Post on 11-Nov-2018
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS - CAMPUS PORTO NACIONAL
CURSO TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA
DÉBORAH SOUZA ANDRADE
O IMPACTO DA ADOÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA NO CUSTO ELÉTRICO EM UMA EMPRESA
PORTO NACIONAL 2016
DÉBORAH SOUZA ANDRADE
O IMPACTO DA ADOÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA NO CUSTO ELÉTRICO EM UMA EMPRESA
Trabalho apresentado ao curso de Tecnologia em logística como requisito para obtenção de titulação de Tecnóloga em Logística pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins - Campus Porto Nacional. Orientador: Prof.° Me. William Rodrigues
PORTO NACIONAL 2016
A553i Andrade, Déborah Souza, O impacto da adoção de energia fotovoltaica no custo elétrico de uma
empresa / Déborah Souza Andrade. – Porto Nacional: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, 2016. 20f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia, Curso de Tecnologia em Logística, Porto Nacional, TO, 2016.
Orientador: Prof. Me. William Brasil Rodrigues Sobrinho
1. Energia solar. 2. Energia elétrica. 3. Tarifa. I. Rodrigues Sobrinho, William Brasil. II. Título.
CDD: 621.47
DÉBORAH SOUZA ANDRADE
O IMPACTO DA ADOÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA NO CUSTO ELÉTRICO EM UMA EMPRESA
Trabalho apresentado ao curso de Tecnologia em logística como requisito para obtenção de titulação de Tecnóloga em Logística pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins - Campus Porto Nacional. Orientador: Prof.° Me. William Rodrigues
Aprovado em: 02/03/2016
BANCA AVALIADORA
Prof. Me. William Brasil Rodrigues Sobrinho (Orientador) IFTO-Campus Porto Nacional
Prof. Me. Elainy Cristina da Silva Coelho IFTO-Campus Porto Nacional
Teomar Manduca Aires Leal
IFTO-Campus Porto Nacional
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao nosso Senhor Jesus Cristo pela oportunidade de
está aqui e por ter me dado forças quando eu não as tinha pra prosseguir. Agradeço
ao meu Professor Me. Orientador William Rodrigues, pela atenção, paciência e o
exemplo de vida e perseverança que me passou, onde ele foi peça fundamental pra
chegar até aqui e que desde o primeiro dia que o convidei para me orientar me deu
forças e não me deixou desistir. Obrigado a minha família e meus amigos por
sempre estarem ao meu lado. A minha irmã querida Fernanda por cuidar de min
todos os dias e está sempre comigo. A minha irmã Laís que está entre as pessoas
que mais amo, a minha Vó Maria Ribeiro que não teve a oportunidade de ter o
ensino superior, a minha mãe querida que sempre esteve ao meu lado nas minhas
conquistas e derrotas, nos meus jogos de vôlei onde estava sempre sentada na
arquibancada me acompanhando, vocês me motivaram a está aqui.
RESUMO
Este artigo tem como objetivo mostrar as vantagens na implantação da energia solar, onde a mesma
não gera impactos no meio ambiente, apresentando assim uma energia considerada mais barata e
limpa, por não gerar danos ambientais em sua instalação. Para um esclarecimento e entendimento a
cerca do tema, foi realizada uma entrevista com funcionário responsável por uma empresa, que fica
localizada na cidade de Palmas – TO e que utiliza esse sistema de energia solar, bem como uma
análise das faturas de energia elétrica da empresa, onde foram analisando os valores pagos
referentes à fatura de energia antes e após a utilização desse novo sistema. Os resultados
analisados após a implantação nas faturas foi possível ver uma economia de 60,85% nas faturas de
energia elétrica no período analisado que foi de agosto de 2014 à janeiro de 2015.
Palavras-Chave: Energia solar. Energia elétrica. Tarifa.
ABSTRACT
This article aims to show the advantages in the deployment of solar energy, where it does not
generate impacts on the environment , thus presenting an energy considered cheaper and clean , not
to generate environmental damage in your installation. For understanding about the issue, an
interview was conducted with the employee responsible for a company, which is located in Palmas -
TO and use this solar energy system as well as an analysis of electricity bills of the company where
they were analyzing the amounts paid regarding the energy bill before and after using this new
system. The results analyzed after implantation in the invoices was possible to see a savings of
60.85% in electricity bills in the analyzed period was August 2014 to January 2015.
Keywords : solar energy, electricity, electric fee.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 7
2. REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................................... 8
2.1. Gestão de Custos ................................................................................................................... 8
2.2. Características do Setor de Energia no Brasil ........................................................... 8
2.3. Energia Solar Fotovoltaica .............................................................................................. 9
2.3.1 Incentivos Regulatórios ................................................................................................... 10
2.4. Tarifa de Energia .............................................................................................................. 11
2.4.2. Composição da Tarifa de Energia Elétrica ........................................................ 14
2.5. Compensação de Energia Elétrica............................................................................... 15
3. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 16
4. ANALISE DOS RESULTADOS ............................................................................................... 17
4.1. Entrevista ........................................................................................................................... 17
4.2. Análise das faturas de energia ..................................................................................... 17
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 20
6. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 21
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como finalidade evidenciar sobre a implantação da
energia solar, mostrando assim o impacto na sua adoção, bem como seu alto custo
de implantação e a falta de incentivos governamentais no estado para sua
implantação.
Hoje é quase impossível viver sem energia, a partir dela que podemos usar
eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos e com o seu funcionamento as instituições
financeiras mantêm seus sistemas. Ou seja, não só estes exemplos como muitos
outros, necessitam da energia elétrica, solar, eólica, térmica, química entre outras.
No Brasil a energia mais utilizada é a elétrica, que além de ter um custo
elevado, ainda acaba agredindo a natureza na construção de hidrelétricas,
provocando danos irreversíveis ao meio ambiente; além dos impactos ambientais
ainda tem os problemas com os autos custos, que para as grandes empresas onde
a demanda de serviços e utilização de energia é bem maior, este gasto está
aumentando cada vez mais.
Diante do exposto a energia solar é uma fonte alternativa de energia, em que
com sua implantação é possível observar a diminuição dos gastos com energia
elétrica, além de ser considerada uma energia limpa, por não gerar impactos ao
meio ambiente.
Neste artigo será apresentado o processo de implantação das placas
fotovoltaicas em uma empresa. Em que serão mostrados os gastos com energia
elétrica antes e depois da implantação das placas, onde serão analisadas as faturas
de energia, através de tabelas evidenciando de forma precisa os gastos de uma
energia elétrica comum, correlacionando-as com os gastos após a implantação da
energia solar.
Este trabalho tem como objetivo identificar os benefícios na implantação da
energia solar, comprovando a diminuição dos custos com energia elétrica em uma
empresa localizada na cidade de Palmas - TO.
Este artigo é distribuído em cinco seções sendo a introdução, revisão da
literatura, metodologia, análise dos resultados e as considerações finais.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Gestão de Custos
O objetivo principal do custeio é medir, avaliar, mensurar os objetivos de
custos. Entende-se que o custo são itens como produtos, clientes, departamentos,
processos, atividades e assim por diante, para o qual os custos podem ser medidos
e atribuídos. A finalidade básica de todo sistema de custeio é prestar informações
para a tomada de decisão, sendo assim fornecer instrumentos para que os usuários
do sistema de custos possam obter informações confiáveis, relevantes e oportunas
de forma a possibilitar a melhor condução das suas decisões. (SILVA; LINS, 2010)
“Os custos são os recursos no processo de produção de um
bem ou serviço que se espera tragam benefícios atuais ou
futuros para entidade após a conclusão e venda do produto ou
serviço” (SILVA, LINS,2010) .
O custeio variável é caracterizado pelos custos fixos onde em um período
são totalmente concentrados na apuração do resultado na condição de despesas
operacionais. Já no custeio por absorção esses custos fixos são distribuídos entre
os produtos fabricados e nesse sentido a parcela que irá para o resultado refere-se
tão somente à parte inerente à produção vendida (SILVA; LINS, 2010).
2.2. Características do Setor de Energia no Brasil
A indústria de eletricidade na qual o bem produzido é a energia elétrica é
composta por geradores espalhados pelo país e pelas linhas de transmissão e
distribuição de energia. A geração é responsável por produzir energia elétrica e
injetá-la nos sistemas de transporte para que assim cheguem aos consumidores
finais. Segundo a ANEEL1 o Brasil atualmente possui 3.152 geradores de energia.
(ABRADEE, 2016).
1 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é uma Agência Reguladora, vinculada ao Ministério
das Minas e Energia, com sede no Distrito Federal, com a finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as Políticas e Diretrizes do Governo Federal. Atua no comércio exterior controlando as operações de importação e exportação de energia elétrica no Sistema Isolado e no Sistema Interligado Nacional (Portal Siscomex, 2016).
As usinas termelétricas2 de médio porte totalizam 1.570, movidas a gás
natural, biomassa, óleo diesel, óleo combustível e carvão mineral. Mesmo possuindo
70% de capacidade instalada e 74% da energia gerada no país, a energia elétrica,
tem apenas 199 empreendimentos de grande porte (ABRADEE, 2016).
No ano de 2015, o país enfrentou uma grande crise no setor elétrico, devido a
baixa nos reservatórios de água, decorrente não apenas do resultado de uma
grande seca, mas de dificuldades no sistema de transmissão e nos equipamentos.
Essas características fizeram com que os reservatórios esvaziassem. As
providências tomadas pelas hidrelétricas, termelétricas e distribuidoras, para cobrir o
prejuízo levaram ao aumento de 42% nas tarifas para o consumidor final. (EBC,
2015)
2.3. Energia Solar Fotovoltaica
Segundo do site da América do Sol, todos os dias chegam ao nosso planeta
de forma gratuita e limpa toneladas de energia. Os raios solares além de trazerem a
luz e o calor essencial para a vida na terra podem ser aproveitados para geração de
energia. Isso é possível através de uma tecnologia chamada fotovoltaica. Os raios
de sol são tão fortes que uma hora de sol na superfície da terra contém mais energia
do que o planeta utiliza em um ano.
A palavra fotovoltaica é a junção de duas palavras: foto que do grego significa
“luz”, e voltaica, que vem da palavra “volt”, a unidade para medir o potencial elétrico.
A primeira vez que o efeito fotovoltaico foi observado e estudado foi em 1839, pelo
físico francês Alexandre Edmond Becquerel. Em 1954 a primeira célula de silício foi
produzida nos laboratórios Bell, em Murray Hill, EUA. Em 1980 Israel foi o primeiro
país a estabelecer uma política publica de energia solar (AMERICADOSOL, 2015).
Para gerar esta energia, são utilizadas células solares formadas por duas
camadas de materiais semi-condutores, uma positiva e outra negativa. Atingindo a
célula, os fótons da luz excitam os elétrons, gerando eletricidade. Quanto maior
forem os raios de sol, maior o fluxo de eletricidade. O material normalmente mais
2 A usina termoelétrica é uma instalação industrial que produz energia a partir do calor gerado pela
queima de combustíveis fósseis (como carvão mineral, óleo, gás, entre outros) ou por outras fontes de calor (como a fissão nuclear, em usinas nucleares)
utilizado é o silício. Sendo ele o segundo elemento mais abundante da face da terra,
assim não tendo limites em relação à matéria-prima para produção de células
solares. Essa energia gerada pelas células está em corrente contínua, que pode ser
usada imediatamente ou armazenada em baterias (PORTALSOLAR,2016).
O Brasil é um dos lideres na produção de silício de grau metalúrgico, onde a
empresa brasileira Rima Industrial aparece como a sexta maior produtora mundial. A
Rima criou um processo verde de produção de silício, através da utilização de
insumos energéticos totalmente renováveis. Mesmo possuindo um elevado nível
tecnológico, o silício metalúrgico possui baixo valor comparado ao silício de grau
solar. Enquanto o silício metalúrgico é cotado à 3 US$/kg o silício de grau solar é
vendido mundialmente pela media de 30US$/kg.(ABNEE,2012).
Atualmente não existe a purificação do silício até o grau solar no Brasil em
nível comercial. Alguns grupos acadêmicos e empresas vêm desenvolvendo, em
nível laboratorial, o processo de purificação da rota metalúrgica ou térmica, que
envolve menor consumo de insumos energéticos, com resultados favoráveis ao
custo final. Além do mais este trabalho ainda se encontra no nível laboratorial, sem
ter passado por experiência em escala comercial (ABNEE,2012).
Quando os sistemas são passados pela rede, a energia gerada precisa
passar por um equipamento chamado inversor, que irá converter a corrente contínua
em alternada com as características (frequência, conteúdo de harmônicos, forma de
onda, etc) necessárias para atender as condições impostas pela rede elétrica
publica. Sendo assim a energia que não for consumida pode também ser lançada na
rede (AMERICADOSOL,2015).
2.3.1 Incentivos Regulatórios
Com o objetivo de diminuir o problema de falta de energia em algumas
regiões do país, algumas ideias envolvendo sistemas fotovoltaicos para a
eletrificação rural foram criadas. A ideia que primeiramente incluiu a energia solar
fotovoltaica em rede nacional foi o PRODEEM - Programa de Desenvolvimento
Energético de Estados e Municípios sendo eleito como um dos maiores programas
de eletrificação rural. Ele foi criado em 1994 e sua implantação iniciou de 1996 a
2001 onde foi instalado aproximadamente 9 mil sistemas fotovoltaicos,
principalmente nas regiões Nordeste (semi-árido) e Norte (Amazônia).
(VARELLA,CAVALIERO,SILVA, 2008).
Logo depois do PRODEEM, um projeto de lei foi criado para mudar a imagem
das fontes alternativas renováveis de energia, onde este sugere a criação de
programas como o FAIS (Programa de Fontes Alternativas para Sistemas Isolados),
o PAES (Programa de Aquecimento de Água por Energia Solar) e o PGD (Programa
de Incentivo à Geração Distribuída). Todos estes projetos para se tornar lei precisam
serem aprovados no congresso nacional depois pela
presidente.(VARELLA,CAVALIERO,SILVA, 2008).
Em novembro de 2014, foi aprovado pelo senado um projeto de lei de
incentivo fiscal para a geração de energia solar, onde isenta o Imposto sobre a
Importação dos equipamentos e componentes para geração da energia solar.
(AGENCIASENADO, 2016)
Como o aumento da demanda no País aumentou, este projeto tem como
objetivo diminuir os custos com a implantação e assim reduzir a produção e emissão
de gases do efeito estufa que gerado na produção de energia com combustíveis
fosseis. (LACERDASISTEMAS, 2016)
Em dezembro de 2015 com as alterações ao convenio Confaz ICMS
16/20015, quinze estados brasileiros deixaram de cobrar ICMS nas operações de
compensação de energia, sendo assim 75% da população já podem ter estes
benefícios. Segundo Rodrigo Lopes presidente executivo da Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica, que no começo de 2015 a tributação (PIS/Cofins e
ICMS) incida integralmente no país inteiro. No inicio deste o PIS/Confis este
solucionado no pais inteiro e o ICMS apenas nos estados Acre, Alagoas, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Ceará, Bahia, Distrito Federal, Maranhão e Mato
Grosso.(ABSOLAR,2016)
2.4. Tarifa de Energia
A tarifa é o preço cobrado por unidade de energia (R$/kWh). Os preços da
energia elétrica são formados pelos custos incorridos desde a geração até sua
disponibilização aos consumidores, na tomada elétrica. A energia elétrica é um bem
essencial, por isso não se paga somente pelo consumo, mas também pela sua
disponibilidade 24h por dia. Sendo assim, o preço cobrado pela companhia tem que
ser o suficiente para arcar com os custos de operação e expansão desde a usina
geradora até a ligação dos consumidores finais, cobrindo também os investimentos
realizados na rede e sua operação diária (ABRADEE,2015).
As tarifas são divididas em monômias – de baixa tensão – e binômias, que
incluem as tarifas convencionais e horárias, incluindo a verde e azul. A tarifa
monômia é a tarifa de fornecimento de energia elétrica composta por preços
aplicáveis unicamente ao consumo de energia elétrica ativa. Já a tarifa binômia é a
estrutura tarifária composta por preços aplicáveis ao consumo de energia elétrica
ativa à demanda faturável (ENERGISA,2015).
Tabela 1 Modalidade tarifária convencional-Baixa tensão
CLASSES CONSUMO (R$/KWH)
B1
RESIDENCIAL SEM BENEFÍCIO 0,46203
RESIDENCIAL BR - CONSUMO ATÉ 30 KWH 0,15924
RESIDENCIAL BR - CONSUMO DE 31 A 100 KWH 0,27299
RESIDENCIAL BR - CONSUMO DE 101 A 220 KWH 0,40948
RESIDENCIAL BR - CONSUMO ACIMA DE 220 KWH 0,45498
B2
RURAL 0,32342
RURAL IRRIGAÇÃO 0,10672
COOPERATIVA DE ELETRIF. RURAL 0,32342
SERVIÇO DE IRRIGAÇÃO 0,27722
B3
COMERCIAL SERVIÇOS E OUTROS 0,46203
INDUSTRIAL 0,46203
PODERES PÚBLICOS 0,46203
SERVIÇO PÚBLICO 0,39272
B4
ILUMINAÇÃO PÚBLICA -
B4A - REDE DE DISTRIBUIÇÃO 0,25411
B4B - BULBO DA LÂMPADA 0,27722
Fonte Energisa,2016
A conta de energia é a cobrança feita pelas distribuidoras de energia elétrica
aos seus consumidores finais. Dependendo dos consumidores a conta é cobrada de
acordo com o consumo ou conforme o fornecimento pré - contratado com a
distribuidora. O custo da energia é feito da seguinte forma:
Sendo consumidor comercial padrão(Grupo B3)
O preço do KWH sendo R$0,46203
Consumindo 1.644 KWH
0,46203 (preço do KWH) x 1.644 (consumo) = R$759,57
Este não é preço final da fatura, pois ainda há acréscimos de alguns tributos,
como a contribuição para iluminação pública, tributo municipal, e o imposto de
circulação sobre mercadorias e serviços (ICMS), de responsabilidade estadual.
2.4.1. Bandeiras Tarifárias
Em 2014, foi criado o sistema de bandeiras tarifárias, que atualmente está
oficialmente em vigor. Uma iniciativa criada pela ANEEL, válida em todo país e
obrigatória para todas as distribuidoras. Trata-se de um novo sistema de cobrança
do valor de energia gerada, que vai demonstrar mensalmente, por meio de
bandeiras nas cores verde, amarela e vermelha, que evidenciará se a energia ficará
mais cara ou não, em função do uso mais intenso da geração de energia com usinas
termelétricas (ANEEL,2015).
Como no Brasil a maioria da energia utilizada é por usinas hidrelétricas. Para
funcionar, essas usinas dependem das chuvas e do nível de agua nos reservatórios.
Quando há pouca agua armazenada, usinas termelétricas podem ser ligadas com o
objetivo de poupa-las nos reservatórios das usinas hidrelétricas. Abaixo está o que
significado de cada bandeira:
Tabela 2 Bandeiras Tarifárias
Verde
Condições favoráveis de geração de energia. Sem acréscimo na tarifa. Ou
seja, os reservatórios das usinas hidrelétricas estão cheios de agua. Sem
necessidade de utilização das usinas termelétricas.
Amarela
Condições de geração menos favoráveis. Acréscimo de R$0,025 na tarifa de
energia. Ou seja, os reservatórios estão com a capacidade de agua pela
metade. O que acaba necessitando a utilização parcial das usinas
termelétricas.
Vermelha
Condições mais custosas de geração. Acréscimo de R$ 0,045 na tarifa de
energia. Ou seja, os reservatórios estão com pouca agua, havendo
necessidade de utilização total das usinas termelétricas.
Fonte Energisa,2015
Por exemplo, se o consumo mensal for de 300 kMh, o acionamento da
bandeira vermelha acarretará um aumento de R$ 13,50. Pois o acréscimo é de
R$0,045 na tarifa de energia sendo 300 x 0,045= 13,50.
A Aneel aprovou uma redução na bandeira vermelha em setembro de 2015
onde passou de R$ 5,50 para R$ 4,50 a cada 100Kwh. Essa redução foi ocasionada
pelo desligamento das usinas térmicas.
2.4.2. Composição da Tarifa de Energia Elétrica
São quatro custos somados pela ANEEL, para definição da tarifa sendo
divididos em parcela A e B.
Parcela A: São custos não gerenciáveis (custos cujo controle à gestão das
empresas de distribuição);
Custo de compra de energia
Custos de transporte de energia: Encargos de uso de transmissão e
da distribuição de energia
Outros encargos:
1. Conta de Desenvolvimento Energético- CDE: Garantia do
acesso à energia para domicílios urbanos e rurais, centro
comunitários de produção e escolas do meio rural.
2. Taxa de fiscalização da ANEEL: Custear o funcionamento na
Aneel.
3. Taxa de administração do ONS: Financiar o funcionamento do
operador nacional do Sistema elétrico, que coordena e controla
a operação das geradoras e transmissoras de energia elétrica
no Sistema Interligado Nacional (SIN).
4. Pesquisa e Desenvolvimento-PED: Estimular pesquisas
cientificas e tecnológicas relacionadas à energia elétrica e ao
uso sustentável dos recursos necessários para gera-la.
5. Encargos de Serviço do Sistema (ESS): Aumentar a
confiabilidade e a segurança da oferta de energia no pais.
6. Encargos de Energia de Reserva (EER): Cobrir custos
decorrentes da contratação de energia de reserva, incluindo os
custos administrativos, financeiros e tributários
7. Programa de Incentivo a Fontes Alternativas- Proinfa: Incentivar
a geração de energia a partir de fontes alternativas(eólicas e
biomassa) e de pequenas centrais hidrelétricas.
Parcela B:Custos gerenciáveis;
Despesas Operacionais
Reintegração e Remuneração do Investimento
Imposto de Renda e Contribuição sobre o Lucro Líquido
Fonte: Energisa,2016
2.5. Compensação de Energia Elétrica
Quando a energia atinge um objeto ela se transforma em calor, mais quando
ela atinge certos materiais, se transforma em uma corrente elétrica. A tecnologia
solar fotovoltaica, através das placas solares, utiliza o silício cristalino, que
enriquecido a grau solar, transforma a energia da luz em energia elétrica para
movimentação de elétrons (SGPSOLAR,2015).
Os elétrons produzidos criam uma corrente continua (DC) e a partir de um
inversor, converte e equaliza a energia elétrica em corrente alternada (AC) utilizada
em baixa tensão para o consumo convencional. O inversor produz o mesmo tipo de
energia elétrica que recebemos e pode sincronizar a energia solar com a rede
elétrica priorizando o uso solar. Quando o sistema está conectado a rede qualquer
excedente de energia não utilizada pelo sistema solar é alimentado de volta a rede
elétrica tradicional, gerando créditos e sendo abatido na conta (SGPSOLAR,2015).
O consumo a ser faturado é a diferença entre a energia consumida e a
injetada na rede. Se a energia injetada for superior a energia ativa, e não forem
compensadas na própria unidade consumidora, poderão ser utilizadas por outras
unidades previamente cadastradas, sendo do mesmo titular. Caso não haja outras
unidades esses créditos expirarão por 36 meses, e serão revertidos em prol da
modicidade tarifaria (ANEEL,2015).
Ex.: Consumo medido 1644,00
Energia injetada 904
O consumo total (1.644) vai ser multiplicado pelo valor da tarifa
(0,46203)
A) CT (1.644) X VT (0,46203) = 825,64
A energia injetada (904) vai ser multiplicada pelo o valor da tarifa
(0,46203)
B) EJ (904) X VT (0,46203)= 458,33
O resultado de A – B= É igual ao valor ser cobrado referente ao
consumo de energia elétrica
A (825,64) – B (458,33)= 367,31
Este valor de R$ 367,31 é referente apenas ao consumo de energia elétrica
na conta de energia.
3. METODOLOGIA
Neste artigo foi realizada uma entrevista padronizada, com o funcionário
responsável pela implantação da energia solar na empresa, com o objetivo de
identificar as características da empresa, bem como identificar os aspectos
relacionados à tomada de decisão para a implantação dessa tecnologia na empresa.
Foi realizado pesquisas bibliográficas e adicionalmente foi feita uma pesquisa
documental analisando as faturas de energia da empresa em que foi implantada a
energia solar. Optou-se por ter acesso aos três meses antes da implantação e os
três meses seguintes após a implantação da nova tecnologia.
4. ANALISE DOS RESULTADOS
4.1. Entrevista
A entrevista foi realizada em maio de 2015. Segundo o entrevistado o aspecto
que foi extremamente relevante para a decisão de implantação de energia solar na
empresa foi a preocupação com o meio ambiente e a elevação de preço na tarifa de
energia elétrica. A decisão de implantação saiu do alto escalão da empresa, onde
antes da adoção de energia solar a empresa não adotava nenhuma política de
economia de energia.
Como a implantação da energia solar ainda tem um custo elevado, o tempo
despendido, desde a decisão até a efetiva implantação do sistema foi de 24 meses,
os valores gastos foram financiados com o próprio recurso da empresa. O custo
inicial do projeto de implantação da energia solar, em relação ao orçamento
apresentado pela empresa responsável por implantar as placas fotovoltaicas não foi
alterado.
A previsão feita pela empresa pra amortização do custo de implantação é de
24 meses. Hoje a empresa pode observar o quanto a despesa com energia elétrica
foi reduzida. A decisão de implantar a energia solar tem dois tipos de ganhos, o
primeiro sendo financeiro e institucional. Além de a empresa obter economias
financeiras, beneficia o meio ambiente pela não emissão do CO2 e apresenta uma
boa imagem institucional para os clientes.
4.2. Análise das faturas de energia
Como a implantação foi feita no mês 11/2014 é apresentado os dados da conta
de energia dos 3 meses antes.
Tabela 3 Dados das faturas antes da implantação
Mês Consumo de Energia em Kw/h
Consumo de energia em R$
Total da conta de energia em R$
Agosto/2014 2.559 1.076,82 1.639,64
Setembro/2014 1.670 702,73 1.044,66
Outubro/2014 2.673 1.124,79 1.661,29
Total 6.902 2904,34 4.345,59
Média 2.300,66 968,11 1.448,53
Na tabela acima podemos ver detalhadamente o que a empresa pagava
referente ao consumo e valor total da conta de energia antes da implantação do
sistema fotovoltaico.
Tabela 4 Consumo após a implantação
MÊS Kw/h R$
Novembro/2014 1.444 607,63
Dezembro/2014 1.641 690,53
Janeiro/2015 1.070 450,25
Média 1.385 582,80
Este não é o valor total da fatura
É demostrado o valor e Kw/h, referentes aos 3 meses após a implantação,
nesta tabela está os valores referente apenas ao consumo de energia elétrica que
seriam pagos caso não houvesse a implantação.
Tabela 5 Valores injetados na rede
Mês KWH R$
Novembro/2014 492 207,03
Dezembro/2014 451 189,78
Janeiro/2015 830 349,26
Total 1.773 746,07
Média 591 248,69
Refere-se aos valores de Kw/h que foram injetados na rede .
O valor mostrado nesta tabela é referente ao que será descontado no
consumo mostrado na tabela 4 pelo que foi injetado.
Tabela 5 Valor final referente ao consumo
MÊS Kw/h R$(Valor A) R$(Valor B)
Novembro/2014 952 400,60 712,14
Dezembro/2014 1190 500,75 1.141,93
Janeiro/2015 240 100,99 286,81
Total 2382 1002,34 2140,88
Média 794 334,11 713,62
Tem-se o valor final referente ao consumo de energia elétrica com a energia
injetada.
O valor A é referente ao custo de energia elétrica após a energia injetada. O
valor B é o valor total na fatura de energia a ser paga incluindo todos os encargos.
Na Tabela 3 é possível analisar o consumo e valor que a empresa pagava pela
energia elétrica antes da implantação das placas fotovoltaicas.
Tabela 6 Analise final
Meses
Antes da implantação
(a)
Após a implantação
(b) Diferença
(a-b)R$
Economia
em (%) Consumo
em KWH
Consumo
em R$
Consumo
em KWH
Consumo
em R$
1º 2.559 1.076,82 952 400,60 676,22 62,80%
2º 1.670 702,73 1190 500,75 201,98 28,74%
3º 2.673 1.124,79 240 100,99 1.023,80 91,02%
Total 6.902 2904,34 2382 1002,34 1.896,95 182,56%
Média 2.300,66 968,11 794 334,11 632,31 60,85%
Ao analisar esses dados é possível ver a diferença dos valores entre o antes
da implantação e o depois. Foi visto que nos 3 meses antes a média que a empresa
pagava referente apenas ao consumo era de R$968,11 e depois da implantação a
média dos 3 primeiros meses ficou em R$ 334,11. O valor economizado pela
empresa 60,85%, nos gastos com fatura de energia elétrica.
Analisando as faturas foi possível observar a média dos últimos 12 meses
antes da implantação que era de R$2.408,33 e após a implantação a media dos 12
meses passou a ser R$1.381,33.
Com estas tabelas pode-se analisar a diferença de valores na conta de
energia antes e depois da implantação. Na tabela 3 é possível ver como a empresa
pagava um preço elevado pela energia elétrica. Na tabela 4 é possível ver a
diferença destes valores. Após a implantação a quantidade utilizada de energia
elétrica vindo da rede foi pouca, pois quando não tem sol e nem energia
armazenada, a energia utilizada vem da rede elétrica. Foi possível observar uma
diferença de 60,85% na diminuição dos gastos com energia elétrica.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível ver no decorrer deste artigo, como a conta de energia é
composta de valores que vão além do consumo, foi possível ver que além de causar
impacto no meio ambiente, causa também no bolso do consumidor. Pagamos desde
a geração na usina até chegar à nossa casa, além dos impostos do governo.
A energia solar já é conhecida faz algum tempo, mais mesmo assim muitas
empresas ainda não aderiram. Com a implantação na empresa foi possível ver o
quanto a energia natural sai em conta, além de tudo isso não causa danos a
natureza. Foi possível ver na analise das faturas que mesmo com a implantação o
ICMS pago pelo consumidor, não é apenas o de energia elétrica consumida mais
sim de todos Kwh, isso entra como desvantagem nesse processo, pois como que o
consumidor paga impostos por uma energia injetada que ele próprio.
Mas como no inicio deste ano já começa a vigorar leis como a isenção do
ICMS e do Pis/Confis sobre a energia injetada. Isso já melhora o cenário, mais
mesmo assim ainda na atinge o estado do Tocantins.
Para implantação deste sistema, há um custo, mais pelos resultados que
foram obtidos vale a pena, pois esse gasto é possível ter o retorno dele em 24
meses.
Com os dados da empresa foi possível ver o quanto dá pra economizar e
investi o que seria gasto com conta de energia com outras prioridades. Verificou-se
que após a implantação do SFV, houve uma redução média de 60,85% gerando
uma economia para a empresa.
Seria muito bom para o Brasil se todos começassem a utilizar a energia solar,
assim não haveria o desmatamento e alagamento de regiões para construções de
mais hidrelétricas. O cenário nível Brasil está mudando há esperanças que com
estes incentivos ficais haverá uma grande mudança tanto na demanda para
implantação dos sistemas fotovoltaicos tanto no custo para esta implantação.
6. REFERÊNCIAS
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America do sol, Energia Fotovoltaica, disponível em: www.americadosol.org
Energisa, Tipos de tarifas, disponível em: www.energisa.com.br
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www.sgpsolar.com.br
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Verificação: Uma Analise Comparativa das Escalas de Likert e Phrase
Completion. PMKT(Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e Mídia).
Jun 2014.
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de
Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas -2003.
Portal solar, Energia Solar, disponível em: www.portalsolar.com.br.
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Ebc, Crise no setor elétrico, disponível em: www.ebc.com.br.
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Elétrica Brasileira, publicado em Jun de 2012.
SILVA, Raimundo; LINS, Luis; Gestão de Custos. São Paulo: Atlas, 2010.
Lacerda Sistemas de Energia, Energia Solar pode Ter redução no custo
com incentivos, disponível em: www.lacerdasistemas.com.br
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www12.senado.leg.br
VARELLA, Fabiana Karla; CAVALIERO, Carla Kazue; SILVA, Ennio; Energia
Solar Fotovoltaica no Brasil: Incentivos Regulatórios. Revista Brasileira de
Energia. Vol 14, N° 1, p. 9-22. 2008.
Absolar, GD: 75% da população brasileira já conta com isenção de ICMS,
disponível em www.absolar.org.br