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V COBRAE - novembro de 2009 São Paulo - SP

Homenagem ao Prof. Willy Alvarenga LacerdaHomenagem ao Prof. Willy Alvarenga Lacerda

No entretanto, acredite,Quase morreu de bronquite,Salvou-o o Rhum Creosotado.

Veja ilustre passageiroO belo tipo faceiroQue o senhor tem ao seu lado.

Mas, se a rima eterniza a lembrança,Na mente de adulto ou criança,Venham conosco nesta viagem.

Ora perguntarão quando e onde,Num antigo anúncio de bonde,Estará a nossa homenagem.

Bastos Tigre surgiu na memória,Como inspiração para a históriaQue aqui vamos contar.Não só pela estrofe famosa,Mas também pela faceta jocosaDe quem vamos homenagear..

Assim cresceu a criança,Tendo vivido a infânciaAli na Pinheiro Machado.

Nasceu forte o menino.Nunca foi tipo franzino,Muitos já haviam notado.

Foi lá que sonhou um diaEntrar na Escola de EngenhariaDo Largo de São Francisco, junto à Sé.

Depois ele foi pro colégio,Tendo estudado no egrégioColégio Marista São José.

(*) ENE = Escola Nacional de Engenharia

Pra isso tinha que dar duro,

Deixar de brincar, pular muro,

Esquecer os tempos de moleque.

E foi assim estudando

Que na ENE(*) ele acabou entrando

Com o amigo Mauro Werneck

Da esquerda para a direita: Antonio Jorge, Paulo Gomes, Mauro Werneck, Willy Lacerda e Jacques de Medina

A Escola, no início, um marasmo.

Do espírito foi-se o entusiasmo.

A Escola era uma coisa chata,

Mas, no entretanto, acredite,

De toda aquela chatice

Salvou-o o Professor Barata.

Formatura

Escola

Nacional de

Engenharia

( 1958 )

Esteve na iniciativa privada

No começo da sua jornada.

Quiçá trabalhou em túneis,

Tendo naqueles dias de luta

Vivido sob a batuta

Do Professor Costa Nunes.

Mas aí ele já era engenheiro

E na Tecnosolo o Cordeiro

Era o seu chefe imediato.

Mas, como era sua sina,

No DER foi ter com o Medina.

Isso foi em sessenta e quatro.

Da esquerda para a direita : Mauricio Ehrlich, Eduardo Cordeiro e Willy Lacerda (ao fundo está a Dorise, esposa do Mauricio)

Como em 1966 no Rio chovia,

Foi ao morro fazer vistoria.

Com o Barata foi ao Borel.

Seu interesse por encostas nascia,

Talvez porque o morro era poesia

E quem lá morava “vivia...

pertinho do céu”.

Da esquerda para a direita : Bock, Barata e Willy nos 80 anos doProf. Fernando Emmanuel Barata

Depois disso, já docente,

Encontrou Medina novamente

Dentro da universidade

E com outro não menos famoso,

O Dirceu de Alencar Velloso,

Na COPPE, no Rio, sua cidade.

Plantando uma árvore em memória do Dirceu Velloso

Willy, Mauro (atrás do Barata), Barata, Medina e Cordeiro

Da esquerda para a direita: Mauro, Barata, Paulo Henrique, Da esquerda para a direita: Mauro, Barata, Paulo Henrique, Manuel Martins, Cordeiro, Willy e MedinaManuel Martins, Cordeiro, Willy e Medina

De repente foi chegado o momento

De aprofundar seu conhecimento,

Como na COPPE era lei.

Então ele foi fazer doutorado

Num lugar bem afamado,

Universidade da Califórnia, “at Berkeley”.

Foi lá para aquela cidade,

Com a sua curiosidade

E seu espírito bonachão,

Estudar uma coisa diferente

Do que fazia toda a gente.

Foi estudar relaxação.

Voltou pra ensinar as cadeiras

Das encostas brasileiras

E do seu comportamento.

Para isso ele precisava

E por isso também ensinava

Resistência ao cisalhamento.

Pra assistir aos cursos do WillyVinha gente da Colômbia ao ChileE de vários rincões do Brasil.

Isso foi na década de setentaE nos anos oitenta e noventa, Prosseguindo nos anos dois mil.

Resistênciaao

Cisalhamento2003

Não lhes podemos dizer com certeza,Mas damos uma ordem de grandezaDe a quantos alunos serviu.

Na Escola de Engenharia,Na ênfase de Geotecnia,Eles foram quase mil.

Na COPPE não foi diferente.Lá havia muito mais gente,Disso sabemos bem.

Só de alunos orientados, De mestrado e de doutorado,Foram da ordem de cem.

Mas dentro do professor contente

Habitava o engenheiro latente.

Foi quando numa noite insone

Disse:_ Também quero fazer projetos!

Para isso abriu a Geoprojetos

Com o Mauro e o Sandro Sandroni.

Essas são facetas do professor,Do engenheiro e consultor.Mas seria bom que o pessoal soubesseO que está por trás do engenheiroE desse cidadão brasileiro,Ex-presidente da ABMS.

Willy recebendo das mãos do então presidente da ABMS,

Alberto Sayão, o diploma de Sócio Emérito

Se há todas essas glórias

Que farão suas memórias,

Há, além do seu saber notório,

Coisas que nasceram consigo

E que fizeram o professor e amigo

Virar nome de laboratório.

Falamos do seu bom humor,Do seu lado de pintor,Da sua generosidade,Do exímio trocadilhista,Da sua faceta de artistaE de sua espirituosidade.

Quem em seu gabinete entrava

Aparentemente se deparava

Com tudo desorganizado.

Mas é preciso que não se esqueça

De que dentro de sua cabeça

Tudo esteve sempre arrumado.

Havia um quadro num canto

Que mostrava seu talento

De bom artista amador.

Uma laranja cor de cenoura,

Descascada por meia tesoura.

Não sabemos se ele assinou.

É o hábito indescritívelDe reger uma orquestra invisível,Balançando o dedo no ar.

Da sua veia artísticaHá ainda uma místicaQue também vamos contar.

Uns dirão que isso é história,

Que tiramos da memória

E que estamos a exagerar.

Mas ... ele rege desde Rossini,

Villa-Lobos, Cole Porter e Puccini

Até Johann Sebastian Bach

Ele é musical, estamos convencidos,

Pois assovia bemóis e sustenidos

Sem perder a afinação.

Isso sem falar do “gourmet”

Que aprecia de um fino “soufflé”

A rabada com agrião.

Registre-se portanto o fato,Nesta e em outra circunstância,Que, daqui a um tempo distante,

Além de um porta-retratoCom o seu sorriso na estante,Estará sempre a lembrança

De um sacerdote sem templo,

Do professor, engenheiro e exemplo,

Digno de admiração.

Assim, se um dia estivermos diante

De um talude elegante

Com uma obra de estabilização,

Numa visita técnica,

De obra geotécnica

Que cause estupefação,

Quem sabe o guia cite a paródia

Que vem como prosódia

Desta comemoração:

Veja ilustre engenheiro

O belo talude inteiro

Este que está sendo avistado.

No entretanto, acredite,

Estava no equilíbrio limite,

Salvou-o o nosso homenageado !

E o trocadilho, pomos onde ?Se esperarmos, Willy responde,Mesmo que o nariz entorte:“Ora, ponham no bonde !Embora seja do tempo do conde,Ele é “bondemais” como transporte.”

Então desejamos ao Willy nada mais,Pois não queremos que ele mude.Queremos apenas que ele sorria

E fique entre nós com saúde

Muita paz

E muita alegria !

É o que desejam os seus amigos, colegas, alunos, ex-alunos

companheiros da ABMS

E nE nóós tambs tambéém !m !