Post on 17-Apr-2015
“Implicações Ambientais do Fósforo na Qualidade das Águas
Superficiais do Estado de São Paulo”
José Eduardo BevilacquaDivisão de Qualidade das ÁguasDiretoria de Recursos Hídricos e Engenharia Ambiental
O fósforo e a qualidade dos recursos hídricos - Ação prejudicial – age como nutriente nas águas, fundamental no desenvolvimento acelerado de algas, algumas potencialmente tóxicas aos seres vivos.
PADRÃO DE QUALIDADE: 0,025 mg/Lclasses 1, 2 e 3
(Resolução CONAMA 020/86)
• Não existe na legislação padrão de lançamento para fósforo em corpos d’água superficiais.
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RegiãoMe tropolitanade São Pau lo
ESTADO DESÃO PAULO
Região Metropolitana deSão Paulo
Unidades de Gerenciam ento deRecursos Hídricos - UGRHIs
1 M antiqueira2 Paraíba do Sul3 L itora l Norte4 Pardo5 Pirac icaba / Capivari / Jundiaí6 A lto Tietê7 Baixada Santis ta8 Sapucaí / G rande9 M ogi-G uaçu10 Tietê / Sorocaba11 R ibeira de Iguape e L itora l Sul
12 Baixo Pardo / Grande13 Tietê / Jacaré14 A lto P aranapanem a15 Turvo / G rande16 Tietê / Batalha17 M édio Paranapanem a18 São José dos Dourados19 Baixo Tietê20 A guapeí21 Peixe22 Ponta l do Paranapanem a
IQA : Índ ice de Q ualidade das Á guasNO TA : N íveis mín im os de qualidade das águas (durante 80% do tem po o IQ A apresentou-se igual ou superior aos níve is indicados)
Níveis AtuaisIQA
80 - 100
52 - 79
37 - 51
20 - 36
0 - 19
QUALIDADE
Ótima
Boa
Aceitável
Ruim
Péssima
LEGENDA
Limite das UGRHI's
Corpo d ’água sem c lassificação
Lim ite da R egião M etropolitana de São Paulo
TENDÊ NCIA NO S ÚLT IMO S 10 ANOS
NÍVEIS ATUAIS E TENDÊNCIAS DA QUALIDADE DAS ÁGUAS INTERIORES DO
ESTADO DE SÃO PAULO - 2001
22
21
20
19
18
15
16
17
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12
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TAM T 0490 0
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ITA R 0 25 00
PA R N 02 10 0
T ITR02100
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P R E T 02 30 0
T U RV 0 2 80 0
R P R E 0 22 00 T U RV 0 2 50 0
T IET02700
PA R D 02 80 0
B A G R 0 4 60 0
PA R D 02 60 0
S D O M 04 50 0
M O G U02900
PA R D 02 50 0
JC G U03 900
JPEP 03500
O N C A 0 2 50 0
PA R D 02 10 0
M O G U 02 3 00
M O G U 02 2 00
T IB B02700
T IB B 0 2100
TIB T02500
C M DC 02900
JA G R 02800
CR U M 02500
SO RO 02900
SO RO 02700
TIET02450
T IET02400
TIET02350J U N A 02 0 20
J U N A 04 2 70J U N A 04 9 00
PCA B 02135
PC AB 02220
PCA B021 92
PCA B 02100
C P IV 02 90 0
C P IV 02 13 0ATIB02065C PIV02200
AT IB02605
T IR G 02900
SO IT02 900
SO IT02100IPA N02500
PA R B 02 90 0
PA R B 02 70 0
PA R B 02 60 0PA R B 02 49 0
PA R B 02 40 0
PA R B 02 30 0
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P E IX 02 80 0
A G U A 0 2 80 0
A G U A 0 2 10 0
PA R P 0 2 75 0
P E IX 02 10 0
PA R P 0 2 50 0
PA D O 02 60 0
R IB E 02 5 00
T IET026 00
T IET025 00
SO R O 02100
C F U G 0 29 00
R IIG 02 5 00
PCB P02500
P CA B02800PA R N 02 90 0
PA R P 0 2 90 0
SO R O 02200
IR IS 02 90 0
GU A R0 010 0
BATA 02800
G R D E 0 23 0 0
S A M I0 28 00
S A M I0 23 00
JCG U 03400
JA G R 02500
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T IE T04 170
D UVA 04 900
NIN O0 490 0
M O G U 02 1 00
PA R D 02 01 0
P R E T 02 80 0
T ITR 02800
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O fósforo e a qualidade dos recursos hídricos
Porcentagem de resultados não conformesEstado de São Paulo - 2001
91,1
64,3
45,7
37,2 36,132,5 31,5
13,1 10,7 9,76,6 5,3 4,9 4,8 4,5
1,9 1,0 0,9 0,3 0,0 0,0 0,0
84,7
0
10
20
30
40
50
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O fósforo e a qualidade dos recursos hídricos
42% dos corpos d´água estudados mostram comprometimento de seus usos
86% dos corpos d’água estudados mostram comprometimento presente e futuro
DISTRIBUIÇÃO DO ESTADO TRÓFICO 2001 CLOROFILA-A
58%21%
19%2%
MESOTRÓFICOOLIGOTRÓFICO
HIPEREUTRÓFICO
EUTRÓFICO
DISTRIBUIÇÃO DO ESTADO TRÓFICO - 2001 FÓSFORO TOTAL
14%
31%
49%
6%
MESOTRÓFICO
OLIGOTRÓFICOHIPEREUTRÓFICO
EUTRÓFICO
Limitação de crescimento de algas em alguns reservatórios de São Paulo
Fonte: Cepis - OMS
Razão N:P Nutriente
<5 N5 - 10 Indefinido
10 e >10 P
Limitação
* Valor natural sem contribuição antrópica
Concentração total de fósforo nos sedimentos dos reservatórios do Alto Tietê-RMSP e Médio Tietê
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Agrícola
(mg/kg de sedimento)
Concentração total de fósforo (mg/kg) Referência* na bacia do Tiete (UFSCAR,1998)
Urbana Urbana
Urbana Urbana
Urbana + Agrícola
O fósforo e a qualidade dos recursos hídricos
Estado de São Paulo
•645 municípios
•Cerca de metade (295) com menos de 10.000 habitantes
Distribuição populacional no Estado em área urbana
020
406080
100120
até 10m 10 a 30m 30a50m 50a100m 100a500m 500a1000m +1000
Faixa de população
%
Relação entre concentração de Fósforo e populações na Bacia
meses Salesópolis Captação Mogi ETE Suzano Divisa Guarulhos Ponte Aricanduvajaneiro 0,04 0,12 0,28 0,67 0,48março 0,05 0,1 0,28 0,25 0,45maio 0,04 0,08 0,37 1,06 2,26julho 0,03 0,03 0,7 1,72 2,65
setembro 0,03 0,06 0,5 1,37 1,91novembro 0,38 0,32 0,41 0,55 0,76
Fosforo ao longo do Rio Tiete - 2001
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Salesópolis CaptaçãoMogi
ETE Suzano DivisaGuarulhos
PonteAricanduva
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g/L
)
janeiro
março
maio
julho
setembro
novembro
LOCALIDADE População Aproximada Salesópolis 14.000Captação Mogi 38.000ETE Suzano 560000Divisa Guarulhos 1300000Ponte Aricanduva 3600000
População Aproximada
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
3.500.000
4.000.000
Po
pu
laç
ão
População Aproximada
Relação entre concentração de Fósforo e populações na Bacia
Estimativa de cargas de fósforo oriundas dos detergentes em pó
Base de cálculo: consumo per capita
Relações de STTP, P e consumo per capita de detergentes em pó:
Conclusão: Na RMSP, a carga de fósforo é estimada em 14,3 t/dia.
*15,5% de STTP, onde 24,5% deste corresponde a fósforo (COPEBRÁS, 2000) **Consumo estimado no Brasil e na RMSP*** RMSP= população de 19 milhões de habitantes, sendo 80% consumidores de detergentes em pó
Estimativa de cargas de fósforo oriundas dos detergentes em pó
19 MilhõesDieta Humana
Consumo de det. em pó 37%63%
Cenário GlobalCenário RMSP
14,3 t/dia* 60%22,8 t/diaCargas
1,2 g/hab/dia** 40%0,939 g/hab/dia
*80% População consumidora, 9,0 kg/hab/ano **Fontes: Klotter (1960), Wagner (1967), Burs & Ross (1972), Ambüll (1978), Reinolds (1984), Ydi (2000), Inman et. (2001) United Kingdom (2001).
Conclusão: Estima-se que os detergentes em pó incrementam em 63% a carga de fósforo nos esgotos da RMSP. E o STPP representa mais de 50% do fósforo biodisponível nesses esgotos
Comparação com a dieta humana:
Estimativa de cargas de fósforo oriundas dos detergentes em pó
Base de cálculo: consumo per capita x produção de detergentes x produção de STTP.
* ABIPLA, 2002
** CENSO IBGE, 2000
Estimativa de produção de detergentes em pó*
170.000.000 hab**3,5 kg/hab/ano 595.000 t de detergente em
pó/ano
Quantidade de STTP correspondente
92.225 t STTP/ano15,5% de STTP595.000 t de detergente em pó/ano
Estimativa de cargas de fósforo oriundas dos detergentes em pó
* Fonte: ABIQUIM, 2000.
79.555 t P/ano STTP
19.491 t P/ano
54,4 t P/dia nos rios e reservatórios brasileiros
Quantidade de STTP na produção de detergente em pó:82.612 t/ano STTP (totais)*
82.612 x 0,963 = 79.555 t/ano (mercado de detergentes)*
Situação do STPP na Europa (EC, 2002) Pais 1984 1990 % de redução
Áustria 17,3 10,0 100Bélgica 25,5 12,2 100
Dinamarca 18,8 13,9 90Finlândia 13,2 6,3 95França 180,4 127,3 60
Alemanha 192,5 13,1 100Grécia 27,1 12,9 66Irlanda 9,4 4,5 100Itália 117,5 9,7 100
Luxemburgo 1,1 0,5Países Baixos 38,2 1,6 100
Portugal 17,9 14,9 50Espanha 113,9 92,3 65Suécia 22,8 10,9 90
Reino Unido 127,6 127,6 40Total CE 923,2 457,7 77Hungria 26,3 12,5 50
República Tcheca 26,7 12,7Polônia 99,8 47,5 15Suíça 24,0 2,2 900
Deliberações - Estado de São Paulo
• Workshop sobre o assunto (CETESB, ABIPLA, Universidades) - 2002
• Câmara Ambiental Indústria Química e Petroquímica - Criação de GT - Proposta de redução dos impactos
• Sr. Secretário do Meio Ambiente de São Paulo encaminhou o assunto ao CONAMA, para discussão no âmbito federal
Estimativa de cargas de fósforo oriundas dos detergentes em pó
Conclusões:* Como foi demonstrado, o fósforo é uma
substância conservativa e que promove a proliferação de algas nos corpos d’água com conseqüências prejudiciais diversas.
* Os sistemas de tratamento de esgoto no Brasil são, no máximo, de nível secundário, que remove quantidades mínimas de fósforo ( 30%)
Conclusão final
• Dureza das águas brasileiras (<<300 mg/L) não justifica o uso do STPP nos detergentes em pó, com essa finalidade.
• O fósforo é um poluente tipicamente associado aos aglomerados urbanos e não se restringe a São Paulo (Ex: Caruarú e outras cidades e capitais brasileiras)
• A redução da carga adicional de fósforo é, acima de tudo, medida preventiva em oposição a ação corretiva.
Conclusão final
• A linha de decisão quanto à substituição do STPP é suportada na maior parte do mundo (EC, 2002), dados os prejuízos associados.
• Não há implantação de sistemas terciários sem a remoção prévia de STPP nas formulações.
• Constituir (ou manter) GT para discussão no âmbito federal.