicados
entre janeiro de 2008 a dezembro de 2012 resultante do cruzamento entre
descritores.
DESCRITORES/PALAVRASCHAVE Nº ARTIGOS
PESQUISADOS
NURS* REHABILITATION
N= 24 541
NURS* REHABILITATION COPD
N= 1 406
NURS* REHABILITATION COPD SELF- MANAGEMENT
N= 301
NURS* REHABILITATION COPD SELF -MANAGEMENT THERAPEUTICS N= 53