Post on 06-Feb-2018
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OFERECIMENTO
Quero dedicar este livro à minha família, em especial aos meus filhos Aline, Marcelo e
Julia, que são a extensão de tudo que sou, de tudo que vivi e aprendi.
Eles serão sem dúvida tudo que eu sempre sonhei um dia ser, e por ironia do destino não
o sou.
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PREFÁCIO
Neste livro, conto algumas histórias por mim vividas na Umbanda junto das entidades
que me acompanham, experiências e ensinamentos, passados de forma prática e direta, com
exemplos aprendidos em suas incorporações e em consultas, em viagens astrais, e por intuições.
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CAPÍTULO I
MINHA ACEITAÇÃO COMO MÉDIUM
Bem nasci numa família Umbandista onde minha avó materna era Mãe de Santo, então convivia
sempre em contato com os espíritos, sempre estava presente nos trabalhos realizados com
exceção de alguns, sempre ia nas festas, trabalhos de mata, de cachoeira e de praia, só não
participava de entregas em cemitérios por que não era permitido para crianças. Pois bem por
volta dos meus 15 para 16 anos comecei a ser chamado a atenção pelas entidades para que eu
começasse a participar com mais atenção pois minha mediunidade estava aflorando e se fazia
necessário aprender mais e dedicar-me mais, mas eu não dava a devida atenção apesar de adorar
assistir os trabalhos, cambonear e cantar, mas não me via e nem queria trabalhar como médium,
mas sempre as entidades tocavam no assunto e falavam pode ser pelo amor ou pela dor" mas eu
adolescente bobo não aceitava.
Um dia eu tinha ido a escola direto para a casa da minha avó tava com muita vontade de comer a
comida feita por ela cheguei dei um beijo nela e ela me convidou para almoçar, e me disse que
queria falar comigo eu já estava com 17 anos, eu disse tudo bem, então logo apos o almoço ela
me falou sobre eu aprender as coisas espirituais, sobre intuição, mediunidade, passes,
desenvolvimento mediúnico, a responsabilidade, leis do carma, e sobre a missão de um médium,
disse que minha mediunidade tinha que ser desenvolvida e que ela a pedido de Pai João e Mãe
Maria entidades às quais ela trabalhava, deveria iniciar isto tudo com ela. Então eu para agradá-
la, passei a ir mais vezes em sua casa onde ela me explicava coisas sobre a Umbanda, mas como
estava na época do serviço militar, isto foi interrompido pois o exercito me tomava todo o tempo,
depois sai do exercito e passei a trabalhar de dia e estudar a noite então não me sobrava muito
tempo pois ela também tinha seus compromissos pois ela viajava muito dando assistência em
terreiros de cidades vizinhas. Em 1986 minha avó começou a ter problemas de saúde vindo a
falecer no ano seguinte, fiquei muito triste nossa família se abalou nossa chefe espiritual acabara
sua missão na terra, minha mãe encerrou o terreiro da minha avó e ficamos sem essa assistência,
logo apos sua morte comecei a ter suas visitas em meus sonhos onde ela sempre me alertava
sobre a continuidade do meu desenvolvimento, mas não me via preparado para tal, não conhecia
ninguem para ajudar-me, então comecei a sentir dores de cabeça que foram ficando mais forte a
cada dia então. Foram várias consultas e exames médicos sem nada encontrarem, comecei a ter
sonhos em que me via em matas, encruzas, cemitérios outras em contato com Pretos velhos, mas
nunca uma chamada propriamente dita, depois começaram as dores de estômago, cólicas que me
faziam curvar a coluna como a um Preto Velho, então começou a não dar mais nada certo, não
conseguia emprego tudo difícil problemas de saúde, amoroso tudo errado, nesta época minha
mãe vinha com frequencia à Curitiba e ficava na casa de uma amiga, um certo dia ela falou de
um centro que ela ia então vim junto com minha mãe para ser atendido lá, quando chegou a
minha vez fui atendido por uma pomba gira que me olhou e me disse sem eu falar nada "você é
médium que precisa trabalhar, já passou do tempo meu rapaz mas antes vamos trabalhar para
você" foram alguns trabalhos mas eu não quis seguir pois eles cobravam os trabalhos, então no
final do ano de 1990 li um cartaz na faculdade oferecendo vaga de transferência para UFPR em
Curitiba e possibilidade de estágio aquilo me animou não esperava a hora de chegar em casa e
falar para minha mãe, chegando em casa eis que a amiga da minha mãe estava lá quando contei
do cartaz ela ligeiramente me ofereceu um quarto em sua casa caso conseguisse vaga, consegui a
vaga e nas festas de final de ano meu tio que morava em santos iria morar em Curitiba e
precisava de ajudante de marceneiro na empresa onde iria trabalhar perguntou quer ri? até que eu
conseguisse o estágio, aceitei, depois de um mês consegui o estágio, então estava morando com a
amiga da minha mãe e trabalhando com meu tio, depois passei a morar com meu tio pois ficava
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mais fácil para mim morar com ele, já que eu trabalhava com ele pela manhã e fazia o estágio
tarde, neste meio tempo uma pessoa que eu considerava como tia pois namorou com um outro tio
e ajudou minha mãe a cuidar de mim e de meu irmão quando pequenos, veio morar em Curitiba
perto de onde eu morava, minhas dores de cabeça ainda incomodavam muito tinha dias que eu
não podia nem caminhar tão forte eram as cólicas acompanhadas de dores nas costas, minha tia
vendo meu sofrimento me falou de uma amiga que frequentava um centro espírita em São José
dos Pinhais, perguntou se eu queria ir com ela, como não suportava as dores eu fui era meados
de agosto 1991 num sábado gira de Oxosse na primeira linha e Exu na segunda, quando cheguei
achei o lugar agradável mas quando entrei e sentei-me minhas dores começaram, meu corpo
tremia todo minha cabeça rodava, mandaram-nos entrar para uma vibração, eu ali em pé
tremendo não sentindo minhas pernas e o teto rodando, então o Sr. Caboclo Guaraci parou na
minha frente e disse "Ta na hora meu filho" eu sem saber direito o que acontecia perguntei hora
do que meu pai? ele respondeu "De cumprir a missão que meus irmão sempre te falavam desde
pequeno você não lembra?" sim lembro meu pai ele colocou a mão na minha testa e o teto rodou
mais ainda perdi o chão, não comandava meu corpo minha mão batia contra meu peito
involuntariamente minha garganta soltava silvos como de cobra e eu não sentia mais dor, acabou
a vibração e ele me mandou falar com o Sr. Exu Caverinha na segunda parte. Quando cheguei na
sua frente disse-me "Tomou vergonha na cara, vai cumprir a missão ou prefere sofrer dores? a
muito viemos falando eu e meus irmãos desde quando usava calça curta, agora não dá mais para
fugir o que você escolhe?" para encurtar me mandou fazer 7 trabalhos de preparação e adivinhem
quem me preparou? Meu querido e amado Pai João que me deu um abraço forte no primeiro dia
e me disse "Bom ter você aqui meu filho sua avó não descansou enquanto não trouxemos você
para a Umbanda essa era uma das missões dela" a partir dai minhas dores sumiram só sinto falta
das visitas da minha avó em meus sonhos que a partir deste dias não mais aconteceram.
DESDOBRAMENTO/VIAGEM ASTRAL COM PAI JACÓ
Todos nós ao longo do nosso desenvolvimento, descobrimos coisa que muitas vezes nos são
reveladas através de sonhos, desdobramentos ou viagem astral, muitas vezes sem sentido, mas ao
longo do tempo a gente acaba entendendo, vou contar algumas experiências que tive neste
sentido. Bem a primeira foi no início do meu desenvolvimento a 17 anos atrás, certa noite sonhei
que estava incorporado com um preto velho, ele estava sentado em um toco de arvore com um
menino deitado no seu colo, aproximei-me dele e ele me disse “salve meu filho, meu nome é Pai
Jacó, sou eu que vou trabalhar com você na Umbanda, venho do Congo, e vou trabalhar na linha
de preto velho, com a benção de Pai Xangô” me contou toda a sua história, seu sofrimento e
como tornou-se preto velho, depois disse “Em breve vou riscar meu ponto e firmar minha guia
então daremos início aos nossos trabalhos”.
Nesta época eu estava a quase um ano na corrente num terreiro em São José dos Pinhais, os
trabalhos eram as terças com Ogum e Preto Velho, nas quintas desenvolvimento e nos sábados
com Caboclos e Exus, Como eu fazia faculdade só freqüentava as giras de sábado e
eventualmente as de desenvolvimento quando encaixava o horário. Naquele dia acordei leve,
disposto e com uma paz e uma alegria que não sabia explicar, era uma terça feira dia de gira de
Preto Velho, fiquei o dia inteiro com o sonho na cabeça, fui para a faculdade a noite mas parecia
que eu não estava lá, então no intervalo decidi ir ao terreiro falar com Vovô Pedro entidade chefe
da casa, expliquei para ele sobre o sonho, quando ele me disse “Isso não é sonho filho, é
desdobramento, você teve com seu pai e ele te explicou tudo e logo vai trabalhar” daí eu disse
mas meu pai eu não posso pois estou estudando os horários não coincidem, os trabalhos de Preto
velhos são na terça e eu só posso vir ao terreiro com dedicação aos sábados, então ele me falou
não se preocupe filho tudo será resolvido assim como Zambi quer Na noite seguinte na
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faculdade os colegas me contaram que o professor que dava as aulas nas terças após o intervalo
não compareceu no dia anterior por estar internado a 5 dias com problemas de saúde e que a
direção do curso não tinha professos substituto para esta cadeira e que as aulas estavam
suspensas. Duas semanas depois numa quinta feira dia de desenvolvimento era feriado de 7 de
setembro, como não tinha aula fui ao terreiro eis que o Preto Velho baixou mandou chamar a
responsável por anotar pontos e disse a ela que eu estava pronto e que ele já poderia dar seu
ponto, a moça copiou o ponto, axés de trabalho e até a guia e passou para o Vovô Pedro, que
autorizou-o a iniciar seu trabalho na próxima terça feira.
10 anos depois conversando com minha mãe ao telefone ela me disse, “tenho uma coisa aqui
para você, é um livro espírita que conta a história do Pai Jacó, ganhei uns livros de uma mulher e
junto com eles estava este, já li e me emocionei muito” quando li o livro, estava ali escrito a
história do Pai Jacó palavra por palavra, exatamente como ele contara naquele desdobramento a
10 anos, e através do livro entendi quem era o menino no seu colo, mas para isso é preciso ver o
livro.
A umbanda tem destas coisas, histórias realmente incríveis.
DESDOBRAMENTO COM O CABOCLO COBRA CORAL
Para quem leu a história que contei acima, esta é uma continuação pois depois de um mês
trabalhando com Pai Jacó, houve um remanejamento na grade horária do meu curso na faculdade
algumas aulas que eram ministradas nas sextas feiras foram transferidas definitivamente para as
terças no horário do professor que estava doente e veio a falecer com problemas de trombose,
como grande parte da matéria já havia sido passada, e não havia professor para continuá-la, a
direção do curso resolveu dar os créditos da cadeira a todos os alunos, como eu já havia
concluído as cadeiras dadas nas sextas feiras continuei com meu horário vago nas terças, mas
boa parte dos alunos também já tinha cursado, então pleitearam adiantamento de cadeiras para
aproveitar os horários vagos então com isto outro remanejamento e os horários vagos que eu
tinha na sexta passaram para a quinta, então comecei a freqüentar o terreiro também na quinta
que era dia de desenvolvimento.
Nos sábados na primeira linha que era gira de caboclos eu sentia muita vibração mas não podia
dar passagem, pois era uma determinação da casa, em dias de trabalhos somente trabalhavam
médiuns com guia firmada os demais somente nas quintas, pois bem, a vibração era mais forte
quando se cantava o pondo do seu Sete Flechas, era quase incontrolável, com tanta vibração tudo
indicava que eu trabalharia com um falanjeiro dele, e passei a acreditar nisso, nas quintas eu
incorporava e era tudo normal, até que numa noite de quarta para quinta feira, um sonho, outro
desdobramento, eu estava adentrando a mata e dava para perceber que atrás das enormes arvores
havia um barrando e um rio, eis que derrepente começa a sair da mata cobras, aranhas e
escorpiões e logo depois um índio muito alto com saiote e um imenso cocar com uma cobra coral
na cintura e outra na mão para na minha frente e diz, “Eu sou o Caboclo Cobra Coral, sou da
linha de Oxosse e vou trabalhar com você na Umbanda, amanhã riscarei meu ponto, darei meu
ponto cantado e firmarei minha guia” eu perguntei a ele sobre as vibrações quando se cantava o
ponto do Seu Sete Flechas, ele respondeu: “Sete Flechas desenvolveu, mas eu é que vou
trabalhar”.
No dia seguinte aconteceu tudo certo fiquei bem o dia inteiro com um auto astral impressionante,
uma energia incrível, a noite começou a gira e logo as entidades são chamadas, ele veio numa
vibração muito forte como nunca tinha sentido antes, logo seu Guaraci, chefe do terreiro parou
na sua frente e disse pode riscar seu ponto irmão, e ele riscou.
As coisas são como tem que ser, e acontecem quando tem que acontecer, as vezes parece que
está tudo explicado mas derrepente nos é mostrado uma forma diferente, como esta, em que eu
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pensava que era Seu Sete Flechas me pai na linha de Oxosse, mas considero muito ele pois foi
ele meu desenvolvedor. Oke Caboclos Sete Flechas e Cobra Coral. EXU VELUDO E A BALA DESVIADA
Pois bem, vou contar uma, a muito tempo Sr Exu Veludo atendeu uma moça que estava muito
preocupada com seu irmão, que bebia muito e estava metido com drogas, então ela pediu a ele
proteção ao seu irmão, e ele, Exu Veludo mandou um recado ao irmão "diga para seu irmão
afastar-e das companhias que se encontra e largar desta vida que a partir dai eu o ajudo" a moça
voltou dias depois dizendo que seu irmão disse que não precisava de nenhum "demônio" (exu) e
que ele sabia cuidar da própria vida.
Sr. Exú Veludo falou para a moça " Filha teu irmão corre perigo de vida, diga a ele que tome
muito cuidado dentro dos próximos 5 dias, pois ele pode ficar entre a vida e a morte, muito
cuidado".
Ná próxima gira 7 dias depois, a moça retornou no terreiro chorando e disse ao Sr. Exu Veludo
"Meu irmão levou um tiro a dois dias a bala passou a 1 cm do coração, ele esta mal na UTI" Sr.
veludo disse "Eu sei, não foi possível evitar o tiro mas foi possível desviar a bala, que o melhor
amigo do seu irmão atirou, mas ele vai se recuperar e se regenerar" o tempo passou alguns meses
depois a moça voltou ao terreiro e desta vez com seu irmão recuperado que por sua própria
vontade foi ao terreiro para agradecer pessoalmente ao Sr Veludo por salvar sua vida, e falou ao
exu que havia largado aquela vida e que queria sua ajuda para arrumar emprego e ser um homem
de bem, e que também queria participar do terreiro.
Detálhe hoje este rapaz é pai pequeno de um terreiro.
PEDIDO INJUSTO
Um dia numa gira de Preto Velho chega uma senhora e vai logo dizendo
que tinha casas de aluguel e que vivia disso, veio pedir ajuda para retirar uma familia de uma de
suas casas pois não pagavam o aluguel a dois meses e não queriam desocupar a casa.
Pai Jacó (entidade com qual trabalho) perguntou quanto tempo fazia que eles moravam na casa, a
senhora disse disse que moravam a 6 anos, Pai Jacó perguntou se eles falaram porque não
estavam pagando, e a mulher disse que eles falaram que era porque o casal estava desempregado
e que tinham uma filha doente, mas que ela não tinha nada com isso.
Então Pai Jacó falou para a senhora:
"Minha filha você não precisa de ajuda, mas vou lhe ajudar da seguinte forma primeiro preciso
ajudar o casal a conseguir emprego e tratar da doença da filha, se eu conseguir isso seu problema
estará resolvido.
CUIDADO COM O PEDIDO
Numa gira de Exu, uma mulher pede ao Sr. Exu Veludo (entidade com qual trabalho) que ela
queria ajuda para afastar a mulher legitima de seu amante para que ele ficasse com ela e que se
fosse preciso talvez até colocar algum espirito para causar a loucura ou a morte da legitima, Sr.
Veludo disse "Filha você não tem vergonha de pensar assim? pare para pensar, quem está errada
é você entrando na vida de um homem casado e destruindo uma familia, não tem pena dos filhos
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que ficarão sem pai?" a mulher disse que só o que importava pra ela era ele.
Então Sr. Veludo disse a ela "Filha não trabalho e não atendo a pedidos como esse, mas vou abrir
uma exceção, mas devo Lembrar que atendo a pedidos por órdem de sequencia e a mulher
legitima fez o mesmo pedido que você, agora eu lhe pergunto você prefere ficar louca ou
morrer?" e deu uma gargalhada a mulher assustada falou que era para ele perdoar o que ela disse
e desconciderar o pedido.
Então Sr. Veludo Falou para ela que ele trabalha na luz e quem trabalha na luz não faz trabalhos
assim e que era para ela esquecer do homem casado e procurar alguem desempedido como ela.
Ela agradeceu e saiu.
AS ENTIDADES NÃO ESQUECEM D GENTE
As entidades realmente nunca nos esquecem, acho que a maioria dos irmão leram neste mesmo
tópico a minha história na umbanda. pois bem lá vai mais uma história:
Em 2003 sai do terreiro onde desenvolvi e resolvi entrar na corrente do caboclo Akuan, nas
primeiras giras me senti um pouco deslocado, um local novo, pessoas novas, e eu não conhecia
ninguem, mas era ima questão de me acostumar. No começo eu ficava ajudando nos trabalhos do
meio, um dia numa gira de Preto Velho, estava eu cantando e batendo palmas, os médiuns de
toco foram incorporando e seguindo cada um para seu toco para início das consultas, quando
avistei um médium incorporado vindo em minha direção, este médium era o Renato um medium
que eu ainda não conhecia, nem tinha ao menos conversado com ele pois alem de ser a minha
terceira gira, o Renato sempre chegava atrazado penso eu que era por incompatibilidade de
horários, mas o fato é que a entidade incorporada nele veio em minha direção e com muito
carinho perguntou-me de uma forma como de já me conhecesse, como eu estava, eu sem saber
com quem estava falando, respondi com todo carinho e respeito que tenho por todas as entidades,
que estava bem, então ele me perguntou se eu não lembrava dele, como eu não tenho o dom da
clarividência apelei para a vibração do momento, como tenho uma grande ligação com Pai João,
e seu jeito de falar era parecido, respondi em tom de pergunta Pai João? ele carinhosamente me
respondeu "Pai Benedito fio" meu coração encheu-se de emoção ao lembrar daquele velhinho
carinhoso que trabalhava com minha avó a muitos anos atrás, então ganhei um abraço forte como
de um avô a quem a muito tempo não vemos e lhe disse lembro sim meu pai o senhor trabalhava
com minha avó, e ele me disse ´"Isso mesmo fio trabaiava com aquela veia sim" naquele
momento parecia que eu tinha sido transportado ao passado, no meu tempo de infância, nos
trabalhos no terreiro da minha avó quando eu rodeava as entidades para beber da sua água,
ganhar um carinho e um colo, me senti protegido então ele me disse "fico feliz por estar aqui fio,
seja bem vindo", beijei-lhe a mão com carinho e agradeci por estar ali comigo.
Depois dos trabalhos senti a necessidade de falar com aquele médium (o Renato) então fui a seu
encontro apresentei-me e relatei o acontecido, ele me confessou que ao sentir que Pai Benedito
se dirijia a mim ele olhou-me e se perguntou o que ele estaria fazendo, não me conhecia, tentou
desviar-me, mas não conseguia, tentou dirigir-se ao todo de costume, mas em vão Pai Benedito
queria mesmo ir a meu encontro, então ele deixou acontecer e achou emocionante o nosso
reencontro.
Muitas vezes nós nos esquecemos das entidades que nos atendem, mas eles nunca nos esquecem,
independente de qual cavalo esteja lhe auxiliando.
Saravá Pai Benedito.
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É PRECISO ENTENDER OS SINAIS
Antes de vir para o terreiro do Pai Maneco, eu frequentava um terreiro em São José dos Pinhais,
mas minha permanência lá não estava mais me agradando por motivos diversos que não convém
contar aqui, pois bem eu estava desanimado, rezava e pedia direção no meu caminho, uma luz
para iluminar minhas decisões, eu estava muito decepcionado com os acontecimentos no terreiro.
Bem eu moro em Colombo a 5 minutos de carro, do Terreiro do Pai Maneco, tenho sempre o
costume de ir para o centro de Curitiba pela estrada velha de Colombo que é paralela à estrada
nova (rodovia da uva) onde se localiza nosso terreiro, sempre vou ao trabalho de ônibus e este
tem seu trajeto pela estrada velha, sempre pedia a tal direção de caminho pois não estava mais
satisfeito com a situação, isto estava de certa forma me incomodando, num dia a tarde voltando
para casa, passando pela estrada velha mais ou menos na direção do terreiro, existe uma rua de
terra que sai atrás da Cassol (loja de materiais de construção na mesma rua do terreiro), eu dentro
do ônibus lendo um livro tive minha atenção violentamente chamada para aquela direção, sem
entender aquilo voltei à leitura, no dia seguinte indo para o trabalho tornou-se a repetir assim
como a tarde na volta para casa e assim ocorria toas as vezes que eu passava por ali, um dia
passando por ali de carro tornou a acontecer não tive dúvidas, parei o carro fiz a volta e entrei
naquela rua com a intenção de descobrir a razão daquilo, fui até o final da rua e nada, esta
terminava em uma encruza de T mas nada mais que isto voltei ao meu compromisso, mas aquilo
continuava a acontecer todas as vezes, fiquei intrigado e até pensei será que estou ficando louco,
não tem nada ali, num sábado no terreiro em São José uma amiga que sabia e comungava da
minha insatisfação disse que seu marido havia encontrado um site de um terreiro e que eles iriam
conhecer, e me convidou para ir junto aceitei mas como era final de ano o terreiro entraria em
férias voltando em fevereiro, aguardamos, peguei o endereço do site mas não cheguei a ver,
aquela coisa que me chamava a atenção continuava, em fevereiro primeira gira do ano numa
segunda feira marcamos e ela le deu o endereço, e para minha surpresa era perto para mim que
estava acostumado a rodar 46 km ida e volta 3 dias por semana para ir à São José, então as 19:30
lá estávamos, tudo muito lindo a arquitetura a vibração que senti ainda no portão, entramos
fiquei maravilhado com tudo, os trabalhos começaram, os atabaques, o canto, a incorporação do
Sr. Akuan, do Sr Sete Ponteiras do Mar, trabalho terminado fui embora no dia seguinte indo ao
trabalho aquilo que me chamava a atenção não se manifestara nem a tarde e nunca mais este era
o sinal a direção de caminho e a luz que eu tanto pedi. ainda permaneci no terreiro antigo por
mais 4 meses a pedido das entidades que trabalho, pois elas tinham alguns trabalhos a terminar
com alguns consulentes, neste meio tempo sempre mantive contato com Pai Fernando a fim de
me interar de tudo sobre o terreiro como todo filho de Pai Xangô gosto as coisas bem
esclarecidas, ordenadas e concordadas então em junho de 2003 entrei para a corrente do Pai
Akuan onde permaneço até hoje e não pretendo sair. Saravá Pai Akuan, Saravá Pai Fernando,
Saravá o Terreiro do Pai Maneco.
CIRURGIA ASTRAL
Minha esposa estava se queixando de uma dor na garganta, fez alguns exames e o médico disse
que era amídalas e que precisaria operar mas que após a cirurgia ela ficaria vulnerável a alergias
respiratórias, poeira e outras coisas devido à retirada das amídalas ela deveria optar se queria
fazer a tal cirurgia, ela ficou de pensar.
Na outra semana ela disse que estava muito sensível e que sua garganta doia muito, erá num
sábado a noite dava pra ver que estava mesmo ruim, então pedi em pensamento que as entidades
viessem amenizar sua dor, ela melhorou mais ainda doia, na segunda feira pensei em pedir
auxilio tentei falar com Sr. Akuan e com Sr. Sete Ponteiras do Mar, mas eles estavam muito
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ocupados, era gira de Preto Velho, então pedi para a Andréia que na época me auxiliava como
cambone, para que pedisse ao Pai Jacó (entidade que trabalho) que falasse algo sobre o assunto,
no final da gira ela tinha anotado um procedimento era para eu preparar um local com lençol
branco por minha esposa deitada coberta por outro lençol, deixar um copo de água, uma vela
branca, uma faca, um de seus ponteiros, um pedaço de tecido branco linha e agulha, preparar
tudo deixar o quarto só com a luz da vela, orar e sair do quarto deixando ela só por 30 minutos,
foi o que fiz, depois voltei para terminar e perguntei se ela estava bem, ela me disse que sentiu a
presença dele quando cortou, mexeu, sentiu os toques, quando ele deu os pontos e tudo mais,
mas com bastante sutileza e sem dor como se estivesse amestesiada, o mais imprecionante é que
ela estava com cara de recem operada. Agradeci a ele e guardei a coisas. Na semana seguinte já
completamente sem dor, minha esposa voltou ao médico como ele havia marcado e para sua
surpresa o médico perguntou pra ela o que tinha acontecido, pois suas amídalas estavam em
tamanho e aspectos normais, e que aquilo era impossível que em uma semana ela não poderia ter
operado cicatrizado e se recuperado, riu e perguntou a ela qual era a mágica? ela respondeu a ele
- "fé".
JOÃOZINHO E SUA PASSAGEM PARA ARUANDA
Seu nome Joãozinho, nome este adotado por ele para trabalhar na umbanda, disse ele que viveu
na suécia, na década de 40, o ano exato não foi revelado, filho de família rica onde, seu pai era
um bem sucedido empresário, trabalhava muito e mal tinha tempo para sua mulher, sua mãe teve
problemas para engravidar, foram anos tentando até conseguir engravidar e dar a luz a ele,
joãozinho, ela queria muito um filho para lhe fazer companhia, e ter alguem para cuidar, sua
vontade em ser mãe era o que movia sua vida, tinham todo o cuidado com o filho, cuidados até
exagerados mal o deixavam brincar, sempre tinha uma pessoa cuidando dele, e ele sempre dizia
para sua mãe que ele via o papai do ceu dizendo para ele ir com ele, isto deixava sua mãe com o
coração apertado, e as vezes até brigava com ele para ele não mais falar isso.
Quando ele estava com 5 anos, um dia de sol de verão, sua mãe tinha um compromisso junto
com seu marido e precisou ausentar-se deixando joãozinho com sua babá, quando se despediram
dele para a viagem, o menino deu um forte abraço nos pais e disse adeus como se não mais fosse
ve-los, eles partiram e ele pediu para sua babá, leva-lo para brincar na praça com outras crianças,
pois ele nunca podia, sua mãe nunca deixava, então na praça brincando de bola com outras
crianças, eis que e bola é atirada em direção da rua, Joãozinho sai correndo para pega-la e é
atropelado, a babá corre ao seu encontro, e quando chega perto percebe que o menino teve
fraturas na cabeça, e apenas deu tempo de ouvir ele estender os bracinhos para o ceu e dizer
"diga para a mamãe que eu a amo, mas não posso mais ficar, o papai do ceu disse que tenho que
ir com ele" e veio a falecer, a babá se sentindo culpada por te-lo tirado de casa apenas espera a
chegada da patroa para explicar-se, mas na mesma noite do seu falecimento, Joãozinho aparece
para sua mãe dizendo que ele a amava muito, mas que o papai do ceu chamou ele para uma coisa
muito especial, disse que sua babá não teve culpa de nada e que era para ela pedir para a babá
ficar com ela, pois ia precisar dela, e que ela ficaria muito feliz, pois ela estava com seu
irmãozinho na barriga, sua mãe, segundo a medicina, não podia mais ter filhos devido a idade e a
degeneração do útero, mas o papai do ceu mandaria um bebê para ela não ficar sozinha.
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SEU COBRA CORAL PREPARANDO UM TACAPE
No periodo de férias do terreiro, e também férias do trabalho viajei para a casa da minha mãe
para as festividades de final de ano, numa noite veio em sonho seu Cobra Coral e me disse
"prepare-se amanhã vamos à mata, preciso de um novo axé para trabalhar, você vai colher e
confeccionar meu tacape, vou precisar dele para os próximos trabalhos, e ele vai ser assim" e me
mostrou como seria o tacape, um pedaço de madeira parecido com um bastão, enfeitado com
couro de cobra.
No dia seguinte acordei com o sonho na cabeça comentei com minha mãe e esposa que eu iria na
mata a pedido do seu Cobra Coral, fui até um lugar que gosto de ir quando estou em minha terra
natal, mata, rio e uma linda cachoeira, lugar onde a natureza renova minhas energias, peguei um
facão e entrei na mata em busca do tal galho, pensava eu ser um galho, olho para um lado e para
outro e nada de achar, então firmo o pensamento e chamo o Caboclo, então me vem a intuição
para atravessar o rio, e foi o que fiz, andei pela margem a procura do material, achei varios
ganhos parecidos com o do sonho mas nada igual, peguei um que se parecia muito mas ao pega-
lo notei que estava podre então joguei-o para o lado e falei para seu Cobra Coral não estou
encontrando meu pai, então novamente ele falou dentro de minha mente "olhe onde caiu o galho
que jogou" quando olhei vi que o ganho havia caido perto de uma pedra e nesta pedra descia e se
apoiava uma ponde de raiz de uma enorme arvore exatamente no formato e cor do tacape do
sonho, peguei o facão pedi licença pai oxosse e comecei a cortar a tal raiz para minha surpresa a
tal raiz era extremamente dura e resistente, tive muita dificuldade em cortá-la, cortei-a agradeci
pai oxosse e ao caboclo e fui embora mas pensando, e o couro da cobra para enfeitar o tacape?
onde conseguir? confeccionei o tacape e guardei-o com as coisas do seu Cobra Coral. O terreiro
voltou das ferias e no primeiro dia de trabalho a Vivi uma irmã de corrente de Segunda feira que
mora em morretes, me falou que tinha um presente para mim, na verdade para seu Cobra Coral, e
me entregou a pele de uma cobra que havia trocado de pele, e eu pensei poxa está aqui o
complemento do tacape do seu Cobra Coral, peguei a pele e colei no tacape exatamente como vi
no sonho, dias depois soubemos que o Pai Leo assumiria a gira de quarta feira no anexo 2, mas
não sabia que receberia um convite do Pai Leo para participar de uma de suas giras, a 2ª gira, eu
aceitei com o maior prazer pois tenho grande admiração pai Pai Leo e seus mentores, só não
sabia que seu Cobra Coral e seu Tupinambá eram tão afins, no momento da incorporação seu
cobra coral veio com uma energia especial, parecia mais forte, quando sentou-se no toco pediu
seu tacape e disse "vou cruzar meu tacape preciso dele para os trabalhos que se seguem"
trabalhou intensamente naquele dia, no final dos trabalhos ao guardar as coisas em minha caixa
ao pegar o tacape já cruzado por ele me espantei com a energia condensada, aquilo emanava uma
força que jamais tinha presenciado antes, um cajado, um amuleto de vibração incomparavel.
Confeço que adorei esta energia da gira de quarta, esta nova energia do seu Cobra Coral, e a
afinidade dele com seu Tupinambá, um caboclo que admiro e confio, de uma força incrivel.
Saravá seo Cobra Coral
Saravá seu Tupinambá
SEU SETE CACHOEIRAS E SUA MACHADINHA
Um dia destes seu Sete Cachoeiras olhando para sua machadinha me disse precisamos arrumar
esta machadinha, e eu disse claro meu pai quando o senhor quizer.
Nos feriados eu estava em casa, derrepente senti a presença dele, me concentrei e logo ele me
intuiu que eu precisaria de bambu seco para o cabo, cipó para amarrar e a pedra poderia ser a
mesma, bem fui atrás do material e encontrei facilmente, voltei e comecei a confeccionar a
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machadinha com a presença dele, o corte do bambu e a colocação da pedra foi fácil mas a
amarração com o cipó não é tão fácil assim, desmanchei várias vezes até que ficasse do jeito
certo.
Mas o mais difícil estava por vir, ele queria uns desenhos gravados com ferro quente no cabo,
tarefa difícil para quem tem duas mãos esquerdas para desenho rsrsrs, os desenhos ele me
mostrou através de intuição, mas trasferi-los para o cabo da machadinha era um problema, então
com a permissão dele usei a tecnologia que temos nos dias de hoje, postei-me em frente ao
computador e fui em busca de imagem parecidas com os desenhos que que estavam em minha
mente, depois de horas pesquisando acabei encontrando, imprimi e ai ficou um pouco mais fácil,
pelo menos eu estava vendo o desenho rsrsrs. Dai veio a parte onde minha atenção deveria ser
dobrada, mais para não queimar os dedos do que errar o desenho, um trabalho de horas que
resultou em uma machadinha mais ou menos perto do que ele queria e várias tostadas nos dedos,
mas valeu a experiência e ficou a admiração pelos belos trabalhos que eles quando encarnados
faziam, e sem os recursos que temos hoje, o mais interessante é que aprendi que podemos
superar nossas dificuldades, somos capazes de fazer coisas que duvidamos que podemos, o que é
aparentemente fácil para um pode ser difícil para outro, mas com vontade e determinação
conseguimos, do nosso jeito, mas conseguimos.
Saravá seu Sete Cachoeiras.
Obrigado por ensinar-me com exemplos simples, mas de grandes valores.