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Renísia Cristina Garcia
Capítulo 3 – Diagnóstico
Brasília-DF - 2007
“Parafraseando Florestan Fernandes, ‘no Brasil existe o preconceito de ter preconceito’” (Cardoso, 1997 apud Garcia, 2007).
ANALISANDO HISTORICAMENTE OS NÚMEROS: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
migrou do universalismo ao acesso de oportunidades e, da igualdade formal proclamada na Constituição Federal, como direito constitucional (Silva, 2002).
O DEBATE
Ao problema metodológico de definição da pessoa negra (Silva, 2002).
DISCUSSÃO
Defesa da igualdade
Definição de quem é negro no País
OBSTACULIZADO PRÁTICAS EFETIVAS DE COMBATE À DESIGUALDADE.
ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
CONJUNTURAS HISTÓRICAS
PSICOSSOCIAIS
ECONÔMICAS (DESSA POPULAÇÃO)
NECESSIDADE DE ANALÍSE
PARADOXO
IDEAL BRASILEIRO
PROGRESSO DA NAÇÃO ATRASO DA NAÇÃO
O EPICENTRO É NEGRO
ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
PERÍODO COLONIAL
NO IMPÉRIO
NA PRIMEIRA REPÚBLICA
O NEGRO É SINÔNIMO DE ATRASO NO
BRASIL
Schwartz (2001, apud Dias, 2005) descrevendo a abordagem
de intelectuais comentou: “uma nação de raças mistas, como
a nossa, era inviável e estava fadada ao fracasso”. (p.39)
ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
Décadas de 20 e de 30, negando a estrutura de discriminação histórica brasileira, erige-se o mito da democracia racial.
“Fábula das três raças” – convivência pacífica entre brancos, negros e índios.
Segundo da Matta (1997), “no Brasil o sistema inclui e
hierarquiza de modo complementar, de acordo com o princípio
do “desigual, mas junto (...) todas as etnias se completam para
a formação do ‘povo brasileiro’, pois o que falta em
uma, existe de sobra na outra”.
EXPERIÊNCIAS DE SEGREGAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO
DE MANEIRA CAMUFLADA /DESCONSIDERADAS ACONTECE, ENTÃO:
PELO PODER PÚBLICO; PELA MÍDIA; PELOS INTELECTUAIS
ASSIM, O FENÔMENO DA SEGREGAÇÃO RACIAL PASSA SER IMPERCEPTÍVEL A MAIORIA DA POPULAÇAO BRASILEIRA.
Perfil demográfico e racial da população brasileira
A análise dos indicadores sociais brasileiros evidencia a desigualdade existente entre os grupos raciais – especialmente entre os grupos populacionais brancos e negros. (p. 40)
Existe hoje o reconhecimento de que o estudo da trajetória dos negros éessencial para um país comprometido com a promoção de uma sociedade,efetivamente, democrática. (p. 40)
O dado que chama a atenção é a alteração
da população negra de 1996 para 2003. O
número de pessoas que se autodeclararam
negras aumentou de 44,1% para 47,3%, ou
seja, 3,8% no total geral. Uma análise mais
detalhada deixa entrever que o aumento dos
autodeclarados negros não correspondeu a
um aumento dos autoclassificados brancos,
muito pelo contrário, houve um decréscimo
de brancos em 3,8%. Infere-se que a causa dessa mobilidade tem
a ver com a visibilidade quetem sido dada à
temática racial nesse milênio, pelos órgãos
governamentais.
Perfil demográfico e racial da população brasileira
Remetendo-se a uma análise histórica comparativa de 1999 a 2003, Garcia relata a
“premonição” de Hasenbalg (1997) e à afirmação de Ferreira (1999) e afirma que tendo
disparidades regionais tão grandes pode se sustentar a fala que existe um avanço
numérico de pessoas autodeclaradas negras.
Perfil demográfico e racial da população brasileira
Em todas as regiões brasileiras houve uma diminuição das pessoas autodeclaradas
brancas. Por ordem numérica decrescente, as porcentagens reduzidas foram as
seguintes: Região Centro-Oeste (3,2%); Região Sudeste (2,0%); Região Sul (1,4%);
Região Norte (1,3%), e Região Nordeste (1,2%). Em relação à população autodeclarada
negra, considerando a somatória dos pretos e pardos, o fenômeno foi o inverso. Os
acréscimos de 1999 para 2003, regionalmente, foram: Centro-Oeste (3,3%), Norte
(2,4%), Sudeste (2,1%) Sul (1,5%) e Nordeste (0,9%) (Gráfico 1).
O autor chama atenção para o Nordeste onde houve uma mudança significativa.
Em todas as regiões brasileiras houve uma diminuição das pessoas autodeclaradas brancas. [...] Em relação à população autodeclarada negra, considerando a somatória dos pretos e pardos, o fenômeno foi o inverso.
Perfil demográfico e racial da população brasileira
Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor, segundo as grandes regiões – 2003
No Brasil como um todo, o número de analfabetos negros é o dobro do número de analfabetos brancos. A distância numérica entre analfabetos brancos e negros é maior no Nordeste (34%) e menor no Sudeste (16%). No Norte e no Sul a diferença fica em torno de 18% e no Centro Oeste em 19% (Tabela 3).
Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor, segundo as grandes regiões – 2003
Educação infantil - Creche
Em 2002, a presença de crianças brancas nas creches era 18,7% superior à de crianças negras, 59,1% para 40,4%, respectivamente. Possivelmente, o fato de existirem mais creches privadas do que públicas seja um dos motivos, considerando que a obrigatoriedade do ensino público e gratuito era apenas a partir dos 7 anos, idade de ingresso no ensino fundamental.
O gradiente deixa claro que a diferença de desempenho escolar observada entre alunos brancos, pardos e negros não encontra explicação somente na condição socioeconômica. (Alves, Soares, 2003).
Não há eqüidade no tratamento para crianças brancas e negras no espaçoescolar e isso interfere no rendimento do aluno negro.
A diferença de desempenho entre brancos e negros cresce com o aumentotanto do nível sócio-econômico do aluno como das condições da escola.
Ensino Fundamental
Ensino médio - Participantes do Enem segundo raça/cor – 2001
não houve grandes alterações em relação ao perfil dos participantes de 2001. A população participante
continua sendo a maioria do sexo feminino (60%). Em relação à raça/cor, 51,2% se declararam brancos,
41,4% negros,48 5,1% amarelos e 0,9% indígena. A alteração mais visível é que o número de negros
aumentou de 36% para 41,4% e o de brancos diminuiu de 58,5% para 51,2%.
Com base nesses dados, surge o primeiro grande impasse: por não se considerarem racistas, os entrevistados projetam para a “sociedade”, como uma entidade abstrata, a responsabilidade pelo preconceito, não eles.
Você conhece alguém racista?
O trato diferenciado em função da cor e da condição socioeconômica, na maioria das
vezes, só se torna perceptível quando ousam romper com “sua” localização social
alçando espaços e posições destinadas a populações brancas, de nível socioeconômico
mais alto. Neste universo, seja por ter adquirido um nível de consciência maior (quase
sempre, devido ao acesso à educação), seja pelo fato do preconceito ser mais explícito,
fica mais clara a disparidade racial brasileira.
Essas disparidades atingem a população negra, em todos os níveis. Há uma clara
diferenciação racial ocorrendo em termos de distribuição de bens e serviços. Esta
desigualdade constituinte dos territórios integra também o espaço escolar, assim como
fora dele, e faz com que os alunos negros enfrentem situações de discriminação, que
interferem em seu rendimento escolar. Alves e Soares (2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA!
OBRIGADO!