IMOBILIZAÇÕES GESSADAS DO MEMBRO INFERIOR1

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IMOBILIZAÇÕES GESSADAS DO MEMBRO INFERIOR

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existem duas razões para a imobilização da fractura: -Prevenir o desvio secundário e a angulação - prevenir movimentos a nível do foco de fractura que possam interferir com a consolidação.

Nem todas as fracturas necessitam de imobilização para que a consolidação ocorra

-Como métodos de imobilização podemos considerar os seguintes: -Imobilizações não rígidas

-Tracções continuas

-Imobilizações gessadas

-Fixação interna e fixação externa.

Indicações As principais indicações dos aparelhos gessados podem ser resumidas em: 1. Imobilizar provisoriamente uma fratura.

2. Imobilizar uma fractura reduzida. 3. Imobilizar membro com traumatismo mesmo sem fractura. 4. Imobilizar articulação com processo infeccioso. 5. Imobilizar mantendo correcção de deformidades. 6. Imobilizar uma região operada.

Os aparelhos gessados não devem ser geralmente usadas com : • feridas abertas • edema severo • síndrome Compartimental • membros insensíveis • Úlceras e/ou feridas em drenagem

Contra-indicações

GESSO SINTETICO

Vantagens

Molda-se com facilidade

Radiotransparente (permite realizar Rx)

Baixo custo económico.

Desvantagens

Seca muito lentamente

Pesado, volumoso e incomodo

Há deterioração com a humidade.

•Resistente à água;

•Rádio transparente - Transparente ao Raio-X;

•Endurecimento rápido;

•Seguro e resistente nas actividades recreativas de crianças

• Leve e Poroso.

Desvantagens - Custo económico elevado

•Não deve utilizar-se no trauma e pós- peratório imediato ou quando há edema

significativo.

•Abrir uma ligadura cada vez para evitar o endurecimento prematuro do material;

•Não aplicar se o material estiver endurecido dentro da embalagem;

•Não aplicar o produto directamente na pele.

•Utilizar sempre malha e algodão sintético para protecção e acolchoamento do local a

ser imobilizado;

Obs: Durante o manuseio do Gesso Sintético recomenda-se a utilização de luvas, uma vez que a resina se transfere e adere sobre a pele.

Malha tubular de algodão (protege a pele do paciente) - A malha tubular evita a

má distribuição das compressões do gesso, evita alergia, proporcionando

também um melhor acabamento na imobilização.

Elástica

Sem costura

Medidas:

5 cm – crianças

7.6 cm – antebraço e braço

10.1 cm – perna e coxa

Ligadura Algodão natural / sintético

Constituída por fibras de poliéster poroso, permite a passagem do ar e ajuda a eliminar a humidade da pele, minimizando os problemas de maceração.

Sintético não aplicar directamente sobre a pele

Medidas:

5 cm – crianças

10 cm – antebraço e braço

15 cm – perna e coxa

A - PREPARAR O PACIENTE

1. Recepcionar o paciente

2. Autorizar ou não a entrada de acompanhante

3. Verificar alergias do paciente aos materiais

4. Certificar-se, com o paciente, sobre o local a ser imobilizado

5. Verificar condições da área a ser imobilizada

6. Libertar a área a ser imobilizada de anéis e outros ornamentos

7. Efectuar a assepsia / penso se existirem feridas

8. Posicionar o paciente

9. Proteger a integridade física do paciente

10. Proteger o paciente com biombo, lençol, avental, cortina ou outro

B – PREPARAR O PROCEDIMENTO

O enfermeiro deverá executar as seguintes acções na pré-aplicação do aparelho de gesso:

1. Confirmar a prescrição médica

2. Analisar o tipo de imobilização com base na prescrição médica

3. Explicar ao paciente o procedimento

4. Posicionar o doente;

5. Informar que as proeminências ósseas e a pele serão protegidas, solicitando ao

paciente que mantenha o membro a ser imobilizado relaxado durante o

procedimento;

6. Informá-lo que após a aplicação da ligadura gessada, o doente irá sentir calor

local, em virtude da reacção exotérmica que ocorre pelo contacto de gesso natural

com a água. Este calor desaparecerá num período de 5 a 15 min.

7. Selecionar e preparar o material a ser utilizado

Material

Malha de algodão;

Algodão ortopédico;

Balde com água tépida;

Material imobilização

Ligaduras Sintéticas / Gesso

Medidas: 5 cm / 7,5 cm – crianças ; 7.5 cm – antebraço e braço 10 cm /12.5 cm– perna e coxa

Talas

Antebraço/Braço - 8-10 camadas ligadura de gesso de 10 / 15 cm

Perna /coxa – 10-12 camadas de ligadura de gesso de 15/ 20 cm

Ligaduras gessadas

Luvas; Tesoura; Resguardo; Ligadura Cambric / Elástica

B – PREPARAR O PROCEDIMENTO

1. Posicionar o doente de maneira a facilitar a aplicação do aparelho;

2. Proteger o doente durante a aplicação do gesso, para evitar que o

Gesso (sintético) entre em contacto com outras partes do corpo;

3. Manter a redução e o alinhamento, aquando da aplicação do gesso;

4. Feridas devem ser cobertas com uma compressa de gaze .Deve-se

marcar uma janela no gesso.

5. Medir (3 cm em excesso para cada lado) e aplicar a malha de algodão,

à extremidade comprometida, tendo cuidado em não deixar dobras.

C - EXECUTAR A IMOBILIZAÇÃO

C - EXECUTAR A IMOBILIZAÇÃO

1. Almofadar ( cobrir a 50% a volta anterior) o

membro lesado com algodão ortopédico para

prevenir as zonas de pressão e compressão

neurovascular,

2. Especial atenção às proeminências ósseas e

extremidades do aparelho onde se devem, pelo

menos, efectuar duas voltas para maior

protecção ;

3. Aplicar gesso / sintético - Abra um rolo de gesso

sintético por vez, pois a humidade ambiental

iniciará a polimerização do material

1. Mergulhar a ligadura de gesso em água morna ( 20-25 ºC) ou à temperatura

ambiente com a extremidade livre.

2. Esta está pronta a ser utilizada, quando parar de borbulhar;

3. Espremer o excesso de água da ligadura. Pode ser feito separando-a pela

extremidade e torcendo-a delicadamente em direcção oposta, ao mesmo tempo

afastando-a com os dedos em direcção ao centro;

C - EXECUTAR A IMOBILIZAÇÃO

1. O aparelho gessado deverá ser aplicado com os segmentos articulares em posição

neutra. Não aplicar ligaduras sob tensão;

2. Aplicar a ligadura em espiral, sem aplicar tensão, sobrepondo metade ou dois terços da

volta anterior

3. À medida que uma das mãos delicadamente enrola as ligaduras, a outra esfrega a

ligadura já moldada, de modo que o resultado final seja uma camada única, em vez

de várias, aumentando a resistência do gesso.

4. A moldagem é conseguida com a palma da mão e deve ser realizada com o gesso

ainda húmido;

C - EXECUTAR A IMOBILIZAÇÃO

1. M. Nas articulações e nos pontos em que se prevê desgaste do

aparelho, deve reforçar-se as camadas de ligadura gessada;

2. N. Assegurar que a parte do corpo fica imobilizada na posição

desejada. O posicionamento incorrecto da extremidade, pode

resultar em contractura ou má consolidação das fracturas;

3. O. A malha de algodão é dobrada por cima das ligaduras gessadas,

e a última ligadura é aplicada para segurar as extremidades soltas

da malha tubular. Este procedimento aumenta o conforto e

melhora a aparência do aparelho gessado;

4. P. Após a colocação do aparelho gessado, limpar as zonas sujas do

gesso com uma compressa húmida. Se não for limpo, amolecerá,

fragmentar-se-á e deslizará por baixo do aparelho, causando

desconforto e possíveis fissuras na pele.

C - EXECUTAR A IMOBILIZAÇÃO

Aparelho Pelvipodálico

É usado para tratar as fracturas do fémur , da bacia, LCA. O aparelho compreende a metade do tronco até ao pé ou pés, com os quadris em abdução e uma barra abdutora. É feita uma abertura no aparelho para eliminação de fezes e urina.

Aparelho Cruropodálico

É usado para tratar as fracturas da tíbia e ou do perónio, lesões ligamentares do joelho. O aparelho envolve toda a região desde o pé até ao quadril e fixa o joelho. O joelho pode ficar discretamente flexionado (0+/- 15º) ou em extensão completa. Tibio-társica a 90º.

Nas crianças pode ser utilizado para correção do Pé boto,

Cilindro

É usado para tratar as fracturas da rotula e lesões ligamentares do joelho.

Estende-se da junção dos terços superior e médio da coxa até a base dos ossos da perna ( 2 a 3 cm acima dos maléolos. O joelho pode ficar discretamente flexionado ( +/- 15º) ou em extensão completa.

Bota

Enfº André Ferreira 19

APARELHO GESSADO INDICAÇÕES TEMPO MEDIO DE IMOBILIZAÇÃO

Imobilização Fechada de gesso

ou sintético tipo bota ou

suropodálico

# maleolar

# metatarsos

Lesão ligamentar da T.T. (grave)

# Astragalo

# Calcâneo

8 a 10 semanas (6 sem. s\ carga)

6 semanas (2 sem. s\ carga)

6 semanas + ortotese

8 a 10 sem.( 6 sem. s\ carga e 3 a 4

sem. em equino)

12 sem. (6 s\ carga + 6 c\ carga)

Imobilização Fechada de gesso

ou sintético tipo cruropodalico

# Tibia

# Peronio

# Prato tibiais alinhadas

# supracondiliana do femur

4 a 6 sem + 4 sem. sarmiento\PTB

4 sem. + 4 sem. sarmiento\PTB

4 a 6 sem. + 4 sem. QTB

4 a 6 sem. + 4 sem. QTB

Imobilização Fechada de gesso

ou sintético tipo cilindro

# rotula (sem afastamento )

L.L. do joelho

6 semanas

2 a 3 sem. + 3 a 4 sem. ortotese

PRINCÍPIOS GERAIS PARA A EXECUÇÃO DE IMOBILIZAÇÕES GESSADAS

Imobilização Fechada de gesso ou sintético tipo bota ou suropodálico

TEMPO MEDIO DE IMOBILIZAÇÃO

8 a 10 semanas (6 sem. s\ carga)

6 semanas (2 sem. s\ carga)

6 semanas + ortotese

8 a 10 sem.( 6 sem. s\ carga e 3 a 4 sem. em equino)

12 sem. (6 s\ carga + 6 c\ carga)

INDICAÇÕES

# maleolar

# metatarsos

Lesão ligamentar da T.T. (grave)

# Astragalo

# Calcâneo

A. Dimensões do aparelho

Extremidade distal atécabeça do metatarso. Se # diáfise colo ou cabeça metatarso prolongar até extremidade dsital dos dedos

Abaixo da tuberosidade proximal da tibia.

Parte posterior do aparelho baixo para permitir a flexão do joelho.

B. Malha Tubular Tamanho de 7,6,10,6 cm cm para adolescentes e adultos. Para crianças pequenas geralmente 3,1 O comprimento da malha deve exeder +/-3 a 5 cm para melhor acabamento.

Imobilização Fechada de gesso ou sintético tipo bota ou suropodálico

D. Técnica de Aplicação do Algodão Coloque o pé e o tornozelo na posição neutra 90º. Aplique o algodão para além da cabeça do metatarso . Enrole em espiral, sobrepondo em 1/2. Aplique uma volta extra na lateral da cabeça do peroneo para proteger o nervo peroneal, e na tibiotarsica para proteger a área do tendão de Aquiles, maléolo lateral e mediano e calcaneo

C. Algodão ortopédico Tamanho de 10 \15 cm de largura para crianças grandes e adultos. Para crianças pequenas geralmente 5 cm Comece a aplicação distalmente.

Primeiro rolo: Enrole distalmente desde a cabeça do metatarso até o joelho justapondo metade ou 2/3 da volta anterior. Segundo rolo: Retire o gesso sintético da embalagem. Coloque rapidamente na água. Esprema uma vez. Aplique desde a cabeça do metatarso até à tuberosidade da tibia. Reforce em torno do calcanhar. Enrole a malha para trás no joelho e no pé sobre a parte superior do gesso Terceiro rolo: Coloque-o na água e esprema. Enrole da parte distal até a proximal, sobrepondo a malha. Modelar o engessamento até endurecer. Opções: Reforce o pé e tibio tarsica para carga.

CUIDADOS APÓS A APLICAÇÃO DO APARELHO DE GESSO

A. As partes do corpo não incluídas no aparelho deverão ser protegidas e cobertas;

B. No caso de a pele ter sofrido lesões, deve-se delimitar uma janela no gesso para, deste modo, avaliar a evolução das mesmas. Depois de aberta, acolchoar com compressas para evitar que o tecido subjacente se exteriorize através delas e forme zonas de pressão nos seus bordos;

C. Deve-se avisar o doente que o gesso provoca calor nas primeiras 24 horas;

D. O membro com gesso deve ser colocado sobre superfícies de apoio uniforme, como por exemplo travesseiros;

E. O enfermeiro ao segurar o membro engessado deve faze-lo com a mão espalmada, de forma a evitar a depressão do gesso e consequências graves como: lesão vascular, neurológica e lesão da pele por compressão;

F. Deve-se proteger o gesso contra a humidade colocando um impermeável e papel absorvente na parte posterior do aparelho;

G. Nos aparelhos gessados pós-cirúrgicos, deve-se observar sinais de

sangramento, isto é, se há presença de manchas de sangue no aparelho e se estas

aumentam de diâmetro, ou se o sangramento é contínuo e intenso, através da

absorção que houve no lençol;

1. Deve ser feito um ensino ao doente sobre:

ii. - Não coçar a pele sob o gesso, pois causa lesões na pele e pode resultar na

formação de uma úlcera cutânea;

iii.- O ar frio do secador pode aliviar o prurido;

iv.- Instruir o doente para não introduzir objectos aguçados sob o gesso, uma

vez que estes podem provocar erosão da pele e levar à infecção;

v.- Manter o gesso exposto ao ar.

H. Deve-se dar importância às queixas álgicas que não cedem a medicamentos;

I. É importante estimular exercícios isométricos das extremidades gessadas para manter

o tónus muscular;

J. As bordas do gesso próximo da região púbica devem ser protegidas durante as

eliminações urinária/fecal e cuidados higiénicos para evitar sujidades no gesso;

K. O padrão respiratório deve ser observado, já que existe a possibilidade de ocorrer uma

embolia;

L. Se deve estar alerta para possíveis odores fétidos, que poderão ser sinal de processo

infeccioso, assim como a formação de tecido necrosado ou drenagem de incisão;

M. É necessário vigiar a presença de náuseas ou vómitos caso o doente se encontre com o

aparelho de gesso no corpo, pois poderá ser sinal de obstrução aguda do duodeno

(síndrome do gesso), devendo-se então neste caso, elevar o decúbito e em casos mais

graves, remover o aparelho de gesso;

Possíveis Complicações do Aparelho Gessado

O papel do enfermeiro é de extrema importância na detecção de sinais e

sintomas que o doente possa apresentar aquando do uso do aparelho gessado.

Algumas das complicações mais frequentes são:

Interferência com a circulação;

Esta pode ser grave e inclusive causar gangrena que resulta na perda total ou parcial do

membro;

A cor, sensibilidade, movimento, tempo de enchimento capilar e temperatura das

extremidades devem ser características de constante avaliação;

Nestes casos é comum a existência de algum edema das extremidades devido à

dificuldade da circulação de retorno, podendo esta ser melhorada com o levantar do

membro acima do plano da cama e encorajando o movimento;

A inexistência de cor, ou a cianose pode indicar dificuldades na circulação.

Possíveis Complicações do Aparelho Gessado

O papel do enfermeiro é de extrema importância na detecção de sinais e

sintomas que o doente possa apresentar aquando do uso do aparelho gessado.

Algumas das complicações mais frequentes são:

Interferência com a circulação;

Esta pode ser grave e inclusive causar gangrena que resulta na perda total ou parcial do

membro;

A cor, sensibilidade, movimento, tempo de enchimento capilar e temperatura das

extremidades devem ser características de constante avaliação;

Nestes casos é comum a existência de algum edema das extremidades devido à

dificuldade da circulação de retorno, podendo esta ser melhorada com o levantar do

membro acima do plano da cama e encorajando o movimento;

A inexistência de cor, ou a cianose pode indicar dificuldades na circulação.

Úlceras de Gesso

Devem-se à técnica defeituosa na aplicação ou manipulação do aparelho

de gesso;

De inicio o doente queixa-se de irritação ou mesmo dor tipo queimadura

debaixo do gesso;

Ocorre perda de sensação à medida que a pressão aumenta e destrói os

tecidos, ocorre então produção de um cheiro fétido.

Ao primeiro sinal de queixa deve fazer-se uma janela e caso haja ferida

esta deve ser tratada como uma ferida aberta e depois de feito o

penso, a janela é tapada com feltro ou algodão firmemente presos com

adesivo afim de evitar edema.

Possíveis Complicações do Aparelho Gessado

Pressão sobre os nervos periféricos

De início ocorre sensação de formigueiro e entorpecimento dos dedos das mãos ou

dos pés, e esta deve ser comunicada imediatamente antes que ocorra perda de

movimentos;

Dermatite

É rara e ocorre quando a pele está muito seca, existindo uma irritação intensa e

sensação de queimadura sobre o gesso. O gesso é bivalvado e reaplicado sobre a pele

bem polvilhado com talco e tecido de malha.

Possíveis Complicações do Aparelho Gessado

INDICAÇÕES:

# tibia

MATERIAIS:

# tibia

TÉCNICA:

# tibia

COMPLICAÇÕES