Post on 21-Jun-2015
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Prof.: Rodrigo
1º EMSociologia
CAP 04 - Trabalho
Trabalho
• Existe para satisfazer as necessidades humanas;
- alimentos;
- vestimentas;
- abrigo;
- lazer.
• Essa atividade nem sempre teve o mesmo significado, a mesma organização e o mesmo valor.
A produção nas sociedades tribais
• As sociedades tribais diferenciam-se uma das outras em muitos aspectos, mais pode-se dizer, em termos gerais, que não são estruturadas pela atividade que em nossa sociedade denominamos trabalho. Nelas todos fazem tudo. Ex.: caça, coleta, agricultura e criação.
• A organização dessas atividades caracteriza-se pela divisão das tarefas por sexo e por idade.
• Os equipamentos e instrumentos utilizados, comumente vistos pelo olhar estrangeiro como muito simples e rudimentares, são eficaz para realizar tais tarefas.
• Economia de subsistência e de técnica rudimentar.
• “Sociedades de abundância” ou “sociedades do lazer”: dedicavam um mínimo de horas diárias ao que nós chamamos de trabalho.
Ex.: Os ianomâmis, da Amazônia, dedicavam pouco mais de três horas diárias às tarefas relacionadas à produção.
• A explicação para o fato de os povos tribais trabalhares muito menos do que nós está no modo como se relacionam com a natureza, também diferente do nosso.
“Para eles, a terra é um espaço em que vivem e tem valor cultural, pois dá aos humanos seus frutos: a floresta presenteia os caçadores com os animais de que necessitam para a sobrevivência e os rios oferecem os peixes que ajudam na alimentação. Tudo isso é um presente da mãe natureza”
Escravidão e servidão
• O termo trabalho pode ter nascido do vocabulário latino tripallium, que significa “instrumento de tortura”.
• Nas sociedades grega e romana era a mão de obra escrava que garantia a produção necessária para suprir as necessidades da população.
• Nas sociedades feudais, havia aqueles que trabalhavam – os servos, os camponeses e os aldeãos – muitos trabalhavam em regime de servidão, no qual não gozavam de plena liberdade, mas também não eram escravos.
• Obrigações:
- corveia: construção e manutenção de estradas e pontes;
- talha: uma taxa que se pagava sobre tudo o que se produzia na terra;
- banalidades: uma taxa pelo uso do moinho, do forno, dos tonéis de cerveja e pelo fato de, simplesmente, residir na aldeia.
• Da antiguidade até o fim da Idade Média, as concepções do que denominamos trabalho apresentam variações, mais poucas alterações. Sempre muito desvalorizado, o trabalho não era o elemento central, o núcleo que orientava as relações sociais.
As bases do trabalho na sociedade moderna
• Com o fim do período medieval e a emergência do mercantilismo e do capitalismo, o trabalho “mudou de figura”. Se antes ele era visto como uma atividade penosa e torturante, passou aos poucos a ser considerado algo positivo.
• Foi preciso convencer as pessoas de que trabalhar para os outros era bom;
• Dizia-se que só assim todos sairiam beneficiados.
• Algumas instituições deram a sua colaboração para a mudança.
• Igreja: ter preguiça (não trabalhar) passou a ser pecado;
• Governantes : (leis e decretos que penalizavam quem não trabalhasse);
• Empresários: disciplina (horário);
• Escolas: passaram a ideia de que o trabalho era fundamental para a sociedade (contos – “quem não trabalhava, levava a pior”).
• Transformações nos processos de organização do trabalho:
• Cooperação simples: o artesão ainda desenvolvia, ele próprio, todo o processo produtivo, do molde ao acabamento.
• Manufatura (cooperação avançada): o trabalhador até continuava a ser artesão, mas não fazia tudo, do começo ao fim. O produto tornou-se resultado das atividades de muitos trabalhadores.
• Maquinofatura: o espaço de trabalho, definitivamente, passou a ser a fábrica, pois era lá que estavam as máquinas que “comandavam” o processo de produção.
Evolução das horas de trabalho semanal
Inglaterra França
1650-1750 45 a 55 horas 50 a 60 horas
1750-1850 72 a 80 horas 72 a 80 horas
1850-1937 58 a 60 horas 60 a 68 horas
• O trabalhador estava livre, quer dizer, não era mais escravo nem servo, mas trabalhava mais horas do que antes.
O trabalhador estava livre apenas legalmente porque, na realidade, via-se forçado pela necessidade a fazer o que lhe impunham. E trabalhava mais horas do que antes.
De acordo com Max Weber, em seu livro História econômica (1923), isso era necessário para que o capitalismo existisse.
Não foi fácil submeter os trabalhadores às longas jornadas e aos horários rígidos, pois a maioria deles não estava acostumada a isso.A maior parte da população que foi para as cidades trabalhava anteriormente no campo, onde o único “patrão” era o ritmo da natureza.