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INCORPORAÇÃO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS NA DEFINIÇÃO DE
CARTEIRAS DE INVESTIMENTOS: conceito e desempenho recente de índices
internacionais e iniciativas nacionais.
Fabiana Moreno de Campos
Dissertação submetida ao corpo docente do
Instituto de Pós-Graduação em Administração -
COPPEAD, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários
à obtenção do grau de Mestre em
Administração.
Orientador: Celso Funcia Lemme
D.Sc. em Administração de Empresas
Rio de Janeiro
Setembro de 2006
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INCORPORAÇÃO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS NA DEFINIÇÃO DE
CARTEIRAS DE INVESTIMENTOS: conceito e desempenho recente de índices
internacionais e iniciativas nacionais.
Fabiana Moreno de Campos
Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto de Pós-Graduação em Administração
– COPPEAD da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do grau de Mestre.
Aprovada por:
Prof. Celso Funcia Lemme – COPPEAD/UFRJ - Orientador
Prof. Ricardo Pereira Câmara Leal – COPPEAD/UFRJ
Prof. José Antônio Puppim de Oliveira – EBAPE/FGV
Rio de Janeiro
2006
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais por todo amor e carinho que me proporcionam, pela educação que me deram
(da qual tenho muito orgulho), por tudo que me ensinaram, pelo incentivo inesgotável e por
acreditarem em mim e no sucesso das minhas apostas como ninguém.
Ao meu marido por ter sido durante todos esses anos o meu melhor amigo, por ter dedicado
boa parte do seu tempo nos esclarecimento s das minhas dúvidas intermináveis, por me
incentivar nos momentos mais difíceis e por compartilhar comigo de uma vida de muito
amor e felicidade.
Ao meu irmão pelo amor profundo que nos une, não importando o quão diferente sejamos
ou agimos, por toda atenção e respeito que me dedica, por ser um verdadeiro espelho de
bondade, amizade e sabedoria.
Aos meus avós espiritualmente presentes, tão importantes na minha infância alegre e na
minha formação, por terem me ensinado a amar o simples e o próximo, por terem me
amado. À minha avó Nadir por exercer com sucesso a tarefa de representar todos os outros
que se foram, por amenizar a falta que eles fazem, por ter lutado sempre e ter vencido, por
ser um exemplo de força em todos os momentos em que encontrou dificuldades, por ser a
“vozinha querida do meu coração”.
À minha querida e amada Ana por ter estado presente em todos os momentos da minha
vida, por ter cuidado de mim com o amor de uma mãe, por todos os bolos de chocolate
feitos para mim e meus amigos, por todos os pratos de batata frita, pelas brincadeiras, por
todo carinho dedicado a toda minha família. À Roseli por estar sendo para a Bruna o que a
Ana foi e é para mim, por me dá tranqüilidade e segurança para seguir a diante.
Aos meus tios, tias e primos por fazerem reviver o verdadeiro sentido da família em cada
encontro nosso e fazerem dele um momento especial e inesquecível. Amo vocês.
Aos meus amigos de sempre, que souberem e sabem respeitar a minha ausência em
momentos importantes e que não deixam nosso amor e amizade diminuírem de intensidade.
Um carinho e agradecimento especial para Kívia, Manu, Daniel e Rogério.
Aos amigos que conquistei no mestrado por terem compartilhado comigo de uma
experiência absolutamente nova na vida, por tudo que me ensinaram dentro e fora da classe,
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por serem muitas vezes meus conselheiros, por todos os churrascos, por todas as
gargalhadas que me fizeram dar e, principalmente, por toda responsabilidade que
compartilhamos durante o mestrado. Não poderia deixar de fazer um agradecimento
especial ao Hiroshi, Phillip, Rodrigo, Cláudia, Oráculo e Flávio pela amizade que me
deram.
Ao meu amigo e professor Otávio, por ter sido um dos grandes incentivadores do meu
ingresso no mestrado e, principalmente, por ser um exemplo de mestre e ser humano.
Aos professores do mestrado que fazem do Coppead um momento único da nossa caminha
profissional e acadêmica. Ao meu orientador Celso Lemme que foi uma fonte inesgotável
de incentivos e sabedoria nos momentos mais difíceis para mim. Obrigada Celso pelo seu
comprometimento e compreensão na confecção deste trabalho.
Aos funcionários da secretaria acadêmica de mestrado e da biblioteca por nos fornecerem a
estrutura necessária e por serem fundamentais em, praticamente, todos os momentos dentro
do Coppead.
Ao Leonardo Henriques, do núcleo de pesquisa de finanças, por toda ajuda na construção
deste trabalho.
Aos meus mais novos colegas, meus companheiros de trabalho. Obrigada pela
oportunidade de prosseguir com sucesso minhas escolhas, por tudo que aprendi neste
último ano, pela ajuda no amadurecimento, por acreditarem no meu trabalho e por fazerem
dos dias mais estressantes, momentos divertidos e alegres. Um agradecimento especial ao
Carlos, Diegues, Merlino e Aguinaldo que foram mais do que chefes ou colegas de
trabalho, foram amigos.
Por último, guardei o que de fato fez a diferença nesta caminhada: a energia imensurável da
minha filha querida. Obrigada, meu amor, por toda compreensão das minhas ausências nas
festinhas da escola, por todas não idas a praia, por todos os “não”. Mais do que isso,
obrigada por ter feito destes anos, momentos muito melhores do que eles poderiam ter sido,
muito mais interessantes e alegres, momentos inigualáveis. Obrigada por deixar a vida de
todos a nossa volta mais feliz. Obrigada por ser essa criança especial...
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DEDICATÓRIA
Em alguns momentos achei que não fosse conseguir chegar até aqui. Neles, ficava
imaginando o que a minha Avó Dade me diria e, foram essas palavras, no silêncio absoluto,
que me fizeram acreditar que seria possível e continuar. Dedico este meu trabalho a você,
vozinha, por ser sempre o meu guia quando me falta experiência ou maturidade para
prosseguir, por ser um exemplo único de amor incondicional ao próximo, por me fazer uma
pessoa melhor cada vez que invade meus pensamentos, por estar viva no meu coração, por
ser a minha fé.
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RESUMO
Moreno de Campos, Fabiana. Incorporação das questões ambientais e sociais na definição de carteiras de investimentos: conceito e desempenho recente de índices internacionais e
iniciativas nacionais. Rio de Janeiro, 2006. Dissertação (Mestrado em Administração)—Instituto Coppead de Pós-graduação em Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
A associação entre finanças e sustentabilidade corporativa (SC) ganhou relevância nos últimos anos, com os gestores de ativos financeiros buscando alternativas para a inclusão dos aspectos sociais e ambientais na seleção de carteiras de investimentos, através da incorporação dos conceitos de Triple Bottom Line e Investimento Socialmente Responsável (ISR). Faz parte da rotina de mercados de capitais internacionais a divulgação do desempenho de índices de ações voltados para empresas que atendam aos conceitos de SC, tendo o Brasil entrado recentemente neste segmento. Este trabalho teve como objetivo analisar os procedimentos adotados em alguns dos mais importantes índices internacionais voltados para ISR, tentando identificar os métodos utilizados para a seleção dos ativos financeiros que comporão as carteiras. Adicionalmente, procurou examinar a experiência brasileira no assunto, que, embora recente, já apresenta alguns passos relevantes. Em complemento, buscou retratar o recente desempenho financeiro desses índices e fundos, em comparação com seus respectivos benchmarks, procurando identificar possíveis impactos sobre o desempenho financeiro decorrentes da incorporação de aspectos sociais e ambientais nas decisões de alocação de recursos. A principal constatação foi a dificuldade de definir critérios consensuais e objetivos para esse processo de seleção de ativos e a falta de evidências conclusivas sobre o desempenho financeiro, visto que as iniciativas são recentes, apresentando poucos dados para validação estatística. Esforços adicionais de pesquisa acadêmica e experimentação prática pelos profissionais de mercado são necessários para um aprofundamento nas conclusões sobre o assunto.
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ABSTRACT
Moreno de Campos, Fabiana. Incorporação das questões ambientais e sociais na definição de carteiras de investimentos: conceito e desempenho recente de índices internacionais e
iniciativas nacionais. Rio de Janeiro, 2006. Dissertação (Mestrado em Administração)—Instituto Coppead de Pós-graduação em Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
The relation between Corporate Sustainability (CS) and Finance gained increasing attention in recent years and professionals in the capital markets that are looking for adequate possibilities to ad social and environmental aspects to their criteria for portfolio selection have incorporated concepts like the Triple Bottom Line and Socially responsible Investment (SRI). The preparation and dissemination of share indexes that focus on companies that fulfill the concepts and criteria of CS is common practice in international capital markets and Brazil recently followed this tendency. This study analyses and compares the criteria and procedures defined by some of the most important SRI indexes, aiming to characterize the methodology used for the selection of the assets that are accepted into the index portfolio. To complement this sector analysis the study compares the recent financial performance of such SRI indexes and funds, to that generated by their respective benchmarks, aiming to identify potential impacts that the incorporation of social and environmental aspects into asset allocation decisions might have. The main conclusions drawn by the study are that no broad consensus about objective and conclusive criteria for such an asset allocation process exists and that clear evidence for differences in their financial performance is missing. This can be explained by the recent experiences that provide insufficient data for a statistically relevant analysis. Additional academic research and experiences generated by the professionals in the capital markets are necessary to explore and expand these conclusions.
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LISTA DE SIGLAS
ABRAPP – Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar
BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo
BVS – Bolsa de Valores Sociais
CFO – Chief Financial Officer
CSP – Corporate Social Performance
CSR – Corporate Social Responsibility
EHS – Environmental, health and safety
EMS – Environmental Management System
EPFI – Instituições Financeiras dos Princípios do Equador
ESG – Environmental, social and governance
E2VA – Environmental Economic Value Added
eSDAR – Excess Standard Deviation Adjusted Return
IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
IFC – International Finance Corporation
ISE – índice de Sustentabilidade Empresarial
ISR – Investimento Socialmente Responsável
OFR - Operating and Financial Review
ONG – Organização não Governamental
PIB – Produto Interno Bruto
SC. – Sustentabilidade Corporativa
SEC – Security Exchange Commission
SRI – Socially Responsible Investment
UNEP – United Nations Environmental Programme
UNEP FI - United Nations Environmental Programme Finance Iniciatives
TRI – Toxics Release Inventory
WRI – World Resources Institute
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LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS
FIGURAS
Figura 1: Principais mecanismos de internalização de custos ambientais...........................20
Figura 2: Benefícios adquiridos através de inovação na tecnologia e nos processos de
alguns setores/indústrias........................................................................................................23
GRÁFICOS
Gráfico 1: Impacto no EBIT causado por políticas de mudanças climáticas no período de
2003 – 2015 (eixo vertical representa as possíveis mudanças no EBIT das companhias)....41
QUADROS
Quadro 1: Categorias definidas pelo IFC de acordo com a dimensão do impacto ambiental
dos projetos...........................................................................................................................33
Quadro 2: Princípios de responsabilidade social definidos pela ABRAPP e Instituto
Ethos.....................................................................................................................................37
Quadro 3: Principais iniciativas e comprometimento da BOVESPA com as questões
sociais e ambientais...............................................................................................................67
TABELAS
Tabela 1: Fatores ambientais abordados e a freqüência de divulgação de informação a
respeito..................................................................................................................................28
Tabela 2: Grau de divulgação de informação das companhias do índice FTSE..................28
Tabela 3: Crescimento dos investimentos socialmente responsáveis nos Estados Unidos
entre 1997 e 2003..................................................................................................................31
Tabela 4: Classificação dos setores quanto ao impacto na sociedade e no meio
ambiente................................................................................................................................47
Tabela 5: Análises realizadas para seleção de empresas pelo índice FTSE4Good..............48
Tabela 6: Análises realizadas e ponde rações utilizadas para seleção de empresas pelo
índice DJSI............................................................................................................................50
10
Tabela 7: Pontuação do Ethibel para comparação setorial do desempenho das empresas em
relação às variáveis relevantes..............................................................................................52
Tabela 8: Rating e correspondente pontuação para seleção de empresas para o ASPI
Index......................................................................................................................................57
Tabela 9: Sistema de pontuação do JSE Index....................................................................60
Tabela 10: Análise realizada na seleção de empresas pelo JSE Index.................................60
Tabela 11: Exigências de condutas do JSE Index de acordo com o impacto ambiental
potencial................................................................................................................................62
Tabela 12: Resumo das informações sobre os índices internacionais de sustentabilidade
pesquisados...........................................................................................................................64
Tabela 13: Setores automaticamente desqualificados no Screening Negativo....................64
Tabela 14: Detalhamento da metodologia utilizada pelos índices internacionais na seleção
dos ativos...............................................................................................................................65
Tabela 15: Resumo das informações sobre o índice e fundos SRI nacionais
pesquisados...........................................................................................................................70
Tabela 16: Detalhamento da metodologia utilizada nas iniciativas brasileiras para seleção
de ativos................................................................................................................................71
Tabela 17: Resumo dos resultados do Teste T – Índices Internacionais (hipótese nula
consiste na diferença das médias das séries ser zero)...........................................................72
Tabela 18: Resumo dos resultados do Teste F – Índices Internacionais (hipótese nula
consiste na diferença das variâncias das séries ser zero)......................................................73
Tabela 19: Resumo dos resultados do Teste T – Iniciativas Brasileiras (hipótese nula
consiste na diferença das médias das séries ser zero)...........................................................74
Tabela 20: Resumo dos resultados do Teste F – Iniciativas Brasileiras (hipótese nula
consiste na diferença das variâncias das séries ser zero)......................................................75
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................13
1.1 Objetivos.......................................................................................................13
1.2 Relevância do Estudo....................................................................................13
1.3 Delimitação do Estudo..................................................................................14
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................15
2.1 Avaliação de Empresas: Ótica Privada X Ótica Social.................................15
2.2 A Questão Ambiental....................................................................................16
2.2.1 A Internalização da Questão Ambiental............................................19 2.2.2 A Importância da Divulgação de Informação...................................21 2.2.3 Desafios para Incorporação da Questão Ambiental aos Preços dos Ativos Financeiros.........................................................................................24 2.3 Investimento Socialmente Responsável........................................................30
2.3.1 Conceito e Principais Métodos..........................................................30 2.3.2 Abordagem de Algumas Instituições sobre o Conceito ISR.......................................................................................................................32 2.4 Propostas e Abordagens para a Incorporação de Aspectos Ambientais ao
Preço dos Ativos............................................................................................38
3 METODOLOGIA...............................................................................................43
3.1 Universo e Amostra.......................................................................................43
3.2 Fonte e Coleta de Dados................................................................................43
3.3 Tratamento dos Dados...................................................................................44
3.4 Limitações do Método...................................................................................45
4 RESULTADOS...................................................................................................46
4.1 Pesquisa Bibliográfica e Telematizada – Índices de Sustentabilidade
Internacionais......................................................................................................46
4.2 Pesquisa Bibliográfica e Telematizada – Fundos e Índices de
Sustentabilidade Nacionais.................................................................................65
4.3 Desempenho dos índices internacionais........................................................71
12
4.4 Desempenho dos fundos SRI nacionais.........................................................74
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕ ES PARA TRABALHOS FUTUROS................76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
A internalização pelas empresas dos custos ambientais ou sociais tem sido foco de diversos
grupos de interesse (stakeholders), mas a existência de assimetria de informação e a
dificuldade em avaliar intangíveis dificultam uma abordagem conclusiva acerca do assunto.
Mesmo não havendo consenso sobre os benefícios de uma postura social e ambientalmente
responsável por parte das empresas, os chamados investimentos socialmente responsáveis
(ISR) têm crescido nos últimos anos.
Este trabalho teve como objetivo principal analisar os procedimentos adotados em alguns
dos mais importantes índices internacionais voltados para ISR, tentando identificar os
métodos utilizados para a seleção dos ativos financeiros que comporão as carteiras.
Adicionalmente, procurou examinar a experiência brasileira na utilização deste conceito.
Em complemento, buscou retratar o recente desempenho financeiro desses índices e fundos,
em comparação com seus respectivos benchmarks, procurando identificar possíveis
impactos sobre o desempenho financeiro decorrentes da incorporação de aspectos sociais e
ambientais nas decisões de alocação de recursos.
1.2 Relevância do Estudo
O tema “desenvolvimento sustentável” tem estado presente em diversos debates da
comunidade financeira e o volume de investimentos socialmente responsáveis cresce a cada
ano (WHO CARES WINS, 2003). Paralelamente, crescem as dúvidas sobre a incorporação
dos aspectos intangíveis aos preços dos ativos e sobre a alocação eficiente dos recursos.
Neste contexto, esta pesquisa tenta contribuir com informações acerca da seleção de ativos
em investimentos socialmente responsáveis, trazendo experiências internacionais e
nacionais e com uma análise de comparação de desempenho entre índices e fundos SRI
(Socially Responsible Investment) e seus respectivos benchmarks.
14
1.3 Delimitação do Estudo
No que diz respeito à delimitação temporal, as informações sobre os retornos dos fundos e
índices foram pesquisados no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2005, mas a
indisponibilidade de dados em alguns casos forçou à utilização de intervalos de tempo mais
curtos. O estudo se baseou em informações disponíveis ao público, sendo a maior parte
coletada nos websites das instituições gestoras dos fundos e índices pesquisados. Sendo
assim, nem sempre foi possível obter detalhamentos dos critérios e metodologias utilizadas.
O restante do trabalho segue a seguinte estrutura: o segundo capítulo constitui-se na revisão
de literatura; no terceiro capítulo, apresenta-se a metodologia utilizada na pesquisa; o
quarto apresenta os resultados da pesquisa e o quinto as conclusões e sugestões para
pesquisas futuras.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo é composto de quatro seções, onde a primeira tem o objetivo de esclarecer, de
forma sucinta, as diferenças entre a ótica privada e a ótica social. Nesta diferença reside o
descasamento de interesses: o que é benéfico para a sociedade como um todo e o que é
benéfico apenas sob uma perspectiva privada.
A segunda seção aborda o alinhamento da variável ambiental e desempenho financeiro. São
trazidas para a discussão as questões de internalização da variável ambiental, a importância
da divulgação de informação e os desafios encontrados no momento em que se tenta
incorporar a variável ambiental aos preços dos ativos financeiros.
A terceira seção apresenta o conceito de Investimento Socialmente Responsável e os
critérios para seleção de ativos dentro deste contexto. A última seção apresenta propostas e
metodologias para a incorporação da variável ambiental aos preços dos ativos financeiros.
2.1 Avaliação de Empresas: Ótica Privada X Ótica Social
Existem algumas diferenças entre a avaliação de empresas e projetos sob a ótica privada e a
ótica social. A avaliação sob a ótica social considera os efeitos diretos e indiretos causados
por uma determinada atividade ou projeto na sociedade e no meio ambiente, permitindo,
desta forma, identificar quando a economia está sendo prejudicada ou favorecida
(CONTADOR, 2000).
Hawken et al (1999) definem como um desafio a tentativa de induzir os indivíduos a
adotarem decisões que conciliem os interesses privados e sociais. Contador (2000)
acrescenta que o enfoque é dito social ou econômico quando se avalia o projeto sob o ponto
de vista da sociedade como um todo. Neste sentido, é preciso que se elimine a distorção
existente entre os preços de mercado e sociais, bem como as transferências entre indivíduos
(impostos e subsídios) e que se incorporem os efeitos indiretos do projeto em outras
atividades, denominados externalidades.
Faminow (1998, p. 209-222) cita a existência de três fatores chaves para soluções de
mercado na administração ambiental e de recursos naturais, sendo eles: direitos de
16
propriedade bem especificados, direitos de propriedade defensáveis (custo de proteção à
propriedade não proibitivo) e direitos de propriedade transferíveis (permite que a
propriedade possa ser comprada pelos que a consideram valiosa).
O surgimento de diversas sugestões na direção de incorporação dos efeitos causados ao
meio ambiente por determinada atividade, além de medidas governamentais e a crescente
preocupação dos grupos de interesse, por tais questões, têm levado os investidores a
considerarem impactos ambientais no processo de avaliação de empresas, uma vez que
fluxos de caixas futuros podem ser afetados por riscos, perdas ou benefícios associados ao
meio ambiente, criando ou destruindo valor para os acionistas (COPELAND, KOLLER e
MURRIN apud DÉBORA, 2005).
Os investidores mudam freqüentemente suas expectativas quanto ao desempenho de ações,
pois regularmente novas informações são disponibilizadas ao público e incorporadas aos
preços das mesmas. Masullo (2004) acredita que a transparência da empresa e a existência
de sinalização são formas de indicar seu comprometimento com determinada questão,
contribuindo para diminuição de alocação ineficiente de recursos.
A próxima seção aborda conceitos de risco ambiental e seu gerenciamento, além de
contextualizar os diferentes estágios de percepção dos gestores quanto ao alinhamento da
variável ambiental e desempenho financeiro. Com base na interseção entre finanças e meio
ambiente são trazidas para a discussão as questões de internalização da variável ambiental,
a importância da divulgação de informações e os desafios encontrados na incorporação da
variável ambiental aos preços dos ativos financeiros.
2.2 A Questão Ambiental
O aumento da expectativa dos grupos de interesse quanto à questão de sustentabilidade e a
importância de gerenciamento de riscos e oportunidades relacionadas aos fatores ambiental
e social geram um novo desafio com implicações financeiras a serem consideradas tanto
pela companhia quanto pelos gestores de portfólio (WHO CARES WINS,2003).
Essa expectativa tem surgido como conseqüência de uma maior conscientização de que a
degradação ecológica no longo prazo vai impactar diretamente nos retornos e gastos das
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empresas privadas, obrigando aos gestores a considerarem a questão eco-ambiental
(FAMINOW, 1998).
O gerenciamento ambiental é descrito por Sánchez (1994) como um conjunto de operações
técnicas e atividades que visam assegurar que um empreendimento opere dentro dos
padrões legais ambientais exigidos, minimizando seus impactos ambientais e atendendo a
outros objetivos empresariais, como manter um bom relacionamento com a comunidade.
O autor ressalta que o gerenciamento ambiental não se concentra apenas no controle da
poluição e, sim, também no gerenciamento de riscos ambientais. O primeiro é de mais fácil
controle, devido a maior facilidade de medição, enquanto que para o segundo, é altamente
complexo traçar padrões de aceitação.
Não existe consenso sobre os benefícios decorrentes de um bom gerenciamento de riscos
ambientais, Maimon (1994) argumenta que existem três abordagens quanto ao alinhamento
de responsabilidade social e desempenho financeiro: consertar o que fez de errado, prevenir
para não errar e se antecipar aos problemas.
A questão ambiental tem ganhado espaço cada vez maior nas discussões empresariais, seja
por causa do surgimento de consumidores e investidores mais atentos à questão, seja por
causa do número crescente de movimentos ambientalistas ou devido à globalização e ao
aumento de competitividade. Essa nova demanda não representa apenas um desafio, como
também o surgimento de novas oportunidades de negócio (MAIMON, 1994).
Em 1995, a UNEP (United Nations Environmental Programme) juntamente com um grupo
de seguradoras, resseguradoras e fundos de pensão elaboraram um relatório voluntário de
comprometimento, onde as companhias atestavam estar balanceando desenvolvimento
econômico com o bem estar da sociedade e do meio ambiente. Em 2000, a UNEP FI
(United Nations Environmental Programme Finance Iniciatives) iniciou um projeto que
tinha como objetivo definir risco ambiental, valorar as conseqüências da não consideração
do risco ambiental, aumentar o conhecimento sobre as ferramentas de gestão de risco
ambiental e enfatizar a necessidade por seguros que possam minimizar o risco ambiental.
Essas iniciativas revelam a crescente importância que tem sido dada a fatores ambientais e
18
seus efeitos financeiros (UNEP FI AUSTRALASIAN ADVISORY COMMITTEE ON
INSURANCE, 2003).
Segundo Viola apud Layargues (2000) a economia está mudando, o comércio está
absolutamente globalizado e competitivo e a variável ambiental entrou neste contexto como
uma alternativa de vantagem competitiva e redução de custos. Portanto, a questão
ambiental entra mais como uma visão econômica – empresarial do que como uma questão
ecológica.
Masullo (2004) cita que , além das crescentes exigências por parte do governo e dos
consumidores, uma maior atenção tem sido dada à questão ambiental, pois os investidores
estão cada vez mais preocupados com o desenvolvimento sustentável e geração de fluxo de
caixa futuro. Portanto, cuidar da questão ambiental significa lidar com menos riscos e
perdas associados ao meio ambiente. Quanto ao grau de importância dado a fatores
ambientais por diferentes empresas, a autora acima citada, encontrou em seu estudo que
empresas com porte maior e há mais tempo consolidadas no mercado tendem a investir
mais em questões relacionadas ao meio ambiente, o mesmo acontecendo com aquelas que
possuem uma maior inserção internacional. Quanto ao setor, os que são potencialmente
mais poluentes tendem a estar mais atentos ao meio ambiente do que os de menor potencial
de impacto ambiental. Já no que diz respeito a localização, quanto maior for a pressão local
maior é a tendência da empresa em investir em práticas ambientais.
Outro estudo revelou que a cultura da organização é determinante no interesse pela questão
ambiental e que quanto maior a velocidade de crescimento maior é o impacto positivo das
práticas ambientais na lucratividade da empresa. O mesmo estudo constatou que a
abordagem ambiental possui maior destaque nas companhias que já presenciaram algum
tipo de problema ambiental. (DONAIRE, 1995).
A transferência da exposição ao risco ambiental não tem sido facilmente aceita por parte
das seguradoras, principalmente pela dificuldade de mensuração dos recursos naturais e dos
custos de impactos ambientais. Um estudo realizado pela UNEP FI (2003) tentou esclarecer
essa questão através de uma busca por situações em que tanto a seguradora como o meio
ambiente lucrassem e de alternativas que tanto reduzissem o risco da seguradora quanto os
19
riscos ambientais. Além disso, o estudo aponta as conseqüências do não gerenciamento do
risco ambiental, sendo elas: risco de reputação, percepção negativa da comunidade e das
agências reguladoras, impacto no preço da ação da companhia, multas e penalidades pelo
descumprimento do regulamento existente e danos a sociedade e ao meio ambiente.
2.2.1 A Internalização da Questão Ambiental
A visão de obtenção de lucro através do não cumprimento das normas ambientais vem
sendo substituída pela idéia do desenvolvimento sustentado e a preocupação com o meio
ambiente. Os custos decorrentes deste cuidado são vistos como oportunidade de negócios e
sobrevivência da empresa e, portanto, a questão ambiental deve passar a ser vista não como
uma área de despesas e sim como uma oportunidade de redução de custos como, por
exemplo, consumo menor de energia, minimização de desperdícios, diminuição do
consumo de recursos etc. (DONAIRE, 1996).
Coutinho e Soares (2002) dizem existir duas correntes: aquela que acredita que os que
tiverem preocupação social e ambiental incorrerão em maiores custos com adoção dessas
práticas e estarão, dessa forma, perdendo competitividade e a outra que defende a
existência de uma relação positiva e acredita que atitudes irresponsáveis é que levarão a
incrementos no custo e a uma futura perda de competitividade. White e Kiernan (2004)
definem essas duas correntes como Cost Center e Value Creation respectivamente.
Masullo (2004) define quatro formas de se internalizar os custos ambientais, apresentadas
na Figura 1.
20
Figura 1: Principais mecanismos de internalização de custos ambientais
Fonte: MASULLO (2004, p. 21 )
Os mecanismos de comando e controle referem-se a padrões exigidos pelo governo que ao
serem descumpridos estão sujeitos a penalidades. Já os instrumentos econômicos estão
mais ligados a sinais de mercado que permitem uma regulação mais customizada. A autora
ressalta, entretanto, que essas práticas não são comuns no Brasil, mas tem sido verificado
um crescente incentivo para a divulgação voluntária por parte das empresas que abrange os
mecanismos de regulação informal e auto-regulação.
O próximo item se dedica à importância em torno da divulgação de informação útil e de
forma adequada para que haja uma redução de incerteza e de assimetria de informação.
Regulação Informal 1. Denúncia ao órgão público pela comunidade das infrações
da empresa Auto-regulação
1. Redes de negócios verdes 2. Certificações de qualidade ambiental 3. Iniciativas com base na adoção de princípios de conduta
Comando e Controle 1. Normas e padrões de qualidade ambiental de emissão
(tecnológicos e de desempenho) 2. Licenças e permissões 3. Controle do uso do solo e da água 4. Penalidades e monitoramento
Instrumentos econômicos
1. Impostos ambie ntais vinculados à taxação convencional 2. Taxas sobre poluição 3. Taxas sobre resíduos sólidos 4. Taxas vinculadas ao uso de recursos renováveis 5. Taxas florestais 6. Isenção fiscal ou tarifária 7. Subsídios creditícios 8. Esquemas depósito-retorno
Informação
Voluntária
Informação
Compulsória
21
2.2.2 A Importância da Divulgação de Informação
Repetto e Austin (2000) enfatizam a necessidade de uma eficiente divulgação, visto que o
mercado exerce cada vez mais influência sobre as decisões dos executivos e o
posicionamento do mercado estará fundamentado nos relatos da empresa. Por isso é de
extrema importância que seja evitada assimetria de informação – uma informação mal
interpretada pode destruir a reputação de uma companhia, que deve, de forma voluntária,
disponibilizar informações adequadas para diminuir a incerteza do mercado. Os autores
ressaltam ainda que os investidores estão muito preocupados com a problemática ambiental
e que o surgimento de novas notícias afetam suas decisões de investimento. A exposição
ambiental pode impactar em perdas ou ganhos futuros e, portanto, é inegável a relevância
do assunto.
Graham, Harvey e Rajgopal (2005) propõem cinco motivos pelos quais as companhias
devem disponibilizar informação de forma voluntária: assimetria de informação
(disponibilizando um maior volume de informações as companhias diminuem o risco de
informação e a incerteza e aumentam a transparência, diminuindo o custo de capital);
diminuição do custo de aquisição de informação, mantendo um maior número de analistas
atentos à companhia; correção de preços de ações subavaliados à medida que permite aos
CFOs (Chief Financial Officer) esclarecerem supostas quedas de desempenho; sinalização
para o mercado e redução de custo dos contratos de stock options.
Porter e Van der Linde (1995) sugerem alguns princípios que deveriam ser considerados ao
se pensar em regulamentação ambiental, de forma a promover inovação, aumento da
produtividade e da competitividade. Para os autores, a regulamentação, ao exigir adoção de
novas tecnologias, deveria ter como objetivo a minimização de custos decorrentes da
poluição e o aumento da produtividade dos recursos utilizados. Desta forma, os gestores
entenderiam a regulamentação como uma oportunidade de obter vantagem competitiva.
Existe um histórico de que adoção de práticas ambientalmente responsáveis resulta em
benefícios reais como pode ser visto na Figura 2. No entanto, em algumas situações, a falta
de alternativas, um alto payback do projeto, a falta de informação da alta gerência, entre
outros, pode inibir iniciativas voluntárias das companhias. Sendo assim, torna-se
imprescindível a existência de regulamentação ambiental para que se consiga:
22
• Pressionar as companhias para que elas estejam sempre preocupadas com a
inovação e livres da inércia organizacional;
• Diminuir impactos ambientais nos casos em que a inovação não resulta em
benefícios diretos para a companhia;
• Alertar e educar as companhias sobre a utilização eficiente de recursos e sobre a
existência de áreas com potencial de melhora tecnológica;
• Convencer de que a inovação é uma forma de ser ambientalmente responsável;
• Criar demanda para a conscientização ambiental até que as companhias e
consumidores estejam aptos para entender melhor a questão;
• Assegurar que uma determinada companhia não terá vantagem competitiva ao não
realizar investimentos em práticas ambientais.
23
Figura2: Benefícios adquiridos através de inovações na tecnologia e nos processos de
alguns setores/indústrias
Setor/Indústria Aspectos Ambientais Inovação Benefícios
A
Fonte: Porter e Van der Linde,1995 (p.120)
Tintas para impressão
Emissão de compostos orgânicos voláteis a patir de solvents.
Tintas a base de água e soja.
Maior eficiência, coloração mais brilhante e melhor desempenho no processo de impressão.
Refrigeração Utiliza Hidro flúor carbono como líquido de refrigeração.
Utilização de líquidos de refrigeração alternativos.
Melhorou em 10% a eficiência na utilização de energia, sem alteração de custo e conseguiu preços premium para os refrigeradores “green”
Baterias Emissão de Cádmio mercúrio plomo, níquel, cobalto e zinco.
Baterias recarregáveis.
Utilização mais eficiente de energia, permitindo um preço mais c ompetitivo.
Manufatura de equipamentos eletrônicos
Emissão de compostos orgânicos voláteis na limpeza com solventes.
Novos solvents de limpeza a base de água e operação em ciclo ligado.
Melhorou a qualidade do produto e reduziu seus custos, com um payback de 1 ano e eliminou etapas desnecessárias do processo.
Papel e Celulose Emissão de dioxina no processo de alvejamento com cloro.
Melhorou os processos, eliminado o uso de cloro.
Diminuiu os custos operacionais.
Pinturas e Vernizes
Emissão de compostos orgânicos voláteis, a partir dos solventes.
Novas técnicas utilizadas, tanto nos processos que envolvem pintura quanto verniz.
Maior segurança para os trabalhadores; melhorou a qualidade das pinturas e reduziu seus custos; conseguiu preços premium para o verniz sem solvente.
24
Embora a necessidade de uma conscientização fique clara, é necessário que a mesma venha
acompanhada de divulgação de informação pertinente para o mercado, permitindo
identificação do elo existente entre desempenho ambiental e desempenho financeiro, caso
contrário, essas empresas pró-ativas em questões ambientais terão seus valores de mercado
sub-avaliados (DESCANO e GENTRY, 1998).
Masullo (2004) alerta que as informações não são úteis da forma como são
disponibilizadas: falta padronização e clareza ao se falar de dados ambientais. Os
investidores nem sempre estão informados sobre o posicionamento das companhias diante
da problemática ambiental e, dessa forma, pode haver divulgação de informações
tendenciosas e os relatórios perdem poder de explicação e confiabilidade. Acredita-se que
uma regulamentação mais severa e que puna rigorosamente aqueles que violarem os
princípios éticos incentivaria a existência de relatórios mais verdadeiros e que retratem
melhor a realidade, fornecendo ao mercado uma informação mais relevante e protegendo as
decisões dos investidores (BEWLEY, 2005).
O próximo item tenta verificar como a possível criação ou destruição de valor é
incorporada aos preços dos ativos financeiros e como os investidores lidam com essa
variável. Além disso, tentará descrever quais são os obstáculos encontrados pelos
investidores nessa tarefa.
2.2.3 Desafio para incorporação da questão ambiental aos preços dos ativos
financeiros
O mercado passou por uma mudança nos últimos anos e tem deixado de ver a questão
ambiental apenas como um fator de custo e risco. Companhias que se mostram pró-ativas
em relação à questão ambiental poderão obter uma vantagem competitiva, com impacto
positivo no preço da ação e no custo de capital. Para tanto é preciso que essas companhias
identifiquem e comuniquem, interna e externamente, como essa nova estratégia está
adicionando valor ao negócio principal (ASPEN INSTITUTE, 1998).
Um estudo conduzido pelo WRI (World Resources Institute) verificou algumas
contribuições importantes da questão ambiental para o negócio: protege a marca do
25
negócio; melhora a eficiência através de mudanças no processo, aumentando as margens e
o retorno do investimento; vantagem competitiva adquirida a partir de mudanças no
produto; reposicionamento da companhia através da construção de novos mercados
(ASPEN INSTITUTE, 1998).
Outro estudo realizado em fevereiro de 2004 pelo Global Environmental Management
Initiative, concluiu que de 50 a 90% do valor de mercado das companhias pode ser
atribuído a fatores intangíveis; 35% dos investidores institucionais baseiam suas decisões
de composição de carteiras em intangíveis; 81% dos executivos do Global 500 colocam as
questões sobre intangíveis entre os 10 mais importantes value drivers do seu negócio
(WHO CARES WINS, 2003).
Apesar do aumento de estudos quanto ao comportamento do mercado frente à variável
ambiental, muitas dúvidas ainda existem sobre a metodologia de incorporação de aspectos
ambientais aos preços dos ativos financeiros e seus futuros benefícios.
Os principais obstáculos à incorporação dos aspectos ambientais ao preço dos ativos
financeiros são a falta de conhecimento sobre a questão social e ambiental e a falta de
habilidade para valorar o benefício de adoção de tais práticas. Além disso, os investidores
vivenciam hoje o “dilema do prisioneiro”: ninguém se habilita a dar o primeiro passo
(WORLD ECONOMIC FORUM, 2005).
Outro argumento utilizado pelos analistas é o fato de seus clientes estarem muito apegados
aos indicadores de curto prazo, que não captam efeitos das práticas ambientais e sociais e,
sendo assim, essa idéia não “vende”, sendo descartada pelos analistas.
Os três maiores impedimentos abordados no estudo acima citado são:
(i) os indicadores de desempenho não fornecem uma visão consistente sobre as questões
ambientais e sociais;
(ii) existe pouca habilidade e treinamento entre os analistas de investimento na utilização de
critérios não financeiros na valoração financeira;
26
(iii) As companhias não reconhecem aqueles analistas que se especializaram em modelos
de negócio com retorno no longo prazo e isso se reflete em falta de incentivo para busca
deste tipo de conhecimento.
Um estudo realizado pela UNEP FI, em 2003, verificou que existe pouca legislação a
respeito de divulgação de informação de questões ambientais e pouco cumprimento das
determinações (as determinações são subjetivas a respeito de que tipo de divulgação deve
ser feita e em que momento – isso faz com que as empresas tratem a questão como pouco
importante); apesar da existência de uma pressão dos stakeholders pela transparência, são
poucas as informações relevantes e padronizadas, o que impede uma análise comparativa
entre as empresas, além de as mesmas omitirem e distorcerem boa parte das informações
importantes para o mercado; os executivos financeiros são céticos sobre o impacto
financeiro da variável ambiental e os analistas acabam por abandonar a análise de tais
questões, uma vez que não fica claro como estas interferem no desempenho da companhia
(CARPENTIER, PATTERSON, MALTHOUSE, 2003).
O estudo realizado pelo World Economic Fórum (2005) verificou como principais barreiras
existentes para a prática de investimentos responsáveis a falta de informação consistente, a
falta de habilidade dos investidores na precificação de intangíveis e a forma de
remuneração dos mesmos que se constitui em um equívoco, no sentido que provoca o viés
da preocupação com o curto-prazo.
Uma dificuldade encontrada para incorporação da questão ambiental é a forma como as
informações pertinentes são divulgadas. Muitas vezes tais informações não são entendidas
pelo mercado financeiro, pois existe uma barreira de linguagem entre ambientalistas e
analistas financeiros. Por isso é muito importante que os resultados de iniciativas
ambientais sejam rigorosamente medidos, que os dados relevantes aos investidores sejam
fornecidos em termos financeiros e que sejam desenvolvidos sistemas de relatórios de
divulgação que permitam comparação entre outras empresas do setor.
Para a divulgação de um relatório útil para a comunidade financeira, é necessário que as
companhias primeiro entendam como elas são avaliadas, quais medidas de desempenho são
27
usadas pelos seus acionistas, como as estratégias ambientais afetam tais medidas e qual a
melhor forma de reportar os dados e os efeitos de tais estratégias no negócio.
Os analistas, gestores e investidores só estarão atentos a questão ambiental se essa for
apresentada de forma conectada com indicadores de crescimento, mercado, margens e,
principalmente, revelando qual é a contribuição direta desta questão para a multiplicação
dos lucros da companhia (ASPEN INSTITUTE, 1998). Descano e Gentry (1998) sugerem
que as companhias deveriam se concentrar em dois ou três value drivers e disponibilizar a
informação de forma padronizada.
Thomas et al (2004) desenvolveram um estudo cujo objetivo era analisar o volume e a
qualidade de informação divulgada pelas 570 companhias do FTSE All Share sobre a
questão ambiental antes da obrigatoriedade do OFR (Operating and Financial Review). O
OFR exigido juntamente com os relatórios anuais e deve conter informações sobre as
práticas e desempenhos ambientais que afetem o interesse de stakeholders.
Foi verificado que 89% das companhias abordam a questão ambiental em seus relatórios
anuais; 72% fazem referência a po líticas ambientais; 58% mencionam um dos fatores de
preocupação como a água, dejetos, energia e mudança climática, mas apenas 10% falam
sobre três desses tópicos e 17% fazem referência a mudança climática; somente 24%
divulgam alguma análise ambiental quantitat iva; 5% das companhias do FTSE 250 alinham
a variável ambiental com o valor criado para o acionista e 11% alinham com o desempenho
financeiro; 63 companhias não divulgam nenhuma informação a respeito. A tabela 1 mostra
quais são os fatores mais abordados pelas companhias em seus relatórios e a tabela 2 o
percentual de companhias que divulgam informação em cada índice.
28
Tabela 1: Fatores ambientais abordados e a freqüência de divulgação de informação a
respeito
Fatores Número de Companhias Número de Ocorrências
Políticas Ambientais 413 878
CSR 268 437
Controle dos Resíduos 250 535
SEM 150 267
Energia 138 185
Água 123 181
Objetivos Ambientais 104 146
Fonte: Thomas et al (2004, p. 6)
Tabela 2: Grau de divulgação de informação das companhias do índice FTSE
Índice FTSE % de companhias
FTSE 100 98
FTSE 250 96
FTSE Small Cap 80
FTSE All Share 89
Fonte: Thomas et al (2004, p. 20)
O nível de divulgação foi calculado considerando qualquer menção sobre a variável
ambiental nos relatórios anuais das empresas, no entanto o estudo encontrou pouca
relevância nas informações divulgadas. Apesar de ter sido encontrada alta freqüência de
divulgação de políticas ambientais, pouca qualidade tinha a informação, pois na maioria
dos casos não havia nenhuma medida de desempenho ambiental concreta. O estudo
concluiu que poucas companhias do FTSE All Share divulgam informações da forma como
exigida no OFR, sendo as mesmas inconsistentes e de baixa qualidade.
29
Segundo Graham, Harvey e Rajgopal (2005) os motivos pelos quais existe uma limitação
na divulgação de informação são: divulgação de precedentes, custos com a justiça, custo de
propriedade, custo de agência e custos políticos. Repetto e Austin (1996) acrescentam que
os executivos são desencorajados a adotarem estratégias relacionadas ao risco ambiental
pela forma como são remunerados.
Para aperfeiçoar o trabalho de incorporação dos aspectos sociais e ambientais aos preços
dos ativos financeiros, Who Cares Wins (2003) sugere algumas recomendações:
• Exigir dos ana listas um melhor entendimento de questões ambientais, sociais e de
governança corporativa e que eles desenvolvam o know-how, modelos e ferramentas
necessários.
• As instituições financeiras têm que ter um maior comprometimento com a
incorporação das questões ESG (Environmental, Social and Governance),
desenvolvendo metas de longo-prazo, fornecendo tratamento e sistemas de
incentivo apropriados para analistas.
• As companhias devem ser orientadas a divulgarem informações adequadas e
padronizadas.
• Investidores e Fundos de Pensão devem ser incentivados a considerar as questões de
ESG nas decisões de investimento.
• Os consultores devem ajudar a criar uma demanda mais estável na área de ESG e
devem dividir suas experiências com as companhias de forma a melhorar os
relatórios divulgados pelas mesmas.
• Reguladores devem criar ferramentas legais para garantir transparência e
padronização de informação.
• Bolsas de Valores devem incluir algum critério relacionado a ESG para listagem de
companhias de forma a especificar degraus de comprometimento com a questão.
• Organizações não governamentais devem exigir transparência das companhias.
30
Na seção seguinte estarão descritas algumas iniciativas de investimentos socialmente
responsáveis e os critérios utilizados para definir tais investimentos.
2.3 Investimento Socialmente Responsável (ISR)
2.3.1 Conceito e principais métodos
Os índices de sustentabilidade, assim como os denominados fundos SRI, são definidos de
acordo com o critério pelo qual selecionam seus ativos. Não podemos definir tais índices
como um grupo e afirmar que seus investimentos seguem um caminho único ou mesmo
similar (NAHAN, 2002). Quando se fala de índices de sustentabilidade e de fundos SRI,
pode-se apenas inferir que, de alguma forma, eles estarão considerando a questão sócio-
ambiental no momento em que definem seus investimentos.
Existem dois caminhos principais para se chegar à composição da carteira: screening
(também chamado de screening negativo ou exclusionary screening) e best of class
(também chamado de screening positivo ou qualitative screening).
O primeiro método consiste na eliminação/exclusão de companhias ou setores que, através
de um julgamento da instituição, são considerados como não alinhados à questão
ética/sócio -ambiental. O segundo, ao invés de exc luir atividades indesejáveis, inclui as
empresas que são desejáveis, ou seja, aquelas que se posicionam de forma ética, gerenciam
riscos sociais e ambientais, minimizam os impactos ambientais e se relacionam de forma
justa com seus funcionários, clientes e fornecedores. A análise para inclusão normalmente é
feita através de escores determinados para uma série de variáveis que, também através de
um julgamento da instituição, identificariam as melhores companhias no quesito
sustentabilidade.
No Social Investment Forum (2003) foi discutida a necessidade de se considerar as
conseqüências sociais e ambientais, tanto positivas quanto negativas, na análise financeira e
buscar companhias que possuam padrões de Corporate Social Responsibility (CSR),
definido como práticas de negócios transparentes, baseadas em valores éticos, respeito
pelos empregados, meio ambiente e comunidade com o objetivo de criação de valor
sustentável para sociedade e para o acionista. Transparência, governança corporativa e
31
divulgação de informação são consideradas práticas centrais de um investimento
socialmente responsável.
No estudo acima citado, foi verificado que algumas instituições e investidores individuais
têm dado preferência a investimentos comprometidos com questões sociais e ambientais,
entre esses encontram-se as organizações religiosas, governos estaduais, municipais e
federais, fundações, universidades, companhias de seguro, hospitais e corporações.
Também foi constatado um crescimento dos investimentos socialmente responsáveis. Nos
Estados Unidos, no ano referido, um de cada nove dólares em ativos era referente a
investimentos socialmente responsáveis, correspondendo a U$2,16 trilhões de um total de
U$19,2 trilhões, os quais utilizavam pelo menos uma de três estratégias de invest imento
socialmente responsável: screening, shareholder advocacy e community investing. Essas
estratégias são definidas respectivamente como: adoção de critérios sociais e ambientais
para inclusão ou exclusão de ativos no portfólio; preocupação da instituição com os grupos
de interesse (stakeholders); concessão de crédito, capital e outros serviços bancários para a
comunidade, permitindo que organizações locais obtenham suporte financeiro para criação
do negócio e para obtenção de serviços vitais. A Tabela 3 mostra o crescimento dos
investimentos socialmente responsáveis nos Estados Unidos entre os anos de 1997 e 2003.
Tabela 3: Crescimento dos investimentos socialmente responsáveis nos Estados Unidos
entre 1997 e 2003
Ano 1997
$ Bilhões
1999
$ Bilhões
2001
$ Bilhões
2003
$ Bilhões Total Investido $1.185 $2.159 $2.320 $2.164
Fonte: Social Investment Forum (2003, p. ii)
Coutinho e Soares (2002) justificam a necessidade de responsabilidade social através de
duas premissas: a primeira é a organização ter um “contrato” com a sociedade, no qual o
comportamento dos negócios tem que estar em conformidade com os objetivos da
sociedade e a segunda é o fato de os negócios desempenharem um papel de agentes morais
dentro da sociedade, refletindo e reforçando seus valores.
32
Waddock e Graves (1997) apontam para uma mudança na comunidade de investidores,
uma vez que esses passam a considerar a variável ambiental em suas decisões de
investimento e dão prioridade a companhias com uma maior CSP (Corporate Social
Performance), se outros fatores se mantêm constantes.
Um estudo realizado por Bello (2005)verificou o impacto do screening no desempenho do
investimento e na diversificação do portfólio. Suas premissas, baseadas em trabalhos
anteriores, eram de que portfólios de investimentos socialmente responsáveis são menos
diversificados e que esse fato leva a um pior desempenho do que os investimentos
“tradicionais”. Para testar suas hipóteses foram comparadas uma amostra de 42 fundos
socialmente responsáveis e outra de 84 fundos convencionais com ativos similares. Para a
comparação dos desempenhos dos fundos foram utilizados o Índice de Jensen, o Índice de
Sharpe e o eSDAR (excess standard deviation adjusted return). Como benchmark foram
utilizados o S&P 500 e o DSI 400.
Foi verificado que os retornos médios dos fundos não eram estatisticamente diferentes, os
fundos socialmente responsáveis eram mais voláteis e a diversificação também não era
estatisticamente diferente.
2.3.2 Abordagem de algumas instituições sobre o conceito ISR
(i) IFC (International Finance Corporation)
O IFC é o braço direito do Banco Mundial e sua missão é promover investimentos
sustentáveis do setor privado nos países em desenvolvimento, ajudando assim a diminuir a
pobreza e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O IFC financia investimentos,
mobiliza o capital nos mercados financeiros internacionais, ajuda clientes a melhorar o
desempenho ambiental e social, além de fornecer auxílio técnico e conselhos a governos e
empresas.
Para cada projeto financiado pelo IFC é feita uma avaliação social e ambiental e,
dependendo dos efeitos causados ao meio ambiente e a sociedade por sua implementação,
são requeridos uma série de medidas extras à regulamentação já existente. Com esse
posicionamento o IFC e o Banco Mundial tentam “promover” a prevenção de poluição, o
33
uso de tecnologias limpas, a utilização eficiente de recursos entre outros (WORL BANK
GROUP, 1998).
Dependendo dos efeitos causados pelo projeto, níveis de detalhamento diferentes são
requeridos pelo IFC. Normalmente, são requeridas uma Avaliação do Impacto Ambiental,
uma Auditoria Ambiental, Valoração do Risco e um Plano de Ação Ambiental.
Os projetos são categorizados de acordo com a dimensão do impacto ambiental, seguindo a
seguinte classificação:
Quadro 1: Categorias definidas pelo IFC de acordo com a dimensão do impacto ambiental
dos projetos.
Categoria A
Projetos de alto impacto ambiental, cujos efeitos causados são irreversíveis, múltiplos ou sem precedentes. Na Avaliação Ambiental desses projetos são examinados os impactos negativos e positivos no meio ambiente e comparados esses impactos com o de projetos alternativos, entre estes últimos, incluindo a possibilidade de não execução do projeto. Depois desta avaliação são sugeridas medidas de prevenção, minimização e compensação dos danos causados. Além disso, os responsáveis pela implementação dos projetos devem considerar o posicionamento dos grupos afetados e de ONGs locais.
Categoria B
Projetos similares aos da categoria A, porém com medidas de minimização do impacto mais acessíveis. Encontram-se em uma situação uma pouco melhor (menos desfavorável) do que aqueles classificados como na categoria A, mas ainda assim, são examinados os mesmos aspectos.
Categoria C Projetos de baixo ou nenhum impacto ambiental. Nenhuma medida de Avaliação Ambiental é requerida.
Fonte: Informações coletadas no website da instituição (www.ifc.org) em 07/01/2006
Em outubro de 2002, o IFC e ABN Amro realizaram em Londres um encontro de altos
executivos para discutir experiências em investimentos em projetos envolvendo questões
ambientais e sociais sensíveis em mercados emergentes. Foi acertada a necessidade de um
34
nivelamento entre os bancos sobre análise de riscos ambientais e sociais de investimento de
grandes portes em países emergentes.
Em 2003, uma nova reunião decidiu sobre requisitos básicos que deveriam ser atendidos
pelos projetos em questão e, tais regras ficaram conhecidas como “Princípios do Equador”.
A adesão voluntária das instituições financeiras aos princípios reflete a crescente
preocupação com o desenvolvimento sustentável e a tentativa de assegurar que os projetos
por ela financiados são desenvolvidos embasados nos conceitos de responsabilidade social
e ambiental. Além disso, essa iniciativa também diminui a exposição da instituição a riscos
sociais e ambientais associados ao projeto.
Até 05/07/2006, os Princípios do Equador classificavam em relação ao risco ambiental e
social, para fins de financiamento de projetos acima de US$ 50 milhões. No entanto, uma
revisão foi realizada reafirmando o quanto o setor financeiro tem avançado no sentido de
estabelecer um conjunto comum de melhores práticas para gerenciar riscos sociais e
ambientais relacionados ao financiamento de projetos. As principais modificações são
(THE EQUATOR PRINCIPLES, 2006):
• Os Princípios se aplicam a todos financiamentos de projetos com custos de capital acima
de 10 milhões de USD (dólares). Este patamar foi reduzido de 50 milhões de USD
(dólares).
• Os Princípios agora se aplicam às atividades de consultoria financeira de projetos.
• Os Princípios revisados agora cobrem especificamente as melhorias ou expansões de
projetos existentes onde os impactos ambientais ou sociais são significativos.
• A abordagem na aplicação dos Princípios aos países com altos padrões existentes para
assuntos ambientais e sociais tem sido dinamizada.
• Cada EPFI (Instituições Financeiras dos Princípios do Equador) agora deve fazer
relatórios sobre o progresso e o desempenho da implementação dos Princípios do Equador
em bases anuais.
35
• Padrões ambientais e sociais mais fortes e melhores, incluindo padrões de consultas
públicas mais robustas.
O risco do projeto é categorizado utilizando como referência os padrões desenvolvidos pelo
IFC e pelo Banco Mundia l, as chamadas “salvaguardas” para concessão de crédito. São
usadas três classificações de risco: A, para projetos de alto risco, B para aqueles de médio
risco e C para aqueles que apresentam baixo ou nenhum impacto ambiental e social e,
portanto, são classificados como de baixo risco.
Para a avaliação socioambiental são analisados: impactos socioeconômicos, reassentamento
involuntário de populações, impacto nas comunidades, na flora, na fauna e povos indígenas,
desenvolvimento sustentável e uso das fontes de energia naturais renováveis, proteção a
diversidade cultural e a biodiversidade, sistemas de saúde e de segurança, prevenção contra
incêndio e de riscos a segurança na produção, distribuição e consumo de energia, prevenção
e controle de poluição.
A categoria A abrange projetos de alto impacto ambiental como, por exemplo,
conseqüências irreversíveis para o meio ambiente e efeitos negativos causados a minorias
étnicas. Os projetos dessa categoria assumem um compromisso de pesquisar por soluções
alternativas que minimizem os efeitos negativos e, até mesmo, encerrar o projeto no caso de
essa ser a única alternativa. Além disso, eles são obrigados a desenvolver o chamado Plano
de Ação Ambiental, que consta de uma descrição ampla e detalha do projeto e de suas
medidas para minimizar os danos causados. A categoria B se enquadra nas mesmas
obrigações da A, sendo que, seus impactos são mais moderados e a categoria C contempla
projetos que provocam efeitos negativos mínimos ou nulos ao meio ambiente e, portanto,
não precisam se comprometer com nenhuma ação (IFC – PROCEDURE FOR
ENVIRONMENTAL AND SOCIAL REVIEW OF PROJECTS, 1998).
Desta forma, as instituições que aderirem tais princípios, estarão colaborando para o
desenvolvimento sustentável, uma vez que condicionam a concessão de crédito ao
cumprimento de exigências ambientais e sociais adicionais às previstas na legislação
vigente.
36
No Brasil já aderiram aos princípios do equador os bancos: ABN Amro, Bradesco, Banco
do Brasil, Itaú, Itaú BBA, HSBC Group e Unibanco.
(ii) ABRAPP (Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar)
Do quadro total de fundos de pensão existentes e funcionando regularmente no país, cerca
de 90% são filiados à Abrapp, sendo que esse conjunto representa 1,7 milhão de
participantes ativos e 96% do patrimônio do setor.
Como voz principal dos fundos de pensão nos principais fóruns, a Abrapp busca apoios e
parcerias que possam habilitá-la a atingir os objetivos determinados pelos seus associados.
No contexto nacional, destaca-se a fundamental participação no Conselho de
Administração da Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa e no Conselho Gestor da
Previdência Complementar do Ministério da Previdência e Assistência Social - CGPC.
Em agosto de 2003 a ABRAPP em uma iniciativa conjunta com o grupo Ethos definiu os
11 princípios básicos de Responsabilidade Social, os quais estão descritos no Quadro 2.
37
Quadro 2: Princípios de responsabilidade social definidos pela ABRAPP e Instituto Ethos
Governança Corporativa
Para empresas de capital aberto listadas na Bolsa de Valores, dar prioridade àquelas que estão noNovo Mercado ou no Nível I ou no Nível 2. Para empresas de capital aberto não listadas na Bolsa,sociedades de propósito específico ou empresas limitadas, verificar as que possuem critériosequivalentes aos do Novo Mercado, Nível I ou Nível 2.
Balanço Social
Verificar se a empresa publica ou não Balanço Social. Caso publique, analisar a relevância, clarezae se possível, a veracidade das informações. Caso a empresa não publique Balanço Social,estabelecer como meta para o próximo ano a publicação. A existência do Balanço Social devevalorizar a análise da empresa.
Inclusão SocialVerificar, através do balanço social ou de informação da empresa, se há políticas claras de nãodiscriminação e políticas afirmativas em relação as mulheres,negros e portadores de deficiência.Políticas desse tipo valorizam a empresa.
Mão de Obra
Apesar do uso de mão de obra infantil e o trabalho compulsório serem proibidos por lei, solicitar àempresa declaração de não utilização desse tipo de mão de obra em sua operação direta edeclaração de que exigiu o mesmo comportamento dos seus fornecedores. Caso a empresa sejacertificada pela SA 8000, a solicitação não é necessária e valoriza a empresa. No caso de mão deobra infantil, se a empresa tiver o selo "Empresa Amiga da Criança", da Fundação Abrinq, não énecessária outra declaração.
Mão de Obra Terceirizada
Avaliar se, nos contratos de terceirização, a empresa propicia condições de igualdade detratamento (salários, benefícios etc.) entre seus funcionários e terceirizados. Caso haja muitadiferença de tratamento entre eles, a empresa deve ser orientada a buscar condições de igualdadede tratamento. Empresas que já possuem essa prática devem ser valorizadas.
Meio Ambiente
É importante averiguar autuações ambientais sofridas pela empresa. Isso pode trazer riscos para onegócio. Verificar, através de informações forneceidas pela empresa, situaçõa dos programas deprevenção de poluição, tratamento de resíduos, minimização de usos de recursos naturais eprogramas de reciclagem. Empresas com preocupação ambiental devem ser valorizadas.
Geração de RendaAvaliar se a empresa tem programas de desenvolvimento de pequenos fornecedores ou se empregaprofissionais das localidades onde estão insataladas suas operações. Avaliar se há programas queobjetivem gerar trabalho e renda para comunidades.
Projetos SociaisA empresa que apresenta um programa consistente de investimentos sociais deve ser valorizada.Isso pode ser verificada através da análise do Balanço Social quando houver.
Ética e Transparência
A empresa possui código de ética estruturado e disseminado pela organização? A empresa, casofaça doações para campanhas políticas, apresenta os valores doados e quem são os beneficiários?
Apresentação da Política de Investimentos
Pela resolução CMN 3121, regulamento anexo, artigo 6 e 7, todo Fundo de Pensão deveapresentar, anualmente, sua política de investimentos à secretaria de Previdência Complementar e,uma vez que princípios de responsabilidade social constem dessas políticas, eles devem serexplicitamente indicados.
Critérios Tradicionais
Aplicar os critérios já tradicionalmente utilizados pelos comitês de investimentos dos fundos paradefinição das empresas a investir.
Fonte: Informações coletadas no website da entidade (www.abrapp.org.br), acesso em
05/07/2005
38
Algumas propostas têm surgido com o objetivo de tentar avaliar a variável ambiental de
forma a poder incorporá-la nas decisões de investimento. Na próxima seção serão descritos
alguns dos estudos já realizados.
2.4 Propostas e Abordagens para a Incorporação de Aspectos Ambientais
ao Preço dos Ativos
McDaniel, Gadkari e Fiksel (2000) propuseram a criação de um indicador que ajude a
medir o desempenho financeiro de uma companhia que adote atividades de EH&S
(Environmental, Health and Safety): environmental economic value added (E2VA). Esse
indicador é financeiro com o objetivo de verificar se há adição de valor ao adotar práticas
EH&S. O estudo nasceu da crença dos autores e na observação de acontecimentos passados
de que tais práticas aumentam a satisfação dos grupos de interesse (stakeholders) e
melhoram de forma significativa a eficiência da empresa de uma forma geral. O novo
indicador é capaz de ajudar aos tomadores de decisão escolher e valorar as diversas
alternativas, determinar quais atividades voluntárias adicionam valor e a identificar
oportunidades de redução de custos.
Uma outra medida, o Sustainable Value Added, desenvolvida por Figge e Hahn (2004),
expressa em valores monetários quando uma companhia está criando valor , considerando
as três medidas de sustentabilidade: social, ambiental e econômica. Os autores separam
sustentabilidade em fraca e forte. A primeira considera que o capital é substituível em caso
de perdas, a segunda considera que o mesmo não é substituível e, portanto, devem ser
estabelecidos padrões mínimos de níveis de capital para se evitar perdas irreversíveis. O
conceito de Suatainable Value Added é fundamentado na teoria de sustentabilidade forte e
precifica as externalidades causadas por determinada atividade através do valor pago pelo
externalizador à “vítima”, para que a mesma aceite a externalidade. Os autores ressaltam
que esse método não reflete uma substituição de capital e sim uma compensação (transação
que remunera uma determinada classe pela troca do consumo de recursos).
Repetto e Austin (2000) realizaram um estudo no setor de papel e celulose com o objetivo
de desenvolver uma metodologia que permita aos analistas e investidores va lorarem as
incertezas e risco em torno da questão ambiental e mostrar que este é um passo
39
fundamental em análise de investimentos. Para tanto, foi utilizada a abordagem de análise
de cenários, pois essa metodologia ajuda a identificar value drivers ambientais e capta
efeitos de mudanças na regulamentação, nas medidas fiscais, nos passivos ambientais bem
como mudanças no comportamento do consumidor e, conseqüentemente, na demanda. O
estudo tentou identificar quais os principais problemas futuros, depois construiu cenários
para esses problemas, determinou a probabilidade dos mesmos e verificou qual era o grau
de exposição da companhia a essas questões. Por fim, foram estimados os impactos
financeiros dos cenários e construídas medidas de impacto e risco esperado. Verificou-se
que o grau de exposição é diferente para cada companhia, dependendo de sua localização,
do mix de produtos, da tecnologia utilizada, da estrutura de custos etc. Sendo assim,
enquanto algumas questões ambientais se constituem em uma vantagem competitiva para
algumas empresas, para outras são indício de muitas perdas.
White e Kiernan (2004) desenvolveram um estudo com intuito de mostrar como boa
governança ambiental pode interferir nas perspectivas do negócio, melhorando o
desempenho financeiro. Foram realizados 15 estudos de caso em empresas e/ou setores
diferentes sendo eles: Júpiter Ecology Fund, Winslow Green Growth Fund, Integrated oil &
gás, EU and eletric utilities, Paper and Forest products, Water utilities, 3M, Baxter
International, Co-operative Bank, Iceland, Monsanto, PSA Peugeot Citroen, Shell, Xstrata
e Vestas Wind Systems. Os resultados da pesquisa indicaram uma forte correlação entre
governança ambiental e incrementos no desempenho financeiro, que fica mais bem
evidenciada quando são utilizadas na análise empresas comparativas que não utilizam
práticas ambientais.
A pesquisa concluiu que é possível melhorar o desempenho financeiro através de gestão
ambiental e que, portanto, os investidores devem estar atentos a companhias que utilizam
práticas ambientais. Em 85% dos casos estudados foi encontrada uma correlação positiva
entre governança ambiental e desempenho financeiro.
Um trabalho realizado por Hamilton (1993) teve como objetivo analisar a reação de
jornalistas e stockholders quando da primeira divulgação do TRI (Toxis Release Inventory)
em 1989, através de um estudo de eventos. Informações sobre problemas ambientais afetam
as previsões dos analistas devido ao surgimento de várias classes de custos: custos de
40
despoluição, passivos ambientais, custos com a justiça, multas etc. Este estudo testa o
impacto do TRI no retorno esperado devido a uma mudança no comportamento dos
investidores decorrente do surgimento de inesperados custos “ambientais”. Foi observado
que no dia anterior da divulgação do TRI a diferença entre retorno esperado e o realizado
não foi estatisticamente significativo, enquanto que no dia da divulgação e nos dias
posteriores, se observou um retorno “anormal” negativo e estatisticamente significativo.
Esse retorno ne gativo mostra a reação dos investidores à divulgação inesperada de “custos
de poluição” e se traduziu em uma perda financeira média de $4,1 milhões no stock market
value. Quanto aos jornalistas foi verificado que quanto maior era a imprevisibilidade do que
estava sendo revelado, maior era a cobertura dada, enquanto que, casos em que já haviam
tido prévias declarações ou aqueles que eram previsíveis mereceram pouca atenção. Vale
ressaltar que os investidores apresentaram pouca mudança de comportamento em casos que
a empresa mantinha o mercado informado sobre seus dados ambientais.
Outro trabalho feito através da metodologia de estudo de evento foi o desenvolvido por
Klassen e McLaughlin (1996) para verificar como o mercado reage às informações sobre
desempenho social e ambiental das companhias. Foi verificado que o mercado reage
diferentemente dependo do tipo de indústria: dirty x clean. Em princípio os investidores
voltam atenção para as empresas clean, porém, percebe-se que as indústrias dirty, quando
adotam práticas ambientais mais eficientes, produzem variabilidade maior no desempenho
financeiro, uma vez que esta iniciativa se traduz em vantagem competitiva. Outra conclusão
do estudo foi que desempenhos ambientais que produzem ganhos de mercado ou redução
de custos afetam o desempenho financeiro da companhia. Quando esses benefícios se
tornam públicos, investidores alteram suas perspectivas sobre a empresa e suas percepções
de valor sobre a mesma. Também foram encontrados retornos anormais positivos de ações
na presença de bons desempenhos ambientais, confirmando a percepção de valor quanto a
variável ambiental.
Watson et al (2004) tentaram determinar o impacto da adoção de estratégias de EMS
(Environmental Management System ) no desempenho financeiro da companhia.
A hipótese do trabalho era de que companhias que adotam estratégias de EMS obteriam
uma maior lucratividade e maiores múltiplos de mercado. Foi verificado que nenhuma
41
diferença existia entre os desempenhos financeiros dos adeptos do EMS e dos não adeptos
na amostra.
Outro estudo nessa mesma linha procurou verificar a relação entre CSP e desempenho
financeiro. Verificou-se a existência de relação positiva entre CSP e desempenho financeiro
e que existe causalidade nas duas direções, ou seja, um bom desempenho financeiro
permite um investimento maior em CSP e uma melhora em indicadores de CSP provoca
um melhor desempenho financeiro. Esse resultado sugere que investimentos em CSP são
benéficos e os autores ressaltam que os benefícios aumentam quando eles melhoram a
relação com stakeholders (WADDOCK e GRAVES, 1997).
Um estudo feito em 2003, na indústria automotiva – para as 10 maiores companhias -
tentou utilizar técnicas convencionais de valoração para demonstrar que mudanças
climáticas podem alterar os lucros futuros. A pesquisa se baseou em futuras mudanças de
cenários e nos fatos de ESG (Environmental, Social and Governance) como, por exemplo,
intensas emissões de CO2. O estudo concluiu que os impactos de médio e longo prazo das
mudanças climáticas não estão incorporadas ao preço das ações dessas companhias. Outra
constatação é que as empresas estão posicionadas de forma diferenciada em relação à
questão ESG e que, portanto, isso pode ser um fator de vantagem competitiva no setor. O
Gráfico 1 mostra qual foi o impacto no lucro dessas empresas devido a mudanças
climáticas (WHO CARES WINS, 2003).
Gráfico 1: Impacto no EBIT causado por políticas de mudanças climáticas no período de
2003 – 2015 (eixo vertical representa as possíveis mudanças no EBIT das companhias).
Fonte: Who Cares Wins (2003), exibição 12.
42
Tendo este capítulo revisto os principais fundamentos teóricos e os resultados de estudos
anteriores referentes ao tema da pesquisa, o capítulo a seguir descreve a metodologia
utilizada no estudo, visando aos objetivos descritos no primeiro capítulo.
43
3 Metodologia
3.1 Universo e Amostra
A amostra de índices internacionais foi determinada por conveniência, dada a maior
disponibilidade de acesso às informações conceituais e aos dados referentes às séries de
retornos dos índices. No caso brasileiro, foram examinadas todas as iniciativas existentes
até dezembro de 2005.
3.2 Fonte e Coleta de Dados
As informações referentes aos índices de sustentabilidade e aos fundos SRI nacionais foram
obtidas através de pesquisa nos respectivos sites na internet e em publicações das
instituições. A atenção foi concentrada nas informações sobre elegibilidade dos ativos
financeiros para composição das carteiras, critério de seleção e periodicidade de revisão.
Além disso, também foi observado o detalhamento sobre o critério de seleção quando
disponível.
A fim de realizar comparações entre o desempenho financeiro dos índices/fundos e seus
respectivos benchmarks, foram coletadas as séries de retornos dos índices internacionais
nas bases de dados Datastream e Bloomberg, enquanto as informações nacionais foram
todas coletadas na base Quantum . O período de análise escolhido foi de 60 meses,
usualmente utilizado para cálculo de coeficientes beta por profissionais de mercado
financeiro. Como nem todos os índices e fundos dispunham de informações neste horizonte
de tempo, trabalhou-se, também, com dois períodos mais curtos, de 35 meses (definido pelo
surgimento do índice Ethibel) e de 20 meses (decorrente do lançamento do índice JSE).
Para as séries de retorno nacionais, a escolha do período deveu-se a data de criação dos
fundos SRI: 50 meses, no caso do Ethical FI e Ethical II FI e 23 meses, no caso do Itaú
Excelência Social.
Não foi possível observar o desempenho financeiro de dois índices internacionais (Citizens
e Domini 400), por indisponibilidade de dados nas bases pesquisadas e do índice nacional
(ISE), devido ao mês de criação ser o último mês analisado na pesquisa.
44
3.3 Tratamento dos Dados
Os dados coletados para este trabalho foram tratados de forma qualitativa, no que tange à
definição de conceitos e critérios para formação de carteiras SRI e quantitativa, para a
comparação de desempenho financeiro entre os índices/fundos SRI e seus respectivos
benchmarks.
Para o tratamento qualitativo, as informações foram organizadas no seguinte padrão:
• Ano da criação;
• Instituição gestora;
• Eligibilidade;
• Critério de seleção predominante: screening negativo ou best of class. Em caso de
screening negativo, identificar quais são os setores/indústrias que são
automaticamente desqualificados e na seleção qualitativa identificar quais são as
variáveis observadas e o nível de detalhamento das informações disponíveis sobre a
metodologia utilizada;
• Periodicidade de revisão.
Procurou-se verificar qua is são os critérios mais utilizados para a definição de carteiras
SRI, quais os setores de atividades são mais evitados, quais as principais diferenças e
semelhanças entre as experiências internacionais e nacionais e qual o grau de
aprofundamento na metodologia de escolha dos ativos por parte dos gestores dos
índices/fundos.
A fim de obter o grau de aprofundamento na metodologia de escolha dos ativos, foram
definidos alguns aspectos a serem observados nas informações disponíveis publicamente:
• É mencionado aumento de rigidez no processo de escolha de acordo com o setor de
atividade?
• É mencionada a análise do tripé de sustentabilidade?
• São analisadas outras variáveis que não o tripé de sustentabilidade?
• São fornecidas informações detalhadas sobre as variáveis de análise?
45
• É fornecida alguma métrica para definição da escolha?
Para o tratamento das séries dos retornos, primeiramente foram elaboradas tabelas com
estatísticas descritivas, gráficos com os retornos acumulados dos índices/fundos SRI e dos
benchmarks, sendo feitos para cada um desses pares gráficos com o excesso de retorno
acumulado. Para o cálculo do retorno foi utilizada variação percentual.
Para verificar se o excesso de retorno acumulado era estatisticamente diferente de zero foi
realizado um teste t bicaudal, onde a hipótese nula (H0) consistiu na igualdade da média das
séries. Adicionalmente foi realizado um teste F unicaudal para verificar incrementos na
variância das séries de índices/fundos de sustentabilidade em relação ao benchmark, onde a
hipótese nula (H0) consistiu na igualdade da variância das séries. Para os dois testes foi
utilizado nível de significância de 5%.
Além disso, foi calculado o Índice de Sharpe generalizado para todos os índices
internacionais, utilizando como benchmark o Morgan Stanley, conforme proposto em Gray
(2000).
3.4 Limitações do Método
No que diz respeito à coleta de dados qualitativa, este trabalho se baseou em informações
disponíveis ao público, podendo haver distorções entre o conceito/critério efetivamente
utilizado e o descrito nas fontes de informações.
Quanto à comparação do desempenho financeiro, foi necessário adaptar o período de
análise à disponibilidade dos dados, sendo criadas faixas de períodos analisados, descritos
no item 3.2, de forma que a maior parte da amostra qualitativa pudesse integrar a análise
quantitativa. Devido ao curto período analisado e à ausência de independência, os
resultados quantitativos obtidos devem ser examinados com cautela no que diz respeito à
validade estatística.
46
4 Resultados
4.1 Pesquisa bibliográfica e telematizada – Índices de Sustentabilidade
Internacional
(i) FTSE4Good
Ano de Criação 2001Instituição Gestora Grupo FTSE
EligibilidadeFTSE-All Share Index (UK); FTSE All-World Developed Index (Global)
Critério de Seleção Predominante Screening Negativo
Periodicidade de Revisão Semestral
Informações Relevantes
Critério de seleção - detalhamento:
Um primeiro critério de qualificação exige que as companhias estejam comprometidas com
o desenvolvimento sustentável, bom relacionamento com os grupos de interesse e o
aprimoramento dos direitos humanos universais. A metodologia utilizada é o screening
negativo, onde são excluídas as companhias pertencentes aos seguintes setores: produtores
de tabaco, sistemas de armamentos, energia nuclear e extração ou processamento de urânio.
Outros critérios são constantemente desenvolvidos e aprimorados para assegurar padrões de
responsabilidade corporativa e alinhamento com o conceito de investimento socialmente
responsável. Um exemplo é que, apesar do índice ter surgido em 2001, critérios ambientais
começaram a ser utilizados em 2002 e em 2003 começou a análise de critérios de direitos
humanos.
O processo de seleção que segue a exclusão dos setores acima mencionados consiste em
uma análise do tripé de sustentabilidade, através de um questionário respondido pela
companhia, de seus relatórios e de seu website. Por último, um comitê responsável revisa e
reavalia todas as companhias no universo FTSE4Good.
47
A Tabela 4 apresenta a classificação dos setores como de alto, médio ou baixo impacto e,
quanto maior o impacto de suas atividades no meio ambiente e na sociedade, mais rígido é
o critério. Na Tabela 5 são apresentadas as análises realizadas de forma detalhada.
Tabela 4: Classificação dos setores quanto ao impacto na sociedade e no meio ambiente
Alto Impacto Médio Impacto Baixo ImpactoAgricultura Equipamentos Eletrônicos Tecnologia da InformaçãoTransporte Aéreo Distribuidores de Energia MídiaAeroportos Distribuidores de Combustível Pesquisa e DesenvolvimentoConstrução Engenharia Serviços de SuporteQuímico e Farmacêutico Transporte Público TelecomCadeias de Fast FoodAlimentos, álcool e tabacoPapel e CeluloseMineraçãoÓleo e GásGeração de EnergiaSupermercadosMontadoras de AutomóveisFonte: FTSE4Good Index Series - Inclusion Criteria
SETORES
48
Tabela 5: Análises realizadas para seleção de empresas pelo índice FTSE4Good
Política Gerenciamento Divulgação de InformaçãoPolítica referente a todos os fatores chaves
Presença de políticas ambientais Relatório de políticas ambientais
Executivos comprometidos com a política
Identificação de impactos significativos
Descrição dos principais imapctos
Comprometimento com as metasFormulação de objetivos e metas de áreas chaves da companhia
Dados quantitativos
Comprometimento com a manutenção e auditoria
Resumo dos processos, responsabilidades, manuais, planos de ações e procedimentos
Medidas de desempenho
Compromeimento com a divulgação de informação
Auditorias internas Resumo do sistema de gerenciamento ambiental
Padrões globais aplicáveis à companhia
Relatórios Internos Divulgação de não adequação, processos, mulatas ou acidentes
Comprometimento com o relacionamento com os grupos de interesse
Verificação independentes
Planejamento quanto ao impacto de produtos ou serviços
Diálogo com os grupos de interesse
Mudanças na estratégia em favor do conceito de sustentabilidade
Cobertura de todo o conceito de sustentabilidade
ANÁLISE AMBIENTAL
Política Gerenciamento PráticasExistência de oportunidades igualitárias
Composição da força de trabalho Doações caridosas acima de U$50.000
Existência de diversidadeBenefícios familiares e flexibilidade de trabalho
Folhas de pagamento justas
Adoção de um código de ética ou princípios do negócio
Pelos menos 10% da ger6encia ser representada por mulheres ou minorias étnicas
Relação satisfatória com a comunidade
Garantir sistemas de segurança e saúde dos funcionários
Existência de um gerente sênior responsável pelas doações e relação com a comunidade
Garantir sistemas de desenvolvimento e capacitação dos funcionáriosGarantir bom relacionamento com os funcionários
ANÁLISE SOCIAL
49
Política Gerenciamento Divulgação de InformaçãoDesenvolvimento de políticas transparentes quanto aos aspectos de direitos humanos
Monitoramento da implementação da política de direitos humanos
Existência de relatório de Direitos Humanos
Executivo responsável pelas estratégias relacionadas as questões de direitos humanos
Treinamento de funcionários quanto as políticas de direitos humanos
Sistemas de gerenciamento da política
Comprometimento com questões de direitos trabalhistas globais
Envolvimento dos grupos de interesse
Existência de um relatório compatível com a Declaração Universal de Direitos Humanos
Valoração do impacto das questões de direitos humanos e integração dos problemas relacionados a tais questões no procedimento de valoração de risco
Comprometimento com o respeito dos direitos da população indígena
ANÁLISE DOS DIREITOS HUMANOS
(ii) DJSI World Indexes
Ano de Criação 1999
Instituição Gestora Dow jones Index, STOXX Limited e SAM GroupEligibilidade 2.500 maiores companhias do Dow Jones Global IndexCritério de Seleção Predominante Best-of-Class
Periodicidade de Revisão Anual
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
O índice é constituído pelas companhias que representam as 10% melhores (sob critérios de
sustentabilidade) do Dow Jones Global Index. Para o ranking dessas companhias é feita
uma avaliação de sustentabilidade da corporação, através da análise de três dimensões:
econômico, social e ambiental. Para tanto são definidas algumas variáveis e pesos são
associados, conforme apresentado na Tabela 6.
50
Tabela 6: Análises realizadas e ponderações utilizadas para seleção de empresas pelo
índice DJSI
Critérios Pesos (%) Critérios Pesos (%) Critérios Pesos (%)Códigos de Conduta 4.2 Políticas Ambientais 4.8 Cidadania Corporativa/Filantropia 3Governança Corporativa 4.8 Desempenho Ambiental 6 Relação com os Grupos de Interesse 4.2Relação com Cliente 4.2 Divulgação de Informações Ambientais 3 Práticas Trabalhistas 4.8Relação com Investidor 4.2 Critérios Específicos da Indústria variável Desenvolvimento do Capital Humano 4.8Gerenciamento do Risco 4.8 Divulgação de Informações Sociais 3Critérios Específicos da Indústria variável Atração e Retenção de Talentos 4.8
Critérios Específicos da Indústria variável
ANÁLISE ECONÔMICA ANÁLISE AMBIENTAL ANÁLISE SOCIAL
Para a análise dessas variáveis são utilizados canais de informação tais como questionário
respondido pela companhia, documentos por ela publicados (relatórios de sustentabilidade,
relatórios ambientais, relatórios de health and safety, relatórios sociais, relatórios
financeiros anuais), relatórios dos grupos de interesse, website, mídia e, quando necessário,
contatos pessoais para esclarecimentos de questões ambíguas.
Não é realizado nenhum tipo de screening, apenas são determinadas as empresas que
constituem os 10% melhores no quesito sustentabilidade, sendo também oferecidos
subíndices customizados de acordo com a preferência do investidor, sendo eles: DJS World
Index excluindo álcool, DJS World Index excluindo tabaco, DJS World Index excluindo
jogos, DJS World Index excluindo armamentos, DJS World Index excluindo armamentos,
tabaco, jogos e álcool.
(iii) Ethibel Sustainability Index
Ano de Criação 2002Instituição Gestora Grupo Ethibel e Standard & Poor'sEligibilidade Registro de Investimentos do EthibelCritério de Seleção Predominante Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Trimestral
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
Todas as companhias que fazem parte do Registro de Investimentos do Ethibel são
consideradas elegíveis pelo índice, que é composto de forma a se aproximar do peso dos
setores do S&P Global 1200. O Grupo define os índices de sustentabilidade em quatro
categorias: a primeira refere-se àqueles que utilizam o chamado screening negativo; a
51
segunda, denominada de “índices verdes”; a terceira chamada de best of class ou screening
positivo; a quarta que agrega ao conceito de best of class o grau de envolvimento com os
grupos de interesse. A metodologia escolhida para a seleção de companhias é a quarta
categoria e baseia-se em dois conceitos essenciais de Responsabilidade Social Corporativa:
desenvolvimento sustentável e envolvimento com os grupos de interesse.
O processo de avaliação das companhias consiste em uma análise de quatro aspectos:
Políticas Sociais: Analisa-se o ambiente de trabalho, a relação com os funcionários, a
qualidade do recrutamento de pessoal e a relação da companhia com setor ao qual pertence.
Políticas Ambientais: Analisa-se o impacto ambiental da atividade e do produto, a
qualidade do gerenciamento do risco ambiental e as medidas para a redução dos danos
ambientais.
Políticas Econômicas: Analisa-se o relacionamento com os acionistas, com os clientes e
fornecedores, com as autoridades, dando ênfase ao potencial de gerenciamento de riscos
econômicos.
Políticas Sociais Externas: Analisa-se a relação da companhia com os países em
desenvolvimento, o impacto de suas atividades na sociedade, a questão de direitos
humanos, o relacionamento com os grupos de interesse e os investimentos sociais
realizados.
Uma análise especial é feita para as companhias pertencentes aos setores controversos. São
estabelecidos graus de envolvimento denominados como: Nenhum, Mínimo e Total. Por
exemplo, uma companhia intitulada como Total envolvimento com Tabaco é excluída do
índice enquanto que se for Mínimo, percorre um julgamento do grupo.
Para a análise são coletadas informações através de relatórios públicos, websites, mídia,
sendo realizados contatos pessoais com a companhia e com os grupos de interesse.
Coletadas as informações, são utilizados escores de 0 a 6 para avaliar variáveis como
acidentes de trabalho, impacto ambiental, direitos humanos, entre outras, comparando
sempre com a média do setor da companhia, conforme apresentado na Tabela 7.
52
Tabela 7: Pontuação do Ethibel para comparação setorial do desempenho das empresas em
relação às variáveis relevantes
Pontuação Descrição
0 Abaixo da média do setor e apresentam sérios problemas2 Abaixo da média do setor
3 Na média do setor4 Acima da média do setor
6 Líder do setor
A assimetria do escore é proposital, para dar mais peso às piores e melhores companhias.
Vale ressaltar que a comparação com o setor poderia viesar a análise e, para evitar tal
distorção, algumas variáveis, consideradas imprescindíveis, não são comparadas com o
setor para obter o escore. Com o resultado do rating, um comitê julga a integridade e
qualidade da companhia, decidindo se a mesma será incluída na composição do índice.
(iv) Domini 400 Social Index
Ano de Criação 1990Instituição Gestora KLD Research & Analyticas Inc.
EligibilidadeS&P, S&P500 e aquelas que se destacam por fortes características sociais
Critério de Seleção Predominante Screening e Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Dinâmico
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
A metodologia utilizada é uma combinação de screening negativo e qualitativo.
Primeiramente o índice define alguns critérios de qualificação e outros de desqualificação.
Os de qualificação são: empresas com práticas sociais intensas, alta capitalização e de
setores nos quais o índice esteja sub-representado em relação ao S&P 500. São
desqualificadas todas as companhias que ingressarem em negócios não aceitos pelo índice.
Vale ressaltar que nenhuma companhia é excluída do índice devido a seus resultados
financeiros.
53
São automaticamente excluídas do índice, através da metodologia de screening negativo, as
companhias que possuem 2% ou mais de sua receita proveniente de sistemas de
armamentos militares, álcool, tabaco, jogos e companhias do setor de energia com principal
interesse em forças nucleares. O processo segue com um screening qualitativo (Best of
Class), onde é avaliado o posicionamento da companhia quanto ao meio ambiente, à
diversidade, relações com os funcionários e características do produto.
Meio Ambiente : Analisa-se o envolvimento da companhia com proteção do meio ambiente
(uso de energias alternativas, tecnologias limpas, etc.) e em atividades que causam danos ao
meio ambiente (emissão de gases que afetam a camada de ozônio, extração de recursos não
renováveis, etc.).
Diversidade: Analisa-se a composição do quadro de funcionários, se existem mulheres e
minorias étnicas em posições de gerência e se existe a intenção de eliminação de posturas
discriminatórias.
Relação com Funcionários: Analisa-se o ambiente de trabalho, as condições de trabalho, se
existem políticas quanto à saúde e segurança dos funcionários, se a remuneração dos
funcionários é satisfatória, se existe participação nos lucros, se os funcionários podem
participar de tomadas de decisão etc.
Características do Produto : Analisa-se a qualidade, utilidade e segurança do produto, se são
desenvolvidas políticas inovadoras de desenvolvimento de produto, grau de resposta aos
problemas etc.
Problemas em uma dessas áreas não eliminam imediatamente a companhia do índice, sendo
feita uma análise global dessas variáveis.
Para criação do índice, das companhias que compõem o S&P 500 foram eliminadas as que
não atenderam aos critérios de screening negativo e qualitativo, as que possuíam preços por
ação menor do que $5 e aquelas com tão sérios problemas financeiros que deixavam
dúvidas sobre a viabilidade do negócio no longo prazo. Neste processo foram excluídas 250
companhias. Um segundo passo foi a elaboração de um questionário feito pela empresa
KLD, que visava encontrar companhias não listadas no S&P 500 com alta capitalização de
54
mercado e aquelas que fossem representativas da indústria. Nesta etapa foram adicionadas
100 companhias. Por último, foram adicionadas companhias que apresentavam notável e
excepcional desempenho social, sendo acrescentadas mais 50 companhias, totalizando 400
companhias no índice. Quando uma companhia deixa de preencher os requisitos
necessários para integrar ao índice, é automaticamente substituída por outra, ou seja, o
índice é composto sempre por 400 empresas. Vale lembrar que companhias não são
retiradas por questões de desempenho financeiro e caso a companhia seja excluída por
problemas de desempenho social permanece inelegível por dois anos.
Para a seleção de companhias substitutas a KLD considera três aspectos: primeiro favorece
aquelas com um histórico positivo de desempenho social, depois privilegia as com alta
capitalização de mercado e, por último, favorece as indústrias que estão subrepresentadas
ao comparar com o S&P 500.
(v) KLD Select Social Index
Ano de Criação 2001Instituição Gestora KLD Research & Analyticas Inc.Eligibilidade Russel 1000 e S&P 500Critério de Seleção Predominante Screening e Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Não encontrado
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
A metodologia utilizada é uma combinação de screening negativo e qualitativo, sendo
excluídas as companhias do setor de tabaco. Em seguida é feita uma avaliação do
desempenho social e ambiental, onde são analisadas questões como relação com a
comunidade, governança corporativa, diversidade, relação com os funcionários, impacto
ambiental, direitos humanos e características do produto. Um ponto negativo é associado
para as questões insatisfatórias e um ponto positivo para as questões satisfatórias.
Companhias envolvidas com álcool, jogos, armamentos e energia nuclear sempre são
classificadas como insatisfatórias no quesito características do produto.
A pontuação da companhia é a soma da pontuação de cada variável associada às questões
de desempenho social e ambiental, enquanto a pontuação do índice é feita através da soma
55
da pontuação de todas as companhias, multip licada pelo peso de cada companhia no índice.
Nenhuma companhia pode apresentar peso maior do que 5%.
(vi) Calvert
Ano de Criação 2000Instituição Gestora CalvertEligibilidade 1000 maiores companhias dos EUACritério de Seleção Predominante Screening e Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Anual
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
O processo de criação se iniciou com a seleção das 1000 maiores companhias dos Estados
Unidos, em ordem decrescente de capitalização, com base na média dos últimos três meses.
A metodologia utilizada é uma combinação de screening negativo e qualitativo, sendo
excluídos os setores de armamentos, tabaco, álcool, pornografia e jogos. A próxima etapa
consiste em uma auditoria social sob sete aspectos: governança corporativa e ética, impacto
ambiental, ambiente de trabalho, características do produto, direitos humanos universais,
direitos de populações indígenas e relação com a comunidade, conforme detalhado a seguir.
Governança Corporativa e Ética: Acredita-se que companhias devam ser governadas de
forma transparente, alinhando os interesses da gerência, dos acionistas, clientes e da
sociedade de uma forma geral. O índice busca companhias que possuam diversidade,
executivos independentes, que publiquem relatórios em conformidade com o Global
Reporting Iniciative e que estejam comprometidos com a ética.
Impacto Ambiental: Analisa-se o impacto ambiental da atividade da companhia e seu
gerenciamento. Apesar de companhias não serem eliminadas pelo seu impacto ambiental,
são eliminadas aquelas que recentemente tenham sido multadas por violarem
regulamentação ou que tenham sido responsáveis por acidentes ambientais. Evita-se
companhias relacionadas com energia Nuclear.
Ambiente de Trabalho: Analisa-se os padrões e condições de trabalho. Busca-se
companhias que promovam recrutamento de minorias e mulheres, que remunerem seus
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funcionários de forma justa e que mantenham, de uma forma geral, boas relações de
trabalho com seus funcionários, além de proporcionar um ambiente de trabalho agradável e
seguro.
Características do Produto : Não é incluída no índice a maioria das companhias referentes
ao setor de álcool e tabaco. Companhias relacionadas com jogos e armamentos são
automaticamente excluídas.
Direitos Humanos Universais: Busca-se companhias que tenham criado e implementado
códigos de conduta e adotem compreensivos padrões de direitos humanos para suas
operações internacionais.
Direitos da População Indígena : Companhias cujas operações afetem direta ou
indiretamente populações indígenas devem respeitar seus territórios e cultura. A conduta de
tais companhias deve considerar a relação com os indígenas, respeitando os direitos
humanos.
Relação com a Comunidade: Companhias que contribuem e investem em qualidade de vida
da população são valorizadas. São bem vistas as que colaboram para o desenvolvimento da
comunidade, não só respeitando-a como fornecendo meios para este desenvolvimento,
como concessão de empréstimos a taxas mais baixas.
(vii) ASPI Index
Ano de Criação 2001Instituição Gestora VigeoEligibilidade DJ Euro STOXXSMCritério de Seleção Predominante Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Trimestral
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
Constituído por, no máximo, 120 companhias, sendo consideradas elegíveis as pertencentes
ao DJ Euro STOXXSM. Não é utilizado nenhum critério de exclusão (screening negativo)
e a capitalização de mercado também não é considerada. A metodologia para escolha das
companhias baseia-se na procura daquelas que utilizam as melhores práticas (best of class).
57
São analisados alguns aspectos não financeiros, entre eles: governança corporativa, relação
com a comunidade e com a sociedade civil internacional, relação com clientes e
fornecedores, Health, Safety & Environmental e direitos humanos e padrões trabalhistas
internacionais. Para esta análise é utilizado um sistema de pontuação baseado na escala de
rating da Vigeo, conforme ilustrado na Tabela 8:
Tabela 8: Rating e correspondente pontuação para seleção de empresas para o ASPI Index.
Classificação Rating Pontuação
Pioneira ++ 4
Avançada + 3
Mediana = 2
Abaixo da Média - 1
Insatisfatório -- 0
Essa pontuação é utilizada para o cálculo da média geométrica da pontuação de cada uma
das cinco variáveis não financeiras analisadas pelo índice. A metodologia garante que
nenhuma companhia classificada como insatisfatória em uma das variáveis não financeiras
e, que, portanto, tenha pontuação zero nesta categoria, integre o índice, uma vez que terá
uma pontuação final também de zero. Se houver empate de pontuação entre duas
companhias, é dada preferência à que pertencer ao setor que está subrepresentado pelo
índice ao comparar com o benchmark. Com o resultado final deste sistema de pontuação, as
companhias analisadas são ordenadas, sendo as 100 primeiras colocadas inseridas no
índice. Para a escolha das próximas 20 companhias, são analisadas as próximas 40
empresas do ranking.
58
(viii) Jantzi Social Index
Ano de Criação 2000Instituição Gestora Jantzi Research inc.Eligibilidade S&P/TSX 60Critério de Seleção Predominante Screening e Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Dinâmico
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
A metodologia utilizada é uma combinação de screening negativo e qualitativo, sendo
excluídas as companhias pertencentes aos setores de tabaco, armamentos e energia nuclear.
As não pertencentes a esses setores são submetidas a um screening qualitativo, onde são
analisados os seguintes aspectos: práticas do negócio, relação com a comunidade,
diversidade, relação com os funcionários, impactos ambientais, relações internacionais e
humanas e características do produto.
Para criação do índice, foram aplicados esses critérios às companhias do S&P/TSE 60 e 17
foram excluídas devido a critérios sociais. Posteriormente, foram analisadas as companhias
que compõem o TSE 300 e que não participam do S&P/TSE 60; nesta etapa do processo
foram incluídas 16 companhias. Um último passo foi dado na tentativa de encontrar
companhias que possuíssem um desempenho social excepcional. Nesta etapa, mais uma
companhia foi adicionada ao índice, totalizando 60 companhias.
A composição do índice é revista constantemente para verificar se as empresas continuam
adequadas aos critérios utilizados. Se uma companhia se envolve significantemente com
um dos setores excluídos, é imediatamente eliminada. Entretanto, se ela apresenta
problemas na parte da avaliação qualitativa, a instituição gestora se mostra relutante em
retirar a companhia, a não ser que o problema se mostre persistente e sem solução no longo
prazo. Exceto casos de insolvência, as companhias não são retiradas devido a critérios de
desempenho financeiro. Para adicionar uma companhia ao índice, primeiramente são
consideradas as que possuem notável desempenho social, segundo aquelas cujos setores aos
quais pertencem estão subrepresentados ao se comparar com o S&P/TSE 60, terceiro as que
59
possuem maior capitalização e, por último, prefere-se as que estão listadas no S&P/TSX
composite.
(ix) JSE Index
Data de Criação 2004Instituição Gestora Grupo FTSEEligibilidade FTSE/JSE All Share IndexCritério de Seleção Predominante Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Dinâmico
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
O processo de seleção baseia-se no tripé de sustentabilidade A metodologia utilizada é de
screening qualitativo, sendo feita uma avaliação da integração dos três pilares e do conceito
de governança corporativa às práticas do negócio da companhia. O critério tenta avaliar as
companhias sob os seguintes aspectos:
Políticas e Estratégias: políticas e estratégias com o intuito da integração das questões
relacionadas aos três pilares e governança corporativa ao seu negócio.
Sistemas de Gerenciamento e Desempenho: sistemas de gerenciamento e monitoramento do
desempenho econômico, social e ambiental.
Divulgação de Informação: as companhias constantemente divulgam fatos relevantes de
forma clara e transparente para os grupos de interesse.
Um sistema de pontuação, resumido na Tabela 9, foi desenvolvido para classificar as
companhias quanto à sua adequação aos conceitos de sustentabilidade e governança
corporativa e a Tabela 10 ilustra a análise realizada sobre tais conceitos.
60
Tabela 9: Sistema de pontuação do JSE Index
Pontuação Nível de Adoção/Implementação
0 Nenhum
1 Parcial
2 Completo
3 Excedente
Tabela 10: Análise utilizada na seleção de empresas para o JSE index
Política e Estratégia Gerencimanto e Desempenho Divulgação de Informação
Governança Corporativa
Comprometimento com os padrões internacionais de governança corporativa;envolvimento com os grupos de interesse;conduta ética; demonstrar políticas ou estratégias para assegurar que os fornecedores estão adequados aos princípios de sustentabilidade;comprometimento com a divulgação de informação sobre o desempenho do tripé de sustentabilidade.
Realização de auditorias internas; divulgação de informação internamente, reavaliando constantemente o quadro de execuivos; documentação de objetivos, iniciativas e programas ou sistemas de gerenciamento que estejam de acordo com os padrões internacionais de governança corporativa; identificação da legislação existente e gerenciamento de riscos e oportunidades; processos de implementação dos resultados; medidas de eliminação de práticas não éticas; designação de executivos responsáveis pelo gerenciamento de riscos e oportunidades relacionados aos três pilares do tripé de sustentabilidade.
Divulgação de informações regulares, transparentes e compreensivas dos fatos; relato do desempenho de acordo com os objetivos e estratégias. Bom relacionamento com os grupos de interesse.
Política e Estratégia Gerencimanto e Desempenho Divulgação de Informação
Análise Social
Melhoras nas condições de trabalho e no desenvolvimento de habilidades dos funcionários; oferecimento de oportunidades igualitárias e a não discriminação; existência de princípios relacionados a sustentabiliade social tais como: padrões trabalhistas, direitos humanos, políticas de disciplina, responsabilidade social corporativa etc; envolvimento com grupos de interesse; evidências de preocupação com a saúde, segurança e bem-estar dos funcionários; comprometimento com a implementação de estratégias relacionadas ao conceito de responsabilidade social corporativa; implementação de estratégias relacionadas ao conceito de responsabilidade social corporativa que estejam alinhadas com a estratégia de negócio da companhia e reflita uma persistência futura de tais conceitos.
Iniciativas e programas quanto a saúde, segurança e bem-estar dos funcionários; iniciativas, metas e programas relacionados ao oferecimento de oportunidades igualitárias e a não discriminação; iniciativas, metas e programas relacionadas ao investimento social, a construção de capacitações, programas de criação de empregos etc; sistemas de envolvimento com os grupos de interesse; existência de procedimentos disciplinadores para evitar desonestidade, corrupção ou comportamentos não éticos tanto por parte dos empregados como por parte de qualquer pessoa que faça negócios com a companhia; alcance de metas de funcionários negros, desenvolvimentos de habilidades etc; evidência de claro envolvimento com a comunidade; valoração do risco em relação a impactos sociais decorrentes de projetos em que a companhia esteja significativamente envolvida ou financiando ou atividades realizadas ao longo da cadeia de suprimentos.
Divulgação de informação de forma pública sobre dados quantitativos de forma comparável sobre os principais tópicos da questão de sustentabilidade social; envolvimento com os grupos de interesse; divulgação de informação sobre violações ou não adequação aos critérios aqui exigidos e multas sofridas.
61
Política e Estratégia Gerencimanto e Desempenho Divulgação de Informação
Análise Econômica
Comprometimento com o uso de metas, indicadores de desempenho ou paineis de pontuações compatíveis e apropriados com o tamanho, negócio e delimitação geográfica da companhia; conhecimento de riscos e oportunidades relativos ao médio e longo-prazos; evidência de existência de esforços para o conhecimento a respeito do impacto econômico das atividades da companhia nas pessoas, comunidade e sociedade com a qual se relaciona; evidência de que os objetivos quanto ao desenvolvimento de produtos estão compatíveis e apropriados ao tamanho, negócio e delimitação geográfica da companhia; comprometimento com a proteção dos ativos financeiros e intelectuais da companhia.
Existência de objetivos, iniciativas e sistemas de gerenciamento de riscos e oportunidades no médio e longo-prazos; relatórios internos para monitorar o desempenho da companhia e comparar com suas metas traçadas; evidência de existência de iniciativas, programas ou sistemas de gerenciamento de proteção de ativos financeiros e intelectuais; existência formal de metas, iniciativas, programas ou sistemas de gerenciamento em relação ao desenvolvimento e características do produto; conhecimento dos benefícios econômicos causados a pessoas, comunidade ou sociedade sob a qual a companhia tenha influência; gerenciamento de risco e possíveis crises; medição da contribuição para o desempenho financeiro de áreas do negócio identificadas como de risco significativo.
Divulgação de informação de forma regular, transparente e compreensiva sobre a questão de sustentabilidade econômica e informar também sobre os indicadores de desempenho de tais questões; divulgação de informação de forma pública sobre dados quantitativos de forma comparável sobre os principais tópicos da questão econômica; envolvimento dos grupos de interesse; divulgação sobre não adequação, violação e multas eventualmente pagas.
Política e Estratégia Gerencimanto e Desempenho Divulgação de Informação
Meio Ambiente
Gerenciamento do impacto ambiental das atividades da companhia; comprometimento com a reducao de impactos de produtos e servicos; utilização de sistemas de gerenciamento e metas de eficiência de recursos, iniciativas e programas compatíveis com o tamanho, negócio e delimitação geográfica da companhia; comprometimento com a identificação e a redução de impactos ambientais de: projetos em que a companhia esteja significativamente envolvida ou financiando e atividades desempenhadas na cadeia de suprimentos; comprometimento com o monitoramento do uso de recursos naturais e de desenvolvimento de indicadores que incentive o alcance das metas; comprometimento com a cooperação tecnológica para o desenvolvimento de soluções satisfatórias para a questão do impacto ambiental.
Aumento de conhecimento interno sobre os impactos diretos e indiretos da atividade da companhia; desenvolvimento de sistemas de gerenciamento, iniciativas e programas compatíveis com o tamanho, negócio e delimitação geográfica da companhia e monitoramento de impactos diretos; divulgação interna de informação para permitir monitoramento do desempenho em relação aos impactos ambientais diretos; gerenciamento de riscos em relação a impactos ambientais indiretos resultants de: projetos que a companhia esteja significativamente envolvida ou financiando ou atividades desempenhadas pela cadeia de suprimentos; evidências de que a meta está sendo atingida ou pelo menos de que esteja havendo esforços nessa direção; auditorias internas para verificar as práticas ambientais, incluindo ações paliativas e implementação de resultados; evidências de monitoramento do desempenho em relação a impactos ambientais indiretos.
Divulgação de informação de forma regular, transparente e compreensiva sobre a questão de sustentabilidade ambiental e informar também sobre os indicadores de desempenho de tais questões; divulgação de informação de forma pública sobre dados quantitativos de forma comparável sobre os principais tópicos da questão ambiental; divulgação de informação sobre as violações ou não adequação a regulamentação, indicando também casos de acidentes e pagamento de multas; envolvimento com os grupos de interesse.
62
Para avaliação do aspecto ambiental é utilizado um critério adicional, apresentado na
Tabela 11, onde as companhias são classificadas como de alto, médio ou baixo impacto. De
acordo com a classificação, a exigência de adequação aos critérios requeridos aumenta.
Tabela 11: Exigências de condutas do JSE Index de acordo com o impacto ambiental
potencial
Política e Estratégia Gerenciamento e Desempenho Divulgação de Informação
Alto Impacto
As políticas terão que cobrir todas as atividades da companhia
O sistema de gerenciamento ambiental terá que cobrir pelo menos as atividades de impacto direto no meio ambiente.
Os relatórios terão de cobrir todas as atividades da companhia e terão que ser verificados por terceiros (independentes).
Medio Impacto
As políticas terão que cobrir todas as atividades da companhia consideradas como de impacto mais significativo.
Sistema de gerenciamento ambiental terá de cobrir pelo menos 50% das atividades e não pode deixar de cobrir as atividades cujo impacto ambiental é direto.
A companhia tem que relatar seus planos, objetivos, iniciativas e programas em seu site e internamente.
Baixo Impacto
Terão que desenvolver planejamentos claros de comprometimento com as políticas.
Terá que apresentar um comprometimento com o desenvolvimento e implementação de uma sistema de gerenciamento ambiental nos próximos dois anos.
Terá que demonstrar um comprometimento com a divulgação de relatórios sobre desempenho ambiental nos próximos três anos.
(x) Citizens Index
Ano de Criação 1994Instituição Gestora Citizens AdvisersEligibilidade S&P 500Critério de Seleção Predominante Screening e Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Não encontrado
Informações Relevantes
Critério de Seleção - detalhamento:
A metodologia utilizada é uma combinação de screening negativo com qualitativo. O
processo se inicia com a exclusão de companhias envolvidas com tabaco, álcool,
armamentos, energia nuclear, jogos e também daquelas que apresentam baixa diversidade
no quadro dos altos executivos da companhia. Um screening qualitativo é realizado em
seguida para analisar as co mpanhias quanto aos aspectos de práticas do negócio,
governança corporativa, desempenho ambiental, diversidade e oportunidades igualitárias,
direitos humanos, relação com os funcionários, relação com a comunidade e utilização de
animais para teste, conforme detalhado a seguir.
63
Governança Corporativa: Busca-se companhias que desenvolvam boas práticas de negócio,
apresentando auditorias independentes e compensação justa de funcionários. Prefere-se
companhias que respeitem os consumidores, desenvolvendo produtos considerando seu
impacto social, sem violação de regulamentações existentes.
Meio Ambiente: Analisa-se o impacto ambiental da atividade da companhia e seu
gerenciamento. São favorecidas as companhias que apresentam bom histórico de relação
com o meio ambiente. As companhias que apresentam iniciativas de pró-atividade quanto a
esta questão são privilegiadas no processo de escolha.
Direitos Humanos: Não será escolhida a companhia que permitir abusos trabalhistas e
utilização de trabalho infantil. São privilegiadas as que possuem códigos de conduta,
apresentando padrões de relacionamento com clientes e fornecedores.
Diversidade e Oportunidades Igualitárias: São evitadas as companhias que apresentam
comportamentos discriminatórios quanto a idade, religião, raça ou sexo. As que promovem
um ambiente de trabalho diversificado, com oportunidades igualitárias, são favorecidas.
Relação com os Funcionários: Não são aceitas companhias que violem leis trabalhistas ou
estejam engajadas em práticas trabalhistas injustas. São favorecidas aquelas que oferecem
salários e benefícios competitivos.
Relação com a Comunidade : Buscam-se companhias que utilizam suas práticas e
habilidades para o desenvolvimento da comunidade.
Utilização de Testes em Animais: São evitadas as companhias que utilizem com freqüência
teste em animais e as que de alguma forma violam o Animal Welfare Act.
64
A Tabela 12 resume as principais informações sobre os índices internacionais pesquisados.
Tabela 12: Resumo das informações sobre os índices internacionais de sustentabilidade
pesquisados
Índice Data de Início Gestor Critério Revisão
FTSE4Good 2001 FTSE Screening Semestral
DJSI 1999 DJ e SAM Group Best-of-class Annual
ETHIBEL 2002 ETHIBEL Best-of-class Trimestral
DOMINI 1990 KLD Screening e Best-of-class
Dinâmico
KLD 2001 KLD Screening e Best-of-class Anual
CALVERT 2000 CALVERT Screening e Best-of-class Anual
ASPI 2001 VIGEO Best-of-class Trimestral
JANTZI 2000 JANTZI RESEARCH
Screening e Best-of-class
Dinâmico
JSE 2004 JSE Best-of-class Dinâmico
Citizens 1994 CITIZENS Screening e Best-of-class
Não Encontrado
A Tabela 13 e a Tabela 14 fornecem os critérios de seleção utilizados pelos índices de
forma resumida.
Tabela 13: Setores automaticamente desqualificadas no Screening Negativo
Setor Excluído
Tabaco Armamentos Álcool Jogos Energia Nuclear
Pornografia Extração de Urânio
Nº de índices
7 5 3 3 4 1 1
65
Tabela 14 : Detalhamento da metodologia utilizada pelos índices internacionais para
escolha dos ativos
Índice Menciona aumento de rigidez no processo de acordo com o setor de atividade?
Menciona a análise do tripé de sustentabilidade?
Analisa algum outro aspecto que não o tripé?
Fornece informações detalhadas sobre as variáveis da análise?
Fornece alguma métrica para a inserção das empresas?
FTSE4Good Sim Sim Sim Sim Não
DJSI Não Sim Não Não Sim
ETHIBEL Sim Sim Sim Não Sim
DOMINI Não Sim Sim Não Não
KLD Sim Sim Não Não Sim
CALVERT Não Sim Sim Sim Não
ASPI Não Sim Sim Não Sim
JANTZI Não Sim Sim Não Não
JSE Sim Sim Não Sim Sim
Citizens Não Sim Sim Não Não
4.2 Pesquisa bibliográfica e telematizada – Fundos e Índices de
Sustentabilidade Nacionais
(i) Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) foi fundada em 1890, sendo o único centro
de negociação de ações no Brasil e a maior bolsa de valores da América Latina. Atualmente
estão listadas 400 companhias abertas (RELATÓRIO SOCIAL, 2004). Em 2000, foram
criados os níveis diferenciados da BOVESPA, uma tentativa de destacar companhias que
possuem práticas diferenciadas de governança corporativa. O Novo Mercado e os Níveis
diferenciados de governança corporativa 1 e 2 são segmentos especiais desenvolvidos com
o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimule, ao mesmo tempo o
66
interesse dos investidores e a valorização das companhias. Acredita-se que boas práticas de
governança corporativa têm valor para os investidores, pois os direitos concedidos aos
acionistas e a qualidade das informações prestadas reduzem as incertezas no processo de
avaliação e, consequentemente, o risco.
Outra iniciativa foi a criação da Bolsa de Valores Sociais (BVS). A BVS é responsável pela
captação de recursos para Organizações Não Governamentais (ONGs) através da
reprodução do ambiente da bolsa de valores com o objetivo de atrair investidores dispostos
a comprar “ações sociais”.
Em 2004, a BOVESPA foi a primeira bolsa de valores do mundo a aderir ao Pacto Global,
uma iniciativa da ONU que defende a atuação do segmento corporativo para o fomento do
desenvolvimento econômico sustentável, a inclusão social e a redução da pobreza, através
de dez princípios universais.
O Quadro 3 contém as principais iniciativas e comprometimento da BOVESPA com as
questões sociais e ambientais.
67
Quadro 3: Principais iniciativas e comprometimento da BOVESPA com as questões
sociais e ambientais
Novo Mercado: a companhia, voluntariamente, se compromete em adotar práticas de governança corporativa além daquelas já exigidas pela legislação. A principal obrigação de uma empresa listada no Novo Mercado é que o capital social da empresa seja composto somente por ações ordinárias. Nível 1: O principal comprometimento da companhia é com a me lhoria das informações prestadas ao mercado e quanto à dispersão acionária.
Governança
Corporativa
(Criação dos Níveis
Diferenciados) Nível 2: além das obrigações assumidas no nível 1, a companhia tem que se comprometer com a adoção de um conjunto mais amplo de boas práticas de governança corporativa e de direitos para os acionistas.
Adesão ao Pacto Global
Direitos Humanos
Respeitar e proteger os direitos humanos; Impedir violações de direitos humanos.
Direitos do Trabalho
Apoiar a liberdade de associação no trabalho; Abolir o trabalho forçado; Abolir o traba lho infantil; Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.
Proteção Ambiental
Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; Promover a responsabilidade ambiental; Encorajar tecnologias que não agridam o meio ambiente.
Princípios contra a
Corrupção
Combater a corrupção em todas as suas formas inclusive extorsão e propina.
Em dezembro de 2005 foi lançado o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) pela
BOVESPA, apoiada por várias instituições (ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGE, IFC,
Instituto Ethos e Ministério do Trabalho), com o objetivo de criar um referencial para os
investimentos socialmente responsáveis. Abaixo, encontra-se o processo de criação do
índice com as principais informações.
Ano de Criação 2005Instiuição Gestora BOVESPAEligibilidade IbovespaCritério de Seleção Predominante Best-of-ClassPeriodicidade de Revisão Anual
Informações Relevantes
68
Critério de Seleção - Detalhamento
Para integrar a carteira do ISE, as companhias têm que atender cumulativamente aos
seguintes requisitos:
• Ser uma das 150 empresas cujas ações possuem maior índice de negociabilidade nos
doze meses anteriores à formação da carteira;
• Ter sido negociada em pelo menos 50% dos pregões ocorridos nos doze meses
anteriores ;
• Atender aos critérios de sustentabilidade definidos pelo Conselho do ISE.
Os critérios de sustentabilidade são avaliados através de um questionário desenvolvido pelo
Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (CES-FGV), baseado
no conceito do “triple bottom line” (avaliação de elementos ambientais, sociais e
econômico- financeiros) acrescido de mais dois grupos de indicadores: 1) critérios gerais e
de natureza do produto e 2) critérios de governança corporativa (FGV, 2005).
As perguntas do questionário são objetivas e as respostas das companhias são analisadas
estatisticamente (análise de clusters), sendo identificados grupos com desempenhos
similares, dos quais o grupo com melhor desempenho irá compor a carteira do ISE que terá
um número máximo de 40 companhias (ISE, 2006). No Apêndice 1 encontra-se a
composição do índice.
(ii) Fundos Ethical
Os Fundos Ethical, lançados em novembro de 2001, foram os primeiros fundos de ações no
Brasil com características de Investimento Socialmente Responsável. Esses fundos têm
como objetivo investir em ações de empresas que possuam práticas que evidenciem
preocupação com aspectos sociais e relacionados à proteção do meio ambiente e que
adotem, voluntariamente, boas práticas de governança corporativa, adicionais às exigidas
pela regulamentação em vigor (REGULAMENTO DO ABN AMRO ETHICAL FUNDO
DE INVESTIMENTO EM AÇÕES, 2001).
69
A composição de suas carteiras é feita considerando critérios de desempenho financeiro,
critérios sociais, ambientais e governança corporativa. Para tanto, utiliza-se um critério de
exclusão automática (screening negativo) de empresas cujos segmentos de atuação sejam
considerados nocivos à sociedade, como fumo, álcool, armas, energia nuclear, pornografia
e jogo. Além disso, são analisados os balanços sociais das empresas e um questionário com
informações fornecidas pelas mesmas.
O questionário, criado pelo ABN AMRO Asset Management em parceria com o Instituto
Ethos e com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), investiga a
responsabilidade ambiental, a gestão de riscos ambientais, o impacto ambiental das
atividades, a regulamentação de suas atividades, a seleção de fornecedores, a existência de
código de ética implementado na empresa, o impacto das atividades da empresa na
comunidade, a adoção de um Código de Melhores práticas de Governança Corporativa e a
proteção para os acionistas não controladores. Desta forma, é possível enquadrar a empresa
em determinados graus de adoção de práticas relacionadas à responsabilidade social e
ambiental e governança corporativa e decidir sobre a inclusão ou não na composição da
carteira dos Fundos (ABN AMRO, 2001).
Além desses critérios, os Fundos Ethical possuem um Conselho Consultivo independente,
que auxilia o administrador dos fundos com informações que envolvam as empresas em
assuntos relativos a responsabilidade social, ambiental e governança corporativa. O
Conselho tem poder de veto, com a maioria decidindo pela exclusão ou permanência de
determinada empresa em caso de envolvimento com questões que contrariem o objetivo do
fundo. O Apêndice 2 contém as empresas que compõem a carteira dos fundos ABN Amro
Ethical FIA e ABN Amro Ethical II FIA.
(iii) Itaú Excelência Social
No ano 2000 foi elaborado e divulgado o Código de Ética que registra o compromisso do
Banco Itaú com a sociedade e o meio ambiente. Foi o primeiro banco a aderir ao Nível 1 de
Governança Corporativa da BOVESPA, em junho de 2001. Em 2006 integrou pela quinta
vez consecutiva o Dow Jones Sustainability Index, valendo ressaltar que é o único banco
latino americano presente na lista e uma das três empresas brasileiras que estão no índice. O
70
Banco Itaú e o Banco Itaú BBA aderiram em 2004 aos Princípios do Equador; e os
acionistas preferenciais têm os mesmos direitos dos detentores de ações ordinárias em caso
de mudança de controle da empresa.
Em 2004 foi criado o Fundo Itaú Excelência Social, cuja carteira é composta por empresas
que possuem práticas diferenciadas e reconhecidas de responsabilidade social e ambiental.
Os gestores do banco analisaram 120 empresas para definir as ações que poderiam compor
a carteira, considerando 28 elegíveis, através de uma análise de risco e retorno e de
aspectos sociais, ambientais e práticas de governança corporativa. O Apêndice 3 contém as
companhias que compõem o fundo. O Fundo é composto de 97,64% de ações, 3,44% de
cotas de fundos e 0,02% de títulos privados. Na pesquisa feita no website do Banco não foi
encontrado um detalhamento do critério utilizado para escolha das companhias.
Outra iniciativa do Itaú Holding, em janeiro de 2005, foi a associação ao Conselho
Empresarial Brasileiro para Desenvolvimento Sustentável CEBDS.
A Tabela 15 resume as principais informações sobre os índices internacionais de
sustentabilidade.
Tabela 15 : Resumo das informações sobre o índice e fundos SRI nacionais pesquisados
Índice/Fundo Data de Início
Gestor Critério Revisão
Ethical FI 2001 ABN Amro Screening e Best-of-Class
-
Ethical II FI 2001 ABN Amro Screening e Best-of-Class -
Itaú Excelência 2004 Banco Itaú Best-of-Class -
ISE 2005 BOVESPA Best-of-Class Anual
A Tabela 16 fornece os critérios de seleção utilizados pelos índices de forma resumida.
71
Tabela 16 : Detalhamento da metodologia utilizada para escolha dos ativos nas iniciativas
brasileiras
Índice Menciona aumento de rigidez no processo de acordo com o setor de atividade?
Menciona a análise do tripé de sustentabilidade?
Analisa algum outro aspecto que não o tripé?
Fornece informações detalhadas sobre as variáveis da análise?
Fornece alguma métrica para a inserção das empresas?
Ethical FI SIM SIM SIM SIM NÃO
Ethical II FI SIM SIM SIM SIM NÃO
Itaú Excelência
NÃO SIM NÃO NÃO NÃO
ISE SIM SIM SIM SIM NÃO
4.3 Desempenho dos índices internacionais
O Apêndice 4 traz as estatísticas descritivas das séries analisadas e o Apêndice 5 apresenta
os gráficos de rentabilidade acumulada dos índices com dados de retorno disponíveis. No
contexto internacional, os gráficos mostram que nos últimos 35 meses todos os índices
pesquisados possuem rentabilidade acumulada positiva, enquanto que ao ser analisado um
período de 60 meses, o Calvert apresenta rentabilidade acumulada negativa e os dema is
positiva, porém muito próxima de zero. O mesmo comportamento foi verificado para os
respectivos benchmarks.
O Apêndice 6 apresenta os gráficos de excesso de rentabilidade acumulada entre o
índice /fundo de sustentabilidade e seu respectivo benchmark . No contexto internacional, no
período de 60 meses, todos os índices, com exceção do DJSI, apresentaram excesso
negativo; no período de 35 meses o FTSE4Good, o Calvert e o ASPI, continuaram
apresentando excesso negativo e; no período de 20 meses o Calvert, ASPI, KLD e JSE
apresentaram excesso negativo.
72
O resumo dos resultados dos testes es tatísticos efetuados para verificar a diferença das
médias estão apresentados na Tabela 17 e o detalhamento destes encontram-se no Apêndice
7.
Tabela 17: Resumo dos resultados do Teste T – Caso Internacional (hipótese nula consiste
na diferença das médias das séries serem zero)
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das médias é zeroFTSE4Good FTSE All Share Não RejeitarDJSI DJ Global Não RejeitarCalvert Russel 1000 Não RejeitarASPI DJ EURO Não Rejeitar
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das médias é zeroFTSE4Good FTSE All Share Não RejeitarDJSI DJ Global RejeitarCalvert Russel 1000 Não RejeitarASPI DJ EURO Não RejeitarEthibel S&P 500 Não RejeitarJantzi S&P/TSX 60 Não Rejeitar
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das médias é zeroFTSE4Good FTSE All Share Não RejeitarDJSI DJ Global Não RejeitarCalvert Russel 1000 Não RejeitarASPI DJ EURO Não RejeitarEthibel S&P 500 Não RejeitarJantzi S&P/TSX 60 Não RejeitarKLD Russel 1000 Não RejeitarJSE JSE All Share Não Rejeitar
Número de observações = 60
Número de observações = 35
Número de observações = 20
A Tabela 17 mostra que ao nível de significância de 5% não podemos rejeitar a hipótese de
igualdade entre as médias das séries dos índices de sustentabilidade e seus respectivos
benchmarks.
Após verificar os resultados anteriores, foi testada a hipótese de diferença de variância. A
Tabela 18 traz o resumo do Teste F realizado.
73
Tabela 18: Resumo dos resultados do Teste F – Caso Internacional (hipótese nula consiste
na diferença das variâncias das séries serem zero)
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das variâncias é zeroFTSE4Good FTSE All Share Não RejeitarDJSI DJ Global Não RejeitarCalvert Russel 1000 Não RejeitarASPI DJ EURO Não Rejeitar
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das variâncias é zeroFTSE4Good FTSE All Share Não RejeitarDJSI DJ Global Não RejeitarCalvert Russel 1000 Não RejeitarASPI DJ EURO Não RejeitarEthibel S&P 500 Não RejeitarJantzi S&P/TSX 60 Não Rejeitar
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das variâncias é zeroFTSE4Good FTSE All Share Não RejeitarDJSI DJ Global Não RejeitarCalvert Russel 1000 Não RejeitarASPI DJ EURO Não RejeitarEthibel S&P 500 Não RejeitarJantzi S&P/TSX 60 Não RejeitarKLD Russel 1000 Não RejeitarJSE JSE All Share Não Rejeitar
Número de observações = 60
Número de observações = 35
Número de observações = 20
A Tabela 18 mostra que ao nível de significância de 5% não podemos rejeitar a hipótese de
igualdade entre as variâncias das séries dos índices de sustentabilidade e seus respectivos
benchmarks.
Adicionalmente fo i calculado o índice de sharpe. A média desse indicador para as séries de
índices sustentáveis foi -0.018, 0.016 e 0.009 para os três períodos analisados (20, 35 e 60
meses) e para os benchmarks foi respectivamente -0.082, 0.052 e 0.031. Para o período de
20 meses, 4 índices de sustentabilidade superaram seus benchmarks, enquanto que este
número cai para 3 e 1 nos períodos de 35 e 60 meses respectivamente. O maior índice de
sharpe foi 0.382, alcançado pelo Jantzi no período de 20 meses e o menor foi -3.18,
alcançado pelo DJ World, no mesmo período. No Apêndice 9 encontra-se todas as razões
calculadas.
74
4.4 Desempenho dos fundos SRI nacionais
O Apêndice 4 traz as estatísticas descritivas das séries analisadas e o Apêndice 5 apresenta
os gráficos de rentabilidade acumulada dos índices com dados de retorno disponíveis. No
contexto nacional, os gráficos mostram que nos dois períodos observados todos os fundos
pesquisados possuem rentabilidade acumulada positiva, sendo o mesmo comportamento
verificado para os respectivos benchmarks.
O Apêndice 6 apresenta os gráficos de excesso de rentabilidade acumulada entre o
índice/fundo de sustentabilidade e seu respectivo benchmark. No contexto nacional, nos
dois períodos analisados, todos os fundos apresentaram excesso de retorno positivo.
O resumo dos resultados dos testes estatíst icos efetuados para verificar a diferença das
médias estão apresentados na Tabela 19 e o detalhamento destes encontram-se no Apêndice
7.
Tabela 19 : Resumo dos resultados do Teste T – Caso Nacional (hipótese nula consiste na
diferença das médias das séries serem zero)
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das médias é zeroEthical FI IBOVESPA Não RejeitarEthical II FI IBOVESPA Não Rejeitar
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das médias é zeroEthical FI IBOVESPA Não RejeitarEthical II FI IBOVESPA Não RejeitarItaú Excelência Social IBOVESPA Não Rejeitar
Número de observações = 50
Número de observações = 23
A Tabela 19 mostra que ao nível de significância de 5% não podemos rejeitar a hipótese de
igualdade entre as médias das séries dos fundos SRI e seus respectivos benchmarks.
Após verificar os resultados anteriores, foi testada a hipótese de diferença de variância. A
Tabela 20 traz o resumo do Teste F realizado.
75
Tabela 20: Resumo dos resultados do Teste F – Caso Nacional (hipótese nula consiste na
diferença das variâncias das séries serem zero)
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das variâncias é zeroEthical FI IBOVESPA Não RejeitarEthical II FI IBOVESPA Não Rejeitar
Índice de Sustentabilidade Benchmark Diferença das variâncias é zeroEthical FI IBOVESPA Não RejeitarEthical II FI IBOVESPA Não RejeitarItaú Excelência Social IBOVESPA Não Rejeitar
Número de observações = 50
Número de observações = 23
A Tabela 20 mostra que ao nível de significância de 5% não podemos rejeitar a hipótese de
igualdade entre as variâncias das séries dos fundos SRI e seus respectivos benchmarks.
Pode-se constatar que, com exceção do Dow Jones na amostra de 35 meses, os resultados
indicaram inexistência de diferença relevante, tanto em retornos como em riscos, entre
índices e carteiras SRI e seus respectivos benchmarks.
O Apêndice 10 apresenta as séries originais de retornos dos índices e fundos utilizados na
pesquisa.
76
5 Conclusão
Este trabalho dividiu-se em duas etapas. Primeiro tentou identificar critérios utilizados para
seleção de ativos por alguns índices internacionais e nas recentes iniciativas brasileiras.
Depois, procurou retratar o desempenho financeiro dos índices e fundos SRI analisados, em
comparação com seus respectivos benchmarks, no intuito de verificar a existência de
impactos financeiros decorrentes da incorporação de aspectos sociais e ambientais nas
decisões de alocação de ativos.
No que se refere aos critérios adotados para seleção de ativos por esses índices e fundos
envolvidos com o conceito de SRI, pôde-se constatar que existem duas macro metodologias
a seguir: screening negativo e best-of-class o que vai ao encontro com a revisão de
literatura realizada.
De acordo com as informações coletadas nos websites das instituições gestoras dos índices
e fundos, a metodologia de best-of-class é a mais utilizada, sendo seguida pela combinação
dos dois conceitos. No contexto nacional, os fundos Ethical utilizam uma combinação de
screening negativo com o qualitativo e o Itaú Excelência Social e o ISE utilizam o conceito
de best-of-class, contrariando o padrão internacional de exclusão do setor de tabaco. No
contexto internacional, 5 índices adotam uma combinação das metodologias e 4 adotam o
conceito de best-of-class, enquanto apenas o índice FTSE4Good adota somente o conceito
de sreening negativo.
Mesmo as instituições que optam por eliminar rigorosamente alguns setores da composição
de suas carteiras não descartam a busca por “excelência de práticas”, de forma a priorizar a
inclusão de empresas que se destaquem por esforços de progresso relacionados à
responsabilidade social e ambiental. Quanto ao uso da metodologia de exclusão automática,
pôde-se observar que 100% dos índices e fundos que a utilizam eliminam o seto r de tabaco
de suas amostras, sendo o setor de armamentos o segundo mais excluído através do
screening. Além disso, mesmo em casos de utilização apenas do conceito de best-of-class,
foi verificado um aumento na rigidez do processo nos casos desses setores. Essas medidas
podem ser entendidas como uma sinalização de que esses setores possam não ser
sustentáveis no longo-prazo.
77
Quanto à divulgação de informações sobre as análises realizadas para a identificação das
companhias consideradas sustentáveis, não ficam claros os procedimentos utilizados.
Embora, na maioria das vezes, tenha sido encontrada uma descrição das variáveis da
análise, o enquadramento das empresas dentro dos padrões exigidos é subjetivo. As
instituições gestoras dos índices e fundos afirmam que o tripé de sustentabilidade é
analisado e algumas ainda acrescentam outras variáveis. Contudo, não foi verificada a
existência de um procedimento padrão objetivo nem na divulgação das informações sobre
as análises realizadas nem quanto às próprias análises, sendo menos transparentes ainda as
métricas utilizadas. Empresas que tenham a intenção de integrar a carteira de alguns desses
índices ou fundos não encontrarão, na maioria dos casos, uma descrição objetiva dos passos
a serem dados. Esta falta de transparência dos índices pode ser intencional, visando evitar
que empresas consigam artificialmente o enquadramento. No entanto, isto pode eliminar
um dos benefícios potenciais do processo, que é aperfeiçoamento da gestão empresarial
através da análise dos indicadores utilizados.
Um ponto a destacar é a análise gráfica do excesso de retorno acumulado. No contexto
internacional, para o período de 20 meses, apenas 4 índices de 8 apresentaram excesso
positivo; para o período de 35 meses apenas 3 de 6 apresentaram excesso positivo; e para o
período de 60 meses apenas o DJSI continuou apresentando este comportamento. Na
análise de desempenho através do Índice de Sharpe, exatamente o mesmo resultado foi
encontrado. Estes resultados não sugerem diferença de desempenho financeiro relevante
dos índices de sustentabilidade internacionais em relação aos respectivos benchmarks. No
contexto nacional, todos os fundos SRI apresentaram superioridade de rentabilidade
acumulada, contudo isso não é suficiente para indicar diferença estatisticamente
significativa.
Os resultados referentes aos testes estatísticos não mostraram diferenças significativas nem
quanto à média das rentabilidades nem quanto à volatilidade, quando comparados par a par,
índice de sustentabilidade e benchmark, o que é coerente com a teoria tradicional de
carteiras em finanças, que sugere padrões semelhantes de comportamento para carteiras
bem diversificadas. As hipóteses de igualdade das médias e das variâncias não foram
rejeitadas ao nível de significância de 5% em todos os períodos analisados, seja no contexto
78
nacional ou no internacional. Vale ressaltar que é preciso ter cautela sobre a validação
estatística desses testes, devido não só a falta de independência entre as amostras, como ao
número reduzido de dados. De qualquer forma, não ficou evidenciado nenhum impacto
financeiro devido a adoção de critérios sociais e ambientais nas composições das carteiras.
Em suma, cabe mencionar que embora haja índicos claros de que os Investimentos
Socialmente Responsáveis têm crescido nos últimos anos, não existe consenso sobre os
critérios utilizados para a definição de carteiras que sigam este conceito, nem sobre o
verdadeiro impacto no desempenho financeiro dessas carteiras. Além disso, as pequenas
diferenças de desempenho recentemente encontradas entre empresas podem estar
associadas a um conceito mais amplo de “boa gestão”, do qual responsabilidade ambiental
e social seria uma das dimensões. Uma melhor definição dos padrões de responsabilidade
social e ambiental e a divulgação pública de forma transparente podem potencializar a
influência do conceito de ISR sobre as empresas.
O horizonte de tempo parece ser ao mesmo tempo o impedimento e a solução para as
dúvidas sobre a sinergia entre o conceito ISR e a razão de ser das corporações: lucro.
Impedimento, no que se refere ao curto prazo, fazendo com que a adoção de tal conceito
resulte em aumento de custo sem benefícios claros e tangíveis; solução, no que se refere ao
longo prazo, onde não há sociedades fortes com empresas fracas, nem empresas vencedoras
em sociedades derrotadas. A sustentação do desempenho financeiro das empresas ao longo
do tempo depende da preservação e desenvolvimento das diversas formas de capital,
incluindo o humano e o natural. O desempenho empresarial ocorre em um contexto social e
ambiental, que condiciona a qualidade e disponibilidade desses dois tipos fundamentais de
capital.
Apesar da dificuldade em identificar metodologias padrões e vencedoras na construção de
índices SRI, como aprendizado para as próximas experiências na construção de tais índices
no Brasil, ficam as informações de que internacionalmente valorizam-se as empresas que se
mostram em contínuo progresso e em busca de melhores práticas no negócio em que estão
inseridas e que consensua lmente, na pesquisa realizada, o setor de Tabaco é excluído em
todos os filtros. Além disso, as contínuas avaliações das companhias são facilitadas na
79
medida em que a metodologia sobre o conceito de ISR é bem definida e com clara
mensuração de desempenho.
Como sugestão de trabalhos futuros fica a oportunidade de uma busca mais ativa, além dos
websites das instituições gestoras, sobre os critérios utilizados, na intenção de encontrar
padrões objetivos para as decisões de alocação de recursos. Adicionalmente, sugere-se uma
análise criteriosa das características das empresas que obtém sucesso no filtro desses
índices e fundos, de forma a entender se os critérios que estão sendo utilizado para a
seleção são eficientes na identificação de empresas que pratiquem responsabilidade
ambiental e social.
Outra sugestão é, seguindo a metodologia utilizada por Gray (2000), realizar testes
estatísticos sobre o desempenho financeiro de dois grupos: um composto pelos adeptos do
conceito ISR na seleção de ativos e o outro composto por aqueles que não consideram tais
questões. Dessa forma estar-se-ia eliminando a questão de não independência dos dados,
podendo levar a resultados com alguma validade estatística.
Por último, sugere-se um aprofundamento nas iniciativas nacionais, que têm aumentado
desde a criação do ISE, mas que não fizeram parte deste trabalho, uma vez que o período de
análise era até dezembro de 2005.
80
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www.jantzisocialindex.com
www.jse.co.za/sri
www.kld.com
www.pactoglobal.com.br
www.safrica.info/doing_business/economy/development/socialindex
www.sustainability- index.com
www.vigeo.fr
www.worldbank.org
84
Apêndice 1
Composição ISE
ALL AMER LAT ELETROBRASARACRUZ ELETROPAULOARCELOR BR EMBRAERBRADESCO GOLBRASIL IOCHP-MAXIONBRASKEM ITAUBANCOCCR RODOVIAS ITAUSACELESC NATURACEMIG PERDIGAO S/ACESP SUZANO PAPELCOPEL TRACTEBELCOPESUL UNIBANCOCPFL ENERGIA VCPDASA WEG
85
Apêndice 2
Composição Fundo Ethical FI
ALL AMERICA ITAUSA ARCELOR LOJAS RENNER BRADESCO MARCOPOLO CCR NATURA CEMIG PÃO DE AÇUCAR COMGÁS SABESP CPFL TELEMAR CYRELA ULTRAPAR Cia Siderúrgica Nacional UNIBANCO Cia Vale do Rio Doce USIMINAS DASA VOTORANTIM ENERGIAS DO BRASIL WEG OCHPE MAXION
86
Apêndice 3
Composição Itaú Excelência Social
PETROBRAS P.ACUCARVALE R DOCE BRASIL T PARITAUSA CEMIGITAUBANCO ALL AMER LATBRADESCO LUPATECHSID NACIONAL AES TIETEPETROBRAS TRACTEBELNET LOCALIZADURATEX TIM PART S/ALOJAS RENNER ABNOTEGERDAU CELESC NOSSA CAIXA ENERGIAS BRSABESP UNIBANCO
87
Apêndice 4
Estatísticas Descritivas
Índices Internacionais
Estatística Descritiva - Séries Curtas (Observações de 05/2004 até 12/2005)
FTSE4Good DJSI CALVERT ASPI Ethibel Jantzi KLD JSEMédia 0,8% 0,9% 0,4% 1,3% 0,7% 1,5% 0,5% 2,9%Desvio Padrão 2,3% 2,5% 2,6% 3,5% 2,5% 2,4% 2,3% 4,8%Primeiro Quartil -0,5% -0,5% -0,9% -1,0% -0,9% -0,2% -1,0% -0,3%Mediana 1,3% 1,1% 0,1% 1,7% 1,4% 1,9% 0,3% 2,1%Terceiro Quartil 2,7% 2,7% 2,2% 4,5% 2,5% 3,2% 2,3% 6,6%Mínimo -3,8% -3,5% -4,3% -4,8% -4,0% -4,0% -3,8% -6,5%Máximo 4,6% 5,6% 4,5% 7,1% 4,7% 5,0% 4,1% 10,5%Amplitute 8,4% 9,1% 8,8% 11,9% 8,7% 9,0% 8,0% 17,0%
FTSE All Share DJ World Russel 1000 DJ EURO S&P 500 S&P/TSX 60 Russel 1000 FTSE/JSE All ShareMédia 1,0% 0,3% 0,7% 1,4% 0,6% 0,8% 0,7% 2,9%Desvio Padrão 2,5% 2,4% 2,3% 3,5% 2,2% 2,4% 2,3% 7,3%Primeiro Quartil -1,0% -1,6% -1,2% -1,0% -1,3% -0,7% -1,2% -1,3%Mediana 0,7% -0,3% 0,6% 1,9% 0,5% 0,5% 0,6% 2,5%Terceiro Quartil 2,6% 2,6% 2,4% 4,6% 2,2% 2,7% 2,4% 5,8%Mínimo -3,3% -3,0% -3,6% -4,6% -3,4% -4,0% -3,6% -8,1%Máximo 6,6% 4,0% 4,1% 7,4% 3,9% 5,1% 4,1% 22,9%Amplitute 9,9% 7,0% 7,7% 11,9% 7,3% 9,1% 7,7% 31,0%
Índice de Sustentabilidade
Benchmark
Resumo Estatísticas Descritivas - Séries Curtas (20 observações)
Estatística Descritiva - Séries Médias (Observações de 02/2003 até 12/2005)
FTSE4Good DJSI CALVERT ASPI Ethibel JantziMédia 1,4% 1,5% 1,1% 1,9% 1,4% 1,6%Desvio Padrão 2,8% 3,0% 2,9% 4,6% 2,9% 2,8%Primeiro Quartil 0,1% 0,1% -0,6% -0,5% -0,2% -0,2%Mediana 1,4% 1,1% 0,7% 1,4% 1,4% 2,1%Terceiro Quartil 2,8% 2,7% 3,1% 4,8% 2,5% 3,4%Mínimo -3,8% -3,5% -4,3% -4,8% -4,0% -4,0%Máximo 9,6% 9,8% 8,5% 17,9% 10,2% 6,3%Amplitute 13,4% 13,3% 12,7% 22,7% 14,2% 10,3%
FTSE All Share DJ World Russel 1000 DJ EURO S&P 500 S&P/TSX 60Média 1,7% 0,9% 1,2% 2,0% 1,2% 0,9%Desvio Padrão 3,3% 2,7% 2,6% 4,3% 2,6% 3,0%Primeiro Quartil -1,0% -1,2% -0,5% -0,2% -0,6% -0,9%Mediana 1,4% 0,3% 1,2% 1,6% 1,1% 1,0%Terceiro Quartil 3,7% 2,7% 2,7% 4,7% 2,4% 2,8%Mínimo -3,6% -3,0% -3,6% -4,6% -3,4% -4,9%Máximo 10,1% 6,9% 7,9% 15,8% 8,1% 8,0%Amplitute 13,7% 9,8% 11,6% 20,4% 11,5% 12,9%
Resumo Estatísticas Descritivas - Séries Médias (35 observações)
Índice de Sustentabilidade
Benchmark
88
Estatística Descritiva - Séries Longas (Observações de 01/2001 até 12/2005)
FTSE4Good DJSI CALVERT ASPIMédia 0,0% 0,1% -0,1% 0,2%Desvio Padrão 4,6% 4,5% 4,9% 6,3%Primeiro Quartil -2,3% -2,5% -2,1% -3,6%Mediana 0,5% 0,3% 0,1% 0,1%Terceiro Quartil 2,3% 2,7% 2,8% 4,5%Mínimo -11,7% -12,0% -11,9% -18,4%Máximo 9,8% 9,8% 11,2% 17,9%Amplitute 21,6% 21,8% 23,1% 36,2%
FTSE All Share DJ World Russel 1000 DJ EUROMédia 0,3% 0,1% 0,0% 0,3%Desvio Padrão 4,3% 4,3% 4,3% 6,0%Primeiro Quartil -2,0% -2,2% -1,9% -3,2%Mediana 0,0% -0,1% 0,4% 0,3%Terceiro Quartil 2,6% 2,6% 2,0% 4,6%Mínimo -11,0% -12,4% -10,9% -17,3%Máximo 10,1% 10,6% 8,1% 15,8%Amplitute 21,1% 23,0% 19,0% 33,2%
Resumo Estatísticas Descritivas - Séries Longas (60 observações)
Índice de Sustentabilidade
Benchmark
89
Estatísticas Descritivas
Índices Nacionais
Estatística Descritiva – Séries com 23 observações
Benchmark
Ethical FI Ethical II FI Itaú Excelência IBOVESPAMédia 2,3% 2,5% 2,9% 2,1%Desvio Padrão 6,2% 6,1% 6,1% 6,5%Primeiro Quartil -0,4% -0,2% 0,4% -0,7%Mediana 2,2% 2,4% 4,4% 1,9%Terceiro Quartil 6,4% 6,7% 6,9% 5,7%Mínimo -13,2% -13,0% -11,3% -11,4%Máximo 11,6% 11,7% 12,9% 15,6%Amplitute 24,8% 24,7% 24,3% 27,0%
Índice de Sustentabilidade
Resumo Estatísticas Descritivas - Séries Nacionais (23 observações)
Estatística Descritiva – Séries com 50 observações
BenchmarkEthical FI Ethical II FI IBOVESPA
Média 2,2% 2,5% 2,2%Desvio Padrão 6,4% 6,4% 7,8%Primeiro Quartil -3,1% -2,8% -2,6%Mediana 2,3% 2,5% 2,7%Terceiro Quartil 6,2% 6,6% 7,6%Mínimo -13,2% -13,0% -17,0%Máximo 16,8% 17,1% 17,9%Amplitute 30,0% 30,1% 34,9%
Índice de Sustentabilidade
Resumo Estatísticas Descritivas - Séries Nacionais (50 observações)
90
Apêndice 5
Gráficos de Rentabilidade Acumulada
Índices Internacionais
Gráfico de Rentabilidade Acumulada - Séries Curtas (Observações de 05/2004 até
12/2005)
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
mai/04
jul/04
set/0
4no
v/04
jan/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/0
5no
v/05
FTSE4Good FTSE ALL SHARE
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
mai/04
jul/04
set/0
4no
v/04
jan/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/0
5no
v/05
DJSI DJ Global
91
-6%-4%-2%0%2%4%6%8%
10%12%14%
mai/04
jul/04
set/0
4no
v/04
jan/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/0
5no
v/05
Calvert Russel 1000
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
mai/04
jul/04
set/0
4no
v/04
jan/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/0
5no
v/05
ASPI DJ EURO
-4%-2%
0%
2%4%6%
8%
10%12%
14%
16%
mai/04
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/0
5no
v/05
ETHIBEL S&P 500
92
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
mai/04
jul/04
set/0
4no
v/04
jan/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/05
nov/0
5
Jantzi S&P TSX 60
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
mai/04
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/05
nov/05
KLD Russel 1000
-20%
-10%0%
10%20%
30%40%
50%60%
70%
mai/04
jul/04
set/0
4no
v/04
jan/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/05
nov/0
5
JSE FTSE/JSE All Share
93
Gráfico de Rentabilidade Acumulada - Séries Médias (Observações de 02/2003 até
12/2005)
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
fev/03
mai/03
ago/0
3no
v/03
fev/04
mai/04
ago/0
4nov
/04fev
/05
mai/05
ago/0
5nov
/05
FTSE4Good FTSE ALL SHARE
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
fev/03
mai/03
ago/0
3no
v/03
fev/04
mai/04
ago/0
4no
v/04
fev/05
mai/05
ago/0
5no
v/05
DJSI DJ Global
0%
10%
20%
30%
40%
50%
fev/03
mai/03
ago/0
3no
v/03
fev/04
mai/04
ago/0
4no
v/04
fev/05
mai/05
ago/0
5no
v/05
Calvert Russel 1000
94
-10%
0%10%
20%
30%40%50%
60%70%
80%
fev/03
mai/03
ago/0
3no
v/03
fev/04
mai/04
ago/0
4no
v/04
fev/05
mai/05
ago/05
nov/0
5
ASPI DJ EURO
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
fev/03
mai/03
ago/0
3no
v/03
fev/04
mai/04
ago/0
4no
v/04
fev/05
mai/05
ago/0
5no
v/05
ETHIBEL S&P 500
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
fev/03
mai/03
ago/0
3no
v/03
fev/04
mai/04
ago/0
4
nov/0
4fev
/05
mai/05
ago/0
5
nov/0
5
Jantzi S&P TSX 60
95
Gráfico de Rentabilidade Acumulada - Séries longas (Observações de 01/2001 até
12/2005)
-60%
-50%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
jan/01
mai/01
set/0
1jan
/02mai/0
2se
t/02
jan/03
mai/03
set/03
jan/04
mai/04
set/04
jan/05
mai/05
set/05
FTSE4Good FTSE ALL SHARE
-60%
-50%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
jan/01
mai/01
set/01
jan/02
mai/02
set/0
2jan
/03mai/0
3se
t/03
jan/04
mai/04
set/04
jan/05
mai/05
set/05
DJSI DJ Global
96
-60%
-50%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
jan/01
mai/01
set/01
jan/02
mai/02
set/02
jan/03
mai/03
set/03
jan/04
mai/04
set/04
jan/05
mai/05
set/05
Calvert Russel 1000
-70%
-60%
-50%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
jan/01
mai/01
set/0
1jan
/02mai/0
2set
/02jan
/03mai/0
3se
t/03
jan/04
mai/04
set/04
jan/05
mai/05
set/0
5
ASPI DJ EURO
97
Gráficos de Rentabilidade Acumulada
Fundos/Índices Nacionais
Gráfico de Rentabilidade Acumulada - Séries curtas (Observações de 02/2004 até
12/2005)
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
fev/04
abr/0
4jun
/04
ago/0
4ou
t/04
dez/0
4fev
/05ab
r/05
jun/05
ago/0
5ou
t/05
dez/0
5
Ethical FI IBOVESPA
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
fev/04
abr/0
4jun
/04
ago/0
4ou
t/04
dez/0
4fev
/05ab
r/05
jun/05
ago/0
5ou
t/05
dez/0
5
Ethical II FI IBOVESPA
98
-20,0%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
fev/04
abr/0
4jun
/04ag
o/04
out/0
4
dez/0
4fev
/05ab
r/05
jun/05
ago/0
5ou
t/05
dez/0
5
Itaú Excelência FI IBOVESPA
Gráfico de Rentabilidade Acumulada - Séries longas (Observações de 11/2001 até
12/2005)
-60%
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
nov/0
1
mar/
02jul/
02
nov/0
2mar/
03jul/03
nov/0
3mar/
04jul/04
nov/0
4
mar/
05jul/05
nov/0
5
Ethical FI IBOVESPA
-60%
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
nov/0
1mar/
02jul/
02
nov/0
2
mar/03
jul/03
nov/0
3
mar/04
jul/04
nov/0
4mar/
05jul/
05
nov/0
5
Ethical II FI IBOVESPA
99
Apêndice 6
Gráficos de Excesso de Rentabilidade Acumulada
Índices Internacionais
Gráfico de Excesso de Rentabilidade Acumulada - Séries Curtas (Observações de
05/2004 até 12/2005)
FTSE4Good X FTSE All Share
Excesso Rentabilidade Acumulada
-6%-4%
-2%0%
2%
4%6%
8%10%
12%
14%
16%
mai/04
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/0
5
nov/0
5
Dow Jones SI X Dow Jones Global
Excesso Rentabilidade Acumulada
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
mai/04
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05mar/0
5mai/0
5jul/
05se
t/05
nov/0
5
100
Calvert X Russel 1000
Excesso Rentabilidade Acumulada
-7%
-6%
-5%
-4%
-3%
-2%
-1%
0%
mai/0
4jul/04
set/0
4
nov/0
4jan
/05
mar/05
mai/0
5jul/05
set/0
5
nov/0
5
ASPI X Dow Jones EURO
Excesso Rentabilidade Acumulada
-3%
-2%
-2%
-1%
-1%
0%
mai/0
4jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/
05
mai/05
jul/05
set/0
5
nov/0
5
101
Ethibel X S&P 500
Excesso Rentabilidade Acumulada
-2%-1%
-1%0%1%
1%2%
2%
3%3%
4%
4%
mai/04
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/05
mai/0
5jul/05
set/05
nov/0
5
Jantzi X S&P TSX 60
Excesso Rentabilidade Acumulada
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
mai/04
jul/04
set/0
4
nov/0
4jan
/05
mar/
05
mai/05
jul/05
set/0
5
nov/0
5
102
KLD X Russel 1000
Excesso Rentabilidade Acumulada
-3%
-3%
-2%
-2%
-1%
-1%
0%
1%
1%
mai/04
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/
05
mai/05
jul/05
set/05
nov/0
5
JSE X FTSE/JSE All Share
Excesso Rentabilidade Acumulada
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
mai/04
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/05
nov/0
5
103
Gráfico de Excesso de Rentabilidade Acumulada - Séries Médias (Observações de
02/2003 até 12/2005)
FTSE4Good X FTSE All Share
Excesso Rentabilidade Acumulada
-14%
-12%
-10%
-8%
-6%
-4%
-2%
0%
2%
4%
fev/03
mai/03
ago/0
3
nov/0
3fev
/04mai/0
4
ago/0
4
nov/0
4fev
/05mai/0
5
ago/0
5
nov/0
5
Dow Jones SI X Dow Jones Global
Excesso Rentabilidade Acumulada
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
fev/03
mai/03
ago/0
3
nov/0
3fev
/04mai/04
ago/0
4
nov/0
4fev
/05mai/05
ago/0
5
nov/0
5
104
Calvert X Russel 1000
Excesso Rentabilidade Acumulada
-6%
-5%
-4%
-3%
-2%
-1%
0%
1%
2%
fev/03
mai/0
3
ago/0
3
nov/0
3fev
/04mai/0
4
ago/0
4
nov/0
4fev
/05mai/0
5
ago/0
5
nov/0
5
ASPI X Dow Jones EURO
Excesso Rentabilidade Acumulada
-3%-3%-2%-2%-1%-1%0%1%1%2%2%3%
fev/03
mai/0
3
ago/0
3
nov/0
3fev
/04mai/0
4
ago/0
4
nov/0
4fev
/05mai/0
5
ago/0
5
nov/0
5
105
Ethibel X S&P 500
Excesso Rentabilidade Acumulada
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
fev/03
mai/0
3
ago/0
3
nov/0
3fev
/04mai/0
4
ago/0
4
nov/0
4fev
/05mai/0
5
ago/0
5
nov/0
5
Jantzi X S&P TSX 60
Excesso Rentabilidade Acumulada
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
fev/03
mai/03
ago/0
3
nov/0
3fev
/04mai/0
4
ago/0
4
nov/0
4fev
/05mai/0
5
ago/0
5
nov/0
5
106
Gráfico de Excesso de Rentabilidade Acumulada - Séries Longas (Observações de
01/2001 até 12/2005)
FTSE4Good X FTSE All Share
Excesso Rentabilidade Acumulada
-20%
-18%
-16%
-14%
-12%
-10%
-8%
-6%
-4%
-2%
0%
jan/01
mai/01
set/0
1jan
/02mai/0
2se
t/02
jan/03
mai/03
set/0
3jan
/04mai/0
4se
t/04
jan/05
mai/05
set/0
5
Dow Jones SI X Dow Jones Global
Excesso Rentabilidade Acumulada
-25%
-20%
-15%
-10%
-5%
0%
5%
jan/01
mai/01
set/01
jan/02
mai/02
set/0
2jan
/03mai/0
3se
t/03
jan/04
mai/04
set/0
4jan
/05mai/0
5se
t/05
107
Calvert X Russel 1000
Excesso Rentabilidade Acumulada
-10%-9%
-8%-7%-6%
-5%
-4%
-3%-2%
-1%
0%
jan/01
mai/01
set/01
jan/02
mai/02
set/0
2jan
/03mai/0
3se
t/03
jan/04
mai/04
set/04
jan/05
mai/05
set/0
5
ASPI X Dow Jones EURO
Excesso Rentabilidade Acumulada
-3%
-2%
-1%
0%
1%
2%
3%
4%
jan/01
mai/01
set/0
1jan
/02mai/0
2se
t/02jan
/03mai/0
3set
/03jan
/04mai/0
4se
t/04
jan/05
mai/05
set/05
108
Gráficos de Excesso de Rentabilidade Acumulada
Índices Nacionais
Gráfico de Excesso de Rentabilidade Acumulada - Séries Curtas (Observações de
02/2004 até 12/2005)
Ethical FI X IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
-4,0%
-2,0%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
fev/04
abr/0
4jun
/04
ago/0
4ou
t/04
dez/0
4fev
/05ab
r/05
jun/05
ago/0
5ou
t/05
dez/0
5
Ethical II FI X IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
-4,0%
-2,0%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%14,0%
16,0%
fev/04
abr/0
4jun
/04
ago/0
4ou
t/04
dez/0
4fev
/05ab
r/05
jun/05
ago/0
5ou
t/05
dez/0
5
109
Itaú Excelência X IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
fev/04
abr/0
4jun
/04
ago/0
4ou
t/04
dez/0
4fev
/05ab
r/05
jun/05
ago/0
5ou
t/05
dez/0
5
110
Gráfico de Excesso de Rentabilidade Acumulada - Séries longas (Observações de
11/2001 até 12/2005)
Ethical FI X IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
-10,0%
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
Data
28/2/20
02
28/6/20
02
31/10
/2002
28/2/20
03
30/6/20
03
31/10
/2003
27/2/20
04
30/6/20
04
29/10
/2004
28/2/20
05
30/6/20
05
31/10
/2005
Ethical II FI X IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Data
28/2/20
02
28/6/20
02
31/10
/2002
28/2/20
03
30/6/20
03
31/10
/2003
27/2/20
04
30/6/20
04
29/10
/2004
28/2/20
05
30/6/20
05
31/10
/2005
111
Apêndice 7
Resultados dos testes de diferenças entre as médias
(Teste T bicaudal)
Índices Internacionais
α 5%
Estatística de Teste (0,931) p-Valor 0,356 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,069 p-Valor 0,946 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste (0,960) p-Valor 0,341 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste (0,416) p-Valor 0,679 Decisão Não Rejeitar
Nº de Observações = 60Hipótese Nula: Diferença das Médias é ZEROTESTE T
FTSE4Good X FTSE All Share
DJSI X DJ Global
Calvert X Russel 1000
ASPI X DJ EURO
112
α 5%
Estatística de Teste (0,964) p-Valor 0,342 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 2,330 p-Valor 0,026 Decisão Rejeitar
Estatística de Teste (0,901) p-Valor 0,374 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste (0,716) p-Valor 0,479 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,378 p-Valor 0,177 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,803 p-Valor 0,080 Decisão Não Rejeitar
TESTE THipótese Nula: Diferença das Médias é ZERONº de Observações = 35
Jantzi X S&P TSX 60
Ethibel X S&P 500
FTSE4Good X FTSE All Share
DJSI X DJ Global
Calvert X Russel 1000
ASPI X DJ EURO
113
α 5%
Estatística de Teste (0,523) p-Valor 0,607 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,869 p-Valor 0,077 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste (1,278) p-Valor 0,217 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste (1,796) p-Valor 0,088 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,654 p-Valor 0,521 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,396 p-Valor 0,179 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste (0,971) p-Valor 0,344 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste (0,044) p-Valor 0,965 Decisão Não Rejeitar
Jantzi X S&P TSX 60
KLD X Russel 1000
JSE X FTSE/JSE All Share
DJSI X DJ Global
Calvert X Russel 1000
ASPI X DJ EURO
Ethibel X S&P 500
TESTE THipótese Nula: Diferença das Médias é ZERONº de Observações = 20
FTSE4Good X FTSE All Share
114
Resultados dos testes de diferenças entre as médias
(Teste T bicaudal)
Fundos Nacionais
α 5%
Estatística de Teste 0,077 p-Valor 0,939 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,589 p-Valor 0,558 Decisão Não Rejeitar
Ethical II FI X IBOVESPA
TESTE THipótese Nula: Diferença das Médias é ZERONº de Observações = 50
Ethical FI X IBOVESPA
α 5%
Estatística de Teste 0,381 p-Valor 0,707 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,900 p-Valor 0,378 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 2,025 p-Valor 0,055 Decisão Não Rejeitar
Ethical II FI X IBOVESPA
Itaú Excelência X IBOVESPA
TESTE THipótese Nula: Diferença das Médias é ZERONº de Observações = 23
Ethical FI X IBOVESPA
115
Apêndice 8
Resultados dos testes de diferenças entre as variâncias
(Teste F unicaudal)
Índices Internacionais
α 5%
Estatística de Teste 1,142 p-Valor 0,305 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,093 p-Valor 0,367 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,295 p-Valor 0,161 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,084 p-Valor 0,378 Decisão Não Rejeitar
DJSI X DJ Global
Calvert X Russel 1000
ASPI X DJ EURO
TESTE FHipótese Nula: Diferença das variâncias é ZERONº de Observações = 60
FTSE4Good X FTSE All Share
116
α 5%
Estatística de Teste 0,711 p-Valor 0,162 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,217 p-Valor 0,285 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,240 p-Valor 0,267 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,121 p-Valor 0,370 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,324 p-Valor 0,209 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,842 p-Valor 0,310 Decisão Não Rejeitar
TESTE FHipótese Nula: Diferença das variâncias é ZERONº de Observações = 35
FTSE4Good X FTSE All Share
DJSI X DJ Global
Calvert X Russel 1000
ASPI X DJ EURO
Ethibel X S&P 500
Jantzi X S&P TSX 60
117
α 5%
Estatística de Teste 0,851 p-Valor 0,364 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,043 p-Valor 0,464 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,302 p-Valor 0,286 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,998 p-Valor 0,498 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,219 p-Valor 0,335 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,981 p-Valor 0,483 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 1,018 p-Valor 0,485 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,425 p-Valor 0,035 Decisão Não Rejeitar
Jantzi X S&P TSX 60
KLD X Russel 1000
JSE X FTSE/JSE All Share
DJSI X DJ Global
Calvert X Russel 1000
ASPI X DJ EURO
Ethibel X S&P 500
TESTE FHipótese Nula: Diferença das variâncias é ZERONº de Observações = 20
FTSE4Good X FTSE All Share
118
Resultados dos testes de diferenças entre as variâncias
(Teste F unicaudal)
Índices Nacionais
α 5%
Estatística de Teste 0,685 p-Valor 0,095 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,687 p-Valor 0,096 Decisão Não Rejeitar
Ethical II FI X IBOVESPA
TESTE FHipótese Nula: Diferença das variâncias é ZERONº de Observações = 50
Ethical FI X IBOVESPA
α 5%
Estatística de Teste 0,922 p-Valor 0,426 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,905 p-Valor 0,409 Decisão Não Rejeitar
Estatística de Teste 0,885 p-Valor 0,389 Decisão Não Rejeitar
Ethical II FI X IBOVESPA
Itaú Excelência X IBOVESPA
TESTE FHipótese Nula: Diferença das variâncias é ZERONº de Observações = 23
Ethical FI X IBOVESPA
119
Apêndice 9
Índice de Sharpe
Índices Internacionais
Índices de Sustentabilidade
Sharpe (séries com
20 obs)
Sharpe (séries com
35 obs)
Sharpe (séries com
60 obs)FTSE4Good (0,104) 0,000 0,004 DJSI (0,061) 0,030 0,020 CALVERT (0,230) (0,095) (0,025) ASPI 0,058 0,109 0,037 Ethibel (0,138) (0,006) -Jantzi 0,168 0,059 -KLD (0,220) - -JSE 0,382 - -
BenchmarksSharpe
(séries com 20 obs)
Sharpe (séries com
35 obs)
Sharpe (séries com
60 obs)FTSE All Share (0,019) 0,084 0,063 DJ World (0,318) (0,186) 0,017 Russel 1000 (0,172) (0,066) (0,001) DJ EURO 0,087 0,130 0,045 S&P 500 (0,219) (0,096) -S&P/TSX 60 (0,102) (0,179) -Russel 1000 (0,172) - -FTSE/JSE All Share 0,256 - -
120
Apêndice 10
Séries de dados de rentabilidade
(60 observações)
Índices Internacionais
Data FTSE4Good Rentabilidade
FTSE4Good Rentabilidade Acumulada
FTSE ALL SHARE
Rentabilidade
FTSE ALL SHARE
Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/1/2001 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%28/2/2001 -10,2% -10,2% -6,0% -6,0% -4,2%30/3/2001 -7,2% -17,3% -7,0% -13,0% -4,3%30/4/2001 7,1% -10,2% 6,4% -6,6% -3,6%31/5/2001 -1,2% -11,5% -2,7% -9,3% -2,2%29/6/2001 -2,5% -13,9% -3,9% -13,2% -0,7%31/7/2001 -1,3% -15,3% -1,2% -14,4% -0,9%31/8/2001 -5,4% -20,7% -0,2% -14,6% -6,2%28/9/2001 -9,4% -30,1% -9,0% -23,6% -6,5%
31/10/2001 1,5% -28,6% 2,2% -21,4% -7,2%30/11/2001 7,3% -21,3% 1,0% -20,4% -0,9%31/12/2001 1,1% -20,1% 2,4% -18,0% -2,2%
31/1/2002 -3,0% -23,2% -3,0% -20,9% -2,3%28/2/2002 -2,3% -25,5% -1,5% -22,4% -3,1%29/3/2002 4,6% -20,9% 4,6% -17,8% -3,1%30/4/2002 -3,6% -24,5% 0,5% -17,3% -7,2%31/5/2002 -0,7% -25,2% -0,6% -17,9% -7,3%28/6/2002 -6,2% -31,3% -4,2% -22,1% -9,2%31/7/2002 -9,5% -40,8% -8,4% -30,5% -10,4%30/8/2002 0,2% -40,7% -0,8% -31,2% -9,4%30/9/2002 -11,7% -52,4% -11,0% -42,2% -10,2%
31/10/2002 9,8% -42,6% 7,1% -35,1% -7,5%29/11/2002 5,7% -36,9% 2,9% -32,2% -4,7%31/12/2002 -6,0% -42,9% -1,9% -34,1% -8,8%
31/1/2003 -3,6% -46,4% -6,6% -40,7% -5,7%28/2/2003 -2,3% -48,8% -2,8% -43,5% -5,2%31/3/2003 -0,4% -49,2% -1,1% -44,7% -4,5%30/4/2003 9,6% -39,6% 10,1% -34,5% -5,1%30/5/2003 5,3% -34,3% 7,4% -27,1% -7,2%30/6/2003 1,4% -32,9% -0,1% -27,2% -5,7%31/7/2003 2,1% -30,8% 2,5% -24,7% -6,1%29/8/2003 0,6% -30,2% -2,3% -27,0% -3,2%30/9/2003 0,4% -29,8% 3,8% -23,2% -6,6%
31/10/2003 6,3% -23,5% 7,2% -16,0% -7,4%28/11/2003 1,7% -21,8% 2,5% -13,6% -8,2%31/12/2003 6,1% -15,7% 6,8% -6,8% -8,9%
30/1/2004 1,8% -13,9% 0,5% -6,3% -7,7%27/2/2004 1,5% -12,4% 5,1% -1,2% -11,2%31/3/2004 -1,6% -14,1% -3,6% -4,8% -9,3%30/4/2004 -2,4% -16,4% -1,6% -6,4% -10,0%31/5/2004 0,9% -15,5% 2,0% -4,4% -11,1%30/6/2004 1,5% -14,0% 0,0% -4,4% -9,6%30/7/2004 -3,8% -17,8% -1,1% -5,5% -12,3%31/8/2004 0,2% -17,6% -0,5% -6,0% -11,6%30/9/2004 1,4% -16,2% 3,6% -2,4% -13,8%
29/10/2004 3,2% -13,0% 2,4% 0,0% -13,0%30/11/2004 4,6% -8,5% 6,6% 6,6% -15,0%31/12/2004 3,8% -4,7% 3,8% 10,4% -15,0%
31/1/2005 -2,9% -7,6% -1,2% 9,2% -16,8%28/2/2005 2,7% -4,9% 4,3% 13,5% -18,4%31/3/2005 -2,0% -6,9% -3,3% 10,2% -17,0%29/4/2005 -2,2% -9,0% -1,0% 9,2% -18,2%31/5/2005 1,3% -7,8% -1,6% 7,6% -15,4%30/6/2005 0,4% -7,4% 1,4% 9,0% -16,4%29/7/2005 2,9% -4,5% 1,2% 10,2% -14,7%31/8/2005 0,5% -4,0% 2,3% 12,5% -16,5%30/9/2005 1,5% -2,5% 2,1% 14,6% -17,1%
31/10/2005 -1,8% -4,4% -2,5% 12,1% -16,4%30/11/2005 3,0% -1,3% 0,3% 12,4% -13,8%30/12/2005 1,9% 0,6% 3,2% 15,6% -15,0%
121
Data DJSI Rentabilidade
DJSI Rentabilidade Acumulada
DJ Global Rentabilidade
DJ Global Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/1/2001 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%28/2/2001 -9,4% -9,4% -3,6% -3,6% -5,8%30/3/2001 -7,4% -16,8% -5,9% -9,5% -7,3%30/4/2001 8,1% -8,7% 8,7% -0,8% -7,9%31/5/2001 -3,0% -11,8% 1,6% 0,8% -12,6%29/6/2001 -2,8% -14,6% -3,8% -2,9% -11,6%31/7/2001 -1,1% -15,6% 0,2% -2,7% -12,9%31/8/2001 -4,4% -20,0% -5,4% -8,2% -11,9%28/9/2001 -8,6% -28,6% -11,1% -19,2% -9,4%
31/10/2001 3,5% -25,2% 2,6% -16,7% -8,5%30/11/2001 5,8% -19,3% 8,6% -8,1% -11,2%31/12/2001 1,0% -18,3% 1,7% -6,4% -11,9%31/1/2002 -3,9% -22,2% -1,0% -7,4% -14,8%28/2/2002 -0,6% -22,9% 1,9% -5,5% -17,4%29/3/2002 4,1% -18,8% 2,9% -2,6% -16,2%30/4/2002 -3,0% -21,9% -4,4% -7,0% -14,9%31/5/2002 -0,8% -22,6% -0,2% -7,2% -15,5%28/6/2002 -6,1% -28,7% -6,9% -14,1% -14,7%31/7/2002 -9,6% -38,3% -5,5% -19,5% -18,8%30/8/2002 -0,2% -38,5% -0,8% -20,4% -18,1%30/9/2002 -12,0% -50,5% -12,4% -32,7% -17,7%
31/10/2002 9,3% -41,2% 10,6% -22,1% -19,0%29/11/2002 4,9% -36,3% 5,9% -16,2% -20,1%31/12/2002 -5,5% -41,7% -6,2% -22,4% -19,3%31/1/2003 -3,8% -45,5% -3,5% -25,9% -19,6%28/2/2003 -1,9% -47,4% -2,0% -27,9% -19,5%31/3/2003 -0,5% -47,8% 1,3% -26,6% -21,2%30/4/2003 9,8% -38,1% 6,1% -20,5% -17,5%30/5/2003 5,0% -33,0% 4,4% -16,2% -16,9%30/6/2003 1,9% -31,1% 1,5% -14,6% -16,5%31/7/2003 2,4% -28,7% 2,8% -11,9% -16,8%29/8/2003 0,3% -28,4% 2,0% -9,9% -18,5%30/9/2003 0,8% -27,6% -1,5% -11,4% -16,2%
31/10/2003 7,1% -20,6% 5,7% -5,7% -14,9%28/11/2003 2,2% -18,3% -0,2% -5,9% -12,4%31/12/2003 6,5% -11,8% 6,9% 1,0% -12,8%30/1/2004 1,0% -10,8% 0,3% 1,3% -12,1%27/2/2004 1,6% -9,3% 0,9% 2,2% -11,5%31/3/2004 -2,0% -11,2% -2,1% 0,1% -11,3%30/4/2004 -2,6% -13,9% -1,3% -1,2% -12,6%31/5/2004 0,9% -13,0% -0,4% -1,6% -11,4%30/6/2004 1,1% -11,8% 2,4% 0,9% -12,7%30/7/2004 -3,5% -15,4% -2,8% -2,0% -13,4%31/8/2004 0,3% -15,1% 0,3% -1,6% -13,4%30/9/2004 1,8% -13,3% -0,9% -2,6% -10,7%
29/10/2004 2,5% -10,8% -0,5% -3,1% -7,7%30/11/2004 5,6% -5,3% 4,0% 0,9% -6,2%31/12/2004 3,7% -1,6% 3,4% 4,3% -5,9%31/1/2005 -2,5% -4,0% -2,7% 1,6% -5,6%28/2/2005 3,8% -0,3% 2,6% 4,2% -4,5%31/3/2005 -2,4% -2,7% -2,4% 1,8% -4,5%29/4/2005 -2,2% -4,9% -3,0% -1,2% -3,7%31/5/2005 1,0% -3,8% 2,7% 1,5% -5,4%30/6/2005 0,3% -3,5% -1,8% -0,3% -3,2%29/7/2005 2,7% -0,8% 3,6% 3,2% -4,0%31/8/2005 0,4% -0,4% -1,5% 1,7% -2,2%30/9/2005 2,8% 2,4% 0,8% 2,6% -0,2%
31/10/2005 -2,2% 0,2% -1,2% 1,4% -1,2%30/11/2005 2,7% 2,8% 3,5% 4,9% -2,0%30/12/2005 2,2% 5,0% -0,8% 4,0% 1,0%
122
Data CALVERT Rentabilidade
Calvert Rentabilidade
Acumulada
Russel 1000 Rentabilidade
Russel 1000 Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade
Acumulada
31/1/2001 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%28/2/2001 -11,9% -11,9% -9,5% -9,5% -2,4%30/3/2001 -7,8% -19,7% -6,7% -16,2% -3,5%30/4/2001 8,5% -11,2% 8,0% -8,2% -3,0%31/5/2001 0,0% -11,2% 0,5% -7,7% -3,5%29/6/2001 -1,4% -12,7% -2,4% -10,1% -2,6%31/7/2001 -1,8% -14,4% -1,4% -11,5% -2,9%31/8/2001 -7,5% -22,0% -6,2% -17,7% -4,2%28/9/2001 -9,2% -31,2% -8,6% -26,3% -4,9%
31/10/2001 3,3% -27,9% 2,0% -24,3% -3,6%30/11/2001 9,7% -18,2% 7,5% -16,8% -1,4%31/12/2001 0,2% -18,0% 0,9% -15,8% -2,2%31/1/2002 -0,8% -18,8% -1,4% -17,2% -1,6%28/2/2002 -4,9% -23,7% -2,1% -19,3% -4,4%29/3/2002 4,1% -19,7% 4,0% -15,3% -4,3%30/4/2002 -6,2% -25,9% -5,8% -21,1% -4,7%31/5/2002 -1,6% -27,4% -1,0% -22,2% -5,3%28/6/2002 -8,4% -35,9% -7,5% -29,7% -6,2%31/7/2002 -7,5% -43,3% -7,5% -37,2% -6,2%30/8/2002 0,4% -42,9% 0,3% -36,8% -6,1%30/9/2002 -11,5% -54,4% -10,9% -47,7% -6,7%
31/10/2002 11,2% -43,2% 8,1% -39,5% -3,7%29/11/2002 6,3% -37,0% 5,7% -33,9% -3,1%31/12/2002 -7,0% -43,9% -5,8% -39,7% -4,2%31/1/2003 -2,3% -46,2% -2,5% -42,3% -4,0%28/2/2003 -1,3% -47,5% -1,7% -44,0% -3,5%31/3/2003 0,7% -46,8% 0,9% -43,1% -3,7%30/4/2003 8,5% -38,3% 7,9% -35,2% -3,1%30/5/2003 5,8% -32,6% 5,5% -29,7% -2,9%30/6/2003 1,1% -31,5% 1,2% -28,5% -3,0%31/7/2003 2,6% -28,9% 1,8% -26,6% -2,2%29/8/2003 1,4% -27,5% 1,9% -24,8% -2,7%30/9/2003 -1,3% -28,8% -1,2% -25,9% -2,9%
31/10/2003 6,5% -22,3% 5,7% -20,2% -2,0%28/11/2003 1,0% -21,3% 1,0% -19,2% -2,1%31/12/2003 3,7% -17,6% 4,6% -14,6% -3,1%30/1/2004 2,3% -15,4% 1,8% -12,8% -2,6%27/2/2004 0,4% -15,0% 1,2% -11,6% -3,4%31/3/2004 -1,7% -16,7% -1,5% -13,1% -3,6%30/4/2004 -2,1% -18,8% -1,9% -15,0% -3,8%31/5/2004 2,2% -16,6% 1,3% -13,7% -2,9%30/6/2004 0,9% -15,7% 1,7% -12,0% -3,6%30/7/2004 -4,3% -19,9% -3,6% -15,7% -4,3%31/8/2004 0,1% -19,8% 0,3% -15,4% -4,5%30/9/2004 0,3% -19,5% 1,1% -14,2% -5,3%
29/10/2004 1,7% -17,9% 1,5% -12,8% -5,1%30/11/2004 3,8% -14,1% 4,1% -8,7% -5,4%31/12/2004 3,6% -10,5% 3,5% -5,2% -5,3%31/1/2005 -3,7% -14,2% -2,6% -7,8% -6,4%28/2/2005 0,4% -13,8% 2,0% -5,8% -8,0%31/3/2005 -2,0% -15,8% -1,7% -7,5% -8,3%29/4/2005 -2,3% -18,2% -2,0% -9,5% -8,7%31/5/2005 4,5% -13,6% 3,4% -6,1% -7,5%30/6/2005 -0,3% -14,0% 0,3% -5,8% -8,1%29/7/2005 4,4% -9,6% 3,8% -2,1% -7,5%31/8/2005 -1,4% -11,0% -1,1% -3,1% -7,9%30/9/2005 0,1% -10,9% 0,8% -2,3% -8,6%
31/10/2005 -0,8% -11,7% -1,9% -4,2% -7,5%30/11/2005 4,4% -7,2% 3,5% -0,6% -6,6%30/12/2005 -0,5% -7,7% 0,0% -0,6% -7,1%
123
Data ASPI Rentabilidade
ASPI Rentabilidade Acumulada
DJ EURO Rentabilidade
DJ EURO Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/1/2001 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%28/2/2001 -10,1% -10,1% -9,8% -9,8% -0,2%30/3/2001 -7,0% -17,1% -8,3% -18,1% 1,1%30/4/2001 9,5% -7,6% 8,5% -9,6% 2,0%31/5/2001 -6,7% -14,3% -6,5% -16,2% 1,9%29/6/2001 -4,1% -18,4% -4,0% -20,2% 1,8%31/7/2001 -0,5% -18,9% -0,3% -20,5% 1,6%31/8/2001 -4,6% -23,5% -3,3% -23,9% 0,4%28/9/2001 -12,1% -35,6% -13,6% -37,5% 1,9%
31/10/2001 4,4% -31,2% 4,7% -32,8% 1,6%30/11/2001 6,1% -25,0% 5,1% -27,7% 2,6%31/12/2001 2,2% -22,9% 1,9% -25,8% 2,9%31/1/2002 -5,2% -28,1% -4,8% -30,6% 2,5%28/2/2002 -0,2% -28,2% -0,1% -30,7% 2,5%29/3/2002 4,9% -23,3% 5,4% -25,3% 2,0%30/4/2002 -2,1% -25,4% -1,7% -27,0% 1,5%31/5/2002 -0,8% -26,3% -0,7% -27,7% 1,4%28/6/2002 -2,9% -29,2% -2,7% -30,4% 1,3%31/7/2002 -14,3% -43,5% -14,4% -44,8% 1,3%30/8/2002 1,7% -41,8% 0,9% -43,9% 2,1%30/9/2002 -18,4% -60,2% -17,3% -61,2% 1,0%
31/10/2002 15,2% -45,0% 13,0% -48,2% 3,2%29/11/2002 6,8% -38,3% 6,7% -41,5% 3,2%31/12/2002 -6,0% -44,3% -5,2% -46,7% 2,4%31/1/2003 -3,5% -47,8% -2,4% -49,1% 1,2%28/2/2003 -5,4% -53,3% -4,2% -53,3% 0,0%31/3/2003 -3,0% -56,3% -3,2% -56,4% 0,1%30/4/2003 17,9% -38,4% 15,8% -40,6% 2,2%30/5/2003 5,2% -33,2% 6,5% -34,1% 0,9%30/6/2003 1,3% -31,9% 0,9% -33,2% 1,3%31/7/2003 2,3% -29,6% 2,1% -31,1% 1,5%29/8/2003 -0,4% -30,0% 0,0% -31,1% 1,1%30/9/2003 0,1% -29,9% 0,5% -30,6% 0,7%
31/10/2003 7,5% -22,4% 7,0% -23,6% 1,3%28/11/2003 5,4% -17,0% 5,6% -18,0% 1,0%31/12/2003 9,2% -7,8% 8,8% -9,3% 1,5%30/1/2004 1,4% -6,3% 1,6% -7,7% 1,3%27/2/2004 1,6% -4,7% 1,9% -5,7% 1,0%31/3/2004 -4,5% -9,3% -4,1% -9,8% 0,6%30/4/2004 -2,5% -11,7% -1,8% -11,6% -0,1%31/5/2004 0,2% -11,6% 0,2% -11,5% -0,1%30/6/2004 2,2% -9,3% 2,4% -9,1% -0,3%30/7/2004 -4,4% -13,7% -4,0% -13,0% -0,6%31/8/2004 -0,7% -14,4% -0,5% -13,5% -0,8%30/9/2004 4,3% -10,0% 4,5% -9,0% -1,0%
29/10/2004 4,8% -5,2% 5,1% -3,9% -1,3%30/11/2004 7,1% 1,9% 7,4% 3,5% -1,5%31/12/2004 4,9% 6,8% 5,4% 8,8% -2,0%31/1/2005 -2,8% 4,0% -2,5% 6,3% -2,3%28/2/2005 5,0% 9,0% 4,6% 10,9% -1,9%31/3/2005 -2,2% 6,8% -2,5% 8,5% -1,6%29/4/2005 -4,8% 2,0% -4,6% 3,9% -1,8%31/5/2005 0,5% 2,5% 0,4% 4,3% -1,8%30/6/2005 1,3% 3,8% 1,5% 5,8% -2,0%29/7/2005 4,8% 8,6% 4,7% 10,5% -1,9%31/8/2005 -0,3% 8,3% 0,2% 10,7% -2,4%30/9/2005 2,9% 11,2% 2,7% 13,3% -2,1%
31/10/2005 -3,6% 7,6% -3,9% 9,4% -1,8%30/11/2005 2,1% 9,7% 2,3% 11,7% -2,0%30/12/2005 3,8% 13,5% 4,0% 15,7% -2,2%
124
Séries de dados de rentabilidade
(35 observações)
Índices Internacionais
Data FTSE4Good Rentabilidade
FTSE4Good Rentabilidade Acumulada
FTSE ALL SHARE
Rentabilidade
FTSE ALL SHARE
Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
28/2/2003 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%31/3/2003 -0,4% -0,4% -1,1% -1,1% 0,7%30/4/2003 9,6% 9,2% 10,1% 9,0% 0,2%30/5/2003 5,3% 14,5% 7,4% 16,4% -2,0%30/6/2003 1,4% 15,8% -0,1% 16,3% -0,5%31/7/2003 2,1% 17,9% 2,5% 18,9% -0,9%29/8/2003 0,6% 18,6% -2,3% 16,5% 2,0%30/9/2003 0,4% 19,0% 3,8% 20,3% -1,3%
31/10/2003 6,3% 25,3% 7,2% 27,5% -2,2%28/11/2003 1,7% 27,0% 2,5% 30,0% -3,0%31/12/2003 6,1% 33,1% 6,8% 36,8% -3,7%30/1/2004 1,8% 34,8% 0,5% 37,3% -2,4%27/2/2004 1,5% 36,3% 5,1% 42,3% -6,0%31/3/2004 -1,6% 34,7% -3,6% 38,7% -4,1%30/4/2004 -2,4% 32,3% -1,6% 37,1% -4,8%31/5/2004 0,9% 33,2% 2,0% 39,1% -5,9%30/6/2004 1,5% 34,7% 0,0% 39,1% -4,4%30/7/2004 -3,8% 30,9% -1,1% 38,0% -7,1%31/8/2004 0,2% 31,2% -0,5% 37,5% -6,4%30/9/2004 1,4% 32,6% 3,6% 41,1% -8,5%
29/10/2004 3,2% 35,7% 2,4% 43,5% -7,8%30/11/2004 4,6% 40,3% 6,6% 50,1% -9,8%31/12/2004 3,8% 44,1% 3,8% 53,9% -9,8%31/1/2005 -2,9% 41,2% -1,2% 52,7% -11,6%28/2/2005 2,7% 43,9% 4,3% 57,0% -13,1%31/3/2005 -2,0% 41,9% -3,3% 53,7% -11,8%29/4/2005 -2,2% 39,7% -1,0% 52,7% -13,0%31/5/2005 1,3% 41,0% -1,6% 51,1% -10,1%30/6/2005 0,4% 41,4% 1,4% 52,6% -11,2%29/7/2005 2,9% 44,2% 1,2% 53,7% -9,5%31/8/2005 0,5% 44,7% 2,3% 56,0% -11,3%30/9/2005 1,5% 46,2% 2,1% 58,2% -11,9%
31/10/2005 -1,8% 44,4% -2,5% 55,6% -11,2%30/11/2005 3,0% 47,4% 0,3% 55,9% -8,5%30/12/2005 1,9% 49,4% 3,2% 59,1% -9,8%
125
Data DJSI Rentabilidade
DJSI Rentabilidade Acumulada
DJ Global Rentabilidade
DJ Global Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
28/2/2003 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%31/3/2003 -0,5% -0,5% 1,3% 1,3% -1,7%30/4/2003 9,8% 9,3% 6,1% 7,4% 1,9%30/5/2003 5,0% 14,3% 4,4% 11,8% 2,6%30/6/2003 1,9% 16,3% 1,5% 13,3% 3,0%31/7/2003 2,4% 18,7% 2,8% 16,0% 2,7%29/8/2003 0,3% 19,0% 2,0% 18,0% 0,9%30/9/2003 0,8% 19,7% -1,5% 16,5% 3,2%
31/10/2003 7,1% 26,8% 5,7% 22,2% 4,6%28/11/2003 2,2% 29,0% -0,2% 22,0% 7,0%31/12/2003 6,5% 35,5% 6,9% 28,9% 6,7%30/1/2004 1,0% 36,5% 0,3% 29,2% 7,4%27/2/2004 1,6% 38,1% 0,9% 30,1% 8,0%31/3/2004 -2,0% 36,1% -2,1% 28,0% 8,2%30/4/2004 -2,6% 33,5% -1,3% 26,7% 6,8%31/5/2004 0,9% 34,4% -0,4% 26,3% 8,1%30/6/2004 1,1% 35,5% 2,4% 28,8% 6,8%30/7/2004 -3,5% 32,0% -2,8% 25,9% 6,1%31/8/2004 0,3% 32,3% 0,3% 26,3% 6,1%30/9/2004 1,8% 34,1% -0,9% 25,3% 8,7%
29/10/2004 2,5% 36,5% -0,5% 24,8% 11,7%30/11/2004 5,6% 42,1% 4,0% 28,8% 13,3%31/12/2004 3,7% 45,8% 3,4% 32,2% 13,6%31/1/2005 -2,5% 43,3% -2,7% 29,5% 13,8%28/2/2005 3,8% 47,1% 2,6% 32,1% 15,0%31/3/2005 -2,4% 44,7% -2,4% 29,7% 15,0%29/4/2005 -2,2% 42,5% -3,0% 26,7% 15,8%31/5/2005 1,0% 43,5% 2,7% 29,4% 14,1%30/6/2005 0,3% 43,9% -1,8% 27,6% 16,3%29/7/2005 2,7% 46,6% 3,6% 31,1% 15,4%31/8/2005 0,4% 46,9% -1,5% 29,6% 17,3%30/9/2005 2,8% 49,8% 0,8% 30,5% 19,3%
31/10/2005 -2,2% 47,5% -1,2% 29,3% 18,3%30/11/2005 2,7% 50,2% 3,5% 32,8% 17,4%30/12/2005 2,2% 52,4% -0,8% 31,9% 20,5%
126
Data CALVERT Rentabilidade
Calvert Rentabilidade Acumulada
Russel 1000 Rentabilidade
Russel 1000 Rentabilidade
Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
28/2/2003 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%31/3/2003 0,7% 0,7% 0,9% 0,9% -0,2%30/4/2003 8,5% 9,2% 7,9% 8,8% 0,4%30/5/2003 5,8% 15,0% 5,5% 14,3% 0,6%30/6/2003 1,1% 16,0% 1,2% 15,5% 0,5%31/7/2003 2,6% 18,6% 1,8% 17,4% 1,3%29/8/2003 1,4% 20,0% 1,9% 19,2% 0,8%30/9/2003 -1,3% 18,7% -1,2% 18,1% 0,7%
31/10/2003 6,5% 25,3% 5,7% 23,8% 1,5%28/11/2003 1,0% 26,2% 1,0% 24,8% 1,4%31/12/2003 3,7% 29,9% 4,6% 29,4% 0,5%30/1/2004 2,3% 32,2% 1,8% 31,2% 0,9%27/2/2004 0,4% 32,5% 1,2% 32,4% 0,1%31/3/2004 -1,7% 30,8% -1,5% 30,9% -0,1%30/4/2004 -2,1% 28,7% -1,9% 29,0% -0,3%31/5/2004 2,2% 30,9% 1,3% 30,3% 0,6%30/6/2004 0,9% 31,8% 1,7% 32,0% -0,1%30/7/2004 -4,3% 27,6% -3,6% 28,3% -0,8%31/8/2004 0,1% 27,7% 0,3% 28,6% -1,0%30/9/2004 0,3% 28,0% 1,1% 29,8% -1,8%
29/10/2004 1,7% 29,6% 1,5% 31,3% -1,6%30/11/2004 3,8% 33,4% 4,1% 35,3% -1,9%31/12/2004 3,6% 37,0% 3,5% 38,8% -1,8%31/1/2005 -3,7% 33,3% -2,6% 36,2% -2,9%28/2/2005 0,4% 33,7% 2,0% 38,2% -4,5%31/3/2005 -2,0% 31,7% -1,7% 36,5% -4,8%29/4/2005 -2,3% 29,3% -2,0% 34,5% -5,2%31/5/2005 4,5% 33,9% 3,4% 37,9% -4,0%30/6/2005 -0,3% 33,5% 0,3% 38,2% -4,6%29/7/2005 4,4% 37,9% 3,8% 41,9% -4,0%31/8/2005 -1,4% 36,5% -1,1% 40,9% -4,3%30/9/2005 0,1% 36,6% 0,8% 41,7% -5,1%
31/10/2005 -0,8% 35,8% -1,9% 39,8% -4,0%30/11/2005 4,4% 40,3% 3,5% 43,4% -3,1%30/12/2005 -0,5% 39,8% 0,0% 43,4% -3,6%
127
Data ASPI Rentabilidade
ASPI Rentabilidade Acumulada
DJ EURO Rentabilidade
DJ EURO Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
28/2/2003 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%31/3/2003 -3,0% -3,0% -3,2% -3,2% 0,1%30/4/2003 17,9% 14,8% 15,8% 12,7% 2,2%30/5/2003 5,2% 20,1% 6,5% 19,2% 0,9%30/6/2003 1,3% 21,3% 0,9% 20,0% 1,3%31/7/2003 2,3% 23,6% 2,1% 22,2% 1,5%29/8/2003 -0,4% 23,2% 0,0% 22,1% 1,1%30/9/2003 0,1% 23,3% 0,5% 22,6% 0,7%
31/10/2003 7,5% 30,9% 7,0% 29,6% 1,3%28/11/2003 5,4% 36,2% 5,6% 35,2% 1,0%31/12/2003 9,2% 45,5% 8,8% 44,0% 1,5%30/1/2004 1,4% 46,9% 1,6% 45,6% 1,3%27/2/2004 1,6% 48,5% 1,9% 47,5% 1,0%31/3/2004 -4,5% 44,0% -4,1% 43,4% 0,6%30/4/2004 -2,5% 41,5% -1,8% 41,6% -0,1%31/5/2004 0,2% 41,7% 0,2% 41,8% -0,1%30/6/2004 2,2% 43,9% 2,4% 44,2% -0,3%30/7/2004 -4,4% 39,6% -4,0% 40,2% -0,6%31/8/2004 -0,7% 38,9% -0,5% 39,7% -0,8%30/9/2004 4,3% 43,2% 4,5% 44,3% -1,0%
29/10/2004 4,8% 48,1% 5,1% 49,3% -1,3%30/11/2004 7,1% 55,2% 7,4% 56,7% -1,5%31/12/2004 4,9% 60,1% 5,4% 62,1% -2,0%31/1/2005 -2,8% 57,3% -2,5% 59,6% -2,3%28/2/2005 5,0% 62,3% 4,6% 64,2% -1,9%31/3/2005 -2,2% 60,1% -2,5% 61,7% -1,6%29/4/2005 -4,8% 55,3% -4,6% 57,1% -1,8%31/5/2005 0,5% 55,8% 0,4% 57,5% -1,8%30/6/2005 1,3% 57,1% 1,5% 59,0% -2,0%29/7/2005 4,8% 61,9% 4,7% 63,7% -1,9%31/8/2005 -0,3% 61,6% 0,2% 63,9% -2,4%30/9/2005 2,9% 64,5% 2,7% 66,6% -2,1%
31/10/2005 -3,6% 60,9% -3,9% 62,7% -1,8%30/11/2005 2,1% 63,0% 2,3% 64,9% -2,0%30/12/2005 3,8% 66,7% 4,0% 69,0% -2,2%
128
Data Ethibel Rentabilidade
ETHIBEL Rentabilidade Acumulada
S&P 500 Rentabilidade
S&P 500 Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
28/2/2003 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%31/3/2003 -0,9% -0,9% 0,8% 0,8% -1,7%30/4/2003 10,2% 9,3% 8,1% 8,9% 0,4%30/5/2003 5,1% 14,4% 5,1% 14,0% 0,4%30/6/2003 1,3% 15,8% 1,1% 15,2% 0,6%31/7/2003 2,2% 18,0% 1,6% 16,8% 1,2%29/8/2003 1,4% 19,4% 1,8% 18,6% 0,8%30/9/2003 0,2% 19,6% -1,2% 17,4% 2,2%
31/10/2003 6,8% 26,4% 5,5% 22,9% 3,5%28/11/2003 2,2% 28,6% 0,7% 23,6% 5,0%31/12/2003 5,5% 34,1% 5,1% 28,7% 5,4%30/1/2004 2,0% 36,1% 1,7% 30,4% 5,7%27/2/2004 1,4% 37,5% 1,2% 31,6% 5,9%31/3/2004 -1,6% 36,0% -1,6% 30,0% 6,0%30/4/2004 -2,5% 33,5% -1,7% 28,3% 5,2%31/5/2004 1,0% 34,5% 1,2% 29,5% 5,0%30/6/2004 2,0% 36,5% 1,8% 31,3% 5,2%30/7/2004 -4,0% 32,5% -3,4% 27,9% 4,6%31/8/2004 -0,4% 32,1% 0,2% 28,1% 4,0%30/9/2004 1,5% 33,6% 0,9% 29,0% 4,6%
29/10/2004 3,4% 37,1% 1,4% 30,4% 6,6%30/11/2004 4,7% 41,8% 3,9% 34,3% 7,5%31/12/2004 3,7% 45,5% 3,2% 37,5% 7,9%31/1/2005 -2,8% 42,6% -2,5% 35,0% 7,6%28/2/2005 2,7% 45,3% 1,9% 36,9% 8,4%31/3/2005 -2,3% 43,0% -1,9% 35,0% 8,0%29/4/2005 -2,4% 40,6% -2,0% 33,0% 7,6%31/5/2005 1,6% 42,1% 3,0% 36,0% 6,2%30/6/2005 0,3% 42,4% 0,0% 36,0% 6,5%29/7/2005 2,5% 44,9% 3,6% 39,6% 5,4%31/8/2005 0,0% 44,9% -1,1% 38,4% 6,5%30/9/2005 1,2% 46,1% 0,7% 39,1% 7,0%
31/10/2005 -2,3% 43,8% -1,8% 37,4% 6,4%30/11/2005 2,6% 46,4% 3,5% 40,9% 5,5%30/12/2005 2,4% 48,7% -0,1% 40,8% 8,0%
129
Data JANTZI Rentabilidade
JANTZI Rentabilidade Acumulada
S&P TSX 60 Rentabilidade
S&P TSX 60 Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
28/2/2003 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%31/3/2003 -2,0% -2,0% -3,9% -3,9% 2,0%30/4/2003 4,9% 2,9% 1,0% -3,0% 5,9%30/5/2003 3,3% 6,2% -0,9% -3,9% 10,1%30/6/2003 1,3% 7,5% 0,2% -3,7% 11,2%31/7/2003 4,1% 11,6% 8,0% 4,3% 7,3%29/8/2003 2,4% 14,0% 2,1% 6,5% 7,5%30/9/2003 -0,2% 13,8% -4,1% 2,3% 11,4%
31/10/2003 6,0% 19,8% 2,2% 4,6% 15,2%28/11/2003 -0,3% 19,5% -1,0% 3,5% 16,0%31/12/2003 4,5% 24,1% 3,8% 7,4% 16,7%30/1/2004 6,3% 30,4% 6,7% 14,1% 16,3%27/2/2004 2,5% 32,8% 3,9% 18,0% 14,9%31/3/2004 -3,7% 29,2% -4,9% 13,1% 16,1%30/4/2004 -3,8% 25,4% 0,3% 13,4% 11,9%31/5/2004 0,6% 26,0% 1,0% 14,5% 11,5%30/6/2004 3,1% 29,1% -0,2% 14,2% 14,9%30/7/2004 -1,0% 28,1% -1,0% 13,3% 14,9%31/8/2004 -0,9% 27,3% -2,2% 11,1% 16,2%30/9/2004 2,6% 29,8% -0,4% 10,7% 19,1%
29/10/2004 3,6% 33,4% -0,7% 10,1% 23,4%30/11/2004 0,3% 33,8% -1,6% 8,5% 25,3%31/12/2004 2,8% 36,5% 3,5% 12,0% 24,5%31/1/2005 -1,9% 34,6% 2,1% 14,1% 20,5%28/2/2005 3,2% 37,8% 4,4% 18,5% 19,3%31/3/2005 0,8% 38,6% -1,6% 16,9% 21,8%29/4/2005 -1,4% 37,3% 1,7% 18,6% 18,6%31/5/2005 1,7% 38,9% 2,6% 21,2% 17,7%30/6/2005 2,1% 41,0% 1,1% 22,3% 18,7%29/7/2005 5,0% 46,0% 5,1% 27,4% 18,7%31/8/2005 1,6% 47,6% -0,5% 26,9% 20,8%30/9/2005 3,2% 50,8% 1,1% 28,0% 22,9%
31/10/2005 -4,0% 46,8% -4,0% 24,0% 22,8%30/11/2005 4,5% 51,3% 3,1% 27,1% 24,2%30/12/2005 3,7% 55,0% 3,5% 30,6% 24,4%
130
Séries de dados de rentabilidade
(20 observações)
Índices Internacionais
Data FTSE4Good Rentabilidade
FTSE4Good Rentabilidade
Acumulada
FTSE ALL SHARE
Rentabilidade
FTSE ALL SHARE
Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade
Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 1,5% 1,5% 0,0% 0,0% 1,5%30/7/2004 -3,8% -2,3% -1,1% -1,1% -1,2%31/8/2004 0,2% -2,1% -0,5% -1,6% -1,5%30/9/2004 1,4% -0,7% 3,6% 2,0% -4,2%
29/10/2004 3,2% 2,5% 2,4% 4,4% 0,1%30/11/2004 4,6% 7,1% 6,6% 11,0% 0,5%31/12/2004 3,8% 10,9% 3,8% 14,8% 7,1%
31/1/2005 -2,9% 8,0% -1,2% 13,6% 9,1%28/2/2005 2,7% 10,7% 4,3% 17,9% 6,4%31/3/2005 -2,0% 8,7% -3,3% 14,6% 12,0%29/4/2005 -2,2% 6,5% -1,0% 13,6% 7,5%31/5/2005 1,3% 7,8% -1,6% 12,0% 9,4%30/6/2005 0,4% 8,2% 1,4% 13,4% 6,7%29/7/2005 2,9% 11,0% 1,2% 14,6% 9,8%31/8/2005 0,5% 11,5% 2,3% 16,9% 9,2%30/9/2005 1,5% 13,0% 2,1% 19,0% 10,9%
31/10/2005 -1,8% 11,2% -2,5% 16,5% 13,7%30/11/2005 3,0% 14,2% 0,3% 16,8% 13,9%30/12/2005 1,9% 16,1% 3,2% 20,0% 12,9%
131
Data DJSI Rentabilidade
DJSI Rentabilidade Acumulada
DJ Global Rentabilidade
DJ Global Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 1,1% 1,1% 2,4% 2,4% -1,3%30/7/2004 -3,5% -2,4% -2,8% -0,4% -2,0%31/8/2004 0,3% -2,1% 0,3% -0,1% -2,0%30/9/2004 1,8% -0,3% -0,9% -1,0% 0,7%
29/10/2004 2,5% 2,1% -0,5% -1,5% 3,6%30/11/2004 5,6% 7,7% 4,0% 2,5% 5,2%31/12/2004 3,7% 11,4% 3,4% 5,9% 5,5%
31/1/2005 -2,5% 8,9% -2,7% 3,2% 5,7%28/2/2005 3,8% 12,7% 2,6% 5,8% 6,9%31/3/2005 -2,4% 10,2% -2,4% 3,4% 6,9%29/4/2005 -2,2% 8,1% -3,0% 0,4% 7,7%31/5/2005 1,0% 9,1% 2,7% 3,1% 6,0%30/6/2005 0,3% 9,4% -1,8% 1,3% 8,2%29/7/2005 2,7% 12,2% 3,6% 4,8% 7,3%31/8/2005 0,4% 12,5% -1,5% 3,3% 9,2%30/9/2005 2,8% 15,4% 0,8% 4,2% 11,2%
31/10/2005 -2,2% 13,1% -1,2% 2,9% 10,2%30/11/2005 2,7% 15,8% 3,5% 6,4% 9,4%30/12/2005 2,2% 18,0% -0,8% 5,6% 12,4%
Data CALVERT Rentabilidade
Calvert Rentabilidade Acumulada
Russel 1000 Rentabilidade
Russel 1000 Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 0,9% 0,9% 1,7% 1,7% -0,7%30/7/2004 -4,3% -3,3% -3,6% -2,0% -1,4%31/8/2004 0,1% -3,2% 0,3% -1,7% -1,6%30/9/2004 0,3% -2,9% 1,1% -0,5% -2,4%
29/10/2004 1,7% -1,3% 1,5% 0,9% -2,2%30/11/2004 3,8% 2,5% 4,1% 5,0% -2,5%31/12/2004 3,6% 6,1% 3,5% 8,5% -2,4%31/1/2005 -3,7% 2,4% -2,6% 5,9% -3,5%28/2/2005 0,4% 2,8% 2,0% 7,9% -5,1%31/3/2005 -2,0% 0,8% -1,7% 6,2% -5,4%29/4/2005 -2,3% -1,6% -2,0% 4,2% -5,8%31/5/2005 4,5% 3,0% 3,4% 7,6% -4,6%30/6/2005 -0,3% 2,6% 0,3% 7,9% -5,2%29/7/2005 4,4% 7,0% 3,8% 11,6% -4,6%31/8/2005 -1,4% 5,6% -1,1% 10,6% -4,9%30/9/2005 0,1% 5,7% 0,8% 11,4% -5,7%
31/10/2005 -0,8% 4,9% -1,9% 9,5% -4,6%30/11/2005 4,4% 9,4% 3,5% 13,1% -3,7%30/12/2005 -0,5% 8,9% 0,0% 13,1% -4,2%
132
Data ASPI Rentabilidade
ASPI Rentabilidade Acumulada
DJ EURO Rentabilidade
DJ EURO Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 2,2% 2,2% 2,4% 2,4% -0,2%30/7/2004 -4,4% -2,1% -4,0% -1,6% -0,5%31/8/2004 -0,7% -2,8% -0,5% -2,1% -0,7%30/9/2004 4,3% 1,5% 4,5% 2,5% -0,9%
29/10/2004 4,8% 6,4% 5,1% 7,5% -1,2%30/11/2004 7,1% 13,5% 7,4% 14,9% -1,4%31/12/2004 4,9% 18,4% 5,4% 20,3% -1,9%31/1/2005 -2,8% 15,6% -2,5% 17,8% -2,2%28/2/2005 5,0% 20,6% 4,6% 22,4% -1,8%31/3/2005 -2,2% 18,4% -2,5% 19,9% -1,5%29/4/2005 -4,8% 13,6% -4,6% 15,3% -1,7%31/5/2005 0,5% 14,1% 0,4% 15,7% -1,7%30/6/2005 1,3% 15,4% 1,5% 17,2% -1,9%29/7/2005 4,8% 20,2% 4,7% 21,9% -1,7%31/8/2005 -0,3% 19,9% 0,2% 22,1% -2,2%30/9/2005 2,9% 22,8% 2,7% 24,8% -2,0%
31/10/2005 -3,6% 19,2% -3,9% 20,9% -1,7%30/11/2005 2,1% 21,3% 2,3% 23,2% -1,9%30/12/2005 3,8% 25,1% 4,0% 27,2% -2,1%
133
Data Ethibel Rentabilidade
ETHIBEL Rentabilidade Acumulada
S&P 500 Rentabilidade
S&P 500 Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 2,0% 2,0% 1,8% 1,8% 0,2%30/7/2004 -4,0% -2,0% -3,4% -1,6% -0,4%31/8/2004 -0,4% -2,4% 0,2% -1,4% -1,0%30/9/2004 1,5% -0,9% 0,9% -0,5% -0,4%
29/10/2004 3,4% 2,5% 1,4% 0,9% 1,6%30/11/2004 4,7% 7,3% 3,9% 4,8% 2,5%31/12/2004 3,7% 10,9% 3,2% 8,0% 2,9%31/1/2005 -2,8% 8,1% -2,5% 5,5% 2,6%28/2/2005 2,7% 10,8% 1,9% 7,4% 3,4%31/3/2005 -2,3% 8,5% -1,9% 5,5% 3,0%29/4/2005 -2,4% 6,1% -2,0% 3,5% 2,6%31/5/2005 1,6% 7,6% 3,0% 6,5% 1,1%30/6/2005 0,3% 7,9% 0,0% 6,5% 1,5%29/7/2005 2,5% 10,4% 3,6% 10,1% 0,3%31/8/2005 0,0% 10,4% -1,1% 8,9% 1,5%30/9/2005 1,2% 11,6% 0,7% 9,6% 1,9%
31/10/2005 -2,3% 9,3% -1,8% 7,9% 1,4%30/11/2005 2,6% 11,8% 3,5% 11,4% 0,5%30/12/2005 2,4% 14,2% -0,1% 11,3% 2,9%
Data JANTZI Rentabilidade
JANTZI Rentabilidade Acumulada
S&P TSX 60 Rentabilidade
S&P TSX 60 Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 3,1% 3,1% -0,2% -0,2% 3,3%30/7/2004 -1,0% 2,1% -1,0% -1,2% 3,3%31/8/2004 -0,9% 1,3% -2,2% -3,4% 4,6%30/9/2004 2,6% 3,8% -0,4% -3,8% 7,6%
29/10/2004 3,6% 7,4% -0,7% -4,4% 11,8%30/11/2004 0,3% 7,8% -1,6% -6,0% 13,7%31/12/2004 2,8% 10,5% 3,5% -2,5% 13,0%31/1/2005 -1,9% 8,6% 2,1% -0,4% 9,0%28/2/2005 3,2% 11,8% 4,4% 4,0% 7,8%31/3/2005 0,8% 12,6% -1,6% 2,4% 10,2%29/4/2005 -1,4% 11,3% 1,7% 4,2% 7,1%31/5/2005 1,7% 12,9% 2,6% 6,7% 6,2%30/6/2005 2,1% 15,0% 1,1% 7,8% 7,2%29/7/2005 5,0% 20,0% 5,1% 12,9% 7,1%31/8/2005 1,6% 21,6% -0,5% 12,4% 9,2%30/9/2005 3,2% 24,9% 1,1% 13,5% 11,3%
31/10/2005 -4,0% 20,8% -4,0% 9,5% 11,3%30/11/2005 4,5% 25,3% 3,1% 12,7% 12,7%30/12/2005 3,7% 29,0% 3,5% 16,1% 12,9%
134
Data KLD Select Social Rentabilidade
KLD Select Social
Rentabilidade Acumulada
Russel 1000 Rentabilidade
Russel 1000 Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 2,2% 2,2% 1,7% 1,7% 0,5%30/7/2004 -3,8% -1,7% -3,6% -2,0% 0,3%31/8/2004 0,7% -1,0% 0,3% -1,7% 0,6%30/9/2004 0,4% -0,6% 1,1% -0,5% -0,1%
29/10/2004 1,5% 0,8% 1,5% 0,9% -0,1%30/11/2004 4,1% 5,0% 4,1% 5,0% -0,1%31/12/2004 3,5% 8,5% 3,5% 8,5% 0,0%
31/1/2005 -3,2% 5,3% -2,6% 5,9% -0,6%28/2/2005 0,6% 5,9% 2,0% 7,9% -2,1%31/3/2005 -1,6% 4,2% -1,7% 6,2% -2,0%29/4/2005 -1,7% 2,6% -2,0% 4,2% -1,7%31/5/2005 4,0% 6,6% 3,4% 7,6% -1,0%30/6/2005 -0,2% 6,4% 0,3% 7,9% -1,5%29/7/2005 2,9% 9,2% 3,8% 11,6% -2,4%31/8/2005 -0,8% 8,4% -1,1% 10,6% -2,2%30/9/2005 0,2% 8,6% 0,8% 11,4% -2,8%
31/10/2005 -1,5% 7,0% -1,9% 9,5% -2,5%30/11/2005 3,7% 10,7% 3,5% 13,1% -2,4%30/12/2005 0,1% 10,8% 0,0% 13,1% -2,3%
Data JSE Socially Rentabilidade
JSE Socially Rentabilidade Acumulada
FTSE/JSE All Share
Rentabilidade
FTSE/JSE All Share
Rentabilidade Acumulada
Excesso Rentabilidade Acumulada
31/5/2004 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%30/6/2004 -2,2% -2,2% -8,1% -8,1% 5,8%30/7/2004 2,5% 0,3% 3,5% -4,6% 4,9%31/8/2004 9,4% 9,7% 14,9% 10,3% -0,6%30/9/2004 4,7% 14,4% 2,3% 12,6% 1,8%
29/10/2004 -2,3% 12,1% -6,0% 6,5% 5,6%30/11/2004 6,5% 18,7% 2,0% 8,6% 10,1%31/12/2004 0,4% 19,0% -1,6% 7,0% 12,0%31/1/2005 1,3% 20,3% 6,7% 13,7% 6,6%28/2/2005 6,4% 26,8% 3,0% 16,7% 10,1%31/3/2005 -1,1% 25,7% 5,9% 22,6% 3,1%29/4/2005 -6,5% 19,2% -8,1% 14,5% 4,7%31/5/2005 10,4% 29,6% 22,9% 37,3% -7,8%30/6/2005 2,3% 31,8% 0,4% 37,8% -5,9%29/7/2005 6,7% 38,6% 5,8% 43,6% -5,0%31/8/2005 1,5% 40,0% -1,3% 42,3% -2,3%30/9/2005 10,5% 50,5% 9,4% 51,7% -1,2%
31/10/2005 -2,7% 47,8% 2,8% 54,5% -6,7%30/11/2005 2,0% 49,8% -1,7% 52,7% -2,9%30/12/2005 7,8% 57,6% 5,8% 58,5% -0,9%
135
Séries de dados de rentabilidade
(50 observações)
Índices Nacionais
Data Rentabilidade Ethical FI
Rentabilidade Acumulada Ethical FI
Rentabilidade IBOVESPA
Rentabilidade Acumulada IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
30/11/2001 0% 0% 0% 0% 0%31/12/2001 5% 5% 5% 5% 0%
31/1/2002 -6% 0% -6% -1% 1%28/2/2002 10% 9% 10% 9% 0%28/3/2002 -4% 6% -6% 3% 2%30/4/2002 3% 9% -1% 2% 7%31/5/2002 -3% 5% -2% 0% 5%28/6/2002 -4% 1% -13% -13% 14%31/7/2002 -4% -3% -12% -25% 22%30/8/2002 2% 0% 6% -19% 18%30/9/2002 -13% -13% -17% -36% 22%
31/10/2002 17% 3% 18% -18% 21%29/11/2002 0% 3% 3% -15% 18%31/12/2002 5% 8% 7% -7% 16%
31/1/2003 -5% 3% -3% -10% 13%28/2/2003 -2% 1% -6% -16% 18%31/3/2003 5% 7% 10% -7% 13%30/4/2003 5% 12% 11% 5% 7%30/5/2003 4% 16% 7% 12% 4%30/6/2003 -4% 12% -3% 8% 4%31/7/2003 2% 14% 5% 13% 1%29/8/2003 13% 27% 12% 25% 3%30/9/2003 4% 32% 6% 30% 1%
31/10/2003 9% 40% 12% 43% -2%28/11/2003 8% 48% 12% 55% -6%31/12/2003 11% 60% 10% 65% -5%
30/1/2004 2% 62% -2% 63% -1%27/2/2004 -2% 60% 0% 63% -3%31/3/2004 2% 62% 2% 65% -3%30/4/2004 -13% 49% -11% 53% -5%31/5/2004 1% 49% 0% 53% -3%30/6/2004 7% 56% 8% 61% -5%30/7/2004 8% 64% 6% 67% -2%31/8/2004 6% 71% 2% 69% 2%30/9/2004 2% 73% 2% 71% 2%
29/10/2004 1% 74% -1% 70% 5%30/11/2004 7% 81% 9% 79% 2%31/12/2004 10% 90% 4% 83% 7%
31/1/2005 -4% 86% -7% 76% 10%28/2/2005 12% 98% 16% 92% 6%31/3/2005 -8% 90% -5% 86% 4%29/4/2005 -4% 85% -7% 79% 6%31/5/2005 1% 86% 1% 81% 5%30/6/2005 -1% 85% -1% 80% 5%29/7/2005 6% 91% 4% 84% 7%31/8/2005 4% 95% 8% 92% 3%30/9/2005 11% 106% 13% 105% 1%
31/10/2005 -5% 101% -4% 100% 1%30/11/2005 6% 107% 6% 106% 2%30/12/2005 5% 112% 5% 111% 2%
136
Data Rentabilidade Ethical II FI
Rentabilidade Acumulada Ethical II FI
Rentabilidade IBOVESPA
Rentabilidade Acumulada IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
30/11/2001 0% 0% 0% 0% 0%31/12/2001 6% 6% 5% 5% 1%31/1/2002 -6% 0% -6% -1% 1%28/2/2002 10% 10% 10% 9% 1%28/3/2002 -4% 6% -6% 3% 3%30/4/2002 4% 10% -1% 2% 8%31/5/2002 -3% 7% -2% 0% 6%28/6/2002 -4% 3% -13% -13% 16%31/7/2002 -4% -1% -12% -25% 24%30/8/2002 2% 1% 6% -19% 20%30/9/2002 -13% -12% -17% -36% 24%
31/10/2002 17% 6% 18% -18% 23%29/11/2002 0% 5% 3% -15% 20%31/12/2002 5% 11% 7% -7% 18%31/1/2003 -5% 5% -3% -10% 16%28/2/2003 -1% 4% -6% -16% 21%31/3/2003 5% 10% 10% -7% 16%30/4/2003 5% 15% 11% 5% 10%30/5/2003 4% 19% 7% 12% 7%30/6/2003 -4% 15% -3% 8% 7%31/7/2003 2% 18% 5% 13% 5%29/8/2003 14% 31% 12% 25% 7%30/9/2003 5% 36% 6% 30% 6%
31/10/2003 9% 45% 12% 43% 3%28/11/2003 8% 54% 12% 55% -1%31/12/2003 12% 65% 10% 65% 0%30/1/2004 3% 68% -2% 63% 5%27/2/2004 -2% 66% 0% 63% 3%31/3/2004 2% 68% 2% 65% 3%30/4/2004 -13% 55% -11% 53% 2%31/5/2004 1% 56% 0% 53% 3%30/6/2004 7% 63% 8% 61% 2%30/7/2004 8% 71% 6% 67% 5%31/8/2004 6% 78% 2% 69% 9%30/9/2004 2% 80% 2% 71% 9%
29/10/2004 2% 82% -1% 70% 12%30/11/2004 7% 88% 9% 79% 10%31/12/2004 10% 98% 4% 83% 15%31/1/2005 -4% 94% -7% 76% 18%28/2/2005 12% 106% 16% 92% 14%31/3/2005 -8% 98% -5% 86% 12%29/4/2005 -4% 94% -7% 79% 14%31/5/2005 1% 95% 1% 81% 14%30/6/2005 0% 94% -1% 80% 14%29/7/2005 6% 100% 4% 84% 16%31/8/2005 4% 105% 8% 92% 13%30/9/2005 11% 116% 13% 105% 11%
31/10/2005 -3% 113% -4% 100% 12%30/11/2005 7% 119% 6% 106% 13%30/12/2005 5% 124% 5% 111% 14%
137
Séries de dados de rentabilidade
(23 observações)
Índices Nacionais
Data Rentabilidade Ethical FI
Rentabilidade Acumulada Ethical FI
Rentabilidade IBOVESPA
Rentabilidade Acumulada IBOVESPA
Excesso Rentabilidade
Acumulada
27/2/2004 0% 0% 0% 0% 0%31/3/2004 2% 2% 2% 2% 0%30/4/2004 -13% -12% -11% -10% -2%31/5/2004 1% -11% 0% -10% -1%30/6/2004 7% -4% 8% -2% -2%30/7/2004 8% 4% 6% 4% 0%31/8/2004 6% 10% 2% 6% 5%30/9/2004 2% 13% 2% 8% 5%
29/10/2004 1% 14% -1% 7% 7%30/11/2004 7% 21% 9% 16% 5%31/12/2004 10% 30% 4% 20% 10%
31/1/2005 -4% 26% -7% 13% 13%28/2/2005 12% 37% 16% 29% 9%31/3/2005 -8% 30% -5% 23% 6%29/4/2005 -4% 25% -7% 17% 8%31/5/2005 1% 26% 1% 18% 8%30/6/2005 -1% 25% -1% 18% 7%29/7/2005 6% 31% 4% 22% 9%31/8/2005 4% 35% 8% 29% 6%30/9/2005 11% 46% 13% 42% 4%
31/10/2005 -5% 41% -4% 37% 4%30/11/2005 6% 47% 6% 43% 4%30/12/2005 5% 52% 5% 48% 4%
Data Rentabilidade Ethical II FI
Rentabilidade Acumulada Ethical II FI
Rentabilidade IBOVESPA
Rentabilidade Acumulada IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
27/2/2004 0% 0% 0% 1% -1%31/3/2004 2% 2% 2% 2% 0%30/4/2004 -13% -11% -11% -10% -2%31/5/2004 1% -10% 0% -10% 0%30/6/2004 7% -3% 8% -2% -1%30/7/2004 8% 5% 6% 4% 1%31/8/2004 6% 12% 2% 6% 6%30/9/2004 2% 14% 2% 8% 6%
29/10/2004 2% 16% -1% 7% 9%30/11/2004 7% 22% 9% 16% 6%31/12/2004 10% 32% 4% 20% 12%31/1/2005 -4% 28% -7% 13% 15%28/2/2005 12% 40% 16% 29% 11%31/3/2005 -8% 32% -5% 23% 9%29/4/2005 -4% 28% -7% 17% 11%31/5/2005 1% 29% 1% 18% 10%30/6/2005 0% 28% -1% 18% 11%29/7/2005 6% 34% 4% 22% 13%31/8/2005 4% 39% 8% 29% 9%30/9/2005 11% 50% 13% 42% 8%
31/10/2005 -3% 47% -4% 37% 9%30/11/2005 7% 53% 6% 43% 10%30/12/2005 5% 58% 5% 48% 10%
138
Data Rentabilidade Itaú
Excelência
Rentabilidade Acumulada
Itaú Excelência
Rentabilidade IBOVESPA
Rentabilidade Acumulada IBOVESPA
Excesso Rentabilidade Acumulada
27/2/2004 0% 0% 0% 0% 0%31/3/2004 2% 2% 2% 2% 1%30/4/2004 -11% -9% -11% -10% 1%31/5/2004 1% -7% 0% -10% 3%30/6/2004 7% 0% 8% -2% 2%30/7/2004 7% 7% 6% 4% 3%31/8/2004 4% 11% 2% 6% 5%30/9/2004 5% 16% 2% 8% 8%
29/10/2004 1% 16% -1% 7% 9%30/11/2004 4% 21% 9% 16% 5%31/12/2004 8% 29% 4% 20% 9%31/1/2005 -3% 26% -7% 13% 13%28/2/2005 13% 39% 16% 29% 10%31/3/2005 -5% 35% -5% 23% 11%29/4/2005 -8% 27% -7% 17% 10%31/5/2005 2% 29% 1% 18% 11%30/6/2005 2% 30% -1% 18% 13%29/7/2005 7% 37% 4% 22% 16%31/8/2005 10% 47% 8% 29% 18%30/9/2005 12% 59% 13% 42% 17%
31/10/2005 -4% 55% -4% 37% 17%30/11/2005 7% 61% 6% 43% 18%30/12/2005 6% 68% 5% 48% 20%