Post on 19-Apr-2018
II. SEMIÓTICA e
SEMIOLOGIA
1. O que é semiótica e semiologia?
• A semiótica é uma filosofia cientifica da linguagem. Seu campo de estudo trata dos signos e dos processos significativos e da maneira como se relacionam na natureza e na cultura (semiose: criar e recriar significações). – 0 objeto de investigação são todas as
linguagens possíveis.
– Servem para a descrição, analise e interpretação da dimensão representativa dos objetos, processos e fenômenos.
• A semiologia é o estudo dos signos especificamente criados pelos homens, A lingüística é um ramo da semiologia.
A semiologia faz parte da
semiótica ou a semiótica
faz parte da semiologia?
Criar e interpretar os signos é uma
atividade que possibilita a linguagem e a
linguagem possibilita a formação das
sociedades.
Pré - história e primeiras civilizações
Pintura rupestre, Boca de
Lapa do Sol, Brasil
Máscaras "Savi", Rio Sepik, Nova Guiné
Livro dos mortos 2635 a
2154 a.C.
Escultura suméria, Irak, Tell
Asmar, 2,900 - 2,600 a.C.
A preocupação com a definição dos signos aparece nos Diálogos sobre a
Linguagem de Platão.
Semeion = signo
Sema = sinal
Grécia Clássica
Cerâmica, Édipo, 470 a.C. Cerâmica, “A música “ 470 a.C.
Atividade mito-poética = atividade semiótica
Significar: revelar o escondido
A Idade Média se caracteriza por um esforço interpretativo do mundo que
tem origem:
- Na disposição para prolongar a atividade mito poética do homem
clássico através de uma sensibilidade ao sobrenatural.
- Na codificação secreta dos cristãos perseguidos pelos romanos
que depois se converte em um sistema pedagógico e em política
cultural.
- Na fuga do real da condição endêmica de angustia e de
insegurança. O repertório simbólico é uma reação imaginativa ao
sentimento de crise.
Idade Média Simbolismo aberto ao conhecimento popular
Aliud dicitur aliud demostratur
O texto diz sempre alguma coisa diferente do que parece
dizer
Visão simbólico alegórica do universo: todo efeito é signo da própria causa
Não se distingue símbolo de alegoria
A alegoria transforma o fenômeno
em conceito e o conceito em
imagem.O particular vale como
emblema universal. Dizer alguma
coisa diferente do sentido literal.
O símbolo transforma o fenômeno
em idéia e a idéia em uma imagem
por convenção ou regra. No
símbolo não existe similaridade
obvia entre o signo e o significado
Hermenêutica: interpretação dos
textos bíblicos
Sentido literal – enunciado –
ensina os fatos
Sentido alegórico – ensina o que
deves crer
Sentido moral - ensina o que
deves fazer
Sentido anagôgico – ensina ao
que deves tender
Santo Agostinho funda a teoria dos
signos:
“O signo é toda coisa que faz vir à
mente alguma coisa além da
impressão que a própria coisa
causa aos nossos sentidos”
Renascimento
Nicolau de Cusa
– conceito de forma
formarum:
pluralidade dos mundos.
– conceito de contração :
conciliação dos opostos Deus
esta no universo inteiro e em
cada coisa do universo contrai-
se o universo inteiro (o centro
em toda parte e a circunferência
em lugar nenhum)
Marsílio Ficino
– Simpatia e semelhança:
cosmos é uma rede de
influencias em que o homem
pode dominar por meio da
astrologia, da simpatia e do
talismã.
Simbolismo hermético, permitido só aos iniciados
Se o mundo é infinito e se todos os seres
podem aparentar se segundo uma rede
continuamente mutável de simpatias e
semelhanças o simbolismo sempre
permanecera aberto. Quanto mais aberto
tanto mais misterioso e fechado aos não
iniciados.
Barroco - Iluminismo
S. XVII
Francis Bacon – código binário
John Locke – Doutrina dos
signos “Semeiotike”: distingue
as idéias (signos que
representam as coisas) e as
palavras (signos que
representam idéias)
Thomas Hobbes – signos: rede
de tramas mentais
S. XVIII
Johann Lambert Tratado
“Semiotik” Limiar semiótico:
Abaixo: sensações involuntárias,
Acima: signos com cognição
simbólica
Diderot: linguagem distorção da
realidade (linguagem não verbal
superior)
Iconicidade:
correspondência
entre signo e mundo
J.L. David, “O juramento dos Horatii”, 1784
Leonardo Flores,
Santa Margarita,
S.XVIII, Bolívia
Símbolo: pluralidade inaferrável dos sentidos, continua
levitação do significado
Revalorização da metáfora como meio do conhecimento
O discurso artístico vai se diferenciando do discurso filosófico
Estética do idealismo: autonomia
Eugene Delacroix, “A liberdade guiando o povo” 1830
2. Semiótica e semiologia modernas
A semiótica
moderna
Ferdinand de
Saussure
Semiologia
Charles Sanders
Peirce
Semiótica
Sistema binário Sistema triádico
Significado –
Significante
Representamen
– Objeto
- Interpretante
1857-1913 1839-1914
a) Sistema binário
Significado – significante
CADEIRA
Semiologia: o estudo do sistema de signos na vida social
Relações sintagmáticas
Horizontal – o signo mantém
associação com o signo que esta
antes e com aquele que vem
depois. Elementos explícitos: in
presentia
Hoje faz calor
Relações paradigmáticas
Vertical – se reporta à língua que é
um registro semântico estável.
Elementos implícitos: in absentia
Ontem fez frio: o oposto ausente
Dicotomia dos tipos de relações
no signo
-Relações sintagmáticas
-Relações paradigmáticas
Dicotomia entre língua e fala: o primeiro o uso social (o sistema) e o segundo o
uso individual (a norma)
Dicotomia entre sincronia (atual) e diacronia (anterior)
Dicotomia entre tipos de normas, diatópicas (variantes regionais) e diastráticas
(variantes culturais)
Estou estudando - Estou a estudar
To estudando
Romaria
Tu podes
Você pode
Primeira tricotomia: a tricotomia do signo
Signo (representamen) – objeto – interpretante
I
Quali-signo, sin-signo, legi-signo
Quali – signo
Qualidade sígnica
imediata
Sin - signo
Qualidade sígnica
singularizada
Legi – signo
Convenção substitutiva,
normas, padrões
a) Sistema triádico
Signo (representamen) – objeto – interpretante
I
ícone – índice - símbolo
Ícone – semelhança
Índice – relação direta
sem ser semelhante
Símbolo – arbitrário e
convencional
$
Segunda tricotomia: a tricotomia do signo - objeto
Signo (representamen) – objeto – interpretante
I
rema, dicente, argumento
Terceira tricotomia: a tricotomia do signo - interpretante
Rema - termo
Não informa nem justifica
Vestido
Dicente – informa
Mas não justifica
Vestido de grife cara
Argumento – persuasivo
Justifica
-Dedutivo
-Indutivo
-Abdutivo
-Vestido de grife cara, por
tanto para festa especial
Signo
Quali-signo
Transparente, líquido preto, vidro, liso
Sin-signo
Forma curvilínea
25cm de altura por 8 de
diâmetro maior
Legi-signo
Manual de fabricação
Objeto
Ícone
Ilustração da Garrafa
Índice
Consumismo Símbolo
Jovialidade
Interpretante
Rema
O que é? Bebida
Para que serve? Matar a sede
O que é para mim? Bebida
gaseificada doce
Dícente
“Essa porcaria é gostosa”
Argumento
Sucesso de Marketing
e vendas no mundo
SIGNO
Diagrama sintético do signo
WEBTECA
• Panorama da Semiótica: de Platão a Pierce, por Winfried Noth googlebooks
• O que é Semiótica, por Lucia Santaella, ISSUU
• Semiótica, perguntas e respostas, Centro de Estudos Peirceanos
• Iconicidade e Verossimilhança, semiótica aplicada ao texto verbal, por Darcilia Simões