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Conheçaalgunsaspectoscontrutivos dosdistribuidores defertilizantes ecorretivossólidos, quedevem serobservados paraobter o melhordesempenhopossível damáquina
Janeiro / Fevereiro2003
Distribuidoresfertilizantes
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Para desenvolver a construção e apli-cação das máquinas devemos con-siderar que estas trabalham com três
tipos básicos de fertilizantes, quanto às suas ca-racterísticas físicas ou formas de apresentação:a) fertilizante mineral; b) corretivos; c) fertili-zante orgânico. Os fertilizantes apresentam-sepulverulentos (em pouco uso atualmente), cris-talinos e granulados. Com relação às máquinas,os fertilizantes granulados têm comportamentosimilar aos cristalinos, principalmente em ter-mos de fluxo, ângulo de repouso e densidade, oque não ocorre com os pulverulentos. Os corre-tivos agrícolas no Brasil são, em volume de apli-cação, amplamente dominados pelo calcário, quese apresenta sob forma pulverulenta-cristalina. Osmaiores problemas em sua aplicação são devidosao fluxo nos mecanismos, e à sua apresentação,geralmente úmido devido ao manuseio inadequa-do. Consistência bem diversa têm os fertilizan-
tes orgânicos, que podem ser aplicados sob for-ma sólida (secos e granulados), pastosa ou líqui-da (chorume e vinhaça).
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OS DISTRIBUIDORES
Os distribuidores, quanto à forma de aplica-ção dos materiais, podem ser enquadrados na se-guinte classificação:.por gravidade;.a lanço;.pneumáticos.
Os distribuidores gravitacionais podem rea-lizar a distribuição com eixo aletado ou caracol.
Os distribuidores a lanço realizam a distri- ~
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000 buição utilizando o princípio inercial (pen-dular) ou centrífugo, quando então estarãoequipados de discos (simples ou duplos), ourotores (cônico).
O diagrama de blocos da figura 1 mos-tra uma forma genérica de construção dedistribuidores, e é segundo ele que vamosfazer uma análise de alguns aspectos cons-
Trator
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Chassi
ga dos pneus traseiros do trator.De acordo com o diagrama, a condição
de equilíbrio estático longitudinal será:
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Através dessa equação é possível verifi-car-se o grau de adequação do acoplamentotrator x máquina, desde que se conheça a
Depósito
Mecanismodosador-
distribuidor
Fig. 01 - Componentes básicos de um distribuidor de fertilizontes
trutivos que influem na utilização daque-les.
ACOPLAMENTOS
As máquinas para distribuição de ferti-lizantes são acopladas aos tratores atravésde barra da tração (arrasto) ou sistema hi-dráulico de levantamento de 3 pontos (mon-tadas), e tomada de potência.
Com relação aos engates há de se obser-var se os mesmos estão dentro dos padrões(INMETRO/ISO) e é uma das primeiras ca-racterísticas técnicas a ser observada. A nor-
malização dos acoplamentos é importantepara garantir uma intercambiabilidade demáquinas e tratores.
As máquinas montadas ("hidráulicas")conferem maior manobrabilidade ao con-
junto, porém sua capacidade de carga ficalimitada, conforme se verá a seguir. Em ex-tensões maiores, ou talhões ("tiros") maislongos dá-se preferência às máquinas de ar-rasto. Evita-se o grande número de abaste-cimentos, o que se torna fator de perda detempo operacional.
No caso das máquinas montadas, umaspecto importante a ser considerado alémdas dimensões padronizadas dos acoplamen-tos é a compatibilidade da massa da máqui-na (massa própria + carga) com a capaci-dade de levantamento do sistema hidráuli-
co de levantamento em 3 pontos do trator eas condições de estabilidade longitudinal doconjunto trator/ máquina, conforme mos-trado no diagrama de forças da figura 2.Considere-se também a capacidade de car-
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-Rodado
posição do centro de gravidade (CG) e amassa de ambos. Considere que 20 % dopeso do trator deve ficar apoiado no eixodianteiro, se for 4X2, ou 35-40 % se for 4X2TDA. Este peso é necessário para garantirestabilidade direcional e dirigibilidade.
CHASSI
O conjunto de partes estruturais da má-quina cuja missão é de suporte para as de-mais partes denomina-se genericamente"chassi". A robustez do chassi é essencial
para as condições de ajustagem e funciona-mento das demais partes, concorrendo parauma vida útil mais prolongada da máquina.
Um aspecto importante a se observar nochassi é o fato de que robustez não significanecessariamente uso de bitolas superdimen-
sionadas que, além de encarecer, tornam amáquina muito pesada. Existem engenho-sas maneiras de se obter um chassi robusto
e ao mesmo tempo leve, por exemplo umconjunto monobloco; isso pode ser um in-dicativo do nível tecnológico do projeto econstrução da máquina.
DEPÓSITO
As principais características técnicas dodepósito de uma máquina distribuidora defertilizantes são: capacidade; altura de car-regamento; conformação das paredes late-rais; presença de cobertura (tampa); mate-rial utilizado.
A capacidade do depósito reflete direta-mente na área de ação da máquina entrereabastecimentos sucessivos. Os temposconsumidos em reabastecimentos constitu-
em um dos principais fatores de redução dacapacidade operacional das máquinas; as-sim, é importante considerá-Io em funçãoda área de aplicação e das dosagens a utili-zar.
A altura de carregamento deve ser ergo-nomicamente dimensionada, principalmen-te para aqueles equipamentos cujo reabas-tecimento será realizado manualmente.
A conformação das paredes laterais dodepósito deve ser projetada de forma a evi-tar o máximo possível um efeito significati-vo da altura do fertilizante no seu interiorsobre o mecanismo dosador ou alimenta-
dor. Assim, deve-se ressaltar a importânciada adequação do ângulo de inclinação dasparedes laterais com o ângulo de repousodo fertilizante!, evitando desuniformidadede escoamento. Outro problema comum éo acúmulo de material nos cantos, não per-mitindo o descarregamento completo dodepósito.
A presença de cobertura no depósito,principalmente quando este for de grandecapacidade, é interessante para evitar queuma chuva (ou orvalho) o danifique, inici-
Fig. 02 - Diogromo de for~as que atuam na ennjunta trotor + distribuidor
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"Um aspecto importante a se observar no chassi é o fato de que robustez nãosignifica necessariamente uso de bitolas superdimensionadas"-
ando a corrosão, ou endurecendo o fertili-zante ou corretivo contidos.
O material de construção do depósito éimportante pois a maioria dos fertilizantespossui características corrosivas e/ ou abra-sivas. Assim, a resistência deve ser grande àoxidação, corrosão e ao desgaste mecânicopor atrito. Os reservatórios primitivos demadeira estão sendo utilizados apenas emdepósitos para distribuidores de fertilizan-tes orgânicos, por sua peculiaridade de re-sistir à umidade e ácidos. Os depósitos dechapa de aço estão sendo substituídos pe-los de fibra de vidro e plásticos de alta den-sidade. Houve um início de utilização dedepósitos de aço inoxidável, inviáveis peloalto custo do material, e de plástico de bai-xa densidade (flexível), porém sem a resis-tência suficiente ao impacto e à carga.
RODADO
As máquinas de arrasto são providas derodados de sustentação e acionamento dosmecanismos dosadores/ distribuidores.
O acionamento dos mecanismos dosado-
res pelos rodados traz a vantagem de umamaior facilidade e manutenção de uniformi-dade de regulagem das taxas de aplicação.
Os rodados são importantes do pontode vista de resistência ao rolamento, susten-tação (afundamento), compactação e desli-zamento.
Os rodados devem ser projetados de for-ma que permitam o deslocamento da má-quina nos terrenos agrícolas, sem compro-meter seu acionamento (taxa de alimenta-ção). Como forma de economia de constru-ção algumas máquinas são equipadas comrodados muito pequenos, em especial as degrande capacidade, causando problemas de
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Depósito
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Rg. 03 - Distribuidor de fertilizantes com dosadar grovitacional (fonte: MIAlHE, 1988)
compactação (recalque acima de 2,5 kgf!cm2).
MECANISMODOSADOR-DISIRlBUIDOR
É designado como mecanismo dosadoraquele que tem a função de controlar o fluxode saída do fertilizante do depósito. Pressupõe-se uma homogeneidade de distribuição tantono sentido longitudinal quanto no transversal.Esta homogeneidade é representada pela uni-formidade de vazão do mecanismo dosador, epela similaridade de vazão entre diversos dosa-dores da mesma máquina.
Os mecanismos dosadores podem ser en-quadrados em dois grupos, basicamente:.gravitacionais;.volumétricos.
Os mecanismos gravitacianaissão aquelesque promovem e controlam o fluxo apenas porgravidade, são os mais simples de construção,
A escolhade rodadospequenose estreitosimplicaráemmaiorcompadaçãodo solo
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mas mais sujeitos a problemas como entupi-mento, desigualdade de fluxo por modificaçãode características etc. Um exemplo desse tiposão os agitadores que atuam sobre uma janela,figura 3.
Os dosadores volumétricos são aqueles emque um determinado volume de material é con-tinuamente retirado pelo fundo do depósito eentregue ao mecanismo distribuidor. E o casodos parafusos helicoidais,das esteiras transpor-tadoras, das rodas dentadas horizontais, dosrotares acanaIados,dospratos giratóriosetc. Emnosso país são mais utilizados os mecanismosde esteiras transportadoras seguido pelos para-fusos helicoidais. Aqueles têm a vantagem deprover um fluxo mais regular (contínuo) queestes, o que tem reflexossobre a uniformidadeda lavoura a ser formada. Devem ser procura-dos sempre os dosadores com característicasdeauto-limpeza, pois o material a ser distribuídomuitas vezes se apresenta úmido ou empedra-do, o que prejudica o fluxo.
CONCLUSÃO
Os mecanismos distribuidores, elementosessenciais deste tipo de máquinas, merecemuma abordagem específica, à qual voltaremosoportunamente, enfocando notadamente odesempenho ligado a fatares construtivos.
Verificamos que no restante da máquinaexiste uma série de detalhes construtivos quepodem influir no melhor uso e desempenhodela. E estes detalhes nem sempre estão liga-dos a custo de aquisição, mas sim à qualifica-ção técnica do fabricante. rn
Amo Dallmeyer,Centro de Tecnologia / UFSM
I Ângulo de repouso é aquele ângulo formado pelo fertilizanteou corretivo com relação a uma base horizontal. quando derra-mado livremente sobre ela.
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